Após melhor campanha da história, CPB tem injeção de R$ 90 milhões no horizonte
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- Última atualização em Segunda, 24 Agosto 2015 17:11
- Publicado em Segunda, 17 Agosto 2015 08:03
- Escrito por Breno Barros Pereira
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Em Toronto, a melhor campanha da história, deixando para trás as performances de Guadalajara, em 2011, e até do Rio, em 2007, com 109 ouros e um total de 257 pódios. No plano legislativo, a sanção, em julho, de uma mudança que determina um aumento estimado de R$ 90 milhões anuais na quantidade de recursos provenientes anualmente da Lei Agnelo/Piva. No futuro próximo, a inauguração do Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo, uma estrutura voltada para a prática de 15 modalidades nas melhores condições de estrutura.
Com esse panorama, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, não tem dúvidas em dizer que tem todos os ingredientes à mão para que o esporte paralímpico brasileiro chegue em médio prazo a um patamar ainda superior ao que demonstra hoje. “Com a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (sancionada em julho), a gente está saindo de uma arrecadação de R$ 39 milhões da Lei Agnelo/Piva, para cerca de R$ 130 milhões. Isso muda a realidade e nos dá uma tranquilidade muito grande”, afirmou o dirigente.
Tranquilidade suficiente, segundo ele, para que o CPB tenha condições de gerir com recursos próprios o Centro de Treinamento de São Paulo, que tem previsão de entrega da estrutura física em setembro e estimativa do início efetivo das operações em janeiro de 2016. “Se em janeiro tivermos o Centro de Treinamento disponível para utilização, temos totais condições de cuidar da operação esportiva. Sempre se diz isso em termos das instalações. Uma coisa é construir, a outra é gerir, manter, fazer com que continuem operando. A gente fez uma ampla pesquisa no mundo para perseguir os melhores modelos”.
Nesta conversa com o brasil2016.gov.br durante o período em que tentava acompanhar as delegações nacionais nos 15 esportes em Toronto, Parsons também comentou os acertos e erros da organização do Parapan, explicou algumas formas pensadas pela equipe do Rio2016 para garantir que as instalações estejam cheias na Paralimpíada e citou as estratégias do Comitê para que novas gerações de atletas sejam descobertos.
A organização de Toronto
Cada cidade, cada estado, cada país adota o conceito que lhe convém. Em Toronto eles tinham essa dimensão de divulgar a província de Ontario, o que fez com que as instalações ficassem, em alguns casos, distantes umas das outras. Apesar disso, e do trânsito pesado, a organização esteve muito boa. Poderia ter havido um pouco mais de promoção para evitar a situação de alguns locais não tão cheios. Esse é o único ponto que destacaria como não tão positivo. Mas as instalações ficaram muito boas, confortáveis. A Vila os atletas adoraram, a comida era de alto nível, o transporte não vi reclamação da qualidade, só citações às distâncias.
Arenas vazias como desafio para o Rio
Eu não vejo isso para o Rio. O Brasil inteiro sabe da Paralimpíada. Tem ainda a questão de estarmos vindo de resultados positivos em Londres e aqui em Toronto, no Parapan. Estabelecemos ainda a meta agressiva do quinto lugar no quadro geral. Fora que, entre nossos atletas, alguns já são conhecidos. As pessoas sabem quem é o Daniel Dias (natação), as pessoas conhecem a Teresinha Guilhermina (atletismo). Temos um desafio, talvez, em outras modalidades. Por exemplo, pela própria distribuição das instalações, o tiro com arco ficou um pouco isolado, no Sambódromo. E na Paralimpíada acaba tendo pouca coisa naquela área. É o que a gente chama de uma “stand alone venue", longe das outras, e pode prejudicar. Mas ao mesmo tempo o Sambódromo tem um charme diferente e saímos do Parapan com um resultado bastante importante. Eu não vejo o público como uma preocupação, mas como um foco de atenção.
Três milhões de ingressos
Sim, temos um desafio grande de vender 3 milhões de ingressos, o que colocaria o Brasil como a maior bilheteria, como a edição com maior número de ingressos vendidos na história paralímpica. Fora isso, o município do Rio tem projetos de levar estudantes, a garotada, na Olimpíada. Na Paralimpíada também deve ter. Não vejo demérito, existem modalidades que não são tão conhecidas ou a gente não tem um grande atleta. A esgrima, por exemplo, não tão difundida no Brasil, mas a gente tem um campeão paralímpico, que é o Jovane Guissone. No dia de ele competir, por que não colocar alunos, ou pessoas da comunidade para assistir? Volto a dizer: é um ponto de atenção, mas não uma preocupação. Até porque os preços são convidativos. Tem ingressos a R$ 10 e, se você estiver nas categorias da meia, pode pagar R$ 5 e dividir em cinco vezes no cartão. É mais barato que o cinema. Tem também a própria promoção publicitária dos Jogos. A gente vai incrementar isso no ano que vem. Acho que não vamos ter lugares vazios.
Injeção de R$ 90 milhões
A aprovação da Lei Brasileira da Inclusão (sancionada pela Presidência da República em 6 de julho de 2015) ampliou de 2% para 2,7% o valor repassado aos comitês Olímpico e Paralímpico brasileiros, e mudou de 15% para 37,04% a fatia do Comitê Paralímpico. A conta foi feita assim quebrada exatamente para não afetar o ingresso de recursos no Comitê Olímpico. A mudança coloca o CPB em outro patamar financeiro. Com esses números, pensando a grosso modo, com os dados do ano passado, a gente está indo de uma arrecadação de R$ 39 milhões para cerca de R$ 130 milhões, aumenta mais R$ 90 milhões. Isso muda a realidade e nos dá uma tranquilidade grande. Uma tranquilidade que nos permite, por exemplo, pensar que se em janeiro tivermos o Centro de Treinamento disponível para utilização, temos totais condições de cuidar da operação esportiva.
Quando a obra estava no início, a gente tinha uma preocupação de talvez mesclar recursos do CPB, do governo do estado, do governo federal, de buscar recursos da iniciativa privada, seja com naming rights ou atividades de geração de receita. Hoje, se todas essas outras receitas vierem, elas serão extras. A gente tem a confiança de que consegue não só aumentar o investimento em todas as 22 modalidades de verão e nas duas de inverno que a gente desenvolve, mas também, ao mesmo tempo, gerir o Centro de Treinamento com alto nível.
Redução de custos
O Centro de Treinamento também vai nos ajudar a diminuir as despesas das confederações. Hoje elas têm de pagar, por exemplo, para fazer uma fase de treinamento: elas alugam o local, pagam a hospedagem, o transporte, a alimentação. No Centro a gente vai reduzir muito esse custo. O efeito para o Rio vai ser pequeno, porque está muito em cima, mas as gerações que vão vir para 2020, em Tóquio, e 2024, terão um grau de preparação muito alto e melhor estruturado. Então a gente tem tudo para dar um salto e evoluir de maneira consistente.
Modelo de gestão
A gente está debatendo de uma forma muito tranquila com o governo federal e com o governo do estado de São Paulo. Aqui mesmo, em Toronto, a gente teve uma conversa. Estamos discutindo todas as possibilidades. O CPB defende que a gestão seja feita por nós mesmos, obviamente com uma estrutura de controle que envolva os dois níveis de governo. “Não estamos aqui com um discurso do tipo: me dê uma instalação que custou R$ 260 milhões de dinheiro público, num espaço público, e a gente faz o que quer. Não. A gente tem de prestar contas do investimento feito, devolver algo para a sociedade, mas lembrando que ali é um Centro de Treinamento. O que a gente vai devolver? A preparação de atletas. A função precípua daquele espaço é ser um centro de treinamento de alto rendimento. A gente não pode tirar isso de nossa alça de mira. Mas isso não impede um trabalho de parceria com a iniciação. Para motivar os nossos jovens, nada melhor que a possibilidade de treinar lá de vez em quando. Quem não quer treinar na pista que treina o Alan, a Teresinha, o Petrúcio, quem não quer nadar na piscina onde está o Daniel Dias?
Início do funcionamento
A obra em tese será entregue em setembro. Depois tem toda a parte de equipamento que temos de colocar ali. Eu acho que realisticamente temos de pensar em 2016 para começarmos com alguma segurança. Entrar 2016 com o Centro funcionando. Além de botar os equipamentos, eu tenho de contratar profissionais. O centro não existe por si só. O equipamento precisa estar, mas também quem vai treinar as modalidades específicas, mais a academia, a parte de recuperação, de ciência esportiva. Não temos uma pressa desmedida para botar o centro em funcionamento. A gente quer que ele funcione bem.
Busca de novos talentos
São várias estratégias. Uma coisa fundamental para nós é a Paralimpíada Escolar. Ali vem gente das 27 unidades da Federação. Tem um efeito de capilaridade muito grande. O Petrúcio foi descoberto na delegação da Paraíba numa paraolimpíada escolar. O Alan, na delegação do Pará. Outra coisa que a gente orienta muito as federações também é a buscar a fase regional do circuito de atletismo e natação. É ali que muitos atletas aparecem pela primeira vez. Alguns ainda estão descobrindo sua modalidade. Atletismo e natação, até pelo apelo, são porta de entrada. Mas muitos atletas podem ter aptidões físicas e técnicas para outras modalidades e podem ser apresentados a elas ali. É um trabalho de garimpo, realmente, de buscar talentos, mas de levar o esporte à população. É difícil que alguém que saia da reabilitação e pense: vou para a esgrima, vou para a canoagem. A lógica é diferente. No Olímpico você oferece estrutura e espera o interesse. No nosso caso a gente tem de ir atrás muitas vezes.
Gustavo Cunha, de Toronto - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Judocas encerram as lutas no Parapan com sete medalhas para o Brasil
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- Última atualização em Sexta, 14 Agosto 2015 22:51
- Publicado em Sexta, 14 Agosto 2015 21:43
- Escrito por Breno Barros Pereira
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Finalizadas as disputas no tatame de Toronto, que renderam um total de sete medalhas ao Brasil, os “durões” do judô puderam se despir dessa impressão de força absoluta e mostrar um lado mais sensível. A venezuelana Naomi Suazo, que perdeu um confronto para a brasileira Alana Martins (-70kg) e outro para a mexicana Lenia Ruvalcaba, não parecia tão decepcionada com as derrotas, mas se emocionou ao falar sobre sua trajetória no esporte e, em especial, sobre o sonho de estar nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
“Espero ir e conseguir o melhor para o meu país”, disse, com a voz embargada. Em Pequim-2008, aos 19 anos, a atleta se tornou a primeira mulher campeã paralímpica da Venezuela, quando ainda competia na categoria -63kg. Depois da edição de Londres, no entanto, ela decidiu se afastar da modalidade. “Foi basicamente por lesões e também por problemas muito pessoais, mas o destino me deu a oportunidade de continuar. Decidi me reinventar, agora em outra categoria”, conta a judoca, que subiu para a -70kg e terminou a disputa dos Jogos Parapan-Americanos com um bronze.
O que causou a maior emoção em Naomi, no entanto, foi falar sobre o duplo papel exercido por Humberto Suazo, seu pai e técnico.“Treinar com ele é um privilégio. Eu o respeito, o admiro muito como pessoa, é o meu modelo a seguir”, elogiou, tentando segurar as lágrimas. “Espero um dia corresponder como filha e atleta. Agradeço a Deus por ele ser meu treinador tanto na vida quanto no tatame”, completou.
A jovem, hoje com 24 anos, tem baixa visão devido a uma retinose pigmentar. Humberto criou, então, um centro com o nome dela e passou a treinar também outros atletas com deficiência visual.“É uma relação muito bonita entre pai e filha e entre técnico e atleta. Sou agradecido a Deus por me brindar com essa oportunidade, de sermos uma família no tatame e em casa, e ser um núcleo de vida. Quem dera todos os pais pudessem compartilhar com seus filhos esses momentos”, disse ele.
Quem também não escondeu a emoção foi o medalhista de prata Wilians Silva (+100kg). Em Londres-2012, o brasileiro sofreu uma lesão na clavícula e terminou apenas com a quinta colocação. Ao voltar para casa, pensou em abrir mão do esporte. “Conversei com meu irmão quando pensei em desistir, e ele me falou: ‘Você é o meu herói’. Talvez ele nem se lembre disso, mas era tudo que eu queria ouvir. Foi o que me estimulou a continuar treinando e a trazer todos esses resultados”, recordou, chorando muito.
Wilians ficou cego aos 10 anos de idade, quando passou um ano morando na Paraíba. “Meu pai tinha uma espingarda de chumbinhos, para matar passarinhos, e eu, curioso, mexi nela. A arma disparou e pegou no meu rosto”, conta. Foram realizadas três cirurgias para tentar salvar ao menos o olho direito, mas sem sucesso. Forte desde tão novo, Wilians não se deixou abalar. “Eu fiquei triste, mas decidi não chorar pelo que eu perdi e ser feliz pelo que sobrou, que é todo o resto”, acrescenta.
O jovem cresceu na favela do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e só com o judô conseguiu ter melhores condições. “O esporte mudou a minha vida. Hoje consigo ajudar minha família, meus pais e irmãos, e ter uma melhor estrutura de treinamento por meio da Bolsa Pódio e do Time Rio. Consegui sair da favela e morar em um lugar melhor”, comemora o judoca, que também foi medalhista de prata em Guadalajara e já sonha com o pódio em 2016. Em Toronto, o brasileiro derrotou o venezuelano William Montero e os norte-americanos Robert Anderson e Steven Mulhern, caindo apenas diante do cubano Yangaliny Jimenez.
Vitórias aceleradas
A despeito da visão comprometida, os judocas aplicam golpes certeiros e com uma velocidade que impressiona. Nesta sexta-feira (14.08), no Abilities Centre, algumas lutas foram encerradas em pouquíssimos segundos.Foi assim, por exemplo, no confronto entre Alana Martins e a norte-americana Christella Garcia, com vitória para a paulista em apenas oito segundos. “Entrei com muita raiva, queria ganhar e terminar logo”, comentou a brasileira, que havia perdido anteriormente para a mexicana Lenia Ruvalcaba.
Para ficar com a prata da categoria, Alana ainda teve que vencer um duro confronto com Naomi Suazo antes de bater Christella.“É um campeonato de alto nível e ser medalhista tem o seu valor, mas não estou feliz. Perdi por erro meu e, no judô, um erro é fatal”, lamentou a atleta.
Deanne Almeida (+70kg) foi ainda mais rápidano confronto contra a norte-americana Sarah Chung: sete segundos para o ippon. A brasileira já havia derrotado Sara Luna, também dos Estados Unidos, mas a categoria não foi premiada por não ter fechado o número mínimo de inscritas.“Em 2007 e 2011 também eram só três atletas. O que eu não esperava agora era não receber medalha, afinal ela é a recompensa pela competição”, reclamou Deanne.
O Brasil ainda conquistou nesta sexta duas medalhas de bronze, com o tetracampeão paralímpico Antônio Tenório (-90kg) e com Arthur Cavalcante (-100kg). Em nova categoria, Tenório encontrou forte resistência logo na primeira luta, contra o canadense Tony Walby, de quem venceu no critério de desempate por um shido (punição). Já na semifinal, o brasileiro levou dois wazaris do argentino Jorge Lencina e acabou de fora da decisão. O bronze veio após a vitória em cima do venezuelano Hector Espinoza por ippon. “A medalha significa que ainda estou em atividade e posso sonhar com um pódio em 2016”, avaliou Tenório.
Já Arthur Cavalcante foi derrotado logo na estreia, contra o cubano Yordani Fernandez. Em seguida, venceu o norte-americano Benjamin Goodrich, de quem começou perdendo por dois yukos. O brasileiro reverteu a situação a seu favor com um wazari seguido por imobilização. Em seu último combate, Cavalcante foi derrotado pelo norte-americano Myles Porter por ippon.
Preparação para o Rio
Os Jogos Parapan-Americanos de Toronto contaram pontos para os judocas no ranking mundial, que classifica os países para os Jogos Paralímpicos. O Brasil já tem vagas garantidas por ser país-sede, mas aproveitou a oportunidade no Canadá. “Aqui é um aquecimento para o Rio 2016. Os atletas têm a oportunidade de sentir na pele o que vão viver no ano que vem”, avalia o técnico Jaime Bragança.
A seleção brasileira encerrou sua participação no judô com sete medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e três de bronze. Cuba e México também conquistaram dois ouros, mas tiveram menos pódios no total: cinco e dois, respectivamente. Entre os 15 brasileiros convocados para o torneio continental, 13 recebem benefícios do Ministério do Esporte, sendo seis pela Bolsa-Atleta e sete pela Bolsa Pódio.
Confira os vídeos do Parapan 2015
Ana Cláudia Felizola, de Toronto – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Natália Mayara leva ouro no tênis e recebe convite para porta-bandeira no encerramento do Parapan
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- Última atualização em Terça, 18 Agosto 2015 16:39
- Publicado em Sexta, 14 Agosto 2015 18:14
- Escrito por Breno Barros Pereira
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Ela entrou para as disputas do tênis em cadeira de rodas nos Jogos Parapan-Americanos como a quarta favorita, mas vai voltar de Toronto para Brasília com duas medalhas de ouro na bagagem. Emoção comparável somente a de ser anunciada como porta-bandeira da delegação nacional na cerimônia de encerramento deste sábado (15.08). Natália Mayara teve dois dias intensos, cansativos, mas recompensadores.
Ontem venceu a final de duplas ao lado de Rejane Silva, por 2 a 1, sobre as colombianas Johana Martinez e Angelica Bernal. Nesta sexta-feira (14.08), ganhou a final individual da norte-americana Kaitlyn Verfuerth, cabeça de chave número um do torneio, por 2 a 0, com parciais de 7/6 e 6/2. E enquanto comemorava, recebeu a notícia: “A gente queria aproveitar para dizer que você é a nossa porta-bandeira na cerimônia de encerramento”, comunicou Edilson Alves, chefe de missão do Brasil e coordenador técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Motivo para Natália se emocionar novamente. “Nunca imaginei. Juro que pensei no começo, quando a Terezinha Guilhermina (corredora) tinha sido escolhida para ser a porta-bandeira da abertura: ‘Poxa, um dia eu vou conseguir, vou ser importante para isso’. E eu consegui”. Recompensa pelo esforço feito entre a última edição do Parapan, em Guadalajara, até a decisão no Canadá: “Há quatro anos sai chorando de tristeza, porque perdi para a norte-americana nas quartas de final. Trabalhei duro e hoje volto com dois ouros”, disse.
Por causa da chuva, a partida teve início com duas horas de atraso. Parecia que a espera tinha sido em vão para a torcida brasileira. Mais forte fisicamente e experiente, a norte-americana Kaitlyn Verfuerth, 30 anos, começou arrasadora e abriu 4 a 0 no primeiro set. Aos poucos, Natália foi estudando o jogo da adversária, com quem nunca havia duelado, e começou a equilibrar as ações.
“Aprendi mais sobre o jogo dela. Comecei a virar as bolas, empatou em cinco a cinco, depois em seis a seis. Então pensei: ‘Dá para ir, dá para ganhar’. Estava muito cansada, com muita dor no corpo, pelo jogo de ontem. Hoje minha mão abriu, mas tentei só pensar no jogo”, descreve a tenista.
A norte-americana sentiu a derrota parcial e Natália abriu 5 a 0 no segundo set. “Ganhar o primeiro foi o ponto chave para virar o jogo para mim”, resume a brasileira. No entanto, a proximidade do resultado inédito gerou ansiedade na tenista, que perdeu os dois games seguintes. “Eu consegui me concentrar mais, entendi o que deveria fazer, errei menos, consegui ficar mais consistente e focada o tempo inteiro. Ali no final que foi mais complicado, fiquei muito nervosa, na hora de sacar eu tremia. Por isso, ficava naquele vai não vai, errei umas bolas importantes, mas o fundamental foi conseguir esse ouro”, afirmou Natália, que teve sete match points a seu favor.
Para se concentrar e fechar de vez o segundo set por 6 a 2, ela esperou pelo erro da adversária. “Eu nem conseguia pensar em nada, olhava para o pessoal aqui fora, para meu técnico, as pessoas que estavam torcendo por mim e tentava ficar mais calma. Pensei: ‘Tenho uma boa vantagem, é só manter a bola dentro de quadra e deixar ela errar”. Agora, Natália vai comemorar e voltar a pensar na preparação para as Paralimpíadas Rio 2016.
Para chegar à decisão, a brasileira venceu nas quartas de final a mexicana Claudia Taboada por 2 a 0 e, na semifinal, a norte-americana Emmy Kaiser, por 2 a 1.
Bronze
Enquanto Natália travava a batalha pelo ouro, o brasileiro Daniel Rodrigues buscava o bronze na quadra ao lado. Com mais facilidade, ele venceu o colombiano Eliecer Oquendo por 2 a 0, com parciais de 6/0 e 6/1, enquanto a compatriota ainda estava fechando o primeiro set. O tenista havia conquistado, no dia anterior, a prata nas duplas no masculino ao lado de Carlos Alberto Chaves.
“Eu estava focado nisso, dormi pensando nessa medalha. Não podia deixar escapar de jeito nenhum. É muito importante voltar com duas medalhas. É meu segundo Parapan. Na edição passada só pude disputar no individual e não passei da primeira rodada”, conta o tenista, que mudou o panorama da carreira de Guadalajara para Toronto, a exemplo de Natália.
Investimento
Os quatro tenistas que representaram o Brasil no Parapan-Americano de Toronto recebem a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. Para Natália, uma importante ajuda para se dedicar exclusivamente à modalidade. “Para chegar nesse nível, eu abri mão de tudo, tranquei a faculdade... A bolsa tem essa função, além de nos possibilitar a compra de material e equipamentos”. Ao todo, são 15 atletas do tênis em cadeira de rodas que recebem o benefício, o que representa um investimento de R$ 297 mil por ano do governo federal.
A modalidade
O tênis em cadeira de rodas tem praticamente as mesmas regras do tênis convencional, com exceção da possibilidade de a bola quicar até duas vezes na quadra antes da rebatida. Não há diferença em relação às raquetes e às bolas. As cadeiras utilizadas são esportivas, com rodas adaptadas para melhor equilíbrio e mobilidade. Para disputar a modalidade, o único requisito é que o atleta tenha sido medicamente diagnosticado com deficiência relacionada à locomoção. Para isso, é necessário ter total ou substancial perda funcional de pelo menos uma das duas pernas.
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Ministro George Hilton participa, em Goiânia, de evento para organização do revezamento da tocha olímpica
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- Última atualização em Sexta, 14 Agosto 2015 15:59
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Dos velejadores brasileiros confirmados no Rio 2016, oito recebem a Bolsa Pódio
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- Publicado em Sexta, 14 Agosto 2015 11:24
- Escrito por Breno Barros Pereira
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A Seleção Brasileira de vela está praticamente fechada para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Até o momento, o país conta com nove velejadores com vaga garantida no evento, dos quais oito são beneficiados pelo programa Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. A informação foi divulgada pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela).
Robert Scheidt, que, aos 42 anos, vai para sua sexta participação olímpica, e a Fernanda Decnop, de 28 anos, vai representar o Brasil pela primeira vez em uma Olimpíada, foram os últimos nomes divulgados pela CBVela.
Os atleas se juntam a outros sete atletas confirmados: Martine Grael e Kahena Kunze, na classe 49erFX; Jorge Zarif, na Finn; Patricia Freitas, na RS:X feminina; Ricardo Winicki Santos, o Bimba, na RS:X masculina; e Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan, na 470 feminina. Todos estarão na disputa do evento-teste, a partir deste sábado (15.08), assim como Henrique Haddad e Bruno Bethlem (classe 470 masculina); Samuel Albrecht e Isabel Swan (Nacra 17); e Marco Grael e Gabriel Borges (49er).
Maior atleta medalhista olímpico do Brasil, Scheidt volta a disputar os Jogos na classe em que conquistou suas duas medalhas de ouro (Atlanta-1996 e Atenas-2004), depois de passagem pela Star.
“É um orgulho muito grande voltar a representar o Brasil numa Olimpíada, pelo momento que estou vivendo. Uma honra e uma grande oportunidade, ainda mais por disputar os Jogos no Rio, diante da família, dos amigos e da torcida brasileira. A competição com certeza terá uma energia positiva enorme, e espero retribuir dando o meu melhor”, afirmou o velejador.
Medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, Fernanda Decnop é uma das atletas da nova geração da vela brasileira. No Rio, em 2016, ela será uma das velejadoras que tentará recolocar o Brasil no pódio após o terceiro lugar obtido por Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na classe 470 feminina, em Pequim-2008.
“Foi um trabalho muito duro para obter esta vaga. Por ser uma Olimpíada em casa, fico ainda mais feliz. Agora é trabalhar para conseguir uma medalha, representar bem o meu país numa edição que será especial por ser no Rio, com família e amigos por perto. Vai ser uma experiência incrível”, disse a atleta.
Corrida olímpica
Para definir os representantes no Rio 2016, a CBVela adotou o critério de avaliação do desempenho nas principais competições nacionais e internacionais em 2013,2014 e 2015. Por meio de análises dos resultados, o CTV define o representante. Para fechar a Seleção Brasileira de Vela nos Jogos, faltam as classes 470 masculina, 49er e Nacra 17.
Nas duas primeiras, a vaga deve ser definida nas raias olímpicas, na Copa Brasil de Vela, em Niterói (RJ), em dezembro. Porém, existe a possibilidade de uma classificação antecipada. No Mundial de 470, em Haifa, em Israel, caso uma das duplas se posicione dentro do top 15 com o dobro mais um de posições à frente da outra, garante a vaga na Rio 2016.
A 49er segue o mesmo critério para o Mundial, mas com uma outra possibilidade de classificação antes da Copa Brasil de Vela. Caso uma das duplas chegue à frente no Sul-Americano e no Mundial, ambos disputados em Buenos Aires, na Argentina, em novembro, fica com a vaga nos Jogos.
A Nacra 17 terá como eventos finais o Sul-Americano, em dezembro, no Rio de Janeiro, e a Copa Brasil de Vela.
Fonte: CBVela
Ascom - Ministério do Esporte
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