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Israel Stroh e a prata que pode abrir um novo horizonte no tênis de mesa brasileiro

Miriam Jeske/ brasil2016.gov.brMiriam Jeske/ brasil2016.gov.br
O primeiro medalhista brasileiro em disputas individuais do tênis de mesa em Jogos Paralímpicos subiu ao pódio nesta segunda-feira (12.09). O paulista Israel Stroh ficou com a prata na disputa masculina da Classe 7. Ele teve pela frente, na mesa 2 do Pavilhão 3 do Riocentro, o atleta número 1 do ranking mundial, o britânico William Bayley, a quem havia derrotado na primeira partida no Rio. Na decisão, a experiência contou e o placar de 3 sets a 1 (11/9, 5/11, 11/9 e 11/4) pendeu para o lado azul, vermelho e branco.
 
Israel acredita que o momento que vive o esporte paralímpico brasileiro pode abrir um novo horizonte para o tênis de mesa "Essa medalha aqui em casa pode fazer com que as pessoas vejam esse esporte com mais seriedade, principalmente para termos seleções mais fortes nos próximos ciclos", comemorou Israel. "O apoio da torcida foi sensacional. Mesmo se ganharmos o ouro lá em Tóquio, a emoção de hoje será maior, pois ter uma medalha com os torcedores a seu favor é incrível. Eles apoiaram e jogaram junto. Foi um estímulo para jogar bem e isso tudo ficará na nossa memória".
 
O futuro projetado ainda com a adrenalina da disputa na mesa é de mais sucessos. "A preparação no ciclo foi ótima. A partir de agora, temos uma sede especial, o Centro Paralímpico Brasileiro. Não há no mundo um centro de treinamento melhor do que nós temos hoje em São Paulo. Se conseguirmos utilizá-lo bem, não só o tênis de mesa, mas todo o esporte paralímpico do Brasil vai subir ainda mais e ficará sempre entre os três ou quatro nas Paralimpíadas, talvez não em Tóquio, mas certamente em 2024", afirma Israel.
 
A iniciação do medalhista no tênis de mesa foi igual a de quase todo mesatenista brasileiro: na escola. "Até obtive resultados razoáveis em competições com atletas não-paralímpicos, mas, com 20 anos, deixei o esporte em segundo plano para fazer a faculdade de Jornalismo. Um pouco antes do início do ciclo olímpico, descobri que minha deficiência se enquadrava no esporte paralímpico. Inicialmente, fiz o teste para o badminton. Mas como já jogava tênis de mesa, meu foco foi direto para o que eu mais gostava e jogava melhor", contou o brasileiro. Em 2015, houve uma reclassificação funcional e Israel deixou de competir na Classe 8 e passou para a 7, a que ele julga mais adequada ao seu tipo de deficiência - o atleta tem parte dos movimentos dos braços e pernas comprometidos por uma paralisia cerebral ocorrida por falta de oxigenação no parto.
 
Miriam Jeske/ brasil2016.gov.brMiriam Jeske/ brasil2016.gov.br
 
Elogios do adversário
Com a medalha de ouro no peito, Willliam Bayley fez muitos elogios a Israel, com a convicção de quem viveu na pele uma derrota em uma final paralímpica em casa. Há quatro anos, com a torcida a seu favor, ele perdeu a decisão dos Jogos de Londres para o alemão Jochen Wollmert. "No tênis de mesa, você nunca sabe se terá uma nova chance. Estar duas vezes na final de uma Paralimpíada é impressionante. Eu tinha de aproveitar essa oportunidade. Para ser honesto, não sei se terei uma como essa de novo", disse Bayley ao fim da partida.
 
O britânico contou que a derrota na estreia o fez estudar muito a técnica de Israel. "Eu aprendi muito na primeira partida contra ele, até porque foi a primeira vez que jogamos um contra o outro. Eu assisti novamente o nosso jogo e vi também os outros jogos dele para ver como ele se portava nos pontos mais importantes. Assim, eu já tinha uma ideia de qual seria a postura dele nos pontos mais decisivos", contou.
 

Gigantes pelo caminho
"O Israel fez um torneio impressionante para chegar à final. O nível do tênis de mesa dele cresceu muitíssimo. Ele teve que jogar com todos os melhores do mundo no lado dele da chave. Eu tenho de ser bem honesto: a chave foi muito mais fácil para mim. Sim, ele perdeu a final, mas essa prata tem um significado impressionante por tudo o que ele fez. Ele tem de estar muito orgulhoso", acrescentou Bayley.
 
O caminho de Israel até a partida desta segunda realmente foi tortuoso. Do outro lado da mesa no Rio sempre havia um atleta melhor posicionado no ranking mundial de sua classe - o brasileiro ocupa a 12ª colocação. Na fase de grupos, Israel se classificou ao ganhar do próprio Bayley (líder do ranking) por 3 x 1 e sofrer uma derrota também por 3 x 1 para o chinês Keli Liao (número 10 do mundo). Nas oitavas, outra pedreira: ele passou pelo ucraniano Mykhaylo Popov, terceiro melhor da lista. Na partida seguinte, o derrotado foi o também ucraniano Maxym Nikolenko, vice-líder do ranking. Na semifinal, vitória sobre o quinto do mundo, o chinês Shuo Yan.
 
"Quando você chega sem ser o favorito, você joga mais solto. Quando passei pela fase de grupos vencendo o número 1 do mundo, ganhei muita confiança. consegui jogar mais firme. A chave não foi favorável, mas segui em frente", explicou Israel.
 
Ao analisar a partida final, o brasileiro explicou que sentiu o ouro escapar em um momento específico. "Eu tinha ganhado bem o segundo set e consegui fazer 9/7 no terceiro. Então, errei uma bola que veio boa para finalizar e isso fez falta. Ele conseguiu virar. No quarto set, senti muito a perda do terceiro e ele aproveitou meus erros", refletiu.
 
Bayley teve a mesma percepção. "Ganhar o terceiro set me deixou com uma confiança absoluta. A tarefa ficou mais fácil porque o Israel também errou bolas mais fáceis. Eu acho que ele ficou um pouco mais instável emocionalmente e eu soube capitalizar isso. Tênis de mesa nesse nível tem muito a ver com 'acreditar'. Se você acredita, você tem mais chances. Se não acredita, o jogo acaba".
 
Chances de bronze
O tênis de mesa brasileiro ainda tem chances de duas medalhas de bronze no individual no Rio. Danielle Rauen, da Classe 9 feminina, enfrentará a polonesa Karolina Pek às 16h45 desta terça-feira (13.09). Duas horas depois, Bruna Alexandre mede forças com a dinamarquesa Sophie Walloe na Classe 10 no Pavilhão 3 do Riocentro. As disputas por equipes masculinas e femininas começam na quarta-feira (14.09).
 
Abelardo Mendes Jr e Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Seleção feminina termina fase de grupos com derrota, mas segue para as quartas

Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
Em função da única vitória na primeira fase dos Jogos Paralímpicos, diante da Argentina na estreia, o Brasil já tinha encaminhado a vaga nas quartas de final. A Seleção entrou em quadra nesta segunda-feira (12.09) com o desafio de vencer para evitar um confronto difícil pelo caminho. Não deu. O Canadá venceu por 82 x 49 na Arena Olímpica, e as meninas terão de encarar os Estados Unidos por uma vaga na semifinal.
 
As donas da casa até começaram com um bom desempenho, e mantiveram a desvantagem em quatro pontos nos 5 minutos de iniciais. As canadenses, porém, estavam com uma mira impecável. Acertaram 12 dos 14 arremessos no 1º quarto, num aproveitamento de 86%, enquanto as brasileiras tinham 40%. Com isso, a distância logo chegou aos dois dígitos: 12 x 24.
A dificuldade em segurar as canadenses na defesa também atrapalhou o Brasil no 2º período. Elas conseguiam espaço com excelente movimentação nas infiltrações e contragolpes, e estavam também mais fortes nos rebotes (20 x 10 no 1º tempo). Tudo isso resultou numa vantagem ainda maior no placar: 49 x 22 ao fim do 1º tempo.
 
Com o jogo praticamente resolvido no intervalo, coube ao Canadá apenas manter um bom desempenho. Pisaram no freio em relação aos primeiros períodos, mas administraram a vantagem com um aproveitamento de arremessos ainda alto, e um número ainda maior de rebotes.
 
Ainda assim, o técnico Martoni Sampaio ficou feliz com a evolução ofensiva da equipe. Diante de um adversário de alto nível, o 2º melhor do grupo B, o Brasil fez sua maior pontuação nesta fase de grupos, na qual ainda não tinha chegado na casa dos 40 pontos.
 
"A equipe melhorou a cada jogo. Não vamos conseguir criar uma cultura diferente de jogo de um dia para o outro, tem que ser um pouquinho de cada vez, e gradativamente elas estão incorporando o estilo que a gente quer, as formações se encaixam, a organização melhora. O jogo hoje mostra uma fluidez melhor no ataque, não paramos mais na defesa como contra a Inglaterra. Hoje tivemos paciência", ponderou.
 
O destaque do Brasil na partida foi Vileide Almeida, com 12 pontos e 8 rebotes. "Sabemos do potencial dessas equipes, e sabíamos que não seria fácil, mas alcançamos o objetivo. Temos sim chances de ter bons resultados, agora é cabeça erguida e ir para mais uma batalha", afirmou a ala-pivô.
 
Como venceu nesta manhã, o Canadá fugiu do duelo mais difícil e vai enfrentar a Holanda nas quartas de final. O Brasil, por sua vez, terá os Estados Unidos, algo com o qual Martoni já se preparou mentalmente após a derrota desta segunda. "É o gigante. Temos consciência da capacidade, sem se subjugar. Vamos pra cima com coragem e atitude", afirmou o técnico da Seleção.
 
Assim como nos outros jogos, o Brasil fez a alegria da torcida com belas jogadas individuais e boas assistências em alguns contra-ataques. O público não manteve o nível de lotação do último fim de semana, mas compensou com forte vibração a cada cesta, sem se importar com a grande desvantagem no placar. Empolgação de destaque foi das crianças de ensino fundamental, que até brincaram na quadra no intervalo.
 
Rodrigo Vasconcelos - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Uberlândia em festa: Rodrigo Parreira conquista a segunda medalha paralímpica

Francisco Medeiros/brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/brasil2016.gov.br
Goiano de nascimento, mineiro de coração. Na identidade, está lá: Rio Verde (GO), mas Rodrigo Parreira, 22 anos, está ansioso para chegar a Uberlândia (MG) e dividir com a cidade a alegria de sua segunda medalha paralímpica. Rodrigo, que havia ficado com o bronze nos 100m T36 (paralisados cerebrais) no último sábado, conquistou a prata no salto em distância na manhã desta segunda-feira (12.09), no Engenhão.
 
“Eu tenho que agradecer muito a Deus e a minha família. Eles estão lá em Uberlândia quase morrendo do coração. Eu não tenho nem ideia de como vou celebrar, estou bastante emocionado. A minha cidade ainda não tinha medalhista paralímpico e agora eu estou levando duas medalhas, uma de bronze e uma de prata. Quem sabe em Tóquio eu não possa conquistar o ouro? Vou trabalhar por isso”, avisou.
 
A prata veio com recorde paralímpico. O atleta australiano foi o primeiro a quebrar a marca da competição: já na tentativa inicial, Brayden Davidson atingiu 5.62m, pulverizando os 5.23m obtidos pelo ucraniano Roman Pavlyk em Londres 2012, enquanto o brasileiro queimou o salto. Na segunda tentativa, Rodrigo igualou a marca de 5.62m de Davidson, aumentando a emoção da prova.
 
Desempataria a disputa quem fizesse um segundo melhor salto, e Rodrigo foi para a liderança da prova ao atingir 5.55m na terceira tentativa. O ouro ficou pouco tempo no peito do brasileiro: na quarta tentativa, o australiano saltou 5.57m e voltou à ponta. Os dois não melhoraram as marcas e o ouro foi para Brayden e a prata, para Rodrigo. O ucraniano Pavlyk, então campeão paralímpico, ficou com o bronze por um centímetro (5.61m), e por pouco não embolou ainda mais a disputa pelo primeiro lugar.
 
“Foi acirrado até o fim. Eu vim aqui para fazer o melhor. Bati o recorde paralímpico, fiquei com a prata e estou feliz demais. Eu poderia até ficar em último, batendo minha melhor marca no ano, eu já estaria feliz”, contou.
 
Francisco Medeiros/brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/brasil2016.gov.br
 
“Bem na foto”, Bordignon chega ao segundo pódio
Fábio Bordignon pode dizer que saiu bem na foto ao conquistar sua segunda medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a prata nos 200m classe T35 (paralisados cerebrais). No sábado, ele já havia levado a prata nos 100m. Vaidoso, o velocista segue um ritual de beleza antes de competir e deu um tapa no visual ao ser apresentado para a torcida e as câmeras antes da prova.
 
“É uma marca minha. As pessoas costumam dizer que sou muito vaidoso, com barba, cabelo, dente. Eu sou, sim. Sou fã do Cristiano Rolando e tenho que pegar as características dele. Sempre tem que estar bonito, até porque tem imagem, tem vídeo. Não só fazer bela corrida, mas também estar bonito na chegada e no pódio para a foto. Quando eu olho para a minha imagem na TV me dá vontade até de me namorar”, brincou.
 
Fábio confessou que acorda mais cedo para se arrumar. “Tem creme, hidratante, perfume, faço sobrancelha, luzes no cabelo, tem tudo. Cuido da pele colocando protetor solar, com fator 60. Tem que ter bastante cuidado com a pele, com a beleza”, contou o atleta de 24 anos, que tem sete tatuagens no corpo, incluindo um gladiador, um leão, o símbolo do Vasco, seu time de futebol, e o nome do filho, Adryan Gabriel, que estava nas arquibancadas ao lado da esposa de Fábio, Alice.
 
“Quando eu entrei no bloco, escutei a torcida gritar meu nome, e o juiz pediu silêncio. Por um momento eu pensei: ‘Estou num caldeirão’. A perna começou a tremer, mas graças a Deus o juiz mandou sair do bloco e a tremedeira passou”, contou o medalhista. “Estou muito feliz, minha primeira Paralimpíada pelo atletismo. Se Deus quiser, ainda tenho uma bela carreira pela frente. Não tem palavras que definam esse momento com duas medalhas. É de prata, mas tem gostinho de ouro”, completou o ex-jogador de futebol de sete.
 
Além da medalha, Fábio ganhou um boneco de pelúcia do mascote dos Jogos Paralímpicos, Tom, com os cabelos prateados, da cor da medalha conquistada. Ao ser perguntado sobre quem tinha mais estilo, Fábio não teve dúvidas. “Meu cabelo é mais estiloso. Vou dar uma arrumada no cabelo dele quando chegar em casa, deixar ele igual a mim, e vou botar a medalha no pescoço dele para ele ficar bem bonito!”.
 
Outros resultados desta manhã
Na decisão do arremesso de peso masculino T42 (amputados),  Mauro Evaristo ficou em quarto, com a marca de 13.59m, recorde das Américas. O vencedor foi o britânico Aled Davies com 15.97m, novo recorde paralímpico. Nos 200m T36 feminino, Taschita Cruz avançou para a final com o quinto melhor tempo (31s39).  Nos 100m T38 (paralisados cerebrais) masculino, Edson Pinheiro passou para a decisão com a quarta marca (11s32).
 
Nos 200m T11 (deficientes visuais), três brasileiras chegaram à semi: Terezinha Guilhermina fez o melhor tempo (25s07), Jhulia Carol obteve a oitava melhor marca entre as semifinalistas (26s59) e Jerusa Santos, a nona (26s60). “Estou aqui para fazer o que amo, para me divertir na minha casa, e ninguém vai me impedir”, disse Terezinha, que tem seis medalhas paralímpicas. As semifinais serão na noite desta segunda.
 
Nos 100m, ela foi desclassificada por, segundo os juízes, ter sido puxada pelo guia, o que incomodou bastante a atleta.  “Eu corro há 16 anos, sempre da mesma forma, corri agora como corri os 100m e não fui desclassificada. Nunca tinha sido desclassificada em prova alguma. Impossível meu guia me puxar. Será que vou ter que mudar meu jeito de correr? Contra quem estou correndo? É surreal.  Na prova, todas as atletas estavam com o guia na frente e eu fui a desclassificada. O guia da britânica que ganhou deu uma declaração dizendo que fica na frente mesmo, que não considera isso irregular. Mudaram as regras?”, questionou.
 
Carol Delmazo e Mateus Baeta - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

Brasil coloca sete atletas em seis finais no quinto dia da natação no Rio 2016

Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
Sete atletas, seis finais. A segunda-feira (12.09), quinto dia da natação nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, rendeu bons resultados para o Brasil e esperança de medalhas durante a sessão da tarde, marcada para 17h30, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Daniel Dias, Andre Brasil, Joana Neves, Clodoaldo Silva, Talison Glock, Ruiter Silva e Thomaz Matera serão os representantes do país na piscina.
 
Daniel Dias vai buscar a quinta medalha no Rio 2016. O nadador já conquistou um ouro, duas pratas e um bronze na competição e avançou com o melhor tempo para a final dos 50m S5: 33s55. Na mesma prova, Clodoaldo Silva se classificou com a oitava melhor marca (36s67).
 
Quem também teve um grande desempenho nesta manhã foi Joana Neves. A nadadora, campeã mundial dos 50m livre S5, confirmou seu favoritismo e conseguiu o melhor tempo das baterias eliminatórias, com 37s22. A chinesa Li Zhang veio logo atrás, com 37s37, enquanto a espanhola Teresa Perales foi a terceira mais rápida, com 37s87.
 
Em busca de sua primeira medalha nos Jogos Rio 2016, Andre Brasil foi o terceiro mais veloz nos 100m borboleta S10. O brasileiro viu seu recorde mundial (55s99) ser batido pelo ucraniano Denys Dubrov (55s29) nas eliminatórias, mas se classificou para a decisão com 58s27.
 
Outro que avançou com a terceira melhor marca foi Talison Glock, nos 200m medley SM6. Ele completou a prova em 2m44s94, atrás do colombiano Nelson Corzon (2m42s25) e do chinês Hong Yang, de apenas 16 anos (2m43s19). Já Thomaz Matera foi o oitavo melhor nos 400m livre S13, com 4m19s85. Por fim, Ruiter Silva foi o quinto melhor nos 100m livre S9, com 57s39.
 
Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
 
Joaninha confirma favoritismo
Na prova dos 50m livre feminino – S5, Joana Neves se classificou em primeiro lugar para a final com o tempo de 37s22. Em sua segunda Paralimpíada (em Londres 2012 ela conseguiu o bronze na mesma prova), a nadadora, portadora de acondroplasia (nanismo desproporcional causado por mutações genéticas), está satisfeita com o tempo da série eliminatória. “Todos os sacrifícios que venho fazendo estão valendo a pena. Agora é encarar a realidade e nadar ainda mais forte à tarde”, diz Joaninha.
 
“Ter conseguido o melhor tempo me proporciona uma confiança a mais para competir na final, pois muitos atletas querem a melhor marca, mas são poucos os que conseguem. De qualquer maneira, cada atleta tem a sua responsabilidade e todos vão querer vencer”, completou Joana Neves, que nadou na raia 4, mas prefere a raia 5. “Nadar na raia 4 é um sonho qualquer atleta, se bem que prefiro a 5 porque na 4 muita gente fica te olhando e eu gosto de ficar mais escondidinha”, sorri a nadadora paralímpica, atual campeã mundial dos 50m livre.
 
Andre descarta pressão 
O experiente Andre Brasil foi classificado em terceiro lugar para a final dos 100m borboleta S10 com o tempo de 58s27. Apesar do bom desempenho, o brasileiro, até então detentor da melhor marca mundial (55s99), teve o recorde quebrado por dois ucranianos: Maksym Krypak, que conseguiu a segunda colocação para a final ao nadar em 55s54, e Denys Dubrov, primeiro finalista, com 55s29.
 
“Acho que foi uma boa eliminatória. Eu saí bastante satisfeito com o tempo que consegui realizar de forma bastante consciente e até um tanto confortável. Como sou um dos mais velhos da classe, tornei a minha série um pouco mais lenta, mas controlando o tempo. Na sequência tivemos uma série mais forte em que os ucranianos quebraram minha marca mundial, mas agora vou ali para o descanso, escutar uma música no meu quarto e relaxar porque à tarde temos uma pauleira. E, estando na final, todo mundo tem chance”, diz o nadador veterano.  
 
Sobre a pressão de subir ao pódio, Andre Brasil se mantém tranquilo. “Eu vou tirar o fardo da medalha porque todos têm chance de conquistar a final. O mais importante é que estou bem e preparado. Se for meu dia estarei sorridente no pódio e se não for, podem ter certeza de que dei o meu máximo”.
 
Mesmo com uma bagagem de 10 medalhas conquistadas em Paralimpíadas (quatro de ouro e uma de prata em Pequim 2008 e três de ouro e duas de prata em Londres 2012), o nadador brasileiro considera que competir em casa é um momento único na carreira.
 
“É uma energia maravilhosa e é a primeira vez que posso me apresentar diante de tanta gente. Acho que é nesse momento que a gente começa a entender o Brasil de uma forma consciente para aquilo que é o esporte. Esporte é família, esporte é escola, é saúde, é uma oportunidade de transformação”, avaliou o nadador ao sair da piscina, destacando, ainda, a presença dos pais, Tânia e Carlos.
 
“Geralmente eu nunca sei onde eles estão, mas, como o famoso mágico Mister M, eles sempre dão um jeito de aparecer na hora certa onde estou saindo. E a minha maneira de agradecer é retribuir com um coraçãozinho a quem me deu a vida e a oportunidade de iniciar do esporte”, finaliza Andre Brasil.
 
Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
 
Clodoaldo, o colecionador de emoções
Dono de 14 medalhas paralímpicas e uma das lendas da natação brasileira, Clodoaldo Silva já faturou uma prata no Rio 2016, no revezamento 4x50m livre, e vai disputar mais uma final nesta segunda. O atleta admitiu que não gostou de seu desempenho na eliminatória, mas comemorou o fato de ter se classificado entre os oito melhores.
 
“Eu poderia nadar melhor. O nado não encaixou, acontece. Espero que a noite possa melhorar meu tempo. Agora dá para descansar, ver onde errei e onde posso melhorar para, com o estádio lotado na final, me superar”, projetou Clodoaldo.
O brasileiro vem colecionando emoções nos Jogos Paralímpicos. Depois de acender a pira no Maracanã durante a Cerimônia de Abertura e de conquistar sua 14ª medalha na piscina, o veterano nadador tem aproveitado cada segundo da experiência.
 
“Ainda bem que faço natação e toda vez fico molhado. Se não é aqui na piscina é lá na pira, caindo um temporal. É tanta água que não sabem dizer se estou chorando ou não. É uma vibração impressionante e isso me emociona. Quando comecei lá em Natal, em 1996, não esperava que o esporte paralímpico pudesse ter esse reconhecimento”, comentou.
 
Depois da final nesta segunda-feira, Clodoaldo terá mais uma prova para se despedir do Rio 2016: os 100m livre S5. Questionado sobre como ele se sentiria se a despedida das piscinas fosse hoje, o brasileiro não escondeu a felicidade que tem sido participar dos Jogos no país.
 
“Sairia muito mais que feliz e realizado. Não imaginava acender a pira, que ia ter arquibancada lotada, que teria que dar uma volta olímpica no estádio para saudar todo mundo”, citou. “Estou tentando responder mensagens até hoje e não estou conseguindo”, brincou o nadador, que cai na piscina às 20h28 desta segunda, ao lado de Daniel Dias.
 
Vagner Vargas e Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Daniel Dias conquista a prata nos 100m peito e mantém viva as chances de se tornar o maior medalhista paralímpico da história

O maior medalhista paralímpico brasileiro continua aumentando sua coleção. Daniel Dias chegou ao seu 19º pódio, o quarto nos Jogos Rio 2016, com a prata nos 100 metros peito, classe SB4, disputada na noite de domingo (11.09), no Estádio Aquático do Parque da Barra. Ele ficou atrás apenas do chinês Junsheng Li, em uma das provas mais disputadas da noite. Daniel completou a prova com o tempo de 1m36s13, diferença de 17 centésimos para o campeão. O bronze ficou com o colombiano Moises Fuentes Garcia (1m37s40).
 
Daniel Dias, que agora tem 19 conquistas, e ainda tem mais cinco provas na Paralimpíada. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Daniel Dias, que agora tem 19 conquistas, e ainda tem mais cinco provas na Paralimpíada. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
“Eu concretizei meu objetivo inicial de não deixar que o colombiano, o grego e o espanhol concluíssem a primeira volta na frente, mas quando virei, eu vi que o chinês tinha me passado. Eu tentei buscá-lo. A cada respiração eu escutava a torcida gritando e, no final, eu escutava cada vez mais forte. Aí pensei: ‘Eu acho que eu estou chegando’, mas quando eu bati acabou vindo a prata. Não importa, estou extramente feliz, satisfeito com o que eu fiz. Eu dei o meu melhor e ele mereceu. O esporte é isso”, analisou o nadador brasileiro.
 
Daniel não conseguiu largar bem e virou os primeiros 50m na quarta posição. Na volta final, ele deu início a uma reação espetacular, deixando de pé o público presente no Estádio Aquático. “Foi uma estratégia. Meu fim de prova é muito bom, minha volta é muito boa. Quando virei, escutei o grito da torcida, senti que já tinha passado alguns. Eu sairia daqui com uma medalha, nem que tivesse de carregar três pianos".
 
Daniel não largou bem na prova, mas após a virada da piscina consegui melhorar sua performance. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Daniel não largou bem na prova, mas após a virada da piscina consegui melhorar sua performance. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
Desconhecido pela maioria dos atletas que disputavam a prova, o chinês Junsheng Li, de apenas 16 anos, ressaltou as dificuldades que oponentes do nível do brasileiro lhe impuseram para chegar ao ouro. “A prova foi muito difícil. Eu estava um pouco preocupado porque a chegada foi lado a lado. Mas estou muito feliz por ter ganhado esta medalha. Eu bati concorrentes muito fortes, como Daniel Dias".
 
Brasileiro consegui a prata, com apenas 17s de diferença para o chinês Junsheng Li. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Brasileiro consegui a prata, com apenas 17s de diferença para o chinês Junsheng Li. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
Ovacionado pela torcida do inicio ao fim da prova, Daniel Dias, que é o recordista mundial e paralímpico dos 100 metros peito, agradeceu o apoio do público. “Eu estava concentrado e aí eu comecei a escutar: ‘Daniel, Daniel’. Não tem como não ficar mexido? Eu acompanhei o ritmo balançando minha cabeça, curtindo aquele momento. Pensei: ‘Poxa, eu vou fazer isso por mim e por todos eles’. Eu não tenho dúvidas que todo mundo ficou satisfeito. Foi uma emoção muito grande. Quando eu sai da piscina todos me aplaudiram. Eu até me empolguei e joguei minha touca nem sei para quem”, brincou.
 
A conquista de Daniel mantém viva sua chance de se tornar o maior medalhista da história dos Jogos Paralímpicos. Atualmente, o feito pertence ao nadador australiano Matthew Cowdrey, dono de 23 pódios. O brasileiro, que agora tem 19 conquistas, ainda deve competir em mais cinco provas nos Jogos Rio 2016.
 
Outros resultados
 
Na final dos 100m livre feminino, classe S8, a brasileira Cecilia de Araújo terminou em sexto lugar. Já nos 100m borboleta, classe SB5, os atletas Roberto Rodriguez e Adriano de Lima chegaram em quinto e oitavo lugares, respectivamente. Na prova dos 100m peito SB13, para deficientes visuais, Guilherme Silva alcançou a quinta colocação. Felipe Vila Real ficou em oitavo lugar na disputa dos 200m livre, classe S14, para pessoas com deficiência intelectual.
 
João Paulo Machado - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Felipe Gomes e Teresinha de Jesus garantem mais duas medalhas no atletismo

A noite do domingo (11.09) foi especial para dois velocistas brasileiros. Um, com 30 anos, já é experiente. A outra, aos 35, “uma veterana estreante”. Eles garantiram para o país uma prata e um bronze no Estádio Olímpico, o Engenhão. Na terceira Paralimpíada, Felipe Gomes cruzou a linha de chegada em segundo lugar nos 100m rasos T11 (deficientes visuais). Em sua primeira edição dos Jogos, Teresinha de Jesus não acreditou quando olhou para o telão após a prova. Sentiu as pernas tremerem ao ver o seu nome na terceira colocação nos 100m rasos T47 (amputados).
 
Teresinha conquista bronze nos 100m T47 e Felipe Gomes leva prata nos 100m T11. (Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)Teresinha conquista bronze nos 100m T47 e Felipe Gomes leva prata nos 100m T11. (Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)
 
“Eu entrei na modalidade aos 32 anos. A minha trajetória é repleta de garra e dedicação. Cheguei no regional, passei pelo Brasileiro, Mundial, Parapan e hoje, depois de todos os resultados, estou aqui com 35 anos na minha primeira Paralimpíada, correndo contra meninas bem mais novas. É Isso que me mantém forte para continuar o trabalho. Não tenho dúvidas de que o esporte me escolheu”, disse Teresinha.
 
Ela tinha oito anos quando um acidente mudou a sua vida. Teresinha brincava com as primas no interior do Maranhão, pulou uma cerca, o pé escorregou e ela caiu no chão com o braço para trás. O resultado foi uma fratura exposta. Três dias depois de um procedimento médico errado,  teve que amputar o braço esquerdo.
 
Foi apresentada ao esporte adaptado em 2011, em Londrina, no Paraná. Antes, tinha sido babá, trabalhou em restaurante, papelaria, entregou marmita e foi vendedora. Hoje, vive exclusivamente para o esporte. “Eu recebo a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. É o que me garante dedicar todos os dias e treinar de segunda a sábado. Isso é muito importante para nós, atletas”, afirmou.
 
A prova dos 100m rasos T47 feminino foi vencida pela norte-americana Deja Young, com 12s15. O segundo lugar ficou com a polonesa Alicja Fiodorow, com 12s46. Teresinha fechou a prova em 12s84. Sheila Finder era a outra brasileira na prova. Ela terminou na sexta colocação (13s27).
 
Felipe Gomes melhora desempenho de Londres 2012 e leva prata nos 100m T11.(Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)Felipe Gomes melhora desempenho de Londres 2012 e leva prata nos 100m T11.(Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)
 
Evolução
 
Felipe Gomes entrou na pista do Engenhão com um objetivo: melhorar a marca da última Paralímpíada, quando terminou em terceiro lugar nos 100m T11. Depois de 11s08, o brasileiro cruzou a linha de chegada em segundo e alcançou a meta traçada. A prova foi vencida pelo americano David Brown, com o tempo de 10s99 (novo recorde paralímpico). Ananias Shikongo, da Namíbia, completou o pódio com 11s11.
 
“Os 100m são muito rápidos. Tem que estar atento a todos os comandos do guia e buscar a linha de chegada o mais rápido possível. Foi isso que eu tentei fazer. Estou feliz. É a minha terceira oportunidade de competir em Paralimpíadas e já na primeira prova aqui no Rio conquistei uma prata. Começamos bem”, analisou.
 
A prata deste domingo é o terceiro pódio do atleta em Jogos Paralímpicos. Na última edição, em Londres, ele voltou também com o ouro nos 200m T11. Felipe vai entrar na pista mais três vezes. O atleta vai encarar as provas de revezamento 4x100m (T11-T13) , 200m e 400m.
 
Melhor que o Olímpico
 
Nos 1.500m T13 (deficientes visuais), o brasileiro Júlio César Agripino dos Santos, que estreou em Jogos Paralímpicos, liderava a prova até que um dos adversários o empurrou. O atleta de Itapecerica da Serra, interior paulista, saiu da pista e perdeu segundos preciosos. Ele cruzou a linha de chegada em 12º (4m00s61).
 
 Júlio César Agripino dos Santos foi empurrado por um adversário. (Foto:Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br) Júlio César Agripino dos Santos foi empurrado por um adversário. (Foto:Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
“A mão de um atleta foi nas minhas costas e acabei perdendo o equilíbrio. Mas estou muito feliz, é minha primeira Paralimpíada, dentro do meu país, com essa torcida maravilhosa. Quando entrei, senti a torcida me empurrando, empurrando o meu parceiro, com uma energia positiva. Com a queda, eles começaram a gritar para me levantar, não tem nada que pague isso”, conta. Yeltsin Jacques, outro brasileiro na prova, terminou em 11º (3m58s92).
 
O vencedor da prova foi o argelino Abdellatif Baka, com 3m48s29. Se não bastasse ser o recorde mundial da prova, a marca ainda lhe daria o ouro se ele estivesse na disputa olímpica do Rio 2016 nos 1.500m. O vencedor naquela ocasião foi o norte-americano Matthew Centrowitz, com 3m50s00.
 
Fonteles fora dos 200m
 
Atual campeão paralímpico dos 200m T44 (amputados), prova que lhe deu projeção mundial, AlanFonteles correu a classificatória do Rio 2016 neste domingo, sentiu a coxa direita, fez o tempo de 22s63 e não avançou. “Estou sentindo muita dor, muita. Senti no aquecimento. Achei que fosse uma dor normal, e ali na entrada da reta eu senti muito a perna. Nunca me lesionei, nunca senti uma dor parecida, então espero que não seja grave e espero ajudar amanhã a equipe no revezamento”, disse, em referência ao 4x100m (T42-T47).
 
“Dois meses atrás, eu corri 21s86, a marca que fiz na semifinal de Londres 2012. Se você analisar, estou evoluindo. Agora, seria uma evolução bem maior, mas por conta dessa dor não consegui fazer melhor, tanto que fiz uma das piores marcas da minha vida. E fui prata nessa prova no Mundial de Doha (2015), com o tempo que eu fiz lá eu entrava facilmente”, completou.
 
Breno Barros, brasil2016.gov.br, com colaboração de Carol Delmazo
Ascom - Ministério do Esporte
 

Terezinha dos Santos alcança melhor marca da carreira e termina na quinta colocação

A brasileira Terezinha Santos alcançou a melhor marca da carreira na final do halterofilismo feminino dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, categoria até 67kg, no Pavilhão 2 do Riocentro. Neste domingo, a atleta terminou a prova na quinta colocação após levantar 93kg, dois quilos a mais que sua melhor marca até então.
 
Terezinha dos Santos terminou a disputada categoria até 67kg em quinto lugar. (Foto:Alaor Filho/CPB) Terezinha dos Santos terminou a disputada categoria até 67kg em quinto lugar. (Foto:Alaor Filho/CPB)
 
A medalha de ouro foi conquistada pela chinesa Yujiao Tan, após levantar 138,5kg e quebrar o recorde paralímpico e mundial, que já pertencia a ela. Medalhista de prata nos Jogos de Londres, Yujiao disse que a vitória no Rio é fruto de um amadurecimento pessoal. "Em 2012, eu tinha 22 anos e de lá para cá aprendi um monte de coisas diferentes, por isso o resultado foi melhor". O pódio ficou completo com a prata da atleta do Cazaquistão Raushan Koishibayeva, que levantou 113kg, e com o bronze da egípcia Amal Mahmoud, que ergueu 108kg.
 
A prova
 
Primeira a competir, Terezinha entrou no Pavilhão 2 sob muita festa da torcida. Concentrada para levantar 88kg, a potiguar, nascida na pequena cidade de Nova Cruz (RN) conseguiu se sair bem e completou o levantamento sem falha. "Não dá para explicar o que eu estava sentindo naquela hora. É uma adrenalina positiva. Ainda mais com esse apoio da torcida. A cada grito de incentivo eu ganhava mais força", disse Terezinha, após a competição.
 
Brasileira levantou 93kg.(Foto:Alaor Filho/CPB)Brasileira levantou 93kg.(Foto:Alaor Filho/CPB)
 
O clima favorável continuou ajudando. Na segunda tentativa, a brasileira aumentou o peso para 93kg e concluiu o movimento com a aprovação unânime dos juízes. Naquele momento, a atleta alcançava uma marca histórica na carreira e ainda podia sonhar com o pódio. Isso porque a chilena María Antonieta Ortiz, que estava na terceira posição, havia levantado 98kg, mesma carga escolhida por Terezinha para a terceira e última tentativa.
 
 
Mais uma vez apoiada pela torcida, a atleta potiguar concluiu o levantamento, mas a arbitragem considerou que ela realizou o movimento de forma ilegal e não validou a tentativa. "Eu fiz os 98kg, mas sabe como é, né? Algumas coisas eles deixam passar, outras não", reclamou a atleta, que disse não ter ficado chateada. "O importante é que para mim e para o meu técnico o movimento foi correto. E agora eu sei que posso mais", ressaltou.
 
Terezinha, que tem atrofia nas pernas em função de uma poliomielite contraída durante a infância, descobriu o halterofilismo aos 25 anos a convite de um treinador que conheceu em um torneio de natação. Pioneira da modalidade no Brasil, a atleta completou no Rio sua quinta participação em paralimpíadas. A primeira disputada por ela foi em Sydney, 2000.
 
Hoje, aos 45 anos e após conquistar a melhor marca da carreira, Terezinha diz que pretende ir a Tóquio, em 2020. "Tem adversárias minhas que têm 50 anos e ainda estão no topo. Então, acho que estarei me sentindo melhor daqui a quatro anos", concluiu.
 
João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom - MInistério do Esporte

Duplas brasileiras chegam às finais na bocha nas classes BC4 e BC3

Mais uma vez o Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, contou com a intensa presença de torcedores no domingo para participar dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. A fatia do bolo de espectadores que optou por acompanhar a bocha, esporte ainda pouco divulgado no Brasil, não se decepcionou. Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos (Marcelo, irmão de Eliseu, é o reserva) fizeram uma bela partida pela classe BC4 contra a Grã-Bretanha, vencendo por 4 x 2, e se classificaram para a disputa do ouro contra a Eslováquia, nesta segunda-feira (12.09), a partir das 14h, na Arena Carioca 2.
 
Dirceu e Eliseu em ação: dupla busca mais um ouro paralímpico. (Foto:Francisco Medeiros/brasil2016.gov.br)Dirceu e Eliseu em ação: dupla busca mais um ouro paralímpico. (Foto:Francisco Medeiros/brasil2016.gov.br)
 
Alegria do público, que torceu do início ao fim, e orgulho dos atletas. "Quero agradecer toda a torcida que deu um show com a gente agora nessa semifinal e dizer que contamos com a mesma energia na final de amanhã", disse o bicampeão paralímpico Dirceu Pinto, logo que deixou a quadra ainda sob aplausos.
 
Dirceu é natural de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo. Acometido por distrofia muscular de cinturas, uma doença degenerativa muscular e progressiva, o atleta começou a jogar bocha em 2002, quando descobriu a extensão do problema de saúde e iniciou o processo de adaptação à vida de cadeirante. "Dos 19 aos 22 eu passei dentro de casa. Já estava em depressão e não queria sair por causa da minha doença. Eu não fazia mais nada. Quando conheci a bocha, minha vida foi transformada", relata o cadeirante.
 
"Eu sempre tive o sonho de representar o Brasil em uma Olimpíada. Fiz natação dos 14 aos 19 anos, naquela época do Xuxa e do Gustavo Borges, mas não foi possível conquistar nada porque meu corpo foi ficando fraco, eu não tinha forças por causa da doença. Foi através da bocha adaptada que pude realizar esse sonho", completa. Amanhã ele vai brigar pelo quinto ouro em Jogos Paralímpicos (foi campeão individual e por equipes em Pequim 2008 e Londres 2012).
 
Velho parceiro de Dirceu Pinto, Eliseu dos Santos conquistou os dois ouros paralímpicos em duplas. Além disso, tem outras duas medalhas de bronze na categoria individual nas mesmas edições (Pequim 2008 e Londres 2012) e outras tantas vitórias na bagagem.
 
Eliseu dos Santos conquistou os dois ouros paralímpicos em duplas. (Foto:Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)Eliseu dos Santos conquistou os dois ouros paralímpicos em duplas. (Foto:Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)
 
Mas uma das maiores alegrias de Eliseu agora é poder contar com a companhia do irmão, Marcelo, nessa busca pelo ouro no Rio 2016. "Agora ele está aqui para nos ajudar a levar essa medalha e para isso fizemos uma excelente preparação". O irmão estreante está otimista: "Nós sabemos que todos os times vieram para vencer, mas estamos confiantes no nosso potencial e queremos demais isso", diz Marcelo dos Santos.
 
Sobre a seleção oponente da final, Eliseu afirma que vai ser um jogo difícil, mas tem fé de que o lugar mais alto do pódio será dos donos da casa. "A gente se preparou bem para vencer qualquer que fosse o adversário. Estamos cientes disso. A Eslováquia joga bem, mas amanhã nós vamos fazer nosso melhor jogo e vamos arrebentar, se Deus quiser".
 
Ídolo do oponente
 
De acordo com o atleta mais experiente da seleção de bocha, a missão não acabou. "Nós ainda não chegamos onde queremos, a meta é subir no lugar mais alto do pódio e cantar o hino nacional para emocionar todos os brasileiros e levar a bandeira da bocha a todas as pessoas que acham que não podem praticar esporte por ter algum tipo de deficiência. Todos podem praticar a bocha", afirmou Dirceu.
 
O discurso de Dirceu, a história de luta e a larga bagagem fizeram com que ele se tornasse referência até mesmo para os adversários. O jogador eslovaco Samuel Andrejcik, que vai enfrentar a seleção brasileira na decisão, tem o multimedalhista como ídolo. "O Samuel é um atleta especial. Ele é um dos nossos melhores amigos, junto com o Stephen Mcguire da Inglaterra, que fez essa semifinal com a gente. Nós já fizemos intercâmbios e o Samuel sempre vem nos cumprimentar, mesmo a gente não entendendo quase nada, mas sempre conseguimos nos comunicar de alguma maneira", ri Dirceu.
 
Classe BC3 também está na final em duplas
 
A outra final brasileira por duplas será disputada pela classe BC3 com Antonio Leme e Evelyn de Oliveira (Evani da Silva é a reserva da dupla). Eles conquistaram a vaga ao bater a seleção de Singapura por 6 x 2 e enfrentarão a Coreia do Sul na final, às 17h30 desta segunda-feira (12.09), na Arena Carioca 2 do Parque Olímpico.
 
Ao final do jogo, o calheiro Fernando Leme, que auxilia o irmão Antonio, falou emocionado: "É a nossa primeira Paralimpíada, ainda não consigo descrever. Quando vi que já estávamos no pódio, mesmo antes de disputar a final, não consegui me conter e já fui às lágrimas".
 
Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - MInistério do Esporte

A vitória incontestável de Rodolpho Riskalla no hipismo

Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPBMarco Antonio Teixeira/MPIX/CPB
Pare e pense: onde você estava no dia 19 de agosto de 2015? Se nada de extraordinário aconteceu em sua vida é provável que você não saiba a resposta. Esse, entretanto, não é o caso do paulista Rodolpho Riskalla. E mesmo que ele não tivesse ciência àquela altura, a data ficará para sempre marcada em sua história como o momento em que seu destino e os Jogos Paralímpicos Rio 2016 começaram a se cruzar.
 
As semanas antes daquele 19 de agosto foram difíceis para Rodolpho. Morando na França há quatro anos e meio, ele recebeu à distância a notícia da morte do pai. O luto que ele experimentou estava prestes a se misturar com uma guinada sem precedentes na vida do cavaleiro que, até aquele momento, ainda sonhava em conquistar uma vaga para os Jogos Olímpicos do Rio.
 
“Ano passado eu fiz uma tentativa para o Pan de Torontoe não deu certo porque me ficou faltando uma prova”, lembra Rodolpho, 31 anos. “E esse mesmo cavalo eu ia colocá-lo no Grande Prêmio para tentar uma vaga olímpica para o Rio. Nessa mesma época meu pai faleceu, no fim de julho, e eu tive que voltar para o Brasil. Não cheguei a vê-lo. Não tive contato. Quando cheguei ele já estava sepultado. Então fiquei doente. Peguei uma meningite bacteriana”, conta Rodolpho, que narrou em detalhes os momentos que experimentou naquele 19 de agosto.
 
“Eu estava em casa e comecei a passar mal. Achei que era uma gripe, uma bobagem. Comecei a ter uma dor de cabeça e a vomitar e pensei: ‘Comi alguma coisa estragada’. Só que comecei a ter 40 graus de febre. E não baixava. Minha mãe me pegou, de manhã, e disse: ‘A gente vai para o hospital agora!’. Eu estava todo endurecido, na nuca, nas pernas. Eles diagnosticaram logo que era meningite. Fizeram uma punção nas costas e foi tudo meio rápido. Eles falaram: ‘A sua sorte foi que a sua mãe o trouxe logo. Duas horas a mais e você iria morrer em casa’”, relembra.
 
“Depois ficava aquela coisa (no hospital), a cada quatro horas eles diziam: ‘Ele sobreviveu mais quatro horas... Ele sobreviveu mais quatro horas...’ Assim foi indo”, continua o cavaleiro, que entrou em coma naquele dia e, ao acordar, voltaria para a França para viver um novo pesadelo, ainda mais terrível, já que a doença custou a Rodolpho amputações nas duas pernas, na altura dos joelhos, na mão direita e nos dedos da mão esquerda.
 
A pergunta que abre esse texto pode ter representado um exercício de memória que de fato é impossível para a maioria das pessoas. Mas a questão que segue exige apenas reflexão: E se fosse você na pele de Rodolpho? O que você faria quando acordasse após as cirurgias e se deparasse com tal realidade?
 
A maneira como o paulista lidou com a tragédia e hoje fala sobre o problema, com leveza e simplicidade após participar, neste domingo (11.9), da prova por equipes de adestramento, no Centro Olímpico de Hipismo, em Deodoro, é tocante.
 
“Meus seguros são todos franceses. Então eles me mandaram de volta para Paris e foi lá que eu fiz as operações. Fiz as amputações em outubro e em novembro comecei a fazer a recuperação com meus amigos. Isso tudo foi me dando essa vontade de querer logo voltar para isso aqui (para o esporte). Eu falei: ‘Se eu podia tentar uma vaga olímpica, por que não posso tentar uma paralímpica?’ Foi aí que tudo começou”.
 
Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPBMarco Antonio Teixeira/MPIX/CPBCavalo emprestado
Ainda no hospital, Rodolpho passou a projetar sua nova vida esportiva e tratou de trabalhar para conseguir chegar ao objetivo de defender o Brasil nas Paralimpíadas do Rio.
 
“Eu entrei no hospital de reaparelhagem, que ainda é um hospital onde eles cuidam de você, porque eu tinha bastante marca da doença e eles tinham que cuidar de mim. Eu comecei a andar no comecinho de março com as próteses e na segunda semana de abril já tinha uma classificatória. Eu ainda estava no hospital. Eu tenho uma super amiga na França que me emprestou o cavalo, entrou comigo nesse projeto, e falei para o médico: ‘Olha, você querendo ou não eu vou para a prova’. Ele disse: ‘Tudo bem’. Acho que ele percebeu que não iria ter muito controle mesmo e aí me liberaram”, narra.
 
“As minhas classificatórias foram em Doville (na França) e Waregem, na Bélgica, e eu ainda estava morando no hospital, na realidade. Aí eu fazia meio ida e volta. Eu saí do hospital no dia 30 de abril. Eu tinha que ter pelo menos três resultados. Depois eu fui para Roosendaal, na Holanda, e para a Alemanha, no comecinho de junho”, continua Rodolpho, narrando a trajetória que garantiu sua classificação para o Rio 2016.
 
Tragédia e alegria
No início da tarde deste domingo, Rodolpho Riskalla de Grande realizou o sonho de competir nas Paralimpíadas. Usando próteses nas pernas, ele montou seu cavalo, chamado Warenne, e, ao som de “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor, galopou na arena do Centro Olímpico de Hipismo de Deodoro sob aplausos. Ao fim, sorrindo e disposto a conversar sem pressa com os jornalistas mesmo debaixo de sol forte, o cavaleiro falou sobre tudo o que viveu nos últimos dias no Rio.
 
“É o máximo estar aqui. Você competir com todos esses atletas e fazer parte desse super evento, que acontece a cada quatro anos, é uma emoção que não tem como descrever. É só entrar lá mesmo para saber”, disse.
 
“As instalações ficaram o máximo. Eu conheço isso aqui desde antes do Pan (em 2007). Já competi aqui. Os cavalos estão super bem. Eles viajaram super bem e tem tudo para eles: fisioterapeutas, massagens, veterinários, enfim, tudo. As cocheiras são ótimas”, elogia.
 
Sobre sua apresentação, Rodolpho, que terminou em 12º, com a nota de 66.737, se mostrou feliz com seu desempenho. “Em geral, gostei. Fui super estável, que é o que a gente procura aqui. Faltou um pouco de brilhantismo, para ser um pouco crítico, mas em geral eu gostei. Para uma estreia nos Jogos eu estou bem contente”, avalia.
 
Para o paulista, depois de tudo o que viveu para chegar às Paralimpíadas, a pontuação ou o resultado final é o que menos conta. Para ele, o fato de ter se disposto a conquistar a vaga, ter obtido sucesso e agora ter descoberto que uma nova vida esportiva se abriu foi fundamental para aceitar o revés que sofreu.
 
“Você ter sempre uma coisa vindo atrás da outra ajuda bastante a superar. No fim das contas, você aprende que ok, foi uma coisa horrível? Foi. Eu não posso falar que não. Isso muda a vida da gente. Mas eu não iria estar aqui (se não fosse a doença). Eu não iria estar passando por tudo isso (pela emoção dos Jogos). E quem sabe o que vem ainda depois? Para mim, na realidade, foi uma coisa ruim que no final foi benéfica. É difícil de explicar, mas é isso”, diz.
 
Redenção no hipismo
Para qualquer pessoa que atravesse uma turbulência tão séria quanto a experimentada por Rodolpho Riskalla, ter uma paixão que a motive a seguir adiante é, talvez, tão importante quanto a ciência que a permitiu continuar viva. No caso dele, essa paixão tem nome: hipismo.
 
“Eu sempre fui do hipismo. Tinha minha vida, meu emprego, mas sempre fui ligado aos cavalos. E quando você está doente, tudo o que pode te motivar para você sair daquele fundo do poço é bom. E o hipismo foi uma das coisas que realmente me motivou um monte para poder passar essa fase de hospital, a readaptação e a aceitação consigo mesmo. Com tudo isso, eu acho que isso aqui (competir nos Jogos Paralímpicos) foi bárbaro”.
 
A experiência na Vila e as lembranças da cerimônia de abertura dos Jogos ficarão para sempre guardadas em um lugar especial. “É super bacana. Estar vivendo isso aqui foi uma das coisas que eu quis muito, não só pelo fato de estar competindo agora, mas de estar na Vila e viver tudo isso. Lógico que você conhece, mas não sabe o dia a dia, o que é viver com uma amputação, com duas, ou com quatro, ou ver gente que tem outro tipo de problema, que está em uma cadeira de rodas... Poder vivenciar isso mais de dentro é importante”, diz o cavaleiro.
 
“Todo mundo se vira. Tem gente que tem o braço amputado em cima do cotovelo e eles vão lá e comem picolé. Isso é o máximo. Te dá um super estímulo. Para todo mundo que passa uma situação ruim, que tem um acidente ou que muda a vida e que está deprimido, o ideal é tentar passar para frente, porque a situação não vai mudar. Não adianta eu chorar pelo dedo perdido. Ele não vai crescer de novo. Então tem que ir atrás de coisas novas. A vida é assim”, prossegue, com incrível resignação.
 
Outra lembrança especial foi vivida no dia 7 de setembro, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. “Aquilo foi o máximo. Para mim a imagem que fica é quando você está naquele túnel para entrar no Maracanã e tem aquele mundo de gente aplaudindo. Tudo isso é a imagem que fica. Fora a festa, que foi o máximo. Você estar sendo o artista de todo esse palco é muito gostoso”.
 
Apoio, amigos e Tóquio 2020
Ter força interior para lidar com adversidades tão avassaladoras é fundamental. Mas às vezes “só” isso não basta. Ter os amigos certos e receber o apoio devido é outro pilar. Felizmente, o paulista hoje ele tem muita gente a quem agradecer. Funcionário da Christian Dior, ele diz que desde o início a empresa o amparou e o ajudou a realizar o sonho de competir no Rio.
 
As competições do hipismo prosseguem até a sexta-feira, quando Rodolpho espera ter conseguido a vaga para a final da competição de estilo livre. Caso isso não se concretize, ele já deixou claro que não irá se abater. 
 
“Eu tive a sorte de ter super amigos, a Christian Dior e todo mundo que me ajudou. Eu só posso dizer que é tudo isso benéfico de um modo geral, independentemente do resultado”, continua. “Todo o percurso que a gente fez para chegar aqui e ter essa experiência, ser conhecido, fazer um nome, é importante para ter essa visibilidade para chegar daqui a quatro anos (em Tóquio 2020) preparado, porque aqui foi realmente foi tudo corrido”, reconhece.
 
“O ideal mesmo é poder preparar a médio prazo para o Campeonato Mundial e a longo prazo para os Jogos Paralímpicos. Aqui eu tenho a minha chance (de conseguir um medalha), mas vai ser difícil. Daqui a quatro anos, mais bem preparado, vai ser bem bacana”, projeta o cavaleiro.
 
Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

No vôlei sentado feminino, Brasil vence a "engasgada" Ucrânia e avança às semifinais

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Empurrada por 7200 vozes que tomaram o Pavilhão 6 do Riocentro, a seleção brasileira feminina de vôlei sentado venceu, neste domingo (11.09), a Ucrânia por três sets a zero, parciais de 25/19, 25/20 e 25/14, em partida válida pela segunda rodada do torneio da modalidade nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Com o resultado, o Brasil chegou a dois pontos e, pelo saldo de sets, já garantiu a classificação para as semifinais da competição.
 
Foi a primeira vez que as brasileiras superaram as ucranianas, medalhistas de bronze em Londres 2012 e atuais campeãs europeias, sem perder nenhum set. Após o embate, as jogadoras brasileiras admitiram que a vitória sobre as europeias tem um sabor especial. "Tinha que desengasgar, né? Em outras competições a gente sempre empaca com elas. É a primeira vez que a gente ganha delas de três a zero. A gente está pisando em territórios novos para o vôlei sentado, nunca tínhamos chegado tão longe assim", disse a ponteira Nathalie Silva.
 
Melhor jogadora em quadra esta noite, com 17 pontos marcados, Janaína encampou o discurso da companheira de equipe. "A gente veio bem focada porque o time da Ucrânia já vem engasgando a gente tem tempo. Na China (na Copa Intercontinental) a gente perdeu uma de três a zero e ganhou a outra de três a um, então hoje a gente veio para fechar mesmo, porque não dava mais", apontou.
 
Destaque nas categorias de base do voleibol convencional, a mineira chegou a ser convocada para a seleção olímpica juvenil, mas teve a carreira abreviada após ser atropelada, aos 18 anos. Com a perda de força muscular na panturrilha e no quadríceps, a oposto viu no vôlei sentado a oportunidade de seguir em atividade. "Para mim foi muito difícil quando eu sofri o acidente e tive que parar de jogar, porque eu praticava vôlei desde muito jovem. Eu tinha voltado para Minas e em 2006 eles me chamaram para experimentar o vôlei sentado. Eu não tinha muita noção de como se jogava, mas depois que vi, eu gostei. Foi esse esporte que me deu a oportunidade de participar de minha segunda paralimpíada, então eu só tenho a agradecer", lembrou.
 
Garantida na semifinal e com o apoio da torcida, a equipe projeta estar entre as melhores do torneio. "Nosso objetivo é o pódio, seja qual for a medalha. É a nossa segunda paralimpíada, o time ainda é meio inexperiente em finais, mas a gente está atrás disso. Primeiro que a torcida é sem igual, né? E outra que o time vem se desenvolvendo bem, pegando mais experiência. A gente sabe que tem condição de brigar e isso é muito importante", assegurou Janaína.
 
Vice-campeã dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, a seleção feminina tenta no Rio de Janeiro uma medalha inédita para o voleibol sentado brasileiro em Paralimpíadas. O próximo compromisso das brasileiras na competição é nesta terça-feira (13.08), contra a Holanda, às 10h.
 
A modalidade
De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os jogadores de vôlei sentado são classificados em duas classes: elegíveis e mínima elegibilidade. Na primeira, estão aqueles com amputações e problemas locomotores mais acentuados. Na segunda, os atletas têm deficiências quase imperceptíveis, como problemas de articulação leves ou pequenas amputações nos membros. Cada equipe só pode contar com dois jogadores de mínima elegibilidade, e ambos não podem estar em quadra ao mesmo tempo.
 
Entre 2012 e 2015, o Ministério do Esporte investiu na modalidade por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo. Foram concedidas no período 293 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Paralímpica, num aporte da ordem de R$ 5,4 milhões.
 
Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Petrucio Ferreira: a transformação do choro e a consagração com ouro e recorde mundial

Enquanto escutava o hino nacional, as lágrimas corriam no rosto de Petrucio Ferreira. A boca tremia, a medalha de meio quilo pesava no pescoço de uma forma prazerosa. No topo do pódio dos 100m T47 (amputados), na manhã deste domingo (11.09), no Estádio Olímpico do Rio 2016, o Engenhão, ele recordou o choro no dia a dia dos treinos, quando pensava em desistir dos últimos tiros, e o técnico Pedro de Almeida o lembrava que o esforço final poderia fazer a diferença. E fez muita. O atleta de 19 anos, nascido em São José do Brejo do Cruz (PB), foi campeão com sobra. Terminou a prova em 10s57, melhorando em dez centésimos o recorde que ele mesmo havia batido no dia anterior (10s67).
 
Yohansson Nascimento (E) e Petrúcio Ferreira comemoram a dobradinha no pódio. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.brYohansson Nascimento (E) e Petrúcio Ferreira comemoram a dobradinha no pódio. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br
 
 “Passou um filme na minha cabeça, com tudo aquilo que eu vinha trabalhando, aqueles dias que chorei nos treinos, nos dias em que suei bastante, cheguei em casa e quase não conseguia tomar banho de tão cansado. A medalha é a minha recompensa. Subir no pódio, escutar o hino nacional ouvindo todo o estádio cantando junto é uma alegria que nem eu sei explicar”, contou.
 
A vitória com recorde mundial foi também uma redenção após a frustrante ausência no Mundial de Doha 2015, quando uma lesão no músculo posterior da coxa o tirou da competição “Esses 10 centésimos vêm de acordo com esses dois últimos anos em que venho trabalhando focado para chegar nestes Jogos. No ano passado, chorei bastante por estar no Catar e não poder participar do campeonato. Eu falei para o meu treinador que este ano seria o de dar a volta por cima”, disse.
 
Ouro e pódio ao lado do ídolo: prova inesquecível para Petrucio. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Ouro e pódio ao lado do ídolo: prova inesquecível para Petrucio. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
Dos campos para as pistas
 
O atletismo é parte da vida de Petrucio há dois anos e meio. Antes, como muitas crianças brasileiras, havia tentado o futebol. Mas a explosão nas arrancadas chamou a atenção de um professor de educação física. O caminho para as pistas envolvia a mudança para a capital João Pessoa, e uma segunda mãe o acolheu. A medalha veio exatamente no aniversário de dona Maria Da Natividade, o que deixou a conquista deste domingo ainda mais especial.
 
“Hoje também é o aniversário da mulher que me apoiou bastante, que me deu um lugar para morar em João Pessoa para poder treinar e dedicar mais ao esporte. Antes eu não tinha técnico. De uma hora para outra eu mudei do futebol para o atletismo e quando surgiu a oportunidade eu não tinha onde morar em João Pessoa. Ela me acolheu”, contou.
Ídolo, “repórter” e companheiro de pódio
 
Petrucio conheceu o esporte paralímpico ao ver uma reportagem na TV sobre Londres 2012. Ficou impressionado com as conquistas de Yohansson Nascimento (ouro nos 200m T46 e prata nos 400m da mesma classe). Alagoano de Maceió, Yohansson foi uma inspiração para Petrucio e, neste domingo, também companheiro de pódio: Yohansson ficou com o bronze com a marca de 10s79, mesmo tempo do polonês Michal Derus, que ficou com a prata após a análise do photofinish. 
 
Yohansson na função de repórter, entrevistando Petrúcio. (Foto: Breno Barros/brasil2016.gov.br)Yohansson na função de repórter, entrevistando Petrúcio. (Foto: Breno Barros/brasil2016.gov.br)
 
 “Estamos juntos sempre, onde ele passa um pouco da sua experiência antes das competições, no dia a dia de treino. Até na hora de entrar no bloco, sabendo que estou do lado do Yohansson, me sinto confiante. Porque se eu não consegui, ele vai conseguir a medalha”, explicou.   
 
Após a entrega das medalhas, os dois brasileiros foram conversar com os jornalistas na chamada zona mista. Vários
gravadores foram apontados para ambos, mas Yohansson não quis apenas responder perguntas. Assumiu a postura de repórter e entrevistou o jovem campeão. “Além da medalha que você vai levar para casa, o que você mais quer levar daqui do Rio para a cidade de São José do Brejo do Cruz, na Paraíba?”, perguntou o alagoano.
“Quero levar a minha alegria e o carinho da torcida brasileira. Com o público me deu um empurrão maior. Vou levar a alegria não só para a minha cidade, mas para a vida toda”, respondeu Petrucio.
 
A alegria da torcida é o combustível para ambos, que ainda vão correr os 400m e, juntos, vão disputar também o revezamento 4x100m T42-T47 ao lado de Alan Fonteles e Renato Nunes.
 
“Ainda quero ganhar a minha sexta medalha, que vai ser do lado do Petrucio no revezamento. Nós corremos amanhã, com a equipe fantástica que a gente tem.  Quero muito para dar mais uma alegria ao povo brasileiro”,  disse o atleta, que coleciona duas pratas, dois bronzes e um ouro e que vai em busca da sexta medalha em Jogos Paralímpicos.
“Cada medalha é uma história que a gente faz. Tenho um livro em branco e cada competição eu escrevo com as minhas medalhas. É extremamente difícil no esporte paralímpico você passar três ciclos entre os melhores do mundo. Você tem que se superar dia após dia”, afirmou.
 
Petrucio vai atrás da segunda, para encher ainda mais de orgulho a família em São José do Brejo do Cruz - onde um telão foi montado para que a cidade pudesse acompanhar as provas -  e todos os brasileiros. O menino do interior da Paraíba está voando tanto nas pistas que já vislumbra desafios mais ousados.
 
“Futuramente, espero ter resultados melhores e um dia chegar a correr com os velocistas olímpicos. Posso até imaginar correr o Troféu Brasil de Atletismo com os atletas olímpicos. Como só tem dois anos e meio no esporte e não cheguei ao topo,ainda estou na fase de lapidação”, afirmou.
 
Hoje adversários nos 100m, Petrucio e Yohansson vão correr juntos o revezamento 4x100m T42-47. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Hoje adversários nos 100m, Petrucio e Yohansson vão correr juntos o revezamento 4x100m T42-47. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
Mateus Evangelista fica em quarto
 
Na prova dos 100m T37 (paralisados cerebrais), o brasileiro Mateus Evangelista terminou na quarta colocação. Para o velocista de Porto Velho (RO), o pódio escapou no início da prova. “Se você não acerta no início, acaba prejudicando a prova completa. Depois, consegui reagir bem, mas não atingi a minha velocidade máxima”, analisou.
Na próxima terça-feira (13.09), Mateus encara a prova de salto em distância, sua especialidade. “Agora, é apagar esse prova e descansar, porque na terça vou disputar a minha principal prova. Estarei mais concentrado no salto para conseguir uma boa marca e buscar medalha”.
 
Mais finais
 
Fábio Bordignon - prata nos 100m T35 (paralisados cerebrais) - garantiu mais uma final para o Brasil. Nos 200m rasos T35, o brasileiro avançou com o tempo de 26s22, segunda melhor marca na classificatória. Nos 1500m T11 (deficientes visuais), Odair Santos - prata nos 5.000m na mesma classe - também foi para a final com o segundo melhor tempo (4m05s34).
 
Breno Barros e Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom -Ministério do Esporte
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