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Pesquisa mostra que 46% da população é sedentária

Uma pesquisa do Ministério do Esporte apresentada nesta quarta-feira na Casa Brasil apontou que 45,9% dos brasileiros são sedentários. O dado é o último levantado pelo Diagnóstico Nacional do Esporte, que tem o objetivo de ampliar e detalhar as informações sobre a cultura esportiva no país e de incluir o esporte no cotidiano dos brasileiros.
 
 
Entre os praticantes de esporte (54,1%), as mulheres têm leve vantagem: 50,4%. Foram considerados sedentários os entrevistados que declaram não ter feito nenhuma atividade física em 2013, no universo de 8.902 entrevistas domiciliares. Além do perfil dos praticantes de esportes, o diagnóstico investigou mais três grandes variáveis: a infraestrutura, o financiamento e a legislação.
 
"O Brasil estava desprovido de dados. Os países europeus fazem um trabalho há mais de 20 anos para saber exatamente qual é o perfil de praticantes e sedentários. Fizemos uma rede de seis universidades federais. O ponto de partida foi entender o grau de desenvolvimento do esporte no Brasil", explicou Cássia Damiani, à época diretora do Departamento de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Esporte. A parceria foi realizada com as universidades federais do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Goiás, do Amazonas, de Sergipe e da Bahia. A pesquisa foi coordenada pelo professor Ailton de Oliveira, da Universidade Federal de Sergipe.
 
"Nós detectamos que quanto menor a escolaridade, menor é a prática esportiva. Apresentamos também a questão do abandono. A entrada no mercado de trabalho ou na universidade está levando o jovem a abandonar a prática esportiva. Precisamos repensar também a política de trabalho. São informações que precisam ser debatidas", disse o pesquisador.
A estudante Ana Carolina Costa não pratica qualquer atividade física e aponta a falta de tempo como o principal obstáculo para deixar o sedentarismo: "Já tentei fazer Muai Thai, mas era mais por estética. O horário não bate. Tenho vontade de voltar, mas acho que 24 horas é pouco para um dia", contou.
 
Já o contador Rafael Simão, que joga futebol e faz musculação, listou benefícios da prática esportiva: "Além da saúde, sinto a disposição, a tranquilidade. Sem praticar me sinto cansado. Recomendo e vou continuar praticando", garantiu.
 
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Ministros do Brasil e da França preparam acordo de cooperação entre os dois países

Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, se encontra com Ministro do Esporte da França, Thierry Braillard. Foto: Ivo Lima/MEMinistro do Esporte, Leonardo Picciani, se encontra com Ministro do Esporte da França, Thierry Braillard. Foto: Ivo Lima/ME
Os ministros do Esporte do Brasil, Leonardo Picciani, e da França, Thierry Braillard, se encontraram nesta terça-feira (16.8) na Casa da França para preparar um acordo de cooperação esportiva entre os dois países.
 
O acordo de parceria e intercâmbio para atletas franceses e brasileiros deve ser discutido em um próximo encontro. Braillard e Picciani programaram nova reunião durante os Jogos Paralímpicos Rio 2016, com início em 7 de setembro.
 
Admirador da cultura francesa, Leonardo Picciani destacou que os dois países já mantém diversos acordos em outras áreas, de modo que uma parceria esportiva fortaleceria ainda mais o relacionamento França-Brasil.
 
"França e Brasil têm um largo histórico de interação em diversos setores: na economia, na área de ciência e tecnologia e no esporte. A França é um dos grandes atores esportivos dos Jogos Olímpicos, prestigiou a Rio 2016 fazendo um grande espaço que tem sido um sucesso entre os cariocas. Muito importante essa interação e o legado cultural", analisou o ministro brasileiro.
 
Os Jogos Olímpicos representaram outro tópico do encontro, já que Paris é candidata para  sediar as Olimpíadas de 2024. Thierry Braillard elogiou a organização que o Brasil fez para a Rio 2016. Na avaliação dele, num patamar acima da Eurocopa de futebol, realizada este ano na França. Braillard elogiou ainda a evolução esportiva brasileira, algo que reforça a ideia de firmar parceria entre os dois países.
 
Leonardo Picciani lembrou que desde a vitória do Rio de Janeiro, em 2009, o Brasil viveu situações econômicas e políticas distintas, mas salientou que o país virou essa página e o compromisso de entregar os jogos foi cumprido.
 
"O ministro francês teve a oportunidade de conhecer um pouco da experiência do Brasil na organização dos Jogos Olímpicos e pude passar a ele alguns dados. Por exemplo, que 60% do valor investido na realização da Rio 2016 veio da iniciativa privada e que conseguimos fazer os jogos mais baratos dos últimos tempos", enfatizou Picciani.
 
No encontro, ainda sobre os Jogos, o ministro Picciani apresentou informações sobre o legado do Rio 2016 para o Brasil. Ele reforçou que as arenas olímpicas formarão o topo da pirâmide da Rede Nacional de Treinamento, no intuito de oferecer lazer e inclusão social, além de reforçar o esporte de alto rendimento.
 
Por sua vez, Braillard levou Picciani para conhecer os projetos da candidatura de Paris à cidade-sede de 2024 em uma apresentação em realidade virtual, uma das atrações da Casa França. No local, o ministro brasileiro conheceu e parabenizou o judoca francês Teddy Riner pelo bicampeonato olímpico na categoria dos pesos pesados.
 
Holanda
 
Logo em seguida, na Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana, Leonardo Picciani se encontrou com a ministra do Esporte da Holanda, Edith Schippers, durante a semifinal vencida pelos brasileiros Alison e Bruno, por dois sets a um, contra os holandeses Brouwer e Meeuwsen.
 
Schippers também elogiou a organização dos Jogos Olímpicos e disse que "é um alívio pra um ministro do Esporte quando uma Olimpíada em casa dá certo". Ela destacou ainda projetos sociais-esportivos que visitou em comunidades do Rio de Janeiro.
 
Picciani aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância dos Jogos Paralímpicos como instrumento de inclusão e no sentido dos resultados dos atletas de alto rendimento. Ele consultou Edith Schippers ainda sobre o legado de grandes eventos, a preparação de atletas na Holanda e recebeu os parabéns pela vitória do Brasil no jogo de Vôlei de praia e a tão sonhada vaga na final olímpica.
 
Rodrigo Vasconcelos – brasil2016.gov.br

Contendo o choro para curtir um momento histórico, Thiago Braz recebe a medalha de ouro no Engenhão

Entre suas memórias mais especiais haverá sempre lugar na mente do paulista Thiago Braz para duas datas inesquecíveis e um lugar que o tempo não será capaz de apagar. A primeira é 15 de agosto de 2016, o dia em que, surpreendendo todos os prognósticos, Thiago se tornou, aos 22 anos, no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro (Engenhão), um campeão e recordista olímpico do salto com vara. A segunda data é a terça-feira, 16 de agosto, o dia em que ele voltou ao lugar que o consagrou para ser premiado com a medalha de ouro.
 
O campeão olímpico em dois momentos de descontração após a premiação.(Fotos: Getty Images)O campeão olímpico em dois momentos de descontração após a premiação.(Fotos: Getty Images)
 
Exatamente às 21h, os microfones do Engenhão anunciaram que teria início a cerimônia de premiação da prova do salto com vara masculina. Thiago e os outros dois medalhistas, o francês Renaud Lavillenie, dono de prata, e o norte-americano Sam Kendrics, bronze, saíram do túnel para ocupar seus lugares no pódio.
 
Vestido com o uniforme da delegação nacional, Thiago entrou sob aplausos. Kendrics foi chamado, ocupou seu lugar e foi premiado. Na vez de Lavillenie, uma vaia tomou conta do estádio. Imediatamente Thiago fez um gesto para que as vaias cessassem. E então, sob aplausos e gritos de apoio, ele ouviu seu nome ser anunciado. O paulista subiu ao pódio reverenciado. A medalha dourada lhe foi entregue e pouco depois o Hino Nacional encheu o Engenhão de emoção enquanto a bandeira do Brasil era hasteada no lugar mais alto.
 
Prestando continência, Thiago acompanhou tudo com serenidade impressionante. Ao seu lado, o francês estava aos prantos. “Tive um pouquinho de frio na barriga”, admitiu o paulista após a premiação. “Primeiro que eu já estava imaginando segurar a medalha, porque quando vi a imagem de como ela foi criada, até pensei: ‘Eu quero essa medalha’. Eu estava muito ansioso e estou feliz agora, mais calmo depois que a segurei. Poder participar com o público brasileiro e apreciar esse momento especial foi incrível”, declarou o campeão olímpico.
 
Sobre a medalha em si, ele fez o seguinte comentário: “É pesadinha. Eu achei que seria mais leve, mas não. E isso é legal também. O design... É tudo ótimo. Essa é a medalha perfeita. Não tem outra melhor”.
 
Thiago também falou sobre o pedido que fez para que o público encerrasse as vaias e revelou que, após a premiação, conversou com o lendário russo Sergey Bubka, medalha de ouro nas Olimpíadas de Seul 1988 no salto com vara, 11 vezes campeão mundial e até hoje dono das 13 melhores marcas da história na prova em competições abertas (outdoor), como os Jogos Olímpicos.
 
“Não queria que tivesse uma vaia. Eu estava conversando com o Sergey Bubka agora e falando da prova, de como foi. Ele comentou comigo: ‘Cara, se não fosse o Lavillenie, você não teria jamais saltado 6,03m naquele dia, porque na realidade vocês vinham numa guerra. Ele passava, você passava. Ou seja: um estava empurrando o outro”, revelou Thiago. “Então aquele gesto foi para ter respeito com ele. Ele é um ótimo saltador”, continuou. Por meio da conta no Twitter do Comitê Olímpico Internacional (COI), o presidente da entidade, Thomas Bach, criticou as vaias do público ao francês na cerimônia de premiação: “Foi uma atitude chocante da torcida vaiar Renaud Lavillenie na cerimônia de pódio. É algo inaceitável nos Jogos Olímpicos”, afirmou Bach.
 
Thiago, o francês Renaud Lavillenie e o norte-americano Sam Kendrics. (Fotos: Getty Images)Thiago, o francês Renaud Lavillenie e o norte-americano Sam Kendrics. (Fotos: Getty Images)
 
Thiago revelou também que, após a premiação, se encontrou com o francês e eles conversaram um pouco. O encontro terminou com um abraço. “Conversamos agora, eu, ele e o Sergey. Fazia quase um ano e meio que a gente não estava se falando, mas é que a gente também não estava pegando competições juntos e as competições sempre estavam ficando bem fortes e ele estava concentrado e eu também. Depois, ali, a gente deu um abraço um no outro e ficou tudo em paz”, assegurou.
 
Desde ontem, quando venceu a final olímpica, Thiago tem se mantido forte, no controle das emoções. Nesta noite, na premiação, as lágrimas mais uma vez não vieram. Não que ele não estivesse sendo atravessado por sentimentos fortíssimos. O motivo para conter o choro foi outro.
 
“Eu quis chorar”, admitiu. “Mas na realidade eu estava tão feliz que pensei assim: ‘Cara, se eu começar a chorar aqui vou perder o momento. Então eu queria observar o pessoal, ver tudo o que estava acontecendo e não prestar atenção no meu choro. Na realidade eu estava muito feliz”, encerrou o saltador, que disse também que ainda não se encontrou com a saltadora Fabiana Murer, que não teve a mesma sorte que ele e foi eliminada das Olimpíadas ainda na fase de classificação. “Eu na realidade não a vi. Não vi a prova e então não tenho nem como comentar”, finalizou.
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
 
Ascom Ministério do Esporte
 

Sinônimo de persistência, Robson Conceição se torna o primeiro campeão olímpico do boxe brasileiro

“Nunca desistir. O caminho é longo, mas a vitória é certa”. A frase que inspira Robson Conceição resume a extensa trilha que o baiano de 27 anos percorreu até a consagração nesta terça-feira (16.08). Foram três ciclos olímpicos, contando Pequim e Londres, para ele, enfim, se tornar um medalhista olímpico. O sonho se concretizou no Pavilhão 6 do Riocentro, quando o árbitro levantou o braço do brasileiro e decretou a vitória contra o francês Sofiane Oumiha por decisão unânime na final do peso-leve (até 60kg). 
 
Pódio da categoria até 60kg. O ouro inédito e histórico para o Brasil. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brPódio da categoria até 60kg. O ouro inédito e histórico para o Brasil. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Assim, o menino que chegou a vender picolé na praia e que continua com voz serena, tranquila e sotaque carregado de baianidade, ser o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro no boxe. O pódio inédito consolida a força da terra dos melhores pugilistas do país, conhecida como “Cuba brasileira”. 
 
“Hoje fiz história, mas é só um reflexo de anos de dedicação e luta. Estou muito feliz. Ainda estou sonhando e não quero acordar nunca”, afirma o campeão, morador agora ilustre do bairro de Boa Vista de São Caetano, em Salvador. O pódio de hoje é o quinto do Brasil na história do boxe olímpico. “Olhando para a minha infância humilde, chegar aqui é tudo. Ter a torcida cantando ‘é campeão’ e me empurrando para a vitória foi uma experiência incrível”, diz o pugilista.
 
A vitória de Robson por decisão unânime. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brA vitória de Robson por decisão unânime. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Ansiedade
 
A persistência é uma de suas características marcantes. Robson subiu ao ringue em Pequim, em 2008, e em Londres, em 2012. Em ambas, perdeu na luta de estreia. “Eu falo para os outros atletas nunca desistirem. Se fosse pela derrota, eu não estaria aqui. Quando comecei no boxe, fiz dez lutas e perdi todas. Pense no quanto apanhei. Mas, se tivesse desistido, hoje não seria campeão olímpico”, frisa. 
 
Desde quando venceu o seu grande adversário, o cubano Lazaro Alvarez, na semifinal dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Robson Conceição esperava ansiosamente pela final. Manteve os pés no chão e mostrou humildade nas declarações, mas não deixava de acreditar que o ouro poderia ser questão de tempo.
 
Em 2009, ele quase abandonou a modalidade. Na época, o baiano não quis morar em São Paulo para treinar com a seleção. Saiu da equipe principal e perdeu apoio financeiro. A Bolsa Atleta do Ministério do Esporte virou a única fonte de recursos.  
 
Já no ciclo para o Rio, o caminho até o ouro contou com o apoio financeiro do Bolsa Pódio do Ministério do Esporte – no valor de R$ 15 mil mensais –, além de estrutura montada pela confederação para a Seleção. Robson dedicou 100% de suas atenções ao esporte, com foco exclusivo em representar o país no Rio 2016.
 
Foram duas bases de treinos. Uma em São Paulo, com a seleção principal, e outra em Salvador, onde treina com Luiz Dórea – um dos principais treinadores do país, que carrega no currículo grandes nomes do esporte, como o do ex-pugilista Popó e do MMA.
 
Robson durante a luta final contra o francês Sofiane Oumiha. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brRobson durante a luta final contra o francês Sofiane Oumiha. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Final olímpica
 
A final da categoria até 60kg fechou a noite desta terça-feira no Pavilhão 6 do Riocentro. Foi o primeiro confronto entre os dois pugilistas. O francês vinha de vitória sobre o atleta da Mongólia Otgondalai Dorjnyambuu – segundo melhor do mundo. Na análise de Conceição, a receita foi buscar a vitória clara, sem contestações possíveis, sempre. “Nunca podemos depender dos jurados”, sentencia. 
 
Adversário da final, Sofiane Oumiha reconhece que Robson foi melhor e elogia a participação intensa da torcida brasileira. "Eu tentei dar o meu melhor, mas no fim ele foi o vencedor, mesmo. A prata sempre envolve um grau de desapontamento, mas logo depois percebi como era sortudo de estar onde estou e me sinto orgulhoso", destaca o francês. "Eu nunca havia tido a experiência de ter uma multidão contra mim, mas achei magnífico. O público brasileiro estava o tempo todo com Robson”, completa. 
 
A medalha olímpica soma-se a outras conquistas. Robson foi bronze no Mundial de Doha, em 2015; prata no Mundial de Almaty, em 2013; ouro no Continental Pan-Americano de Santiago, em 2013; prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011; e ouro no Pré-Olímpico da Guatemala, em 2008.
 
Caminho do ouro
 
O caminho até o ouro começou no dia 9 de agosto. O primeiro desafio foi contra o pugilista Anvar Yunusov, do Tajiquistão. O brasileiro venceu por nocaute técnico. Nas quartas de final, Conceição superou por decisão unânime dos árbitros a Hurshid Tojibaev, do Uzbequistão.
 
Passar pela semifinal era o maior desafio desde que ficou desenhado o sorteio da chave. Robson enfrentou um de seus maiores adversários na categoria até 60kg. Combate considerado como final antecipada, o brasileiro venceu o cubano Lazaro Alvarez, número 1 do mundo, tricampeão mundial e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, em decisão dividida.
 
“Estávamos empatados com uma vitória cada. Com o apoio da torcida, mandando eu ir para cima e mandando mensagens nas redes sociais, consegui vencer. Mostrei muita técnica, muita vontade de lutar e penso que impressionei a todos”, ressalta o brasileiro, logo após o combate contra Alvarez.
 
Os sonhos de Robson Conceição não terminaram após a medalha olímpica. Depois do Rio 2016, ele pretende lutar profissionalmente. O desejo é competir até os 35 anos e realizar outro feito: ser campeão do mundo.
 
Trilha olímpica
 
Ao longo do ciclo olímpico atual, nove pugilistas foram contemplados com a Bolsa Pódio, resultado de um investimento total de R$ 1,8 milhão. Além disso, a Bolsa Atleta somou mais de R$ 7,3 milhões entre 2012 e 2015, na concessão de 587 bolsas, nas categorias nacional, internacional e olímpica.
 
O Ministério do Esporte investe na modalidade por meio de convênios com a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe). O primeiro foi em 2010, no valor de R$ 111 mil, e permitiu a aquisição de três ringues, 15 sistemas eletrônicos de pontuação e material esportivo. 
 
“Gostaria de agradecer a todos que me apoiaram e me incentivaram. O trabalho realizado no boxe vem sendo feito há muitos anos. Para se ter resultado não adianta se dedicar em pouco tempo”, finaliza o campeão olímpico.
 
Breno Barros, brasil2016.gov.br
 

Nota de pesar pela morte de João Havelange

Lamento profundamente a morte de João Havelange, ex-atleta e dirigente esportivo. Ele estava com 100 anos de idade e não resistiu a complicações de uma pneumonia.
 
Havelange teve importância fundamental no trabalho de levar o futebol a todas as regiões do planeta, além de ter atuado firmemente no projeto vitorioso da candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.
 
Em nome do Ministério do Esporte, presto minhas sinceras condolências aos familiares e aos amigos de João Havelange.
 
Leonardo Picciani
Ministro do Esporte
 

“Eu vim para fazer história”, diz Isaquias Queiroz com primeira medalha da canoagem velocidade no peito

A felicidade por ter conquistado a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira nos Jogos Olímpicos é visível no sorriso de Isaquias Queiroz, prata na prova do C1 1.000m, no Estádio Olímpico da Lagoa, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (16.08). Mas ela contrasta com a pressa e a preocupação em deixar logo a zona mista para trás e não desagradar seu técnico, o espanhol Jesús Morlan. “Ele já deve estar louco me esperando para eu ir para a água”, diz o brasileiro, rindo, com a prata pendurada no pescoço.
 
Isaquias Queiroz sorri com a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira no peito. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias Queiroz sorri com a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira no peito. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O motivo é nobre. Isaquias tem mais dois compromissos nos Jogos Rio 2016. O brasileiro compete no C1 200m e no C2 1.000, ao lado de seu conterrâneo, o baiano Erlon de Souza. Não há tempo para comemorar agora, e sim focar em fazer o que ele se propôs a alcançar no Rio de Janeiro. “Eu vim para fazer história. E ela está sendo escrita com a primeira medalha do Brasil. Vim aqui para buscar três e acredito que a gente possa conseguir bons resultados nas próximas provas”, afirma Isaquias, apontando para o objeto de desejo de todos os atletas olímpicos.
 
Aos 22 anos, o baiano de Ubaitaba chegou aos Jogos Olímpicos com o status de bicampeão mundial e forte candidato a conquistar ao pódio na canoagem velocidade. O único porém é que sua especialidade, o C1 500m, não faz parte do programa olímpico. Na primeira oportunidade que teve, no entanto, o brasileiro pareceu não se importar. Com o tempo de 3m58s529, perdeu apenas para o alemão Sebastian Brendel, agora bicampeão olímpico com 3m56s926.
 
“A sensação é fantástica. A prova é muito cansativa. Tive que aprender a conciliar o C1 1.000m com o C1 200m e o barco de equipe junto com o Erlon. Tinha um pouco de medo por estar treinando várias provas ao longo do ano para chegar aqui e tentar conseguir três medalhas”, admite Isaquias, falando sobre a prova e elogiando seu adversário.
 
“Controlei bastante o ritmo. Cheguei a ficar em primeiro na metade da prova. Depois dosei a remada. Sabia que o alemão é muito bom. O cara é um fenômeno na água. É muito mais velho que eu e tem mais experiência. Só fiquei atrás de um cara que é bicampeão olímpico, não sei quantas vezes campeão mundial, então, estou satisfeito. Na próxima Olimpíada acho que vai ser muito mais pegado”, projeta o brasileiro, já pensando em Tóquio 2020.
 
Isaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
Depois de cruzar a linha de chegada, Isaquias e Sebastian Brendel trocaram algumas palavras ainda dentro da Lagoa. O campeão olímpico cumprimentou seu principal rival e elogiou o futuro do brasileiro. “Cumprimentei e disse que ele é muito bom, que sou fã. Ele também me deu os parabéns, disse que sou muito novo e tenho muito tempo”, revela o brasileiro.
 
“Tem coisa melhor por vir”
 
Se a prata já é histórica para a canoagem velocidade do Brasil, Isaquias Queiroz ainda não está satisfeito. O brasileiro sabe que tem condições de voltar ao pódio nos próximos dois compromissos que tem no Rio 2016, principalmente no C2 1.000m, com Erlon de Souza.
 
“A gente tá muito focado. Estamos remando muito no C2. Vai depender da gente. Também não adianta treinar muito e não fazer nada na Olimpíada. Mas tem coisa melhor por vir”, ressalta o baiano, falando também da outra prova, o C1 200m. “A medalha está entre 38 segundos. Já consegui fazer 38 baixo, mas vamos esperar a prova, por que treinamento é uma coisa e competição é outra. Vamos ver o que vai acontecer.”
 
No C2 1.000m, Isaquias terá a oportunidade de dar o troco no alemão Brendel, que o venceu na prova individual. Os dois vão remar na mesma bateria na sexta-feira (19.08). Antes, o baiano volta ao Estádio da Lagoa para a disputa das preliminares do C1 200m, nesta quarta (17.08).
 
Torcida e família presentes
 
Dona Dilma Queiroz comemora a prata do filho no Estádio da Lagoa. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brDona Dilma Queiroz comemora a prata do filho no Estádio da Lagoa. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brNas arquibancadas do Estádio da Lagoa, Isaquias encontrou apoio da torcida brasileira. O canoísta conta que ouviu os gritos vindos da arquibancada nos últimos 300 metros da competição. Além disso, ali estavam  algumas presenças especiais, principalmente a de dona Dilma, mãe do atleta, que assistiu a ele competindo pela primeira vez.
 
 “Ela mora na Bahia e tinha medo de vir de avião. Eu falei: ‘a senhora vai vir de avião’. Ela veio e acabou gostando. Estou muito feliz por ela ter prestigiado essa medalha. Dei um abraço e ela ficou muito emocionada. Me matei para deixá-la feliz pelo filho dela”, declara o canoísta.
 
“Ele estava confiante. Falou para mim: ‘mãe, a gente está aqui preparado para tudo’. Ele se preparou para ganhar. A cidade inteira parou para ver”, lembra dona Dilma Queiroz, que veio ao Rio acompanhada da tia, do irmão e do sobrinho do canoísta brasileiro.
 
Acidentes, Segundo Tempo e investimentos
 
A história de Isaquias Queiroz impressiona muito antes de ele começar a remar. A infância do baiano foi recheada de acidentes e histórias de superação. Aos três anos, a queda de uma panela de água fervendo queimou boa parte de seu corpo e o deixou no hospital por mais de um mês. Dois anos depois, o baiano chegou a ser sequestrado em sua cidade natal, mas foi encontrado antes de ser dado para a adoção. Por fim, perdeu um rim ao escalar e cair de uma árvore quando tentava ver mais de perto uma cobra morta presa a um galho.
 
Festa brasileira no Estádio da Lagoa: Isaquias agradeceu barulho da torcida nos metros finais da prova. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brFesta brasileira no Estádio da Lagoa: Isaquias agradeceu barulho da torcida nos metros finais da prova. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O brasileiro se diz satisfeito por ter superado tantos obstáculos e hoje competir em alto nível e ser medalhista olímpico, mas também minimizou as dificuldades que enfrentou para chegar aonde chegou. “É uma satisfação grande ganhar a medalha depois de passar por tanta coisa na minha vida e na minha carreira. Só tenho um rim e nunca usei isso para chamar a atenção. Para mim é uma coisa normal. No esporte todo mundo tem dificuldade e na vida também”, comenta Isaquias.
 
Outro momento marcante da vida de Isaquias Queiroz foi aos 11 anos, quando ele começou a praticar a canoagem velocidade por meio do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. “Essa medalha tem muito significado para mim por eu ter começado em um projeto social. O esporte pode mudar a vida de vários jovens. Espero que daqui para frente esse meu resultado e o de vários atletas possam abrir os olhos da sociedade”, destaca o canoísta, que também é beneficiado pelo programa Bolsa Pódio do governo federal.
 
Em 2010, o Ministério do Esporte celebrou convênio com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) no valor de R$ 2,1 milhões para estruturação de centros da modalidade no país. Já por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo, entre 2012 e 2015 o Ministério investiu R$ 5,4 milhões na concessão de 433 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica. Quatro atletas, entre eles Isaquias Queiroz, são patrocinados pela Bolsa Pódio, a mais alta do programa e criada após a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Rio 2016, num aporte de R$ 960 mil.
 
Vagner Vargas, Michelle Abílio e Rodrigo Vasconcelos – brasil2016.gov.br
 
 
 
 

Grego tem série "limpa" e deixa Zanetti com a prata nas argolas

Uma nota de partida idêntica: 6.800. Os elementos das séries também eram os mesmos, apenas posicionados em sequências diferentes. Era a execução que definiria quem levaria o ouro. Desta vez o maior prêmio das argolas foi para a Grécia, berço dos Jogos Olímpicos, pendurado no pescoço de Eleftherios Petrounias, o mesmo que iniciou a longa caminhada da chama olímpica no mês de abril, em Olímpia. Nesta segunda-feira (15.08), quase quatro meses depois, o ginasta concluiu sua missão, no Rio de Janeiro, dando trabalho e deixando a prata ao rival Arthur Zanetti.
 
Pódio das argolas, com o grego Petrounias, Zanetti e o russo Abliazin. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)Pódio das argolas, com o grego Petrounias, Zanetti e o russo Abliazin. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)
 
O brasileiro, contudo, se disse até mais contente com a segunda colocação na Arena Olímpica do Rio do que com o ouro de quatro anos atrás, em Londres. “Competir em casa e defender um título é muito mais difícil, então esse resultado com certeza tem um gostinho a mais”, avalia Zanetti. “Os atletas que conseguem manter o resultado são mitos mesmo. Ontem vi a prova do Usain Bolt e ele é tricampeão olímpico. Para esse cara a gente tem que tirar o chapéu. Trabalhei muito mais duro do que em 2012 e consegui a prata, então vi o quanto foi difícil estar aqui”, compara.
 
Para afastar qualquer cobrança pelo bicampeonato, Zanetti optou por uma estratégia diferente nos últimos dias. “Eu passava na rua e as pessoas falavam ‘traz o ouro’. Não é simples assim. Teve uma pressão a mais. Antes de chegar no Rio, eu me coloquei uma pressão também, mas aqui esqueci tudo, até redes sociais, para me concentrar nos meus treinos e na minha prova”, explica.
 
No início da tarde, os atletas foram apresentados para a final das argolas. O brasileiro seria o último a competir, posição que, assim como em Londres, foi possível ocupar após uma classificatória mais simples, que resultou na quinta colocação e o deixou no segundo bloco dos competidores. Depois de receber o aplauso do público, Zanetti saiu de cena. Foi para o ginásio de aquecimento e só retornou à arena mais perto da hora de subir nas argolas.
 
Mesmo ali dentro, enquanto as notas de sete rivais eram exibidas no telão central, o brasileiro preferiu se isolar. “Eu não olhei a série de ninguém. Quando voltei para o ginásio de competição, sentei na minha cadeira, com a cabeça para baixo, e fiquei pensando em coisas boas e na minha série”, conta. Segundo Zanetti, nem mesmo os 16.000 pontos somados pelo grego, atual campeão mundial, após uma apresentação impecável e com saída cravada do aparelho, ele presenciou.
 
Zanetti durante a prova no Rio. Pequenos erros de execução foram a diferença entre a prata e o ouro. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)Zanetti durante a prova no Rio. Pequenos erros de execução foram a diferença entre a prata e o ouro. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
A pontuação, no entanto, seria difícil de bater. Até hoje, o melhor resultado do atleta de São Caetano do Sul foi durante a Copa do Mundo de São Paulo, no ano passado, quando recebeu 16.050 nas argolas. Esse resultado o teria assegurado novamente no topo do pódio olímpico, mas algumas falhas de execução comprometeram a nota final, fechada em 15.766. No evento-teste para os Jogos, em abril, Petrounias também ficou à frente de Zanetti durante a classificatória, mas o brasileiro levou a melhor na final.
 
“O Petrounias foi melhor hoje. Ele está numa fase muito boa da vida dele como atleta e veio aqui para realmente disputar, assim como o chinês, mas que não cravou a saída e acabou ficando fora. Eu achava que os três disputariam os três primeiros lugares”, comenta o técnico Marcos Goto. Yang Liu (15.600) terminou em quarto, deixando o bronze para o russo Denis Abliazin (15.700).
 
Depois de receber um abraço de Zanetti, o grego comemorou a conquista, mas sem considerar a apresentação perfeita. “Não existe perfeição. Foi uma série muito boa, mas mesmo agora, alguns minutos depois, eu sei de algumas coisas que eu gostaria de mudar e fazer um pouco melhor”, argumenta. A pontuação, segundo ele, foi dentro do planejado para a final. “Eu sabia que com essa nota era possível ser campeão. Poucos atletas podem tirar isso, e esse era o objetivo”, explica o novo medalhista de ouro das argolas.
 
Ouro para a Holanda
 
Nem Zanetti nem Petrounias eram considerados tão favoritos ao ouro quanto a norte-americana Simone Biles, na disputa da final da trave, nesta segunda. A ginasta, que já faturou três ouros no Rio de Janeiro, no entanto, sofreu um desequilíbrio durante a apresentação e, por muito pouco, não caiu do aparelho. Assim, somou 14.733, bem abaixo das notas que costuma receber, e ficou com o bronze. “Não estou decepcionada com a medalha, mas sim com a série que eu fiz”, lamenta a estrela dos Estados Unidos.
 
O país viu outra atleta ter um rendimento melhor. Lauren Hernandez recebeu 15.333 e levou a prata. O título de campeã olímpica foi para a holandesa Sanne Wevers (15.466), vice-campeã mundial, com uma série elegante e limpa, capaz de desbancar as duas americanas.
 
Flávia Saraiva durante a série de trave. Quinta colocação e um futuro promissor para a atleta de 16 anos. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)Flávia Saraiva durante a série de trave. Quinta colocação e um futuro promissor para a atleta de 16 anos. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)
 
Já Flávia Saraiva não beliscou o pódio por pouco. Depois de dois desequilíbrios, a ginasta ficou com 14.533 pontos e o quinto lugar. “Acho que não era meu dia, mas eu me esforcei ao máximo e dei o meu melhor”, afirma. Mesmo assim, saiu satisfeita com o resultado para uma estreia. “Estou emocionada porque na minha primeira Olimpíada fui a quinta melhor do mundo. Não tem emoção maior do que isso. Ainda sou muito nova e vou treinar mais e mais para a próxima Olimpíada, para que dê tudo certo para mim”, avisa Flavinha.
 
Ana Cláudia Felizola, com colaboração de Rafael Brasil, brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Thiago Braz, o mais improvável dos heróis de ouro no Engenhão

Sonho? Ser atleta olímpico. Sonho melhor ainda? Disputar os Jogos Olímpicos em casa. Sonho ainda mais incrível? Vencer o atual campeão da prova e recordista mundial. E aquele momento que nem em sonho daria para imaginar? Fazer tudo isso e ainda bater o recorde olímpico. Foi exatamente o que se viu na noite desta segunda-feira (15.08). O herói tem 22 anos, nasceu em Marília (SP) e atende pelo nome de Thiago Braz. O mundo acompanhou tudo isso no Engenhão, nos Jogos Rio 2016.
 
Thiago Braz ao lado do placar com o novo recorde olímpico, que valeu ao atleta o ouro olímpico. (Foto: Getty Images)Thiago Braz ao lado do placar com o novo recorde olímpico, que valeu ao atleta o ouro olímpico. (Foto: Getty Images)
 
O novo recorde olímpico é de 6.03m e foi com essa marca que Thiago fez 200 milhões de pessoas se inflarem de orgulho. Ele se superou incrivelmente. Até esta noite, a melhor marca pessoal dele era um 5.93m em uma competição indoor, realizada em fevereiro de 2016, em Berlim. Ele simplesmente voou para subir essa marca em 10 centímetros, em pista aberta. Ele voou para história do Brasil e do mundo. Ele voou para tirar o sorriso do então campeão olímpico e ainda recordista mundial (6.16m), o francês Renaud Lavillenie e levar o Estádio Olímpico à loucura.
 
"Eu estou muito feliz. Eu e minha equipe trabalhamos muito duro por esse momento. Não para o ouro, mas para tentar uma medalha. Esse resultado é absolutamente incrível. É minha primeira vez acima de seis metros. A torcida estava torcendo muito. Eu tive de focar na minha técnica e esquecer as pessoas em volta para conseguir o melhor", afirmou Thiago. 
 
O final feliz, inesquecível e histórico veio em uma noite de chuvas e ventos, competidores encharcados, problemas com o sarrafo e muita tranquilidade e coragem.
 
Chovia forte no Estádio Olímpico quando a prova teve início, às 22h35. Três competidores fizeram o primeiro salto, todos falhos, e em menos de dez minutos a disputa parou em função do mau tempo. A prova voltou após uma hora e os três saltadores tiveram direito de repetir a primeira tentativa. O chinês Changrui Xue errou novamente na altura de 5.50m e ficou encharcado ao cair no colchão que amortece a descida dos atletas. O tcheco Michal Balner acertou, e comemorou igualmente molhado. Neste momento, os competidores já sabiam o que os esperava na aterrissagem.
 
"(A interrupção) me incomodou um pouco no início, mas tentei ficar tranquilo. O máximo que podia acontecer é eu ir mal, mas não quis pensar por esse lado. Se estava mal pra mim, estava para todos", contou o brasileiro.
 
Thiago Braz preferiu não saltar 5.50m e começou bem a competição ao passar 5.65m na primeira tentativa. Por "problemas técnicos", a prova foi interrompida por cerca de 15 minutos outra vez, até que finalmente conseguiram recolocar o sarrafo na altura de 5.65m. No retorno da competição, além de Thiago, outros cinco atletas seguiram na disputa para tentar a marca de 5.75m. Entre os que ficaram para trás, estava o canadense Shawnacy Barber, atual campeão mundial e que havia saltado 6.00m em 2016.
 
Renaud Lavillenie entrou na prova e não teve dificuldades para superar 5.75m. Outros dois atletas passaram de primeira, um ficou pra trás e Thiago Braz conseguiu na segunda tentativa. O norte-americano Sam Kendricks, após errar uma, decidiu tentar a altura seguinte. Neste momento, o brasileiro estava em quarto.
 
O recordista mundial, novamente, passou fácil 5.85m. Thiago também superou a altura de primeira, e assumiu a segunda colocação. O Engenhão gritou alto seu nome. Kendricks foi outro que obteve sucesso. Os dois que falharam na primeira oportunidade em 5.85m decidiram tentar direto a altura seguinte.
 
Lavillenie, sempre ele, brilhou mais uma vez em 5.93m. Thiago e Kendricks erraram na primeira. O tcheco Jan Kudlicka se despediu. Era a chance de Thiago igualar sua melhor marca, desta vez em pista aberta. Ele conseguiu e bateu seu próprio recorde sul-americano outdoor. Quando o polonês Piotr Lisek ficou para trás, Thiago já era pelo menos bronze. O Engenhão aplaudiu, sem nem imaginar o que viria na sequência.
 
O norte-americano Kendricks não foi capaz de passar 5.93m e ficou com o bronze. A medalha mudou de cor no peito de Thiago. Já era sensacional, ainda mais porque o ouro estava com o recordista mundial. Mas ele queria mais.
 
Agora eram apenas Thiago e o atual campeão da prova. Lavillenie passou 5.98m e desceu comemorando. O francês havia batido o recorde olímpico, que era dele mesmo, com a marca que venceu em Londres 2012 (5m97). Ele só não contava com a tranquilidade e a determinação de Thiago de voar ainda mais alto.
 
O brasileiro só tinha uma chance de quebrar todos os parâmetros de expectativa da noite: passar 6.03m, melhor do que o francês. Lavillenie errou a primeira, assim como Thiago. Na segunda, o europeu também errou. O Engenhão gritou: Eu acredito! E Thiago acreditou, entrando para a história. Recorde olímpico, o primeiro de um brasileiro após a façanha de Joaquim Cruz em 1984, nos 800m.
 
"Quando o Lavillenie passou 5.98m, eu escutei de Deus que eu passaria 6.03m. Falei com o meu treinador, a gente colocou o número do poste certinho. A gente pegou uma vara mais forte, que eu já tinha usado umas duas vezes. Na primeira tentativa, eu fui para testar. Na segunda, eu fui para completar, e deu certo", explicou Thiago.
 
Thiago Braz passa o sarrafo em 6.03m de altura para conquistar o inédito ouro olímpico do Brasil na modalidade. (Foto: Getty Images)Thiago Braz passa o sarrafo em 6.03m de altura para conquistar o inédito ouro olímpico do Brasil na modalidade. (Foto: Getty Images)
 
Mas ainda não era o fim. Lavillenie tinha sua última chance de tirar o ouro de Thiago. Era necessário ultrapassar 6.08m de primeira.  Quando se preparava para o salto, foi vaiado pelo público.
 
"Eu compreendo que os brasileiros torçam para o Thiago, mas o que não está certo é a falta de respeito em relação aos adversários. Isso não é fair play, não combina com Jogos Olímpicos. Em todos os campeonatos em que estive, mesmo quando tinha o atleta local, o público jamais vaiou. Você se prepara muito para os Jogos Olímpicos, por muitos anos e, ao final, o público estraga as  esperanças de muitos saltadores", criticou Lavillenie.
 
Não seria inédito para o francês os 6.08m, porque ele sabe o que é passar 6.16m. Mas não era a noite dele. Era a noite de um menino de 22 anos que foi abandonado pela mãe, criado pelos avós, que deixou o país há um ano e meio para treinar na Itália com o ucraniano Vitaly Petrov, mentor de duas lendas do esporte (o ucraniano Sergey Bubka e a russa Yelena Isinbayeva), um menino que é religioso, que é humilde.Era uma noite de sonhos.
 
"Eu queria achar aquela pessoa (um jornalista, em entrevista após a classificatória) que falou que foi um milagre na qualificação. Fala pra ele que foi um milagre hoje também: 6.03m é uma marca que eu já esperava há muito tempo, há três competições a gente estava tentando bater os seis metros, e hoje, numa Olimpíada, é muito mais forte, algo muito mais surpreendente do que eu esperava pra mim", resumiu.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Nota de pesar pela morte de treinador alemão de canoagem

Recebi com grande pesar a notícia da morte de um medalhista olímpico nesta segunda-feira. Stefan Henze foi campeão mundial em 2003 e, em 2004, nos Jogos de Atenas, conquistou a medalha de prata na categoria C2 da canoagem slalom. Henze participava dos Jogos Rio 2016 como técnico da equipe de canoagem slalom da Alemanha e faleceu por conta de ferimentos sofridos em um acidente de carro.
 
Neste momento de dor, quero me solidarizar com os familiares, amigos, admiradores e com a delegação alemã que está na cidade do Rio de Janeiro. Stefan Henze e seu espírito olímpico farão falta a todos.
 
Leonardo Picciani
Ministro do Esporte
 

O bronze herdado que coroa o pioneirismo de Poliana Okimoto

Um quarto lugar que já era histórico, virou pódio e deu a Poliana Okimoto a chance de se tornar a primeira mulher das modalidades aquáticas do Brasil com um pódio olímpico. O resultado veio na prova dos 10km da maratona aquática, disputada em circuito montado na Praia da Copacabana. A atleta brasileira herdou a medalha de bronze após a francesa Aurelie Muller, que seria a terceira colocada, ser desclassificada por "atropelar" a italiana Rochele Bruni (medalha de prata)  na hora de bater na parede que determina a chegada. O ouro ficou com a holandesa Sharon van Rouwendaal, que fechou a prova com 1h55m31s.
Pódio herdado valoriza pioneirismo de Okimoto na modalidade. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Pódio herdado corou pioneirismo de Okimoto. (Foto: Danilo Borges/ Brasil2016.gov.br)
 
O pioneirismo é a marca da atleta desde sempre. Ela foi a primeira nadadora brasileira no pódio de uma competição da Federação Internacional de Natação, no Mundial de Maratonas de 2006. Foi a primeira medalhista brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos (em Roma, 2009). Foi a primeira maratonista aquática brasileira medalhista em Jogos Pan-Americanos (Rio 2007) e agora acrescentou a expressão olímpica à sua lista de pódios. "É a concretização de um sonho antigo. Eu me sinto mesmo pioneira. Lá em 2006, quando conquistei a primeira medalha em mundiais, foi o início de uma era boa.
Eu me sinto muito realizada por conta da carreira que tive, muito bonita", afirmou Poliana, que já tinha saído feliz com a quarta posição.
 
“Eu saí satisfeita porque dei o meu máximo. Eu fiz a melhor prova da minha vida, leve, me divertindo, e tive a sensação de dever cumprido. São poucas as provas em que a gente sai sabendo que demos o nosso máximo, e quando veio o terceiro foi muito emocionante, comecei a chorar. Eu já tinha ouvido boatos de que talvez a francesa fosse desclassificada, mas não era oficial. Quando estava dando entrevista para uma TV fiquei sabendo do resultado oficial e não consegui segurar as lágrimas”, disse. 
 
Tente outra vez
 
Aos 33 anos, Poliana disputava a prova pela terceira vez. Em Londres-2012, precisou abandonar a prova após hipotermia. “Tudo é vivência e aprendizado. Nos Jogos Olímpicos de Londres eu sai chateada, eu entrei em depressão por vários meses, mas a gente tem que levar como lição, crescer e ser pessoas melhores e atletas melhores”, contou Poliana. Em Pequim, ela havia terminado em sétimo. "Aqui, tudo conspirou a favor. A água estava mais lisa, a temperatura estava mais amena, tudo nas condições perfeitas", afirmou.
 
Há 11 anos, Poliana trocou as piscinas por provas em águas abertas, mesmo sentindo medo do mar. Com o tempo, foi se adaptando às provas em mar aberto e em 2006 veio a primeira medalha, uma prata na Copa do Mundo. “A primeira vez que nadei em uma prova de mar aberto foi aqui em Copacabana. Um dia antes da prova meu técnico me colocou para treinar. Eu já sentia medo. Eu falava para o meu treinador que não gostava e não queria e ele me obrigou a competir. Nadei 50 metros e voltei chorando porque tinha medo. Mas no dia da prova eu senti a adrenalina da competição, encarei e ainda ganhei”, contou. 
 
Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Foi em 2006 que anunciaram que a maratona aquática entraria para os Jogos Olímpicos e este foi um dos incentivos para Poliana continuar. “A partir deste dia eu comecei a nadar todas as provas e a perder o medo. No meu primeiro mundial, em 2006, eu ganhei duas medalhas de prata”. Dez anos depois da primeira prata no mundial, Poliana retorna a Copacabana para a conquista da tão sonhada medalha de bronze.
 
“Acho que comecei a acreditar nesta medalha em 2013, quando fui campeã mundial na prova dos 10km. Em 2014 eu tive uma lesão e demorei a voltar. Em 2015, o meu objetivo era conseguir me classificar. Eu acho que construí esta medalha a cada dia e a cada treino. Este ano, cheguei a treinar 100km semanais por causa da Olimpíada. Eu mereci esta medalha, porque lutei muito para estar aqui”, disse. 
 
Ritmo certo
 
Poliana fez uma prova de controle. Sempre mantida no primeiro pelotão, ela entrou para o grupo de elite na terceira das quatro voltas, e se manteve entre as cinco primeiras até a linha de chegada. “A experiência conta muito na maratona aquática. Na última volta eu podia ter parado para me alimentar. Eu estava ali em segundo lugar, no pé da holandesa. A experiência ali contou de não ter parado. Fiquei cinco quilômetros sem me alimentar, foi difícil. No ritmo que a prova estava, era complicado. No final, cheguei a sentir a falta de energia e de hidratação, mas acho que foi uma atitude certa que tomei. Se eu tivesse parado, não teria encaixotado ali e talvez não teria conseguido esta medalha”, contou Poliana. 
 
A outra brasileira na disputa, Ana Marcela Cunha, teve problema em duas tentativas de conseguir pegar a alimentação ao longo da prova. Uma vez uma adversária esbarrou em seu braço. Na outra, deixou escapar o gel que repõe as energias perdidas. Assim, acabou fechando em décimo lugar, com 1h57min29.
 
"Fiquei triste. Dei tudo de mim, tudo o que podia, mas realmente não é um resultado digno de todos que me acompanharam nessa preparação", disse Ana Marcela, que vinha de resultados expressivos no circuito mundial e era uma das esperanças de medalha do país na prova. 
 
Michelle Abílio –brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

Esgrimista brasileiro recebe prêmio internacional por fair play

O  jovem esgrimista brasileiro Guilherme Murray, de 14 anos, recebeu neste domingo (14.08), na Casa Brasil, no Rio de Janeiro, o Diploma Mundial de Fair Play, na categoria juventude. A honraria foi concedida ao atleta pelo Comitê Internacional para o Fair Play, por conta de uma atitude tomada por Guilherme quando disputava o campeonato Panamericano da modalidade, em Aruba, no Caribe, em 2014.
 
Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, durante evento em que o atleta da esgrima Guilherme Murray foi homenageado por atitude de fair play. Foto: Ivo Lima/MEMinistro do Esporte, Leonardo Picciani, durante evento em que o atleta da esgrima Guilherme Murray foi homenageado por atitude de fair play. Foto: Ivo Lima/ME
 
Na época, Guilherme, com 12 anos, participava das oitavas de final de florete, quando recebeu um ponto por um toque que não tinha acontecido. Sabendo disso, ele alertou o árbitro de que não havia tocado o adversário com sua arma. A atitude fez o juiz rever a decisão, tirando o ponto indevido do brasileiro, que acabou perdendo a disputa.
 
Guilherme Murray recebeu o Diploma Mundial de Fair Play das mãos do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. "Eu pretendo levar esse prêmio pelo resto da vida, para que isso possa ser usado como exemplo no futuro, até por outros atletas que passem a incentivar o Fair Play, para que o Fair Play fique cada vez mais presente no esporte", disse o atleta.
 
De acordo com Leonardo Picciani, a honestidade demonstrada por Guilherme é um exemplo para todas as pessoas, sejam atletas ou não. "As pessoas devem seguir o exemplo de que a vitória deve vir pelo mérito, pelo esforço e dentro das regras. Acho que não poderia ter hora melhor do que nesse momento em que o Rio sedia os Jogos Olímpicos para celebrarmos esse exemplo", comentou o ministro.
 
A atitude tomada por Guilherme também foi comemorada pela familia. A mãe do jovem disse que a postura adotada por ele a fez se sentir realizada. "Eu fico orgulhosa, com aquele sentimento de que a gente passou o que deveria ter passado. Eu fico orgulhosa também porque acho que isso para o Guilherme vai ser algo que ele nunca vai esquecer, ele vai ter como exemplo pelo resto da vida", comemorou.
 
O presidente do Comitê Internacional para o Fair Play, Jeno Kamutti, que estava presente na cerimônia, enfatizou que não é preciso ter experiência para jogar limpo. "Ele é um atleta novo. É um exemplo para a própria geração e para as futuras. O Fair Play é algo que vem de dentro do atleta e ele já carrega isso desde cedo", comentou.
 
Ao fim da cerimônia, Guilherme Murray, que já foi campeão brasileiro e sul-americano infantil, garantiu que tem trabalhado duro e treinado bastante para um dia representar o Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos.
 
João Paulo Machado e Valéria Barbarotto, Brasil2016.gov.br
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