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Bolsa Atleta é único patrocínio de 96% dos atletas olímpicos e paralímpicos

Ser patrocinado pelo Bolsa Atleta pode significar o início e a manutenção de uma carreira em alto nível. Segundo o Ministério do Esporte, 96% dos atletas olímpicos e paralímpicos brasileiros contemplados pelo programa declaram não ter qualquer outro tipo de patrocínio. O dado foi apresentado neste domingo pelo coordenador do Bolsa Atleta, Mosiah Rodrigues, em palestra na Casa Brasil.
 
Foto: Fábio Malta/Casa BrasilFoto: Fábio Malta/Casa Brasil
 
O programa contempla 90,6% dos atletas brasileiros convocados para os Jogos Paralímpicos (262 dos 289 da delegação). Entre os bolsistas estão os responsáveis pelas duas primeiras medalhas brasileiras: Odair Santos, prata no Atletismo, e Ricardo Costa de Oliveira, ouro no Atletismo.
 
O programa concede bolsas que variam entre R$ 370 e R$ 15 mil, alcançado desde competidores estudantis a atletas de alto rendimento. O atleta do tiro esportivo Geraldo Rosenthal havia acabado de chegar da competição na Arena Deodoro e disse que sua carreira só existe por causa da bolsa. "Sem o patrocínio eu não teria me qualificado e não estaria aqui", declarou.
São mais de 17 mil atletas de todo o país patrocinados pelo Bolsa Atleta desde 2005. Com mais de uma década de atuação, o programa concedeu mais de 43 mil bolsas, num investimento superior a R$ 600 milhões. Os valores permitem que os atletas se dediquem exclusivamente aos treinos.
 
"É uma ferramente muito importante no dia a dia do atleta. Nosso papel é tentar garantir que o atleta tenha condições de se preparar", afirmou Mosiah ao fim da palestra.
 
Equipe Casa Brasil
Ascom - Ministério do Esporte
 

Ministro elogia desempenho do Brasil nas Paralimpíadas e garante investimentos

No último dia de Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, realizou um balanço, durante coletiva de imprensa neste domingo (18.09) no Rio Media Center, na capital fluminense, da participação dos atletas brasileiros e anunciou que a pasta contará no próximo ano com mais recursos para aplicar em programas sociais e de alto rendimento. “Tivemos um sucesso extraordinário na realização dos Jogos Paralímpicos. Gostaria de agradecer aos atletas que tiveram uma participação incrível e nos encheram de orgulho e motivação”, disse Picciani.

Para o ministro, chegou o momento de iniciar a preparação do novo ciclo, visando aos Jogos de Tóquio. “Encerramos os Jogos Rio 2016 com a certeza de que o Brasil fez uma belíssima campanha, tanto nos Jogos Olímpicos quanto nos Paralímpicos. Foi uma participação extraordinária dos atletas nacionais. Vamos agora voltar as nossas atenções para o ciclo de Tóquio 2020, onde teremos a possibilidade de usar a infraestrutura de legado olímpico, aqui no Rio e em outras cidades do país, como no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo”, contou o ministro do Esporte.

Foto: Francisco Medeiros/MEFoto: Francisco Medeiros/ME

Leonardo Picciani ressaltou também que o esporte paralímpico segue como uma das prioridade da pasta. “O presidente Michel Temer tem a todo momento nos orientado a tratar com toda a prioridade o esporte Paralímpico. Atualmente, o governo federal é o maior parceiro do esporte paralímpico, seja por meio do Ministério do Esporte, das Loterias Caixa e da Lei Piva.”

O esporte de alto rendimento, por meio da preparação dos atletas e o cuidado com o legado olímpico, a iniciação esportiva e os programas sociais serão as prioridades da pasta, segundo o ministro Leonardo Picciani. “Serão duas prioridades do Ministério do Esporte. A primeira será a preparação dos atletas. Manteremos os programas que vêm dando certo, como Bolsa Atleta, Bolsa Pódio e a parceira com as Forças Armadas. A segunda será o esporte como inclusão social e esporte educacional. Essa era uma área do Ministério que teve pouca ênfase na pasta nos últimos anos. Retomaremos por entender que não existe esporte de alto rendimento sem o esporte de base”, anunciou.

Desempenho do Brasil Durante a fala, o ministro ressaltou a maior delegação brasileira da história, com 286 atletas que disputaram 22 modalidades nos Jogos Paralímpicos. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes: 14 de ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todos os medalhistas do Brasil recebem o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte.

“Nós tivemos 32 medalhas inéditas em provas, classes e modalidades novas, como canoagem e ciclismo. Tivemos também conquistas inéditas no halterofilismo e no voleibol sentado”, afirmou o ministro.

Sobre a meta de desempenho da delegação nacional, o ministro Leonardo Picciani reafirmou que a análise do governo vai além das conquistas de medalhas. “Desde quando assumi a pasta no dia 12 de maio, o Ministério do Esporte adota o critério de avaliar a evolução do Brasil nos Jogos. A exemplo do que ocorreu nos Jogos Olímpicos, no Paralímpico tivemos uma extraordinária evolução, passamos de 43 medalhas para 72. E quase dobramos o número de finais que os brasileiros participaram”, explicou.

“Avaliamos que a participação dos atletas brasileiros, tanto nas Olimpíadas quanto nas Paralimpíadas, foi positiva. Queremos agora que o desempenho seja ainda melhor nos Jogos de 2020”, completou Picciani.

Orçamento

Sobre o orçamento da pasta, Leonardo Picciano detalhou que o governo não vai precisar construir novamente centros de treinamentos em todas as regiões do país, pois já estão concluídos. “Nós não vamos precisar construir novas instalações, mas manter funcionando as que existem. O orçamento discricionário do Ministério do Esporte para o próximo ano é maior do que para este ano. Ele está indo de R$ 505 milhões para R$ 656 milhões. Ou seja, um acréscimo de 30%. Os programas da pasta serão mantidos e ampliados, porque os recursos foram ampliados. A redução do valor total se deve a não manutenção de rubricas de construção de equipamentos olímpicos”, completou.

Breno Barros
Ascom - Ministério do Esporte

Na despedida do atletismo das Paralimpíadas Rio 2016, Brasil fatura o bronze na maratona

Com as competições no Engenhão tendo se encerrado na noite de sábado (17.09), a disputa da última prova do atletismo dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a maratona, foi realizada neste domingo (18.09) fechando, assim, a programação da modalidade.
E na melhor participação do atletismo brasileiro na história das Paralimpíadas, uma das categorias da maratona terminou seguindo uma rotina à qual os torcedores se acostumaram desde o último dia 8: vibrar com atletas do país no pódio.
 
Edneusa Dorta e seu guia, Tito Sena, fazem festa na chegada da maratona. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPBEdneusa Dorta e seu guia, Tito Sena, fazem festa na chegada da maratona. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB
 
Tendo a praia de Copacabana como cenário e o Forte de Copacabana ao fundo, sete corredoras da classe T12 (deficientes visuais) feminina largaram às 9h sob sol forte para o desafio dos 42,195km. A saída e a chegada foram na altura do Posto 5 e as atletas deram voltas em um percurso de 8,4 quilômetros que passou pela orla das praias de Copacabana e do Leme.
 
Baiana de Salvador, Edneusa Dorta, aos 40 anos, disputava sua primeira edição dos Jogos Paralímpicos. Com baixa visão desde o nascimento devido à rubéola que adquiriu da mãe ainda na gestação, Edneusa esteve acompanhada durante todo o percurso pelo guia Tito Sena, de Brasília. O corredor, de 49 anos, é um maratonista vitorioso, ouro nas Paralimpíadas de Londres 2012 e prata na edição de Pequim 2008. O Rio, entretanto, marcou sua estreia como atleta-guia.
 
Com o tempo de 3h18min38, Edneusa e Tito cruzaram a linha de chegada na terceira colocação carregando uma bandeira do Brasil e foram muito aplaudidos pelo bom público que se espalhava pelos dois lados da pista na chegada e que vibrou com a dupla ao longo de toda a prova. O ouro ficou com a espanhola Elena Congnost (3h01min43) e a prata com a japonesa Misato Michishita (3h06min52).
 
“É minha primeira vez na maratona. Então, começo com o bronze, depois vou atrás da prata e do ouro para o Brasil”, brincou Edneusa. “Foi uma prova difícil, mas estou começando nessa experiência de representar o Brasil, de coração, e para o mundo”, continuou.
 
Para a medalhista, receber todo o carinho do público durante a prova tornou a conquista da medalha ainda mais especial. “Foi uma honra. Foi minha primeira maratona internacional e o que eu tenho a dizer é obrigado, Brasil”, agradeceu Edneusa.
 
Edneusa no pódio na Praia de Copacabana. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPBEdneusa no pódio na Praia de Copacabana. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB
 
Quem também estava radiante era Tito Sena, que exaltou a experiência de guiar Edneusa ao longo dos 42,195km da maratona no Rio 2016. “Para mim é um privilégio e uma honra estar correndo com uma atleta guerreira e determinada. Estou muito feliz. Essa guerreira está de parabéns e o Brasil está de parabéns. A torcida foi espetacular, deu força e então essa medalha é do Brasil, é nossa, e nós a dedicamos a Jesus”.
 
Com o resultado, o atletismo brasileiro fechou os Jogos Paralímpicos tendo conquistado a marca recorde de 33 medalhas. Foram 8 ouros, 14 pratas e 11 bronzes em uma campanha marcante nas provas de pista, de rua e nos saltos.
 
Outros brasileiros
 
Além de Edneusa, o Brasil teve mais três representantes em outras classes da maratona neste domingo. Também às 9h, 10 atletas da T46 (para amputados ou aqueles com deficiência nos membros inferiores ou superiores), entre eles o gaúcho Alex Douglas Silva, prata na Maratona do IPC, em Londres 2015, largaram para a prova.
 
Alex Silva foi bem até a primeira metade do desafio, quando ocupava a segunda colocação. Entretanto, pouco depois, na altura do quilômetro 25, ele desistiu da prova, abatido por uma fadiga muscular. Alex chegou a receber atendimento médico, mas foi liberado cerca de meia hora depois. A prova foi vencida pelo chinês Chaoyan Li.
 
“Devido ao clima eu provavelmente acabei desgastando mais do que na verdade eu estava repondo e acabou que comecei a ter bastante fadiga muscular”, explicou. “Eu vinha bem, a gente estava em um ritmo bem bom, até acima da minha melhor marca pessoal, e então eu estava controlando bem o ritmo. Tinha ciência de que poderia ter sido medalhista, mas como é uma prova de resistência às vezes nem sempre o melhor vence e, na verdade, quem aguenta mais a parte física”, afirmou Alex.
 
No feminino da classe T54 (atletas em cadeira de rodas), duas brasileiras largaram. Maria de Fátima Chaves, sentindo-se desidratada devido ao calor e ao esforço, abandonou a prova antes da primeira metade do percurso. Já Aline Rocha cruzou a linha de chegada na 10ª posição. O ouro ficou com a chinesa Lihon Zou, a prata com a norte-americana Tatyana McFadden e o bronze com a também norte-americana Amanda McGrory.
 
Fenômeno
 
O resultado de Tatyana McFadden representou mais uma façanha da atleta no Rio. Aos 27 anos, ela é um fenômeno do esporte paraolímpico. Antes de chegar ao Brasil, acumulava 10 medalhas – 3 de ouro, 4 de prata e 3 de bronze – em seis provas diferentes (100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m e revezamento 4 x 100m) nas Paralimpíadas de Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012.
 
Agora, Tatyana deixará o país tendo ampliado a coleção com mais seis pódios, já que, no Engenhão, ela foi ouro nos 400m, 800m 1.500m e 5.000m e prata nos 100m antes de fechar sua brilhante participação nas Paralimpíadas do Rio com a sexta medalha na maratona neste domingo.
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Nota de pesar

Foi com grande pesar que recebi a notícia da morte do ciclista paralímpico Bahman Golbarnezhad, na manhã deste sábado. Bahman tinha 48 anos e faleceu por conta de ferimentos sofridos em um acidente durante a prova de ciclismo de estrada.

Neste momento de dor, quero me solidarizar com os familiares, amigos, admiradores e com a delegação iraniana que está na cidade do Rio de Janeiro.

Leonardo Picciani
Ministro do Esporte

Brasil conquista três pratas no último dia de provas no Engenhão

No último dia do atletismo dos Jogos Paralímpicos no Engenhão, o Brasil saiu do Estádio Olímpico com mais três pratas. Shirlene Coelho ficou em segundo no lançamento de disco F38 (paralisados cerebrais andantes), Petrúcio Ferreira foi o vice-campeão nos 400m T47 (amputados) e Felipe Gomes ficou em segundo nos 400m T11 (cegos). A delegação brasileira de atletismo somou 32 pódios no Rio de Janeiro. A conta ainda não está fechada porque neste domingo haverá a maratona.
 
Shirlene sai dos Jogos com um ouro no dardo e a prata no disco. Agora, pretende descansar. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Shirlene sai dos Jogos com um ouro no dardo e a prata no disco. Agora, pretende descansar. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
Shirlene Coelho alcançou a marca de 33,91m no lançamento de disco e bateu o recorde sul-americano. A brasileira só foi superada pela chinesa Na Mi, que estabeleceu o novo recorde mundial (37,60m). A medalha de bronze ficou com a irlandesa Noelle Lenihan (31,71m).
 
"Nunca esperamos o resultado, corremos atrás. Foi o que fiz. A chinesa bateu o recorde mundial, mas eu também aumentei bastante a minha marca. Isso é especial. Treino em três provas, o que é complicado. Trabalho com muita vontade de vencer" disse a brasileira.
 
"O atletismo é muito importante na minha vida, mas agora, saindo daqui, eu só vou pensar em descansar, porque também tenho que viver a minha vida pessoal. Quero viajar, me divertir bastante". A atleta também disse que planeja ter filhos. "Shirlene também vai ver se engravida (risos). Estou saindo sem tempo determinado para voltar. Eu ainda não pensei em Tóquio" afirmou a porta-bandeiras da delegação nacional na Cerimônia de Abertura.
 
Arrancada para a prata
 
Sensação do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos, Petrúcio Ferreira, de 19 anos, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite. O velocista disputou os 400m rasos T45/46/47 e acabou com a prata após incrível arrancada nos metros finais, saindo da última colocação e cruzando a linha quase lado a lado com o cubano Ernesto Blanco, vencedor da prova (48s79). A prata de Petrúcio veio com 48s87. O pódio ficou completo com o austríaco Gunther Matzinger (48s95), que ficou com a medalha de bronze.
 
Petrúcio Ferreira celebra a prata conquistada numa arrancada sensacional na prova dos 400m. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)Petrúcio Ferreira celebra a prata conquistada numa arrancada sensacional na prova dos 400m. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)
 
"Deixei todos que estavam me assistindo com friozinho no coração, mas utilizei uma técnica de acelerar quando faltassem 100 metros. Se tivesse mais dois metros de prova, quem sabe não beliscava o ouro?", afirmou o estreante em Jogos Paralímpicos
Muito aplaudido pelo público que compareceu em bom número às arquibancadas do Estádio Olímpico, Petrúcio afirmou que sai das Paralímpiadas com a "sensação de dever cumprido". "Eu consegui ganhar três medalhas. Quando entro na pista, entro para brincar, não para trabalhar. Quem nunca brincou de apostar corrida? É lógico que é coisa séria, mas pensando dessa forma, eu fico descontraído e dou o meu melhor".
 
O atleta perdeu parte do braço esquerdo aos dois anos, quando sofreu um acidente com uma máquina de moer capim. Paraibano de São José do Brejo do Cruz, Petrúcio conheceu o atletismo há dois anos e, desde então, tem chamado a atenção pelos resultados alcançados.
 
Prata para "descansar"
 
A última medalha da noite foi conquistada pelo velocista Felipe Gomes, que correu a prova dos 400 metros T11, para deficientes visuais. Com 50s38, o atleta cruzou a linha de chegada na segunda colocação, garantindo sua melhor marca pessoal. O ouro ficou com o espanhol Gerard Descarrega Puigdevall (50s22) e o bronze com o namibiano Ananias Shikongo (50s63). O brasileiro Daniel Silva, que também disputava a final, ficou com o quarto lugar (50s93). Com o resultado, Felipe chegou à quarta medalha nos Jogos do Rio. Antes, já havia ficado com a prata nos 100m e 200m e o ouro no revezamento 4 x 100 metros.
 
Felipe Gomes recebe a prata nos 400m. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Felipe Gomes recebe a prata nos 400m. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
"Eu fico extremamente satisfeito em conquistar essas medalhas dentro de casa, diante do público, da minha família e amigos. Eu consegui belas exibições. Essa prova dos 400 metros, por exemplo, me levou ao extremo da exaustão. E a gente conseguiu demonstrar tudo que a gente queria. Infelizmente o adversário conseguiu um tempo melhor que o nosso, mas estou muito feliz com a prata".
 
Nascido no interior do Rio, em Campos dos Goytacazes, Felipe liderou boa parte da prova, mas acabou perdendo o fôlego nos metros finais e foi ultrapassado rival espanhol Gerard Puigdevall. Na hora da premiação, o atleta tirou a medalha do peito e a colocou no bolso, demonstrando insatisfação. Perguntado sobre o episódio, Felipe disse que ficou chateado pelo fato de o seu guia na prova, Wendel de Souza Silva, não ter sido premiado com medalha.
 
"Fiquei chateado ali, mas não foi pelo fato de ter conquistado a medalha de prata, mas pelo fato de que o Comitê Internacional entendeu que  corri sozinho. O Wendell entrou comigo na semifinal e na final. Como assim ele não ganha medalha? Eu não sou capaz de correr 10m sozinho. Não sei por que o meu guia não ganhou, por isso guardei e fiquei chateado, fazendo de conta como se eu não estivesse ali", lamentou.
 
Criado na comunidade carioca da Maré, o velocista começou a perder a visão quando era criança, aos seis anos, por conta de um glaucoma congênito, seguido de catarata e descolamento de retina. Antes de descobrir o atletismo, em 2003, o atleta já havia passado pelo futebol de 5 e pelo Goalball.
 
Peso
 
Mais cedo, o brasileiro Thiago Paulino já havia entrado em ação no Estádio Olímpico. O atleta terminou a prova do arremesso de peso na quinta posição, com 13,92m. A competição foi vencida pelo chinês Guoshan Wu, que lançou 14,42m. A prata ficou com o polonês Janusz Rokicki, com 14,26m, e o bronze com Javid Ehsani, do Irã, com 14,13m. O resultado de Thiago foi melhor que o conquistado no Parapan, em Toronto, 2015, mas ficou abaixo de sua melhor marca no ano, de 14,28m.
 
"Eu acredito que faltou um pouco mais de experiência, um pouco mais de frieza. Eu acabei ficando nervoso. Geralmente a gente consegue fazer as melhores marcas nos três primeiros arremessos e eu não consegui. Então, isso me abalou um pouco", analisou Thiago. "É a minha primeira Paralímpiada e também não dá tempo para ficar lamentando. Ano que vem já tem o Mundial, então é treinar para corrigir os erros", concluiu.
 
Outros brasileiros
 
Outros brasileiros movimentaram o último dia de provas no Estádio Olímpico. A velocista Ana Claudia Silva participou da final dos 100m T42 e terminou a prova próxima ao pódio, com o quarto lugar (16.43s). Renata Bazone também ficou em quarto na final dos 1500m T11.
 
João Paulo Machado, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Ícone da profissionalização paralímpica, Clodoaldo se aposenta

"Eu pude começar no esporte olhando você competir. Meu muito obrigado, Clodoaldo. Todos nós temos que agradecer muito por tudo o que já fez pelo esporte paralímpico". A frase de Daniel Dias, maior medalhista da história da natação paralímpica, com 24 pódios, resume bem a relevância de Clodoaldo Silva.
 
Clodoaldo foi homenageado por integrantes da delegação brasileira. (Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br)Clodoaldo foi homenageado por integrantes da delegação brasileira. (Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br)
 
Um dos maiores ídolos brasileiros das piscinas, Clodoaldo Silva, conhecido como Tubarão, anunciou oficialmente a aposentadoria no último dia de provas da Rio 2016. Após participar de quatro edições dos Jogos, o atleta se despediu ovacionado pela torcida do Estádio Aquático e pela delegação brasileira.
 
Foi um sábado diferente na vida do potiguar de 37 anos. Pela manhã, Clodoaldo se classificou para a final do 100m livre, classe S5, com 1min20s16, na sétima colocação geral. Na mesma prova, brigando pelo ouro paralímpico, estava Daniel Dias.
Às 19h22, Clodoaldo foi e voltou na piscina paralímpica pela última vez. O atleta terminou em 1min20s80, na oitava colocação. Daniel faturou o ouro. "Eu sabia do prazo de validade da minha carreira dentro da piscina, mas estava vivendo um dia após o outro. Mais perto da última prova, a ficha caiu. Foi até difícil dormir esta noite, foi difícil nadar a eliminatória. Entrar com toda a torcida gritando o meu nome é algo inexplicável", disse Clodoaldo, com lágrimas nos olhos.
 
O atleta foi homenageado pela delegação brasileira, deu volta olímpica em torno da piscina, tirou dezenas de fotos, foi presenteado com um Tom assinado pelos colegas da seleção e no fim, ganhou um abraço especial da filha Anita, de quatro anos, que aguardava pelo pai na arquibancada.
 
"Neste momento eu quero tirar férias. Foi um ciclo complicado. Eu fiquei muito longe da minha família, da minha filha, dos meus parentes em Natal. Eu quero parar e tirar férias e curtir minha filha Anita".
 
Carreira
 
Clodoaldo começou na natação em 1996, em Natal. Quatro anos depois, conquistou as primeiras medalhas em Jogos Paralímpicos, três de prata e uma de bronze, em Sidney. Em Atenas 2004, o Tubarão voltou para o Brasil no auge da carreira, com seis ouros e um bronze. Em Pequim 2008, uma prata e um bronze. Aqui no Brasil, uma prata no 4 x 50m livre misto até 20 pontos. Ao todo 14 medalhas.
 
"Em 2004, em Atenas, o Brasil conseguiu 14 medalhas de ouro e começou a ter investimento e mais visibilidade. Depois dali, surgiram projetos para incentivar crianças e adolescentes a praticarem esporte. Hoje, temos as Paralimpíadas escolares que são as maiores do mundo. E com isso surgem grandes talentos em todas as modalidades. Fico feliz porque tudo começou em Atenas e colaborei", afirmou.
 
Pira paralímpica
 
Após Londres 2012, o nadador pensou em parar de competir, mas resolveu apostar em mais um ciclo. Foi responsável por um dos momentos mais emocionantes dos Jogos ao ser escolhido para acender a tocha paralímpica na Cerimônia de Abertura. "Eu tinha o pensamento de parar em Londres, mas recebi até ameaças de morte para não parar", brincou Clodoaldo.
 
"Minha filha também nasceu neste ciclo, e um ciclo paralímpico requer muito tempo e dedicação. Eu que estou com duas hérnias de discos e muitas vezes tinha que treinar com dor, passei por cima de tudo porque imaginava que seria bom terminar no Brasil. Mas nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que seria tão bom, que seria inexplicável. Ter uma torcida inteira, uma arquibancada lotada gritando o meu nome. Poder acender a pira foi inexplicável. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que um dia estaria aqui brilhando no esporte paralímpico e que ele fosse se consolidar no país", completou.
 
A inspiração de Daniel Dias
 
Clodoaldo ao lado de Daniel Dias. Juntos na mesma final na despedida do tubarão. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brClodoaldo ao lado de Daniel Dias. Juntos na mesma final na despedida do tubarão. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Ao ver, pela TV, as braçadas de Clodoaldo, Daniel Dias se inspirou e foi parar na natação. Hoje, Daniel e Clodoaldo fizeram a última competição juntos. "Isso foi incrível. Sou um cara agraciado por Deus por viver este grande momento ao lado do Clodoaldo. Antes de a gente entrar na prova eu conversei com ele e a gente até chorou. Para mim é uma honra nadar uma final com ele, no último dia de provas da natação", contou Daniel, que acabou com o ouro nos 100m livre.
 
A medalha de prata
 
O Tubarão terminou a prova na oitava colocação, mas na semana anterior, dia 9 de setembro, ao lado dos companheiros e amigos Daniel Dias, Susana Schnarndorf e Joana Neves, a equipe foi prata no revezamento 4 x 50m livre misto até 20 ponto.
"Eu sempre nado para conseguir melhorar. Meu objetivo é fazer o melhor, vindo uma medalha ou não. Eu tenho a sorte de ter conquistado uma prata. Qualquer que seja a cor, é medalha. Só com o acendimento da pira eu já estaria feliz e realizado. Sair com a medalha aqui no Brasil é muita emoção", finalizou.
 

Michelle Abílio – Brasil2016.gov.br

Ascom – Ministério do Esporte

 
 

Emanuel e Adriana Behar participam de modalidade paralímpica

Gustavo Braga / Casa BrasilGustavo Braga / Casa Brasil
A Casa Brasil foi palco de uma partida de vôlei sentado neste sábado. Uma demonstração da modalidade paralímpica, com as equipes do Sesi São Paulo e do Vasco, foi realizado no espaço Casa Touring. Na ocasião, o medalhista olímpico e presidente da Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes, Amauri Ribeiro, recebeu uma placa em homenagem ao trabalho pelo esporte.
 
Os ex-atletas e medalhistas Adriana Behar e Emanuel Rego participaram do evento e experimentaram o jogo. "A Paralimpíada deixa um legado de transformação por meio do esporte. É no esporte que a gente aprende valores fundamentais para a vida toda", disse Adriana. "O vôlei sentado é um esporte de alto nível onde todos dão o máximo e merece o mesmo destaque do vôlei tradicional", acrescentou Emanuel.
 
A plateia foi reforçada por um grupo de crianças e adolescentes atendidos pelo projeto VivaVôlei, do bairro Vicente de Carvalho, no Rio de Janeiro. Os pequenos interagiram com os atletas e foram convidados a entrar na quadra para sentir como é jogar sentado. O VivaVôlei é um programa de iniciação ao voleibol que educa e socializa meninos e meninas de 7 a 14 anos por meio do esporte.
 
"Achei a apresentação muito legal. Saio daqui muito mais inspirado para jogar vôlei", comemorou Eric Matias, 14 anos, um dos adolescentes atendidos pelo VivaVôlei. Para o capitão da equipe de vôlei sentado do Sesi de São Paulo, Daniel Yoshizawa, a demonstração deste sábado foi uma grande oportunidade para divulgar a modalidade. "Temos que aproveitar a visibilidade da Paralimpíada para alavancar o esporte no país", afirmou.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Brasileiro Lauro Chaman leva a prata em prova marcada por acidentes

Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
A prova de ciclismo de estrada masculina, classes C4-5, disputada neste sábado (17.09) no Pontal, teve uma chegada surpreendente e que rendeu a prata para o brasileiro Lauro Chaman. O australiano Alistair Donohoe e o ucraniano Yehor Dementyev disputavam roda a roda a primeira posição no sprint final, quando se chocaram e caíram a menos de cinco metros de receber a bandeirada em um total de 84 km de percurso. Melhor para o holandês Daniel Gebru que vinha logo atrás e levou o ouro, com o tempo de 2h13m08s, seguido por Chaman, que cruzou a linha 38 segundos depois, liderando o pelotão. O italiano Andrea Tarlao ficou com o bronze. 
 
Durante a prova, o ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, de 48 anos, caiu em uma das descidas de Grumari e bateu com a cabeça. Ele foi removido do local pela equipe de atendimento de emergência em direção ao hospital, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu. O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, divulgou uma nota de pesar pela morte do iraniano. Leia a íntegra.
 
Golbarnezhad também havia participado da prova contrarrelógio do ciclismo de estrada nos Jogos do Rio, na quarta-feira (15.09). Ele conquistou o 14º lugar. Nos Jogos Paralímpicos de Londres-2012, ele correu no ciclismo de pista.
 
Em sinal de luto, bandeira do Irã e a bandeira paralímpica estão hasteadas a meio mastro na Vila Olímpica, onde os atletas estão hospedados. Elas também ficarão a meio mastro no Riocentro neste domingo, onde o Irã enfrentará a Bósnia-Herzegovina na final do vôlei sentado. O comitê organizador dos Jogos anunciou que haverá um momento de silêncio durante a cerimônia de encerramento neste domingo.
 
“Imaginei na hora: ‘Eles não cruzaram a linha’. Eu disputo a corrida até o final”, disse Chaman. “Essas chegadas sempre são assim, todo mundo tem que ir para esquerda. Os dois conseguiram escapar, estávamos em um grupo de seis atletas escapados e eu estava com eles. Uma hora um estava na frente, depois era outro. No final, os dois estavam na frente”, completou o brasileiro que havia conquistado na quarta-feira o bronze na prova de contrarrelógio, atrás justamente do ucraniano, ouro, e do australiano, prata, que se chocaram hoje.
 
Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
 
Maior beneficiado com o acidente, Daniel Gebru viu a batida. “Eu estava perto. Eles ficaram na frente e eu vi que estavam lado a lado, bem próximos. Isso pode acontecer. Então vi que eles não tinham cruzado a linha e passei”, relatou o vencedor da prova. “Eu estou muito feliz, porque trabalhei duro por esta medalha”.
 
Depois de concluída a prova, o resultado oficial demorou um pouco mais a sair. A organização estava analisando o acidente e se consideraria o tempo de Donohoe, que após a queda, se levantou e cruzou a linha caminhando, mas sem levar a bicicleta. Dementyev permaneceu deitado na pista um período maior e só depois de imobilizar o pescoço passou pela chegada. No entanto, ele foi considerado responsável pelo acidente e desclassificado. O australiano terminou em quinto.
 
“Não fico feliz de os atletas terem caído, mas por contar com a sorte sim. Já aconteceu muito de eu cair em uma chegada”, afirmou Chaman. “Nunca imaginei conquistar duas medalhas. Até brinquei que hoje não precisava nem ter largado, entre aspas, porque é lógico que queria competir, mas é que estava tão contente com a prova de contrarrelógio, na qual eu me preparei bem, mas não era tão favorito”, finalizou.
 
Felicidade que aumentou com a presença dos cerca de 20 amigos que alugaram uma van e saíram na madrugada de ontem de Araraquara (SP), cidade natal de Chaman, para vê-lo em ação nos Jogos Rio 2016. “Só tenho amigo maluco (risos). Tenho muito orgulho deles. Se eu não ficasse na frente, não ia fazer sentido para eles, ainda bem que consegui fazer essa boa prova”, disse o ciclista brasileiro. Ele pretende presentear a mãe, que acompanhou a prova de perto, com o mascote de cabelo prateado recebido no pódio.
 
O atleta aproveitou para agradecer o apoio recebido pelo Ministério do Esporte e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro para o ciclo de preparação que resultou em duas medalhas inéditas. “Graças a eles eu consigo viver do meu sonho. Eu sempre trabalhei e treinava à noite, agora consigo me dedicar em período integral e fazer o que eu amo. Com certeza sem a Bolsa Pódio eu não teria essa medalha hoje, nem a de bronze”.
 
O Brasil contou com outro representante na corrida, Soelito Gohr chegou em 14º, terminando o percurso 11 minutos e 17 segundos após o vencedor. 
 
Nas classes C1 a C5, competem atletas com deficiência que afete pernas, braços e/ou tronco, mas que usam uma bicicleta de estrada. Quanto menor o número, maior a dificuldade para pedalar Além das bicicletas convencionais, o ciclismo de estrada paralímpico também tem provas para tandems (bicicletas de duas pessoas), handbikes (bicicletas de mão) e até triciclos.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

A mais incontestável das hegemonias paralímpicas é brasileira: tetra no futebol de cinco

Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
Se existe um Dream Team na história dos Jogos Paralímpicos, a seleção brasileira de futebol de cinco é forte candidata ao posto. O time nacional conquistou, no início da noite deste sábado, o almejado ouro em casa ao bater a seleção do Irã por 1 x 0. Ricardinho foi o autor do gol do título, aos 12 minutos do primeiro tempo.
 
A vitória consolida uma inquestionável hegemonia. Desde que a modalidade passou a fazer parte do programa paralímpico, nos Jogos de Atenas, em 2004, o Hino Nacional tocou em todas as cerimônias de premiação. Desde a Grécia, o Brasil soma 15 vitórias e seis empates. Não sabe o que é derrota. Foram 41 gols marcados e apenas quatro sofridos.
 
"É trabalho, humildade, simplicidade. Só quem está aqui dentro vê a dificuldade que é. Esse é o quarto ouro em Paralimpíada, mas sempre é difícil. Em 2004, a final foi nos pênaltis contra a Argentina. Em 2008, viramos contra a China, na casa deles, no finalzinho. Em 2012, outra disputa de pênaltis com a Argentina na semifinal”, listou o técnico Fábio Vasconcelos.  "É um detalhe, são jogadores que decidem. E hoje a humildade. Fizemos o gol e fomos lá para trás. O que vale é o campeonato”, completou. 
 
No Rio de Janeiro, o caminho incluiu vitórias sobre Marrocos (3 x 1), Turquia (2 x 0) e um empate com a própria seleção do Irã, por 0 x 0. Na semifinal, a Seleção venceu a China, de virada, por 2 x 1, com dois golaços de Jefinho.  "A cada competição é diferente. É maravilhoso estar aqui, dentro do país, ouvindo o grito da torcida, chamando o nosso nome. Final é sempre tenso. A gente já esperava isso", afirmou Jefinho. 
 
A última derrota do Brasil em um torneio oficial completará 10 anos em 30 de novembro deste ano. Foi em 2006, em Buenos Aires, quando a seleção perdeu para os donos da casa por 1 x 0 na final do Campeonato Mundial. O confronto contra os argentinos era aguardado por todos no Rio 2016, mas o Irã impediu que o clássico sul-americano se repetisse ao vencer os argentinos nos pênaltis na outra semifinal, por 2 x 1, após empate sem gols no tempo normal.
 
Até por isso, na decisão, o time nacional sabia que teria pela frente uma equipe difícil. Principalmente com uma defesa bem postada. Durante toda a campanha, o Irã marcou apenas dois gols, na vitória contra Marrocos. Fora isso, foram três empates por 0 x 0. A tática dos persas, entretanto, perdeu a consistência aos 12 minutos de jogos, quando Ricardinho, um dos destaques brasileiros, fez bela jogada pela esquerda do ataque, avançou em diagonal pela defesa e chutou forte, rasteiro, sem chances para o goleiro Meysam Ojaeiyan. "A gente sabe que o goleiro do Irã é alto e bom. Por isso tínhamos a orientação de chutar rasteiro. Quando entrei driblando, arrisquei e foi só alegria", comentou Ricardinho.  
 
Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
 
Silêncio custoso
Acostumado ao ambiente de estádio de futebol convencional, o público brasileiro que compareceu à arena do Centro Olímpico de Tênis deu trabalho para a organização. O futebol de cinco, praticado por deficientes visuais, exige silêncio das arquibancadas. Isso porque a bola tem um guizo interno, que sinaliza a posição exata para os jogadores. Em vários momentos, o locutor oficial pedia silêncio, principalmente quando os atletas brasileiros se aproximavam da meta iraniana ou chutavam a bola perto do gol.
 
"Eles não nos atrapalham. Na verdade, é inesquecível. Vocês não tem ideia do que é jogar em silêncio e de repente ouvir aquela explosão no gol. Já sou tricampeão paralímpico, mas esse título é diferente. Jogamos em casa, com a torcida a favor. É muito especial, principalmente porque eu venho de uma história difícil, de uma lesão grave. Passei por uma cirurgia por uma fratura na fíbula. Tive 15 dias de treino com a equipe, ainda tenho dor quando jogo. A confiança fica meio abalada”, afirmou Ricardinho, autor do gol do título. 
 
Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Com emoção e “torcida em quadra”, tênis de mesa conquista o bronze por equipes das classes 6-10

Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
O confronto não havia acabado, mas o grito veio das arquibancadas: “Aha, uhu, esse bronze é nosso”. A torcida já tinha certeza do que viria minutos depois. O público incentivou e ajudou a colocar Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos no pódio da disputa por equipes das classes 6-10 (andantes), neste sábado (17.09), no Pavilhão 3 do Riocentro. O Brasil venceu a Austrália nas duplas por 3 sets a 2 (11-13, 11-9, 11-4, 11-13 e 11-2) e Bruna superou Melissa Tapper no individual por  3 sets a 0 (11-7, 11-9 e 11-8). Quando fez o último ponto, jogou-se no chão e ganhou um forte abraço do técnico Paulo Camargo, que invadiu a área de jogo com as duas outras atletas do time. A medalha estava assegurada. O ouro ficou com a Polônia, e a prata foi para a China.
 
“Dever cumprido. Nós acertamos na escalação, a Bruna jogou na sequência com a Melissa, que é mais forte, depois a Dani poderia fechar. E tudo é na dupla. O objetivo era ganhar a dupla. Teve muita tensão, com uma jogadora defensiva da Austrália, e a Melissa mais agressiva. O jogo foi equilibrado, mas a gente entrou com uma tática bem definida e deu resultado”, avaliou o treinador.
 
O papel da torcida foi reconhecido pelas jogadoras. E o carinho foi retribuído. Bruna jogou bolinhas e borrachas da raquete para a arquibancada, tirou selfie com o público, em cena semelhante à protagonizada por Hugo Calderano no torneio olímpico, quando garantiu vaga nas oitavas de final.
 
“A torcida ajudou bastante. Quando a gente estava perdendo, ela nos empolgou muito. Isso fez toda a diferença. A torcida brasileira é muito gostosa. Tem hora que a gente quer sacar e eles ainda estão falando. Então eu espero um pouco acabar o gás”, contou Bruna. “(A foto) eu vou guardar para o resto da vida, vou colocar na tela principal do celular”.
 
"Teve umas bolas que eu acho que elas erraram porque a torcida gritou muito. Elas ficaram nervosas, não é normal ter torcida no tênis de mesa", acrescentou Danielle.
 
Bruna, de 21 anos, fez história como a única brasileira a ter duas medalhas paralímpicas no tênis de mesa -  ela também faturou o bronze no individual (classe 10) no Rio 2016. “É resultado do trabalho diário que eu faço hoje em São Caetano do Sul. Eu treino com a seleção olímpica, com a Caroline Kumahara, o Hugo Calderano, acho que isso faz toda diferença. Eu só tenho a crescer trabalhando e melhorando meu físico”, disse.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
 
Intrusos na tabela
A modalidade como um todo tem muito o que comemorar.  Até o Rio, a única medalha nacional era a prata conquistada por Welder Knaf e Luiz Algacir na disputa por equipes em Pequim 2008. Na atual edição, além dos dois bronzes (Bruna e por equipes 6-10), Israel Stroh ficou com a prata na Classe 7 na chave de simples. A campanha faz o continente americano figurar como intruso entre os 25 países que conquistaram medalhas no Rio 2016. Com exceção da Austrália, que tem uma prata, os outros 23 países são europeus ou asiáticos.
 
“A gente  fez história nessas Paralimpíadas. É fruto de um trabalho muito intenso, diário, com treinamento em dois períodos, seis horas por dia. A gente foi galgando degraus no Circuito Mundial. A gente já está competindo de igual para igual, até mesmo aqueles que ficaram na primeira fase aqui. O Diego Moreira (Classe 9), que jogou com o sétimo do mundo, perdeu no tiebreak, o (Carlos) Carbinatti (Classe 10) perdeu de 3 x 2 para o medalhista de bronze, o Paulo Salmin (Classe 8) também perdeu de 3 x 2 para o quinto do mundo. Definitivamente, o Brasil se tornou uma potência paralímpica”, afirmou Paulo Camargo. O Brasil ainda tem uma disputa de bronze por equipes, classes 1-2, a partir das 16h30 deste sábado, contra a Eslováquia.
 
O jogo de duplas
As brasileiras demoraram a entrar no jogo de duplas. Danielle, de 18 anos, errava muito, estranhando o jogo de McDonnell que, por ironia, usa o mesmo tipo de borracha que ela na raquete. “Eu vi o tanto que é ruim jogar comigo mesma. Pensei: ‘Ou jogo agora ou nunca mais, é meu último jogo’. Fiz uma campanha boa, me dediquei tanto, deixei minha família e amigos. Agora é minha hora’. Não foi no individual, porque eu perdi a disputa de bronze, tinha que ser hoje”, disse Danielle.
 
Na primeira parcial, as australianas abriram 3-9, mas as anfitriãs recuperaram-se e conseguiram até virar (10-9). A torcida cresceu, a disputa ficou emocionante, mas as australianas fecharam o primeiro set em 11-13. Na segunda parcial, Bruna conseguiu responder melhor ao saque da experiente McDonnell, de 56 anos, e o set ficou com as donas da casa: 11-9.  Melissa cometeu vários erros no início da terceira parcial e as brasileiras abriram 5-0. Em mais uma falha de Melissa, o Brasil chegou a 10-4 e não deu chances para reação: 11-4.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/MEA Austrália voltou concentrada para o quarto set e os erros trocaram de lado: quem abriu vantagem (0-6) foram as adversárias. Quando estava 8-8, Mc Donnell errou duas vezes e o match point caiu no colo do Brasil: 10-8. A Austrália se recuperou e, em erro de saque de Bruna, fechou em 11-13.  No tie-break, o Brasil abriu 5-2 e as equipes trocaram de lado, mas a Austrália não fez mais nada: as brasileiras fecharam em 11-2 o set, e o jogo em 3 sets a 2. Um alívio e um sinal de amadurecimento após o fraco jogo realizado contra a Polônia na semifinal.
 
“Naquele dia eu estava louca para matar ela (a Danielle), estava muito brava, ela se desconcentrou muito. Mas o técnico conversou conosco, tivemos muitas reuniões, e isso fez a união melhorar”, contou Bruna.  “Se for só um não adianta, tem que ser as três. E a união que a gente teve foi esse resultado. A gente arrumou o que tinha que arrumar”, afirmou Dani.Na primeira parcial, as australianas abriram 3-9, mas as anfitriãs recuperaram-se e conseguiram até virar (10-9). A torcida cresceu, a disputa ficou emocionante, mas as australianas fecharam o primeiro set em 11-13. Na segunda parcial, Bruna conseguiu responder melhor ao saque da experiente McDonnell, de 56 anos, e o set ficou com as donas da casa: 11-9.  Melissa cometeu vários erros no início da terceira parcial e as brasileiras abriram 5-0. Em mais uma falha de Melissa, o Brasil chegou a 10-4 e não deu chances para reação: 11-4.
 
A Austrália voltou concentrada para o quarto set e os erros trocaram de lado: quem abriu vantagem (0-6) foram as adversárias. Quando estava 8-8, Mc Donnell errou duas vezes e o match point caiu no colo do Brasil: 10-8. A Austrália se recuperou e, em erro de saque de Bruna, fechou em 11-13.  No tie-break, o Brasil abriu 5-2 e as equipes trocaram de lado, mas a Austrália não fez mais nada: as brasileiras fecharam em 11-2 o set, e o jogo em 3 sets a 2. Um alívio e um sinal de amadurecimento após o fraco jogo realizado contra a Polônia na semifinal.
 
“Naquele dia eu estava louca para matar ela (a Danielle), estava muito brava, ela se desconcentrou muito. Mas o técnico conversou conosco, tivemos muitas reuniões, e isso fez a união melhorar”, contou Bruna.  “Se for só um não adianta, tem que ser as três. E a união que a gente teve foi esse resultado. A gente arrumou o que tinha que arrumar”, afirmou Dani.
 
Bruna x Melissa
Bruna começou bem o primeiro set contra Melissa Tapper, mas a australiana se recuperou e virou: 3-4.  Bruna não ia entregar o jogo fácil: após belo rali, conseguiu o set point, 10-6. Melissa salvou uma bola, mas a parcial foi fechada em 11-7. No segundo set, Bruna de novo estava na frente. Melissa chegou a assustar a torcida brasileira ao abrir 6-8, mas foi Bruna quem chegou ao primeiro set point e não desperdiçou: 11-9.
 
No terceiro set,  a brasileira abriu 5-2 e a Austrália pediu tempo. “Este bronze é nosso”, gritaram os torcedores. O fim do set foi equilibrado, mas Bruna fez o que a torcida queria e fechou em 11-8. O bronze era, de fato, do Brasil.
 
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br 
Ascom – Ministério do Esporte

Ritual indígena marca manhã de sábado na Casa Brasil

A Casa Brasil recebeu neste sábado (17.09) um grupo de índios da aldeia Mata Verde Bonita, de Maricá (RJ), para uma apresentação no Espaço Multiuso do Armazém 1. O evento foi promovido pelo Ministério do Esporte com o objetivo de dar visibilidade à cultura dos povos indígenas.
 
Foto: Rafael Azeredo/Casa BrasilFoto: Rafael Azeredo/Casa Brasil
 
Os índios chamaram a atenção dos visitantes da Casa Brasil, pois atravessaram cantando os pavilhões dos Armazéns 1 e 2 até chegar ao local da apresentação. Representando o povo Guarani Mbiá, 16 homens e mulheres fizeram a Dança de Tangará, que marca o fim da adolescência e o início da fase adulta. O pássaro que dá nome à coreografia representa o guardião da aldeia. A manifestação remete ainda à dança do acasalamento e à preparação dos indígenas guerreiros.
 
"O povo do Rio de Janeiro merece mais informações sobre os índios. Eu já tinha vindo à Casa Brasil anteriormente, agora, imagina, estar aqui com meu grupo se apresentando. É mais do que maravilhoso. Quando falam sobre os índios, parece uma coisa que está no livro e não sai do livro: 'antigamente os índios viviam assim, usavam tal tanga...". Estão errados! Por trás da palavra 'índio' existe muita riqueza e conhecimento. É legal conhecer a fundo o que tem de importante para o povo brasileiro", ressaltou o cacique Tupã.
 
Foto: Rafael Azevedo/Casa BrasilFoto: Rafael Azevedo/Casa Brasil
 
De acordo com Tupã, no Rio de Janeiro existem oito aldeias da nação Tupi Guarani. A aldeia Mata Verde Bonita existe há três anos e tem cerca de 80 índios, entre adultos e crianças. "A aldeia está aberta para visitação, queremos ser conhecidos e aprender com o próximo", explicou.
 
Entre o público que assistiu à apresentação estava um grupo de 40 alunos com deficiência do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj). Fernanda Soares, uma das alunas, ficou emocionada ao ver os índios. "Lembrei da minha avó, que era índia. Eu nunca tinha vindo à Casa Brasil, foi a primeira vez, adorei", completou.
 
Casa Brasil
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