Ministério do Esporte Fique por dentro
Ir para conteúdo 1 Ir para menu 2 Ir para a busca 3 Ir para o rodapé 4 Página Inicial Mapa do Site Ouvidoria Acessibilidade MAPA DO SITE ALTO CONTRASTE ACESSIBILIDADE

|   Ouvidoria   |

Admiração mútua e emoção em dose dupla marcam o pódio de norte-americano e brasileiro na natação

Mais do que o espírito esportivo, o abraço entre o campeão dos 400m livre classe S11 e o terceiro lugar, no pódio do Estádio Aquático, no do sábado (10.09), simbolizou o companheirismo e a admiração mútua entre duas pessoas que dividem a mesma paixão, enfrentam as mesmas dificuldades e encaram a vida de maneira similar. Ao fim da cerimônia de premiação, o norte-americano Bradley Snyder, ouro na prova, fez questão de dizer a Matheus Rheine que parte da felicidade que estava sentindo era por presenciar a conquista do catarinense diante dos torcedores brasileiros.
 
Ouro nos 400m livre S11, Bradley Snyder ergue os braços do brasileiro Matheus Rheine, que foi bronze: companheirismo e respeito.(Foto:Washington Alves/MPIX/CPB)Ouro nos 400m livre S11, Bradley Snyder ergue os braços do brasileiro Matheus Rheine, que foi bronze: companheirismo e respeito.(Foto:Washington Alves/MPIX/CPB)
    
“Quando estamos na água, todos querem tocar a parede primeiro. Mas depois que acaba, somos todos caras cegos lidando com a vida e lutando contra os mesmos obstáculos. Somos amigos primeiro e depois adversários. Isso é ótimo. Eu sou grato por ter tido essa experiência junto com o Matheus, que conquistou uma medalha em frente à sua torcida, em seu país”, vibrou Snyder, que perdeu a visão totalmente ao ser vítima de uma mina durante uma missão com a marinha dos Estados Unidos no Afeganistão, em 2011.
 
Especialista em explosivos, Bradley tentava ajudar os companheiros – dois deles haviam sido vítimas de explosão - quando pisou em um dispositivo secundário e foi atingido. Por pouco não morreu. Na verdade, ele conta que ao sentir o calor na face, por um momento pensou que tinha chegado sua hora. Não sabia que, ali, começaria uma nova vida. A natação, que já praticava antes do acidente, ajudou na recuperação e, exatamente um ano depois, Brad subia ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Paralímpicos de Londres.
 
“Em Londres, só fazia um ano que eu estava cego. Tudo era novo. Agora estou cego há cinco anos e nesse tempo pude entender o mundo melhor. Em Londres tudo foi rápido. Aqui eu posso realmente aproveitar. Lembro que ao entrar na piscina hoje eu estava sorrindo e pensando ‘Nossa, isso é tão legal!’”, contou, explicando que, mesmo durante o pódio, tinha consciência de que o importante para a torcida era a presença de Matheus e não quem havia ganhado o ouro. “Isso te faz sentir humildade. Ninguém se importava que eu tinha ganhado o ouro. E eu fiquei orgulhoso pelo Matheus, porque ele é um cara incrível, um ser humano de espírito acolhedor. Acho que isso é que faz a Paralimpíada tão especial”.
 
Uma conversa com o próprio Matheus basta para notar que o respeito é recíproco e as palavras do norte-americano não são ditas da boca para fora. “Ele é um dos caras mais humildes que já conheci. Tenho o máximo respeito por ele, pelo que ele faz, como ele inspira as pessoas. A gente tem ideais que se encontram e ele com certeza tem um coração gigante. Tenho só a agradecer”, disse o brasileiro, lembrando de quando o norte-americano o presenteou com um relógio desenvolvido especialmente para deficientes visuais. Criado em homenagem a Bradley, o relógio batizado com o nome dele utiliza um mecanismo magnético que controla duas esferas, permitindo que o usuário saiba as horas por meio do toque, sem precisar olhar o mostrador.
 
História em livro
 
A inspiração é tanta que Matheus mal pode esperar para ler o livro lançado por Snyder, com a história do nadador norte-americano. “Estou louco para ler. Assim que tiver um tempo vou ler. Chama-se ‘Fire in My Eyes’ (Fogo nos Meus Olhos, em tradução livre)”, contou Matheus. “Fico honrado em saber que o Matheus quer ler. Eu queria contar a história porque aprendi muito com a experiência de perder a visão e hoje acho que a vida é muito rica. Eu queria compartilhar essa perspectiva com as pessoas. Eu quero que você valorize sua vida do mesmo jeito que valorizo a minha”, acrescentou Brad.
 
Emocionado com o carinho do público, o norte-americano espera contribuir para afastar o estereótipo de “coitadismo” por vezes ainda atrelado ao paradesporto. “Quando as pessoas me veem, porque sou cego, elas pensam ‘Oh, que pena’. Elas pensam que deve ser difícil para mim ser cego, mas quero dizer que não. É maravilhoso, eu tenho uma vida ótima, posso fazer muitas coisas boas. E eu acho que o Matheus é assim também. Ele valoriza a vida dele, faz um trabalho ótimo e compartilha isso com a comunidade. Eu gostaria de mostrar isso para os brasileiros também. Valorize sua vida o máximo possível, mesmo que você passe por uma experiência difícil, como perder a visão ou uma perna”.
 
Com o tempo de 4min41s05, Matheus Rheine ficou a nove décimos da prata, que foi para o americano Tharon Drake. A distância para Bradley foi de mais de 12 segundos, mas para o brasileiro, que perdeu a visão ainda nos primeiros dias por ter nascido prematuro, o mais importante foi marcar a evolução em sua carreira com um bronze diante do Estádio Aquático lotado e da família.
 
“É uma emoção em dose dupla, tripla, mil vezes elevado a tudo que se pode imaginar. Eu peguei a medalha, passei a mão nela de todos os ângulos e formas. Quando eu deitar no travesseiro, vou lembrar de tudo que fiz e só tenho a agradecer a Deus porque a felicidade não cabe no peito. Nunca consegui imaginar que a medalha fosse fazer um barulhinho assim. Como pode? A gente sempre tem que ter um sonho, e eu sabia que era possível”, brincou o brasileiro, balançando a medalha projetada também para os atletas com deficiência visual.  
 
Mais uma medalha para a coleção
 
Além do bronze com Matheus Rheine, o Brasil ganhou mais um bronze com Daniel Dias, nos 50m borboleta classe S5. O ouro ficou com o norte-americano Roy Perkins, e a prata foi para o chinês Shiwei He. Embora o ouro não tenha vindo, a 18ª medalha de Daniel em Jogos Paralímpicos teve gosto especial para o brasileiro. Ao subir ao pódio, ele foi ovacionado pelo público da mesma maneira que tinha sido quando conquistou o primeiro lugar nos 200m livre, na quinta-feira (08.09).
 
Daniel DiasDaniel Dias
 
 “O que eu recebi no pódio não tem preço. Valeu mais do que a medalha de ouro, muito mais. Tenho que agradecer demais a esse público”, disse Daniel, que depois da premiação foi até a arquibancada, passou pelas posições dos fotógrafos e abraçou a esposa e os dois filhos. Agora, ele soma 11 ouros, 5 pratas e 2 bronzes em Paralimpíadas. 
Outros brasileiros
 
Outros brasileiros disputaram finais na noite deste sábado nas competições de natação no Estádio Aquático, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Nos 100m peito SB7, Verônica Almeida ficou com o sétimo lugar. Joana Maria Silva conquistou a sexta posição nos 50m borboleta S5. Maiara Barreto foi sétimo lugar nos 50m costas S3. Nos 100m costas S10 masculino, Andre Brasil ficou com a quarta colocação. E Mariana Ribeiro foi sexto lugar nos 100m costas S10 feminino.   
 
Mateus Baeta - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Shirlene confirma favoritismo e conquista o ouro no lançamento de dardo da classe F37

O paradesporto foi generoso com o Brasil ao encontrar Shirlene Coelho, que conquistou no sábado (10.09) o bicampeonato olímpico na prova de lançamento de dardo da classe F37. Ela acabou sendo a primeira mulher do país a subir ao topo do pódio nesta edição dos Jogos. "Não cheguei ao esporte paralímpico. Foi ele que chegou a mim, me abraçou e não largou", resumiu. A goiana alcançou o ouro com a marca de 37m57, mas venceria a prova com qualquer uma de suas cinco tentativas válidas. A pior delas superaria em mais de dois metros o resultado de 30m18 da chinesa Na Mi, que ficou com a prata e superou a compatriota Qianqian Jia (29m47), terceira colocada.
 
Atleta foi tão superiora às adversárias que venceria a disputa com qualquer uma das suas cinco tentativas no Engenhão.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Atleta foi tão superiora às adversárias que venceria a disputa com qualquer uma das suas cinco tentativas no Engenhão.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
A afinidade com o lançamento de dardo, além dos ouros no Rio e em Londres 2012, quando ela obteve o atual recorde mundial (37m86), ainda rendeu uma prata em Pequim 2008. A relação foi tão intensa que, sem sequer treinar na modalidade, ela bateu o recorde brasileiro na primeira competição que disputou. "Em 2006 fiz um teste no atletismo paralímpico, mas no lançamento de disco. Com três meses de treino fui para minha primeira competição, um regional em Uberlândia. O meu técnico falou: 'Disco é a sua prova. Dardo e peso você vai brincar'. E nesta brincadeira conheci o dardo um dia antes de viajar. Então peguei gosto e estou aqui hoje", resume Shirlene com uma simplicidade que não se vê frequentemente em multicampeões.
 
O amor pela modalidade cresceu no ano seguinte, quando veio o ouro no lançamento de dardo e as pratas no arremesso de peso e na prova do disco durante o Parapan de 2007, no Rio, no mesmo Estádio Olímpico em que ela competiu na noite deste sábado. O reconhecimento pelo desempenho veio na escolha de Shirlene para ser a porta-bandeira do país na Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de 2016. Ela foi eleita em votação realizada entre os próprios atletas da delegação brasileira.
 
"Carregar a bandeira e subir ao pódio me emocionaram. Nunca tinha acontecido de uma mulher brasileira carregar a bandeira em Cerimônia de Abertura. E agora a medalha de ouro. As duas emoções são inexplicáveis"Shirlene Coelho
"Carregar a bandeira e subir ao pódio me emocionaram muito. Nunca tinha acontecido de uma mulher brasileira carregar uma bandeira em Cerimônia de Abertura de Paralimpíada. E agora a medalha de ouro. As duas emoções são inexplicáveis. Eu posso dizer que tudo está perfeito", disse a atleta, que comemorou muito a vitória com a torcida. "Este estádio lotado, gritando meu nome... sou Shirlene Coelho, conhecida pelo público". Ela ainda disputará as provas de arremesso de peso e de lançamento de disco nos Jogos Rio 2016.
 
Insistência
 
A atleta sofreu paralisia cerebral durante a gestação da mãe. Com um ano de vida, a família da bicampeã paralímpica se mudou de Corumbá para Samambaia, cidade satélite de Brasília, em busca de um tratamento na Rede Sarah, onde ela recebe acompanhamento até hoje. Foi na estrutura voltada às pessoas com deficiência da capital federal que o esporte encontrou Shirlene.
 
Quando ela foi entregar um currículo em busca de trabalho na Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), que presta apoio e serviços gratuitos aos deficientes, os profissionais da entidade lhe apresentaram o basquete em cadeira de rodas. "Eles escolheram basquete pelo meu porte físico e altura. Não gostei, preferia o basquete em pé, que eu sempre joguei. Aquele negócio de empurrar a cadeira e quicar a bola, com o meu braço, era complicado", recordou. Em menos de um mês ela conseguiu emprego para fazer serviços gerais em uma empresa e largou o esporte.
 
No entanto, graças ao seu primeiro técnico, Manuel Ramos, o paradesporto voltou a procurá-la. "Ele não desistiu. Todo esse tempo que eu deixei o basquete ele ficou me ligando. Eu voltei e ele falou: 'Vamos fazer atletismo'. Eu, sem conhecer, achava que atletismo era só correr. Eu disse que não gostava de correr. Então, ele foi lá e pegou um disco e falou: 'É isso que você vai fazer'". Estava consumado o encontro.
 
Agora, Shirlene soma uma prata em Pequim (2008) e ouros nas edições de Londres (2012) e Rio 2016.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Agora, Shirlene soma uma prata em Pequim (2008) e ouros nas edições de Londres (2012) e Rio 2016.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Presente de aniversário
 
Nas provas noturnas do atletismo, o Brasil ainda conquistou um bronze, a terceira medalha do dia na modalidade. Um dia após completar 22 anos de idade, o também goiano Rodrigo Parreira ganhou um presente mais que especial. Ele terminou a prova dos 100m rasos na categoria T36 em 12s54.
 
"A emoção maior foi porque ontem foi meu aniversário. Estou há um mês fora de casa treinando e trabalhando duro. Meus companheiros sempre me apoiaram em momentos difíceis e hoje é o momento mais feliz da minha vida. Comemorar o aniversário com meus companheiros é uma grande emoção", disse o atleta, que se surpreendeu com o resultado. "Eu tinha a pior marca de todos os adversários. Mas vim aqui fazer o meu melhor e consegui. É um bronze com sabor de ouro".
 
odrigo Parreira no pódio dos 100m categoria T36. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)odrigo Parreira no pódio dos 100m categoria T36. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Rodrigo se classificou para a disputa pelo ouro com o pior tempo entre os finalistas (13s20), mas com a vibração que vinha da arquibancada, conseguiu melhorar. "Você estar em casa, competindo em uma Paralimpíada, é uma grande honra. A torcida gritando o meu nome me deixou ainda mais motivado". O lugar mais alto do pódio ficou com o malaio Mohamad Puzi (12s07). A prata foi do chinês Yifei Yang (12s20).
 
O estreante em Jogos Paralímpicos volta a competir na próxima segunda-feira (12.09) no arremesso de peso. No último Mundial de atletismo paralímpico, em Doha 2015, ele terminou a prova em quarto. "Agora é trabalhar ainda mais", projeta o atleta, que tem paralisia cerebral que comprometeu funções motoras do lado esquerdo de seu corpo.
A paralisia foi ocasionada por uma queda da mãe de Parreira durante a gestação. O atleta começou no esporte ainda criança, passou pela natação, futebol de 7, halterofilismo e outros esportes, mas se firmou no atletismo em 2013. "Se eu for falar todos os esportes que já pratiquei, vou ficar o dia todo aqui", brincou.
 
Outros resultados
 
Além dos ouros conquistados por Claudiney Batista e por Shirlene Coelho, e do bronze de Rodrigo Parreira, os brasileiros participaram de mais três finais no atletismo, mas não chegaram ao pódio.
Pela manhã, Poliana Jesus competiu no arremesso de peso feminino F54 e terminou na sexta colocação. À tarde, mais duas brasileiras brigaram por medalhas. No lançamento de dardo feminino F56, Raissa Rocha ficou em sexto. Já na final do salto em altura feminino T42, Ana Cláudia Silva terminou em quinto lugar.
 
Gabriel Fialho e Michelle Abílio – Brasil2016.gov.br

Judô conquista três pratas no último dia de competições no Rio

O número de participações em Paralimpíadas é o mesmo de medalhas para o judoca brasileiro Antônio Tenório, de 45 anos. Desde os Jogos de Atlanta-1996 o veterano não sabe o que é ficar fora do pódio. São quatro quatro medalhas de ouro, conquistadas consecutivamente em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, além de um bronze em Londres-2012 e, agora, uma prata no Rio. 
 
Tenório acrescentou mais um pódio para o seu currículo vitorioso no judô paralímpico. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)Tenório acrescentou mais um pódio para o seu currículo vitorioso no judô paralímpico. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
 
Neste sábado, o judô teve o último dia de disputas na Arena Carioca 3 e, além de Tenório, outros dois atletas brasileiros garantiram a medalha de prata: a paulista Alana Maldonado, na categoria até 70kg, e o carioca Wilians Araujo, na categoria acima de 100kg. No dia anterior, Lúcia Teixeira havia conquistado outra prata na categoria até 57kg. 
 
Em um ginásio lotado, a torcida se revezava entre as famosas “olas” e o grito de incentivo para os brasileiros. A jovem Alana Maldonado, de 21 anos, foi a primeira do trio finalista a lutar na final, diante da mexicana Lênia Fabíola Alvarez, que conseguiu levar a medalha de ouro vencendo por dois waza-aris. 
 
“Logo que perdi a luta eu até fiquei chateada, mas agora digo que foi fantástico. Tenho 21 anos e apenas um ano e meio de seleção e já consegui fazer uma final paralímpica. Claro que sonhei com o ouro, porque me dediquei 100%, mas estou feliz com a prata e vou continuar evoluindo para o Mundial e as Paralimpíadas de Tóquio, em 2020”, disse a atleta após a cerimônia de premiação.
 
O coreano Guang Choi aplicou um ippon em Antônio Tenório e conquistou o ouro na categoria até 100kg. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brO coreano Guang Choi aplicou um ippon em Antônio Tenório e conquistou o ouro na categoria até 100kg. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
O alto volume vindo das arquibancadas não poderia anunciar outra coisa a não ser a entrada de uma lenda. Pela sexta vez consecutiva, Antônio Tenório, aos 45 anos, estava garantido no pódio na categoria até 100kg. O atleta paulista, de São José do Rio Preto, enfrentou justamente o campeão dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, o sul-coreano Gwang Choi, que desta vez venceu por ippon. “Eu vim buscar um pódio, não importava a cor da medalha. Sei que Deus preparou o melhor para mim”.
 
Apesar da alegria, Tenório desabafou. Disse que no início do ano passou por dificuldades profissionais que fizeram com que ele se sentisse desconfortável. “Quando ganhei a prata já me senti realizado porque cheguei desacreditado por algumas pessoas e agora estou levando mais um prêmio para casa e lavando a alma. Acho que essa medalha me credencia para Tóquio 2020”, comenta o judoca, descartando uma aposentadoria imediata. 
 
“Vou treinar para disputar o Mundial em 2018 e depois sentarei com a minha equipe para avaliar se vou até Tóquio. Se tiver condições de representar meu país bem, por que não? Essa prata me credencia para continuar e escolher o momento que vou parar”, acrescentou. “Você pode estar com 50, 60, 70 anos, se estiver no seu sangue competir, você vai querer sempre ganhar”. 
 
Hambúrguer e refrigerante
 
Representante feminina entre os finalistas, Alana Maldonado (21) não conseguiu a medalha de ouro, mas certamente conquistou o coração das centenas de torcedores que estavam na Arena Carioca 3. Simpática e bela, a jovem que compete na classe B2 (percepção de vultos com capacidade de reconhecer formas) nasceu com a doença de Stargardt, que provoca a perda da visão progressivamente. “Nasci com a doença, mas ela só se manifestou quando eu tinha 14 anos. Até então eu fazia tudo sozinha. Conseguia ler livros, estudar, me deslocar. Em questão de um ano perdi 90% da visão”, explica Alana, após perder o ouro para a mexicana Lênia Fabíola Alvarez, atleta bem mais experiente em grandes eventos.
 
Wilians ouve o barulhinho da medalha de prata paralímpica, que ele conquistou na categoria +100kg. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)Wilians ouve o barulhinho da medalha de prata paralímpica, que ele conquistou na categoria +100kg. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
 
A brasileira começou a praticar judô aos quatro anos por influência da avó, mas só conheceu a modalidade paralímpica há cerca de um ano e meio, quando entrou na faculdade. “Estou feliz por poder participar da minha primeira Paralimpíada em tão pouco tempo de judô. Agora vou continuar evoluindo para o Mundial e me preparar melhor para os Jogos de Tóquio”, disse a judoca, que trancou o curso de educação física para se dedicar integralmente aos treinos. 
 
O projeto pós-prata de Alana é aproveitar alguns dias de descanso na praia, visitar parte da família no sul do País e retomar a preparação para o mundial de 2018. “Tóquio é só em 2020, mas o tempo passa rápido. A gente já tem o mundial em 2018, então não pode deixar o ritmo cair, pois quero chegar muito melhor”, diz a atleta, que mora em Tupã, interior de São Paulo, e gosta de reunir os amigos no tempo livre para tomar tereré.
 
Alana finaliza revelando um segredinho: “Também gosto de sair para comer lanche ou pizza. Normalmente tenho que seguir minha dieta de treinamento, mas uma vez na semana tem o ‘dia do lixo’, aí eu posso fazer essas extravagâncias”, sorri. “Estou há nove meses sem tomar refrigerante porque fiz um propósito para conseguir uma medalha no Rio 2016. A minha intenção deu certo e saindo daqui vou correndo para a lanchonete comer um hambúrguer duplo e tomar um refri bem grande”. 
 
Dois segundos
 
O peso-pesado Wilians Araujo foi o terceiro finalista do dia, ao vencer por ippon o iraquiano Garrah Albdoor na estreia e depois, na semifinal, conseguir mais um ippon no cubano Yangaliny Jimenez em revanche do Parapan de 2015. Mas, em apenas dois segundos, o brasileiro deixou escapar o ouro ao ser derrotado por ippon pelo uzbeque Adiljan Tuledibaev. 
 
“Não tem como esquecer essa final. Tenho que aprender. O que sei é que essa medalha vai me dar mais confiança para ganhar combustível para, quem sabe, buscar o ouro em 2020. É uma possibilidade”, disse Wilians.
 
Valéria Barbarotto, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Pernas de Petrúcio Ferreira "saem do controle" e velocista bate recorde mundial nos 100m T47

As pernas do velocista Petrúcio Ferreira estavam “alegres”, como ele mesmo descreveu, e ganharam vida própria durante a primeira bateria da prova classificatória dos 100m rasos da classe T47. Ao entrar no Estádio Olímpico, neste sábado (10.09), e sentir o apoio da torcida que encheu a arquibancada inferior do Engenhão, o atleta brasileiro disse ter perdido o controle sobre o corpo: correu mais que todo mundo e bateu o recorde mundial que já durava 24 anos.
 
Petrúcio Ferreira (Foto: Alaor Filho/CPB)Petrúcio Ferreira (Foto: Alaor Filho/CPB)
 
O nigeriano Adeoye Ajibola completou a prova na Paralimpíada de Barcelona (1992) em 10s72. Agora, a nova marca é de 10s67. “Vim correr essa semifinal para fazer um bom tempo e me classificar. Quando eu entrei no estádio, lotado, com a empolgação do público, eu diria que isso me deu alegria nas pernas. Elas correram de uma forma que eu não controlava mais”, descreve Petrúcio.
 
Em sua estreia paralímpica, o brasileiro que tem apenas 19 anos, vai repetindo o feito do ídolo, o jamaicano Usain Bolt, detentor de nove ouros olímpicos, divididos entre 100m, 200m e 4 x 100m, sendo a última tríade dourada conquistada nos Jogos Rio 2016. O homem mais rápido do planeta chegou para disputar as Olimpíadas de Pequim 2008 com 21 anos. Em 16 de agosto, no Ninho do Pássaro, Bolt correu os 100m em 9s69, ganhou a prova e estabeleceu um novo recorde mundial. Petrúcio, que vai correr a final neste domingo (11.09) a partir das 10h45, ao lado do compatriota e amigo Yohansson Nascimento, espera melhorar a performance, de preferência com um público que lhe dê ainda mais “alegrias” nas pernas.
 
 “Eu venho amanhã preparado para dar o melhor. Se tiver mais gente, espero que meu resultado melhore, mas minha meta mesmo é conquistar a medalha de ouro”, projeta o corredor, que tinha alcançado 10s85 neste ano. “Eu vinha fazendo bons treinos, principalmente nesta reta final, quando foi retirado o treino intensivo. Eram mais tiros curtos e velozes, de 40, no máximo 50 metros. Isso me empolgou e cheguei confiante”.
 
Dobradinha
 
A expectativa por um pódio liderado por brasileiros cresceu ao término da segunda bateria classificatória dos 100m. Yohansson Nascimento, 28 anos, chegou para a sua terceira Paralimpíada batendo o recorde dos Jogos na classe T46, com o tempo de 10s75, e se classificou em segundo, atrás apenas de Petrúcio. Apesar de a prova reunir diferentes classes, os recordes são considerados de forma separada para cada categoria.
 
Petrúcio comemora. (Foto: Alaor Filho/CPB)Petrúcio comemora. (Foto: Alaor Filho/CPB)
 
“Cheguei com a cabeça tranquila para me classificar. Sabia que tinha um adversário muito forte que é o polonês (Michal Derus, que correu em 10s79 e se classificou em terceiro para a final). Nunca tinha ganho dele, mas já descontei aqui em casa e quero repetir amanhã. Quando eu estava ao lado dele e a torcida estava gritando, eu pensei: ‘Eu não vou aliviar não’. Eu vou fazer bonito”, comenta o atleta, que correu para alcançar a melhor marca na carreira e conseguiu.
 
“Poderia ter polônes, chinês... se tivesse o Bolt na minha prova, para mim pouco importa, eu queria correr para melhorar meu tempo e espero melhorar mais amanhã”, afirma. Yohansson mostra confiança em uma dobradinha brasileira na final. “Está tudo contribuindo para isso”, declara o alagoano. Petrúcio vai pelo mesmo caminho: “Tomara! Não importa se ele em primeiro e eu em segundo ou se eu em primeiro e ele em segundo. O que importa é que a gente está representando nosso país”.
 
Ao mesmo tempo Yohansson afasta entrar em um clima de “já ganhou” e aponta um aspecto que ele deve estar mais atento na prova que vale o ouro. “É uma prova de quem erra menos. Hoje eu tentei me concentrar na técnica, acho que não fiz uma boa largada”.
 
Yohansson Nascimento.(Foto:GettyImagens)Yohansson Nascimento.(Foto:GettyImagens)
 
A semelhança entre os dois corredores brasileiros começa na origem nordestina, passa pelas formas como foram descobertos para o esporte e culmina na união entre eles. Medalhista de prata no revezamento 4 x 100m e bronze nos 100m em Pequim 2008, a responsabilidade de Yohansson cresceu após a prata nos 400m e o ouro nos 200m em Londres 2012. Ele considera o companheiro Petrúcio um pupilo e quer deixar como legado a contribuição para os novos talentos do esporte no país, que inclui ainda os amigos Verônica Hipólito e Mateus Evangelista.
 
Mas foi por um olhar especial de uma treinadora que o Brasil pôde contar com um de seus expoentes na modalidade. “Eu estava indo ao dentista e a minha ex-treinadora, a Valquíria, estava indo dar um treino para uma equipe de Alagoas de paradesportistas. Ela me viu no ônibus, tranquilo, nunca fui de esconder a minha deficiência: ‘Esse menino magrinho deve ter jeito para corrida’. Aí ela me convidou e deu no que deu”.
 
Apaixonado por futebol, Petrúcio foi descoberto por um professor de educação física, que o viu atuar em um campeonato que envolvia pessoas sem deficiência, no interior da Paraíba. “Na época ele perguntou se eu não tinha vontade de participar de uma prova que envolvesse velocidade. Daí que surgiu a oportunidade do esporte paralímpico”, lembra o agora velocista, que segundo ele jogava futebol de teimoso. “Não jogava nada, só entrava em campo para fazer raiva”.
 
Após o convite, ele teve que se mudar para a capital João Pessoa. Sem condições de se manter, a empreitada só foi possível graças à sua “avó-mãe”, que o acolheu, deu casa e comida. “Diria que eu fui adotado por uma ex-prefeita da minha cidade, que soube da minha história. Foi uma das mulheres que mais me apoiou no início. Daí ela ligou para a minha mãe e disse que me daria um lar e um local para eu me alimentar, que seria a casa dela. Eu diria que ela é uma avó-mãe”, afirma Petrúcio, que ainda vive na mesma casa.
 
Natural de São José do Brejo do Cruz, ele perdeu uma das mãos aos dois anos de idade, ao tentar imitar o pai agricultor. “Ele sempre trabalhou na roça e estava moendo capim para dar para os animais. Eu estava junto e teve um momento de descuido e eu, na inocência de uma criança, fui tentar imitá-lo, mas da maneira errada. Ao invés de cortar o capim, eu cortei a minha mão”.
 
Yohansson, por sua vez, nasceu sem as duas mãos, o que se tornou um troféu. “Como eu disse no Mundial (Doha 2015, no qual ele conquistou um ouro nos 200m e uma prata nos 100m), eu nasci premiado. Foi para estar representando o Brasil, para mostrar que independente de dificuldade, deficiência, se você tem um sonho, você pode realizá-lo”. 
 
Gabriel Fialho - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Claudiney Batista quebra recorde paralímpico e fica com ouro no lançamento de disco

De telefonista ao topo do pódio nos Jogos Paralímpicos. Este é o resumo da trajetória do atleta mineiro Claudiney Batista, que conquistou, na manhã deste sábado (10.09), o ouro no lançamento de disco classe F56, no Estádio Olímpico (Engenhão), no Rio de Janeiro. Com a distância de 45.33m, o brasileiro bateu também o recorde paralímpico, que era do cubano Leonardo Diaz (44.63m alcançados em Londres-2012).
 
Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brFoto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
"Esta foi a vitória mais importante da minha vida. Um ouro em casa, com o recorde paralímpico, e muito próximo do recorde mundial", comemorou Claudiney. "Foi um trabalho focado. Eu estava treinando muito esperando este momento. Estava preparado e o ouro é a consequência do trabalho. E deu tudo certo com o apoio da torcida e familiares. Só tenho a agradecer".
 
Nascido em Bocaiúva (Minas Gerais), Claudiney Batista sempre foi apaixonado por esportes. "Minhas melhores notas na escola eram em educação física. No momento que deparei que estava em cama após o acidente, pensei: 'Acabou! Não posso mais praticar esporte nenhum'. Mas logo conheci pessoas que me apresentaram o esporte paralímpico e eu vi que tinha muito pela frente. Não me entreguei, procurei me reabilitar e procurar um lugar para treinar", disse o medalhista.
 
Em 2005, com 27 anos, ele teve de amputar a perna esquerda em decorrência de um acidente de motocicleta. "Eu fiz capoeira, futebol, jiu-jitsu. Quando me acidentei eu estava praticando o fisioculturismo", explica.
 
Após o acidente, Claudiney encontrou no atletismo um incentivo especial para a recuperação. De 2005 até 2011, o atleta dividiu os treinos com o trabalho de conferente de banco e telefonista até optar por se dedicar totalmente ao esporte. "Até 2011 eu me desdobrava entre trabalho e treinos e, assim, fica mais difícil aparecerem os resultados. Em 2011, eu falei que iria particiar de uma Paralímpiada e comecei a focar 100% nisso. Saí do emprego porque meus chefes não gostavam quando eu tinha que sair para competir".
 
Medalhas
 
Em 2011, Claudiney foi convocado para a delegação de atletismo para disputar os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara e o primeiro resultado apareceu. O mineiro voltou para o Brasil com um ouro no lançamento de dardo e um bronze no lançamento de disco. "Desde quando abri mão do meu emprego para me dedicar exclusivamente ao esporte eu foquei totalmente no treinamento para uma meta em Londres 2012. Antes do esperado eu fui convocado para o Parapan de Guadalajara e depois veio Londres", disse.
 
Em Londres, Claudiney conquistou o bronze no lançamento de dardo e no Parapan de Toronto-2015, ele voltou para casa com três medalhas na bagagem: ouro no lançamento de dardo, prata no lançamento de disco e bronze no arremesso de peso. "De Londres para cá mudou muito coisa. Vieram o amadurecimento físico e também o mental. Também aumentaram os patrocinadores e tive muito incentivo financeiro e tudo isso contribuiu para os meus resultado e também para a evolução do esporte em geral".
 
Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brFoto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
Rotina dedica ao esporte
 
Atualmente, Claudiney mora e treina na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo e sua rotina é dedicada aos treinos e competições. Com os resultados positivos, os patrocinadores e investimentos começaram a aparecer e a consequência foi o desenvolvimento do desempenho do atleta. "Para treinar a gente precisa dos implementos e ter a estrutura de treinamento. Apoio financeiro, e a melhora na alimentação, infraestrura e equipe multidisciplinar como nutricionistas, fisioterapeutas, médicos, massagistas... Tudo isso contribuiu para a melhora do resultado. A consequência é a medalha", comentou o atleta, contemplado com o Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.
 
"A medalha de ouro coroa o trabalho e dedicação não só minha, mas de todos aqueles que compartilham comigo o dia a dia nos treinamentos. Este trabalho veio para coroar não só o meu trabalho, mas o esforço de todos", completou.
O cubano Leonardo Diaz, detentor anterior do recorde paralímpico, arremessou o disco a 43.58m e ficou com o bronze. A prata foi para o iraniano Alireza Ghaleh, com 44.05m. 
 
Próxima prova
 
"O próximo sonho é chegar em Tóquio e ganhar outra medalha. Eu acredito que isto aqui não é o final. Eu ainda vou competir na segunda-feira no lançamento do dardo e agora quero descansar", disse Claudiney, que em Londres foi prata na prova que irá competir na próxima segunda-feira, 12 de setembro.
 
"Eu vou buscar meu segundo ouro, mas estar entre os três melhores já vai ser um ótimo resultado. Eu vim mais preparado para o lançamento de disco. Esta é a minha principal prova. No dardo tem uma junção e eu vou competir com uma classe acima da minha, que é mais forte. É um peso pena competindo com um peso pesado. É mais ou menos isso. Mas independente, disso eu vou dar o melhor", finalizou Claudiney.
 
Michelle Abílio – brasil2016.gov.br
 

Fábio Bordignon faz da frustração no futebol a prata nos 100m

Daniel Zappe/MPIX/CPBDaniel Zappe/MPIX/CPB
A paixão pelo futebol está impressa de forma definitiva em Fábio Bordignon. No tornozelo direito, uma tatuagem da Cruz de Malta denota o carinho pelo Vasco. No antebraço esquerdo, a logomarca dos Jogos de Londres simboliza o início do currículo paralímpico do carioca de Duque de Caxias nos gramados sintéticos, com a presença no time do futebol de sete na Inglaterra.
 
Ironicamente, foi de uma frustração no futebol que surgiu a chance para ele celebrar, nesta sexta-feira, uma prata em casa, nos 100m rasos do atletismo na Classe T35, para atletas com paralisia cerebral, com o tempo de 12s66. A prova terminou com a vitória do ucraniano Ihor Svietov (12s31), recordista mundial da distância, e o bronze ficou com o argentino Hernan Barreto (12s85).
 
"A transição foi dolorosa. Foi uma barreira tremenda por destruir porque eu amava e amo o futebol de sete. Tive de fazer essa escolha por querer representar o Brasil", disse o atleta. Após o quarto lugar em Londres, houve reformulação na Seleção Brasileira e Fábio deixou de fazer parte das convocações.
 
Nos times, ele sempre se destacou pela velocidade, pela capacidade de deixar para trás os adversários nos gramados sintéticos. E foi da porta semi-cerrada no futebol que surgiu o convite para experimentar as provas de pista. No início, houve receio. "Eu pensava: poxa, atletismo...". Com o tempo, no entanto, Fábio se ajustou e abriu espaço para absorver a nova relação afetiva. "Agora eu amo o atletismo. É uma paixão pareada com o futebol. Acho que fiz a escolha certa", afirmou, com uma relação de paternidade com o próprio feito. "A sensação é das melhores. Estava falando aqui que é como receber a notícia de ser pai. É como se fosse um filho para mim agora", comparou.
 
Um filho que, segundo Fábio, veio com ares de perfeição. "Tenho certeza de que dei o meu melhor, tanto que fiz a melhor marca da minha vida. Vou até conversar com o técnico para ver os detalhes, mas não acho que houve qualquer erro grave", avaliou. No domingo, o atleta ainda volta ao Engenhão para disputar os 200m. "Minha melhor prova é os 100m, mas estou aprendendo a correr os 200m também. Quem sabe não busco outra medalha", disse.
 
Bronze
A mineira Izabela Campos procurou o esporte com o foco em perder peso. Encontrou no atletismo uma alternativa para melhorar a qualidade de vida e a relação com a balança. Experimentou provas de fundo, como 800m, 1.500m e 5.000. Chegou até a flertar com os 400m. "Eu emagreci muito correndo, mas sempre tive um biotipo pesado. Minha corrida era sofrida", afirmou a atleta.
 
Da pista, ela migrou para o campo. Experimentou o peso, o disco, o dardo. E ali descobriu o lugar onde mundo fazia mais sentido. Nesta sexta, no Engenhão, a recompensa veio na forma do cabelo bronzeado do mascote Tom. Izabela foi a terceira colocada no arremesso de disco da categoria F11, para deficientes visuais, com 32m60. O ouro e a prata foram uma dobradinha chinesa, com Liangmin Zhang (36m65) e Hongxia Tang (35m01).
 
"Toda a técnica que treinei entrou direitinho e consegui essa conquista, graças a Deus". O arremesso foi o melhor da carreira de Izabela, que avaliou a presença do público no Engenhão como uma forma de dar visibilidade à modalidade. "No Brasil falam mais de futebol. Agora eu sinto que estão nos vendo com carinho, muitos não conheciam a modalidade. Agora estão vendo o que a gente faz e que não é brincadeira, é séria, disse.
 
 
Outros resultados
Além dos brasileiros que subiram ao pódio, outros bateram na trave. Seis vezes medalhista paralímpica, Terezinha Guilhermina terminou em quarto lugar nos 100m da categoria T11, para deficientes visuais. A atleta acabou ainda desclassificada pela direção de prova. O ouro ficou com a britânica Libby Clegg (11s96), seguida pelas chinesas Guohua Zhou (11s98) e Dengpu Jia (12s07).
 
"Eu ainda não sei que regra usaram para me desclassificar. Eu tenho dúvidas sobre as regras desses Jogos, porque me parecem diferentes de todas as outras competições de que participei antes. De qualquer forma, já apaguei isso. Fui no banheiro e dei descarga. Vocês verão outra Terezinha nas próximas provas", disse.
 
A jovem Alice Correa, que fez a final nos 100m T12, terminou em quarto mas promete brigar por medalha nas próximas, os 200m e 4 x 100m. "No 4 x 100m tenho certeza que vem um ouro e um recorde mundial", afirmou a atleta. "E nos 200m vou brigar para chegar à final", disse a atleta.
 
Com apenas 20 anos, Alice participa pela segunda vez de uma edição paralímpica. A primeira foi em Londres 2012, quando conquistou um sexto lugar. "Em Londres, terminei na sexta colocação. Agora consegui chegar à final e competindo na minha casa, com meus amigos na arquibancada e com toda a torcida ao meu favor. É uma experiência incrível", disse a carioca.
 
Quem também chegou muito perto do pódio foi Ariosvaldo Fernandes, o Parré, que terminou em quarto lugar os 100m na classe T53 masculino. A próxima prova do atleta será neste sábado nos 400m T53. Jenifer Santos acabou em oitavo no 100m rasos feminino T38. Edevaldo Silva, no lançamento de dardo F44, ficou em sétimo, enquanto Flávio Reitz, do salto em altura T42, deixou o Estádio na nona colocação.
 
Gustavo Cunha e Michelle Abílio - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Natação faz jus a título de carro-chefe e conquista mais duas pratas nas Paralimpíadas

Washington Alves/CPBWashington Alves/CPB
Nas redes sociais os brasileiros pedem: #PódioTodoDia. Dentro da piscina do Estádio Aquático do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, os atletas brasileiros cumpriram, pela segunda noite seguida, o desejo da torcida. Foram duas medalhas de prata na noite desta sexta-feira (09.09). A primeira foi com Phelipe Rodrigues. O nadador subiu ao pódio nos 50 metros livre S10. A segunda foi conquistada pelo quarteto formado por Clodoaldo, Daniel Dias, Joana Maria e Susana Ribeiro, na prova de revezamento 4x50m estilo livre misto.
 
A prova mista, que encerrou a segunda noite de natação, levantou a torcida. A equipe brasileira entrou na água com o incrível histórico de 30 medalhas Paralímpicas na soma de conquistas dos atletas. Dos medalhistas do revezamento, três recebem o apoio financeiro do Bolsa Pódio e um Bolsa Paralímpica do Ministério do Esporte.
 
"O meu caminho até aqui foi difícil. Passa um filme na cabeça da gente. Eu lembrei de tudo que aconteceu, toda a minha luta para estar aqui. Essa medalha tem um valor muito especial. A natação paralímpica é a minha vida. Quero agradecer muito a minha família, ao meu técnico Felipe, que me ensinou a nadar de novo e me ajudou a estar aqui. Essa medalha é para eles", dedicou Susana Ribeiro, de 48 anos, que sofre de múltipla falência dos sistemas. Uma doença rara que deteriora dois ou mais órgãos e afeta a mobilidade.
 
Gaúcha de Porto Alegre, Susana ficou emocionada ao recordar das superações que a impulsionaram até o pódio. "Tenho muita falta de coordenação motora. Então, tenho que pensar muito no que eu estou fazendo. Eu estava muito concentrada, não olhava para ninguém só para a piscina. Assim, o dia 9 de setembro de 2016 é o dia mais especial da minha vida", comemora.
 
A prova foi vencida pela China, com direito a quebra de recorde mundial, com o tempo de 2min18s03. O bronze foi para a Ucrânia, com 2min30s66.
 
Washington Alves/CPBWashington Alves/CPB
 
Phelipe
A segunda medalha de prata foi conquistada por Phelipe Rodrigues, na prova dos 50 metros livre S10, com o tempo de 23s56. Foi o quarto pódio Paralímpico na carreira do atleta, que recebe o patrocínio financeiro do Ministério do Esporte por meio da Bolsa Pódio.
 
"Eu esperava uma medalha de uma cor diferente, uma medalha de ouro. Eu queria fazer o melhor tempo da minha vida, mas foi uma sensação indescritível estar aqui representando o Brasil. Ganhar uma medalha na frente da nossa nação, do povo brasileiro, que é um povo que gosta de festa, é surreal. Acredito que ainda virão muitas coisas boas pela gente", disse.
 
No Rio 2016, Phelipe Rodrigues disputa mais três provas, entre elas a de 100m livre, sua especialidade. A medalha de ouro no 50m livre ficou com o atleta da Ucrânia Maksym Krypak, com o tempo de 23s33. O bronze foi para Denys Dubrov, 23s75.
Por três centésimo de segundos
 
Na final dos 50 metros livre, o Brasil quase teve dois atletas no pódio. André Brasil, que estreou no Rio 2016, ficou a três centésimos de segundo do pódio, ao cravar 23s78, que garantiu a quarta colocação. "Eu não sei o que aconteceu. A prova não encaixou. Essa é a melhor explicação. Tenho certeza de que poderia fazer muito melhor. Erros acontecem e não vou tirar os méritos dos adversários, do meu companheiro de trabalho, Philipe, que é meu amigo. Mérito daqueles que souberam aproveitar as oportunidades", avaliou.
 
O nadador é o atual recordista mundial nos 50, 100 e 800 metros estilo livre e nos 50 e 100 metros borboleta. O atleta conta com sete medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos.
 
Outros brasileiros
Oito brasileiros entraram na piscina do Parque Aquático na noite desta sexta (09). Talisson Glock foi primeiro a pular na água. O catarinense disputou a prova dos 50 metros borboletas S6, prova que não é a sua especialidade. Ele terminou na oitava colocação, com o tempo de 33s14. O pódio foi todo Chinês. Com o recorde paralímpico, 29s89, Qing Xu levou a medalha de ouro. A prata foi para Tao Zheng (29s93) e o bronze para Lichao Wang (30s95).
 
"Eu sabia que não tinha chance de medalha. A prova não é minha especialidade. Eu uso ela pensando nos 200m medley. Foi uma boa prova, pois nadei perto da minha marca pessoal. Não gostei do meu 100m costas de ontem e hoje consegui colocar a cabeça no lugar", analisou Talisson.
 
Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, o desempenho dos chineses nas Paralimpíadas é incrível. "A gente está sempre preparado para eles virem com surpresas. Eles usam como estratégia ficar quatro anos competindo praticamente dentro da China, pouco internacionalmente. Os nadadores disputam somente o necessário fora do país para conseguir a classificação para os Jogos. Eles têm 200 milhões de pessoas com deficiência e trabalham muito bem o esporte paralímpico", informou.
 
Na prova feminina de 100 metros livre S10, o Brasil foi representado por Mariana Ribeiro. A nadadora terminou na sétima colocação, com o tempo de 29s30.
 
Apoio
Desde 2010, o Ministério do Esporte celebrou 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões. Os convênios contemplam a preparação das seleções permanentes de várias modalidades, entre elas a natação. A preparação incluiu a realização de treinamento no Brasil e no exterior e a participação em competições internacionais.
 
A natação é a segunda modalidade que mais rendeu glórias ao Brasil ao longo das edições dos Jogos Paralímpicos. Ao todo, o país soma mais de 80 pódios. Na primeira edições dos Jogos, em Stoke Mandeville 1984, foram sete medalhas.
 
Breno Barros e João Paulo Machado - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte
Gustavo Cunha e Vagner Vargas - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

A ilimitada persistência de Verônica Hipólito se transforma em prata no Engenhão

 Marcio Rodrigues/MPIX/CPB Marcio Rodrigues/MPIX/CPB
A combinação entre AVC, tumor no cérebro, cirurgia complexa, remédios fortes, efeitos colaterais, vômitos diários, dores e lesão não parece rimar com performance, prata, pódio, bandeira brasileira e Estádio Olímpico. Mas Verônica Hipólito não costuma, mesmo, caber em rótulos fáceis. A brasileira de 20 anos, 1m58 e 48kg driblou uma lista de obstáculos complexa para chegar, na noite desta sexta-feira, ao segundo lugar mais alto do pódio em sua primeira participação paralímpica.
 
Verônica fechou os 100m da categoria T38 com o tempo de 12s88, pouco atrás da recordista mundial e paralímpica, a britânica Sophie Hahn, que cumpriu a distância em 12s62. O bronze ficou com outra britânica, Kadeena Kox, com 13s01.
"Teve muita gente que, de verdade, duvidou, mas muito mais gente que me apoiou e acreditou. O que valeu foram essas pessoas que falaram que dava. São as mesmas que, quando eu sair daqui, vão me dar um puxão de orelha e dizer que poderia ter sido melhor", afirmou a velocista, enrolada na bandeira brasileira após a conquista do pódio inédito para o atletismo paralímpico nacional na categoria T38.
 
"Se eu tiver de operar de novo, posso fazer porque sei que vou voltar. Se no período pré-cirurgia eu corria em 13s, no pós passei a correr em 12s. Se fizer mais uma cirurgia (bate na madeira), acho que vou correr em 11s", brincou Veronica.
 
Perfeccionista, a atleta paulistana fez uma rigorosa lista de "pecados" que teria cometido na final. "A gente estava emparelhada até os 30m, 40m de prova, mas a minha saída é muito melhor do que a que fiz. É bem melhor do que a da Sophie. Eu treino com homens para melhorar isso. Eu pequei. Acho que não soube a hora de continuar tracionando, fiquei nervosa, olhei para o lado. São coisas para corrigir. Mas se errando tanto fiquei com a prata, imagina quando acertar tudo", afirmou.
 
Ainda que tenha autocrítica afiada, Verônica não deixa de elogiar a adversária. Até porque é exatamente a qualidade de Sophie Hahn que faz com que ela tenha energia adicional para os treinos. "É isso que não te deixa se acomodar. Assim como eu sei que não deixo ela se acomodar também. Se eu não fosse ameaça, ela não teria feito forte a semifinal. Nós somos amigas fora da pista. Dentro também, mas fica aquela rivalidade Brasil x Inglaterra". Na semifinal, Verônica bateu o recorde paralímpico na primeira eliminatória, e Sophie quebrou a marca na parcial seguinte.
 
"Depois do tempo que fiz na semifinal de ontem, eu pensei como seria incrível repetir a performance na final, e não posso acreditar que isso aconteceu. Estou absolutamente extasiada. Nunca imaginei vir aqui e ganhar o ouro paralímpico. É demais", afirmou Hahn. 
 
A sequência de tempos das duas nos últimos tempos, aliás, é mais um motivo para Verônica ter razões para acreditar em sucesso no futuro. "A Sophie está há um ano correndo 12s62, 12s63. Eu estou há poucos meses do pós-cirurgia e reduzindo um décimo, dois décimos, quatro décimos. Vai ter uma hora que vou alcançar ela, e isso vai surpreender todo mundo. Eu vou dizer para vocês: 'Estão vendo como dava?'".
 
 Marcio Rodrigues/MPIX/CPB Marcio Rodrigues/MPIX/CPB
 
Fora das pistas
A saga de Verônica teve início no ano passado e foi narrada em detalhes pelo brasil2016.gov.br. Ela, que foi diagnosticada com um tumor no cérebro em 2008 e depois sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que afetou movimentos do lado direito do corpo, viveu um momento crítico às vésperas do Parapan de Toronto.
 
A velocista descobriu que tinha uma síndrome rara chamada Polipose Adenomatosa Familiar e que teria de passar por uma cirurgia para retirar o intestino grosso. Ela optou por adiar o procedimento e competir no Canadá. Trouxe de Toronto três ouros (nos 100m, 200m e 400m T38), uma prata (no salto em distância T20/37/38) e três recordes: dois Parapan-Americanos (100m e 200m) e um das Américas (400m).
 
Na volta, depois do procedimento, perdeu peso, não conseguia se recuperar, teve que voltar ao hospital várias vezes por conta da anemia e das dores. Adicionalmente, lidou com a possibilidade de ter que operar a cabeça, já que o tumor havia crescido. A outra opção era aumentar a dose dos medicamentos, caminho pelo qual optou.
 
A adaptação ao aumento de dose do remédio foi demorada, o que atrasou ainda mais o retorno às pistas e chegou a colocar a carreira em dúvida. "Fiquei com medo de não voltar. Sempre pensei que se você tem o problema, mas tem a solução, está tudo bem. Só que às vezes não é tão fácil. Estava com dor, vomitava quase todos os dias. Cheguei a pensar que seria melhor operar e não ir aos Jogos, mas meus pais, meu irmão, meu namorado e meus amigos entraram em cena. Foi um dos momentos mais críticos", conta Veronica, que ainda experimentou uma lesão muscular no retorno às pistas.
 
A insistência, contudo, valeu a pena. Em maio, restabelecida, ela teve a primeira experiência em um torneio oficial exatamente no palco dos Jogos Paralímpicos. O Open foi o último passo rumo à recuperação. Nos 100m, ela completou a prova em primeiro, em 13s27, até então uma das três melhores marcas do mundo na temporada. Nos 400m, venceu em 1min04s95.
 
Foi por isso que, quando perguntada sobre o que pensaria quando estivesse recebendo a medalha, logo uma resposta com foco no coletivo veio à mente da jovem velocista. "Quero que o pensamento seja de que a medalha não é só minha, não é só da Veronica. É de todo mundo que acreditou. Tinha muita gente gritando no estádio, gente que eu nem conhecia: 'Vai Magrela'. Eu quero que todos se sintam lá também. É a primeira medalha da categoria T38 no Brasil. E o primeiro passo de uma história que posso fazer", disse.
 
Gustavo Cunha e Vagner Vargas - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

Lúcia Teixeira repete a campanha de Londres 2012 e leva o judô brasileiro ao pódio no Rio

O judô brasileiro conquistou, nesta sexta-feira (9.9), na Arena Carioca 3, no Parque Olímpico da Barra, sua primeira medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A paulista Lucia Teixeira repetiu a campanha das Paralimpíadas de Londres 2012 e ficou com a medalha de prata na categoria -57kg. O ouro foi para a ucraniana Inna Cherniak e completaram o pódio, com as medalhas de bronze, a japonesa Junko Hirose e a sul-coreana Hana Seo.
 
O pódio da categoria -57kg: objetivo de Lucia, agora, é trabalhar nos próximos quatro anos para mudar a cor da medalha em Tóquio 2020.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)O pódio da categoria -57kg: objetivo de Lucia, agora, é trabalhar nos próximos quatro anos para mudar a cor da medalha em Tóquio 2020.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Três judocas brasileiros se apresentaram na Arena Carioca 3 nesta sexta e apesar do apoio da torcida, que pelo segundo dia seguido praticamente lotou o ginásio para torcer pelos atletas da casa, somente Lucia conseguiu triunfar.
Aos 21 anos, o potiguar Abner Oliveira foi o primeiro a se apresentar, ainda pela manhã, na categoria -73kg. Ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, ele enfrentou o venezuelano Mauricio Briceno e não teve sucesso, sendo superado por ippon.
 
O segundo brasileiro a lutar, pela categoria -81kg, foi veterano Harlley Arruda, 37 anos, atleta de São Paulo e bronze no Parapan de Toronto. Diante do argentino José Effron, – prata nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, prata no Parapan de Toronto e bronze no Mundial de 2010 –, Harlley teve o mesmo destino de Abner e sofreu um ippon. Tanto Harlley quanto Abner ainda tinham a chance de avançar à repescagem. Mas como seus algozes perderam as lutas seguintes e eles dependiam de vitórias do argentino e do venezuelano para manter vivas as chances de chegar ao bronze as Paralimpíadas Rio 2016 acabaram sendo breve para ambos.
 
Restava, então, uma única esperança para o Brasil seguir na briga pelo primeiro pódio do judô nas Paralimpíadas do Rio: Lucia Teixeira, 35 anos, medalha de prata em Londres 2012 e vice-campeã mundial em 2010.
 
Lucia pisou no tatame da Arena Carioca 3 pela manhã para uma estreia complicada na categoria -57kg contra uma rival acostumada a brilhar nos Jogos Paralímpicos: a chinesa Lijing Wang, ouro em Pequim 2008 e prata em Londres 2012 (pela categoria -52kg).
 
Muito aplaudida pela torcida, Lucia Teixeira adotou uma postura ofensiva desde o início, ao contrário da chinesa, que sofreu três advertências por falta de combatividade. Com isso, a brasileira conquistou a primeira vitória no Rio 2016 e avançou para a semifinal, já que a chave feminina começou nas quartas de final. Ali, Lucia já tinha assegurado o direito de, no mínimo, brigar pelo bronze. Mas esse não era o plano da paulista.
 
Lucia Teixeira vibra com a medalha de prata: torcida a amparou após o revés para a rival ucraniana.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Lucia Teixeira vibra com a medalha de prata: torcida a amparou após o revés para a rival ucraniana.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Na semifinal, ainda pela manhã e novamente impulsionada pelos gritos dos torcedores, Lucia enfrentou a japonesa Junko Hirose e a luta acabou com um ippon da brasileira, o que levou o público nas arquibancadas ao delírio. A judoca repetia, assim, sua caminha de quatro anos atrás e estava garantida na final das Paralimpíadas. Quando se classificou, ela já sabia que brigaria pelo ouro com a ucraniana Inna Cherniak, atual campeã mundial, que, na primeira semifinal havia derrotado a coreana Hana Seo.
 
Ao final do confronto contra Cherniak, Lucia, ainda emocionada com o carinho que recebeu dos torcedores, que ao fim da disputa pelo ouro ovacionaram a judoca, disse que essa atitude teve um significado tão forte que foi impossível se deixar abater pelo revés.
 
“Eu não tive tempo de ficar triste. Quando você perde uma disputa de ouro bate aquela depressão. Mas logo depois (da final) a torcida começou a gritar o meu nome e então não deu tempo. Eu tive um aconchego do povo brasileiro e então não deu para ficar triste”, agradeceu a paulista, que afirmou ainda que o carinho que recebeu foi tão forte que foi difícil até manter o foco quando entrava no tatame.
 
“Foi muito emoção. Tive que controlar tudo isso para entrar no dojô (com também é chamado o tatame), esquecer da torcida e concentrar no que eu estava fazendo. Mas o primordial foi quando eu saí da disputa do ouro e tive esse aconchego todo. Foi fantástico”, continuou.
 
Lucia Teixeira adiantou que prosseguirá no Rio por mais dez dias para acompanhar o restante dos Jogos Paralímpicos e depois irá tirar férias. Quando voltar, reinicia o ciclo visando as Paralimpíadas de Tóquio 2020. “Sigo para um ciclo. Essa era uma decisão que eu só iria tomar depois (do Rio 2016) e agora passou eu posso dizer que vou para mais um ciclo. Tenho quatro anos para tentar mudar a cor da medalha. De preferência para o ouro, né?”, disse às gargalhadas.
 
Lucia Teixeira e a ucraniana Inna Cherniak na final: oponente foi mais forte e conseguiu imobilizar a brasileira.(Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Lucia Teixeira e a ucraniana Inna Cherniak na final: oponente foi mais forte e conseguiu imobilizar a brasileira.(Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Escrita se mantém
 
Em Jogos Paralímpicos, o judô brasileiro é um esporte com tradição de pódios. Antes de Lucia disputar a final nesta sexta-feira, o país havia conquistado 18 medalhas: quatro de ouro, cinco de prata e nove de bronze. Mas em meio a tantos resultados de expressão algumas escritas esperavam para ser quebradas no Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu.
Apesar de todo a força que recebeu das arquibancadas, Lucia viu a ucraniana Inna Cherniak se impor deste o início. E com apenas 1min20s se combate, a rival imobilizou a paulista, selando a vitória por ippon.
 
Com a segunda prata de Lucia, o Brasil segue sem que nenhuma de suas judocas tenha conseguido chegar ao lugar mais alto do pódio no maior evento paralímpico do planeta. Na verdade, o país só produziu um campeão nos Jogos: o paulista Antônio Tenório, um fenômeno e ouro em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, além de ser medalhista de bronze Londres 2012. Aos 45 anos, Tenório luta neste sábado (10.9) no Rio 2016 para tentar ampliar sua coleção de conquistas.
 
Lucia por Lucia
 
Nascida em São Paulo em 17 de junho de 1981, Lucia da Silva Teixeira Araújo sofre de toxoplasmose congênita, uma infecção que se produz durante a gravidez causada pelo protosoário Toxoplasma gondii e que é passada da mãe ao feto. O parasita se alojou nos olhos de Lucia e resulta daí seu problema de visão (ela não é totalmente cega).
 
Aos 15 anos, influenciada pelos dois irmãos, que eram praticantes de judô, Lucia começou a treinar a modalidade. Mas apesar de apaixonada pelo esporte, a judoca interrompeu os treinos quando tinha 19 para 20 anos e foi levada a outros caminhos até que o judô novamente entrou em sua vida de uma forma inesperada. Essa é uma história que a própria Lucia contou ao brasil2016.gov.br durante os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015 e que pode ser conferida no vídeo abaixo:
 
Entenda o judô paralímpico
 
A modalidade, única arte marcial no programa dos Jogos Paralímpicos, é disputada por atletas com deficiência visual divididos em categorias de acordo com o peso corporal. Existem três divisões de classes: B1, para cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância; B2, para atletas com percepção de vultos; e B3, para aqueles que conseguem definir imagens.
 
Com até cinco minutos de duração, as lutas acontecem sob as mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô, entretanto com pequenas modificações em relação ao judô convencional. A principal delas é que o atleta inicia a luta já em contato com o quimono do oponente e a disputa é interrompida quando os lutadores perdem esse contato. Não há punições para quem sai da área de combate. No Brasil a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom -Ministério do Esporte

Tecnologia e talentos nacionais são armas da seleção brasileira de goalball na busca pelo ouro

Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
Duas traves. O objetivo é fazer gol. Variações táticas. Estudo minucioso dos adversários. O Brasil é uma referência neste esporte. Para quem não conhece, pode parecer que o goalball se restringe à troca de arremessos entre os três jogadores de cada time. No entanto, cada vez que a bola azul vai de um lado para o outro, não é apenas o guizo dentro dela que marca a trajetória para os atletas, deficientes visuais. A cada jogada, há uma pessoa que está captando todos os movimentos em quadra.
 
O analista de desempenho da seleção brasileira masculina, Altemir Trapp, coleta e processa as informações para que a comissão técnica melhore cada vez mais o rendimento da equipe, campeã mundial em 2014 e que busca o inédito ouro paralímpico em casa. "Meu trabalho durante os jogos é realizar o levantamento de informações quantitativas da nossa equipe, dentro dos critérios de rendimento, que são bolas no alvo, bolas para fora e bolas no centro, para identificar como está o poderio ofensivo e o comportamento defensivo do time", explica Trapp, sentado na arquibancada da Arena do Futuro, enquanto trabalha no confronto entre Finlândia e Lituânia pela primeira rodada do Grupo B. Além dos jogos da seleção brasileira, ele acompanha todos os duelos dos outros times.
 
"Eles são nossos possíveis adversários em uma fase decisiva. Então vale a pena fazer esse levantamento de falhas, de pontos a serem explorados e o que devemos ter cuidado quando nos confrontarmos com eles", disse o analista, projetando um duelo em jogos eliminatórios, já que o Brasil está no Grupo A e pode cruzar com os europeus nas próximas fases.
 
Os finlandeses foram os adversários dos brasileiros nas decisões das Paralimpíadas de Londres, quando os europeus venceram, e do último Mundial, quando a seleção verde e amarelo deu o troco. Mas, quem está em ascensão são os lituanos, que ganharam por 13 x 6, com destaque para Genrik Pavliukianec, considerado um dos melhores jogadores do mundo ao lado do brasileiro Leomon Moreno. Eles, inclusive, serão companheiros de time, o Sporting de Portugal.
 
Com uma câmera fixa no guarda-corpo e um tablet nas mãos, Trapp vai marcando cada arremesso dos europeus. A ideia é captar a direção dos tiros, o local em que a bola atinge a área adversária. Para isso, o gol, que é da largura da linha de fundo, é dividido, imaginariamente, em seis partes. São dois programas, em plataforma iOS, utilizados pelo brasileiro. Um deles, criado pelo analista, que o batizou com o nome da esposa: Ana Carolina Duarte, atleta da seleção feminina de goalball.
 
"Nós utilizamos dois softwares. Um para identificar a origem e o alvo do arremesso, que é uma adaptação de um programa usado no vôlei (Vôlei Data) e criamos um programa para fazer análise técnica dos nossos atletas. Utilizamos essas duas ferramentas e as imagens dos jogos, onde posteriormente vamos apresentar como foi a nossa atuação e o que precisamos corrigir", detalha Trapp, mestrando em engenharia de sistemas.
 
Ferramentas desenvolvidas com a criatividade nacional e que fizeram a equipe subir de produção. No entanto, a análise de desempenho não é uma arma exclusiva do Brasil. Na Arena do Futuro há uma área reservada na arquibancada para estes profissionais. "Hoje as grandes equipes trabalham com a análise de desempenho nas modalidades coletivas. E isso faltava para nós. A partir do momento que trouxemos o Altermir, passamos a ter informações de todas as equipes e passamos isso para os atletas. Aos poucos fomos fazendo alguns ajustes, porque nos treinos a gente entendia que tinha que tirar um item, acrescentar outro e chegamos ao modelo atual", comenta o técnico Alessandro Tosim.
 
Gabriel Fialho/Brasil2016.gov.brGabriel Fialho/Brasil2016.gov.br
 
Tempo real
As partidas de goalball são disputadas em dois tempos de 12 minutos com três de intervalo, podendo haver pedidos para pausas técnicas. São nestas paradas que o treinador, já com as informações fornecidas em tempo real por Trapp, tem condições de orientar o time e, se necessário, mudar de estratégia.
 
"Nós passamos de maneira objetiva e pontual esses dados. Durante os jogos, o assistente técnico Rafael Loschi fica posicionado no banco de reservas. Utilizando uma plataforma de transferência de arquivos, passamos todas as informações e ele encaminha para o Alessandro, que nos tempos técnicos repassa aos atletas. Nos treinamentos, também fazemos esta análise e apresentamos para os jogadores o desempenho individual e coletivo", conta Trapp.
 
Na estreia contra a Suécia, a seleção brasileira chegou a abrir 7 x 2 no placar, mas teve uma queda de rendimento, cometeu algumas penalidades e viu os europeus anotarem três gols seguidos. Sabendo a origem e o alvo dos arremessos, o treinador identificou os locais a serem explorados. "Alguns pontos são importantes para nós. O primeiro é a quantidade de bolas no alvo, a partir da numeração que a gente coloca na quadra. Teve um momento que tivemos uma queda muito grande neste quesito e ficamos com 50% de bola no alvo", exemplificou Tosim, que após os tentos suecos colocou Leomon em quadra novamente. O Brasil fez dois gols e venceu por 9 x 6.
 
Outra ação importante na dinâmica da partida é a defesa com domínio, ou seja, sem rebater a bola. Desta forma, a equipe, que tem dez segundo para realizar o arremesso sem sofrer um pênalti, tem mais tempo para trabalhar a bola. "A gente também analisa este aspecto na equipe adversária, para saber qual jogada irão fazer quando realizarem uma defesa com domínio", completa o técnico.
 
 
Preleção
Na véspera dos confrontos, a comissão técnica faz uma reunião com o grupo para analisar os adversários e motivar o time. São transmitidos vídeos aos atletas, pelo método de audiodescrição, com o resumo dos pontos fortes e fracos dos oponentes. A análise envolve a participação dos próprios jogadores, que mentalizam e "constroem" o jogo com as estratégias a serem aplicadas em quadra.
 
"O treinador observou quais jogadores seriam titulares na Suécia. E aconteceu como ele falou, que o ala direito ia bater sempre na posição 4 e 5, entre o nossos pivô e o ala esquerdo, sempre com uma bola pesada. Também disse que o pivô deles tem uma variação de bola e o ala esquerdo sempre bate no contra pé. No segundo tempo eles fizeram uma substituição e a orientação foi manter a defesa e buscar o cara que tinha entrado frio. Obedecemos taticamente as orientações e chegamos à vitória", analisa José Roberto Oliveira, pivô da seleção. Subsídios, que aliados a união do grupo e habilidade dos atletas colocam o Brasil como um dos favoritos ao topo do pódio.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

A volta mais rápida do mundo de Daniel Martins no Engenhão

Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
O refrão da trilha sonora citada por Daniel Martins como perfeita para emoldurar os 47s22 que separaram a largada dele do ouro paralímpico tem um quê de redenção, persistência, insistência. "É uma música do Projota chamada Muleque de Vila, que me pediam para ouvir e passei a me identificar muito", disse, pouco depois de proporcionar o momento mais sonoro do Engenhão na manhã desta sexta (09.09), com vitória e recorde mundial nos 400m da Classe T20.
 
Por "não ter medo do pior", o jovem de 20 anos e 1,77m adotou ao pé da letra a tática da comissão técnica, ainda que ela tivesse um potencial "suicida". "Fiz o que o treinador pediu. Os primeiros 300 metros muito fortes e os últimos, na base do 'Seja o que Deus quiser'".
 
Como não há fita métrica para vontade divina, o que se destacou desde o início foi a força das passadas do velocista nos três primeiros quartos da volta na pista do Estádio Olímpico. O ritmo significou, de fato, uma vantagem confortável. E Daniel soube dosar o fim de prova para cruzar a linha de chegada num tempo bem abaixo dos 47s78 que ele mesmo havia cravado para vencer o Mundial de Doha, no Qatar, em 2015, até então a melhor marca do mundo. A prata ficou com o venezuelano Luis Arturo Paiva (47s83) e o bronze com Gracelino Barbosa, de Cabo Verde (48s55).
 
"Foi nessa garra mesmo. A torcida não pesou, só incentivou, e foi a primeira vez que alcancei essa marca. Nos treinos, já tinha feito no máximo 47s49, 47s48", celebrou o atleta natural de Marília (SP), que tinha como mantra nas declarações após a vitória o desejo de descanso, condizente com quem "prosperou com suor do próprio trabalho e lutou sem buscar atalho", como indica a música que ele escolheu para embalar a conquista.
 
"É um sonho realizado. Agora é descansar e torcer para os amigos. Meu sonho era ser campeão mundial. Agora realizei outro e vou aproveitar. O próximo sonho é descansar", disse, em momentos distintos da conversa com jornalistas. Por descanso, Daniel entende a possibilidade de festejar com colegas da Vila dos Atletas, comer uns bolinhos de chocolate proibidos na temporada regular, dormir mais e visitar o sítio de um amigo nos arredores de Marília. "Gosto de andar a cavalo. Não sou cavaleiro, mas dá para tocar uns boizinhos", brincou.
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
No coração
A trilha que levou Daniel ao atletismo teve flertes anteriores com futebol e capoeira. "Não consigo explicar bem esse início, mas o atletismo está no meu coração faz tempo", disse. São três anos de dedicação mais intensa. A opção pelos 400m, uma das mais duras provas do atletismo, por conjugar velocidade numa distância que já é quase de fundistas, veio naturalmente, de acordo com Daniel. "Foi meio por acaso. Eu fazia provas de fundo. Um dia tentei arriscar nos 400m e deu certo. Fiquei até hoje", concluiu o campeão da classe voltada para atletas com deficiência intelectual. O ouro de Daniel foi o terceiro da delegação nacional nos Jogos Paralímpicos do Rio. Os outros dois haviam sido conquistados por Ricardo de Oliveira, no salto em distância T11, e por Daniel Dias, na natação S5.
 
Trio de recordes
Nos 100m T53, para cadeirantes, Ariosvaldo Fernandes da silva, o Parré, venceu a primeira bateria da semifinal e avançou para a decisão com 14s69, o terceiro melhor tempo. A marca do brasileiro chegou a ser o novo recorde paralímpico que, no entanto, durou pouco. O tailandês Pongsakorn Paeyo, com 14s56, e o canadense Brent Lakatos, em 14s43, bateram o tempo de Parré na segunda e terceira baterias, respectivamente.
 
"Esse é o nível que vai ser a final, muito elevado. Vamos só concentrar para tentar estar entre os três. A gente está no caminho, já subimos um degrau nesse projeto, agora vamos dar o melhor para fazer um bom resultado"Ariosvaldo Fernandes
"Esse é o nível que vai ser a final, muito elevado. Vamos só concentrar para tentar estar entre os três. A gente está no caminho, já subimos um degrau nesse projeto, agora vamos dar o melhor para fazer um bom resultado", disse o paraibano. A disputa pelo pódio ocorre a partir das 19h22.
 
Quase lá
Estreante em paralimpíadas, Kesley Teodoro, de 23 anos, ficou com a quarta posição nos 100m T13. Bicampeão paralímpico e recordista mundial, o irlandês Jason Smyth venceu a prova, seguido por Johannes Nambala, da Namíbia, e pelo australiano Chad Perris. Para o brasileiro, a atuação é apenas o início de uma carreira promissora. "Tenho certeza de que ainda vou dar muito prazer para esta nação. Não vou ser só coadjuvante. Eles já olharam para a minha cara e me marcaram. A emoção pesa na balança, mas acredito que na próxima vou estar muito melhor psicologicamente", opinou.
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Terezinha Guilhermina, com o terceiro melhor tempo, e Jerusa Geber, com o quarto, garantiram vaga na final dos 100m T11. A decisão, nesta sexta a partir das 18h52, terá as duas brasileiras enfrentando duas chinesas, Cuiqing Liu e Guohua Zhou, na briga pelo pódio. Lorena Spoladore, com o quinto tempo, ficou de fora.
 
Já na classe T12, Alice de Oliveira conseguiu a quarta e última vaga para a decisão. Empolgada, a carioca projeta a disputa pelo pódio. "É um sonho estar entre as quatro melhores do mundo. Elas vão ter que correr muito para tirar essa medalha de mim", apostou. A final será às 18h58. Outro atleta nacional que carimbou vaga para a disputa por medalhas foi Fábio da Silva, nos 100m T35. Com 12s78, o segundo melhor tempo da semifinal, o carioca garantiu presença na decisão, logo mais, às 17h30. "Tenho boas expectativas. Vi que na outra bateria o atleta ucraniano conseguiu bater o recorde mundial, mas o atletismo é na pista e depende do momento. Vou fazer de tudo para batê-lo e trazer um ouro", disse.
 
Na final dos 100m T36, para atletas com paralisia cerebral, Tascitha Oliveira chegou a liderar grande parte da prova, mas acabou ficando sem medalha, com o sexto lugar. Yanina Andrea Martinez, da Argentina, Claudia Nicoleitzik, da Alemanha, e Liliana Hernandez, da Colômbia, nesta ordem, formaram o pódio da prova.
 
Dardo e peso
No lançamento de dardo F54, disputado por atletas em cadeiras de rodas, o mineiro José Rodrigues, de 45 anos, terminou a prova na quarta posição. Campeão mundial, o grego Manolis Stefanoudakis ficou com o ouro, seguido pelo mexicano Luis Alberto Zepeda, prata, e o bielorusso Aliaksander Tryputs, com o bronze.
 
No arremesso de peso F41, para esportistas com nanismo, Kelly Cristina Peixoto terminou na quinta colocação. O pódio contou com dobradinha tunisiana: Raoua Tlili e Samar Ben Koelleb ficaram com a primeira e segunda posições. A australiana Claire Keffer levou o bronze.
 
Pedro Ramos e Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
Desenvolvido com o CMS de código aberto Joomla