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Enfim, um dos mais aguardados ouros veio esculpido na química entre torcida e seleção

Demorou mais de seis décadas, cinco jogos, o desenrolar de 120 minutos e dez cobranças de pênaltis, mas enfim o Brasil encontrou os 18 ourives capazes de esculpir a medalha de ouro no futebol masculino. Vários chegaram perto de acertar a medida precisa. Erraram a mão em algum momento e a química não funcionou. Em Los Angeles 1984, Seul 1988 e Londres 2012, a cor saiu no tom prata. Em Atlanta 1996 e Sydney 2000, com a coloração bronze. Desta vez, a bancada era o Maracanã, o amarelo das arquibancadas indicava como a joia deveria ser feita e o placar de 1 x 1 no tempo normal, 0 x 0 na prorrogação e 5 x 4 nas penalidades contra a Alemanha deram o resultado perfeito.
 
Neymar corre para comemorar com os jogadores do banco o gol que definiu o título olímpico.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Neymar corre para comemorar com os jogadores do banco o gol que definiu o título olímpico.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
 
A medalha vale mais que o peso. A espera, entrega e sofrimento até o grito de “é campeão” neste sábado (20.08), no penúltimo dia dos Jogos Rio 2016, tem gostinho ainda mais especial. O alívio após a cobrança de Neymar, a última da série de cinco para cada time, após o alemão Nils Petersen desperdiçar a penalidade anterior, foi como uma catarse coletiva no Maracanã e pelo país.
 
"Essa é a conquista que almejávamos há muito tempo, um anseio grande, uma responsabilidade que todo time olímpico carrega por ser o desporto número um do pais. Acredito que essa fase passou e no futuro teremos tranquilidade maior para lidar com essa situação. Nosso futebol não está morto, acredito no potencial dos nossos jogadores e que podemos oferecer muito ao futebol mundial", afirmou o técnico da seleção olímpica, Rogério Micale.
 
Antes da disputa de pênaltis, o camisa 10 abrira o placar, em cobrança de falta perfeita, aos 26 minutos do primeiro tempo. O empate da Alemanha veio em tabela pela lateral que achou o camisa 7, Meyer, livre na área para completar para o fundo das redes, aos 13 minutos da segunda etapa. Uma jogada que silenciou o estádio e lembrou o recente pesadelo dos 7 x 1 na Copa de 2014.
 
» Leia também: Boulevard Olímpico ficou lotado para a comemoração histórica
 
"Foi uma marca muito difícil para o nosso futebol. Uma situação que gerou ampla discussão no nosso meio futebolístico. Mas, encaramos o jogo como uma partida de Olimpíadas, para enfrentar um time alemão que hoje tem excelência em fazer futebol. Mas tínhamos o sentimento de ter que dar uma resposta para o nosso povo e para o meio do futebol", afirmou Micale. 
Junto a técnico e time, o público se reergueu, voltou a incentivar, mas o gol não saía. As enfiadas de bola eram feitas, mas os atacantes Gabriel, Gabriel Jesus e Luan não concluíam bem.  Veio a prorrogação, o Brasil se mostrou melhor fisicamente, a Alemanha trocava passes na defesa sob vaias, mas diante da ansiedade da seleção, levou a partida para os pênaltis.
 
Nas duas primeiras batidas dos alemães, Weverton foi na bola e por pouco não defendeu. Um a um os atletas foram convertendo as cobranças, até que Petersen parou no goleiro do Brasil. Estava nos pés do nosso atleta mais talentoso inscrever o nome do país na medalha. Neymar deslocou o goleiro e bateu no alto. Agora, as peças estão no peito de todos os brasileiros.
"A gente tinha muita confiança de que dependia somente de nós. O jogo foi extremamente difícil, mas em nenhum momento a gente perdeu a concentração. Confiamos no propósito que a gente tinha e no trabalho que foi feito. Passamos uma dificuldade muito grande no começo, superamos, chegamos à final e conseguimos fazer um belíssimo jogo, com várias oportunidades, e coroamos com o título nos pênaltis, com uma emoção muito grande", comentou o zagueiro Rodrigo Caio.
 
Choro de Neymar após o pênalti que garantiu a ouro ao Brasil. (Foto:Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Choro de Neymar após o pênalti que garantiu a ouro ao Brasil. (Foto:Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Além disso, o título acaba com o tabu de a seleção nunca ter subido ao lugar mais alto do pódio, mesmo tendo tido grandes craques e equipes olímpicas. "Esse sonho não era só nosso, era de todo brasileiro e vai muito além de ganhar uma medalha", analisou o atacante Luan.
 
A pressão pela conquista inédita voltava à tona de quatro em quatro anos. A seleção mais vitoriosa em Mundiais, era também a única a vencer a Copa sem ter o ouro – considerando a Inglaterra como integrante da Grã-Bretanha. O meio-campista Renato Augusto deu a dimensão pessoal do feito alcançado nesta noite. "Nem no meu melhor sonho, teria sonhado com um momento tão especial".
 
Campanha
 
A seleção brasileira chegou para a disputa da final sem ter levado gol. Após dois empates em 0 x 0, contra África do Sul e Iraque, ambos no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, a equipe goleou a Dinamarca por 4 x 0 na Fonte Nova, em Salvador, pela terceira rodada do Grupo A. O resultado garantiu a classificação na liderança da chave.
 
Nas quartas de final, um duelo contra a Colômbia, que trouxe à tona os recentes embates entre as duas seleções principais na Copa de 2014, com vitória brasileira por 2 x 1, e na Copa América 2015, quando os colombianos venceram por 1 x 0. Nas Olimpíadas, a rivalidade, principalmente com Neymar, ficou clara e a partida teve vários momentos tensos. No fim, melhor para o Brasil, que venceu por 2 x 0.
 
Na semifinal, a seleção teve um reencontro especial com o Maracanã e com grande atuação ofensiva não deu chances à Honduras, goleando por 6 x 0 e garantindo a volta ao estádio três dias depois.  
 
Pódio de ouro brasileiro na única conquista do futebol que o Brasil ainda não tinha. (Foto: Brasil2016.gov.br)Pódio de ouro brasileiro na única conquista do futebol que o Brasil ainda não tinha. (Foto: Brasil2016.gov.br)
 
Rivalidade
 
A rivalidade entre Brasil e Alemanha, ampliada pela goleada na Copa do Mundo de 2014, é tema recorrente nas conversas entres os torcedores. Para uns, o jogo de hoje era uma oportunidade de vingança. Para outros, apenas a conquista do ouro interessava.
 
A armação gigante de seus óculos e a roupa confeccionada com bandeiras do Brasil destacavam da multidão o artista de rua Fábio Costa, o "Fabinho Caxotada". Ele compôs uma música para homenagear a seleção e pensa que a final olímpica foi o cenário perfeito para o Brasil apagar a história recente com os alemães. “Depois dos 7 x 1, o Brasil tem que ganhar hoje e mostrar seu valor. Não esquecemos aquela derrota. Ela mexeu muito com o brasileiro”, declarou, antes da partida.  
 
O alagoano, que mora no Rio de Janeiro há nove anos, ganha a vida com “serviços artísticos” em eventos, o que inclui, como traz seu cartão de visitas, atuações como sanfoneiro, músico de qualquer estilo, DJ, animador e até palhaço. Após executar sua composição e atrair olhares dos torcedores que chegavam ao estádio, Caxotada previu, com precisão: “É a hora da revanche”.
Grande fã de esporte, o analista de sistemas João Gilberto Teixeira trouxe o filho João Pedro, de 10 anos, para ver a tão aguardada disputa da medalha de ouro. Eles viajaram de São José dos Campos-SP especialmente para o Brasil x Alemanha e contavam os minutos para a abertura dos portões do Maracanã. “Final olímpica é uma experiência única, muito emocionante para nós”, analisou.
 
O alemão Rùdi Schuch veio de Frankfurt para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Ele andava pelos arredores do Maracanã chamando a atenção. Com balões presos a um chapéu nas cores da Alemanha, Rùdi a todo instante parava para tirar fotos. A viagem ao Brasil, segundo ele, está sendo maravilhosa. “Falaram de problemas da cidade, mas para mim está tudo ótimo. As pessoas são muito boas e cordiais”, elogiou. 
 
O alemão acredita que a rivalidade entre os países só existe no esporte e brinca com a goleada na Copa. “Primeiramente, desculpe pelos 7 x 1”, provocou. “Na verdade, essa rivalidade existe só dentro de campo e estou sendo muito bem tratado aqui”, afirmou. 
 
 
Gabriel Fialho e Rafael Brais. Colaborou Ana Cláudia Felizola - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
 
 
 

Brasil e Japão discutem acordo de cooperação esportiva entre os países

Com o objetivo de discutir parcerias esportivas e aproveitar a experiência brasileira na organização dos Jogos Rio 2016, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, se encontrou, nesta sexta-feira (19.08), no Museu Cidade Olímpica, ao lado do Estádio Olímpico (Engenhão), no Rio de Janeiro, com o ministro da Educação, Cultura, Ciências, Tecnologia e Esporte do Japão, Hirokazu Matsuno.
 
Ministro Leonardo Picciani recebeu representantes do governo japonês na Nave do Conhecimento, ao lado do Estádio Olímpico. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brMinistro Leonardo Picciani recebeu representantes do governo japonês na Nave do Conhecimento, ao lado do Estádio Olímpico. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
"O Japão tem uma ligação histórica com o Brasil por conta dos milhares de imigrantes nipônicos que ajudaram a construir o nosso país. Vários esportes de origem japonesa também são amados pelos brasileiros como, por exemplo, o judô e o jiu-jítsu. Portanto, o Brasil está sempre disposto a colaborar com o Japão, principalmente no esporte", afirmou Leonardo Picciani.
 
O Japão receberá a próxima edição dos Jogos Olímpicos, em 2020, na capital Tóquio. Por isso, o ministro japonês garantiu que uma cooperação entre os dois países seria importante para a comunidade olímpica. "O Brasil está realizando uma edição excepcional dos Jogos Olímpicos. Queremos aprender com a experiência brasileira". Ainda de acordo com Matsuno, "O Brasil e o Rio de Janeiro souberam utilizar as olimpíadas como plataforma de desenvolvimento social e econômico".
 
Leonardo Picciani destacou para o ministro japonês que, em decorrência da parceria entre governo e iniciativa privada, os Jogos do Rio de Janeiro foram um dos mais baratos da história. "Precisamos ressaltar: os Jogos Rio 2016 foram baratos, sem gastos exagerados. Contamos com um grande apoio da iniciativa privada", contou Picciani.
 
Torcida por Neymar
 
Ao fim da reunião, o ministro Hirokazu Matsuno disse a Picciani que os japoneses estão ansiosos e torcem pela vitória da seleção brasileira diante da Alemanha, na final do torneio olímpico de futebol masculino, marcada para este sábado (20.08), às 17h30
 
Em Tóquio-2020, cinco novos esportes vão fazer parte do programa dos Jogos Olímpicos: beisebol/softbol, caratê, skateboard, alpinismo e surfe.
 
João Paulo Machado, Brasil2016.gov.br

Prata ao lado de Erlon, Isaquias se torna primeiro brasileiro com três medalhas em apenas uma edição dos Jogos

Isaquias Queiroz já era o maior atleta da história da canoagem de velocidade no Brasil antes mesmo de os Jogos Olímpicos Rio 2016 começarem. O baiano de Ubaitaba foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha em um Mundial da modalidade. Na terça (16.08), também se tornou o primeiro brasileiro a subir ao pódio na modalidade em Olimpíadas ao levar a prata na C1 1000m. Mas Isaquias foi além. Conquistou o bronze na C1 200m e outra prata, neste sábado (20.8), desta vez na C2 1000m, ao lado de Erlon Souza. Com isso, se tornou o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição de Jogos Olímpicos.

Isaquias (dir) passou a ser o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas na mesma Olimpíada. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Isaquias (dir) passou a ser o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas na mesma Olimpíada. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)

O feito é tão impressionante que uma campanha nas redes sociais sugeriu mudar o nome da Lagoa Rodrigo de Freitas para Lagoa Isaquias Queiroz. “Fiquei surpreso para caramba, mas fiquei muito feliz. Um atleta que nunca tinha ganhado medalha na Olimpíada e o pessoal ter esse carinho”, festejou Isaquias, que entrou nos Jogos Olímpicos com o objetivo de três medalhas em três provas. “Eu me dediquei para tentar fazer história e a gente conseguiu. É a força de vontade de querer mostrar o trabalho da canoagem do Brasil. As três medalhas não são só minhas. São do Brasil, da canoagem, da Bahia”, disse o atleta de 22 anos, que começou no esporte quando tinha 11, por meio do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Com o resultado expressivo, Isaquias foi anunciado nesta sábado como porta-bandeira da delegação brasileira na Cerimônia de Encerramento dos Jogos, marcada para este domingo, no Maracanã.

A dimensão das conquistas de Isaquias também pode ser medida com uma brincadeira que costuma ser feita com multimedalhistas olímpicos como Bolt e Phelps. Se o canoísta brasileiro fosse um país, em que posição ele estaria no quadro de medalhas dos Jogos Rio 2016? Com duas pratas e um bronze, Isaquias estaria, até a tarde deste sábado, em 61º lugar, à frente de países como Irlanda, México, Noruega, Israel e Portugal.

Carinho da torcida 

Os agradecimentos de Isaquias incluíram, especialmente, seu companheiro na C2 1000m, Erlon Souza, e a torcida brasileira. “Queria ajudar o Erlon a ganhar uma medalha porque ele me ajudou muito durante esses três, quatro anos. Eu acho que ele merecia sair daqui com a medalha. Queria que fosse de ouro, mas acho que a de prata está de bom tamanho”, afirmou o canoísta. “A minha medalha de ouro foi o público, o carinho da torcida. Ver esse público cantar o hino nacional, vir todos os dias aqui. Estou muito feliz e tenho que agradecer muito à torcida brasileira.”

A torcida que lotou as arquibancadas da Lagoa Rodrigo de Freitas no último dia da canoagem velocidade nos Jogos Olímpicos Rio 2016 fez festa para Isaquias e Erlon desde o início das competições até a despedida final dos atletas. “Olelê! Olalá! O Isaquias vem aí e o bicho vai pegar”, cantavam os torcedores antes da dupla entrar na água. Quando a prova começou, às 9h22, aplausos e gritos de incentivo durante os 3 minutos, 44 segundos e 819 centésimos que os brasileiros levaram para cruzar a linha de chegada.

Após cruzar a linha de chegada, Isaquias agradece à torcida, enquanto Erlon não consegue conter as lágrimas. Fotos: Danilo Borges/Brasil2016Após cruzar a linha de chegada, Isaquias agradece à torcida, enquanto Erlon não consegue conter as lágrimas. Fotos: Danilo Borges/Brasil2016

Embora tenham liderado a prova desde o início, Isaquias e Erlon não conseguiram evitar o ouro dos alemães Sebastian Brendel e Jan Vandrey, que com um arranque impressionante nos últimos 150 metros, ultrapassaram os brasileiros e garantiram o primeiro lugar ao terminar a prova com 3min43s912. O bronze foi para os ucranianos Ianchuk e Mishcuk, com 3:45.949.

Para os brasileiros, a prata teve um sabor especial. “A gente sabe o que a gente passou e o que a gente passa no centro de treinamento. Não é fácil carregar uma medalha dessa. Não é fácil dormir e acordar pensando no treino. Então eu acho que é merecida. Não deu para conter as lágrimas no final, porque a gente batalhou muito. Quando você chega no fim e vê que seu trabalho foi concluído, não dá para não se emocionar e agradecer”, disse Erlon.

Depois da prova, os dois canoístas também receberam muito calor dos torcedores. Muitas pessoas fizeram questão de ir até as grades da zona mista para ver os atletas passarem, tentar uma selfie e gritar palavras de carinho. Antes de ir para a entrevista coletiva, Isaquias fez questão de ir para o meio do povo que o esperava, posar para fotos e distribuir sorrisos e acenos. Erlon também foi muito aplaudido.   

Férias merecidas

Também baiano, mas de Ubatã, Erlon Souza foi descoberto no programa Segundo Tempo, assim como seu parceiro de prova. Como só competiu na C2 1000m, o canoísta não escondeu que estava ansioso para entrar na água após ver o amigo Isaquias brilhar. “Desde segunda estou querendo entrar na água, competir. E conforme Isaquias foi competindo e eu vendo que estava dando tudo certo, a ânsia por uma medalha foi crescendo. Graças a Deus a gente conseguiu esse feito histórico. Estamos saindo com sentimento de dever cumprido e agora é férias”, brincou Erlon.

Perguntado quanto tempo de férias vai tirar, o canoísta disse que vai depender do técnico Jesús Morlan. Mas Isaquias avisou que já acertou com o treinador espanhol. “Já combinei férias até janeiro. O treinador falou que se eu conseguisse duas medalhas, teria férias até novembro. Falei então que com três seria até janeiro”, divertiu-se.

Após o merecido descanso, será a hora de recomeçar. A meta é chegar à sonhada medalha de ouro nos próximos Jogos Olímpicos, em Tóquio-2020. “Com certeza vamos buscar o ouro em Tóquio”, projetou Isaquias. “Aqui não deu, mas acho que em Tóquio esse ouro vem”, completou Erlon.

Investimentos

Em 2010, o Ministério do Esporte celebrou convênio com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) no valor de R$ 2,1 milhões para estruturação de centros da modalidade no país. Já por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo, entre 2012 e 2015 o Ministério investiu R$ 5,4 milhões na concessão de 433 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica. Quatro atletas, entre eles Isaquias e Erlon, são patrocinados pela Bolsa Pódio, a mais alta do programa e criada após a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Rio 2016, num aporte de R$ 960 mil.

 

Mateus Baeta - brasil2016.gov.br

Promessa para Vitória: Maicon Siqueira destaca apoio familiar no caminho que o levou à medalha de bronze

Muito mais que um nome marcante, Vitória Andrade foi reconhecida pelo filho Maicon Siqueira como pilar fundamental nas vitórias no taekwondo. A mais importante da carreira veio no sábado (20.08): o bronze que o consagrou como último medalhista olímpico do Parque Olímpico da Barra na Rio 2016.
 
A importância de Vitória para Maicon já estava evidente logo depois que ele derrotou o britânico Mahana Cho na última luta. A medalha saiu quase imediatamente do pescoço dele para o da mãe na arquibancada da Arena Carioca 3.
 
Naquele momento, o abraço premiado representou uma promessa cumprida. Em 2014, Vitória foi hospitalizada com diagnóstico de câncer de mama. Maicon conta que ver a mãe naquele estado, sem os cabelos por conta da quimioterapia, foi um choque, mesmo para quem já estava acostumado a lidar com as dificuldades de trabalhar como ajudante de pedreiro e garçom pra sustentar a família.
 
Apoio da mãe foi fundamental na coquista da medalha de bronze. (Foto: Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)Apoio da mãe foi fundamental na coquista da medalha de bronze. (Foto: Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)
 
Naquele momento, ele pensou em desistir da carreira para cuidar da mãe. Mesmo na cama de hospital, Vitória foi forte para dar apoio ao filho e fazer com que ele insistisse no sonho olímpico. A preocupação era tanta que ela pediu para a irmã de Maicon não avisá-lo sobre a internação.
 
"Lembro que falei com ela que iria desistir, já tinha falado com meu treinador. Ela falou: 'Não desiste por causa da minha doença. Eu vou superar, e se Deus quiser, vou estar nos Jogos Olímpicos com você'. Eu respondi: 'Mãe, vou realizar esse sonho, vou levar a senhora para os Jogos Olímpicos e vou colocar a medalha no seu pescoço'. E foi o que aconteceu", contou Maicon.
 
Dali surgiu o combustível para que o mineiro de Justinópolis (distrito de Ribeirão das Neves) seguisse determinado. A promessa encontrou barreiras até que fosse cumprida. Maicon deixou de disputar torneios importantes no ciclo olímpico, como o Pan-Americano e o Mundial de taekwondo, em função de uma fratura na perna. Ele precisou então de um esforço ainda maior para subir no ranking a ponto de lutar por vaga na seletiva para os Jogos.
 
Antes do torneio em março, Maicon ainda lidou com a possibilidade de enfrentar Anderson Silva, que planejava ir para a Rio-2016 no taekwondo, mas o campeão do UFC desistiu. O principal rival na categoria (+80kg) era Guilherme Felix, a quem ele derrotou na primeira luta. No fim, após vencer André Bilia, ele cumpriu a primeira parte da promessa.
 
Maicon segue a filosofia de que os treinos representam a maior dificuldade, e que a competição deve ser encarada com alegria para que o atleta dê seu melhor. Só que o torneio olímpico mandou mais um obstáculo forte ao sonho do lutador: as quartas-de-final contra Abdoulrazak Issoufou Alfaga, do Níger. Ele precisou de força mental e do apoio da psicóloga para lidar com a derrota que o levou à repescagem.
 
"Muitos não sabem lidar, tem que ter cabeça forte. Eu disse para a Cris (psicóloga) que perdi essa luta mas a guerra não acabou. Mentalizei minha luta, ela me pediu pra manter a frieza e buscar o Maicon que estava com sangue nos olhos. Consegui puxar o Maicon do início da competição. Só consegue fazer isso com muito trabalho, é uma técnica complexa. Além disso, ainda fiquei de olho na luta do britânico que foi meu adversário depois que venci o francês", comentou.
 
A própria luta final quase encerrou o sonho da medalha. Contra o britânico Mahama Cho, o brasileiro travou uma luta tensa, em que marcou o primeiro ponto, mas viu o adversário virar para 3 x 1. Maicon não se intimidou, reverteu a vantagem do rival, fez 4 x 3 e, ao final, chegou ao bronze com uma vitória por 5 x 4.
 
Naquela hora, passou um filme na cabeça de tudo que Maicon fez, as dificuldades e alegrias da carreira. Naturalmente, a promessa em 2014 surgiu à mente depois de cumprida, e na hora da "transmissão" da medalha, ele disse: "Essa é sua, mãe".
"Minha mãe é a base de tudo, é meu pilar. Quando estou em dúvida, ela sempre tem uma resposta. O mínimo que posso fazer por ela é cumprir essa promessa. Não conseguiria nem em três gerações fazer por ela o que ela fez por mim", afirmou Maicon, em coletiva após a vitória.
 
Maicon Siqueira se prepara agora para a sequência da carreira pós-medalha. O plano dele é trabalhar com os técnicos rumo aos Jogos de Tóquio-2020. Até lá, ele tem noção de que se tornou uma referencia no taekwondo.
 
"Consegui alcançar o objetivo. Tivemos referência da Natalia e do Diogo, mas o masculino ainda não tinha medalha olímpica. Sinto, sim, a responsabilidade. Isso motiva todo mundo, a modalidade vai crescer ainda mais com a visibilidade da medalha. Pessoas vão olhar mais pro taekwondo", analisou.
 
Rodrigo Vasconcelos, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 
 

Esporte e educação são tema de seminário na Casa Brasil

A Casa Brasil recebeu na tarde do sábado (20.08) o seminário "Esporte Educacional: Programas Estratégicos", realizado pela Secretaria de Esporte, Lazer e Inclusão Social (SNELIS) do Ministério do Esporte. O objetivo foi mostrar a importância do esporte educacional na formação de crianças e jovens, apresentando diversas ações estratégicas.
 
Projeto Segundo Tempo foi destaque em Seminário sobre esporte e educação. (Foto: Rafael Azeredo/Casa Brasil)Projeto Segundo Tempo foi destaque em Seminário sobre esporte e educação. (Foto: Rafael Azeredo/Casa Brasil)
 
O projeto Segundo Tempo, o primeiro divulgado no evento, é um dos maiores programas do gênero em nível mundial e já atendeu, aproximadamente, 4 milhões de crianças e adolescentes. Mais de 29.700 profissionais foram treinados presencialmente. "Através deste projeto, buscamos apresentar a vida para as crianças e jovens através do esporte", disse o doutor em Educação Física, Amauri Bassoli. Na sequência, o coordenador-geral de Avaliação de Convênios do Ministério do Esporte, Célio René, conversou com o público sobre lutas, esportes de combate e defendeu a arte marcial como elemento pedagógico.
 
O professor Ormandino Barcelos, conhecido por ser um dos maiores responsáveis pela identificação de talentos do atletismo entre crianças, jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, também palestrou e apresentou seu programa social. Ele afirmou que acredita na capacidade de superação através do esporte e no seu poder de influenciar a vida de jovens e crianças. "Não existe o impossível quando se tem um ideal. Enquanto nos emocionamos com o que fazemos, é possível", disse, entusiasmado, ao falar sobre a influência de seu projeto na vida de crianças e jovens e na formação deles como cidadãos.
 
O comandante da Marinha, José Reis, concordou com o professor Ormandino e ainda complementou que todos estes projetos sociais, que buscam o esporte como um dos alicerces da educação, permitirão que o Brasil ainda se torne uma potência olímpica. José Reis acredita na possibilidade que verdadeiros atletas de alto rendimento sejam identificados muito cedo. "Acredito na transformação do Brasil em um país melhor do que hoje, por meio de um esforço conjunto, de todas as esferas e por meio do esporte", salientou o comandante.
 
O último palestrante da tarde foi Luis Fernando de Paula, que buscou abordar a real importância dos valores psicológicos para os esportistas. O ex-atleta, que também recebeu auxílio de programas sociais no início de sua carreira, diz acreditar muito no que um projeto social faz na vida de um cidadão. "Eu sou prova disso", afirmou, encerrando o evento.
 
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Ministério do Esporte debate sobre o “Esporte Educacional: Programas Estratégicos”

 
O funcionamento de um centro de treinamento para identificação de atletas, o desenvolvimento desses talentos no esporte, conjugado a uma estrutura escolar e psicológica, serão os temas do seminário: “Esporte Educacional: Programas Estratégicos”. O evento é promovido pela Secretaria de Esporte, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), do Ministério do Esporte, que será  realizado neste sábado (20.08), de 14 às 16h, no Armazém 2, da Casa Brasil (RJ).
 
 
Estarão presentes o Secretário Nacional de Educação, Esporte, Lazer e Inclusão Social (Snelis), do Ministério do Esporte, Leandro Cruz e terá como palestrantes o Coordenador Geral de Avaliação de Convênios (ME) , Célio René; do doutor em Educação Física, da Universidade Estadual de Maringá (PR), Amauri Bássoli; e do Professor Ormandinho Rodrigues Barcelos, da Comissão de Desportos da Aeronáutica, idealizador do Núcleo Desportivo de Atletismo para crianças carentes, programa social de incentivo à prática esportiva, apoiado pelo Ministério do Esporte.
 
Programação
 
14h – Abertura do Seminário - Caio Márcio de Barros Filho - Coordenador Geral de Integração de Políticas e Programas do Ministério do Esporte. 
14h05 - Boas Vindas aos participantes - Leandro Cruz Fróes da Silva -  Secretário Nacional de Esporte, Lazer e Inclusão Social.
14h15 – Esporte Educacional - Palestrante – Amauri Aparecido Bássoli Oliveira - Professor Doutor da Universidade Estadual de Maringá (PR).
14h35 – Lutas, artes marciais – Esportes de combate - Palestrante – Célio René Trindade Vieira - Coordenador Geral do Departamento de Desenvolvimento e Acompanhamento de Políticas Intersetoriais do Ministério do Esporte
14h55 – A identificação de talentos do atletismo em locais de vulnerabilidade social –       Palestrante – Professor Ormandino Rodrigues Barcelos  
15h10  - O funcionamento de um Centro de Atendimento - Palestrante - Comandante José Reis, do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes CEFAN) - RJ
15h25 – O aspecto psicológico no desenvolvimento de um atleta oriundo de programa social - Palestrante - Luis Fernando de Paula -  professor e técnico do atleta olímpico Paulo Roberto de Paula,   beneficiado pelo Programa Segundo Tempo / Forças no Esporte
 
Serviço: Seminário Esporte Educacional: Programa Estratégico da SNELIS
Data: 20.08 (sábado) 
Horário: 14h às 16h
Local: Casa Brasil – Armazém 02- Praça Mauá, centro, RJ
Informações: Assessoria de Comunicação do Ministério do Esporte - Valéria Barbarotto (11) 973141508
 
 

Aviso de Pauta - Atletas falam sobre o apoio do Programa Bolsa Atleta em suas carreiras

 
Neste sábado (20.08), das 10h às 12h, acontece no Armazém 2, da Casa Brasil, um bate-papo interativo sobre o Bolsa Atleta, o maior programa de patrocínio individual de atletas do mundo.
 
O  evento terá a participação do Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, do Ministério do Esporte, o ex-atleta e ex-bolsista, e nadador Luiz Lima, prata no Pan de 1995, nos 400m e 1.500m livre;  do coordenador do Programa, o ex-ginasta Mosiah Rodrigues, prata e bronze no Pan de Santo Domingo em 2003, e dos bolsistas e atletas do tiro com arco, Marcelo da Silva Costa Filho e, Ane Marcelle Gomes dos Santos, participante dos Jogos Rio 2016.
 
No encontro serão apresentadas as diretrizes do Programa, e os relatos das experiências dos atletas que recebem o incentivo do Governo Federal. Estarão presentes mais de 40 atletas olímpicos e paralímpicos e de diversas modalidades e categorias do programa.
 
O Bolsa Atleta beneficia aproximadamente 17 mil atletas e paraatletas brasileiros. Nesta edição das Olimpíadas, 77% da delegação, recorde do Brasil na história dos Jogos, contam com o patrocínio do programa. Entre os beneficiados estão os responsáveis pelas duas primeiras medalhas brasileiras: Rafaela Silva, ouro no judô, e Felipe Wu, prata no tiro esportivo.
Com mais de uma década de atuação, o programa concedeu mais de 43 mil bolsas, num investimento superior a R$ 600 milhões. Somente no exercício de 2016, 6.152 atletas estão contemplados, o que representa um investimento de R$ 80 milhões.
 
Serviço: Apresentação do Programa Bolsa Atleta
Data: 20.08 (sábado) 
Horário: 10h às 12h
Local: Casa Brasil – Armazém 02- Praça Mauá, centro, RJ
Mais informações:  Assessoria de Comunicação do Ministério do Esporte 
Valeria Barbarotto – (11) 97314-1508
 
Ascom - MInistério do Esporte
 
 

O final feliz da fábula “O Mamute e o Mágico”: Alison e Bruno são ouro no vôlei de praia

Era uma vez um Mamute e um Mágico. Eles tinham a mesma paixão: o vôlei de praia. Grandão, com 2.03m, o Mamute era o terror dos adversários, um paredão muitas vezes intransponível. O Mágico, por sua vez, baixo para os padrões do esporte (1,85m), aprendeu a defender de forma tão incrível que só a magia poderia explicar. Como atletas, compartilhavam o sonho de ganhar o ouro olímpico. Pouco depois de passar perto disso, em Londres 2012, o Mamute viu no Mágico o parceiro que poderia acompanhá-lo na nova tentativa.

Alison e Bruno emocionados no pódio na Arena de Copacabana. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Alison e Bruno emocionados no pódio na Arena de Copacabana. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)

Já amigos de outras épocas, tendo jogado juntos no início da carreira, os dois foram criando sintonia, fazendo crescer a parceria. Na noite desta quinta (18.08), o Mamute foi ainda mais gigante – no bloqueio e na superação –, e o Mágico usou seus truques como nunca. Eles venceram os italianos Nicolai e Lupo por 2 sets a 0 (21/19 e 21/17) na Arena de Copacabana e se tornaram campeões olímpicos do vôlei de praia nos Jogos Rio 2016. O bronze ficou com os holandeses Brouwer e Meeuwsen.

Passaram-se 12 anos desde a conquista de Ricardo e Emanuel, em Atenas 2004. Mais do que devolver o Brasil ao lugar mais alto do pódio, Alison e Bruno o fizeram diante da torcida brasileira, que resistiu à chuva para testemunhar a história. Copacabana está em festa.

"Quem fez a diferença nesta Olimpíada foi a torcida, mereceu, esteve no nosso lado nos momentos difíceis. Se fizer a retrospectiva dos nossos jogos: vento, chuva, jogos à meia-noite, quatro da tarde, onze da manhã, teve de tudo. Mas um atleta tem que passar por isso para ser campeão, com humildade e acreditando", disse Alison, que também teve que lidar com uma torção no tornozelo no terceiro jogo.

O caminho até a decisão

Nicolai e Lupo perderam dois jogos na primeira fase e tiveram que passar pela repescagem para seguir na competição. Na sequência, venceram os compatriotas Ranghieri e Carambula nas oitavas e derrotaram duas duplas russas até chegarem à decisão. Já os brasileiros sofreram apenas uma derrota, para os austríacos Doppler e Horst, na fase de grupos. No mata-mata, passaram por espanhóis, norte-americanos – com o campeão de Pequim 2008, Phil Dalhausser, em quadra – e holandeses no caminho até a final.  

"Eu batalhei tanto para estar aqui, mas não sabia que ia ser tão difícil. As chaves que a gente pegou, ter os americanos logo nas quartas, o sonho podia ter acabado ali com uma dupla com o  Phil. Então estou exausto. Tive que lidar com tanta ansiedade. Eu não dormi. De ontem para hoje eu acho que dormi umas duas horas só. Todo mundo dizendo 'traz a medalha, é ouro, é ouro', querendo ajudar, mas de certa forma é muita pressão. Você acaba se cobrando mais, não aceitando seus erros. Realmente foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, mas também veio com o melhor gostinho”, revelou Bruno.

Bruno Schmidt salta para defender o ataque dos italianos. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Bruno Schmidt salta para defender o ataque dos italianos. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)

Foram os 15 dias das maiores angústias da minha vida, não só pelo que eu estava sentindo, mas pela importância do evento, pela responsabilidade e por tudo o que o Bruno estava sentindo. Ficou 15 dias sem dormir, ligando para a gente de noite, passando mensagem. Esse menino passou por uma Via Crucis, e o mais importante é que conseguiu se superar dentro de quadra. É a força de um campeão", completou Luiz Felipe Schmidt, pai, responsável por Bruno ter começado no esporte e o maior alicerce do pequeno Mágico. 

"Todo mundo sabe a dificuldade de um jogador do meu porte de permanecer no esporte. Cada dia foi uma luta, e às vezes era uma luta cansativa demais. Eu comentava com meu pai e perguntava: ‘Não estou perdendo tempo? Estou insistindo numa coisa em que não sou bem-vindo?’ Ele nunca me deixou manter esse pensamento, nunca me deixou parar. Eu dedico muito a ele, que sempre acreditou em mim mais do que eu mesmo", afirmou Bruno.

O jogo

Sob chuva, os italianos forçaram o saque, fizeram um início de jogo impecável e abriram 1/5. Os brasileiros pediram tempo e, na volta, Nicolai errou o serviço. Alison e Bruno respiraram. Um ace de Bruno levantou a torcida, que estava tensa, e um ataque italiano para fora fez os anfitriões encostarem (5/6). Alison se agigantou na rede para empatar em 8/8 e Bruno atacou no fundo para deixar os brasileiros na frente. A arena tremeu. Bruno mandou a bola no fundo de quadra para encerrar belo rali e fazer 13/10. Alison pediu mais gritos.

A pressão aumentou para os italianos. O Mamute soltou o braço na diagonal (17/14), mas errou dois ataques logo depois e os europeus empataram (17/17). Jogando em cima de Alison, os italianos fizeram 18/19.  Nicolai não se perdoou ao atacar para fora e dar o set point aos adversários (20/19). Tempo. Na volta, só deu tempo para o Mamute fazer o paredão e encerrar a parcial (21/19).

No segundo set, um ace de Alison fez 3/2 e os italianos decidiram parar o jogo. Foi a deixa para a torcida crescer de novo. Nicolai foi o paredão da vez para empatar em 4/4. A estratégia continuava a ser o jogo em Alison, testando os limites do brasileiro, que viu os italianos abrirem 8/11. Uma pancada do Mamute diminuiu a diferença em 9/11 e, com seus 2,03m, parou Lupo duas vezes no bloqueio para empatar (11/11).

Alison sobe alto para o bloqueio: Mamute foi decisivo na vitória que rendeu o ouro olímpico. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Alison sobe alto para o bloqueio: Mamute foi decisivo na vitória que rendeu o ouro olímpico. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)

O equilíbrio foi a tônica dos pontos seguintes, até que – de novo ele – Alison bloqueou para abrir 16/14. Se os italianos queriam testá-lo, ele respondia com pontos. O Mágico completava o time pegando tudo que passava pelos braços do parceiro. O ouro foi se desenhando. Bruno atacou no fundo e fez 19/15. Os italianos reagiram. Era a hora da calma. A arena virou vaias. Nicolai sacou para fora: match point. Teve rali e teve emoção no último ponto: nem deu para saber direito o que o juiz marcou, mas o braço indicava o ponto para os brasileiros: 21/17. O Mamute e o Mágico conseguiram.

A superação e o auge

Esta foi a segunda Olimpíada de Alison e a estreia já foi com pódio: com Emanuel, conquistou a prata em Londres 2012. A parceria com Bruno teve início no fim de 2013. Alison passou por uma cirurgia no joelho direito no fim de 2014 e ainda teve que encarar uma apendicite em março, mas o processo de recuperação só fortaleceu a dupla. O time fez quatro torneios ruins no retorno, mas não demorou a “embalar” e conquistou o Campeonato Mundial, em julho de 2015, superando a dupla anfitriã na Holanda. Ainda venceram mais quatro etapas do circuito no segundo semestre e foram campeões da temporada. A vitória no World Tour Final, em outubro, coroou o ano de superação e conquistas. O auge viria meses depois, no Rio 2016.

"Você não vem a uma Olimpíada apenas saindo de  casa, você  tem que ter uma história. Em 2014, compramos um terreno. Em 2015, subimos a nossa casa. Em 2016, nós a pintamos. Superamos grandes dificuldades. Parei para operar o joelho, quando ia para a reestreia, tive apendicite. Na volta, foram quatro resultados ruins. Em nenhum momento, um deixou de acreditar no outro. E tudo começou a dar certo. As derrotas ensinam. Batemos recordes, ganhamos seis torneios consecutivos. Nunca deixamos de acreditar e esse é o diferencial do nosso time", afirmou Alison.

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

 
 

Martine Grael e Kahena Kunze brilham com um ouro emocionante na Baía da Guanabara

Juntas, elas compartilham diversos valores: a tradição familiar na vela, a paixão pelo esporte, o empenho para trabalhar duro visando à evolução e, principalmente, a capacidade de levar o  país ao lugar mais alto do pódio. E foi somando todos esses ingredientes que as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze escreveram, nesta quinta-feira (18.08), mais um episódio dourado e histórico para o Brasil.
 
Martine Grael e Kahena Kunze ganharam única medalha da vela no Rio. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Martine Grael e Kahena Kunze ganharam única medalha da vela no Rio. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Sob um céu nublado e competindo em condições de vento forte e variante na Baía de Guanabara, a fluminense de Niterói Martine Grael e a paulista Kahena Kunze, ambas de 25 anos, conquistaram uma medalha de ouro inédita para o esporte do país. As duas venceram, de forma emocionante, a final da classe 49er FX – última regata disputada nos Jogos Olímpicos do Brasil – e se tornaram as primeiras campeãs olímpicas da vela brasileira.
 
“Na hora da chegada foi emocionante, nem conseguia nadar, de tanto que o meu coração batia. É indescritível subir e receber essa medalha, com os amigos e familiares gritando por você, os voluntários que fizeram esse evento maravilhoso... Não tem preço. Minha primeira Olimpíada e começar assim? Imagina a segunda!”, vibrou Kahena.
 
Emoção até o fim
 
A sétima medalha de ouro do Brasil na história da vela foi escrita com um roteiro dramático. Muito antes da largada, Martine, Kahena e todos os envolvidos com a modalidade no país já sabiam que a parada seria duríssima. O que ninguém imaginava é que o desfecho seria tão emocionante.
 
Depois de 12 regatas disputadas, quatro países avançaram à Medal Race, como é chamada a prova que define o pódio na vela, em condições de conquistar o ouro no Rio. As espanholas Tamra Echegoyen Dominguez e Berta Betanzos Moro e as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen estavam empatadas com Martine e Kahena na liderança, todas com 46 pontos perdidos. Logo atrás, bem perto  das líderes, vinha a dupla da Nova Zelândia formada por Alex Maloney e Molly Meech, com 47 pontos.
 
Na Medal Race, a pontuação é dobrada. O vencedor perde dois pontos, o segundo colocado perde quatro, e assim por diante. Ao final, o barco que tiver o menor número de pontos perdidos conquista o título.
 
Nesse cenário de quatro barcos tão próximos na briga pelo ouro olímpico no Rio, chegar em primeiro não era o fundamental. Para conquistar o topo do pódio era preciso, apenas, ser mais rápido do que os outros concorrentes.
 
Mas o ouro de Martina e Kahena foi forjado com um triunfo espetacular. As duas, que chegaram a cair para a oitava posição durante a prova, se recuperaram e velejaram por um bom tempo atrás das neozelandesas e das italianas Giulia Conti e Francesca Clapcich.
 
Briga do barco brasileiro com as rivais da Nova Zelândia foi intensa até o final. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Briga do barco brasileiro com as rivais da Nova Zelândia foi intensa até o final. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Ao contornarem a penúltima boia, as italianas ainda estavam à frente e as brasileiras, nesse momento com a prata, passaram pela marca seis segundos atrás do barco da Nova Zelândia. Foi então que, nos instantes finais, Martine e Kahena deram início a uma recuperação que fez as centenas de pessoas que acompanharam a prova na praia prenderem a respiração.
 
As duas ultrapassaram os dois barcos que estavam na ponta, assumiram a liderança e cruzaram a linha de chegada com uma diferença de apenas dois segundos para Alex Maloney e Molly Meech, que levaram a prata. O bronze ficou com as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen.
 
“A gente estava assistindo todas as regatas que tiveram aqui antes e, com algumas informações dos outros dias, a gente viu que estava bem aberto, estava dando os dois lados, o vento estava mais forte, mais fraco... a gente observou bem antes”, contou Martine. “Na quarta perna, a gente montou a boia indo para a esquerda e a galera toda indo para a direta. Foi bom que a dinamarquesa veio com a gente e deu uma segurança, a gente já estava marcando elas, então era uma adversária a menos. No último contravento, a gente foi com tudo para a esquerda, porque a bandeira lá no Forte estava tremulando e a gente viu que ia ser bom”, continuou a velejadora.
 
“Acho que essa foi a nossa chegada mais apertada. Eu só queria que tivesse mais uma medalha para as espanholas”, lamentou Kahena, referindo-se aos dois segundos de diferença para as vice-campeãs e ao esforço que as rivais da Espanha fizeram ao longo de toda a Olimpíada no Rio.
 
“Acho que esse foi o campeonato mais legal da minha vida, não só agora, que a gente ganhou a medalha, mas antes. Hoje (antes da prova) eu vinha já pensando nisso: que tinha sido o campeonato mais legal que eu corri. Nunca foi tão disputado assim entre as primeiras velejadoras”, emendou Martine.
 
Assim que as duas cruzaram a linha de chegada, uma explosão de alegria tomou conta das areias da Praia do Flamengo. O Brasil acabara de ver nascer duas novas heroínas do esporte nacional e a família Grael adicionara mais uma medalha à sua incrível coleção de pódios olímpicos.
 
Antes mesmo de chegar à praia, Martine e Kahena foram parabenizadas na água, por familiares e amigos, que nadaram até as duas para abraçar as campeãs olímpicas. “Só tenho a agradecer todas as pessoas que vieram torcer por nós. Estou muito feliz com a quantidade de amigos, a galera torcendo, parecia o Maracanã, fazendo ola, muito legal”, continuou Martine.
 
Festa na água, com a torcida e no pódio: festival de emoção para Martine e Kahena no Rio. (Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Festa na água, com a torcida e no pódio: festival de emoção para Martine e Kahena no Rio. (Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Vela no sangue  
 
Não é exagero afirmar que tanto Martine quanto Kahena têm a vela no DNA. O pai e o tio da primeira dispensam apresentações. Torben Grael é dono de cinco medalhas olímpicas (duas de ouro, uma de prata e duas de bronze) e é um dos 12 bicampeões olímpicos do Brasil. O tio de Martine é Lars Grael, que tem outras duas medalhas de bronze nos Jogos. Para completar, o pai de Kahena, Cláudio Kunze, foi campeão mundial da classe Pinguim em 1973.
 
Em terra, Torben Grael e a mãe de Martine, Andrea Grael, acompanharam o sucesso da filha vivendo fortíssimas emoções. Apesar das cinco medalhas do marido, essa foi a primeira vez que Andrea assistiu de tão perto alguém da família conquistar uma medalha nos Jogos, já que não acompanhou Torben em nenhuma ocasião durante as Olimpíadas que o marido disputou.
 
Para ela, o sucesso da família tem algumas explicações. “Não é segredo. Isso aí é treinamento para caramba. É muita ralação. É óbvio que é muito legal a gente ter isso na família, mas acima de tudo temos o gosto por velejar. O que vem da família mesmo é que todo mundo lá tem sangue de água salgada”, afirmou Andrea, que foi quem levou Martine para velejar pela primeira vez na Baía de Guanabara, quando a hoje campeã olímpica tinha apenas 4 anos.
 
“Eu estava muito nervosa, acordei várias vezes ao longo da noite. Eu pensava que elas seriam medalhistas, mas o ouro é o ouro. Hoje cedo, elas estavam muito tranquilas. Eu abracei as duas e senti que ia dar certo. Eu disse: ‘Façam o que vocês sabem de melhor, que é velejar. E curtam a velejada’. Foi o que elas fizeram”, contou Audrey, mãe de Kahena.
 
Feliz da vida com o sucesso de Martine e Kahena, Torben era só sorriso na praia enquanto aguardava o momento de vê-las repetir algo que ele mesmo experimentou duas vezes: subir ao lugar mais alto do pódio para receber um ouro olímpico.
“São agora oito medalhas na família. É mais do que alguns países”, observou o bicampeão, que revelou que os três times medalhistas na 49er FX treinaram juntos antes do Rio 2016. “Eu acho que isso nos orgulha muito. A gente vem de um clubezinho pequeno em Niterói, o Rio Yacht Club, e justamente na classe delas as três medalhistas estavam treinando juntas, baseadas no clube. Estavam as neozelandesas, as dinamarquesas e elas. Então acho que isso foi decisivo”, opinou.
 
Por último, Torben reconheceu que ficar na praia vendo a filha disputando uma final olímpica é bem mais complicado do que estar no barco defendendo o Brasil. “É muito mais difícil estar aqui do que estar lá disputando. Não tinha como ser mais difícil e emocionante. Ainda bem que acabou com final feliz”, disse.
 
Ao final de tudo, com o objetivo maior alcançado, Martine fez questão de agradecer a parceira que, desde 2012, quando a dupla foi montada, a acompanhou no sonho de um ouro olímpico. “Muita amizade, muita compreensão entre nós. A gente teve uma mudança muito grande no nosso relacionamento. Teve uma ‘profissionalização’. Além de amigas do peito, a gente passou a ser parceiras também. Foi uma parceria muito bonita. Eu não poderia ter tido esse resultado e passado esses quatro anos com mais ninguém. Ela foi ótima”, encerrou a campeã.
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 
 
 
 

Após erros no início da prova, Isaquias Queiroz acelera e fica com o bronze no C1 200m

Definir Isaquias Queiroz com a palavra persistência chega até a ser clichê. Conhecido tanto pelos títulos quanto pela infância difícil, o baiano já sofreu queimaduras, foi sequestrado e perdeu um rim antes de se aventurar com a canoa mundo afora. Debaixo do forte sol desta quinta-feira (18.08), na Lagoa Rodrigo de Freitas, o atleta teve de insistir mais uma vez. Na curta prova do C1 200m, o brasileiro cometeu falhas logo no início e, mesmo acelerando na reta final, achou que o pódio tinha escapado. Justo para ele, que chegou ao Rio com a árdua missão de conquistar medalhas em três categorias. Bravo, Isaquias deu um soco na água. O resultado demorava. Só então ele viu seu nome no telão, em terceiro lugar, e enfim comemorou o bronze.
 
Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.brFoto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
 “Saí até bem, sem perder muito tempo, mas acabei dando remadas em falso logo depois. O barco patinou muito e eu vi os caras colocarem meio barco para a frente. Se eu não tivesse errado muito ali, acho que poderia ganhar a medalha de ouro”, acredita. “Quando eu cheguei, joguei o barco e fiquei sem saber, pensando que tinha perdido a medalha. Fiquei com raiva. Quando saiu, fiquei feliz porque uma medalha de bronze é muito importante no currículo do atleta”, destaca Isaquias. Com o tempo de 39s628, o brasileiro foi superado apenas por Iurii Cheban (39s279), da Ucrânia, e Valentin Demyanenko (39s493), do Azerbaijão.
 
A prata no C1 1.000m conquistada na última terça-feira (16) e o bronze de hoje, as únicas duas medalhas da história do Brasil na canoagem, colocaram Isaquias no posto de quinto atleta do país a subir duas vezes no pódio de uma única edição dos Jogos Olímpicos. Foi assim com Guilherme Paraense (ouro e bronze) e Afrânio da Costa (prata e bronze) no tiro esportivo, ainda na Antuérpia, em 1920, e com os nadadores Gustavo Borges (prata e bronze), em Atlanta 1996, e Cesar Cielo (ouro e bronze), em Pequim 2008.
 
É nessa lista que passa a figurar o nome do baiano de Ubaitaba. Ele, no entanto, quer ainda mais. “É uma satisfação muito grande entrar nesse rol dos melhores atletas do Brasil em Jogos Olímpicos. Estar ao lado de caras como o Cesar Cielo me deixa muito feliz, mas espero fazer mais ainda e chegar aonde nenhum brasileiro chegou, que é conquistar três medalhas em uma só edição”, avisa.
 
Nesta sexta-feira (19.09), Isaquias compete ao lado de Erlon Silva nas eliminatórias do C2 1.000m. Carimbando a vaga para a final, a dupla volta à Lagoa Rodrigo de Freitas no sábado (20), em busca de um novo pódio. “A confiança está muito alta, a gente treinou muito. O C2 está ‘mandando muito’ lá em Lagoa Santa, então a gente sabe da possibilidade de medalha”, analisa o atleta, avisando que o tempo de folga ainda terá que esperar.
 
Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.brFoto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
 “Hoje à tarde eu vou treinar, quem disse que eu vou descansar? Como seria bom já ir para a Bahia descansar! Já fiz o meu trabalho, ganhei as minhas medalhas e agora quero ir para cima para o meu amigo Erlon também fazer história com o nome deles nos Jogos Olímpicos e ganhar a medalha de ouro, que é a que a gente merece”, ressalta.
 
Força das arquibancadas
 
Ao sair da água e da cerimônia de premiação, Isaquias praticamente não conseguia parar para conceder entrevistas. A todo momento era chamado para fotos com o público e para ouvir que “a próxima será de ouro”. Segundo o atleta, a quantidade de pessoas presentes hoje no Estádio da Lagoa surpreendeu.
 
“É a primeira vez que vejo tanto público. Acho que nem em Mundial na Hungria e na Alemanha estava assim. Hoje o estádio estava lotado, então eu tinha que dar o meu máximo para fazer o Brasil ficar feliz”, comenta o atleta que, apesar de não ter no C1 200m sua principal prova, já foi campeão mundial júnior, em 2011, campeão dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, e bronze no Mundial do ano passado nessa distância.
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 

Ágatha e Bárbara ficam com a prata no vôlei de praia

Quando ainda comemoravam a vitória quase perfeita contra Kerri Walsh e April Ross, Ágatha e Bárbara sabiam que era preciso conter a euforia, baixar a adrenalina e concentrar, porque a final seria menos de 24h depois. Para encerrar a campanha nos Jogos Olímpicos Rio 2016, havia ainda mais um desafio: as alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst, líderes do ranking na temporada. Diferentemente da noite anterior, na madrugada desta quarta-feira (17.08), quem impôs o jogo foram as europeias. Kira foi um monstro no bloqueio, Laura mais uma vez defendeu muito bem, ambas sacaram e atacaram muito bem. As brasileiras, atuais campeãs mundiais, erraram muito, não conseguiram repetir a atuação inesquecível contra as norte-americanas e viram a medalha de ouro escorrer pelos dedos. Com o resultado de 2 sets a 0 (21/18 e 21/14), as alemãs se sagraram as rainhas de Copacabana.
 
Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.brFoto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
Pouco antes, o Brasil também perdeu outra partida. As americanas Kerri Walsh e April Ross viraram a partida contra Larissa e Talita e venceram por 2 sets a 1 para faturarem o bronze.
 
Poderia se dizer que o vento – que apareceu com mais força nesta noite – soprou contra as anfitriãs, mas apenas como analogia. No vôlei de praia, a cada sete pontos, as jogadoras trocam de lado, e o desafio também muda de mãos. As alemãs aproveitaram bem o elemento extra e abriram caminho para a primeira medalha - e de ouro - de uma dupla europeia feminina no vôlei de praia em Jogos Olímpicos.
 
"Ainda parece irreal. No pódio, percebemos por que estávamos trabalhando tanto nos últimos anos, chegamos ao topo. Foi para o nosso time, para a Alemanha, tudo isso veio à nossa cabeça. Melhoramos jogo a jogo, definitivamente merecemos ganhar, sacamos melhor e usamos o vento a nosso favor", disse Laura.
 
Não foi o final que as brasileiras mais queriam. Muito menos o que desejavam os torcedores que encheram a arena ou que acompanhavam pela TV. Terão que esperar quatro anos para mais uma tentativa de repetir a cena de 20 anos atrás, quando Jacqueline e Sandra subiam ao degrau mais alto do pódio. Mas a prata foi muito comemorada por Ágatha e Bárbara. Muito aplaudidas no pódio, elas se emocionaram.
 
"Foi mágico. Essa prata tem um gostinho muito especial pra gente. Foi nossa primeira vez em Jogos Olímpicos, nossa expectativa estava muito positiva, pelo trabalho que a gente vinha fazendo, pela entrega. Neste jogo, elas jogaram melhor, mereceram, aproveitaram melhor as oportunidades. Mas essa prata é especial, por isso eu chorei tanto ali, a gente colocou para fora toda a pressão, a adrenalina, todo o trabalho que a gente fez. A sensação de gratidão é muito grande", contou Bárbara.
 
No primeiro set, dois ataques de Bárbara e um bloqueio de Ágatha abriram 3/1. O vento foi ficando mais intenso, trazendo um elemento desafiador para a decisão, e Laura fez um ace para passar à frente no placar: 6/7. No tempo técnico, as alemãs lideravam a parcial (10/11). Laura terminou um rali atacando na diagonal e fez 13/15. Paredão de Kira aumentou a vantagem. Laura atacou na paralela e dificultou a vida das brasileiras no set (14/18). Um toque na rede das alemãs deu mais esperança de segurar a parcial (16/18). Kira atacou para chegar ao set point em 17/20. As vaias vieram com força para as alemãs. As brasileiras salvaram uma bola, mas Laura fechou em 18/21.
 
"Temos uma equipe muito forte por trás que nos manteve confiantes, mesmo jogando contra toda essa torcida. Foi difícil. Sabemos que seria alto, com foi na semifinal. Mas focamos em nós mesmas do início até o fim", explicou Laura.
 
As alemãs abriram 6/1 no segundo set e deixaram a situação mais complicada para as anfitriãs. Ágatha diminuiu a diferença em 4/7, mas o vento ajudou a levar o saque de Bárbara para fora. Kira, brilhando no bloqueio, chegou a 4/9.
 
As brasileiras tentavam se animar em quadra: quando Bárbara atacou para 6/11, abraçaram-se fortemente. Em belo ataque na diagonal, a canhota fez 9/14. Laura salvou uma bola impressionante, mas o rali terminou melhor para as brasileiras: 12/15.
 
As alemãs continuavam eficientes no ataque e, para completar, Laura fez um ace (13/18). A medalha de ouro foi ficando mais longe paras as brasileiras. Kira fechou a rede e ganhou o match point. Era preciso salvar a bola sete vezes, mas o Brasil só conseguiu uma. Com saque para fora de Bárbara, as alemãs comemoraram: 14/21 e 2 sets a 0 no placar.
 
"A gente não conseguiu colocar em prática o que imaginávamos. Perdemos na bola mesmo. Estávamos aquecendo e não havia vento nenhum. Quando entramos em quadra, veio aquele vento. A gente tinha uma estratégia e ficou na dúvida. Vamos manter a estratégia ou vamos usar o vento? Elas conseguiram manter a virada delas, enquanto a gente não conseguiu manter a virada com o vento. Elas mereceram e estou super feliz por ter conquistado a prata", afirmou Ágatha.
 
"Eu estava presente quando o Julius (Brink) e o Jonas (Reckermann) ganharam o ouro em Londres 2012. Eu fiquei sem palavras e pensei: se eles podem fazer isso, eu também posso. De lá pra cá, lutamos por quatro anos. A conquista é muito grande... estou esquecendo as palavras. Estou cansada. Acho que preciso de champagne!", disse Laura, já com o ouro no peito.
 
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br
 
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