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O Arqueiro Sem Braços vai ao Sambódromo em busca da segunda medalha paralímpica

Getty ImagesGetty Images
Se alguém imagina uma cena de quebra de recordes mundiais no tiro com arco, pensa logo em um arqueiro com um braço esticado segurando seu equipamento e o outro tracionando a corda para efetuar o disparo. No entanto, é o nome deste sorridente norte-americano da foto abaixo que está no Guinness Book, o Livro dos Recordes. Sim, Matt Stutzman, "The Armless Archer" - o "Arqueiro Sem Braços" - é o homem que acertou uma flecha na maior distância do mundo: 930 pés (o equivalente a 283,4m).
 
Detentor da prata em Londres-2012 e no Parapan de Toronto-2015, ele é um dos atletas mais emblemáticos em ação nas Paralimpíadas no Brasil. Chega ao Brasil como um dos favoritos ao pódio da prova masculina individual do arco composto, que será disputada nesta quarta (14.09), no Sambódromo. Na rodada classificatória, ele ficou em quarto entre os 31 inscritos e enfrentará o porto-riquenho Alexis Rosario a partir das 10h. Nas oitavas de final, o brasileiro Andrey Muniz de Castro pode ser seu adversário, caso ambos vençam o primeiro combate.
 
Matt já foi personagem de diversas reportagens e documentários. "Já falei a frase 'tudo é possível' várias vezes, mas sei que, com isso, estimulo as pessoas a tentarem ir cada vez mais longe", disse o americano."Não importa se você tem deficiência ou não. Por isso quero sempre motivar as pessoas a fazerem o que imaginam ser capazes", acrescentou, antes de elogiar a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
 
A habilidade e desenvoltura para um esporte que exige tanta precisão impressionam. Sem os dois braços desde o nascimento, Matt desenvolveu uma técnica especial para disparar. Ele usa o pé esquerdo para encaixar a flecha, segura o arco com o pé direito e puxa a corda com um equipamento especial e dispara ao mover seu maxilar. "A precisão vem do treinamento. E a habilidade nos pés é porque todos os dias caminho com as minhas mãos", brinca o americano, que escreve, dirige, digita em celulares e tablets, escova os dentes e faz praticamente tudo com os pés.
 
Apaixonado por esportes desde criança, ele contou que já se dedicou ao futebol. "Adoro o 'soccer', mas praticava era o futebol americano. Fui kicker (jogador que executa o field goal) de uma equipe semi-profissional no meu estado".
 
"Além de poder competir aqui, conhecer o Rio é um prazer enorme. Visitei alguns pontos da cidade e, por mim, ficaria para sempre na praia de Copacabana. Mas amo minha cidade e estou aqui também pelos habitantes de lá", contou Stultzman, que reside em Fairfield, no Iowa (região Centro-Oeste dos Estados Unidos).
 
Veja Matt em ação na final dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015:
 
 

Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil vence a Alemanha em arrancada emocionante e já faz história

Miriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiActionMiriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiAction
O pavilhão 6 do Riocentro estava lotado e com um barulho animador vindo das arquibancadas na noite desta terça-feira (13.09). O motivo da euforia: assistir a Brasil e Alemanha duelarem pela segunda - e última - vaga do Grupo A para a semifinal paralímpica do vôlei sentado masculino. Os adversários alemães tomaram o primeiro set do Brasil, fechando em 24/26, mas a virada brasileira, ao som de “eu acredito”, veio a partir do segundo set, em uma arrancada que teve parciais de 25/23, 25/18 e 25/12. O resultado leva o time do técnico Fernando Guimarães à semifinal, inédita para a modalidade.
 
“Jogo contra a Alemanha nunca é fácil. É uma equipe aguerrida, que foi terceira colocada na última Paralimpíada. Eles têm uma defesa muito boa. Nós fazemos intercâmbio direto com os caras, hoje conseguimos estudar o estilo deles e conseguimos fazer tudo o que foi pedido. No início teve um pouco de ansiedade, mas depois baixou. Todos os jogadores que entraram foram bem. Nós não temos seis jogadores, temos 12”, disse o capitão Fred.
 
Mesmo com a empolgação geral que tomou conta do ginásio desde o início, a seleção não convenceu imediatamente. No primeiro set, o Brasil saiu atrás da Alemanha, que chegou a abrir uma vantagem de seis pontos. A recuperação veio ainda na primeira etapa e o Brasil teve o set point nas mãos, mas os alemães foram superiores à ansiedade brasileira e finalizaram a primeira parcial em 26/24. 
 
O segundo set seguiu acirrado e disputado ponto a ponto, mas desta vez o resultado foi positivo para o lado brasileiro, fechando a parcial em 25/23. Neste momento, os torcedores pareciam já saber qual seria o final da história, porque a comemoração muito empolgante. 
 
Mais tranquilos com o empate, os brasileiros embalaram e fizeram bonito nos sets seguintes ao vencer o terceiro por 25 a 18 e o último, que garantiu a classificação, por 25 a 12. A superioridade brasileira tomou conta do jogo e desestabilizou a fria seleção alemã, que tomou dois cartões vermelhos por reclamação.
 
Miriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiActionMiriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiAction
 
Melhor desempenho
Maior pontuador do jogo, com 23 tentos anotados, Anderson Ribas afirmou que teve hoje o seu melhor desempenho em quadra desde que começou no vôlei sentado. “O atleta tem que ser disciplinado e tem horas que não sou, mas hoje obedeci os comandos do Fernando e deu tudo certo”. Ainda em quadra, Anderson sentiu o ombro esquerdo e, após o jogo, acalmou o torcedor dizendo que foi apenas um choque. “Quando fui passar a bola, não vi que estava perto do poste, mas acho que não foi nada sério. Só a pancada mesmo”.    
 
Agora, a seleção pode ter uma noite tranquila de sono. Porém, essa tranquilidade pode esbarrar em um gigante de 2,46m. O adversário será o primeiro colocado do Grupo B, a ser oficializado depois da rodada desta quarta (Bósnia x China e Ucrânia x Irã). O favoritismo é do Irã, berço de Morteza Mehrzad, atleta que virou sensação nos Jogos Paralímpicos por seu tamanho. “O gigante é o cara que deu uma turbinada no time do Irã, mas não acredito que seja impossível ganhar deles. Você tem que jogar com o coração, parceiro. Dentro de casa, com toda essa torcida linda, não dá para fazer feio”, finalizou, otimista, o capitão Fred. 
 
Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Odair Santos repete a prata de Londres nos 1.500m. Terezinha queima a largada: "Perdi para mim mesma"

Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
Conquistar nove medalhas paralímpicas é feito digno de reconhecimento histórico. A última, vencida na Rio 2016, repetiu a cor de Londres-2012 na mesma prova: prata nos 1.500m, classe T11 (cegos). Odair Santos conquistou a única medalha do atletismo na sexta noite dos Jogos Paralímpicos, no Estádio Olímpico Nilton Santos, nesta terça (13.09), mas deixou a frustração de não ter o primeiro ouro da coleção, que escapou nos últimos 50 metros.
 
Assim como nos 5.000m, prova na qual Odair trouxe a primeira medalha brasileira dos Jogos em casa, ele perdeu para o mesmo adversário: o queniano Samwel Muchai Kimani, com a mesma estratégia: aumentar o pique na última volta. O brasileiro passou na frente na marca dos 700m e 1.100m. A diferença no tempo dos dois reflete o quanto o brasileiro ficou próximo do ouro, pois foram seis décimos de diferença (4min03s25 x 4min03s85). O bronze foi para o turco Semih Deiz.
 
Odair não escondeu a frustração por deixar escapar o ouro tão perto da linha de chegada, mas se sentiu satisfeito pela prata em uma prova para a qual ele não tinha se preparado tanto. "Não treinei para ela este ano devido a algumas lesões. Então fico feliz de ter conquistado mais uma medalha paralímpica nesta prova. Claro, o intuito é o ouro, mas nem sempre as coisas acontecem da forma que a gente imagina", afirmou.
 
Odair se referiu a apenas um dos vários obstáculos. Também sofreu com uma lesão na coxa direita que o impediu de correr na final dos 5.000m em Londres-2012. Ao longo do ciclo, ainda lidou com uma punição que o tirou a medalha do Parapan em Toronto-2015. No Mundial 2015, em Doha, no Catar, uma hipertermia o fez desmaiar na mesma prova de média distância.
 
Desafios marcam sua vida desde o início. Uma retinose pigmentar começou a tirar a visão do atleta e, aos dez anos, começou a correr por influência de um tio, parando aos 17. Aos 22, na classe T12, começou conquistando medalhas e recordes mundiais até que, em 2010, foi reclassificado para a T11 (perda total da visão). Em seis anos, Odair teve que se readaptar, mais uma vez, à realidade. Na nova classe, tornou-se recordista mundial nos 800m (1m58s47).
 
Ao lembrar disso tudo, Odair se sente melhor com as duas pratas conquistadas na Rio-2016, e já pensa no futuro. "Independentemente de ter conquistado ouro ou não, duas medalhas não se conquista todo dia. A nona então, nem se fala. Tenho plano agora de treinar muito, até mais do que ele (o queniano), para surpreender nas próximas provas. Se Deus quiser, vou para Tóquio 2020", contou.
 
Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
Passo em falso
A decepção de perder o ouro ganha força maior para Terezinha Guilhermina. Por queimar a largada na final dos 200m T11, a atleta acabou desclassificada e viu a britânica Libby Clegg triunfar novamente. Cenário similar ao dos 100m T11, no qual a brasileira também foi desclassificada e não defendeu seu título de campeã paralímpica, que foi para a mesma rival.
 
"É caso de rir ou chorar. Não sei se foi azar, mas em 16 anos eu nunca queimei. Essa foi uma situação indelicada. Hoje saio da pista nessas condições: perdi pra mim mesma. Saio como alguém que perdeu. Só que alguém que perdeu por um erro, né? Não ganhei uma medalha. Poderia ter ganho. Poderia ter feito a minha melhor marca. Estava preparada pra isso, aquecida e concentrada, mas não aconteceu", analisou Terezinha.
 
Depois das eliminações nas duas provas mais fortes dela, Terezinha aposta as fichas em suas últimas chances de medalha no atletismo da Rio 2016: os 400m T11 e o revezamento 4 x 400m. "O que aconteceu eu não posso mudar. Dei descarga. Vou para a próxima prova livre, leve e solta para fazer melhor do que fiz até agora. Se não acontecer, vou continuar tentando", garantiu a velocista.
 
Outra campeã paralímpica que esteve em ação hoje foi Shirlene Coelho. No arremesso de peso F37, ela fez a melhor marca pessoal, com 10m91, mas ficou em quarto lugar. A alemã Franziska Liebhardt quebrou o recorde mundial, com 13m96 e garantiu o ouro. No lançamento do dardo F54 feminino, Poliana Jesus foi a quinta colocada, numa prova vencida pela nigeriana Flora Ugwunwa.
 
Além disso, três dos quatro velocistas campeões paralímpicos pela manhã no revezamento 4 x 100 T11-13 voltaram à pista, todos com mais resultados positivos. Gustavo Araujo fez o quinto tempo nos 400m T13 e estará na final. Daniel Silva (5º) e Felipe Gomes (2º) garantiram vaga nas semifinais ao vencer suas baterias nos 200m T11.
 
Os três contam que optaram pela mesma estratégia: economizar no esforço e fazer apenas o necessário pela classificação. Para o caso de Felipe, a tática vale para defender seu título paralímpico de Londres-2012. "Estou feliz, meu objetivo era classificar, terminar em primeiro na bateria, mas a gente sabe que ainda está difícil e falta muita coisa, mas o primeiro objetivo a gente já cumpriu. Agora é descansar, porque amanhã tem mais".
 
Rodrigo Vasconcelos e Leonardo Dalla - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Bruna Alexandre fatura o bronze e se torna a primeira mulher medalhista do tênis de mesa

Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
Poucas vezes o número três foi tão preciso para definir a performance de uma atleta. A brasileira Bruna Alexandre foi a terceira colocada no último mundial da Classe 10 do tênis de mesa, disputado na China, em 2014. Chegou aos Jogos do Rio como a número três do mundo no ranking da Federação Internacional. E, na campanha até conquistar o primeiro bronze feminino da história do tênis de mesa nacional, só perdeu duas vezes: para a número um e para a número dois do ranking.
 
"Bati na trave em Londres, mas esses quatro anos foram muito bons para mim. Consegui melhorar bastante, mesmo. Agora, acho que só falta melhorar um pouco o meu físico, emagrecer mais. Mas já foi um grande ponto melhorar a cabeça, conseguir estar focada do início ao fim. Fez toda a diferença para mim", afirmou a brasileira, que foi quinta colocada nos Jogos de 2012.
Na partida disputado no Pavilhão 3 do Riocentro, Bruna superou a dinamarquesa Sophie Walloe, número cinco do mundo, por 3 sets a 0, parciais de 11 x 2, 13 x 11 e 11 x 8, em 22 minutos de partida. "No início eu acho que ela estava meio com medo, mas depois começou a pegar mais. Ela me surpreendeu bastante. Já joguei com ela três vezes e ela nunca tinha feito algumas coisas: Sacou curto e começou a jogar mais lento. Eu tive de passar a explorar as bolas com giro, com muito efeito, para incomodar ela", avaliou Bruna.
 
Um dos momentos cruciais, segundo a brasileira, foi a fase final do segundo set. "Ela abriu 8 x 6. Ali eu senti que as coisas estavam meio fora da casinha. Consegui me concentrar, buscar o empate. E, quando chegou no 11 x 10 para mim, eu pedi tempo. Às vezes o atleta sente que precisa. Eu que estava pressionada. Queria garantir o 2 x 0, porque seria um jogo bem mais seguro para mim. Foi importante", disse. 
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.brSaque, um diferencial
Um dos desafios de Bruna na modalidade foi desenvolver o saque, uma de suas armas mais importantes. A catarinense de Criciúma teve de amputar o braço direito por consequência de uma trombose quando tinha seis meses de vida. Assim, precisa equilibrar a bola na mesma mão que segura a raquete e lançar a bola ao alto com o mesmo braço que usa para jogar.
 
"O saque foi uma das coisas que tive mais dificuldade em aprender. Treinei bastante. Até hoje treino muito. Mas é uma das minhas principais armas. E eu sou canhota, o que me ajuda a colocar as bolas mais no canto", descreveu Bruna, que teve na semifinal diante da polonesa Natalia Partyka um de seus momentos mais impressionantes no torneio. Natalia é atleta paralímpica e titular da equipe olímpica da Polônia. Conquistou nesta terça, no Rio, o quarto ouro consecutivo paralímpico da Classe 10 ao derrotar a chinesa Qian Yang por 3 sets a 0. Bruna foi a única atleta a tirar sets de Natalia no Rio. Chegou a abrir 2 x 1 e só caiu no tiebreak. "Eu acho que esse é o melhor dos quatro ouros que conquistei porque foi o mais difícil de todos, principalmente levando em conta a semifinal e a final. É por isso que saio tão satisfeita", afirmou Partyka.
 
"A gente sabia que a Bruna tinha chance de ganhar esse bronze pelo ranking. Mas foi muito positivo porque ela fez esse 3 x 2, de igual para igual, com a Natalia. A polonesa é a número 80 no ranking olímpico. Uma atleta fenomenal, de movimentação, de técnica rápida", avaliou o técnico da Seleção Brasileira nas Classes 6 a 10, Paulo Camargo. "E hoje a Bruna teve calma sendo favorita. Chegar na mesa, jogar e ganhar de 3 x 0 como ela fez não é fácil", completou o treinador, que não previa brecha para festa. "Agora a gente já trabalha para a competição por equipe, que começa nesta quarta. Nem pode festejar muito. Tem de colocar a cabeça em dia e buscar a recuperação física", explicou.
 
Antes mesmo da competição de equipes, contudo, o tênis de mesa nacional já garantiu a melhor campanha da história paralímpica brasileira, já que Israel Stroh, na Classe 7, havia conquistado a medalha de prata na segunda-feira. Antes dos Jogos do Rio, o Brasil só havia conquistado uma pódio. Uma prata, por equipe, nos Jogos de Pequim, em 2008, com Welder Knaf e Luiz Algacir. 
 
DivulgaçãoDivulgação
 
Dani bate na trave
Danielle Rauen não pertencia à lista das favoritas a uma medalha no Rio de Janeiro. Pelo ranking mundial, ela chegou à competição como a oitava colocada da Classe 9 do tênis de mesa. Mas nunca o pódio foi tão real para a brasileira quanto na tarde desta terça. Danielle entrou para a disputa do bronze contra a polonesa Karolina Pek, quarta do mundo, com a mesma confiança que usou para bater de virada, na fase de grupos, a chinesa Guiyan Xiong (vice-lider). Danielle abriu 2 sets a 0, com parciais de 11 x 8 e 11 x 8, e abriu 4 x 0 no terceiro set.
 
"Eu acho que eu já estava pensando no fim da partida. Nos dois primeiros sets, ela estava errando muito. Eu achei que ela ia continuar errando até o fim, mas ela achou o ponto do meu jogo e eu que passei a não conseguir pegar mais as bolas dela. Ficou muito ruim", lamentou Danielle, que perdeu a terceira parcial por 11 x 9 e depois viu a polonesa sacramentar o bronze com um duplo 11 x 5.
 
"Dei a minha vida nesse jogo, mas ficou um gostinho de que dava, de que eu podia mais. De qualquer forma, estou feliz pelo que realizei. Espero em Tóquio conseguir essa medalhinha que deixei escapar agora", afirmou Danielle.
 
Karolina Pek, que já havia vencido Danielle na fase de grupos por 3 sets a 1, celebrou muito a capacidade de acreditar na virada mesmo quando parecia improvável. "Eu confesso: fiquei muito tensa no terceiro na terceira parcial. Mas pensei: ok, faça o que você tem de fazer, do jeito que tem de fazer. E não desista. Eu precisava jogar mais com o meu backhand e ser rápida nas trocas de bola", descreveu. "Eu fiz isso e deu certo", disse. A decisão do ouro na Classe 9 envolveu duas chinesas. Meng Liu superou Lina Lei por 3 sets a 0, com parciais de 12 x 10, 13 x 11 e 13 x 11.
 
Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Pódio duplo: Andre Brasil e Phelipe Rodrigues conquistam prata e bronze nos 100m livre

André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.br
Pódio duplo não é novidade para Andre Brasil e Phelipe Rodrigues, que nos últimos anos anos vêm dividindo o protagonismo na classe S10 da natação paralímpica no país e em muitas competições internacionais. Conquistar as primeiras posições juntos em Jogos Paralímpicos no Brasil que é a situação inédita. E bastante especial para os dois. Nesta terça-feira (13.09), no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, Andre garantiu a prata nos 100m livre com 51s37, e o bronze foi para Phelipe Rodrigues (51s48). A prova foi vencida pelo ucraniano Makym Krypak, nadando para 51s08.
 
“Nós dividimos pódio desde 2008 em todas as competições internacionais e nacionais. Estar aqui no Brasil, dividindo com outro brasileiro é uma coisa surreal, não tem como explicar mesmo”, disse Phelipe.
 
Esta foi a quinta medalha paralímpica de Phelipe, que conquistou a prata nos 50m livre na atual edição. Andre garantiu a 12ª, sendo a segunda no Rio 2016, já que ficou com o bronze nos 100m borboleta no dia anterior. Nas primeiras provas que disputou - 50m livre e 100m costas -, ele amargou dois angustiantes quartos lugares. Para Andre, o pódio duplo já deveria ter ocorrido.
 
“Faltou esse momento para o Brasil nos 50m livre, independentemente da cor da medalha. Culpa minha de não ter me apresentado, eu estava irreconhecível naquele dia e não fizemos a dobradinha. Subir juntos ao pódio é mais que uma dobradinha que a gente faz. Já é o meu companheiro de longa data. Daqui a alguns anos eu quero passar o bastão para ele e ele vai dar continuidade a tudo isso”, afirmou.
 
André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.br
 
Alto nível
Os atletas também destacaram o alto nível da prova e a evolução do esporte paralímpico. "O esporte é muito trabalho, dedicação. Hoje tem quatro caras na casa dos 51s. Há oito anos, eu ganhei a prova com 51s6 e hoje fiquei em segundo com 51s3. Você pode ver toda a evolução que o esporte teve. Fico feliz em fazer parte dessa transformação e dessa festa. Nunca mais vamos ver um público como esse. Que a gente possa aproveitar esse momento", disse Andre.
 
A forte cobrança pessoal é algo que o brasileiro não perdeu ao longo dos anos. “Hoje vou me cobrar um pouco. Nós estávamos na frente. Eu não sei o que aconteceu, não consegui encaixar uma braçada mais alongada e esticada como geralmente faço. Achei que iria chegar na casa dos 50s. Era a minha meta".
 
Phelipe gostou tanto da sensação de disputar uma competição desse porte em casa que abriu mão de um ritual que costuma seguir. O rock pesado que escuta antes de cair na piscina deu lugar ao carinho do público. “Eu costumava entrar de fone, para me concentrar bem, e estou fazendo questão de entrar sem, para sentir a torcida como se fosse uma força. Na primeira vez que fui nadar, os 50m livre, eu estava supernervoso. Quando entrei e ouvi falando o meu nome, fiquei arrepiado”, contou o atleta.
 
A espera de Talisson pelo bronze
Talisson Glock foi o primeiro brasileiro a pular na piscina na noite desta terça. O catarinense de 21 anos terminou os 400m livre S6 em quarto lugar, com 5m17s24. A prova foi vencida pelo italiano Francesco Bocciardo, em 5m02s15. O holandês Thijs van Hofweegen fez o segundo melhor tempo, 5m07s82, e o cubano Lorenzo Escalona ficou em terceiro, 5m14s44.
 
André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.br“Os 400m e os 100m livre são provas que nado porque gosto, não tenho expectativa. O 400m é uma prova que venho tirando dos meus treinos. Fico meio chateado com o tempo, porque tenho 5min13s, que se eu tivesse feito, teria sido o bronze. Mas tudo é experiência”, disse.
 
Ele comentou a espera da confirmação do bronze nos 200m medley. Nesta segunda (12.09), Talisson havia ficado em quarto na prova, mas o colombiano Nelson Crispin foi desclassificado e o brasileiro herdou o terceiro lugar. A Colômbia, entretanto, entrou com recurso, e o resultado do julgamento - que manteve a desqualificação - só foi conhecido pelo brasileiro na manhã de terça.
“Saiu de madrugada, fiquei sabendo hoje de manhã. Fico contente, foi minha segunda melhor marca. Foi um ano de trabalho e o resultado mostrou que a gente não tem que nadar pensando na medalha, ela é uma consequência. A desclassificação mostra isso. Todo mundo podia errar”, afirmou. A entrega de medalhas foi realizada nesta terça e Talisson foi ovacionado pelos brasileiros ao receber o bronze.
 
Mais três brasileiros nadaram no Estádio Aquático nesta noite. Nos 200m medley SM7, a brasileira Verônica Almeida foi desclassificada. Mariana Gesteira disputou os 100m livre S10: a carioca de 21 anos terminou em sétimo, com 1m02s75.  Nos 50m livre masculino S9, Ruiter Silva terminou na sétima colocação, com 26s62
 
Domínio chinês e outros recordes
China e recorde mundial foram sinônimos em vários momentos. Bozun Yang fez a melhor marca nos 100m peito SB11 com 1m10s08, superando o tempo que ele havia feito em Londres 2012 (1m10s11). Na mesma prova para mulheres, o recorde mundial foi quebrado por Xiaotong Zhang: 1m23s02. Pouco depois, Cong Zhou nadou para 1m02s90 e estabeleceu a nova marca do mundo para os 100m peito S8. Nos 50m livre S3, Wenpan Huang diminuiu os 40s51 que havia feito nesta manhã para 39s24.
 
A ucraniana Yelyzaveta Mereshko bateu o recorde paralímpico dos 400m S6 ao vencer a prova na noite desta terça com a marca de 5m17s01. Nos 100m livre S10, foi a vez da canadense Aurelie Rivard estabelecer o novo recorde da competição, com 59s31. Outro atleta que bateu recorde paralímpico foi Uladzimir Izotau, de Belarus, nos 110m peito SB12. A marca anterior era dele, de Londres (1m07s28), e agora passou a ser 1m06s82. A noite de recordes seguiu com a britânica Stephanie Millward e a melhor marca da competição nos 100m peito S8 (1m13s02) e com a norte-americana Michelle Konkoly nos 50m livre S9 (28s29).
 
 Carol Delmazo, Breno Barros e Vagner Vargas - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte  
 

Do seringal para o pódio: Edson Pinheiro conquista a medalha que faltava na carreira

CPBCPB
Na madrugada de ontem, sem conseguir pegar no sono, o velocista Edson Pinheiro, - classe T38, para atletas com paralisia cerebral – pensava no único pódio que ainda não havia conquistado na carreira. “Fui dormir três horas da manhã pensando. Eu falei: ‘Será o meu dia’. Já tinha sido vice-campeão mundial, várias vezes campeão parapan-americano e essa medalha paralímpica estava faltando. Só pensava no pódio dentro de casa”, conta. Não deu outra.
 
Nesta terça-feira (13.09), o atleta contou com o apoio da torcida no Estádio Olímpico Engenhão, para cruzar a linha de chegada na terceira posição na prova dos 100m rasos. “É maravilhoso poder ganhar essa medalha dentro de casa, com essa torcida empolgante, empurrando a gente. É um momento único, minha primeira medalha em Paralimpíada”, celebra.
 
Atleta mais velho da final, com 37 anos, Edson afirma que a conquista fez com que repensasse a data de aposentadoria. “Agora é esquecer o final da carreira. Se está bom, vamos ficar. A idade vai chegando e o atleta começa a sentir mais dores, fica mais cansado, já não consegue recuperar, mas consegui ter uma estrutura legal que me permitiu prolongar isso. Vou ficar correndo, enquanto não aparecer alguém para ganhar, enquanto ainda estiver entre os três melhores do mundo, vou ficando”, diverte-se.
 
Em um final eletrizante, o brasileiro teve a medalha de bronze confirmada apenas após validação via photofinish, à frente do sul-africano Dyan Neille Buis, por milésimos. Para Edson, a espera até a confirmação do resultado pareceu uma eternidade. “Aqueles dez segundos pareceram durar umas cinco horas. Foi muito tenso aquele momento. Saíram o primeiro, o segundo e não saía o resultado do terceiro lugar. Fiquei na expectativa. No final, eu perdi um pouquinho a aceleração e o sul-africano chegou, mas eu me joguei, cruzei e quando saiu o meu nome saltei mais de meio metro de alegria”, comemora.
 
CPBCPB
 
Classificado com o quarto melhor tempo na semifinal, o atleta já esperava uma disputa acirrada pelo pódio. “É uma prova forte, a gente sabia que quem largasse melhor ia ter grandes chances. Eu consegui fazer uma boa largada e isso me favoreceu para ficar entre os três. Estava bem treinado, mas 100m é um tiro”.
 
O forte calor do Rio de Janeiro, que para alguns competidores pode ser uma desvantagem, não incomodou o brasileiro. “O australiano e o sul-africano estavam sofrendo um pouco, com toalha de gelo nas costas, mas para mim é tranquilo. Estou acostumado com esse calor do Brasil. Acho que eles sentiram também um pouco a torcida, gritando o meu nome. Isso deu uma pesada na hora da corrida para eles”, afirma. O vencedor da prova foi o chinês Jianwen Hu, que bateu o recorde mundial com 10s74, seguido do australiano Evan O’Hanlon.
 
CPBCPBOrigens
Nascido em um seringal em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, com a ajuda de uma parteira, Edson teve paralisia cerebral por falta de oxigênio no momento do nascimento, complicação que fez com que tivesse os movimentos do lado direito do corpo prejudicados. Para o atleta, suas origens são parte fundamental das vitórias que segue acumulando.
 
“Eu vim de uma cidade do interior do Acre, bem distante, um lugar em que a gente não tem muitas expectativas. Eu fazia trabalho braçal desde os dez anos, para ajudar a família. Já capinei quintal, trabalhei na roça, quebrei tijolo. Não me arrependo de nada, foi muito gratificante poder chegar até aqui. Fui crescendo, mudei para Rondônia, lá comecei a praticar o tênis de mesa, depois mudei para o atletismo. Eu não consigo pensar o que eu faria se não fosse o atletismo hoje”, lembra.
 
“Meu pai trabalhava desde cedo no seringal, minha mãe trabalhava em casa. A gente nasceu em um lugar muito difícil para a criação, mas meus pais souberam me educar, me dar uma boa índole e ensinar a respeitar o próximo. Isso contou para cada passo da minha vida e, se eu estou aqui hoje, é mérito deles também”, acrescenta.
 
Ainda que carreiras esportivas sejam fundamentalmente marcadas por dedicação e renúncia, Edson lamenta não poder estar mais próximo dos familiares, ainda que a distância resulte em tantas conquistas. “A maior dificuldade é ficar longe da família. Eu tenho dois filhos, o menor nasceu em um dia e eu viajei logo no outro, então fiquei 15 dias longe dele. Para mim, é um dos maiores obstáculos, mas o atletismo representa minha vida. Hoje vivo atletismo, durmo atletismo, acordo atletismo, meus amigos são do atletismo, meus filhos nasceram do atletismo”, diz.
 
Patrocinado com a Bolsa Pódio, do Ministério do Esporte, o acreano não espera ter muito tempo para comemorar. “Eu tenho um técnico bem rigoroso com o sistema de treino. Acho que ele pensa que a gente só tem que descansar depois de aposentar. Mas acredito que vai dar para curtir um pouco, porque é um momento único, uma medalha em Paralimpíada é um trabalho que deu certo, foi vitorioso. Então acho que até ele vai curtir um pouco essa medalha”, brinca.
 
Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Seis Casas de Hospitalidade dos Jogos Olímpicos Rio 2016 são premiadas

Equipe RMCEquipe RMC
Sucesso de público nos Jogos Olímpicos Rio 2016, as casas temáticas também ganharam o direito de subir ao pódio com o anúncio dos vencedores do Prêmio "Casas de Hospitalidade Rio 2016". Qatar, Ernest & Young, Federação Internacional de Vôlei, Hungria e Suíça foram as escolhidas pelo júri em cinco diferentes categorias, além de uma escolha por voto popular, para receber o prêmio criado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio). A iniciativa tem parceria com a Empresa Olímpica Municipal (EOM), a Subsecretaria de Relações Internacionais do Estado do Rio de Janeiro e a Coordenadoria de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio.
 
A vencedora na escolha do público foi a Casa da NBA, que recebeu mais de mil votos em enquete popular no portal da Associação Comercial. A Casa Brasil e o Espaço Rio de Janeiro não participaram da disputa, já que o objetivo da iniciativa era homenagear os países e as instituições estrangeiras. "Além de gerar dúvidas em relação ao critério de julgamento, o Rio de Janeiro e o Brasil estavam homenageando os visitantes. Achamos que seria melhor nos fixarmos apenas nos países e empresas estrangeiras", explicou o subsecretário de Relações Internacionais do Governo do Estado do Rio de Janeiro, embaixador Pedro Spadale.
 
Para o coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura, Laudemar Aguiar, a presença das casas temáticas durante os Jogos deixará um legado tangível e intangível. "O público pôde desfrutar de um circuito que foi além das competições esportivas, e conhecer um pouco mais da cultura dos países", afirmou.
 
Paulo Protasio, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, a cidade vive um momento extraordinário. "O espaço Rio de Janeiro manteve as portas abertas para aqueles que tinham interesse em negócios e funcionou muito bem. Estamos com um calendário imbatível para a cidade nos próximos anos", afirmou. Segundo ele, além do convite para participar da organização do Congresso Mundial de Câmaras de Comércio em 2017, na Austrália, o Rio de Janeiro candidatou-se a sediar o mesmo evento em 2019. Além disso, a cidade irá sediar o Encontro Mundial de Arquitetos em 2020 e tem planos de sediar uma nova exposição internacional em 2022, bicentenário da Independência do Brasil.
 
Das 53 casas de hospitalidade que o Rio de Janeiro recebeu durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, 34 casas de diferentes países e instituições inscreveram-se para concorrer ao prêmio. Cada uma definiu as categorias em que queria concorrer. A premiação será entregue nesta quarta-feira (14/09) na ACRio, durante o evento Sports Flame – Os Negócios Gerados com o Esporte, com a presença do Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.
 
Casa Brasil
Mesmo sem poder concorrer ao prêmio, a Casa Brasil tem papel de destaque nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Aberta desde 4 de agosto, o espaço já recebeu 466.725 visitantes até esta segunda-feira, 12.
 
Localizada no Boulevard Olímpico, no centro do Rio de Janeiro, a Casa Brasil também apresentou aos turistas a diversidade de sabores da gastronomia e o patrimônio cultural da humanidade preservado no país. De acordo com o levantamento realizado pelo Ministério do Turismo, 99% dos visitantes avaliaram o espaço como ótimo ou bom, e o tempo médio de permanência no local foi entre uma e três horas para 68,3% do público.
 
O estudo também aponta que, entre os visitantes da Casa Brasil, 78% são moradores do Rio de Janeiro, 20% são turistas de outros estados brasileiros e 2% de outros países, com destaque para a Espanha, Argentina, Estados Unidos, Bolívia e França. Na avaliação dos visitantes que também conheceram outras casas temáticas, 49% considerou a Casa Brasil como o melhor espaço de exposições.
 
A Casa Brasil permanece aberta até o fim dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, em 18 de setembro.
 
Os premiados e as categorias
 
Promoção de Cultura – Catar
O Qatar promoveu uma viagem cultural pelo mundo árabe por meio dos mais diversos elementos, como música, arquitetura, dança, moda, gastronomia. Destaque para as tendas disponíveis ao público com rendas para mulheres, as caligrafias dos nomes em árabe e vestimentas.
 
Promoção de Negócios – Ernst & Young
A casa da EY recebeu cerca de 400 convidados por dia. Promoveu atividades de empreendedorismo para empresários, fomentando um ambiente de negócios.
 
Legado – Federação Internacional de Vôlei
Funcionou na Escola Municipal Doutor Cícero Penna, em Copacabana. A Federação investiu R$ 600 mil em melhorias na escola que vão beneficiar seus 600 alunos, e trouxe ídolos do vôlei para participar de atividades com os estudantes, favorecendo o espírito olímpico. Também criou escolas de vôlei em duas comunidades com financiamento até 2020.
 
Confraternização – Suíça
Instalada na Lagoa Rodrigo de Freitas, contou com diversas atrações gratuitas e abertas ao público, funcionando ininterruptamente durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e também no intervalo entre os dois eventos. Atraiu mais de 450 mil visitantes e ainda deixou como legado a reforma do campo de beisebol da Lagoa.
 
Inovação – Hungria
No Jockey Club, a Hungria inovou na apresentação de cenários do país. A casa utilizou a água como fonte de inspiração e criou o Aquabar, onde os visitantes apreciaram diversos tipos de águas minerais e termais de diferentes regiões da Hungria. Um enorme cubo-mágico, invenção húngara, decorou o espaço.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom - Ministério do Esporte 

Casa Brasil apresenta o seminário “Desafios para o Esporte Paralímpico em um Mundo Globalizado”

Nesta quarta-feira (14.09), a Casa Brasil receberá o Projeto Referências, a maior iniciativa de sistematização e análise de informações do esporte de alto rendimento brasileiro já existente. Desenvolvido pelo Centro de Estudos Olímpicos da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS, em parceria com o Ministério do Esporte, a iniciativa apresentará, a partir das 13h30, o seminário “Desafios para o Esporte Paralímpico em um Mundo Globalizado”, no auditório do Armazém 2.
 
Palestras, painéis, mesas redondas e talk shows com a presença de dirigentes, gestores, atletas paralímpicos e pesquisadores, entre eles o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, e os ex-atletas Luiz Cláudio Pereira e Ádria Rocha Santos, além de outros especialistas no esporte paralímpico estão na programação. Luiz Lima, secretário de Alto Rendimento, será o representante do Ministério do Esporte no evento.
 
Quem quiser participar, pode se inscrever pelo link http://www.projetoreferencias.com.br/eventos2.html#inscricao
 
Serviço:
Seminário “Desafios para o Esporte Paralímpico em um Mundo Globalizado”
Data: 14.09
Horário: das 13h30 às 18h 
Local: auditório do Armazém 2, Casa Brasil, Píer Mauá, Rio de Janeiro, RJ
Mais informações
Assessoria de Imprensa do Ministério do Esporte
Emília Andrade: +55 (61) 99685-1783
 
Ascom - Ministério do Esporte 
 
 

A “prata mais dourada da vida” de Mateus Evangelista no Engenhão

Marcio Rodrigues/MPIX/CPBMarcio Rodrigues/MPIX/CPB
O Engenhão assistiu, na manhã desta terça-feira (13.09), a uma das mais impressionantes conquistas do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Com direito a quebra de recorde mundial no segundo salto, com 6.53m – marca que foi batida logo em seguida pelo chinês Guangxu Shang, campeão da prova com 6.75m –, o brasileiro Mateus Evangelista ficou com a prata no salto em distância classe T37 (paralisados cerebrais). O rondoniense, que há pouco mais de um ano fraturou o fêmur em um treinamento e teve que ser submetido a uma cirurgia, chegou a colocar em dúvida a possibilidade de seguir no esporte.
 
“Eu pensei que a minha carreira como atleta tinha acabado. Foi um trabalho espetacular junto aos meus fisioterapeutas, meus amigos e minha família. Eles me ajudaram em tudo. Hoje eu estou aqui com a prata, mas é a medalha de prata mais dourada que eu já recebi na minha vida”, comemora.
 
Hoje vice-campeão paralímpico, Mateus relembra a batalha para se reestabelecer a tempo de disputar os Jogos. “Foram oito meses de recuperação. Eu tive que operar, coloquei uma haste de ferro e fiquei fazendo fisioterapia. Eram muitas dores, mas hoje estou aqui. Voltei a treinar gradativamente, em maio, junho e julho, para fazer isso aqui. É impressionante, então agradeço a eles sempre”, diz.
 
Apesar de lamentar ter perdido a oportunidade de competir no mundial no ano passado, o saltador foi perseverante e chegou ao pódio em sua primeira Paralimpíada. “No segundo dia após a minha cirurgia eu já peguei a muleta, porque eu não queria desistir dos meus sonhos. Eu botei na minha cabeça que eu ia voltar, que ali era só um momento. Eu fiquei fora do Campeonato Mundial de Doha, mas foi um momento que Deus guardou para mim e hoje eu descobri o que ele reservou”, afirma.
Ídolo e companheiro de quarto
 
Para o atleta, de apenas 22 anos, o caminho até o pódio passou em grande parte pela convivência com o seu maior ídolo no esporte, o velocista Yohansson Nascimento, campeão e multimedalhista paralímpico. “Eu me espelho muito mesmo nele. Todo mundo aqui o conhece, ele é um atleta excepcional e um amigo, não tenho nem o que falar dele. Eu divido quarto com ele e em nenhum momento ele me deixou desanimar, me deu várias palavras de incentivo e essa medalha de hoje aqui é de todos nós”. 
 
Marcio Rodrigues/MPIX/CPBMarcio Rodrigues/MPIX/CPB
 
Campeão da mesma prova no Parapan de Toronto 2015, Mateus não se surpreendeu com as duas quebras de recorde seguidas. “Isso aqui é uma Paralimpíada, aqui estão os melhores do mundo. Eu fiz a minha melhor marca, cheguei até a bater o recorde mundial, mas o chinês também fez uma boa prova e acabou pegando o primeiro lugar”, lembra. “Eu gostaria que a bandeira do Brasil estivesse no lugar mais alto do pódio, hoje ela estava em segundo, mas na hora eu cantei o hino do meu Brasil. Enquanto a bandeira chinesa subia eu cantava o hino brasileiro porque eu fiz o meu melhor e saio daqui bem satisfeito”.
 
Escolhido pelo atletismo
Por falta de oxigênio na hora do nascimento, Mateus teve uma paralisia cerebral que prejudicou os movimentos do lado direito do seu corpo. Com a mão e a perna direitas sem movimentação total, entrou no esporte aos 13 anos. Experimentou diversas modalidades, como o tiro com arco e o futebol de sete, mas encontrou na modalidade que lhe rendeu sua primeira medalha paralímpica a sua verdadeira vocação. “Passei por vários esportes, mas foi o atletismo que me apaixonou. O que eu gosto de fazer é correr, é saltar. Não fui eu que escolhi o atletismo, foi o atletismo que me escolheu”, afirma.
 
Satisfeito com a medalha no peito e ansioso por uma pausa após a conquista, Mateus já projeta novos confrontos contra o seu algoz na competição. “Tenho certeza que, se eu treinar mais, ainda vou bater o recorde mundial desse chinês aí. Ele que me aguarde, ano que vem tem mundial. Agora vou descansar, vou curtir a família, mas ano que vem vou voltar com mais foco e vou buscar essa medalha de ouro”.
 
Patrocinado com a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte, o atleta, que já havia chegado em quarto lugar na prova dos 100m T47, ainda vai em busca de medalha nos 400m T37 no Rio de Janeiro, a partida das 10h30 da próxima sexta-feira (16.09).
 
Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil conquista ouro inédito no revezamento 4 x 100m para deficientes visuais

Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPB
O Brasil pode se orgulhar de ter os velocistas com deficiência visual mais rápidos do mundo. Na manhã desta terça-feira (13.09), sexto dia de competições do atletismo no Rio 2016, Diogo Ualisson, Gustavo Araújo, Daniel Silva (com o atleta-guia Heitor Sales) e Felipe Gomes (com o atleta-guia Jonas Silva) se tornaram os primeiros campeões e recordistas paralímpicos do país no revezamento 4 x 100m T11-13, no Estádio Olímpico, o Engenhão.
 
A velocidade dos atletas fez com que a torcida quebrasse o protocolo de silêncio obrigatório em uma prova para deficientes visuais. Nem adiantou o pedido da organização no alto-falante e no telão, pois ver o Brasil na frente durante a prova toda foi emoção demais para o público no estádio. Crianças de escolas públicas também estavam na arquibancada e puderam testemunhar o feito histórico em Jogos Paralímpicos.
 
Tudo começou com Diogo, o mais jovem da equipe (23 anos). O atleta da classe T12 (baixa visão) partiu sozinho contra rivais da classe T11 (cego total), e entregou o bastão com boa vantagem na liderança. Ali o silêncio das arquibancadas já se rompeu e não voltou mais.
 
Gustavo Araújo, da classe T13 (menor grau de lesão nos olhos), veio logo em seguida. Não deixou o bastão cair, nem tampouco a vantagem sobre chineses e uzbeques. Ele ficou em oitavo na prova individual dos 100m de sua categoria, mas correu como campeão antes de passar para o terceiro velocista. Presente perfeito, um dia antes de seu aniversário.
 
Aos 37 anos, Daniel Silva já veio com mais experiência no revezamento: tem dois títulos mundiais nos 400m e a prata em Londres 2012 nos 200m, tudo na classe T11. Correu ao lado do guia Heitor Sales e mostrou por que tem um currículo tão forte no atletismo paralímpico. O Brasil seguia na frente na passagem do bastão para o corredor mais rápido da equipe.
 
Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPBFelipe Gomes foi campeão dos 200m T11 em Londres 2012 e prata nos 100m no Rio 2016. Ao lado do guia Jonas Silva, ele tinha uma ampla vantagem que rendeu o recorde paralímpico pra equipe do Brasil. Com 42s37, de ponta a ponta, a equipe venceu a China (43s05, prata) e o Uzbequistão (43s47, bronze). Pouco antes da chegada, até o próprio narrador do Engenhão desistiu dos pedidos de silêncio e vibrou junto com a torcida com o ouro inédito.
Redenção
 
Uma medalha de redenção, principalmente para dois membros da equipe. Daniel e Felipe estavam no revezamento que foi desclassificado ainda na eliminatória dos Jogos Paralímpicos de quatro anos atrás, com André Andrade e Lucas Prado, por um erro na passagem do bastão. Felipe também passou por isso em Pequim 2008, devido à mesma infração.
 
Daniel confessou que tinha isso em mente quando chegou à pista do Engenhão. “Nosso revezamento estava engasgado na nossa garganta já há algum tempo. (A medalha) não podia vir de forma melhor: em casa, em uma plena terça-feira, lotando esse estádio para nos prestigiar e aguardando nosso melhor, porque nós nos propusemos a isso, então nossa alegria é grande”, contou.
 
Um resultado inédito, mas que constava nos planos da equipe brasileira, segundo Felipe. “Dever cumprido. Nós nos unimos, conversamos e pensamos em correr não só pela gente, mas por quem vinha na frente, pelo próximo. Tínhamos esse objetivo não só de ganhar a medalha de ouro, mas também quebrar o recorde. Acreditamos nesse sonho, fomos pra dentro e cumprimos o objetivo”, afirmou. Até agora, ele e Petrucio Ferreira dividem o melhor desempenho individual no atletismo da Rio 2016, com um ouro e uma prata cada um.
 
Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPB
 
Receita do sucesso
Numa competição coletiva, em que os mínimos detalhes entre companheiros fazem a diferença, a harmonia entre os integrante da equipe foi vital para o triunfo do revezamento brasileiro. Gustavo Araújo conta que, para ter um timing perfeito, é importante ter uma energia perfeita entre os velocistas, que competem juntos desde o Parapan de Toronto-2015.
 
“Somos amigos fora da pista também, um liga para o outro, manda mensagem para o outro. Temos grupos de redes sociais juntos, e isso começa aí também, né? Chega na hora lá, um dá um abraço no outro e fala ‘estou confiando em você’. Na hora da corrida rolando, mesmo com o estádio gritando, a gente só consegue escutar a voz do amigo, do parceiro”, comentou.
 
Parte da alegria da equipe é embalada por um ritmo tipicamente carioca: o funk, já que Diogo Ualisson mora próximo a um local que recebe bailes. Ele conta que a comemoração no pódio foi ensaiada, com dança da música “Malandramente”, do MC Nandinho, especialmente na parte da letra que diz “Nois se vê por aí”.
 
“Como a gente fica brincando, em vez de ser os backstreet boys, somos os backfavela boys!”, disse Gustavo, aos risos.
Outras provas
 
Destaque também para uma quebra de recorde mundial, logo na primeira final desta manhã. Com tempo de 1m00s53, Georgina Hermitage, da Grã-Bretanha, melhorou em um décimo a marca que já era dela, e faturou o ouro nos 400m rasos T37 (paralisados cerebrais). Outro recorde mundial saiu no lançamento do dardo F46 (amputados) para a também britânica Hollie Arnold (43.01m).
 
Nos 100m T51 (competidores em cadeiras), Peter Genyn quebrou o recorde paralímpico (21s15), assim como Walid Ktila, da Tunísia, na classificatória dos 800m T34 (paralisados cerebrais), com 1m46s28. A marca foi superada na bateria seguinte por Mohamed Alhammadi, dos Emirados Arabes Unidos (1m44s96).
 
Rodrigo Vasconcelos e Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Evânio Rodrigues faz história no halterofilismo e conquista a prata

Cezar Loureiro/MPIX/CPBCezar Loureiro/MPIX/CPB
Um quilo. Um peso insignificante para qualquer atleta de halterofilismo, mas que há quatro anos seguia na mente do baiano Evânio Rodrigues da Silva como uma lembrança de um sonho que poderia ter sido realizado na Inglaterra, com a participação nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, mas que acabou não se concretizando.
 
Mas o esporte tem o poder de redenção que em muitos casos é capaz de apagar as tristezas e transformá-las em emoções indescritíveis. E na manhã desta terça-feira (13.9), no Pavilhão 2 do Riocentro, Evânio Rodrigues descobriu isso.
 
Se há quatro anos ele sofreu uma enorme decepção ao não se classificar para as Paralimpíadas de Londres por apenas um quilo, a recompensa, após um ciclo de trabalho árduo, veio de uma forma que ele jamais vai se esquecer.
 
Até esta manhã, o halterofilismo brasileiro nunca havia subido ao pódio em Paralimpíadas. Mas Evânio acordou para mudar essa história. Competindo na categoria -88kg, o halterofilista, nascido na pequena cidade de Cícero Dantas, um município de cerca de 34 mil habitantes, encheu sua família e sua terra natal de orgulho ao se tornar o primeiro medalhista do país na modalidade nos Jogos Paralímpicos.
 
Depois de erguer 205kg na primeira apresentação e 210kg na segunda tentativa (ele ainda tentou superar os 215kg na terceira chance, mas sem sucesso), Evânio conquistou a medalha de prata para o Brasil e fez história, para a alegria do pai, da mãe, dos irmãos e dos primos que não se continham de felicidade nas arquibancadas.
 
A medalha de ouro ficou com o Mohammed Khalaf, dos Emirados Árabes Unidos (220kg), e o bronze foi para Sodnompiljee Enkhbayar, da Mongólia, que também ergueu 210kg, mas que pelo fato de ter um maior peso corporal do que o brasileiro (critério de desempate) acabou perdendo a prata.
 
O Brasil ainda tentou conquistar mais uma medalha nesta terça-feira no Pavilhão 2 do Riocentro com Márcia Menezes, na categoria -86kg, mas a atleta não obteve sucesso. Após erguer 111kg na primeira tentativa, ela falhou nas duas seguintes para superar 117kg e acabou ficando fora do pódio, em quinto lugar. O ouro foi para a egípcia Randa Mahmoud (130kg), a prata para a jordaniana Tharwah Alhajaj (119kg) e o bronze para a mexicana Catalina Diaz Vilchis (117kg).
 
“Foi muito trabalho e muito treinamento também para focar mais na competição e não deixar a adrenalina atrapalhar, porque se ela atrapalhar você não consegue fazer o movimento válido”, contou Evânio. “Eu me concentrei muito, fiquei muito na minha, lá no meu canto, para na hora não pensar em nada, só pensar em completar o movimento. E eu consegui. Foi um sonho realizado hoje. Essa minha primeira medalha é inédita em nosso esporte”, comemorou o baiano, que se emocionou muito a ver os familiares nas arquibancadas, que pela primeira vez puderam vê-lo em ação e trouxeram sorte.
 
“Quando eu vi minha família...”, interrompeu o halterofilista para cair nas lágrimas em seguida. “Ela é tudo para mim. Eu estou longe dela faz nove anos e não é fácil. É muito tempo sem vê-los. Mas hoje tive a recompensa. E fico muito feliz porque é a primeira vez que eles estão vendo o meu esporte. E quando eu os vi agora foi muita emoção. Minha família é tudo. Meus maiores fãs são da minha família”, disse, ainda aos prantos. Depois, ele agradeceu a todos os que o ajudaram na caminhada até a medalha.
 
“Eu só tenho a agradecer a todo mundo que torceu por mim e a eles (os familiares), que vieram de longe para torcer por mim. Vieram da Bahia e outros vieram do litoral de São Paulo só para torcer, para estar ao meu lado, e eu fiquei muito feliz agora e realizado. Eu tinha ficado de fora nas Paralimpíadas de Londres, pensei até em desistir, mas a minha vontade falou mais alto. Eu amo esse esporte, cara. Eu vivo para isso. Eu vivo para o esporte. Eu faço o que eu gosto. Tive várias barreiras que estavam impedindo, mas eu sempre pensei positivo, fui pra frente e estou hoje aqui, realizado”, celebrou Evânio, que recordou tudo o que passou até subir ao pódio dos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
 
Eu dei o meu melhor. A melhor marca de toda a minha vida foi essa de hoje e não é fácil fazer um movimento válido aqui. É muito difícil, porque a pressão é muito grande. Aqui é uma competição vista por milhares de pessoas e não é fácil você estar entre os melhores do mundo. Foi muito difícil, muito trabalho. Pelo ranking só iam (para as Paralimpíadas) os oito melhores do mundo e eu consegui ficar em oitavo. Eu vi que estava em oitavo mas que podia conseguir melhorar. Só que não foi fácil. Nesses últimos quatro meses eu tive que ganhar dez quilos de peso corporal.  E eu não como muito. Tive que tomar muito suplemento, acordar para comer toda hora...”, lembrou.
 
Evânio ainda fez um agradecimento especial a seu técnico, Valdecir Lopes, e a um atleta do Egito, em particular, Sherif Osman – ouro no Rio 2016 na categoria -59kg e tricampeão dos Jogos Paralímpicos (venceu também em Pequim 2008, Londres 2012), que veio treinar no Brasil em abril e acabou se tornando um amigo e parceiro dos brasileiros.
 
“A gente teve uma ajuda de fora, um treino diferente. Juntou com o nosso treino e deu muito certo. O Sherif veio passar um tempo no Brasil e a gente aprendeu muita coisa com ele. Hoje ele estava torcendo por mim como se a gente fosse do mesmo país e eu fiquei muito feliz. Tenho que agradecer a ele e a meu técnico. Quando juntou os dois deu isso aí: um sonho realizado”, destacou o medalhista, que desde o final da competição passou a viver uma fábula.
 
“A ficha não caiu ainda. Esse sonho estou realizando não só por mim. É por várias pessoas que tentaram e ficaram no caminho. Mas eu estou conseguindo por todos eles. É por todo mundo, não é só por mim”, ressaltou Evânio.
 
Cezar Loureiro/MPIX/CPBCezar Loureiro/MPIX/CPB
 
Primeiro pódio aos 23 anos
Com a medalha no peito e segurando o simpático Tom personalizado com os cabelos prateados, Evânio, que sofreu com a poliomielite ainda bebê, recordou toda sua história, desde os problemas da infância até os primeiros passos no esporte, já adulto.
 
“Eu tive poliomielite com seis meses de idade. Morava em Cícero Dantas, no interior da Bahia. Meu pai trabalhava de vigilante e minha mãe trabalhava em uma clínica. Eu só comecei a andar com 5 anos, porque o recurso era muito difícil e minha família era muito pobre. Para fazer uma cirurgia depois que eu tive a pólio foi muito difícil”, narrou.
 
“Aí consegui a cirurgia, comecei a andar e foi muito difícil isso também. Na escola todo mundo jogava bola. Tinha as competições de escola, entre os colégios, e eu nunca pude participar e ganhar uma medalha. Era o meu sonho ter uma medalha. E eu só fui ganhar minha primeira medalha com 23 anos, em uma competição com atletas que não têm nenhuma deficiência, já que eu participo dos dois. Foi em 2008, em Ribeirão Pires, um campeonato paulista de supino convencional. E na primeira competição eu já fiquei em terceiro lugar. Aquela foi minha primeira medalha e meu primeiro sonho realizado”, prosseguiu Evânio, que contou ainda com o halterofilismo entrou em sua vida.
 
“Eu comecei a praticar musculação lá na Bahia ainda. Eu tinha feito uma cirurgia na perna, porque minha perna era muito curta. Aí tive que fazer alongamento na perna e comecei a musculação para o fortalecimento da perna. Eu tinha 18 anos quando fiz a cirurgia, depois que parei de crescer. Minha perna não cresceu como a outra. Eu não tinha recurso para fazer fisioterapia e eu fui crescendo e minha perna não foi acompanhando. Ai eu fiz a cirurgia para corrigir. Quando eu terminei a cirurgia em Salvador e tirei os ferros da perna eu comecei na academia, mas só para fortalecer a perna para começar a andar de novo”, lembrou.
 
“No começo eu não conseguia levantar nenhuma barra. Mas fui melhorando, melhorando... Aí teve uma competição em Cicero Dantas, depois da cirurgia em Salvador, e eu fui evoluindo e comecei a tomar gosto pela musculação. Meu irmão me convidou para morar na Praia Grande, no interior de São Paulo, para procurar emprego. Fiquei dois anos até que um colega que tinha deficiência e que competia nas provas de halterofilismo me mostrou o esporte. Aí em 2010 eu comecei no esporte paraolímpico”.
 
O resto é história. O menino que não podia andar em Cícero Dantas e que sonhava em ganhar uma medalha quando criança cresceu e ficou forte. E hoje, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, ele escreveu um capítulo especial no halterofilismo nacional ao ver seu trabalhado coroado com um pódio marcado por muita emoção e por lágrimas.
 
Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 
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