Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.
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Nota de pesar pela morte do ex-presidente do Vasco Eurico Miranda
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- Publicado em Terça, 12 Março 2019 14:34
Nota de pesar pela morte do campeão do mundo Coutinho
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- Publicado em Segunda, 11 Março 2019 22:06
O esporte brasileiro e nosso futebol, em especial, perderam, na noite desta segunda-feira (11.03), um ícone dos gramados. Coutinho, ídolo do Santos e campeão mundial com a Seleção no Chile, em 1962, entre outras conquistas, faleceu aos 75 anos.
Natural de Piracicaba (SP) e batizado Antônio Wilson Honório, Coutinho estreou no Santos aos 14 anos, feito que o transformou no mais jovem jogador a atuar no time profissional paulista.
A partir daí, trilhou uma carreira brilhante, tanto no Santos quanto na Seleção. Ao lado de Pelé, ajudou a construir a glória do time da Vila Belmiro. Marcou 368 gols, tornando-se o terceiro maior artilheiro santista, atrás apenas de Pepe e de Pelé.
Pelo Santos, conquistou cinco títulos brasileiros, duas Libertadores e dois Campeonatos Mundiais. Esses troféus, somados ao triunfo na Copa do Mundo do Chile, em 1962, faz de Coutinho um dos jogadores mais vitoriosos de nosso futebol.
A Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania lamenta profundamente a perda de Coutinho. Registramos aqui nossa solidariedade aos familiares e aos amigos deste brasileiro especial, que tantas alegrias nos deu com seu talento em campo.
Marco Aurélio Vieira
Secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania
Fórum Nacional do Desporto Universitário será realizado em Brasília
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- Publicado em Segunda, 11 Março 2019 15:42
Brasília recebe mais de 600 atletas entre 15 e 17 anos no Brasileiro Escolar de Basquete
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- Publicado em Sábado, 09 Março 2019 23:27
Para 53 equipes de basquete de todas as regiões do país, Brasília tornou-se a partir deste sábado (09.03) uma escala para a Europa. O Campeonato Brasileiro Escolar reúne 28 times no masculino e 25 no feminino nos ginásios do colégio Marista, na capital federal. Os campeões da competição que segue até 15 de março conquistam, além do título, o direito de representar o país no Mundial da Federação Internacional de Esporte Escolar (ISSF), em Heraklion, na Grécia, entre 12 e 20 de abril.
Como governo, temos uma obrigação moral de fazermos que aquilo que herdamos dos antecessores seja melhorado. Melhorar as leis, as políticas públicas e fazer com que o esporte de base, esse que está sendo disputado aqui, seja ainda mais inclusivo, abrangente e traga mais satisfação e alegria às famílias, às pessoas, à gente desse país"
Marco Aurélio Vieira, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
Em quadra, mais de 600 atletas com idade de 15 a 17 anos. Entre competidores, técnicos, árbitros, delegados e organizadores, o torneio reúne quase mil pessoas e tem 139 partidas agendadas. Muitas delas com tom de ineditismo. "Eu nunca tinha viajado para fora do estado e nunca tinha jogado uma competição desse tamanho, valendo. Pena que a gente perdeu", disse Letícia dos Santos, de 17 anos, ala da Escola Estadual Professor Gabriel Almeida Café, de Macapá, representante do Amapá. O time dela foi superado pelo de Mato Grosso do Sul por 70 x 25. "Acho que estávamos nervosas, errando demais, mas amanhã a gente tem chance de se recuperar contra o Espírito Santo", disse.
Perspectiva inversa tinha Cainã Batista de Alencar, ala-pivô do Centro de Ensino Médio Ave Branca, de Taguatinga, uma das equipes que representa o Distrito Federal. O time dele estreou com vitória sobre a equipe do Piauí por quase 30 pontos de vantagem. "Foi um bom jogo, pegado. A defesa demorou para achar o padrão, mas depois melhorou", afirmou o atleta de 1,96m, que já se prepara para um duelo contra São Paulo na segunda-feira.
Mais do que os resultados em quadra, contudo, organizadores e autoridades enfatizam o caráter de cidadania e de consolidação de valores que o esporte de base tem em sua essência. "O funil do alto rendimento tem a boca muito estreita. Vocês são a base do esporte brasileiro. Ao ápice da pirâmide poucos chegam, mas, independentemente do que ocorra no futuro, o importante é a formação que vocês estão tendo dentro dos valores esportivos", afirmou Marcelo Ottoline, presidente da Federação Regional do Desporto Escolar do Distrito Federal e Entorno (FRDE-DF), durante a Cerimônia de Abertura da competição, na noite deste sábado.
"Como governo, temos uma obrigação moral de fazermos que aquilo que herdamos dos antecessores seja melhorado. Melhorar as leis, as políticas públicas e fazer com que o esporte de base, esse que está sendo disputado aqui, seja ainda mais inclusivo, abrangente e traga mais satisfação e alegria às famílias, às pessoas, à gente desse país", disse o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira, a quem coube abrir oficialmente o evento.
"Quem não pratica esporte não é um ser completo hoje em dia. Os senhores têm uma grande oportunidade, de vivenciar o esporte em sua mais pura essência, que é a competição. Na competição repetimos a vida. Sofremos como na vida. Treinamos, aprendemos, erramos como na vida. E até morremos no fim da competição para nascermos de novo na próxima. O esporte nos ensina a viver", completou o secretário.
Evolução e desafios
A senadora Leila Barros, medalhista olímpica com o vôlei de quadra brasileiro e que deu os primeiros passos em Jogos Escolares, ressaltou a evolução que o país teve desde sua época de juvenil, em que as estruturas de competição, de hospedagem, de alimentação e de transporte para os atletas era bem mais precárias e amadoras.
Tenho certeza de que sairão muitas Hortências, Paulas, Pipokas, mas, mais do que isso, teremos homens e mulheres preparados para as pressões cotidianas e para lidar com frustração, porque o esporte ensina, sim, a sermos fortes mentalmente e com coração grande"
Leila Barros, senadora e ex-atleta do vôlei
"Hoje a gente vê a evolução que tivemos. É muito bom ver vocês em jogos com essa estrutura, indo para competições internacionais. Quando imaginaríamos que o esporte avançaria tanto nesse sentido? Obviamente que ainda temos muito o que avançar, mas nunca vi o esporte tão representado no Congresso como nessa legislatura", disse a ex-atleta, bronze nos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta, nos EUA) e de 2000 (Sydney, na Austrália).
"No esporte aprendemos a lidar com frustração, porque ganhamos e perdemos todos os dias. E com isso entendemos que temos o outro dia para fazer diferente. E é assim na vida escolar, na vida pessoal. Aqui tenho certeza de que sairão muitas Hortências, Paulas, Pipokas, mas, mais do que isso, teremos homens e mulheres preparados para as pressões cotidianas e para lidar com frustração, porque o esporte ensina, sim, a sermos fortes mentalmente e com coração grande", afirmou a senadora.
A chama simbólica que representou o início do campeonato foi conduzida por Pipoka, ex-atleta da seleção brasileira de basquete, e entregue para o jovem atleta Guilherme Omena, do Colégio Batista Mineiro, acender a pira. Omena foi campeão invicto nas etapas locais e regionais dos Jogos Escolares, e convocado para a seleção brasileira Sub-15.
Também participaram da cerimônia de abertura Washington "Coração Valente", indicado para a Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social do Ministério da Cidadania, além do deputado federal Júlio César, do presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar, Antônio Hora, de parlamentares da Câmara Legislativa do DF e de representantes do Colégio Marista.
Ascom - Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania
Secretário Marco Aurélio recebe visita de cortesia do presidente da CBDE
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- Publicado em Quinta, 07 Março 2019 17:53
O secretário Marco Aurélio Vieira recebeu, nesta quinta-feira (07.06), o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), Antônio Hora Filho, em Brasília. Durante a reunião, o secretário informou que o órgão está trabalhando no planejamento estratégico para estruturar o Sistema Nacional do Esporte.
“O nosso objetivo estratégico é criar um sistema único de informações, uma ferramenta de banco de dados, com inteligência artificial, para que todas as confederações tenham elementos comuns para consultar, com cadastros confiáveis e atualizados. Isso vai fortalecer o trabalho das entidades que trabalham com o esporte escolar, universitário e de alto rendimento”, informou o secretário Marco Aurélio.
Durante a reunião, o presidente da CBDE informou sobre os calendários nacional e internacional da entidade, além de convidar o secretário para a abertura do Campeonato Brasileiro Escolar de Basquete, voltado para jogadores com idade entre 15 a 17 anos, no próximo sábado (09.03), no ginásio do Maristinha, em Brasília.
Também participaram da reunião o secretário indicado para a Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), Washington Stecanela Cerqueira, e o vice-presidente da CBDE, Robson Aguiar.
Breno Barros - Ministério da Cidadania
Secretário Marco Aurélio Vieira e presidente da CBCa debatem utilização de Legado Olímpico
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- Publicado em Quinta, 07 Março 2019 17:35
O secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira, recebeu o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini, nesta quinta-feira (07.03), em Brasília. Na pauta da reunião, eles debateram a utilização dos canais de canoagem slalom do Parque Radical de Deodoro, no Rio de Janeiro, e da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR).
“A seleção brasileira de canoagem já participou de períodos de treinamentos no Parque de Deodoro após os Jogos Olímpicos do Rio 2016. A estrutura já acolheu os campeonatos Pan-Americanos e Sul-Americano da modalidade, além do Campeonato Mundial de Canoagem Slalom 2018. Temos programados ainda o campeonato classificatório para Tóquio 2020 na estrutura, no ano que vem”, citou Tomasini.
O secretário Marco Aurélio Vieira destacou o funcionamento e a utilização das instalações olímpicas na capital fluminense. “Nós temos mais de 80% de toda a estrutura do Legado Olímpico do Rio 2016 em funcionamento. Atualmente, temos a circulação de mais de 20 mil pessoas por mês no Parque Olímpico da Barra. A nossa meta é manter as estruturas e melhorar”, informou secretário.
A importância do Parque Radical de Deodoro na preparação dos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 também foi reforçada durante o encontro. “Temos projeto para tornar o Parque Radical completo, atendendo também a outros esportes, como a escalada e o skate, além da canoagem slalom e o ciclismo BMX que já contam com estrutura. A pista de canoagem slalom de Tóquio é similar à do Rio de Janeiro e os atletas brasileiros têm todas as condições de treinar em casa”, acrescentou Tomasini.
Durante a reunião, o presidente da CBCa apresentou o projeto piloto no Posto Leonardo, no Parque Nacional do Xingu, que visa atender a comunidade indígena com as modalidades de canoagem, tiro com arco e wrestling. “O Xingu já tem 12 barcos patrocinados pelo BNDES por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. A nossa intenção é fazer com que esse projeto piloto esteja funcionando plenamente. Eles contam também com um tatame de luta e a prática do tiro com arco”.
Segundo o secretário Marco Aurélio, o projeto pode ser reforçado com o envolvimento de outras áreas do Ministério da Cidadania. “Podemos unir no projeto do Xingu, além do Esporte, a parte de Cultura e a do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania, para atender os indígenas em todas as áreas”, acrescentou.
Breno Barros - Ministério da Cidadania
Igualdade de gênero é pauta antiga e conquista recente no universo olímpico
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- Publicado em Quinta, 07 Março 2019 16:10
A luta feminina por espaço no meio esportivo não é um pleito atual. A primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas, 1896, contou apenas com homens. Quatro anos depois, em Paris 1900, elas puderam competir pela primeira vez. Mas, dos 997 atletas, somente 22 eram mulheres (2,2%). Na ocasião, elas disputaram tênis, vela, croquet, hipismo e golfe, sendo que apenas tênis e golfe eram exclusivamente femininos.
Ao longo dos anos, a presença de mulheres aumentou significativamente, mas foi apenas em 2018 que um torneio olímpico contou exatamente com o mesmo número de homens e mulheres. Nos Jogos da Juventude de Buenos Aires, na Argentina, houve 4.012 atletas: 2.006 homens e 2.006 mulheres, todos com idades entre 15 e 18 anos, de 206 países, que competiram em 36 modalidades. "Foram os Jogos com mais mulheres e mais inclusivos em relação a qualquer edição anterior, não apenas da Juventude", afirmou o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, na entrevista coletiva de encerramento do evento.
Nos megaeventos para adultos, a igualdade quantitativa e em postos de comando ainda é um horizonte, mas com avanços importantes. Nos anos recentes, um dos marcos mais relevantes ocorreu em 2012, em Londres, na Inglaterra. A edição britânica entrou para a história como a primeira em que todas as delegações tiveram mulheres.
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Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Brasil recebeu 11.238 atletas de 206 nações mais uma delegação de refugiados. Foram 5.180 atletas do sexo feminino – mais de 45% do total. É o percentual mais amplo da história. Sete países, inclusive, tiveram mais mulheres que homens: Estados Unidos, Porto Rico, Canadá, Austrália, China, Nova Zelândia e Bahrein.
A delegação nacional foi retrato do perfil geral. As mulheres representaram 45% do Time Brasil no Rio de Janeiro. Dos 465 integrantes, 209 eram do sexo feminino. "A partir da segunda metade do século 20, houve uma crescente participação feminina, não só nos esportes, mas no ambiente social como um todo. No Brasil, tivemos resultados desse novo entendimento moderno do papel da mulher na sociedade também por meio do esporte", afirmou o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira.
"Os resultados começaram a surgir mais claramente com a dupla Jaqueline e Sandra em Atlanta (1996) e a partir daí não paramos mais. Desde 2008, a equipe feminina brasileira tem conquistado pelo menos duas medalhas de ouro a cada Olimpíada", completou Vieira. Em Pequim (2008), Mauren Maggi, no salto em distância, e a equipe de vôlei subiram ao topo do pódio. Em Londres (2012), foi a vez de Sarah Menezes, no judô, e do bicampeonato do vôlei feminino. Já nos Jogos Rio 2016, os ouros vieram com Rafaela Silva, no judô, e com a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, na vela.
Não é engessamento
Para os Jogos de 2020, no Japão, a estimativa do COI é de que o balanço de gênero signifique que pelo menos 48,8% do total de atletas em Tóquio seja de mulheres. "Assim como em todos os segmentos, a mulher conquistou seu espaço no esporte. O COB incentiva e apoia o aumento da participação feminina nas delegações brasileiras. Em Atenas 2004, chegou a ser 50% a 50% na nossa delegação", lembrou Sebástian Pereira, gerente-geral de alto rendimento do COB.
O dirigente reforça, no entanto, que a equidade não pode ser confundida com engessamento para definição do Time Brasil. "Não há proporção definida previamente para as delegações que irão ao Pan de Lima 2019 e aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Isso depende da conquista da vaga nas diversas modalidades", explicou o dirigente.
Sebástian citou, ainda, que os Jogos Sul-Americanos de Praia de Rosário 2019 terão uma missão liderada exclusivamente por mulheres: "Elas embarcam em 9 de março. Serão nove profissionais de diferentes áreas para coordenar a delegação de 62 atletas, de nove modalidades. A competição, de 14 a 23 de março, contará com cerca de 2.000 atletas, disputando 24 provas de 13 modalidades".
A busca por paridade se reflete também na gestão do esporte paralímpico. Até a inclusão ou não de modalidades no programa parte desse pressuposto. O futebol de sete, por exemplo, voltado para atletas com paralisia cerebral, mas ainda muito centrado no masculino, saiu do programa de 2020 e não estará também em Paris (2024).
Nos Jogos Rio 2016, as mulheres representaram 35% do total de integrantes brasileiros no time paralímpico: foram 102 num total de 286 atletas. Elas conquistaram 21 (29%) das 72 medalhas nacionais, com destaque para os ouros de Shirlene Coelho e Silvânia Costa, no atletismo, além do título da bocha, nas duplas mistas, com Antônio Leme, Evelyn Oliveira e Evani Soares. Bruna Alexandre foi outra estrela da companhia, com uma prata individual e um bronze por equipe no tênis de mesa, os primeiros pódios femininos brasileiros da história da modalidade.
O tênis de mesa paralímpico, aliás, terá escala estratégica em Lima, no Parapan, em agosto. O Brasil levará uma equipe com 30 atletas, com pelo menos dez integrantes do time feminino. O título individual no Peru vale vaga direta em Tóquio. "Hoje estamos com uma equipe feminina forte, não só tecnicamente, mas física e mentalmente. Todas temos chances reais de ouro em Lima e, consequentemente, de buscar um pódio em Tóquio", afirmou Jennyfer Parinos, atleta das classes 8 a 10, que conquistou um bronze por equipe nos Jogos Rio 2016 e um ouro no Mundial por equipes de 2017, ambos ao lado de Bruna Alexandre e de Daniele Rauen.
Gradativamente
São 119 anos desde o início da participação feminina na história dos Jogos Olímpicos. Uma vez que o esporte se construiu historicamente como fenômeno masculino, associado a elementos como força, velocidade, coragem e exposição pública, as mulheres enfrentaram, cada uma a seu tempo, estigmas e preconceitos para ganhar espaço.
A estreia das mulheres foi na edição de Paris, em 1900, quatro anos após a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em 1896, com apenas duas modalidades estritamente femininas. No Brasil, a nadadora Maria Lenk foi a pioneira. Ela entrou para a história como a primeira mulher do país numa edição olímpica, em 1932, em Los Angeles. A estreia veio 12 anos depois de o país participar de sua primeira edição, em 1920 (Antuérpia).
Nos Jogos de Berlim, na Alemanha, quatro anos depois, Maria Lenk voltou a representar, sozinha, as mulheres brasileiras, mesma situação vivida por Mary Dalva Proença, nos saltos ornamentais, em 1956 (Melbourne), por Wanda dos Santos, no atletismo, em 1960 (Roma), e por Aída dos Santos, novamente no atletismo, em 1964 (Tóquio).
Até o Brasil celebrar a primeira medalha, foram necessários 64 anos desde o primeiro mergulho de Maria Lenk. Nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, o país conquistou quatro pódios, com direito a dobradinha no vôlei de praia: ouro com Jacqueline Silva e Sandra Pires e prata com Adriana Samuel e Mônica Rodrigues. As outras medalhas vieram com a prata no basquete feminino e o bronze no vôlei de quadra.
Em Londres 2012, as brasileiras conquistaram seis das 17 medalhas da delegação: seleção feminina de vôlei (ouro), Sarah Menezes (ouro no judô), Yane Marques (bronze no pentatlo moderno), Adriana Araújo (bronze no boxe), Juliana e Larissa (bronze no vôlei de praia) e Mayra Aguiar (bronze no judô).
Nos Jogos Rio 2016, cinco das 19 medalhas brasileiras vieram a partir de performances femininas. Além dos ouros de Rafaela Silva no judô e de Martine Grael e Kahena Kunze na vela, o país conquistou uma prata com a dupla Ágatha e Bárbara, no vôlei de praia, e dois bronzes, com Mayra Aguiar (judô) e Poliana Okimoto (maratonas aquáticas).
Ana Claudia Felizola, Breno Barros, Gustavo Cunha e Luiz Roberto Magalhães – Ministério da Cidadania
Investimentos, participação e resultados caminham cada vez mais próximos ao alto rendimento feminino
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- Publicado em Quinta, 07 Março 2019 15:57
Vestir o quimono para treinos e torneios é parte óbvia da rotina da carateca Valéria Kumizaki, vice-campeã mundial da categoria -55kg em 2016. Mas nem sempre o óbvio foi simples. Aos 33 anos, a atleta pertence a uma geração que precisou enfrentar desconfiança e olhos tortos com alguma frequência pelo simples fato de ser uma mulher no mundo dos tatames.
"Até dentro de casa foi difícil. Quando escolhi o caratê, meu pai não gostou. Dizia que era esporte de menino, que eu era magrinha, que iam me quebrar", recorda a atleta. "Depois, na academia, éramos só duas ou três meninas num universo de dezenas de meninos. O professor incentivava a rotação entre duplas, mas eles odiavam treinar com a gente", conta. "Isso me motivava. Eu só queria melhorar para ganhar deles. Quando eu levava a melhor, eles ficavam indignados", brinca.
O pioneirismo e os títulos de Valéria mundo afora mudaram o perfil da academia da atleta em Presidente Prudente (SP). O local passou a ser um polo de referência na formação de caratecas no feminino. "Chegamos a ter 30 meninas para dois meninos. Quando viajávamos para Brasileiros e Regionais, era a 'Academia de Mulheres'", afirmou a atleta, integrante da categoria Pódio, a principal do programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
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Campeã dos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, em 2018, e bronze na etapa da Premier League de Dubai, nos Emirados Árabes, em fevereiro de 2019,Valéria também integra uma geração em que o esporte feminino passou a ser tratado de forma mais igualitária em termos de oportunidade de investimentos, de percepção dos organizadores de megaeventos e, consequentemente, de expressividade de resultados.
"Fico feliz com esse reconhecimento. Hoje já podemos ver mulheres com destaque em modalidades que antigamente só homem participava", disse a paulista, forte candidata a uma vaga na estreia da modalidade no programa olímpico, agendada para os Jogos de Tóquio, em 2020.
Na competição continental na Bolívia, a delegação nacional viajou com uma jovem equipe de 316 atletas. Eram 160 homens e 156 mulheres. No quadro final de medalhas, contudo, a balança pendeu para o lado feminino. Das 204 medalhas conquistadas pelo Brasil, 106 (52%) ficaram com as mulheres e 88 com os homens (43%), fora as 10 (5%) que vieram de modalidades mistas. Foram 48 ouros femininos e 36 masculinos.
"Esse avanço reflete uma maior participação das mulheres na prática esportiva e a força que elas têm. O ciclo de maior investimento que o Brasil teve com os megaeventos permitiu uma maior entrada de mulheres em todos os esportes e ampliou nosso leque", afirmou, à época, Marco La Porta, vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e chefe da delegação.
Viés de alta
A percepção de Valéria e de La Porta se reflete também nos esportes paralímpicos. Aos 23 anos, a judoca Alana Maldonado é um dos símbolos da nova geração. Medalha de prata nos Jogos Rio 2016, a paulista de Tupã conquistou o título mundial em 2018, em Portugal, na categoria -70kg para atletas com deficiência visual.
"O importante é que quebrou aquela barreira de mulher malhar, ser forte, fazer esporte de contato. Isso fez a gente ir para cima mesmo, mostrar a força que a mulher tem e a capacidade de chegar lá. O judô feminino vem se desenvolvendo muito, e a mulherada está dominando os pódios", afirmou a atleta, que tem como principais metas o Parapan de Lima, em agosto, e os Jogos de Tóquio, em 2020.
Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, o desafio à frente transcende tatames. Envolve todas as modalidades na tarefa de ampliar a base de talentos do sexo feminino e ocupar todos os espaços possíveis em torneios internacionais.
"O CPB tem como prioridade a promoção do esporte paralímpico entre as mulheres. Estabelecemos no nosso planejamento estratégico uma meta desafiadora, que é ocupar todas as vagas possíveis em competições internacionais. Além disso, pretendemos avançar com a participação de mulheres nos eventos nacionais, principalmente nos regionais, que são qualificatórios para os nacionais e, consequentemente, nos principais eventos do país", disse.
Retrato dos investimentos
A qualidade da participação feminina se mede também pela Bolsa Pódio. Voltado especificamente para esportistas próximos ao topo do ranking mundial e com possibilidade de medalha em megaeventos, o programa contemplou 244 bolsas femininas para 136 atletas no ciclo dos Jogos Rio 2016 (85 olímpicas e 51 paralímpicas), num investimento de R$ 34 milhões. Agora, no caminho para Tóquio, são 227 bolsas, para 151 atletas (80 olímpicas e 71 paralímpicas), num investimento de R$ 29 milhões. Ao todo, são 201 atletas, com 471 bolsas, e R$ 64 milhões em recursos. O número de bolsas é maior que o de atletas porque são patrocínios anuais. Assim, no ciclo olímpico, a mesma pessoa pode ser beneficiária mais de uma vez.
Levando em conta as outras categorias da Bolsa Atleta (base, estudantil, internacional, nacional e olímpica/paralímpica), entre 2009 e 2018 foram concedidas 22.254 bolsas federais para mulheres, num investimento total de R$ 327 milhões. Ainda que o número total seja inferior ao concedido para homens no mesmo período (32.359 bolsas e R$ 461 milhões investidos), ele reflete a maior quantidade de competidores masculinos no universo total de atletas no país, e não o número de oportunidades disponíveis.
"Aqui na Secretaria Especial do Esporte, o incentivo é feito em todos os níveis, na área social, no futebol, no alto rendimento, de maneira equânime. Mulheres e homens recebem exatamente o mesmo tipo de incentivo. O que comprova essa política são os resultados, cada vez melhores", afirmou Marco Aurélio Vieira, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Para ele, a união entre esporte, cultura e desenvolvimento social no novo Ministério da Cidadania amplia o potencial de ganhos: "A intenção é possibilitar às mulheres a plenitude de exercer a sua cidadania, com políticas de igualdade, acessibilidade e sustentabilidade".
Ana Claudia Felizola, Breno Barros, Gustavo Cunha e Luiz Roberto Magalhães – Ministério da Cidadania
Com Magic Paula e Hortência, Atletas pelo Brasil apresentam ações para 2019
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- Publicado em Terça, 26 Fevereiro 2019 18:00
Secretário Marco Aurélio participa da primeira reunião da comissão da Lei de Incentivo ao Esporte 2019
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- Publicado em Segunda, 25 Fevereiro 2019 17:12