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Natação faz jus a título de carro-chefe e conquista mais duas pratas nas Paralimpíadas

Washington Alves/CPBWashington Alves/CPB
Nas redes sociais os brasileiros pedem: #PódioTodoDia. Dentro da piscina do Estádio Aquático do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, os atletas brasileiros cumpriram, pela segunda noite seguida, o desejo da torcida. Foram duas medalhas de prata na noite desta sexta-feira (09.09). A primeira foi com Phelipe Rodrigues. O nadador subiu ao pódio nos 50 metros livre S10. A segunda foi conquistada pelo quarteto formado por Clodoaldo, Daniel Dias, Joana Maria e Susana Ribeiro, na prova de revezamento 4x50m estilo livre misto.
 
A prova mista, que encerrou a segunda noite de natação, levantou a torcida. A equipe brasileira entrou na água com o incrível histórico de 30 medalhas Paralímpicas na soma de conquistas dos atletas. Dos medalhistas do revezamento, três recebem o apoio financeiro do Bolsa Pódio e um Bolsa Paralímpica do Ministério do Esporte.
 
"O meu caminho até aqui foi difícil. Passa um filme na cabeça da gente. Eu lembrei de tudo que aconteceu, toda a minha luta para estar aqui. Essa medalha tem um valor muito especial. A natação paralímpica é a minha vida. Quero agradecer muito a minha família, ao meu técnico Felipe, que me ensinou a nadar de novo e me ajudou a estar aqui. Essa medalha é para eles", dedicou Susana Ribeiro, de 48 anos, que sofre de múltipla falência dos sistemas. Uma doença rara que deteriora dois ou mais órgãos e afeta a mobilidade.
 
Gaúcha de Porto Alegre, Susana ficou emocionada ao recordar das superações que a impulsionaram até o pódio. "Tenho muita falta de coordenação motora. Então, tenho que pensar muito no que eu estou fazendo. Eu estava muito concentrada, não olhava para ninguém só para a piscina. Assim, o dia 9 de setembro de 2016 é o dia mais especial da minha vida", comemora.
 
A prova foi vencida pela China, com direito a quebra de recorde mundial, com o tempo de 2min18s03. O bronze foi para a Ucrânia, com 2min30s66.
 
Washington Alves/CPBWashington Alves/CPB
 
Phelipe
A segunda medalha de prata foi conquistada por Phelipe Rodrigues, na prova dos 50 metros livre S10, com o tempo de 23s56. Foi o quarto pódio Paralímpico na carreira do atleta, que recebe o patrocínio financeiro do Ministério do Esporte por meio da Bolsa Pódio.
 
"Eu esperava uma medalha de uma cor diferente, uma medalha de ouro. Eu queria fazer o melhor tempo da minha vida, mas foi uma sensação indescritível estar aqui representando o Brasil. Ganhar uma medalha na frente da nossa nação, do povo brasileiro, que é um povo que gosta de festa, é surreal. Acredito que ainda virão muitas coisas boas pela gente", disse.
 
No Rio 2016, Phelipe Rodrigues disputa mais três provas, entre elas a de 100m livre, sua especialidade. A medalha de ouro no 50m livre ficou com o atleta da Ucrânia Maksym Krypak, com o tempo de 23s33. O bronze foi para Denys Dubrov, 23s75.
Por três centésimo de segundos
 
Na final dos 50 metros livre, o Brasil quase teve dois atletas no pódio. André Brasil, que estreou no Rio 2016, ficou a três centésimos de segundo do pódio, ao cravar 23s78, que garantiu a quarta colocação. "Eu não sei o que aconteceu. A prova não encaixou. Essa é a melhor explicação. Tenho certeza de que poderia fazer muito melhor. Erros acontecem e não vou tirar os méritos dos adversários, do meu companheiro de trabalho, Philipe, que é meu amigo. Mérito daqueles que souberam aproveitar as oportunidades", avaliou.
 
O nadador é o atual recordista mundial nos 50, 100 e 800 metros estilo livre e nos 50 e 100 metros borboleta. O atleta conta com sete medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos.
 
Outros brasileiros
Oito brasileiros entraram na piscina do Parque Aquático na noite desta sexta (09). Talisson Glock foi primeiro a pular na água. O catarinense disputou a prova dos 50 metros borboletas S6, prova que não é a sua especialidade. Ele terminou na oitava colocação, com o tempo de 33s14. O pódio foi todo Chinês. Com o recorde paralímpico, 29s89, Qing Xu levou a medalha de ouro. A prata foi para Tao Zheng (29s93) e o bronze para Lichao Wang (30s95).
 
"Eu sabia que não tinha chance de medalha. A prova não é minha especialidade. Eu uso ela pensando nos 200m medley. Foi uma boa prova, pois nadei perto da minha marca pessoal. Não gostei do meu 100m costas de ontem e hoje consegui colocar a cabeça no lugar", analisou Talisson.
 
Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, o desempenho dos chineses nas Paralimpíadas é incrível. "A gente está sempre preparado para eles virem com surpresas. Eles usam como estratégia ficar quatro anos competindo praticamente dentro da China, pouco internacionalmente. Os nadadores disputam somente o necessário fora do país para conseguir a classificação para os Jogos. Eles têm 200 milhões de pessoas com deficiência e trabalham muito bem o esporte paralímpico", informou.
 
Na prova feminina de 100 metros livre S10, o Brasil foi representado por Mariana Ribeiro. A nadadora terminou na sétima colocação, com o tempo de 29s30.
 
Apoio
Desde 2010, o Ministério do Esporte celebrou 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões. Os convênios contemplam a preparação das seleções permanentes de várias modalidades, entre elas a natação. A preparação incluiu a realização de treinamento no Brasil e no exterior e a participação em competições internacionais.
 
A natação é a segunda modalidade que mais rendeu glórias ao Brasil ao longo das edições dos Jogos Paralímpicos. Ao todo, o país soma mais de 80 pódios. Na primeira edições dos Jogos, em Stoke Mandeville 1984, foram sete medalhas.
 
Breno Barros e João Paulo Machado - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte
Gustavo Cunha e Vagner Vargas - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

A ilimitada persistência de Verônica Hipólito se transforma em prata no Engenhão

 Marcio Rodrigues/MPIX/CPB Marcio Rodrigues/MPIX/CPB
A combinação entre AVC, tumor no cérebro, cirurgia complexa, remédios fortes, efeitos colaterais, vômitos diários, dores e lesão não parece rimar com performance, prata, pódio, bandeira brasileira e Estádio Olímpico. Mas Verônica Hipólito não costuma, mesmo, caber em rótulos fáceis. A brasileira de 20 anos, 1m58 e 48kg driblou uma lista de obstáculos complexa para chegar, na noite desta sexta-feira, ao segundo lugar mais alto do pódio em sua primeira participação paralímpica.
 
Verônica fechou os 100m da categoria T38 com o tempo de 12s88, pouco atrás da recordista mundial e paralímpica, a britânica Sophie Hahn, que cumpriu a distância em 12s62. O bronze ficou com outra britânica, Kadeena Kox, com 13s01.
"Teve muita gente que, de verdade, duvidou, mas muito mais gente que me apoiou e acreditou. O que valeu foram essas pessoas que falaram que dava. São as mesmas que, quando eu sair daqui, vão me dar um puxão de orelha e dizer que poderia ter sido melhor", afirmou a velocista, enrolada na bandeira brasileira após a conquista do pódio inédito para o atletismo paralímpico nacional na categoria T38.
 
"Se eu tiver de operar de novo, posso fazer porque sei que vou voltar. Se no período pré-cirurgia eu corria em 13s, no pós passei a correr em 12s. Se fizer mais uma cirurgia (bate na madeira), acho que vou correr em 11s", brincou Veronica.
 
Perfeccionista, a atleta paulistana fez uma rigorosa lista de "pecados" que teria cometido na final. "A gente estava emparelhada até os 30m, 40m de prova, mas a minha saída é muito melhor do que a que fiz. É bem melhor do que a da Sophie. Eu treino com homens para melhorar isso. Eu pequei. Acho que não soube a hora de continuar tracionando, fiquei nervosa, olhei para o lado. São coisas para corrigir. Mas se errando tanto fiquei com a prata, imagina quando acertar tudo", afirmou.
 
Ainda que tenha autocrítica afiada, Verônica não deixa de elogiar a adversária. Até porque é exatamente a qualidade de Sophie Hahn que faz com que ela tenha energia adicional para os treinos. "É isso que não te deixa se acomodar. Assim como eu sei que não deixo ela se acomodar também. Se eu não fosse ameaça, ela não teria feito forte a semifinal. Nós somos amigas fora da pista. Dentro também, mas fica aquela rivalidade Brasil x Inglaterra". Na semifinal, Verônica bateu o recorde paralímpico na primeira eliminatória, e Sophie quebrou a marca na parcial seguinte.
 
"Depois do tempo que fiz na semifinal de ontem, eu pensei como seria incrível repetir a performance na final, e não posso acreditar que isso aconteceu. Estou absolutamente extasiada. Nunca imaginei vir aqui e ganhar o ouro paralímpico. É demais", afirmou Hahn. 
 
A sequência de tempos das duas nos últimos tempos, aliás, é mais um motivo para Verônica ter razões para acreditar em sucesso no futuro. "A Sophie está há um ano correndo 12s62, 12s63. Eu estou há poucos meses do pós-cirurgia e reduzindo um décimo, dois décimos, quatro décimos. Vai ter uma hora que vou alcançar ela, e isso vai surpreender todo mundo. Eu vou dizer para vocês: 'Estão vendo como dava?'".
 
 Marcio Rodrigues/MPIX/CPB Marcio Rodrigues/MPIX/CPB
 
Fora das pistas
A saga de Verônica teve início no ano passado e foi narrada em detalhes pelo brasil2016.gov.br. Ela, que foi diagnosticada com um tumor no cérebro em 2008 e depois sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que afetou movimentos do lado direito do corpo, viveu um momento crítico às vésperas do Parapan de Toronto.
 
A velocista descobriu que tinha uma síndrome rara chamada Polipose Adenomatosa Familiar e que teria de passar por uma cirurgia para retirar o intestino grosso. Ela optou por adiar o procedimento e competir no Canadá. Trouxe de Toronto três ouros (nos 100m, 200m e 400m T38), uma prata (no salto em distância T20/37/38) e três recordes: dois Parapan-Americanos (100m e 200m) e um das Américas (400m).
 
Na volta, depois do procedimento, perdeu peso, não conseguia se recuperar, teve que voltar ao hospital várias vezes por conta da anemia e das dores. Adicionalmente, lidou com a possibilidade de ter que operar a cabeça, já que o tumor havia crescido. A outra opção era aumentar a dose dos medicamentos, caminho pelo qual optou.
 
A adaptação ao aumento de dose do remédio foi demorada, o que atrasou ainda mais o retorno às pistas e chegou a colocar a carreira em dúvida. "Fiquei com medo de não voltar. Sempre pensei que se você tem o problema, mas tem a solução, está tudo bem. Só que às vezes não é tão fácil. Estava com dor, vomitava quase todos os dias. Cheguei a pensar que seria melhor operar e não ir aos Jogos, mas meus pais, meu irmão, meu namorado e meus amigos entraram em cena. Foi um dos momentos mais críticos", conta Veronica, que ainda experimentou uma lesão muscular no retorno às pistas.
 
A insistência, contudo, valeu a pena. Em maio, restabelecida, ela teve a primeira experiência em um torneio oficial exatamente no palco dos Jogos Paralímpicos. O Open foi o último passo rumo à recuperação. Nos 100m, ela completou a prova em primeiro, em 13s27, até então uma das três melhores marcas do mundo na temporada. Nos 400m, venceu em 1min04s95.
 
Foi por isso que, quando perguntada sobre o que pensaria quando estivesse recebendo a medalha, logo uma resposta com foco no coletivo veio à mente da jovem velocista. "Quero que o pensamento seja de que a medalha não é só minha, não é só da Veronica. É de todo mundo que acreditou. Tinha muita gente gritando no estádio, gente que eu nem conhecia: 'Vai Magrela'. Eu quero que todos se sintam lá também. É a primeira medalha da categoria T38 no Brasil. E o primeiro passo de uma história que posso fazer", disse.
 
Gustavo Cunha e Vagner Vargas - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

Lúcia Teixeira repete a campanha de Londres 2012 e leva o judô brasileiro ao pódio no Rio

O judô brasileiro conquistou, nesta sexta-feira (9.9), na Arena Carioca 3, no Parque Olímpico da Barra, sua primeira medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A paulista Lucia Teixeira repetiu a campanha das Paralimpíadas de Londres 2012 e ficou com a medalha de prata na categoria -57kg. O ouro foi para a ucraniana Inna Cherniak e completaram o pódio, com as medalhas de bronze, a japonesa Junko Hirose e a sul-coreana Hana Seo.
 
O pódio da categoria -57kg: objetivo de Lucia, agora, é trabalhar nos próximos quatro anos para mudar a cor da medalha em Tóquio 2020.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)O pódio da categoria -57kg: objetivo de Lucia, agora, é trabalhar nos próximos quatro anos para mudar a cor da medalha em Tóquio 2020.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Três judocas brasileiros se apresentaram na Arena Carioca 3 nesta sexta e apesar do apoio da torcida, que pelo segundo dia seguido praticamente lotou o ginásio para torcer pelos atletas da casa, somente Lucia conseguiu triunfar.
Aos 21 anos, o potiguar Abner Oliveira foi o primeiro a se apresentar, ainda pela manhã, na categoria -73kg. Ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, ele enfrentou o venezuelano Mauricio Briceno e não teve sucesso, sendo superado por ippon.
 
O segundo brasileiro a lutar, pela categoria -81kg, foi veterano Harlley Arruda, 37 anos, atleta de São Paulo e bronze no Parapan de Toronto. Diante do argentino José Effron, – prata nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, prata no Parapan de Toronto e bronze no Mundial de 2010 –, Harlley teve o mesmo destino de Abner e sofreu um ippon. Tanto Harlley quanto Abner ainda tinham a chance de avançar à repescagem. Mas como seus algozes perderam as lutas seguintes e eles dependiam de vitórias do argentino e do venezuelano para manter vivas as chances de chegar ao bronze as Paralimpíadas Rio 2016 acabaram sendo breve para ambos.
 
Restava, então, uma única esperança para o Brasil seguir na briga pelo primeiro pódio do judô nas Paralimpíadas do Rio: Lucia Teixeira, 35 anos, medalha de prata em Londres 2012 e vice-campeã mundial em 2010.
 
Lucia pisou no tatame da Arena Carioca 3 pela manhã para uma estreia complicada na categoria -57kg contra uma rival acostumada a brilhar nos Jogos Paralímpicos: a chinesa Lijing Wang, ouro em Pequim 2008 e prata em Londres 2012 (pela categoria -52kg).
 
Muito aplaudida pela torcida, Lucia Teixeira adotou uma postura ofensiva desde o início, ao contrário da chinesa, que sofreu três advertências por falta de combatividade. Com isso, a brasileira conquistou a primeira vitória no Rio 2016 e avançou para a semifinal, já que a chave feminina começou nas quartas de final. Ali, Lucia já tinha assegurado o direito de, no mínimo, brigar pelo bronze. Mas esse não era o plano da paulista.
 
Lucia Teixeira vibra com a medalha de prata: torcida a amparou após o revés para a rival ucraniana.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Lucia Teixeira vibra com a medalha de prata: torcida a amparou após o revés para a rival ucraniana.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Na semifinal, ainda pela manhã e novamente impulsionada pelos gritos dos torcedores, Lucia enfrentou a japonesa Junko Hirose e a luta acabou com um ippon da brasileira, o que levou o público nas arquibancadas ao delírio. A judoca repetia, assim, sua caminha de quatro anos atrás e estava garantida na final das Paralimpíadas. Quando se classificou, ela já sabia que brigaria pelo ouro com a ucraniana Inna Cherniak, atual campeã mundial, que, na primeira semifinal havia derrotado a coreana Hana Seo.
 
Ao final do confronto contra Cherniak, Lucia, ainda emocionada com o carinho que recebeu dos torcedores, que ao fim da disputa pelo ouro ovacionaram a judoca, disse que essa atitude teve um significado tão forte que foi impossível se deixar abater pelo revés.
 
“Eu não tive tempo de ficar triste. Quando você perde uma disputa de ouro bate aquela depressão. Mas logo depois (da final) a torcida começou a gritar o meu nome e então não deu tempo. Eu tive um aconchego do povo brasileiro e então não deu para ficar triste”, agradeceu a paulista, que afirmou ainda que o carinho que recebeu foi tão forte que foi difícil até manter o foco quando entrava no tatame.
 
“Foi muito emoção. Tive que controlar tudo isso para entrar no dojô (com também é chamado o tatame), esquecer da torcida e concentrar no que eu estava fazendo. Mas o primordial foi quando eu saí da disputa do ouro e tive esse aconchego todo. Foi fantástico”, continuou.
 
Lucia Teixeira adiantou que prosseguirá no Rio por mais dez dias para acompanhar o restante dos Jogos Paralímpicos e depois irá tirar férias. Quando voltar, reinicia o ciclo visando as Paralimpíadas de Tóquio 2020. “Sigo para um ciclo. Essa era uma decisão que eu só iria tomar depois (do Rio 2016) e agora passou eu posso dizer que vou para mais um ciclo. Tenho quatro anos para tentar mudar a cor da medalha. De preferência para o ouro, né?”, disse às gargalhadas.
 
Lucia Teixeira e a ucraniana Inna Cherniak na final: oponente foi mais forte e conseguiu imobilizar a brasileira.(Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Lucia Teixeira e a ucraniana Inna Cherniak na final: oponente foi mais forte e conseguiu imobilizar a brasileira.(Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Escrita se mantém
 
Em Jogos Paralímpicos, o judô brasileiro é um esporte com tradição de pódios. Antes de Lucia disputar a final nesta sexta-feira, o país havia conquistado 18 medalhas: quatro de ouro, cinco de prata e nove de bronze. Mas em meio a tantos resultados de expressão algumas escritas esperavam para ser quebradas no Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu.
Apesar de todo a força que recebeu das arquibancadas, Lucia viu a ucraniana Inna Cherniak se impor deste o início. E com apenas 1min20s se combate, a rival imobilizou a paulista, selando a vitória por ippon.
 
Com a segunda prata de Lucia, o Brasil segue sem que nenhuma de suas judocas tenha conseguido chegar ao lugar mais alto do pódio no maior evento paralímpico do planeta. Na verdade, o país só produziu um campeão nos Jogos: o paulista Antônio Tenório, um fenômeno e ouro em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, além de ser medalhista de bronze Londres 2012. Aos 45 anos, Tenório luta neste sábado (10.9) no Rio 2016 para tentar ampliar sua coleção de conquistas.
 
Lucia por Lucia
 
Nascida em São Paulo em 17 de junho de 1981, Lucia da Silva Teixeira Araújo sofre de toxoplasmose congênita, uma infecção que se produz durante a gravidez causada pelo protosoário Toxoplasma gondii e que é passada da mãe ao feto. O parasita se alojou nos olhos de Lucia e resulta daí seu problema de visão (ela não é totalmente cega).
 
Aos 15 anos, influenciada pelos dois irmãos, que eram praticantes de judô, Lucia começou a treinar a modalidade. Mas apesar de apaixonada pelo esporte, a judoca interrompeu os treinos quando tinha 19 para 20 anos e foi levada a outros caminhos até que o judô novamente entrou em sua vida de uma forma inesperada. Essa é uma história que a própria Lucia contou ao brasil2016.gov.br durante os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015 e que pode ser conferida no vídeo abaixo:
 
Entenda o judô paralímpico
 
A modalidade, única arte marcial no programa dos Jogos Paralímpicos, é disputada por atletas com deficiência visual divididos em categorias de acordo com o peso corporal. Existem três divisões de classes: B1, para cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância; B2, para atletas com percepção de vultos; e B3, para aqueles que conseguem definir imagens.
 
Com até cinco minutos de duração, as lutas acontecem sob as mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô, entretanto com pequenas modificações em relação ao judô convencional. A principal delas é que o atleta inicia a luta já em contato com o quimono do oponente e a disputa é interrompida quando os lutadores perdem esse contato. Não há punições para quem sai da área de combate. No Brasil a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom -Ministério do Esporte

Tecnologia e talentos nacionais são armas da seleção brasileira de goalball na busca pelo ouro

Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
Duas traves. O objetivo é fazer gol. Variações táticas. Estudo minucioso dos adversários. O Brasil é uma referência neste esporte. Para quem não conhece, pode parecer que o goalball se restringe à troca de arremessos entre os três jogadores de cada time. No entanto, cada vez que a bola azul vai de um lado para o outro, não é apenas o guizo dentro dela que marca a trajetória para os atletas, deficientes visuais. A cada jogada, há uma pessoa que está captando todos os movimentos em quadra.
 
O analista de desempenho da seleção brasileira masculina, Altemir Trapp, coleta e processa as informações para que a comissão técnica melhore cada vez mais o rendimento da equipe, campeã mundial em 2014 e que busca o inédito ouro paralímpico em casa. "Meu trabalho durante os jogos é realizar o levantamento de informações quantitativas da nossa equipe, dentro dos critérios de rendimento, que são bolas no alvo, bolas para fora e bolas no centro, para identificar como está o poderio ofensivo e o comportamento defensivo do time", explica Trapp, sentado na arquibancada da Arena do Futuro, enquanto trabalha no confronto entre Finlândia e Lituânia pela primeira rodada do Grupo B. Além dos jogos da seleção brasileira, ele acompanha todos os duelos dos outros times.
 
"Eles são nossos possíveis adversários em uma fase decisiva. Então vale a pena fazer esse levantamento de falhas, de pontos a serem explorados e o que devemos ter cuidado quando nos confrontarmos com eles", disse o analista, projetando um duelo em jogos eliminatórios, já que o Brasil está no Grupo A e pode cruzar com os europeus nas próximas fases.
 
Os finlandeses foram os adversários dos brasileiros nas decisões das Paralimpíadas de Londres, quando os europeus venceram, e do último Mundial, quando a seleção verde e amarelo deu o troco. Mas, quem está em ascensão são os lituanos, que ganharam por 13 x 6, com destaque para Genrik Pavliukianec, considerado um dos melhores jogadores do mundo ao lado do brasileiro Leomon Moreno. Eles, inclusive, serão companheiros de time, o Sporting de Portugal.
 
Com uma câmera fixa no guarda-corpo e um tablet nas mãos, Trapp vai marcando cada arremesso dos europeus. A ideia é captar a direção dos tiros, o local em que a bola atinge a área adversária. Para isso, o gol, que é da largura da linha de fundo, é dividido, imaginariamente, em seis partes. São dois programas, em plataforma iOS, utilizados pelo brasileiro. Um deles, criado pelo analista, que o batizou com o nome da esposa: Ana Carolina Duarte, atleta da seleção feminina de goalball.
 
"Nós utilizamos dois softwares. Um para identificar a origem e o alvo do arremesso, que é uma adaptação de um programa usado no vôlei (Vôlei Data) e criamos um programa para fazer análise técnica dos nossos atletas. Utilizamos essas duas ferramentas e as imagens dos jogos, onde posteriormente vamos apresentar como foi a nossa atuação e o que precisamos corrigir", detalha Trapp, mestrando em engenharia de sistemas.
 
Ferramentas desenvolvidas com a criatividade nacional e que fizeram a equipe subir de produção. No entanto, a análise de desempenho não é uma arma exclusiva do Brasil. Na Arena do Futuro há uma área reservada na arquibancada para estes profissionais. "Hoje as grandes equipes trabalham com a análise de desempenho nas modalidades coletivas. E isso faltava para nós. A partir do momento que trouxemos o Altermir, passamos a ter informações de todas as equipes e passamos isso para os atletas. Aos poucos fomos fazendo alguns ajustes, porque nos treinos a gente entendia que tinha que tirar um item, acrescentar outro e chegamos ao modelo atual", comenta o técnico Alessandro Tosim.
 
Gabriel Fialho/Brasil2016.gov.brGabriel Fialho/Brasil2016.gov.br
 
Tempo real
As partidas de goalball são disputadas em dois tempos de 12 minutos com três de intervalo, podendo haver pedidos para pausas técnicas. São nestas paradas que o treinador, já com as informações fornecidas em tempo real por Trapp, tem condições de orientar o time e, se necessário, mudar de estratégia.
 
"Nós passamos de maneira objetiva e pontual esses dados. Durante os jogos, o assistente técnico Rafael Loschi fica posicionado no banco de reservas. Utilizando uma plataforma de transferência de arquivos, passamos todas as informações e ele encaminha para o Alessandro, que nos tempos técnicos repassa aos atletas. Nos treinamentos, também fazemos esta análise e apresentamos para os jogadores o desempenho individual e coletivo", conta Trapp.
 
Na estreia contra a Suécia, a seleção brasileira chegou a abrir 7 x 2 no placar, mas teve uma queda de rendimento, cometeu algumas penalidades e viu os europeus anotarem três gols seguidos. Sabendo a origem e o alvo dos arremessos, o treinador identificou os locais a serem explorados. "Alguns pontos são importantes para nós. O primeiro é a quantidade de bolas no alvo, a partir da numeração que a gente coloca na quadra. Teve um momento que tivemos uma queda muito grande neste quesito e ficamos com 50% de bola no alvo", exemplificou Tosim, que após os tentos suecos colocou Leomon em quadra novamente. O Brasil fez dois gols e venceu por 9 x 6.
 
Outra ação importante na dinâmica da partida é a defesa com domínio, ou seja, sem rebater a bola. Desta forma, a equipe, que tem dez segundo para realizar o arremesso sem sofrer um pênalti, tem mais tempo para trabalhar a bola. "A gente também analisa este aspecto na equipe adversária, para saber qual jogada irão fazer quando realizarem uma defesa com domínio", completa o técnico.
 
 
Preleção
Na véspera dos confrontos, a comissão técnica faz uma reunião com o grupo para analisar os adversários e motivar o time. São transmitidos vídeos aos atletas, pelo método de audiodescrição, com o resumo dos pontos fortes e fracos dos oponentes. A análise envolve a participação dos próprios jogadores, que mentalizam e "constroem" o jogo com as estratégias a serem aplicadas em quadra.
 
"O treinador observou quais jogadores seriam titulares na Suécia. E aconteceu como ele falou, que o ala direito ia bater sempre na posição 4 e 5, entre o nossos pivô e o ala esquerdo, sempre com uma bola pesada. Também disse que o pivô deles tem uma variação de bola e o ala esquerdo sempre bate no contra pé. No segundo tempo eles fizeram uma substituição e a orientação foi manter a defesa e buscar o cara que tinha entrado frio. Obedecemos taticamente as orientações e chegamos à vitória", analisa José Roberto Oliveira, pivô da seleção. Subsídios, que aliados a união do grupo e habilidade dos atletas colocam o Brasil como um dos favoritos ao topo do pódio.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

A volta mais rápida do mundo de Daniel Martins no Engenhão

Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
O refrão da trilha sonora citada por Daniel Martins como perfeita para emoldurar os 47s22 que separaram a largada dele do ouro paralímpico tem um quê de redenção, persistência, insistência. "É uma música do Projota chamada Muleque de Vila, que me pediam para ouvir e passei a me identificar muito", disse, pouco depois de proporcionar o momento mais sonoro do Engenhão na manhã desta sexta (09.09), com vitória e recorde mundial nos 400m da Classe T20.
 
Por "não ter medo do pior", o jovem de 20 anos e 1,77m adotou ao pé da letra a tática da comissão técnica, ainda que ela tivesse um potencial "suicida". "Fiz o que o treinador pediu. Os primeiros 300 metros muito fortes e os últimos, na base do 'Seja o que Deus quiser'".
 
Como não há fita métrica para vontade divina, o que se destacou desde o início foi a força das passadas do velocista nos três primeiros quartos da volta na pista do Estádio Olímpico. O ritmo significou, de fato, uma vantagem confortável. E Daniel soube dosar o fim de prova para cruzar a linha de chegada num tempo bem abaixo dos 47s78 que ele mesmo havia cravado para vencer o Mundial de Doha, no Qatar, em 2015, até então a melhor marca do mundo. A prata ficou com o venezuelano Luis Arturo Paiva (47s83) e o bronze com Gracelino Barbosa, de Cabo Verde (48s55).
 
"Foi nessa garra mesmo. A torcida não pesou, só incentivou, e foi a primeira vez que alcancei essa marca. Nos treinos, já tinha feito no máximo 47s49, 47s48", celebrou o atleta natural de Marília (SP), que tinha como mantra nas declarações após a vitória o desejo de descanso, condizente com quem "prosperou com suor do próprio trabalho e lutou sem buscar atalho", como indica a música que ele escolheu para embalar a conquista.
 
"É um sonho realizado. Agora é descansar e torcer para os amigos. Meu sonho era ser campeão mundial. Agora realizei outro e vou aproveitar. O próximo sonho é descansar", disse, em momentos distintos da conversa com jornalistas. Por descanso, Daniel entende a possibilidade de festejar com colegas da Vila dos Atletas, comer uns bolinhos de chocolate proibidos na temporada regular, dormir mais e visitar o sítio de um amigo nos arredores de Marília. "Gosto de andar a cavalo. Não sou cavaleiro, mas dá para tocar uns boizinhos", brincou.
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
No coração
A trilha que levou Daniel ao atletismo teve flertes anteriores com futebol e capoeira. "Não consigo explicar bem esse início, mas o atletismo está no meu coração faz tempo", disse. São três anos de dedicação mais intensa. A opção pelos 400m, uma das mais duras provas do atletismo, por conjugar velocidade numa distância que já é quase de fundistas, veio naturalmente, de acordo com Daniel. "Foi meio por acaso. Eu fazia provas de fundo. Um dia tentei arriscar nos 400m e deu certo. Fiquei até hoje", concluiu o campeão da classe voltada para atletas com deficiência intelectual. O ouro de Daniel foi o terceiro da delegação nacional nos Jogos Paralímpicos do Rio. Os outros dois haviam sido conquistados por Ricardo de Oliveira, no salto em distância T11, e por Daniel Dias, na natação S5.
 
Trio de recordes
Nos 100m T53, para cadeirantes, Ariosvaldo Fernandes da silva, o Parré, venceu a primeira bateria da semifinal e avançou para a decisão com 14s69, o terceiro melhor tempo. A marca do brasileiro chegou a ser o novo recorde paralímpico que, no entanto, durou pouco. O tailandês Pongsakorn Paeyo, com 14s56, e o canadense Brent Lakatos, em 14s43, bateram o tempo de Parré na segunda e terceira baterias, respectivamente.
 
"Esse é o nível que vai ser a final, muito elevado. Vamos só concentrar para tentar estar entre os três. A gente está no caminho, já subimos um degrau nesse projeto, agora vamos dar o melhor para fazer um bom resultado"Ariosvaldo Fernandes
"Esse é o nível que vai ser a final, muito elevado. Vamos só concentrar para tentar estar entre os três. A gente está no caminho, já subimos um degrau nesse projeto, agora vamos dar o melhor para fazer um bom resultado", disse o paraibano. A disputa pelo pódio ocorre a partir das 19h22.
 
Quase lá
Estreante em paralimpíadas, Kesley Teodoro, de 23 anos, ficou com a quarta posição nos 100m T13. Bicampeão paralímpico e recordista mundial, o irlandês Jason Smyth venceu a prova, seguido por Johannes Nambala, da Namíbia, e pelo australiano Chad Perris. Para o brasileiro, a atuação é apenas o início de uma carreira promissora. "Tenho certeza de que ainda vou dar muito prazer para esta nação. Não vou ser só coadjuvante. Eles já olharam para a minha cara e me marcaram. A emoção pesa na balança, mas acredito que na próxima vou estar muito melhor psicologicamente", opinou.
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Terezinha Guilhermina, com o terceiro melhor tempo, e Jerusa Geber, com o quarto, garantiram vaga na final dos 100m T11. A decisão, nesta sexta a partir das 18h52, terá as duas brasileiras enfrentando duas chinesas, Cuiqing Liu e Guohua Zhou, na briga pelo pódio. Lorena Spoladore, com o quinto tempo, ficou de fora.
 
Já na classe T12, Alice de Oliveira conseguiu a quarta e última vaga para a decisão. Empolgada, a carioca projeta a disputa pelo pódio. "É um sonho estar entre as quatro melhores do mundo. Elas vão ter que correr muito para tirar essa medalha de mim", apostou. A final será às 18h58. Outro atleta nacional que carimbou vaga para a disputa por medalhas foi Fábio da Silva, nos 100m T35. Com 12s78, o segundo melhor tempo da semifinal, o carioca garantiu presença na decisão, logo mais, às 17h30. "Tenho boas expectativas. Vi que na outra bateria o atleta ucraniano conseguiu bater o recorde mundial, mas o atletismo é na pista e depende do momento. Vou fazer de tudo para batê-lo e trazer um ouro", disse.
 
Na final dos 100m T36, para atletas com paralisia cerebral, Tascitha Oliveira chegou a liderar grande parte da prova, mas acabou ficando sem medalha, com o sexto lugar. Yanina Andrea Martinez, da Argentina, Claudia Nicoleitzik, da Alemanha, e Liliana Hernandez, da Colômbia, nesta ordem, formaram o pódio da prova.
 
Dardo e peso
No lançamento de dardo F54, disputado por atletas em cadeiras de rodas, o mineiro José Rodrigues, de 45 anos, terminou a prova na quarta posição. Campeão mundial, o grego Manolis Stefanoudakis ficou com o ouro, seguido pelo mexicano Luis Alberto Zepeda, prata, e o bielorusso Aliaksander Tryputs, com o bronze.
 
No arremesso de peso F41, para esportistas com nanismo, Kelly Cristina Peixoto terminou na quinta colocação. O pódio contou com dobradinha tunisiana: Raoua Tlili e Samar Ben Koelleb ficaram com a primeira e segunda posições. A australiana Claire Keffer levou o bronze.
 
Pedro Ramos e Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

De virada, Brasil vence Marrocos na busca pelo tetra no futebol de 5

André Motta/brasi2016.gov.brAndré Motta/brasi2016.gov.br
A Seleção Brasileira de futebol de 5 entrou em campo, nesta sexta-feira (09.09), no primeiro desafio em busca da quarta medalha de ouro paralímpica. De cara, os jogadores da equipe verde e amarela sentiram que não será fácil manter a hegemonia conquistada em três edições de Jogos Paralímpicos. No campo montado na quadra 1 do Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra, o Brasil superou o bloqueio defensivo de Marrocos e venceu a partida por 3 a 1, de virada, com gols de Ricardinho, Jefinho e Nonato.
 
“Nós começamos tocando bem a bola. Como a gente saiu perdendo, tivemos que acelerar o jogo e procurar as jogadas individuais. O nosso grupo mostrou mais uma vez que está preparado para as adversidades do futebol. Não tem jogo fácil. Nem sempre a gente começa ganhando. Foi um jogo difícil. O Luan pegou bolas complicadas e ajudou a segurar o placar. Entretanto, no segundo tempo o nosso futebol sobressaiu e encaixamos os gols”, analisou Ricardinho, camisa 10 do Brasil e autor do gol de empate.
 
A equipe tricampeã de futebol para cegos mostrou um jogo ofensivo, com os africanos fechados na defesa. A seleção manteve a posse de bola a maior parte do tempo. Para o técnico da Seleção Brasileira, Fábio Vasconcelos, a estreia mostrou que o torneio paralímpico será difícil.
 
“Sabemos que nas Paralimpíadas não têm jogo fácil. Teoricamente, o Marrocos é a seleção que tem menos experiência no grupo, mas mostrou que é uma equipe perigosa, fez um gol e dificultou a nossa vida. O bom é que fica de lição que brigamos o tempo todo pela vitória”, afirma.  
 
André Motta/brasil2016.gov.brAndré Motta/brasil2016.gov.br
 
O Jogo
Nas arquibancadas silêncio. No campo o barulho do guizo da bola e as orientações dos técnicos, guias e goleiros. No país do futebol, acompanhar a partida de futebol de 5 é uma experiência única. Gritos? Só quando a bola para e nos gols. Os torcedores viram muitos dribles, passes, roubadas de bolas, belas jogadas e gols.
 
A seleção brasileira entrou em campo com Luan, Cassio, Definho, Nonato e Ricardinho — eleito duas vezes o melhor jogador do mundo (2006 e 2014).   
 
Aos 13 minutos, o Marrocos abriu o placar com Abderrazak Hattab. Atrás no marcador, o Brasil, com time ofensivo com três atacantes, pressionou os africanos. A equipe nacional chegou a perder três pênaltis antes de empatar a partida.
 
O gol brasileiro saiu somente no segundo tempo. Ricardinho foi o primeiro a balançar a rede. Cinco minutos depois, Jefinho virou o placar para o Brasil. O último gol veio dos pés de Nonato.
 
“A torcida nos ajudou muito. Foi o diferencial para termos força de reverter o placar. Demos um bom passo para o começo dessa história que espero que termine com a medalha de ouro”, disse o capitão Ricardinho.
Na primeira fase, a seleção enfrenta a Turquia, no dia 11, e o Irã, no dia 13 de setembro. Desde a estreia do futebol de 5 nos Jogos Paralímpicos, em Atenas 204, todas as edições foram vencidas pelo Brasil. Depois da conquista do tricampeonato consecutivo em Londres, a equipe recebeu o prêmio do Paralympic Sport Awards, do Comitê Paralímpico Internacional.
 
Desde 2010, o Ministério do Esporte celebrou 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões. Os convênios contemplam a preparação das seleções permanentes de várias modalidades, entre elas, a de futebol de 5. A preparação incluiu a realização de treinamento no Brasil e no exterior e a participação em competições internacionais.
 
Sobre o futebol de 5
O goleiro é o único que tem visão total. Os jogadores usam uma venda nos olhos. O chamador, como é conhecido o guia, fica atrás do gol orientando os jogadores. O técnico e o goleiro também auxilia os jogadores. O jogo tem 25 minutos e intervalo de 10 minutos.
 
Breno Barros
Ascom - Ministério do Esporte

Projeto de ciclismo assistido da UnB vai representar o Brasil nas Olimpíadas Biônicas

DivulgaçãoDivulgação
No palco do Rio Media Center, nesta quinta-feira (08/09), o atleta paraplégico Estevão Carvalho pedalou um triciclo com suas próprias pernas, sem uso de motores de qualquer tipo. E Estevão não é capaz de dar apenas algumas pedaladas. Em outubro, ele irá competir no ciclismo nas "Olimpíadas Biônicas", a Cybathlon, na Suíça, como único representante da América Latina. O feito é uma conquista do Projeto EMA - Empoderando Mobilidade e Autonomia - dos departamentos de Engenharia Elétrica e Fisioterapia da Universidade de Brasília (UnB).
 
O Projeto EMA, cujo foco principal é o uso de estimulação elétrica funcional, faz parte do Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inovação da UnB (NTAAI), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Atualmente, alguns participantes contam com bolsa da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). "O melhor de participar deste projeto é saber que a tecnologia conquistada não vai ficar limitada a atletas de alto rendimento, mas poderá ser experimentada por outros usuários. Além disso, tem o fator psicológico: é um estímulo elétrico, mas quem está fazendo o movimento sou eu. Isso é sensacional", contou Estevão.
 
O trabalho teve início com o desenvolvimento de uma tecnologia de estimulação elétrica para contrair os músculos de pessoas com lesão medular. Em parceria com um fabricante do Rio de Janeiro, um triciclo comum foi adaptado, dando origem ao EMA Trike. O equipamento funciona com a aplicação de pulsos elétricos de baixa energia em terminações nervosas usando eletrodos de superfície. Esses impulsos possibilitam movimentos coordenados pelas pernas, necessários para as pedaladas por pessoas paraplégicas.
 
O coordenador do projeto, o professor Antônio Padilha, detalhou durante a coletiva que o projeto pretende expandir a aplicação da tecnologia assistiva a outros esportes, como o remo. Outra vertente futura do projeto é auxiliar em movimentos específicos do cotidiano de pessoas com paraplegia, como transferir-se de uma cadeira, por exemplo.
 
O projeto tem parceria com a Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE). É de lá que veio o atleta escolhido para pilotar o equipamento no Cybathlon. Outros atletas com paraplegia também foram selecionados para participar de um protocolo de exercícios mais longo, com o objetivo de levantar evidências científicas dos benefícios do exercício com estimulação elétrica.
 
O Cybathlon
O Cybathlon é uma competição com seis categorias em que os participantes devem correr contra o tempo para realizar tarefas cotidianas auxiliadas por diferentes tecnologias. A ideia é justamente mostrar o estado da arte da tecnologia assistiva. Após um processo rigoroso para comprovar a maturidade da tecnologia, o Projeto EMA foi a única equipe da América Latina selecionada para a disputa.
 
Ascom - Ministério do Esporte

Verônica Hipólito faz melhor marca da vida e avisa campeã mundial: "Vai ter que correr muito"

André Motta/brasil2016.gov.brAndré Motta/brasil2016.gov.br
Verônica Hipólito correu os 100m da classe T38 em 12s84, o melhor tempo de sua carreira e o novo recorde paralímpico, estabelecido nesta quinta-feira (08.09), no Engenhão. Mas nem comemorou. Ficou entre o túnel de saída da pista e a zona mista, de olho na bateria seguinte, que definiria as outras finalistas. O motivo atendia pelo nome de Sophie Hahn. A britânica atual campeã e recordista mundial seria a próxima a correr e a brasileira sabia que sua marca recém-conquistada estava ameaçada. Não deu outra. Hahn completou os 100m em 12s62, novo recorde paralímpico, muito perto da própria marca de 12s60, a melhor do mundo.
 
Nada que tenha surpreendido a brasileira. Verônica revelou uma conversa com a rival antes da prova e reconheceu a superioridade da adversária. No entanto, o título de Hahn está em risco, nas próprias palavras da velocista do Brasil. “Ela realmente é a melhor do mundo. Quase bateu o recorde mundial de novo. Mas amanhã ela vai ter que correr muito, porque vou correr muito”, prometeu, explicando a estratégia para superar a britânica.
 
“Eu queria ver a corrida dela. Os 100m não são uma prova que dá para pensar, mas dá para ver qual é a parte mais forte das adversárias. Vi que o meio e o final dela são incríveis. A tática é começar bem, fazer o meio bem, fazer o final bem e dar uma volta no estádio muito bem também”, riu a brasileira.
 
O bom humor de Verônica Hipólito é justificável. Classificada para a final com o melhor tempo de sua vida, a brasileira tirou um peso das costas. “Depois de hoje fiquei orgulhosa de mim. Muita gente falou que eu nem chegaria nos 12s93. Fiz 12s84 tirando o pé. Fiquei feliz com o resultado. Amanhã (dia da final) sei que vai ser difícil, mas por isso vai ser divertido”.
Forte candidata a uma medalha na final dos 100m T38, Verônica está prestes a alcançar um feito inédito no atletismo paralímpico brasileiro. A velocista pode ser a primeira de sua classe a subir ao pódio dos Jogos. “Quero fazer história. Nenhuma T38 ganhou medalha. Quero muito”, afirmou a atleta, que espera baixar ainda mais os 12s84 na final. “Quero fazer o meu melhor, baixar meu tempo de 12s70. Se o meu melhor for uma medalha de ouro, não reclamo e vai ter churrasco”, declarou.
 
O sonho de baixar o tempo na final é factível. A própria Verônica contou que, durante os últimos treinos para os Jogos Paralímpicos, conseguiu quebrar o recorde mundial de Sophie Hahn. Mas nada que tranquilize a brasileira. “Os 100m são uma prova cruel. Se você erra o mínimo, perde muito. Vou entrar com a cabeça de que não posso errar”, disse.
 
O fim da história tem data e hora marcada: nesta sexta-feira (09.09), às 17h42, no Engenhão. Além de Verônica e Sophie, a final dos 100m T38 contará ainda com as britânicas Kadeena Cox e Olivia Breen, a brasileira Jenifer Santos, a alemã Lindy Ave, a australiana Ella Azura Pardy e a chinesa Junfei Chen.
 
André Motta/brasil2016.gov.brAndré Motta/brasil2016.gov.br
 
Alegria no último salto
No salto em distância T47 (amputados e outros), a cubana Yunidis Castillo – que tem quatro ouros paralímpicos - liderava até a quinta tentativa com a marca realizada no segundo salto: 5.59m. Mas a neozelandesa Anna Grimaldi surpreendeu e atingiu 5.62m na última oportunidade, aumentando em 21cm a melhor marca da carreira, tirando o ouro de Cuba e conquistando a primeira medalha da Nova Zelândia no Rio 2016.
 
“Nunca havia sentido algo parecido. É uma emoção muito grande, completamente diferente de quando eu ganhei o bronze no Mundial de Doha. Antes do último salto, eu sabia que já estava com o terceiro lugar e é um sentimento louco, você salta já sabendo que tem uma medalha. Dei o meu máximo e deu certo”, contou a atleta de 19 anos, que entrou para o atletismo paralímpico apenas em 2013.
 
“Eu assisti aos Jogos de 2012 e fiquei inspirada. Meus pais disseram que seria um bom caminho a seguir porque eu sempre amei esportes. Eles sugeririam que eu deveria ir para o esporte paralímpico, e aqui estou eu”, disse Grimaldi,  que nasceu sem a mão direita.  A brasileira Sheila Finder ficou em nono com 5.00m.
 
Demais provas de campo
No arremesso de peso, classe F41 (anões), o brasileiro Jonathan Santos ficou em quarto, com a marca de 11.71m.  Na final da classe F57 (competidores em cadeiras) – que também tinha atletas da F56 -  Nadia Medjmedj, da Argélia, bateu o recorde mundial da F56  com a marca de 9.92m. A brasileira Roseane Santos, a Rosinha, terminou a prova em sétimo, com 8.36m.
 
No lançamento de disco, o uzbeque Khusniddin Norbekov superou a melhor marca do mundo na classe F37 (paralisado cerebrais) com 59.75m, e o brasileiro João Victor Teixeira terminou em sétimo com a melhor marca da carreira (45.10m).
 
Mais resultados e recordes
A brasileira Taschitha Cruz avançou à final dos 100m T36 (paralisados cerebrais) com o segundo melhor tempo: 14s53.  Já na categoria T44 (amputados), na mesma distância, Alan Fonteles ficou em quarto em sua série com 11s26, a melhor marca dele na temporada. Com o mesmo tempo, o norte-americano Nick Rogers ficou com a oitava e última vaga para a final: ele superou Alan no desempate pelos milésimos. O outro brasileiro na prova, Renato Cruz, também não se classificou.
 
Dois recordes paralímpicos saíram nos 100m nesta noite: o britânico Jonnie Peacock fez a melhor marca na competição para a classe T44 (10s81) e o neozelandês Liam Malone, para a classe T43 (10s90). Ambos disputam a competição da T44 nos Jogos, já que não há a disputa da T43, mas os recordes valem em separado para cada classe.
 
Nos 100m classe T13 (deficientes visuais), os dois brasileiros não ficaram entre os três primeiros de suas séries, mas foram à final por tempo: Kesley Josué (11s10) e Gustavo Araújo (11s16). Nos 100m T37 (paralisados cerebrais), com 13s39, a britânica Georgina Hermitage igualou o recorde mundial que já era dela. Ainda na pista, Daniel Tavares foi para a final dos 400m T20 (deficientes intelectuais) com a segunda melhor marca: 48s70. O recorde mundial nessa prova é do brasileiro (47s78) e foi obtido no mesmo Engenhão durante o evento-teste para o Rio 2016, em maio deste ano.
 
Vagner Vargas e Carol Delmazo - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 
 

Com o coração na garganta, Daniel Dias garante primeiro ouro para o Brasil na natação. Ítalo Pereira consegue um bronze

Daniel Dias chegou aos Jogos Paralímpicos Rio 2016 com um currículo recheado de glórias: maior medalhista brasileiro em Paralimpíadas, ele já somava dez medalhas de ouro, quatro de prata e um bronze. Mas, para o campeão, nenhuma dessas conquistas se compara ao que ele viveu na noite desta quinta-feira (08.09), no Estádio Aquático do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, quando garantiu o primeiro lugar nos 200m livre e foi ovacionado pela torcida.
 
Daniel Dias conquistou sua 11ª medalha de ouro em Paralimpíadas. (Foto: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)Daniel Dias conquistou sua 11ª medalha de ouro em Paralimpíadas. (Foto: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)
 
 “Nunca senti uma emoção como essa. Eu achei que além de explodir, meu coração ia sair pela garganta, pular para fora. Foi fantástico, incrível”, festejou o nadador da classe S5 após a premiação. “Quase que eu dei um grito ali (na hora do pódio). É uma emoção grande, é um momento único que a gente está vivendo. Acho que a gente tem que desfrutar de tudo isso, com alegria e responsabilidade, e fazer o que a gente ama, por nós, pela família, por todo esse povo que está aí torcendo pela gente”.
 
Quando caiu na piscina, Daniel também queria quebrar o recorde da prova, que já é dele (2:26.51). Para alcançar o objetivo, contou até com um “empurrãozinho” dos colegas da equipe brasileira de natação paralímpica, que foram para a beira da piscina incentivar o nadador. A marca acabou não vindo (ele venceu com 2:27.88), mas a certeza de ter dado tudo de si deixou o campeão satisfeito. “Foi como eu esperava, como eu sonhava, até maior, com todo esse apoio, essa torcida, minha família. Era um sonho ter um filho me acompanhando e Deus me agraciou com dois filhos”, disse Daniel, que saiu da piscina e procurou a família nas arquibancadas.  
 
Daniel em ação nos 200m nado livre, classe S5. Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.brDaniel em ação nos 200m nado livre, classe S5. Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br
 
O boneco de pelúcia do mascote Tom que Daniel recebeu, com os cabelos dourados em alusão à cor da medalha, já tem dono. E se tudo sair como planejado, ninguém vai precisar brigar para ver quem vai ficar com ele. “De repente, na empolgação, vai que eu jogo um para a torcida, não sei, mas o objetivo é levar para casa, porque tenho filhos, esposa, sogra, cachorro, todos vão querer”, brincou Daniel.
 
A quantidade de provas que ele vai disputar ainda é “surpresa”, mas pelo menos mais cinco competições estão nos planos. Nesta sexta (09.09), ele está escalado para o revezamento misto 4 x 50m estilo livre. “Agora é soltar, descansar, ir para a Vila, comer direito, ter uma boa noite de recuperação. O tempo que eu tiver para descansar, eu vou descansar. Procuro me divertir e dar o meu melhor, vamos ver o que vai dar. Vamos nadar dia após dia e no dia 17 a gente vê quantas eu consegui”, afirmou.
 
Para ele, mais do que colecionar medalhas, importa mostrar a todos o valor do esporte paralímpico e da pessoa com deficiência. "Acho que a grande mensagem aqui é mostrar que nós, assim como qualquer outra pessoa, queremos apenas uma oportunidade para realizarmos nossos objetivos. Acima do ouro, o que vale é a gente conquistar o respeito do próximo, do ser humano, do povo brasileiro”, completou.
 
Montanha-russa
 
O ouro de Daniel Dias não foi a única medalha brasileira do dia no Estádio Aquático. Nos 100m costas classe S7, Ítalo Pereira conquistou um bronze e vibrou muito na piscina. “Ainda não caiu a ficha que eu conquistei essa medalha, mas estou muito feliz”, disse o atleta de Porto Nacional (TO), criado em Goiânia, após a prova.
 
Ítalo Pereira conquistou o bronze nos 100m costas classe S7 e comemorou muito na piscina. (Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)Ítalo Pereira conquistou o bronze nos 100m costas classe S7 e comemorou muito na piscina. (Fotos: Gabriel Heusi/ brasil2016.gov.br)
 
O sabor de garantir a primeira medalha em Paralimpíadas foi ainda mais especial para Ítalo porque o bronze veio em casa, com apoio da torcida. “Acho que isso é inesquecível. Ganhar uma medalha dentro do seu país, com toda a torcida a seu favor, não tenho palavras. Essa não é uma conquista só minha, é de todos que estão assistindo e também dedico a todos os que trabalham comigo”.
 
Para explicar como é a sensação de ganhar uma medalha em um estádio lotado de brasileiros, Ítalo usou uma metáfora curiosa. “É como quando você vai ao parque, na montanha-russa. Você fica na fila e escuta quando a montanha-russa desce e todo mundo faz ‘uuuuuh’. A gente fica ali no balizamento e escuta a torcida. Então você fica ainda mais motivado para entrar na piscina”, contou.
 
Dos 12 atletas brasileiros que disputaram as eliminatórias do primeiro dia da natação, sete passaram para finais. Talisson Glock e Caio Oliveira ficaram com o quarto lugar nos 100m costas S6 e nos 400m livre S8, respectivamente. Maiara Barreto, em sua primeira Paralimpíada, chegou em oitavo nos 100m livre S3. Thomaz Matera foi o sexto lugar nos 100m borboleta S13. E Joana Maria Silva ficou em sexto nos 200m livre S5.
 
Carinhosamente chamada de Joaninha pelos amigos e colegas, a nadadora se emocionou ao falar dos sacrifícios que fez para viver o sonho de disputar os Jogos Paralímpicos Rio 2016. Na reta final de preparação, ela não falou com a filha Jaline Vitória, de 9 anos. “É um momento muito delicado falar dela. Tem um mês que não falo com ela. Eu sou fraca no psicológico de mãe, então eu prefiro ter o psicológico de atleta. Vou falar com ela no dia 17, quando terminar os 100m livre. A primeira pessoa que quero falar é com ela”, desabafou. “Vou falar para ela que valeu a pena todas as saudades que a gente viveu e que valeu a pena ela falar que me ama e eu a ela”, completou.
 
Enquanto não fala com Jaline, Joana aproveita o carinho da torcida para fazer seu melhor na piscina. “Você fica emocionado em sair e ter um monte de gente gritando seu nome. Eu não tenho ninguém da minha família aqui, então eu me sinto como se algumas pessoas fossem minha mãe, meu pai. Vejo crianças me chamando e penso na minha filha. Então é muito bom, ver que tudo que a gente tem feito tem dado resultados bons”.  
 
Nesta sexta, a partir das 9h42, oito brasileiros disputam provas individuais. Ítalo Pereira volta à piscina para os 50m livre S7. Talisson Glock compete nos 50m borboleta S6. Phelipe Rodrigues faz sua estreia nos 50m livre S10, mesma prova de André Brasil. Nos 50m livre S10 feminino, Mariana Ribeiro será a representante brasileira. Regiane Nunes Silva vai disputar os 100m costas S11. Camille Cruz vai entrar na piscina para a prova dos 400m livre S9. Nos 100m borboleta S8, Gabriel Sousa vai representar o Brasil. Por fim, será disputado o revezamento misto 4 x 50m livre. 
 
Mateus Baeta, Michelle Abílio e Valéria Barbarotto - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Ministro Picciani se reúne com ministros do Esporte kuwaitiano e francês

 
No Rio de janeiro, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, se encontrou com o ministro da Informação e dos Assuntos da Juventude do Kuwait, Salman Sabbah al-Salem al-Hammud al-Sabbah, na tarde desta quinta-feira (08.09), na Casa Brasil. Em seguida, o ministro também se reuniu com o secretário do Esporte francês, Thierry Braillard, na residência do cônsul-geral da França.  
 
De acordo com Picciani, o titular da pasta kuwaitiana elogiou a organização da Rio 2016. “Ele destacou, sobretudo, a maneira como foram recebidos pelos brasileiros, com muita festa e alegria. Isso nos leva a reafirmar que, nestes Jogos Olímpicos e Paralímpicos, quem sempre leva a medalha de ouro é a população brasileira e do Rio de Janeiro, que tem recebido com muita cordialidade e festa os visitantes”, frisou.
 
Os dois ministros debateram ainda sobre a experiência do Brasil na área do esporte, em especial nos setores voltados para pessoas com deficiência, da importância da inclusão social desse grupo de pessoas e o esporte como fator fundamental para que essa inclusão seja bem-sucedida.
 
Secretário do Esporte francês, Thierry Braillard, e ministro Leonardo Picciani se encontram no Rio. Foto: Francisco Medeiros/MESecretário do Esporte francês, Thierry Braillard, e ministro Leonardo Picciani se encontram no Rio. Foto: Francisco Medeiros/MEJá no encontro com o secretário francês, ambos discutiram detalhes acerca da assinatura de um acordo de cooperação internacional. “Tivemos a oportunidade de nos encontrar durante os Jogos Olímpicos e ficou decidido desde então que França e Brasil vão assinar um acordo de cooperação internacional”, ressaltou Braillard.  
 
Para o ministro do Esporte brasileiro, a expectativa sobre a assinatura desse acordo é muito positiva. “No momento, a proposta passa por análise técnica das secretarias de Esporte de Alto Rendimento, e de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, para que, no mais breve espaço de tempo possível, possa ser assinada. O documento vai possibilitar o intercâmbio de equipes, de atletas e de treinadores, com um país que tem uma tradição esportiva muito forte, que envolve muitas modalidades e um trabalho de excelência.  
 
Emília Andrade, do Rio de Janeiro
Ascom – Ministério do Esporte  
 
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