Tênis de mesa encerra participação no Parapan com melhor campanha da história
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- Publicado em Quinta, 13 Agosto 2015 19:02
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Em nova categoria, Antônio Tenório busca mais uma medalha para a coleção
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- Publicado em Quinta, 13 Agosto 2015 17:14
- Escrito por Breno Barros Pereira
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Aos 45 anos, o paulista Antônio Tenório segue como o grande adversário a ser batido nas competições do judô. A fama não é obra do acaso, mas construída por uma sequência invejável de títulos: são quatro medalhas de ouro (Atlanta-1996, Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008) e uma de bronze (Londres-2012) em edições dos Jogos Paralímpicos. Em Parapans, o brasileiro foi campeão no Rio de Janeiro, em 2007, e vice em Guadalajara, em 2011. Instalado na Vila dos Atletas, onde segue seus treinamentos até o dia da competição em Toronto, na próxima sexta-feira (14.08), o judoca adotou uma nova estratégia com foco nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
“Desci da categoria 100kg para a 90kg porque meus adversários eram muito altos, então eu já não conseguia mais desenvolver um bom judô”, explica Tenório, que tem 1,85m de altura. Com a dieta feita e a preparação intensa de treinamentos, o atleta espera disputar no Rio de Janeiro a sua última Paralimpíada, antes de começar a dizer adeus aos tatames, onde já está há quase quatro décadas. “Eu sou da época em que não existia dinheiro, nada. Estou há 36 anos praticando o judô e ele é a minha vida”, resume o lutador, que é contemplado com a Bolsa Pódio do governo federal.
O judô paralímpico é praticado por atletas cegos e, assim como em sua versão convencional, os lutadores são divididos em categorias de pesos e têm cinco minutos para fechar uma luta. A principal diferença é que, na modalidade adaptada, os judocas já iniciam o confronto segurando o quimono do rival. A luta é interrompida quando o contato é perdido. “Eu achava que era brincadeira que tinha esporte para deficientes”, conta Tenório, em entrevista concedida ao brasil2016.gov.br na Vila dos Atletas.
Toronto e troca de categoria
Minha expectativa é fazer uma boa competição. Estou trocando de categoria, saindo da 100kg e descendo para a 90kg, então ainda estou me adaptando para ter um bom desempenho na Paralimpíada em 2016, no Rio de Janeiro. Se eu estiver em cima do pódio, vai ser uma boa colocação para mim. A categoria (100kg) tinha pessoas muito altas, eu era o mais baixo, então já não conseguia mais desenvolver um bom judô. Descendo de categoria, os meus adversários têm a mesma estatura que eu.
Nível do judô paralímpico
O nível sempre foi muito elevado dentro de uma Paralimpíada. Nossos adversários do masculino sempre são muito fortes. Acho que está aumentando a quantidade de pessoas que estão saindo do judô regular, que descobrem que têm uma deficiência visual, e migram para o desporto paralímpico.
Treinamento e apoio
Em fase de competição, treino seis horas por dia, em três períodos. É bem pesado, mas o judô está no sangue. Eu sou da época em que não existia dinheiro, nada. Estou há 36 anos praticando o judô e ele é a minha vida. O dinheiro que há hoje, com apoio do governo federal, traz uma tranquilidade muito maior para o atleta desenvolver a sua modalidade e focar só nos treinamentos, com uma equipe multidisciplinar e podendo comprar seus suplementos e viajar.
Rivalidade
A gente sempre pensa no Rio 2016, mas nós ainda temos que fazer a lição de casa, que é ganhar dentro da nossa própria casa, na seletiva. Em nível internacional, aqui no Canadá teremos os Estados Unidos, Cuba, Argentina e o próprio canadense, que é muito forte. Todos os atletas são grandes rivais e a gente não pode subestimar alguém dizendo que o país dele não tem um judô desenvolvido. Luta é luta, é uma de cada vez.
Rio 2016
Vamos competir dentro de casa e o governo federal está voltado para essa realidade do desporto olímpico e paralímpico. Nós nunca tivemos tanta ajuda. Então, queremos fazer bonito para esse apoio continuar e a gente deixar um grande legado no Rio de Janeiro, que são as medalhas e as obras que estão sendo feitas.
Mudança cultural
Quando as pessoas assistem a gente na televisão, começam a perceber que são capazes de fazer uma rampa em um lugar que não existia, um elevador para um cadeirante... Então hoje transmitimos uma outra realidade para o Brasil.
Início no judô
Comecei por influência do meu pai, aos 7 anos. Fiquei deficiente visual aos 13 anos, da vista esquerda. Perdi o primeiro olho com uma mamonada, brincando de estilingue. A minha segunda vista eu acabei perdendo aos 19 anos, trabalhando em uma empresa. Foram dois acidentes. Em 1993, ainda competia no judô regular. Fiquei deficiente visual em 1990 e só conheci o judô paralímpico três anos depois, quando um professor me viu competindo em um Campeonato Paulista e me convidou a integrar a Seleção Brasileira naquela época. Em um primeiro momento, achava que era brincadeira que tinha esporte para deficientes. Guardei o cartão dele por uma semana e depois fui visitar. Lá encontrei mais atletas com o mesmo problema que eu tinha.
Futuro
Estou com 45 anos e vou chegar na Paralimpíada de 2016 com quase 46. Espero que eu possa representar bem o meu país. Depois de 2016, vou colocando o pé no freio. Não vou chegar até Tóquio (2020), mas pretendo parar devagar. Estou focado também nos meus estudos.
Ana Cláudia Felizola, de Toronto – brasil2016.gov.br
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Futebol de sete ensaia para "último ato paralímpico" no topo do pódio
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Ministro George Hilton participa de evento sobre o revezamento da tocha olímpica em Goiânia nesta sexta (14)
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- Publicado em Quinta, 13 Agosto 2015 15:34
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O ministro do Esporte, George Hilton, participa, nesta sexta-feira (14.08), em Goiânia, de um evento interministerial que marcará o início da preparação do estado de Goiás para o revezamento da tocha olímpica.
O revezamento da tocha olímpica, um dos símbolos máximos dos Jogos, terá início, no Brasil, no dia 3 de maio de 2016, em Brasília. Antes de chegar ao Rio de Janeiro para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, em 5 de agosto, a chama olímpica percorrerá cerca de 500 municípios do país, dos 26 estados da federação, além do Distrito Federal.
Esse revezamento exige uma enorme logística em sua preparação envolvendo várias questões, entre outras, de segurança e de promoções turísticas e culturais com os municípios. A série de reuniões para a organização do revezamento da tocha olímpica teve início no dia 7 de agosto, em Aracaju e, nesta sexta-feira será a vez de Goiânia iniciar sua preparação.
O evento na capital de Goiás terá início às 9h30, com uma visita do ministro George Hilton e demais autoridades ao Centro de Treinamento de Luta Olímpica e Centro Paralímpico, localizado na Universidade Federal de Goiás.
Às 11h as autoridades participam da cerimônia de abertura do evento “Revezamento da Tocha Olímpica”, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira – Auditório Governador Mauro Góis. Além do ministro do Esporte, participam do evento o governador de Goiás, Marconi Perillo; o vice-governador de Goiás, José Helio de Souza; o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Hélio de Souza; a secretária de Educação, Cultura e Esporte do Estado de Goiás, Raquel Teixeira; e o secretário geral da Presidência da República, José Claudenor, entre outras autoridades.
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Rúgbi em cadeira de rodas brasileiro mostra evolução e vai atrás de resultado inédito
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Brasil deslancha no terceiro quarto e vence as Ilhas Virgens por 72 x 58 na Copa América
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Quinto dia de competições marca estreia do judô e mantém Brasil na ponta
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Dez brasileiros estreiam na Copa do Mundo de tiro com arco, na Polônia
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Parapan: mais 14 medalhas na conta da natação, com três dobradinhas no pódio
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- Publicado em Quinta, 13 Agosto 2015 10:10
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Referência mundial, goalball brasileiro alia teoria e prática para se desenvolver
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- Última atualização em Segunda, 24 Agosto 2015 16:25
- Publicado em Quinta, 13 Agosto 2015 08:38
- Escrito por Breno Barros Pereira
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O silêncio na quadra é total. O jogo se desenvolve ao som do guizo colocado dentro da bola. Mas naqueles fones a partida ia sendo construída em palavras. Cada movimento era descrito com precisão e o pequeno Owan Parkin, 13 anos, montava o panorama da disputa. Ao lado do pai, ele estava na arquibancada do Centro de Esportes Mississauga acompanhando as disputas do goalball dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto pelo serviço de audiodescrição disponibilizado no ginásio.
“Eles explicam o que acontece na quadra, os pênaltis, o que as pessoas estão fazendo, onde a bola está”, conta o canadense Owan, que nasceu cego devido a uma doença rara. No colégio, ele já teve contato com algumas práticas esportivas, além de ser encorajado pelo pai, Scott Parkin, a praticar esportes. Mas no Parapan, o que ele tem acompanhado é o goalball. “Imagino que seja um esporte divertido de jogar”, conta cheio de expectativas, já que a modalidade estará no currículo escolar dele este ano.
Uma oportunidade para Owan aprofundar o contato com um esporte que mudou a perspectiva de vida de pessoas como Victoria Nascimento, da seleção brasileira feminina. “O goalball supriu uma necessidade dentro de mim. Eu perdi a visão com 11 anos, numa fase da infância de brincar. Comecei a jogar, a viver mais, conhecer lugares novos e a falta da visão não foi tão forte”, descreve a jogadora, que antes de conhecer o esporte não tinha a mesma disposição em sair de casa.
"Comecei a jogar porque não tinha nada para fazer e me descobrir no esporte”, confessa Victoria, para acrescentar que sua percepção sensorial melhorou com a modalidade. “O goalball é maravilhoso porque faz você ter noção espacial e a audição melhora. No meu caso, ainda é uma forma de expor meu sentimento, seja raiva, ou alegria. Eu coloco tudo para fora em quadra”.
História semelhante à de Ana Carolina Custódio, que também conheceu o goalball enquanto estudava no Instituto Benjamim Constant, no Rio de Janeiro, e que encontrou no esporte uma forma de inclusão. “Quando fiquei cega, pensava que não podia fazer nada. Meu sonho de ser bailarina foi por água abaixo, mas percebi que com o goalball a gente pode romper esse limite que a gente acha que tem”, contou a jogadora da seleção após a vitória contra a Guatemala por 10 x 0 no encerramento da fase de grupos, nesta quarta-feira (12.08). Equipe adversária que será a mesma da semifinal, marcada para sexta-feira (14.08).
Prata no Parapan de Guadalajara 2011, Ana Carolina confia em um resultado melhor desta vez. “Nós mostramos que podemos conseguir. Tivemos jogos difíceis contra os Estados Unidos e o Canadá, mas ganhamos delas”. Os dois países da América do Norte fazem a outra semifinal e perderam para o Brasil na primeira fase por 3 x 1.
No sangue
Enquanto as meninas buscam o topo do cenário mundial do goalball, a equipe masculina já coleciona alguns importantes feitos, como o título mundial de 2014, a prata nos Jogos Paralímpicos Londres 2012 e o ouro na última edição do Parapan.
Um dos destaques do time, Leomon Moreno da Silva carrega apenas as iniciais nas costas da camisa. Uma forma de homenagear os irmãos Leonardo e Leandro, também deficientes visuais, e que já integraram a equipe ao lado dele. “Conheci o goalball por eles. Levava os dois para os treinos, porque enxergava mais. Ficava com vontade de jogar, mas ainda não tinha idade”, recorda.
Com a vitória de hoje por 12 x 2 sobre o Canadá, o Brasil também conquistou 100% de aproveitamento na fase de classificação do masculino. Os adversários da semifinal serão os argentinos, no mesmo dia da disputa feminina.
Modelo
Exclusivo dos Jogos Parapan-Americanos e das Paralimpíadas, o goalball ainda não é muito conhecido no Brasil, mesmo o país sendo uma referência. Ações fora das quatro linhas, realizadas pela seleção brasileira, buscam divulgar o esporte. Em Jundiaí (SP), local de treinamentos da equipe masculina durante 15 dias por mês, os atletas e comissão técnica vão às escolas incentivar a prática da modalidade, segundo o treinador Alessandro Tosin.
Professor de educação física em uma universidade, ele promove campeonatos de goalball com os alunos, mesmo aqueles que não são deficientes. “No Brasil a gente não tem muito essa cultura, mas na Europa muitas pessoas jogam goalball com os atletas deficientes. O que faço é promover alguns torneios internos com os alunos e entre faculdades. Isso ajuda a divulgar o esporte e as pessoas passam a jogar”.
O treinador conheceu o goalball quando ainda era estudante e fez estágio em uma instituição voltada para deficientes visuais. De 2001 para cá não parou mais de estudar, pesquisar e escrever sobre a modalidade. Conhecimentos que ele leva para a quadra. “Quando você começa a associar teoria e prática, dá resultado. Todo nosso treinamento é embasado teoricamente. Nós temos o Altemir, que é o analista de desempenho. Temos dados de todas as fases de treinamento, sabemos quantas bolas foram no alvo, quantas foram retidas”, explica.
Os dados ainda servirão para futuras pesquisas sobre o esporte. Na partida contra os canadenses, a seleção teve 94% de bolas no alvo, quando o arremesso obriga o adversário a defender com a mão ou com o pé fora da demarcação da área de defesa. “Não é qualquer equipe no mundo que faz isso. Estamos coletando essas informações, para formar um software, que vai virar uma publicação. A gente vai o tempo todo aprimorando e sempre buscando a máxima excelência”, afirma Tosin.
A análise e o trabalho tático, no entanto, não significam um engessamento do jogo. O treinador conta que a primeira noção transmitida aos atletas é para que “brinquem” de goalball. “Eles são muito inteligentes e em cima disso construímos algumas ações. A gente deixa eles brincarem, porque a criatividade faz parte desta inteligência. A ideia é que eles se movimentem. Dificilmente você encontra cegos se movimentarem de um lado para o outro como eles. Depois vamos fazendo as ações táticas e eles ficam com um volume grande de jogo”.
Os investimentos realizados pelo Ministério do Esporte, os recursos advindos da Lei Agnelo/Piva e o apoio do Comitê Paralímpica Brasileiro (CPB) são os outros fatores apontados pelo técnico para o alto desempenho da equipe. “Hoje, sem dúvidas, somos uma referência no goalball, mas porque temos condições de treinar fora das fases específicas de preparação. A continuidade gera a manutenção da performance, o que é decisivo em uma competição como essa”.
O goalball tem 42 desportistas contemplados com a Bolsa-Atleta em todo o país, dentre eles 11 dos 12 participantes do Parapan-Americano de Toronto. O Ministério do Esporte ainda tem convênio com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somados ultrapassam R$ 40 milhões, para a preparação das equipes visando ao ciclo paralímpico de 2016 e à participação nos Jogos de Toronto 2015.
A modalidade
Praticado exclusivamente por pessoas com deficiência visual, o goalball está, ao lado da bocha, entre as únicas modalidades paralímpicas que não têm uma versão correspondente no programa olímpico. O jogo reúne atletas com diferentes graus de deficiência (BC1, BC2 e BC3), mas que sempre usam vendas nos olhos, a fim de que as duas equipes rivais disputem em condição de igualdade.
A quadra que recebe a disputa tem as mesmas dimensões da de vôlei, com 9m de largura e 18m de comprimento. Cada partida tem dois tempos com duração de 12 minutos cada, com três minutos de intervalo. São três jogadores em cada time, além de outros três reservas. O gol, bem amplo, tem a mesma largura da quadra, com 1,30m de altura.
Durante o jogo, os atletas, que atuam como arremessadores e defensores ao mesmo tempo, precisam lançar a bola rasteira ou tocando em uma das áreas obrigatórias. Dentro da bola há um guizo que emite som para orientar os atletas cegos e, por isso, todo o público deve permanecer em silêncio durante o jogo.
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Gabriel Fialho, de Toronto, Canadá
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Destinados ao pódio: os convites inusitados de brasileiros ao atletismo paralímpico
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- Última atualização em Segunda, 24 Agosto 2015 16:18
- Publicado em Quinta, 13 Agosto 2015 08:15
- Escrito por Breno Barros Pereira
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No esporte adaptado, é bastante comum ver atletas que iniciaram nas modalidades por uma recomendação médica. Foi assim na criação do próprio movimento paralímpico, quando o neurologista Ludwig Guttmann organizou, no Hospital de Stoke Mandeville, na Inglaterra, uma reabilitação com o uso do esporte para soldados que voltaram feridos da 2a Guerra Mundial. Contudo, com algumas pessoas esse primeiro contato ocorreu de uma forma bem diferente.
A maranhense Teresinha de Jesus, por exemplo, só conheceu o atletismo em 2013, aos 32 anos. A iniciação esportiva foi motivada por um convite recebido de um desconhecido no meio da rua. “Um rapaz, que já treinava em uma associação no meu estado, me viu na rua e simplesmente me convidou. Eu falei ‘tá bom, não estou fazendo nada, só estudando e trabalhando, vamos ver no que vai dar!’”, conta, bem humorada. “Fui na louca, sempre fui doida mesmo”, diverte-se a velocista, que nesta quarta-feira (12.08) conquistou a medalha de prata nos 100m T47, para amputados, nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto.
Teresinha perdeu o braço esquerdo aos oito anos, quando sofreu um acidente no muro de casa. “Nunca passou pela minha cabeça, nunca imaginei que um dia eu poderia sair do meu país com o esporte paralímpico e representar o Brasil”, comenta. “Hoje sou uma pessoa totalmente diferente”, completa a atleta, que carrega o mesmo nome da cega mais rápida do mundo, a brasileira Terezinha Guilhermina.
Outro início curioso foi o de Yohansson do Nascimento, dono de sete medalhas em Parapans, além de títulos mundiais e paralímpicos. O Brasil poderia ter ficado sem as várias conquistas do alagoano se ele tivesse embarcado em outro ônibus para ir ao dentista, aos 17 anos. “Eu nunca tive problemas em mostrar que sou deficiente. Estava sentado com os braços à mostra e a Valquíria (Campelo) viu e me convidou para o atletismo”, recorda-se. “Um simples ‘sim’ ou ‘não’ mudou a minha vida. Eu podia ter dito ‘não, não quero ficar correndo’, mas eu aceitei e hoje estou aqui, muito honrado de representar a minha nação. Foi uma descoberta em cheio dela”, define o atleta, que na infância já gostava de apostar corrida.
“Comecei sem pretensão e nunca imaginei que levaria isso tão a sério. Era uma recreação, uma oportunidade que a vida estava me dando, mas as coisas foram acontecendo muito rápido”, explica. Nesta quarta, Yohansson não conseguiu subir ao pódio na prova dos 400m T47, terminando com a quinta colocação. Ele vai buscar sua oitava medalha em Parapans na próxima sexta-feira (14), na final dos 200m.
Já Alessandro da Silva, que chegou à sua segunda medalha de ouro em Toronto, desta vez no arremesso de peso F11/12, foi convidado para o esporte durante uma aula de braile. “Eu fazia braile numa escola e conheci um professor que me mostrou o arremesso de peso”, conta o atleta que, até um ano e meio atrás, só tinha a musculação como prática esportiva. “O atletismo me tirou de casa e de ficar pensando besteira. Me levou para uma vida onde eu pude ter novas conquistas”, comemora.
Prova cancelada
As pessoas que acompanharam a prova dos 800m T53 nesta quarta-feira levaram um susto na Universidade de York. Em uma dura briga por espaço na pista, o colombiano Edisson Andres Martinez levou uma fechada do canadense Jean-Philippe Maranda e, com o choque das cadeiras de rodas, acabou no chão. A prova seguiu e o brasileiro Ariosvaldo da Silva, o Parré, chegou a comemorar a medalha de prata, mas depois os resultados foram cancelados. “A batida é normal em prova acima de 800m. Os atletas imprimem uma velocidade muito alta e andam muito próximos”, explicou Parré. A disputa foi remarcada para esta quinta-feira (13), com o canadense desclassificado. O brasileiro, que ainda corre os 400m na sexta, será poupado.
Liderança no quadro de medalhas
Além de Alessandro da Silva, o Brasil ainda foi ouro com Izabela Campos (lançamento do disco F11/12), Paulo Flaviano Pereira (400m T37), João Luis dos Santos (lançamento do disco F46), Jonas Licurgo Ferreira (arremesso de dardo F53/54/55) e Adriele de Moraes (salto em distância T20/37/38). As pratas do dia foram conquistadas por Verônica Hipólito (salto em distância T20/37/38), Elizabeth Rodrigues (arremesso do peso F53/54/55), Teresinha de Jesus (100m T47) e Diogo Ualisson (200m T12). O país ainda levou duas medalhas de bronze, com Shirlene Coelho (arremesso de peso F20/37/38 e lançamento do disco F37/38/44), e uma com Sheila Finder (100m T47).
Com as 13 novas medalhas desta quarta, o atletismo já rendeu 47 pódios ao país: 20 ouros, 16 pratas e 11 bronzes, desempenho que garante ao Brasil o topo do quadro de medalhas na modalidade.
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