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Com recursos assegurados pelo Ministério do Esporte, Brasil disputa Surdolimpíadas, na Turquia

Foi publicado nesta quinta-feira (06.07), no Diário Oficial da União, um extrato de termo de fomento que assegura a participação da delegação brasileira no 2017 Summer Deaflympics, que serão disputados entre 18 de julho e 30 de julho de 2017, em Samsun, na Turquia

O Summer Deaflympics, ou Surdolimpíadas de Verão, em tradução livre para português, é a versão dos Jogos Olímpicos de Verão exclusivos para competidores com deficiência auditiva (perda bilateral a partir de 55dB). O evento, organizado pelo International Committee of Sports for the Deaf (ICSD), é disputado a cada quatro anos e terá sua vigésima terceira edição em 2017.

Foram disponibilizados pelo Ministério do Esporte R$ 1,5 milhão para o pagamento de diárias e passagens da delegação nacional, que terá 75 atletas, 17 membros da comissão técnica, 9 pessoas de apoio e 7 profissionais de saúde no time brasileiro. No total, os atletas disputam 21 modalidades nas Surdolimpíadas. O Brasil disputará provas de atletismo, badminton, ciclismo, futebol, handebol, judô, caratê, natação, taekwondo, tênis de mesa e luta olímpica.

O ex-jogador de vôlei XandóO ex-jogador de vôlei Xandó

Coordenador das seleções brasileiras de vôlei da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS), técnico da equipe masculina e assessor da CBDS, o ex-jogador de vôlei Xandó, medalha de prata com a equipe de vôlei nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984, comemorou a iniciativa do Ministério do Esporte em apoiar a participação dos atletas brasileiros nas Surdolimpíadas.

“Essa é a primeira vez que o Ministério do Esporte enxergou o esporte de surdos como algo importante. Nossa participação nas Surdolimpíadas é relevante primeiro porque representa o país e a marca de do Brasil é o mais importante em qualquer situação”, avaliou Xandó.

“O esporte de surdos não é reconhecido por nós brasileiros devido ao fato de que a nossa legislação atende apenas esportes olímpicos e paralímpicos e o esporte de surdos não se enquadra em nenhuma dessas categorias. Com isso, nós sempre tivemos dificuldades para conseguir recursos junto ao Ministério do Esporte. Nossos projetos sempre foram via Lei de Incentivo e agora, pela primira vez, o ministério abraçou um projeto da CBDS. Nós inclusive temos participação na Comissão Nacional de Atletas (CNA), com a Débora Souza, e isso é um avanço enorme”, prosseguiu o representante da CBDS.

História

Entre 1924 e 1965, as Surdolimpíadas foram inicialmente chamadas Jogos Internacionais Silenciosos. De 1966 a 1999, a competição adotou outra nomenclatura: Jogos Mundiais Silenciosos e, desde 2000, adota-se o nome Surdolimpíadas.

A primeira Surdolimpíada de Verão foi realizada em 1924, em Paris. Nesta época, havia 145 atletas, de nove países europeus, que participam de disputas em sete modalidades: atletismo, ciclismo, saltos ornamentais, futebol, tiro, natação e tênis. Já a primeira Surdolimpíada de Inverno foi realizada em Seefeld (Áustria), em 1949, com 33 atletas, de cinco países.

O número de participantes nas Surdolimpíadas de Verão e de Inverno vem aumentado rapidamente nas últimas edições. Em 2013, 2.711 surdoatletas, de 83 países, participaram do 22º Summer Deaflympics, em Sofia, na Bulgária. E, em 2015, 336 surdoatletas, de 27 países, disputaram o 17º Winter Deaflympics, em Khanty-Mansiysk, na Rússia.

O Comitê Olímpico Internacional (IOC ) reconhece o ICSD desde 1955 como entidade máxima desportiva internacional para surdos. Em nível internacional, o IOC confirma que o ICSD detém um status independente por não fazer parte do IPC – Comitê Paralímpico Internacional. Esta independência foi procurada e aceita por todas as partes envolvidas (IOC, IPC e ICSD), confirmada no início de 1996, tendo em conta a natureza específica da deficiência auditiva. Portanto, observa-se que o IPC e o ICSD são organizações independentes, reconhecidas pelo IOC.

Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte
 

 
 
 

Escola pública de Juiz de Fora é a primeira a participar de visita guiada ao Parque Olímpico da Barra

Alunos da Escola Estadual Padre Frederico Vienken, da cidade de Juiz de Fora (MG), foram os primeiros a participar do projeto piloto de visitas guiadas ao Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (05.07).

Letreiro da Cidade Olímpica é um dos pontos turísticos da excursão. Foto: AGLOLetreiro da Cidade Olímpica é um dos pontos turísticos da excursão. Foto: AGLO

Quase 40 crianças, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, chegaram ao parque num ônibus contratado pela escola. “O esporte faz parte da vida do estudante. Nós incentivamos os alunos a gostarem do esporte. O Parque é um ponto turístico e as crianças tinham muita vontade de conhecer esse pedaço do legado e fazer parte da história olímpica”, afirmou a professora Nádia Maria Sales. Segundo ela, muitas das crianças mal dormiram de ansiedade pelo evento.

A visita guiada faz parte do calendário oficial de eventos realizados pela Autoridade de Governança do Legado Olímpico, AGLO. A Autarquia é responsável, desde março de 2017, por quatro instalações do parque: Centro Olímpico de Tênis, Velódromo, Arenas Carioca 1 e 2.

“Estamos em fase de teste, realizando um piloto de visitas guiadas. O projeto começa a se tornar realidade. Em breve os interessados poderão agendar a visita individual ou através de excursões particulares ou escolares”, afirmou o presidente da AGLO, Paulo Márcio Dias Mello.

Para as crianças, foi uma tarde de conhecimento, emoção e diversão. A programação iniciou na Sala Memória Olímpica, com a apresentação de vídeos sobre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Na sequência, uma sessão de fotos com o objeto símbolo dos Jogos, a Tocha Olímpica e Paralímpica Rio 2016, com direito a subir no pódio igual ao usado pelos medalhistas.

Crianças tiram fotos no pódio da Rio 2016 com a tocha olímpica. Foto: AGLOCrianças tiram fotos no pódio da Rio 2016 com a tocha olímpica. Foto: AGLO

Em seguida, as crianças foram convidadas a conhecer as instalações do Velódromo, das Arenas Carioca 1 e 2 e do Centro Olímpico de Tênis. No trajeto, uma parada na Via Olímpica para um selfie no #cidadeolímpica e no monumento olímpico em homenagem a todos os medalhistas dos Jogos do Rio.

“Eu gostei da pista e da explicação sobre o espaço onde acontecem as competições das bicicletas”, afirmou Iasmin da Silva Vidal, que se encantou com o Velódromo. Lucas da Costa, mesmo com o braço quebrado, não deixou de participar. “Eu adorei conhecer o Parque e todos os que nos atenderam”.

Patryck de Sousa Silva, de 12 anos, também fez questão de se manifestar. "Eu gostei de estar aqui e da oportunidade de conhecer o Parque e as pessoas que nos receberam. Estou encantado com tudo e só tenho a agradecer”, disse.

Depois da visita às instalações, o grupo teve demonstrações de judô e jiu-jitsu, feitas pelos atletas Richard Flood e Rafael Braga, do Projeto Esporte e Cidadania para Todos. Para finalizar o passeio, as crianças praticaram e se divertiram com atividades esportivas nas quadras externas do parque. “O dia foi muito especial para as crianças”, afirmou a professora Nádia.

Graciela Vizzotto – AGLO
 

 
 

Câmara aprova MP que cria autarquia para administrar legado olímpico

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (05.07) a Medida Provisória 771/17, que cria a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), uma autarquia federal de caráter temporário para substituir a Autoridade Pública Olímpica (APO). A matéria será enviada ao Senado.

A MP atribui à AGLO a função de administrar o legado patrimonial e financeiro deixado pelas Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016, como os ginásios esportivos.

Com sede no Rio de Janeiro, a AGLO funcionará até que sejam tomadas as providências de longo prazo necessárias à destinação do legado olímpico ou até 30 de junho de 2019, o que ocorrer primeiro.

O texto aprovado é o do projeto de lei de conversão do deputado Altineu Côrtes (PMDB-RJ), que incluiu novas competências para o órgão e especificou regras para a utilização do legado olímpico.

Parcerias com poder público

Para a destinação das instalações esportivas, a AGLO poderá dispensar o chamamento público previsto na Lei 13.019/14. O chamamento público é definido nessa lei como o procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração com o poder público, observados princípios de isonomia, legalidade, impessoalidade e outros.

» MPV 771/2017

O novo órgão vai absorver os recursos patrimoniais, as obrigações, parte do quadro de cargos em comissão e funções gratificadas da APO, que foi extinta em 31 de março deste ano por meio de resolução do Conselho Público Olímpico.

Competências

A autarquia poderá realizar estudos técnicos e pesquisas, elaborar planos e projetos, firmar contratos para viabilizar o uso das estruturas do legado olímpico e desenvolver programas que utilizem esse legado para o desenvolvimento esportivo e a inclusão social. No Parque Olímpico, a AGLO é responsável pela administração do Velódromo, do Centro Olímpico de Tênis e das Arenas Carioca 1 e 2.

A AGLO terá ainda como competências viabilizar a utilização das instalações esportivas olímpicas e paralímpicas para atividades de alto rendimento; promover estudos para a adoção de modelo de gestão sustentável sob os aspectos econômico, social e ambiental; e estabelecer parcerias com a iniciativa privada para exploração das instalações esportivas.

A AGLO ficará responsável por elaborar o plano de utilização das instalações esportivas, sujeito à supervisão e à aprovação do Ministério do Esporte, ao qual a entidade está vinculada.

Altineu Côrtes acrescentou que o órgão terá ainda de definir as contrapartidas onerosas pela utilização das instalações, inclusive com isenção ou redução para atividades de alto rendimento e outras previstas na Lei Pelé (Lei 9.615/98).

Essa lei cita ainda o desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino; o desporto de participação, praticado de modo voluntário; e o desporto de formação, caracterizado pelo fomento e aquisição inicial dos conhecimentos desportivos.

Caberá também à AGLO adotar medidas necessárias ao cumprimento das obrigações pendentes do consórcio Autoridade Pública Olímpica que interfiram no exercício de suas competências.

Já o plano de legado das instalações olímpicas deverá ser divulgado quando ocorrerem atualizações. Esse plano atende às políticas públicas desenvolvidas pela autarquia e pelo Ministério do Esporte.

Fonte: Câmara dos Deputados
 

Diário Oficial publica resultado da primeira fase da seleção do Programa Segundo Tempo

O Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira (04.07) o resultado da 1ª seleção das propostas referente ao Chamamento Público da 1ª Etapa, correspondente à primeira fase do Programa Segundo Tempo, da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), do Ministério do Esporte.

Nessa etapa, o Ministério do Esporte recebeu 1987 propostas e foram validadas 1212 de entes públicos estaduais, municipais e distrital, além de e instituições públicas de ensino e instituições públicas federais de ensino superior, nas vertentes Padrão, Universitário e Paradesporto do Pograma Segundo Tempo.

» Confira a relação das entidades selecionadas

Ascom - Ministério do Esporte
 

Arena Carioca 1 recebe Circuito Interestadual de tênis de mesa

Com mais de 500 inscritos, a sexta etapa do Circuito Interestadual de Tênis de Mesa será disputada, no próximo fim de semana, na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra. A competição reúne tanto atletas de alto rendimento como iniciantes e pessoas que praticam a modalidade por lazer. O evento também terá uma versão estudantil, restrita a participantes do Rio de Janeiro, e servirá como seletiva para compor a seleção do estado. A entrada é mediante 1 Kg de alimento não perecível.

Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra. Foto: Renato Sette Câmara/Prefeitura do Rio de JaneiroArena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra. Foto: Renato Sette Câmara/Prefeitura do Rio de Janeiro

"Essa quarta etapa é muito importante. Depois dos Jogos Rio 2016, houve um movimento grande do tênis de mesa em todo o Brasil e aqui no Rio não foi diferente. Temos diversos novos atletas, alguns que voltaram a praticar. Está acontecendo uma renovação geral", afirmou o presidente da Federação de Tênis de Mesa do Rio de Janeiro, Pablo Ribeiro.

Uma das presenças confirmadas na tarde de domingo, entre as 13h e as 14h, é de Hugo Calderano. De férias após o termino da temporada europeia, o atual número 17 do ranking mundial vai participar de ações promocionais e distribuir brindes.

"Calderano é um dos grandes nomes do tênis de mesa mundial hoje em dia e, desde que saiu do Rio para treinar em São Caetano, não participa de um evento da federação do Rio. Então, a expectativa é a melhor possível", disse Pablo Ribeiro.

A Arena Carioca 1 é uma das instalações do Parque Olímpico da Barra sob os cuidados da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO). As outras são a Arena Carioca 2, o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis. Além da competição de tênis de mesa, a Arena Carioca 1 já recebeu, recentemente, crianças do projeto Brincando com Esporte e a abertura da 20ª edição dos Jogos da Baixada.

Circuito Interestadual de Tênis de MesaLocal: Arena Carioca I – Parque Olímpico da Barra
Sábado: 9h às 16h
Domingo: 9h às 19h
Entrada: 1 Kg de alimento não perecível

Fontes: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa e AGLO

Recém-anunciado como secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Rogério Sampaio fala sobre os novos desafios

A convite do ministro Leonardo Picciani, Rogério Sampaio é o novo secretário de Esporte de Alto Rendimento da pasta e sucede Luiz Lima na função. Amparado pela experiência acumulada não apenas na Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), mas nos cargos públicos que ocupou antes de sua chegada ao Ministério do Esporte, Rogério Sampaio, 49 anos, encara com entusiasmo o desafio de comandar a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR).

De 2004 a 2012, Rogério foi presidente da Fundação Pró-Esporte de Santos, órgão ligado à Prefeitura responsável pelo gerenciamento do esporte de alto rendimento. Nesse período, organizou, em 2010, os Jogos Abertos do Interior de SP, maior evento esportivo do estado. Entre março de 2013 e abril de 2015, ocupou o cargo de coordenador de Gestão de Esporte de Alto Rendimento da Prefeitura de São Paulo.

Nesta entrevista, Rogério fala, entre outros assuntos, sobre sua passagem pela ABCD, analisa o momento da SNEAR em um período de limitação de recursos, opina sobre a importância dos Jogos Rio 2016 e o legado dos megaeventos e adianta o que espera dos próximos anos na preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio 2020.

Foto: Francisco Medeiros/MEFoto: Francisco Medeiros/ME

Como o senhor recebeu o convite do ministro Leonardo Picciani para assumir a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento?

Primeiro recebi com surpresa porque, junto ao convite, recebi a informação do pedido de demissão do secretário Luiz Lima. Mas fiquei feliz por ter sido convidado. Vejo o convite como um grande desafio e me sinto preparado para o momento. Tenho experiência na gestão pública e acredito que fiz um bom trabalho à frente da ABCD. Estou tranqüilo e estimulado.

Sua gestão na Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem foi marcada por muitos desafios. Como essa experiência o ajuda no momento de assumir a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento?

Esse período de um ano me deu a possibilidade de conhecer, de maneira mais profunda, o funcionamento do Ministério do Esporte. Mesmo já tendo experiência em gestão pública, conhecer as pessoas que trabalham hoje em cada área e em cada departamento do ministério me traz facilidade para atuar dentro da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento, que tem uma estrutura muito maior que a ABCD. Nas duas secretarias, as responsabilidades são grandes, mas diferentes. A SNEAR me traz uma responsabilidade distinta porque, como ex-atleta, vou me cobrar demais.

Como secretário da ABCD, o senhor fechou diversos acordos de cooperação com 12 confederações para combater a dopagem. Essa relação construída facilita o trabalho na SNEAR? Como o senhor imagina que será a relação com os dirigentes?

Uma das funções da Secretaria de Alto Rendimento, assim como da ABCD, é ter um relacionamento produtivo com as confederações, com o COB (Comitê Olímpico do Brasil), com o CPB (Comitê Paralímpico do Brasil) e com o CBC (Comitê Brasileiro de Clubes). Temos que trabalhar em conjunto, pois ninguém constrói nada sozinho. As confederações conhecem profundamente suas modalidades. Então, ter essa relação de convergência é fundamental. O objetivo de todos é o fortalecimento do esporte de competição do Brasil, dentro das regras do jogo limpo e da boa gestão.

Diversas confederações sofrem com denúncias relativas à corrupção, desvio de verbas e outros problemas. A maioria delas recebe verbas públicas. Como o senhor vê essa questão, agora como secretário da SNEAR?

Essa é uma das preocupações do Ministério do Esporte e o próprio ministro Leonardo Picciani se manifestou sobre a necessidade de tornar mais profissional as gestões das confederações e federações. Já há, inclusive, portarias sendo estruturadas nesse sentido. Nós do ministério somos governo e como tal temos que cumprir a lei. É responsabilidade nossa ter rigor na prestação de contas dos recursos públicos e faremos sempre isso. Temos de trabalhar no sentido de melhorar a governança dentro das entidades esportivas e de acompanhar uma melhor gestão dos recursos públicos.

O último ciclo olímpico foi marcado por uma contínua aplicação de recursos visando à realização dos Jogos Rio 2016. Agora, o momento é outro. O país vive uma crise econômica e houve contingenciamento do Orçamento Federal. Como o senhor imagina que será o trabalho na Secretaria de Alto Rendimento nessas condições?

A gente tem hoje um recurso menor. Houve corte de orçamento, e o que a gente quer é investir bem. Isso é uma busca constante. Do mesmo jeito que o atleta tem que trabalhar para melhorar suas marcas, o gestor público tem que trabalhar para aprimorar o padrão e os objetivos que ele alcança no uso de recursos públicos. Nas condições atuais, vamos ter que buscar programas que consigam manter os resultados com menos recursos. É difícil trabalhar com pouco recurso, mas vamos enfrentar essa situação.

O senhor é um campeão olímpico. Poucos no país têm uma carreira tão vitoriosa como atleta. Até que ponto essa bagagem nos tatames o auxilia nas funções dentro do Ministério do Esporte?

Essa experiência me deu a condição de conseguir olhar para o esporte com bom senso e talvez com mais profundidade do que alguém que nunca tenha tido essa vivência no esporte. E digo isso como atleta e como técnico, pois acho que tive êxito também como treinador, já que pelas minhas mãos passaram atletas como o Leandro Guilheiro (bronze nas Olimpíadas de Atenas-2004 e de Pequim-2008), que treinou comigo por mais de dez anos. Essa experiência tem me ajudado em todos os cargos que ocupei na gestão pública. Sempre escutei todas as partes no processo de desenvolvimento, os atletas, os técnicos e os dirigentes, unindo as pessoas na busca dos objetivos. Os valores que aprendi no esporte seguem norteando minha vida profissional. Ao mesmo tempo, assumir a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento como ex-atleta é algo que me traz uma responsabilidade grande. A gente sempre escuta no país que os atletas têm de começar a assumir os cargos no esporte e comungo dessa ideia. Acho que é bom os atletas, após o fim de suas carreiras, passarem a ocupar cargos. Fico extremamente feliz quando vejo no Tribunal de Justiça Antidopagem a Luisa Parente (ex-ginasta) e o Marcel (ex-jogador de basquete) ou quando vejo a Leila (ex-jogadora de vôlei) como secretária de Esporte do Distrito Federal. Vejo a maioria desses ex-atletas ocupando cargos com êxito, fazendo a diferença na gestão pública do esporte.

Recentemente, Zico foi eleito presidente da Comissão Nacional de Atletas (CNA), órgão ligado ao Conselho Nacional do Esporte (CNE). Ele e outros expoentes do esporte brasileiro integrantes do CNA já adiantaram que a prioridade para os próximos dois anos será trabalhar a construção de um projeto que possa unir de forma bem-sucedida esporte e educação. Qual a opinião do senhor sobre essa proposta da CNA? Esse é o caminho?

Esse é um dos caminhos para o desenvolvimento do esporte brasileiro, mas não podemos ter um caminho só. O esporte dentro da educação é um pilar extremamente importante para o desenvolvimento de valores, principalmente para a vida das pessoas. Eu não tenho dúvida de que o Ministério da Educação enxerga da mesma maneira. Temos que construir um projeto sólido para que isso aconteça. Dentro do Ministério do Esporte, a Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social trabalha sob essa perspectiva. Serei um parceiro na busca do desenvolvimento do esporte educacional, pois também enxergo a importância de fortalecer a atividade esportiva na idade escolar. Mais do que revelar talentos para o alto rendimento, é um investimento na saúde, no bem-estar, na cidadania do brasileiro.

Qual a sua avaliação sobre os Jogos Rio 2016? O que fica de legado para o país e para o esporte brasileiro após as Olimpíadas e Paralimpíadas?

Foi muito importante realizar os Jogos Olímpicos, os Jogos Paralímpicos, a Copa do Mundo e outros grandes eventos que o Brasil sediou, como os Jogos Mundiais Militares (disputados em 2011, no Rio de Janeiro). Eles foram extremamente importantes no processo de desenvolvimento do esporte brasileiro. Como legado ficou o desenvolvimento de leis que hoje facilitam o crescimento do esporte, principalmente o esporte de competição. Temos hoje uma geração de profissionais mais bem formados, tanto na questão da competição quanto na organização de grandes eventos. Temos uma estrutura de treinamento que jamais se imaginava ser possível no país e que está sendo consolidada pelo Ministério do Esporte na Rede Nacional de Treinamento. Tenho a visão de que o Brasil precisa continuar participando do processo de realização de grandes eventos. Lógico que a gente passa hoje por uma dificuldade financeira que talvez nos impeça de organizar alguns eventos, mas o Brasil não pode deixar de participar dessa concorrência. Países como Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e Inglaterra, por exemplo, estão disputando a todo momento a organização de grandes eventos. A gente precisa mostrar que esses megaeventos deixam um legado importante. A construção do legado olímpico é perene e não se restringe a obras. É de pessoas, de estrutura para treinamento, de legislação. Nós não tínhamos uma série de regras e de leis dentro do esporte brasileiro. Elas foram criadas a partir da realização dos Jogos Pan-Americanos, em 2007.

Estamos no primeiro ano do ciclo olímpico e paralímpico visando aos Jogos de Tóquio. Como o senhor imagina o trabalho a ser desenvolvido até 2020?

Lembro que, quando fui disputar os Jogos Olímpicos de Barcelona (1992), começou o processo de algumas estatais brasileiras apoiarem determinadas modalidades, como a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, os Correios. Naquela Olimpíada, o Brasil teve três medalhas somente. A minha de ouro, a do vôlei (ouro com a seleção masculina) e a de prata do Gustavo Borges (na natação). É um número muito menor do que as 19 (sete de ouro, seis de prata e seis de bronze) que a gente conquistou no Rio. Depois de Barcelona, o Brasil ganhou 15 medalhas (três de ouro, três de prata e nove de bronze) em Atlanta 1996. O que aconteceu? Eu respondo. O investimento feito para Barcelona teve resultado a médio e longo prazo. Ele só aconteceu em Atlanta, quatro anos depois. Em 2009, o Brasil conquistou o direito de sediar os Jogos de 2016. Havia estatais que já apoiavam o esporte brasileiro, algumas empresas privadas vieram para apoiar o esporte nacional e, nesse processo, o investimento público também aumentou. Talvez o resultado de todo esse investimento não tenha vindo nos Jogos do Rio. Ele pode ocorrer, de novo, a médio e longo prazo. Eu acredito que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo país, o que fez os recursos diminuírem, o resultado de todo o trabalho feito para o Rio de Janeiro, de todo o investimento, deve vir nos Jogos de Tóquio 2020. Então me sinto animado, estimulado e sei que as confederações e os atletas também vão se desdobrar. Não vamos medir esforços para que o Brasil novamente tenha um bom resultado em 2020.

Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte

 

Ginásio poliesportivo e reforma em estádio ampliam infraestrutura esportiva de Porto Velho

A capital de Rondônia comemorou na noite de sexta-feira (30.06) a reabertura do Ginásio Cláudio Coutinho. Uma partida entre duas equipes da Superliga Feminina de Vôlei, Pinheiros e São Cateano - o Pinheiros venceu por 3 x 0 -, marcou a inauguração, que contou com a presença do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. Ao lado do governador de Rondônia, Confúcio Moura, Picciani aproveitou a cerimônia para anunciar que o Ministério do Esporte vai apoiar a revitalização do Estádio Aluízio Ferreira.

A reforma do ginásio, inaugurado em 1982, contou com recursos de R$ 7,2 milhões do governo estadual. Foram realizadas intervenções como a instalação de 2 mil cadeiras, a troca do piso emborrachado por flutuante, a renovação das instalações elétricas e hidráulicas e a inclusão de telhas termoacústicas – que reforçam a proteção dos raios solares e o isolamento de som. O ginásio também ganhou obras de acessibilidade e dois alojamentos com capacidade para hospedar 50 pessoas, cada um. Já o Estádio Aluízio Ferreira deverá receber cobertura nas arquibancadas e cadeiras novas.

Foto: Francisco Medeiros/MEFoto: Francisco Medeiros/ME

“É uma noite para ser festejada pelo esporte de Rondônia”, definiu Picciani. “Ao revitalizar estruturas esportivas de Porto Velho, não só capacitamos o estado para sediar competições do nível desta partida de vôlei como ampliamos a oferta da prática de atividades físicas para a população”, prosseguiu o ministro, lembrando que a cidade contará ainda com um Centro de Iniciação ao Esporte (CIE).

O governador Confúcio Moura destacou que a Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer acaba de lançar a Bolsa Atleta estadual, inspirada no programa do Ministério do Esporte. Picciani informou que o programa nacional já contempla 23 atletas de Rondônia, enquanto a Bolsa Pódio atende a dois representantes do estado: Mateus Evangelista, prata no salto em distância (T37) nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, e Kesley Teodoro, quarto colocado nos 100m (T13) no Rio de Janeiro.

Também participaram do evento de reinauguração do Ginásio Cláudio Coutinho o prefeito de Porto Velho, Hildo Chaves, os senadores Valdir Raupp e Acir Gurgacz, a deputada federal Marinha Raupp e o superintendente da Secretaria Estadual de Esporte, Cultura e Lazer, Rodnei Paes, além de deputados estaduais e secretários municipais e estaduais.

Outras fotos da visita do ministro a Porto Velho:

Claudio CoutinhoClaudio Coutinho

 

Paulo Rossi, de Porto Velho
Ascom – Ministério do Esporte

Nota à imprensa: Rogério Sampaio assumirá a Secretaria Nacional de Alto Rendimento

O campeão olímpico Rogério Sampaio vai assumir a Secretaria Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte. Sampaio substitui o ex-atleta olímpico Luiz Lima, que pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (29.06), alegando motivos pessoais.

Na carta endereçada ao ministro Leonardo Picciani, Lima agradeceu a confiança e o prestígio nele depositados e desejou bom trabalho a toda a equipe do Ministério. O ministro, por sua vez, elogiou o empenho de Lima pelo período em que esteve à frente do cargo, dialogando com atletas e entidades esportivas, dedicado em promover o desenvolvimento do esporte no Brasil.

Rogério Sampaio, que chefia a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), continuará interinamente no cargo, comandando as duas secretarias. Foto: Francisco Medeiros/ME

Rogério Sampaio. Foto: Francisco Medeiros/MERogério Sampaio. Foto: Francisco Medeiros/ME

Ascom - Ministério do Esporte

 

 

Ministério do Esporte é homenageado no 2º Prêmio DNA do Brasil

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, o secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Rogério Sampaio, e o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, foram homenageados na noite desta quarta-feira (28.06), no Museu Nacional da República, em Brasília, durante a cerimônia de entrega do 2º Prêmio DNA do Brasil – Legado Social Esportivo. Os três receberam placas de honra ao mérito e o ministro, que não pôde estar presente, foi representado na ocasião por Rogério Sampaio.

O secretário da ABCD Rogério Sampaio (ao centro), além de homenageado, representou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, no evento. Foto: Francisco Medeiros/MEO secretário da ABCD Rogério Sampaio (ao centro), além de homenageado, representou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, no evento. Foto: Francisco Medeiros/ME

Promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento da Criança e do Adolescente pela Cultura e Esporte – IDECACE, em parceria com a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal, o prêmio foi criado para ressaltar as ações do Programa DNA do Brasil, que já atendeu a aproximadamente 30 mil jovens, entre 7 e 17 anos, com resultados alcançados na gestão dos Centros Olímpicos e Paralímpicos.

O Programa DNA do Brasil apoia os estados brasileiros na inclusão social, formação de atletas, adequação e criação de infraestrutura esportiva, detecção de talentos esportivos, orientação vocacional, implantação de sistema de gestão de centros esportivos e campanha social para envolvimento da população por meio da qualificação, certificação de gestores, professores e profissionais de Esporte e Educação para trabalhar com a iniciação esportiva em diversas modalidades.

O IDECACE, além da parceria com o Governo do Distrito Federal, tem como parceiro a Associação Brasileira de Secretários Municipais de Esporte e Lazer - ABSMEL e abrirá inscrições para que estados e municípios possam aderir ao programa e qualificar seus profissionais de educação física.

Na cerimônia, além das autoridades, professores e gestores e crianças e adolescentes de modalidades olímpicas e paralímpicas que participam do Programa DNA, foram premiados.

“Reunir anualmente as pessoas que fazem parte do projeto é fundamental para celebrar todo o êxito alcançado. Esse projeto, DNA do Brasil, mostra como o esporte pode ser transformador na vida das pessoas e ele tem um diferencial: envolve a família e detecta as crianças e jovens que têm talento para o esporte de competição”, destacou Rogério Sampaio.

O secretário Luiz Lima entrega a premiação a uma das participantes do projeto DNA Brasil. Ao lado, ele recebe a homenagem dos promotores do prêmio. Fotos: Francisco Medeiros/MEO secretário Luiz Lima entrega a premiação a uma das participantes do projeto DNA Brasil. Ao lado, ele recebe a homenagem dos promotores do prêmio. Fotos: Francisco Medeiros/ME

“Seja no campo educacional ou de competição, o esporte tem esse poder: seus valores transformam as pessoas. Eu só tenho a parabenizar todos os envolvidos no projeto, o Governo do Distrito Federal, o IDECACE e seus parceiros, por todo o êxito alcançado com milhares de crianças e jovens”, continuou o secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem.

Luiz Lima destacou que o projeto é bem-sucedido em várias frentes, o que o torna ainda mais forte. “Quando a gente vê ações como essas, que começam pequenas e se tornam grandiosas, com parcerias com as secretarias municipais de esporte e com a união com uma universidade e com um curso de educação voltado para o treinamento do esporte, a gente percebe claramente que eles fazem não só a detecção de futuros jovens promissores para alcançar desempenho esportivo, mas também um projeto que dá a chance de a criança iniciar na prática esportiva e que valoriza muito o profissional de educação física, com premiação de cursos inclusive fora do país. É um projeto muito interessante”, elogiou.

“Como representante do Ministério do Esporte, como professor de educação física e como atleta que fui, me senti abraçado muitas vezes ao ver um projeto apoiando a universidade, o professor de educação física, o esporte paralímpico, o esporte olímpico e a cultura. Fiquei muito feliz em participar desse prêmio”, encerrou o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.

Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte

 

 

Diretora da Wada exalta parceria com ABCD e comenta avanços no controle de dopagem do Brasil

O rigor da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) é internacionalmente conhecido. Exige ações, adaptações e parâmetros rígidos dos países, instituições e profissionais responsáveis por todas as etapas da engrenagem do trabalho contra a dopagem, desde a fabricação dos frascos à análise e divulgação dos dados. Representante da entidade para a América Latina desde 2010, a uruguaia María José Pesce Cutri é o retrato da função e se define como adepta do time dos "otimistas". Ela entende que a luta pelo "jogo limpo" cria uma cultura de educação para valores éticos e que essa é uma discussão bem abrangente.

María José: informação, prevenção e sensibilização são ferramentas essenciais na luta contra a dopagem. Foto: Francisco Medeiros/MEMaría José: informação, prevenção e sensibilização são ferramentas essenciais na luta contra a dopagem. Foto: Francisco Medeiros/ME

"Respeitar as normas é fundamental para a vida", afirmou, na saída do Encontro das Faculdades de Educação Física do Brasil, realizado na quarta-feira (28.06) pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), em Brasília, para defender a adoção do tema no currículo de cursos de educação física.

"O esporte sempre foi visto como saída de integração social, e isso a despeito da história dos países, de diferentes sistemas políticos, de guerras. Sempre foi um pacificador, uma ferramenta de inclusão, de educação, de transmissão de valores. Essa não é uma luta perdida, mas uma luta que estamos ganhando", disse a professora de educação física, também formada em relações internacionais e ex-integrante da seleção uruguaia em provas de atletismo.

María José veio a Brasília se reunir com o secretário nacional da ABCD, Rogério Sampaio, e com funcionários da entidade para enfatizar os investimentos nos conceitos de informação, prevenção e sensibilização. "Há um trabalho de cooperação intenso. Houve uma auditoria na ABCD há pouco mais de um mês e agora estamos trabalhando diferentes ações corretivas. São pequenas coisas que precisam ser feitas não melhores, porque já vêm sendo bem feitas, mas um pouquinho diferente", explicou.

Segundo ela, a área de educação baseada em valores é um bom exemplo. "Ano passado, isso era só uma ideia. Agora temos o conceito implementado nesse evento", disse. "Aqui temos representantes de mais de 100 universidades de todo o Brasil. É uma amostra de que as pessoas têm confiança no sistema e de que a educação pode fazer mudanças que são definitivas para jovens esportistas. É nisso que temos de nos inspirar, em saber que trabalhamos para nossos filhos, nossos netos, nossos jovens", afirmou.

O rigor com todas as fases do trabalho antidopagem se justifica, segundo María José, porque há uma necessidade de preservar os atletas que adotam o jogo limpo, de um lado, e de ter certeza e critério claro quando aponta erros de possíveis infratores ao código, principalmente porque implica consequências profissionais e de imagem.

"Os padrões internacionais são muito técnicos, estruturados, rígidos, você não pode se afastar deles. A visita da Wada é para ajudar a cumpri-los, a fazer com que todos os funcionários da ABCD sejam sensibilizados da temática em detalhe e que fiquem tranquilos de que estão trabalhando no caminho correto", explicou.

"A ABCD está fazendo um trabalho responsável, comprometido, de acordo com o Código Mundial Antidopagem, seguindo padrões internacionais de controle e investigação. Muito já foi feito, mas sempre há espaço para melhorar", disse. "Nossa função na WADA é fazer um trabalho de cooperação entre os países. O Brasil está comprometido e isso é uma garantia importante para todos os esportistas no Brasil."

Ana Claudia Felizola e Gustavo Cunha - rededoesporte.gov.br

ABCD incentiva o debate sobre controle de dopagem nas faculdades de educação física

Inserir nas universidades a discussão sobre os malefícios do uso de substâncias proibidas no esporte, a fim de ampliar o acesso às informações e propagar o jogo limpo. Essa foi a missão do 1º Encontro de Faculdades de Educação Física do Brasil, promovido nesta quarta-feira (28.6) pelo Ministério do Esporte, por meio da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).

Com participação de cerca de 200 pessoas, entre atletas, representantes de faculdades, confederações e Conselhos Regionais de Educação Física (CREF), o evento ressaltou os valores éticos do esporte e o trabalho desenvolvido pelo Brasil na luta contra a dopagem, sobretudo a partir da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Em mesa-redonda, atletas reforçaram que a ética e a sensação de conquistar resultados com esforço e sem optar por atalhos é gratificante. Foto: Abelardo Mendes Jr/MEEm mesa-redonda, atletas reforçaram que a ética e a sensação de conquistar resultados com esforço e sem optar por atalhos é gratificante. Foto: Abelardo Mendes Jr/ME

Para Rogério Sampaio, a inclusão do tema nas universidades traria muitos ganhos para a luta contra a dopagem. Foto: Francisco Medeiros/MEPara Rogério Sampaio, a inclusão do tema nas universidades traria muitos ganhos para a luta contra a dopagem. Foto: Francisco Medeiros/ME

“Precisamos que o tema do controle de doping faça parte da grade curricular dos cursos de educação física no Brasil. Seria um avanço enorme no exercício da profissão. Os professores formados precisam saber os malefícios para a saúde do atleta quando uma substância proibida é consumida”, destacou o secretário nacional da ABCD, Rogério Sampaio.

Diretora do Escritório Regional da América Latina da Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês), María José Pesce Cutri destacou a importância da prevenção na educação. “Jogo limpo é uma questão de valores e respeito às normas não é questão exclusiva da antidopagem ou da Wada, mas da sociedade. Então estamos educando cidadãos melhores”, ressaltou. “Entendemos que a ética, a cooperação, a solidariedade e todos os valores que o esporte promove são questões transversais na educação das pessoas. É importante que as faculdades considerem a melhor maneira de incluir esse tema na grade curricular”, opinou.

Segundo a diretora, a realização do encontro com instituições de ensino já representa um avanço importante nos trabalhos desenvolvidos pelo Brasil para combater a dopagem no esporte. “No ano passado, essa parte de educação e valores era somente uma ideia. Agora já está sendo concretizada”, comparou.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, confirmou que o Brasil tem alcançado progressos significativos no controle antidopagem. “A Wada é bastante rigorosa nas cobranças que faz e temos mantido uma relação diária para atender a essas exigências”, afirmou. “O enfrentamento à dopagem deve ser algo que cada vez mais se interioriza nos nossos valores do esporte. O jogo limpo faz parte da justiça do esporte e faz com que as pessoas consigam se superar por méritos próprios”, acrescentou.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, destacou os avanços do Brasil na estruturação do controle de dopagem. Foto: Francisco Medeiros/MEO ministro do Esporte, Leonardo Picciani, destacou os avanços do Brasil na estruturação do controle de dopagem. Foto: Francisco Medeiros/ME

Para o presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Jorge Steinhilber, a luta contra o doping deve se estender para além do esporte de alto rendimento. “Precisamos ter uma concepção maior. O doping do alto rendimento está regulado. Tem normais, leis, e está muito bem estruturado”, avaliou o dirigente, acrescentando que apenas um pequeno percentual da população pratica esportes com foco em competição, enquanto um número bem maior de pessoas praticam atividades físicas no dia a dia e também precisam conhecer os riscos de substâncias que possam ser prejudiciais à saúde. “Temos que preparar os profissionais de educação física para que desde as crianças já percebam não só a importância do jogo limpo enquanto uma questão moral e de valores, mas também o que isso pode prejudicar na saúde delas no futuro. É um trabalho educacional”, apontou.

“A gente não pode pensar só no atleta de alto rendimento, mas temos que pensar nas crianças e nos valores de respeito, ética, disciplina, perseverança. A gente sabe que a nossa vida de atleta passa, mas levamos esses valores para outros desafios da vida”, acrescentou o judoca Luciano Corrêa, que comanda um projeto social com cerca de 130 alunos, de oito a 14 anos. “Não existe caminho mais curto. O caminho é longo, dolorido. Tem que ter dedicação e perseverança, de forma ética, para que venha o resultado”, ensinou o atleta.

Gerente geral de planejamento esportivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Adriana Behar participou do encontro e, ao final, frisou a importância da iniciativa. “O COB destaca a importância da informação, da disseminação e do controle de doping no ambiente esportivo e entende que eventos como esse, nos quais você traz faculdades e agentes esportivos, reforça ainda mais a importância desse tipo de ação, não só no controle, no combate e na punição, mas, principalmente, na informação”, declarou.

“Quanto mais informação e mais conhecimento os professores, os alunos, os atletas, os técnicos e os profissionais da educação física tiverem sobre esse tema, menos questões de doping, menos punições e um trabalho muito mais bem feito em prol do jogo limpo nós teremos e o esporte estará bem mais protegido e seguindo o caminho correto e ético que se trata dentro do ambiente esportivo”, completa a representante do COB.

Atletas

O evento contou ainda com a presença do nadador paralímpico Daniel Dias, da ex-ginasta Luisa Parente e da ex-jogadora de handebol Lucila Silva, que participaram de um debate e destacaram o maior acesso que hoje existe às informações sobre controle de dopagem. “Quando comecei no esporte, a gente ia passar um creme e ficava em dúvida se podia ou não. Não tinha informação. Hoje está tudo mais fácil”, relembrou o multimedalhista Daniel Dias.

“Fico extremamente feliz por ter 24 medalhas em Jogos Paralímpicos com a consciência tranquila e por saber que valeu a pena o esforço para cada medalha. Abdiquei sim de muitas coisas, mas isso é o esporte. Escolhemos ser atletas, então temos que ser éticos com os nossos adversários. Eles podem ganhar de mim, o que não vai ser fácil (risos), mas estarei limpo”.

Os representantes das faculdades de educação física igualmente ressaltaram a importância do encontro e do debate no meio acadêmico. “Acho fundamental esse tipo de iniciativa. Na nossa faculdade temos uma linha de pesquisa que a gente está desenvolvendo com alunos de extensão, tanto de ensino médio e fundamental, quanto dos atletas com os quais a gente trabalha sobre essa questão do doping, pois temos visto que ultimamente não só atletas, mas praticantes de atividades físicas em geral têm utilizado muito e de forma descomunal. Esse encontro é importante e estamos à disposição da ABCD e do ministério para contribuir”, afirmou Henrique Castro, coordenador do curso de educação física da Estácio Brasília.

Coordenadora acadêmica da Universidade de Iguaçu – UNIG, do interior fluminense, Letícia Ecard destacou a relevância do encontro. “Sou ex-atleta e na minha época a gente não tinha acesso a essas informações”, lembrou. “Hoje, que estou à frente de uma instituição de ensino, vejo esse encontro com satisfação, pois temos no nosso convívio muitos atletas e alunos que, de um dia para o outro, tomam um porte físico muito diferente do que a gente sabe que o esporte nos proporciona através dos treinamentos. Então, esse encontro é muito louvável”.

Legado

Além do incentivo à educação antidopagem, o Brasil tem demonstrado preocupação crescente na promoção do jogo limpo. No início deste ano, foi criado o Tribunal de Justiça Antidopagem (TJAD), que será responsável por receber as denúncias de uso de substâncias ilícitas apuradas pela ABCD. “Em julho, o tribunal começa a julgar os primeiros casos. Antes, os casos eram julgados nos tribunais desportivos das confederações. Eles continuam existindo, mas agora com a missão de fazer julgamento dos casos disciplinares”, explicou Rogério Sampaio.

Outro legado da evolução da antidopagem no Brasil e da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 foi a criação do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “É um laboratório extremamente moderno e que realizou todas as análises do controle de doping dos Jogos. Hoje é o único da América do Sul credenciado pela Agência Mundial Antidopagem”, ressaltou o secretário.

Na avaliação do diretor do Departamento de Informação e Educação da ABCD, professor Luiz Celso Giacomini, o encontro foi bem-sucedido e atingiu seu objetivo. “Temos que avaliar sob dois aspectos, a quantidade e a qualidade. Nós tínhamos uma expectativa inicial de 40 faculdade participando e nós tivemos mais de 100 faculdades, 15 CREFs (Conselhos Regionais de Educação Física), além do Comitê Olímpico do Brasil e de outras entidades esportivas. Isso nos deu a certeza de que o evento realmente teve um aporte fundamental e interessante para as instituições de ensino”.

“Qualitativamente, eu fiquei extremamente satisfeito com as palestras. Foram todas de alto nível e que levaram realmente a mensagem que queríamos passar. Tenho que ressaltar também a presença dos atletas, que deram um enfoque interessante. Foram opiniões valiosas e de pessoas que viveram e que vivem nesse meio e que trouxeram suas preocupações, ansiedades e angústias com relação a esse tema, que assola não só os brasileiros como o esporte mundial. Então, o Departamento de Informação e Educação da ABCD está extremamente satisfeito e tem a consciência de que fez uma organização de um evento de alto nível”, finalizou o professor Celso Giacomini.

Veja outras fotos do encontro:

Encontro das FaculdadesEncontro das Faculdades

 

Vídeos com a íntegra do encontro:

Parte 1

 

Parte 2

 

Parte 3

 

Ana Cláudia Felizola, Gustavo Cunha e Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte

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