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De virada, Brasil vence Marrocos na busca pelo tetra no futebol de 5

André Motta/brasi2016.gov.brAndré Motta/brasi2016.gov.br
A Seleção Brasileira de futebol de 5 entrou em campo, nesta sexta-feira (09.09), no primeiro desafio em busca da quarta medalha de ouro paralímpica. De cara, os jogadores da equipe verde e amarela sentiram que não será fácil manter a hegemonia conquistada em três edições de Jogos Paralímpicos. No campo montado na quadra 1 do Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra, o Brasil superou o bloqueio defensivo de Marrocos e venceu a partida por 3 a 1, de virada, com gols de Ricardinho, Jefinho e Nonato.
 
“Nós começamos tocando bem a bola. Como a gente saiu perdendo, tivemos que acelerar o jogo e procurar as jogadas individuais. O nosso grupo mostrou mais uma vez que está preparado para as adversidades do futebol. Não tem jogo fácil. Nem sempre a gente começa ganhando. Foi um jogo difícil. O Luan pegou bolas complicadas e ajudou a segurar o placar. Entretanto, no segundo tempo o nosso futebol sobressaiu e encaixamos os gols”, analisou Ricardinho, camisa 10 do Brasil e autor do gol de empate.
 
A equipe tricampeã de futebol para cegos mostrou um jogo ofensivo, com os africanos fechados na defesa. A seleção manteve a posse de bola a maior parte do tempo. Para o técnico da Seleção Brasileira, Fábio Vasconcelos, a estreia mostrou que o torneio paralímpico será difícil.
 
“Sabemos que nas Paralimpíadas não têm jogo fácil. Teoricamente, o Marrocos é a seleção que tem menos experiência no grupo, mas mostrou que é uma equipe perigosa, fez um gol e dificultou a nossa vida. O bom é que fica de lição que brigamos o tempo todo pela vitória”, afirma.  
 
André Motta/brasil2016.gov.brAndré Motta/brasil2016.gov.br
 
O Jogo
Nas arquibancadas silêncio. No campo o barulho do guizo da bola e as orientações dos técnicos, guias e goleiros. No país do futebol, acompanhar a partida de futebol de 5 é uma experiência única. Gritos? Só quando a bola para e nos gols. Os torcedores viram muitos dribles, passes, roubadas de bolas, belas jogadas e gols.
 
A seleção brasileira entrou em campo com Luan, Cassio, Definho, Nonato e Ricardinho — eleito duas vezes o melhor jogador do mundo (2006 e 2014).   
 
Aos 13 minutos, o Marrocos abriu o placar com Abderrazak Hattab. Atrás no marcador, o Brasil, com time ofensivo com três atacantes, pressionou os africanos. A equipe nacional chegou a perder três pênaltis antes de empatar a partida.
 
O gol brasileiro saiu somente no segundo tempo. Ricardinho foi o primeiro a balançar a rede. Cinco minutos depois, Jefinho virou o placar para o Brasil. O último gol veio dos pés de Nonato.
 
“A torcida nos ajudou muito. Foi o diferencial para termos força de reverter o placar. Demos um bom passo para o começo dessa história que espero que termine com a medalha de ouro”, disse o capitão Ricardinho.
Na primeira fase, a seleção enfrenta a Turquia, no dia 11, e o Irã, no dia 13 de setembro. Desde a estreia do futebol de 5 nos Jogos Paralímpicos, em Atenas 204, todas as edições foram vencidas pelo Brasil. Depois da conquista do tricampeonato consecutivo em Londres, a equipe recebeu o prêmio do Paralympic Sport Awards, do Comitê Paralímpico Internacional.
 
Desde 2010, o Ministério do Esporte celebrou 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões. Os convênios contemplam a preparação das seleções permanentes de várias modalidades, entre elas, a de futebol de 5. A preparação incluiu a realização de treinamento no Brasil e no exterior e a participação em competições internacionais.
 
Sobre o futebol de 5
O goleiro é o único que tem visão total. Os jogadores usam uma venda nos olhos. O chamador, como é conhecido o guia, fica atrás do gol orientando os jogadores. O técnico e o goleiro também auxilia os jogadores. O jogo tem 25 minutos e intervalo de 10 minutos.
 
Breno Barros
Ascom - Ministério do Esporte

Projeto de ciclismo assistido da UnB vai representar o Brasil nas Olimpíadas Biônicas

DivulgaçãoDivulgação
No palco do Rio Media Center, nesta quinta-feira (08/09), o atleta paraplégico Estevão Carvalho pedalou um triciclo com suas próprias pernas, sem uso de motores de qualquer tipo. E Estevão não é capaz de dar apenas algumas pedaladas. Em outubro, ele irá competir no ciclismo nas "Olimpíadas Biônicas", a Cybathlon, na Suíça, como único representante da América Latina. O feito é uma conquista do Projeto EMA - Empoderando Mobilidade e Autonomia - dos departamentos de Engenharia Elétrica e Fisioterapia da Universidade de Brasília (UnB).
 
O Projeto EMA, cujo foco principal é o uso de estimulação elétrica funcional, faz parte do Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inovação da UnB (NTAAI), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Atualmente, alguns participantes contam com bolsa da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). "O melhor de participar deste projeto é saber que a tecnologia conquistada não vai ficar limitada a atletas de alto rendimento, mas poderá ser experimentada por outros usuários. Além disso, tem o fator psicológico: é um estímulo elétrico, mas quem está fazendo o movimento sou eu. Isso é sensacional", contou Estevão.
 
O trabalho teve início com o desenvolvimento de uma tecnologia de estimulação elétrica para contrair os músculos de pessoas com lesão medular. Em parceria com um fabricante do Rio de Janeiro, um triciclo comum foi adaptado, dando origem ao EMA Trike. O equipamento funciona com a aplicação de pulsos elétricos de baixa energia em terminações nervosas usando eletrodos de superfície. Esses impulsos possibilitam movimentos coordenados pelas pernas, necessários para as pedaladas por pessoas paraplégicas.
 
O coordenador do projeto, o professor Antônio Padilha, detalhou durante a coletiva que o projeto pretende expandir a aplicação da tecnologia assistiva a outros esportes, como o remo. Outra vertente futura do projeto é auxiliar em movimentos específicos do cotidiano de pessoas com paraplegia, como transferir-se de uma cadeira, por exemplo.
 
O projeto tem parceria com a Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE). É de lá que veio o atleta escolhido para pilotar o equipamento no Cybathlon. Outros atletas com paraplegia também foram selecionados para participar de um protocolo de exercícios mais longo, com o objetivo de levantar evidências científicas dos benefícios do exercício com estimulação elétrica.
 
O Cybathlon
O Cybathlon é uma competição com seis categorias em que os participantes devem correr contra o tempo para realizar tarefas cotidianas auxiliadas por diferentes tecnologias. A ideia é justamente mostrar o estado da arte da tecnologia assistiva. Após um processo rigoroso para comprovar a maturidade da tecnologia, o Projeto EMA foi a única equipe da América Latina selecionada para a disputa.
 
Ascom - Ministério do Esporte

Verônica Hipólito faz melhor marca da vida e avisa campeã mundial: "Vai ter que correr muito"

André Motta/brasil2016.gov.brAndré Motta/brasil2016.gov.br
Verônica Hipólito correu os 100m da classe T38 em 12s84, o melhor tempo de sua carreira e o novo recorde paralímpico, estabelecido nesta quinta-feira (08.09), no Engenhão. Mas nem comemorou. Ficou entre o túnel de saída da pista e a zona mista, de olho na bateria seguinte, que definiria as outras finalistas. O motivo atendia pelo nome de Sophie Hahn. A britânica atual campeã e recordista mundial seria a próxima a correr e a brasileira sabia que sua marca recém-conquistada estava ameaçada. Não deu outra. Hahn completou os 100m em 12s62, novo recorde paralímpico, muito perto da própria marca de 12s60, a melhor do mundo.
 
Nada que tenha surpreendido a brasileira. Verônica revelou uma conversa com a rival antes da prova e reconheceu a superioridade da adversária. No entanto, o título de Hahn está em risco, nas próprias palavras da velocista do Brasil. “Ela realmente é a melhor do mundo. Quase bateu o recorde mundial de novo. Mas amanhã ela vai ter que correr muito, porque vou correr muito”, prometeu, explicando a estratégia para superar a britânica.
 
“Eu queria ver a corrida dela. Os 100m não são uma prova que dá para pensar, mas dá para ver qual é a parte mais forte das adversárias. Vi que o meio e o final dela são incríveis. A tática é começar bem, fazer o meio bem, fazer o final bem e dar uma volta no estádio muito bem também”, riu a brasileira.
 
O bom humor de Verônica Hipólito é justificável. Classificada para a final com o melhor tempo de sua vida, a brasileira tirou um peso das costas. “Depois de hoje fiquei orgulhosa de mim. Muita gente falou que eu nem chegaria nos 12s93. Fiz 12s84 tirando o pé. Fiquei feliz com o resultado. Amanhã (dia da final) sei que vai ser difícil, mas por isso vai ser divertido”.
Forte candidata a uma medalha na final dos 100m T38, Verônica está prestes a alcançar um feito inédito no atletismo paralímpico brasileiro. A velocista pode ser a primeira de sua classe a subir ao pódio dos Jogos. “Quero fazer história. Nenhuma T38 ganhou medalha. Quero muito”, afirmou a atleta, que espera baixar ainda mais os 12s84 na final. “Quero fazer o meu melhor, baixar meu tempo de 12s70. Se o meu melhor for uma medalha de ouro, não reclamo e vai ter churrasco”, declarou.
 
O sonho de baixar o tempo na final é factível. A própria Verônica contou que, durante os últimos treinos para os Jogos Paralímpicos, conseguiu quebrar o recorde mundial de Sophie Hahn. Mas nada que tranquilize a brasileira. “Os 100m são uma prova cruel. Se você erra o mínimo, perde muito. Vou entrar com a cabeça de que não posso errar”, disse.
 
O fim da história tem data e hora marcada: nesta sexta-feira (09.09), às 17h42, no Engenhão. Além de Verônica e Sophie, a final dos 100m T38 contará ainda com as britânicas Kadeena Cox e Olivia Breen, a brasileira Jenifer Santos, a alemã Lindy Ave, a australiana Ella Azura Pardy e a chinesa Junfei Chen.
 
André Motta/brasil2016.gov.brAndré Motta/brasil2016.gov.br
 
Alegria no último salto
No salto em distância T47 (amputados e outros), a cubana Yunidis Castillo – que tem quatro ouros paralímpicos - liderava até a quinta tentativa com a marca realizada no segundo salto: 5.59m. Mas a neozelandesa Anna Grimaldi surpreendeu e atingiu 5.62m na última oportunidade, aumentando em 21cm a melhor marca da carreira, tirando o ouro de Cuba e conquistando a primeira medalha da Nova Zelândia no Rio 2016.
 
“Nunca havia sentido algo parecido. É uma emoção muito grande, completamente diferente de quando eu ganhei o bronze no Mundial de Doha. Antes do último salto, eu sabia que já estava com o terceiro lugar e é um sentimento louco, você salta já sabendo que tem uma medalha. Dei o meu máximo e deu certo”, contou a atleta de 19 anos, que entrou para o atletismo paralímpico apenas em 2013.
 
“Eu assisti aos Jogos de 2012 e fiquei inspirada. Meus pais disseram que seria um bom caminho a seguir porque eu sempre amei esportes. Eles sugeririam que eu deveria ir para o esporte paralímpico, e aqui estou eu”, disse Grimaldi,  que nasceu sem a mão direita.  A brasileira Sheila Finder ficou em nono com 5.00m.
 
Demais provas de campo
No arremesso de peso, classe F41 (anões), o brasileiro Jonathan Santos ficou em quarto, com a marca de 11.71m.  Na final da classe F57 (competidores em cadeiras) – que também tinha atletas da F56 -  Nadia Medjmedj, da Argélia, bateu o recorde mundial da F56  com a marca de 9.92m. A brasileira Roseane Santos, a Rosinha, terminou a prova em sétimo, com 8.36m.
 
No lançamento de disco, o uzbeque Khusniddin Norbekov superou a melhor marca do mundo na classe F37 (paralisado cerebrais) com 59.75m, e o brasileiro João Victor Teixeira terminou em sétimo com a melhor marca da carreira (45.10m).
 
Mais resultados e recordes
A brasileira Taschitha Cruz avançou à final dos 100m T36 (paralisados cerebrais) com o segundo melhor tempo: 14s53.  Já na categoria T44 (amputados), na mesma distância, Alan Fonteles ficou em quarto em sua série com 11s26, a melhor marca dele na temporada. Com o mesmo tempo, o norte-americano Nick Rogers ficou com a oitava e última vaga para a final: ele superou Alan no desempate pelos milésimos. O outro brasileiro na prova, Renato Cruz, também não se classificou.
 
Dois recordes paralímpicos saíram nos 100m nesta noite: o britânico Jonnie Peacock fez a melhor marca na competição para a classe T44 (10s81) e o neozelandês Liam Malone, para a classe T43 (10s90). Ambos disputam a competição da T44 nos Jogos, já que não há a disputa da T43, mas os recordes valem em separado para cada classe.
 
Nos 100m classe T13 (deficientes visuais), os dois brasileiros não ficaram entre os três primeiros de suas séries, mas foram à final por tempo: Kesley Josué (11s10) e Gustavo Araújo (11s16). Nos 100m T37 (paralisados cerebrais), com 13s39, a britânica Georgina Hermitage igualou o recorde mundial que já era dela. Ainda na pista, Daniel Tavares foi para a final dos 400m T20 (deficientes intelectuais) com a segunda melhor marca: 48s70. O recorde mundial nessa prova é do brasileiro (47s78) e foi obtido no mesmo Engenhão durante o evento-teste para o Rio 2016, em maio deste ano.
 
Vagner Vargas e Carol Delmazo - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 
 

Com o coração na garganta, Daniel Dias garante primeiro ouro para o Brasil na natação. Ítalo Pereira consegue um bronze

Daniel Dias chegou aos Jogos Paralímpicos Rio 2016 com um currículo recheado de glórias: maior medalhista brasileiro em Paralimpíadas, ele já somava dez medalhas de ouro, quatro de prata e um bronze. Mas, para o campeão, nenhuma dessas conquistas se compara ao que ele viveu na noite desta quinta-feira (08.09), no Estádio Aquático do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, quando garantiu o primeiro lugar nos 200m livre e foi ovacionado pela torcida.
 
Daniel Dias conquistou sua 11ª medalha de ouro em Paralimpíadas. (Foto: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)Daniel Dias conquistou sua 11ª medalha de ouro em Paralimpíadas. (Foto: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)
 
 “Nunca senti uma emoção como essa. Eu achei que além de explodir, meu coração ia sair pela garganta, pular para fora. Foi fantástico, incrível”, festejou o nadador da classe S5 após a premiação. “Quase que eu dei um grito ali (na hora do pódio). É uma emoção grande, é um momento único que a gente está vivendo. Acho que a gente tem que desfrutar de tudo isso, com alegria e responsabilidade, e fazer o que a gente ama, por nós, pela família, por todo esse povo que está aí torcendo pela gente”.
 
Quando caiu na piscina, Daniel também queria quebrar o recorde da prova, que já é dele (2:26.51). Para alcançar o objetivo, contou até com um “empurrãozinho” dos colegas da equipe brasileira de natação paralímpica, que foram para a beira da piscina incentivar o nadador. A marca acabou não vindo (ele venceu com 2:27.88), mas a certeza de ter dado tudo de si deixou o campeão satisfeito. “Foi como eu esperava, como eu sonhava, até maior, com todo esse apoio, essa torcida, minha família. Era um sonho ter um filho me acompanhando e Deus me agraciou com dois filhos”, disse Daniel, que saiu da piscina e procurou a família nas arquibancadas.  
 
Daniel em ação nos 200m nado livre, classe S5. Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.brDaniel em ação nos 200m nado livre, classe S5. Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br
 
O boneco de pelúcia do mascote Tom que Daniel recebeu, com os cabelos dourados em alusão à cor da medalha, já tem dono. E se tudo sair como planejado, ninguém vai precisar brigar para ver quem vai ficar com ele. “De repente, na empolgação, vai que eu jogo um para a torcida, não sei, mas o objetivo é levar para casa, porque tenho filhos, esposa, sogra, cachorro, todos vão querer”, brincou Daniel.
 
A quantidade de provas que ele vai disputar ainda é “surpresa”, mas pelo menos mais cinco competições estão nos planos. Nesta sexta (09.09), ele está escalado para o revezamento misto 4 x 50m estilo livre. “Agora é soltar, descansar, ir para a Vila, comer direito, ter uma boa noite de recuperação. O tempo que eu tiver para descansar, eu vou descansar. Procuro me divertir e dar o meu melhor, vamos ver o que vai dar. Vamos nadar dia após dia e no dia 17 a gente vê quantas eu consegui”, afirmou.
 
Para ele, mais do que colecionar medalhas, importa mostrar a todos o valor do esporte paralímpico e da pessoa com deficiência. "Acho que a grande mensagem aqui é mostrar que nós, assim como qualquer outra pessoa, queremos apenas uma oportunidade para realizarmos nossos objetivos. Acima do ouro, o que vale é a gente conquistar o respeito do próximo, do ser humano, do povo brasileiro”, completou.
 
Montanha-russa
 
O ouro de Daniel Dias não foi a única medalha brasileira do dia no Estádio Aquático. Nos 100m costas classe S7, Ítalo Pereira conquistou um bronze e vibrou muito na piscina. “Ainda não caiu a ficha que eu conquistei essa medalha, mas estou muito feliz”, disse o atleta de Porto Nacional (TO), criado em Goiânia, após a prova.
 
Ítalo Pereira conquistou o bronze nos 100m costas classe S7 e comemorou muito na piscina. (Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)Ítalo Pereira conquistou o bronze nos 100m costas classe S7 e comemorou muito na piscina. (Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)
 
O sabor de garantir a primeira medalha em Paralimpíadas foi ainda mais especial para Ítalo porque o bronze veio em casa, com apoio da torcida. “Acho que isso é inesquecível. Ganhar uma medalha dentro do seu país, com toda a torcida a seu favor, não tenho palavras. Essa não é uma conquista só minha, é de todos que estão assistindo e também dedico a todos os que trabalham comigo”.
 
Para explicar como é a sensação de ganhar uma medalha em um estádio lotado de brasileiros, Ítalo usou uma metáfora curiosa. “É como quando você vai ao parque, na montanha-russa. Você fica na fila e escuta quando a montanha-russa desce e todo mundo faz ‘uuuuuh’. A gente fica ali no balizamento e escuta a torcida. Então você fica ainda mais motivado para entrar na piscina”, contou.
 
Dos 12 atletas brasileiros que disputaram as eliminatórias do primeiro dia da natação, sete passaram para finais. Talisson Glock e Caio Oliveira ficaram com o quarto lugar nos 100m costas S6 e nos 400m livre S8, respectivamente. Maiara Barreto, em sua primeira Paralimpíada, chegou em oitavo nos 100m livre S3. Thomaz Matera foi o sexto lugar nos 100m borboleta S13. E Joana Maria Silva ficou em sexto nos 200m livre S5.
 
Carinhosamente chamada de Joaninha pelos amigos e colegas, a nadadora se emocionou ao falar dos sacrifícios que fez para viver o sonho de disputar os Jogos Paralímpicos Rio 2016. Na reta final de preparação, ela não falou com a filha Jaline Vitória, de 9 anos. “É um momento muito delicado falar dela. Tem um mês que não falo com ela. Eu sou fraca no psicológico de mãe, então eu prefiro ter o psicológico de atleta. Vou falar com ela no dia 17, quando terminar os 100m livre. A primeira pessoa que quero falar é com ela”, desabafou. “Vou falar para ela que valeu a pena todas as saudades que a gente viveu e que valeu a pena ela falar que me ama e eu a ela”, completou.
 
Enquanto não fala com Jaline, Joana aproveita o carinho da torcida para fazer seu melhor na piscina. “Você fica emocionado em sair e ter um monte de gente gritando seu nome. Eu não tenho ninguém da minha família aqui, então eu me sinto como se algumas pessoas fossem minha mãe, meu pai. Vejo crianças me chamando e penso na minha filha. Então é muito bom, ver que tudo que a gente tem feito tem dado resultados bons”.  
 
Nesta sexta, a partir das 9h42, oito brasileiros disputam provas individuais. Ítalo Pereira volta à piscina para os 50m livre S7. Talisson Glock compete nos 50m borboleta S6. Phelipe Rodrigues faz sua estreia nos 50m livre S10, mesma prova de André Brasil. Nos 50m livre S10 feminino, Mariana Ribeiro será a representante brasileira. Regiane Nunes Silva vai disputar os 100m costas S11. Camille Cruz vai entrar na piscina para a prova dos 400m livre S9. Nos 100m borboleta S8, Gabriel Sousa vai representar o Brasil. Por fim, será disputado o revezamento misto 4 x 50m livre. 
 
Mateus Baeta, Michelle Abílio e Valéria Barbarotto - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Ministro Picciani se reúne com ministros do Esporte kuwaitiano e francês

 
No Rio de janeiro, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, se encontrou com o ministro da Informação e dos Assuntos da Juventude do Kuwait, Salman Sabbah al-Salem al-Hammud al-Sabbah, na tarde desta quinta-feira (08.09), na Casa Brasil. Em seguida, o ministro também se reuniu com o secretário do Esporte francês, Thierry Braillard, na residência do cônsul-geral da França.  
 
De acordo com Picciani, o titular da pasta kuwaitiana elogiou a organização da Rio 2016. “Ele destacou, sobretudo, a maneira como foram recebidos pelos brasileiros, com muita festa e alegria. Isso nos leva a reafirmar que, nestes Jogos Olímpicos e Paralímpicos, quem sempre leva a medalha de ouro é a população brasileira e do Rio de Janeiro, que tem recebido com muita cordialidade e festa os visitantes”, frisou.
 
Os dois ministros debateram ainda sobre a experiência do Brasil na área do esporte, em especial nos setores voltados para pessoas com deficiência, da importância da inclusão social desse grupo de pessoas e o esporte como fator fundamental para que essa inclusão seja bem-sucedida.
 
Secretário do Esporte francês, Thierry Braillard, e ministro Leonardo Picciani se encontram no Rio. Foto: Francisco Medeiros/MESecretário do Esporte francês, Thierry Braillard, e ministro Leonardo Picciani se encontram no Rio. Foto: Francisco Medeiros/MEJá no encontro com o secretário francês, ambos discutiram detalhes acerca da assinatura de um acordo de cooperação internacional. “Tivemos a oportunidade de nos encontrar durante os Jogos Olímpicos e ficou decidido desde então que França e Brasil vão assinar um acordo de cooperação internacional”, ressaltou Braillard.  
 
Para o ministro do Esporte brasileiro, a expectativa sobre a assinatura desse acordo é muito positiva. “No momento, a proposta passa por análise técnica das secretarias de Esporte de Alto Rendimento, e de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, para que, no mais breve espaço de tempo possível, possa ser assinada. O documento vai possibilitar o intercâmbio de equipes, de atletas e de treinadores, com um país que tem uma tradição esportiva muito forte, que envolve muitas modalidades e um trabalho de excelência.  
 
Emília Andrade, do Rio de Janeiro
Ascom – Ministério do Esporte  
 

O voo de Ricardo Oliveira para o topo do pódio: brasileiro é ouro no salto em distância

O nome de Ricardo Oliveira foi mais uma vez anunciado no Engenhão. O público vibrou e o atleta se encheu de energia. Era a sexta e última tentativa na final do salto em distância da classe F11 (deficientes visuais) nesta quinta-feira (08.09), primeiro dia de competições de atletismo nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Ele não sabia, mas naquele momento Ricardo tinha 6.43m, enquanto o atual campeão mundial e recordista, o norte-americano Lex Gillette, estava com o ouro no peito por um centímetro (6.44m). Era preciso saltar como nunca. E Ricardo voou para o lugar mais alto do pódio. Saltou 6.52m para garantir o primeiro ouro do Brasil na competição.
 
Ricardo Oliveira voa para o ouro: na última tentativa, brasileiro alcançou a marca de 6.52m e conquistou o título paralímpico no Engenhão. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Ricardo Oliveira voa para o ouro: na última tentativa, brasileiro alcançou a marca de 6.52m e conquistou o título paralímpico no Engenhão. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
“Acreditei que foi um bom salto a partir do momento que eu fiz a fase de voo. Geralmente, eu conto 1 e fecho a fase, e nesse último salto deu tempo de contar 1 e meio. Quando eu finalizei o salto eu senti que era o ouro se eu não tivesse queimado”, contou.  “Estou muito emocionado, um momento que vou levar para o resto da minha vida. É algo incomparável”, resumiu.
 
A sede de vitória era grande e Ricardo queria garantir logo um bom salto. Ele queimou o primeiro e aquilo o incomodou. “Fiquei mais pilhado e pensei: ‘agora não vou errar mais nenhum’. E fui para cima”, contou. Na segunda tentativa, conseguiu 6.41m, a melhor marcada validada da carreira. Até o quarto salto, ele liderava a prova. Na quinta oportunidade, Lex Gillette saltou 6.44m e Ricardo fez 6.43m logo depois. Mas o brasileiro contou que não sabia esses números.
 
"Eu não me preocupo com os adversários, meus guias são orientados a isso. Concentro eu, meu guia e a prova.  Meu técnico (Everaldo Braz) disse: ‘Ricardo, você ficou em segundo’. Ele não falou ‘ele saltou x’. Ele disse: ‘Ricardo, você está a um centímetro de diferença’, mas não falou número nem nome, porque aí eu me concentro e coloco em prática o que eu vim para fazer”, explicou.
 
No salto em distância para os cegos, o silêncio é importante porque os atletas são orientados na execução do movimento. Mas assim que Ricardo fez o sexto salto, o público explodiu. “Fiquei muito emocionado, agradeço a todos que torceram por mim, me ajudou muito e me deixou com aquela pegada de brasileiro”, afirmou o atleta, que ficou totalmente cego na adolescência em decorrência da doença de Stargardt.
 
Lex Gillette ficou com a quarta prata paralímpica consecutiva da carreira no salto em distância com 6.44m. O bronze foi para o ucraniano Ruslan Katyshev (6.29m).
 
Aos 34 anos, Ricardo está apenas em sua segunda grande competição. Estreou no Mundial de Doha, em 2015, e ficou em quarto. O “quase” nos Emirados Árabes Unidos deu ainda mais estímulo para o Rio 2016. O sul-mato-grossense de Três Lagoas ainda vai disputar os 100m T11 neste sábado (10.09) e promete dar trabalho aos oponentes. Mas a maior expectativa da família a partir de agora não está em cima dele.
 
Com a bandeira do Brasil, Ricardo comemora o primeiro ouro paralímpico da carreira. (Foto:André Motta/Brasil2016.gov.br)Com a bandeira do Brasil, Ricardo comemora o primeiro ouro paralímpico da carreira. (Foto:André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
Irmãos dourados?
 
O brasileiro tem duas irmãs que também são deficientes visuais. Uma delas divide com Ricardo a paixão pelo esporte. Atual campeã mundial na mesma classe do feminino, Silvânia Costa é a caçula e vai competir no dia 16 de setembro.
 
“Eu sempre quis ter um irmão, e a Silvânia, por ser a caçula e estar sempre do meu lado, preencheu esse espaço sem dificuldade. Somos muitos unidos, até no material de esporte. Eu comecei primeiro, chamei a Silvânia, ela foi melhorando e um foi incentivando o outro. A gente chegou aonde chegou através de superação e confiança”, contou.
 
Confiança não falta de que o próximo ouro paralímpico da família está próximo. Mas o primeiro já está garantido: o menino que, por causa da deficiência, viveu por tanto tempo isolado, sem querer sair de casa, viu no esporte a libertação e um estímulo para ir cada vez mais longe. Talvez não imaginasse que o voo mais alto seria tão perto de casa.
 
Carol Delmazo e Vagner Vargas, Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

É prata! Odair Santos conquista primeira medalha do Brasil no Rio 2016 nos 5.000m

No Mundial de Atletismo Paralímpico de Doha, em 2015, Odair Santos sofreu com uma hipertermia, caiu três vezes, levantou-se e completou os 5.000m T11 (deficientes visuais) carregado por seu guia. Menos de um ano depois, Odair correu até o fim, completou o percurso em 15m17s55 e conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a primeira do Brasil no evento. O ouro ficou com o queniano Mushai Kimani (15m16s11), enquanto o bronze foi para Bil Wilson, também do Quênia, com 15m22s96.
 
Odair Santos (E) e o queniano Klmani cruzaram a linha de chegada dos 5.000m T11 muito próximos. Brasileiro ficou com a prata. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Odair Santos (E) e o queniano Klmani cruzaram a linha de chegada dos 5.000m T11 muito próximos. Brasileiro ficou com a prata. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
 “Tenho tempo mais baixo que o de hoje, 15m11s, infelizmente não consegui repetir. Mas foi minha segunda melhor marca no ano, então estou muito satisfeito. Fico frustrado pelo fato de não ter vencido, mas fico feliz por ter conquistado a primeira medalha para o meu país”, disse Odair.
 
O drama vivido no Catar no ano passado é um borrão na memória do brasileiro. Odair disse não se lembrar direito da prova no Mundial. “Me disseram que fui bastante ovacionado. Eu estava inconsciente, desmaiado. Acordei e estava no hospital”, lembrou.
 
No Engenhão, a história foi outra. Odair liderava na última volta e acabou ultrapassado, mas desta vez pôde comemorar e ouvir os aplausos que vieram da arquibancada para o primeiro medalhista do país nos Jogos Rio 2016. “Hoje foi a redenção. Entrei bastante focado e acabei conquistando a medalha”, comemorou, destacando o público brasileiro no estádio.
 
“É uma energia fantástica. O povo brasileiro é diferenciado, inigualável. Em nenhum lugar do mundo você vai encontrar esse calor humano. Só tenho que dar parabéns a todo esse pessoal que veio prestigiar o esporte paralímpico”, comentou o medalhista de prata, que correu com fotos das filhas Júlia e Milena estampadas nas lentes dos óculos.
 
Odair Santos homenageou as filhas com fotos delas nas lentes dos óculos que usou na prova. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Odair Santos homenageou as filhas com fotos delas nas lentes dos óculos que usou na prova. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
“Elas correm comigo na lente e no coração. Hoje não ia ser diferente. Quis fazer essa homenagem. Elas estão aqui no estádio e
têm muita participação nessa medalha”, destacou Odair.
 
Com o resultado no Engenhão, Odair conquistou sua oitava medalha paralímpica, a quarta de prata. Ele ainda tem outras quatro de bronze. O brasileiro lamentou ter sido ultrapassado por Kimani na última volta dos 5.000m, mas não deixou de comemorar mais um pódio em sua carreira.
 
O brasileiro volta à pista do Estádio Olímpico no domingo (11.09) para disputar os 1.500m T11. Odair é o atual bicampeão mundial da distância e conquistou a medalha de prata nos Jogos de Londres 2012. “Agora é focar e descansar bastante. Vou entrar com tudo e, quem sabe, conquistar mais uma medalha para o meu país”, declarou.
 
A prova
 
O percurso de 5.000m tem 12 voltas e meia. Odair se manteve na maior parte da prova em quarto lugar, mas no primeiro pelotão junto com os outros três atletas quenianos. Quando faltavam menos de três voltas, o brasileiro assumiu a ponta e levou o Engenhão à loucura. Ele liderou até os últimos 150m, quando o queniano Mushai Kimani acelerou para vencer a prova. Odair cruzou a linha de chegada em segundo e garantiu a primeira medalha brasileira nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. O bronze foi para o queniano Bil Wilson.
 
“Adotei essa estratégia de dosar um pouco mais no início para fechar um pouco mais forte. Infelizmente acabou não dando certo. O queniano é um pouco mais veloz e acabou me surpreendendo no fim”, explicou o brasileiro.
 
Primeiro ouro
 
Na final do salto em distância da classe F11 (deficientes visuais), Ricardo Costa ficou com o ouro ao conquistar a marca de 6.52m na sexta e última tentativa. A prata foi para o norte-americano Lex Gillette, que liderava até o último salto com 6.44m. O bronze ficou com o ucraniano Ruslan Katyshev, com 6.20m.
 
Odair Santos - Medalha de prata (Foto: Andre Motta/Brasil2016.gov.br)Odair Santos - Medalha de prata (Foto: Andre Motta/Brasil2016.gov.br)
 
Brasileiras nas semifinais
 
Nas eliminatórias dos 100m rasos feminino classe T 11 (deficientes visuais), as três brasileiras se classificaram para as semifinais. Lorena Spoladore venceu a sua série com 12s49 e Jerusa Santos fez o mesmo com o tempo de 12s34. Terezinha Guilhermina ficou em segundo na sua eliminatória, mas com o tempo de 12s19 também se qualificou para a próxima fase.
“Estou realmente motivada para fazer melhor na hora certa. É uma corrida para quebrar o gelo da estreia, com certeza amanhã vou estar bem melhor. Mas estou feliz com este tempo, é o melhor deste ano”, disse Terezinha, atual recordista mundial e paralímpica.
 
Recordes desta manhã
 
Nos 100m feminino da classe T12 (também para deficientes visuais), a atual recordista mundial, a cubana Omara Duran, venceu a sua série em 11s58 e bateu o recorde paralímpico, que era da chinesa Guohua Zhou  (11s91) de Londres 2012.  A brasileira Alice Correa foi para as semifinais com o tempo de 12s31, melhor marca pessoal.
 
No arremesso de peso classe F32 (paralisados cerebrais), o grego Athanasios Konstantinidis bateu o recorde mundial com a marca de 10.09m. Já na classe F12 (deficientes visuais), Caio Vinícius (5º)  e Alessandro Rodrigo (10º) ficaram fora do pódio.
Outro recorde mundial veio na eliminatória dos 100m classe T53 (competidores em cadeiras de rodas): a chinesa bateu sua própria marca ao terminar a prova em 16s19.
 
Vagner Vargas e Carol Delmazo – Brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Seis edições, seis medalhas: Tenório vai atrás do pódio final em Paralimpíadas

O judoca Antônio Tenório (-100kg) chega ao Rio 2016 com 45 anos e cinco medalhas paralímpicas (quatro ouros e um bronze) no histórico, mas garante que a empolgação é parecida com a que tinha aos 25, quando conquistou o primeiro pódio em Atlanta, 1996. No próximo 10 de setembro, na Arena Carioca 3, ele quer acrescentar mais uma medalha à sua coleção.
“Minha expectativa é a mesma, a ansiedade é a mesma, estou chegando para lutar por um lugar no pódio, respeitando todos os adversários. Quero representar bem o meu país”, disse.
 
Tenório em dois momentos: em ação em Pequim 2008 e com a medalha de bronze de Londres 2012. (Fotos: Flickr CPB)Tenório em dois momentos: em ação em Pequim 2008 e com a medalha de bronze de Londres 2012. (Fotos: Flickr CPB)
 
A diferença está no fato de competir em casa, algo que Tenório encara com tranquilidade e cautela, para não se empolgar demais com a torcida. O judoca também está mais maduro, com a segurança de ter feito uma boa preparação.
“Eu sempre fui atleta, desde os sete anos. Com nove, comecei a competir, então para mim foi só manter o nível de treinamento. E eu tenho um grupo de trabalho muito bom que me manteve até hoje nesse nível. Tenho nutricionista, preparador físico, clínico geral que cuidam da minha saúde”, explicou Tenório, que perdeu a visão do olho esquerdo aos 13 devido ao descolamento de retina. Seis anos mais tarde, uma infecção no olho direito deixou-o totalmente cego.
 
Willians com uma das várias medalhas conquistadas ao longo do último ciclo: agora é a vez de tentar o ouro paralímpico. (Foto: Guto Marcondes/CPB)Willians com uma das várias medalhas conquistadas ao longo do último ciclo: agora é a vez de tentar o ouro paralímpico. (Foto: Guto Marcondes/CPB)
 
Sucessores
 
Tenório vai se despedir nos Jogos Paralímpicos no Rio, mas planeja disputar mais um Mundial. Na seleção brasileira, ele vê diversos nomes que podem consolidar carreiras  de sucesso.  “O Willians (Araújo) é um que tem chance de medalha (no Rio 2016). Tem também o Arthur (Cavalcante), o Abner (Oliveira) e temos uma menina fortíssima no feminino que é a Alana (Maldonado), vocês vão gostar dela”, apostou.
 
Carioca de 24 anos, Willians (+100kg) sentiu-se honrado por ter o nome citado pelo ídolo. Mais um estímulo para quem saiu de Londres 2012 desanimado e contou com a família para se reerguer. “Tive um empurrãozinho do meu irmão Wellington. Em 2012, voltei lesionado (rompimento da clavícula) e ele me abraçou, chorou e disse: ‘Você é meu herói, você representa 200 milhões de pessoas, você é meu ídolo’. Não tem como não emocionar, naquele momento foi um empurrão enorme”, contou.
 
Willians chega com outro espírito ao Rio 2016. “O Willians de Londres evoluiu, está em 1º lugar do ranking, medalhas em todas as competições deste ciclo, e isso mostra amadurecimento não só fisicamente, como psicologicamente e tecnicamente, então isso é muito legal. Minha meta é estar no pódio, não vai faltar raça e vontade. Quero lutar bem. Eu vim para fazer história”, disse o judoca, que perdeu a visão aos 10 anos em acidente com tiro de espingarda e pratica o esporte desde 2009.
 
Se a delegação brasileira fica mais confiante por estar em casa, Willians se sente mais em casa ainda. Criado no Complexo do Alemão, ele quer ser exemplo para todo o país, mas em especial para a comunidade onde passou a maior parte da vida.
“Em toda comunidade tem dois caminhos, o do bem e o do mal, e graças a Deus tive a oportunidade de seguir o caminho do bem e hoje estar representando o país, a cidade, o bairro de Olaria, o Alemão nos Jogos do Rio. Para mim é um momento importante, eu fico feliz em ser um exemplo para essas pessoas que cresceram e estão crescendo no Complexo do Alemão.
Acho que realmente é possível mudar o nosso futuro, basta querer e as oportunidades aparecerem”, afirmou.
 
Falando em oportunidade, Willians não quer perder a chance de ter um resultado histórico no mesmo dia de Tenório. Ambos vão lutar em 10 de setembro e o carioca quer levar para casa não só a medalha. “É um cara que eu admiro bastante, é um grande ícone do judô paralímpico, uma referência para todos nós brasileiros e até internacionalmente. Vai ser no mesmo dia, vai ser marcante. Seria legal ter essa foto: eu com a medalha e ele com a dele para mostrar os meus filhos e netos”, disse.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Brasil inicia sua busca pela ousada meta do top 5 paralímpico

 
Abertura da Paralimpíada emocionou aos participantes e ao público. (Foto:Getty Imagens/Brasil2016.gov.br)Abertura da Paralimpíada emocionou aos participantes e ao público. (Foto:Getty Imagens/Brasil2016.gov.br)
 
A frieza dos números elenca 4.432 atletas, 20 instalações esportivas, 23 modalidades e 528 eventos com medalhas, com representantes de 159 países e dois atletas refugiados sob a bandeira do Movimento Paralímpico Internacional. A objetividade estatística indica que os Jogos Paralímpicos do Rio serão vistos por uma audiência acumulada de até 4 bilhões de espectadores mundo afora, em 154 países, um aumento de 3,8 milhões em relação a Londres (2012) e Pequim (2008). 
 
Mas, para quem prefere transcender a matemática pura e simples, os Jogos são um manancial de histórias. Histórias que contemplam muito do que o ser humano é capaz de alcançar e produzir quando transforma limitações em expressão vazia, pronta para ser transmutada em conquista ou competitividade e a receita inclui persistência, engenhosidade, treinamento qualificado e desenvolvimento técnico.
 
Histórias que se contam, sim, com medalhas e pódios, porque os atletas são de altíssimo rendimento. Mas que nem por isso impedem exemplos de transcendência. Casos como do arqueiro Matt Stutzman, medalhista de prata pelos Estados Unidos nos Jogos Paralímpicos de Londres no tiro com arco. Isso atirando com a boca e os pés, já que não tem os dois braços. Ou do egípcio Ibrahim Hamadtou, que joga tênis de mesa com a raquete na boca, por não ter os braços, e sonha com pódio no Rio na Classe 6.
 
No plano da força, o iraniano Siamand Rahman chega à capital fluminense com oito recordes mundiais batidos nos últimos dois anos e a pretensão de levantar nada menos que 300kg no halterofilismo. Já na face geopolítica, o angolano Maurício Dumbo perdeu a visão em função do sarampo em meio à guerra civil em seu país. Numa janela de oportunidade, veio parar no Brasil, foi alfabetizado, naturalizado, se formou em direito e se fixou como um dos talentos nacionais no futebol de cinco. Talento a ponto de ter sido convocado na última hora para representar a equipe brasileira, atual tricampeã da modalidade e que estreia na sexta, contra o Marrocos, na busca pelo tetra em casa.
 
"Esses serão os jogos do povo. Você não poderia estar num país mais apaixonado por esporte, mas você precisa conquistar o coração dos brasileiros. Eu acho que o aumento massivo na venda de ingressos mostra que os brasileiros e os cariocas estão prontos para os Jogos e querem muito ver a delegação brasileira alcançar grandes resultados", afirmou Philip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional. Segundo eles, quase 1,7 milhão de entradas foram vendidas, o que vai superar a marca de Pequim (2008). 
 
Ambição
 
Anfitriã dos Jogos, a delegação brasileira pretende conjugar boa parte desses ingredientes durante os 12 dias de competições a partir desta quarta-feira (08.09). Com a ambiciosa meta de chegar ao Top 5 no quadro de medalhas, o país chega com 289 atletas e representantes em todos os esportes. Até hoje, o melhor resultado obtido pelo Brasil foi o sétimo lugar nos Jogos de Londres, quatro anos atrás. 
 
Durante o ciclo até 2016, a preparação das seleções paralímpicas permanentes contou com apoio financeiro do Ministério do Esporte. Desde 2010, houve 17 convênios entre o governo federal e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Os valores somam R$ 67,3 milhões. O investimento federal proporcionou o treinamento de atletas no Brasil e no exterior, além da participação em competições internacionais.  
 
Uma das beneficiárias do investimento, Bruna Alexandre, do tênis de mesa, é uma das esperanças de medalha da delegação. Ela é uma das estreantes do país nesta quarta, a partir das 16h, diante da australiana Andrea McDonnell, no Pavilhão 3 do Riocentro.
 
"Minha classe são só dois grupos. A estreia é com a australiana e vai ser difícil. Espero conseguir encaixar tudo o que venho treinando e estou conseguindo colocar na mesa e manter o foco e a disciplina", disse a atleta, que também tem na chave a chinesa Qian Yang, prata nos Jogos de Londres no individual e ouro por equipes, além da croata Mirjana Lucic.
 
Recorde feminino 
 
Bruna e suas adversárias representam um contingente de 1.621 mulheres inscritas nos Jogos. É a maior participação feminina na história da competição, 12% superior a Londres e mais do que o dobro das 790 mulheres que estiveram em Atlanta, há 20 anos, segundo Philip Craven, presidente do IPC. 
 
Além do tênis de mesa, o Brasil estreia nesta quarta no atletismo, na natação, no goalball, no judô, no futebol de sete e no basquete em cadeira de rodas (veja lista completa abaixo). 
 
A fase final de preparação de boa parte dos atletas foi realizada no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. O complexo na capital paulista é o maior do mundo em número de modalidades contempladas: são 15 no total. O equipamento, um dos principais da Rede Nacional de Treinamento, conta com 86 alojamentos, capazes de receber cerca de 280 pessoas. A unidade está dividida em 11 setores, que englobam áreas esportivas de treinamento, hotel, centro de convenções, laboratórios, condicionamento físico e fisioterapia.  
 
O empreendimento recebeu investimento de R$ 305 milhões, sendo R$ 187 milhões em recursos federais. Do total do aporte do Ministério do Esporte, R$ 167 milhões foram investidos na construção e outros R$ 20 milhões em equipagem.
 
Confira a agenda do Brasil nesta quarta:
 
Goalball Masculino
9h - Brasil X Suécia
Local: Arena do Futuro (Parque Olímpico da Barra)
Natação
Local: Estádio Aquático Olímpico
Classificatórias - manhã
9h30 – 100m costas masculino S6 – Talisson Glock
9h46 – 400m livre masculino S8 – Caio Oliveira
10h01 – 400m livre feminino S8 – Cecília Jerônimo de Araújo
10h17 – 100m peito masculino SB9 – Ruan Felipe Lima de Souza e Lucas Lamente Mozela
10h42 – 100m livre feminino S3 – Maiara Regina Pereira Barreto
10h54 – 100m costas masculino S14 – Felipe Vila Real
11h10 – 100m borboleta masculino S13 – Thomaz Rocha Matera
11h31 – 200m livre masculino S5 – Daniel Dias
11h43 – 200m livre feminino S5 – Joana Maria Silva e Susana Schnarndorf Ribeiro
11h56 – 100m costas masculino S7 – Italo Pereira
Finais - tarde *caso se classifiquem
17h30 – 100m costas masculino S6 – Talisson Glock
17h44– 400m livre masculino S8 – Caio Oliveira
17h54 – 400m livre feminino S8 – Cecília Jerônimo de Araújo
18h05 – 100m peito masculino SB9 – Ruan Felipe Lima de Souza e Lucas Lamente Mozela
18h41 – 100m livre feminino S3 – Maiara Regina Pereira Barreto
19h04 – 100m costas masculino S14 – Felipe Vila Real
19h32 – 100m borboleta masculino S13 – Thomas Rocha Matera
19h59 – 200m livre masculino S5 – Daniel Dias
20h08 – 200m livre feminino S5 – Joana Maria Silva e Susana Schnarndorf Ribeiro
20h32 – 100m costas masculino S7 – Italo Pereira
Futebol de 7
10h - Brasil x Grã-Bretanha
Local: Estádio de Deodoro
Judô
Local: Arena Carioca 3 (Parque Olímpico da Barra)
A partir de 10h:
Até 48 kg (B3) – Quartas de final - Karla Cardoso (BRA) x Yuliya Halinska (UCR)
Até 52 kg (B2) – Quartas de final - Michele Ferreira (BRA) x Ramona Brussig (ALE)
Até 60 kg (B1) – Oitavas de final – Rayfran Mesquita (BRA) x Uugankhuu Bolormaa (MGL)
Até 66 kg (B2) – Oitavas de final - Halyson Bôto (BRA) x Miguel Vieira (POR)
Goalball Feminino
10h15 - Brasil x EUA
Local: Arena do Futuro (Parque Olímpico da Barra)
Atletismo
Local: Estádio Olímpico (Engenhão)
Manhã
10h – 5000m masculino T11 (final) – Odair Santos
10h25 – Salto em distância masculino F11 (final) – Ricardo Costa
10h35 – Arremesso de peso masculino F12 (final) – Caio Vinícius e Alessandro Rodrigo
10h22, 10h31, 10h40 e 10h49 – classificatórias da prova de 100m rasos feminino T11 – Terezinha Guilhermina, Jerusa Santos e Lorena Spoladore.
10h57, 11h05, 11h13 e 11h21 – classificatórias da prova de 100m rasos feminino T12 – Alice Correa
Tarde/Noite
17h33 – Arremesso de peso feminino F57 (final) – Roseane Santos
17h47 – Arremesso de peso masculino F41 (final) – Jonathan Souza
18h09 – Lançamento de disco masculino F37 (final) – João Victor
18h11 – Salto em distância feminino T47 (final) – Sheila Finder
17h30 e 17h37 – classificatórias da prova de 100m rasos feminino T36 – Tascitha Cruz
17h45 e 17h52 - classificatórias da prova de 100m rasos masculino T44 – Alan Fonteles e Renato Cruz
18h13 e 18h21 - classificatórias da prova de 400m rasos masculino T20 – Daniel Tavares
19h19 e 19h27 - classificatórias da prova de 100m rasos masculino T13 – Gustavo Henrique e Kesley Josué
20h05 e 20h12 - classificatórias da prova de 100m rasos feminino T38 – Verônica Hipólito e Jenifer Martins
Tênis de mesa
Local: Riocentro – Pavilhão 3
12h20 - 1ª fase Classe 5 – Claudiomiro Segatto (BRA) x Valentin Baus (ALE)
13h40 - 1ª fase Classe 4 – Joyce Oliveira (BRA) x Borislava Peric-Rankovic (SRB)
16h - 1ª fase Classe 1 – Aloisio Lima (BRA) x Chang Ho Lee (COR)
16h - 1ª fase Classe 10 – Bruna Alexandre (BRA) x Andrea McDonnel (AUS)
16h40 - 1ª fase Classe 10 – Carlos Carbinatti (BRA) x Jose Manuel (ESP)
18h - 1ª fase Classe 7 – Israel Pereira Stroh (BRA) x Will Bayley (GBR)
Basquete em CR Feminino
12h15 - Brasil x Argentina
Local: Arena Carioca 1 (Parque Olímpico da Barra)
Basquete em CR Masculino
15h15 - Brasil X EUA
Local: Arena Olímpica do Rio (Parque Olímpico da Barra)
 
Gustavo Cunha, brasil2016.gov.br
Ascom- Ministério do Esporte

Seleção masculina de vôlei sentado se prepara para a estreia contra os EUA

O feriado de 7 de setembro foi sinônimo de muito trabalho para a seleção brasileira masculina de vôlei sentado, que treinou nesta manhã no Marina Barra Clube, na zona oeste do Rio de Janeiro. Na sexta-feira (09.09) o Brasil faz sua estreia na Paralimpíada contra os Estados Unidos, no Pavilhão 6 do Riocentro, a partir das 10h. Os compromissos seguintes do Brasil na fase de grupos serão diante das equipes do Egito e da Alemanha. 
 
Equipe brasileira treina na Barra da Tijuca para a estreia nos Jogos Paralímpicos do Rio. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Equipe brasileira treina na Barra da Tijuca para a estreia nos Jogos Paralímpicos do Rio. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
“É o jogo de estreia, tem toda aquela ansiedade, mas acredito na atmosfera a nosso favor, assim como foi no Parapan de 2007, quando a seleção americana era favorita na final e a gente conseguiu, com o apoio da torcida, virar o jogo e ganhar o ouro. Então eu quero muito, mais uma vez, contar com esse calor do torcedor que é tão importante para o nosso grupo”, diz Renato Leite, jogador de vôlei sentado desde 2002, quando a modalidade passou a ser praticada no Brasil. 
 
O sonho da seleção é unânime: a medalha de ouro. Mas a primeira meta, segundo o levantador, é disputar jogo a jogo como se fosse o único. “Nosso time está em uma evolução grande. É uma equipe alta e estamos conseguindo equilibrar a linha de passe. Sabemos que o ouro é palpável, mas o nosso foco é jogo após jogo e chegar a uma primeira semifinal da história da modalidade e, assim, vamos brigando pelo pote de ouro, o metal mais precioso que existe”, completa o atleta de 34 anos, com mais de 400 jogos pela seleção.
 
A atividade da equipe comandada pelo treinador Fernando Guimarães teve início às 9h no clube da Barra da Tijuca e se estendeu até as 11h. “A base desse grupo está treinando junta desde 2013. Tivemos uma série de conquistas importantes durante o ciclo e tudo faz parte da nossa busca pelo melhor desempenho. Sabemos o que queremos e sabemos que todas as equipes querem a mesma coisa, então temos que treinar com muito foco para alcançarmos o melhor resultado possível”, explica o técnico, ressaltando que o trabalho em dois períodos é uma necessidade para quem quer chegar longe, sobretudo às vésperas da competição. 
 
“O meu time, modéstia à parte, é espetacular. O protocolo prevê 1h30 de treinamento por dia, mas entendemos que é fundamental ter mais um período porque o nosso trabalho normalmente funciona assim, então treinar só em um horário seria como dar um passo para trás”, explica Fernando Guimarães, acrescentando, ainda, a importância de atividades complementares, além do treino com bola, ao longo de toda a preparação. “Também trabalhamos bastante com a parte tática, psicológica, teórica, essa coisa de assistir vídeo para fazer leitura de jogo, estudar, enfim. Procurei desde o início mostrar que esses fundamentos teóricos são deveres reais do atleta de alto rendimento e fundamentais para o resultado prático a ser alcançado”, comenta Guimarães.
 
Excepcionalmente hoje, o time teve trabalho físico apenas pela manhã, já que ao final do dia atletas e comissão técnica teriam um compromisso agendado e aguardado com ansiedade: a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, a partir das 18h15, no Maracanã. “Vai ser uma cerimônia muito legal e emocionante. Estamos ansiosos para saber quem vai participar porque até agora está tudo pela surpresa. Aí fica uma curiosidade, mas tenho certeza de que será inesquecível. É a oportunidade de mostrarmos a nossa cultura ao mundo, tal qual fizemos na Olimpíada, e também de enfatizar a importância do movimento paralímpico, do qual tenho o maior orgulho de fazer parte e levantar a bandeira”, finaliza o veterano Renato Leite.  
 
Valéria Barbarotto, brasil2016.gov.br
Ascom -Ministério do Esporte

Nota da ABCD

A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) informa que vem trabalhando no sentido de regulamentar e instalar de forma definitiva o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (JAD). A instituição tem prazo até o final de outubro de 2016 para finalizar a portaria e nomear seus membros. A partir daí, o JAD passará a ser o tribunal único para o julgamento de casos de dopagem e violação às regras do Código Mundial Antidopagem da Agência Mundial Antidoping (WADA-AMA).

A criação de uma jurisdição disciplinar centralizada, responsável pelos casos de dopagem, e a jurisdição exclusiva da ABCD no Brasil são as exigências da WADA-AMA para que o país esteja em conformidade com as diretrizes estabelecidas no código. Não há problemas em relação ao Laboratório Brasileiro de Controle Antidopagem, que está em pleno funcionamento, e só durante as Olimpíadas Rio 2016 realizou cerca de 5 mil análises de amostras e deve realizar outras 1 mil no período da Paralimpíada.

No dia 28 de julho de 2016, foi sancionada a Lei nº 13.322, que alterou a Lei Geral do Esporte (Lei 9.615/1998) para ajustar a legislação brasileira ao Código Mundial Antidopagem. Com isso, foram definidas as atribuições da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, entre elas, ser a responsável por estabelecer a política nacional de prevenção e de combate à dopagem, conduzir os testes de controle de dopagem e gerir resultados, investigações e outras atividades relacionadas à dopagem. A ABCD também passou a ser a única instituição nacional responsável por emitir as Autorizações de Uso Terapêutico – AUTs e certificar os Agentes de Controle de Dopagem. A legislação também instituiu a criação do JAD.

O JAD será composto por um tribunal e uma procuradoria, autônomos e independentes, com competência para julgar violações de regras antidopagem, aplicar sanções e homologar decisões de órgãos internacionais sobre essas violações. O tribunal ainda precisa de uma regulamentação especifica para funcionar, e a ABCD vem tratando dessa questão, ao mesmo tempo em que acompanhou os trabalhos de controle de dopagem que foram realizados nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (sob o comando do Comitê Olímpico Internacional), bem como está acompanhando os Jogos Paralímpicos (sob o comando do Comitê Paralímpico Internacional), que se iniciaram na quarta-feira( 07.09).

A adequação aos requisitos da WADA é condição imprescindível para a consolidação da política de combate à dopagem no Brasil, trabalho que vem sendo conduzido pela ABCD desde sua criação, com resultados expressivos, como a reacreditação do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, efetuada pela WADA em maio de 2015; a formação e a certificação de mais de 130 oficiais de coleta de amostras de urina e sangue, bem como os testes realizados dentro e fora de competição, que de janeiro a julho de 2016 alcançaram 2.277 amostras coletadas em atletas que integram o Grupo Alvo de Testes e ainda outros desportistas que participam de competições oficiais no país. 

Ascom - Ministério do Esporte

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