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Alessandro Rodrigo “brinca” no Engenhão, bate recorde paralímpico e leva o ouro no arremesso de disco

Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/ brasil2016.gov.br
Para Alessandro Rodrigo da Silva, o lançamento de disco, um dos mais tradicionais eventos do atletismo, é tão divertido quanto uma brincadeira. E ao disputar a final da prova na classe F11 (deficientes visuais) na noite desta segunda-feira (12.09), no Estádio Olímpico do Rio, parecia mesmo que o brasileiro estava brincando. Em seis tentativas, Alessandro poderia escolher duas para garantir a medalha de ouro. Seu segundo melhor arremesso, de 41.81m, já alcançou quase um metro a mais do que a marca do medalhista de prata, o italiano Oney Tapia, que fez 40.89m.
 
Cleber Mendes/CPBCleber Mendes/CPBMas Alessandro foi além do ouro. Com um lançamento de 43.06m no Engenhão, ele ainda garantiu o recorde paralímpico da prova. “Lançar é como brincar. É gostoso. Quando você vai mal, você quer acertar, e quando acerta você não quer parar”, contou o paulista de Santo André, explicando como superou o começo ruim na prova rumo ao topo do pódio. “No primeiro (lançamento) eu fui muito mal, no segundo também. Mas como você só precisa de um para ganhar, esse um veio”, comemorou.
 
Ovacionado pela torcida, ele pegou uma bandeira do Brasil e deu a volta na pista, para completar a festa. “A sensação é inexplicável. Além de ser uma medalha de ouro, é um recorde paralímpico dentro do nosso país. Eu acho que não tem como explicar, só quem vive esse momento sabe o quanto é especial. O quanto eu fiz para estar onde eu estou”.
 
Quando tinha 25 anos, Alessandro contraiu toxoplasmose, doença que o deixou cego. Quatro anos depois, conheceu seu atual técnico, Walter Agripino, que o chamou para treinar. Já na primeira competição, conseguiu o terceiro lugar. E a partir daí treinou manhã, tarde e noite para desenvolver o potencial. “O esporte mudou minha vida. Depois da minha família e de Deus, o esporte é tudo para mim. O esporte é onde eu consigo ter felicidade”, contou.
 
Bronze que virou prata
A noite de medalhas do atletismo brasileiro no Estádio Olímpico começou com o revezamento 4 x 100m masculino T42-47, para atletas com amputação nos membros superiores ou inferiores. A equipe formada por Alan Fonteles, Petrucio Ferreira, Yohansson Nascimento e Renato Nunes conquistou a medalha de prata, com o tempo de 42s04.
 
Os brasileiros cruzaram a linha de chegada na terceira posição, mas foram beneficiados por um erro da equipe norte-americana, que havia batido o recorde mundial (40s61), mas acabou eliminada por conta de uma falha na área de transição. Com a exclusão, os alemães (40s82) ficaram com a medalha de ouro e o Japão (44s16) herdou o bronze que seria brasileiro.
 
Cleber Mendes/CPBCleber Mendes/CPB
 
“A conquista, sem dúvida, foi para lavar a alma. Para mim, estar correndo ao lado desses caras aqui foi uma experiência muito grande. A gente conquistou a prata em Pequim, a prata em Londres quando fomos desclassificados, e aqui estamos em casa correndo novamente. Ganhamos o bronze, estávamos comemorando muito, e depois a gente percebeu que a gente tinha ganhado a prata e aí começou uma nova comemoração”, disse Alan Fonteles.
 
O revezamento deu a Fonteles sua única medalha na Rio 2016. Um dos principais nomes do atletismo paralímpico brasileiro, e que ficou internacionalmente conhecido ao vencer o sul-africano Oscar Pistorius na final dos 200m em Londres 2012, disse que sai da Paralímpiada de cabeça erguida, mesmo tendo ficado de fora das finais dos 100m e 200m.
 
“Eu dei a cara para bater nessas Paralímpiadas e estou me levantando, erguendo a cabeça. Agora é olhar para Tóquio. A minha história está aí para ser contada. Sou um ser humano normal, como qualquer um. Tenho meus altos e baixos e infelizmente no Rio foi o meu baixo, mas estou saindo com a medalha de prata”.
 
Um dos destaques brasileiros na prova foi Petrucio Ferreira, de 19 anos. O atleta que compete a primeira Paralimpíada da carreira já tinha ganhado um ouro nos 100m T47. “Eu fico bastante feliz, porque eu diria que está sendo um sonho de criança se realizando em casa. Eu sempre falei que sonhava representar meu país, minha bandeira, e estou realizando esse sonho. Ontem (domingo) conquistei uma medalha, e hoje, quando entrei na pista, entrei mais confiante, porque quando eu olhava para a largada, tinha o Renato, quando eu olhava para a reta, era o Yohansson, e quando olhava para frente, era o Alan. Isso me passou uma confiança ainda maior”, afirmou o atleta.
 
Perguntado sobre qual atleta teria sido o mais veloz, Yohansson Nascimento decidiu destacar o trabalho em equipe. “Eu acho que essa pergunta de ser o mais rápido não existe no revezamento, porque se for falar assim, digamos que eu seja o mais lento, mas se eu não correr, não tem revezamento. Então não tem isso de melhor ou pior, é uma equipe”, concluiu o velocista, que se despede do Rio 2016 com a prata e um bronze nos 100m T47. “Eu digo que estou saindo daqui 100%. Eu fiz duas provas e coloquei duas medalhas no peito. Estou feliz. São 4.350 atletas aqui e quantos estão voltando para casa sem nenhuma medalha? Eu estou com duas, um bronze e uma prata. Será que se eu juntar dá um ouro?”, brincou.
 
Mais brasileiros 
Outros brasileiros estiveram em ação na noite desta segunda-feira no Engenhão. Terezinha Guilhermina venceu sua prova na semifinal dos 200m rasos da classe T11 e garantiu vaga na final, que vai ser disputada nesta terça-feira (13.09). Jhulia Santos e Jerusa Santos também participaram, mas não se classificaram.
 
Na semifinal dos 1.500m T54, Maria de Fátima e Aline Rocha terminaram suas baterias na oitava e sexta colocação, respectivamente, e também não avançaram para a final. No lançamento de dardo F56/57, Cícero Nobre ficou em quarto. Na mesma prova, Claudiney Batista dos Santos foi o quinto. No salto em altura T44, o brasileiro Jeosah Santos ficou em sexto, com a marca de 1.85m. Márcio Braga Leite disputou o lançamento de disco F11 com Alessandro Silva e terminou na quinta posição.
 
Mateus Baeta e João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Comitê Paralímpico Internacional e Rio 2016 fazem balanço e celebram o sucesso da primeira semana das Paralimpíadas

brasil2016.gov.brbrasil2016.gov.br
Com a primeira semana dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 tendo se encerrado neste domingo (11.9) com maciça participação do público nas arenas, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), Philip Craven; o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman; o diretor de comunicação do Rio 2016, Mario Andrada; e o chefe do departamento de mídia do IPC, Craig Spence, concederam, nesta segunda-feira (12.9), uma entrevista coletiva em que fizeram um balanço dos primeiros cinco dias do megaevento.
 
Os quatro falaram sobre temas que marcaram os Jogos até aqui, como o sucesso na venda dos ingressos, o envolvimento dos brasileiros com a competição, a participação inédita de atletas refugiados nas Paralímpiadas, o ótimo desempenho dos atletas, que quebraram diversos recordes e impressionaram por desempenhos superiores até mesmo ao dos atletas olímpicos, e também sobre a importância do envolvimento dos ministros do esporte e da educação de diversos países no Rio 2016 e seus papeis no desenvolvimento do paradesporto em nível mundial.
 
"Esses são os Jogos do povo”, afirmou Philip Craven. “A ligação entre o espírito paralímpico e os cariocas está presente. Está fabuloso. Estou muito feliz”, disse o dirigente, que destacou a marcante vitória do argelino Abdellatif Baka, no domingo, nos 1.5000m, quando o corredor conquistou o ouro na classe T3 (para atletas com baixa visão) com um tempo de 3min48s29.
 
A marca, um novo recorde mundial e das paralimpíadas para a prova, é inferior aos 3min50 do norte-americano Matthew Centrowitz, que levou o ouro na mesma prova nos Jogos Olímpicos Rio 2016. “Os atletas da prova de 1.500m correram mais rápido do que nos Jogos Olímpicos, um feito fantástico. É uma conquista para esporte paraolímpico”, comemorou Philip Craven.
 
"Temos um número extraordinário de atletas, com recordes e performance que impressiona pelo desenvolvimento do esporte paraolímpico. Estou impressionado com a preparação dos comitês nacionais. Temos medalhas conquistadas por atletas de países dos cinco continentes. O movimento paralímpico vem tendo evolução no Brasil. Isso mostra um país aberto ao esporte olímpico e paralímpico", reforçou Carlos Arthur Nuzman.
 
Gabriel Heusi/brasil2016.gov.brGabriel Heusi/brasil2016.gov.br
 
Ingressos e recordes
Outro aspecto muito celebrado durante a conversa com os jornalistas diz respeito à venda de ingressos, que se aproximam da barreira dos 2 milhões de entradas, o que motivou públicos recordes no Parque Olímpico no fim de semana.
 
“Nós vendemos um total de 1.904.000 ingressos. Ontem (domingo, 11 de setembro), nós vendemos 40 mil entradas. O número de ingressos vendidos para o Parque Olímpico da Barra ontem foi de 162 mil. Hoje, o nosso último número era menos impressionante: 76 mil ou 61% das entradas disponíveis. Como vocês sabem, as crianças não estão de férias. Então, elas voltaram para as escolas. Para o Estádio Olímpico nós temos 41% de ocupação até agora, mas esse número ainda está em contagem”, disse Mario Andrada, que também fez um balanço dos recordes batidos até o momento nas Paralimpíadas.
 
“Os recordes mundiais até agora são 117 na natação, 30 no atletismo de pista, 12 ciclismo de estrada e 9 no levantamento de peso. E 28 recordes foram estabelecidos apenas ontem”, lembrou o dirigente.
 
Refugiados e ministros
Assim como ocorreu nos Jogos Olímpicos, os Jogos Paralímpicos do Rio foram marcados pela presença, inédita, de atletas refugiados. Entretanto, apenas dois estrangeiros – o nadador sírio Ibrahim Al-Hussein e o iraniano Shahrad Nasajpour, do lançamento de disco – integraram o Time de Refugiados Paralímpicos, contra 10 que formaram a mesma equipe nas Olimpíadas.
 
Ainda assim, Philip Craven exaltou a iniciativa e falou sobre a dificuldade de ter mais atletas refugiados nas Paralimpíadas. “Eu acho que foi fabuloso. Mas se você tem uma deficiência e tem que procurar um esporte em um lugar que foi ou que continua sendo uma área de conflito, isso é algo muito, muito difícil de acontecer”, destacou. “Então eu não estou surpreso com o fato de termos apenas dois. Eu espero que não tenhamos nenhum da próxima vez (em Tóquio 2020), pois gostaria que não houvesse conflitos armados. Mas acho que que essa esperança é pequena e muito provavelmente não se materialize”, continuou o presidente do IPC, que destacou a importância da presença de diversos ministros do esporte e da educação no Rio 2016.
 
“Nunca houve tantos ministros de esportes de tantos países ao redor do mundo nos Jogos Paralímpicos. Para o paradesporto se desenvolver em qualquer país, o envolvimento dos governos, seja com os ministros do esporte ou com os ministros da educação, é absolutamente vital. Assim, essa é uma interação que nós realmente promovemos, mas que às vezes leva tempo”, disse Craven, que exaltou todo o trabalho que foi feito nesse sentido no Rio 2016.
 
“Existe uma enorme, uma enorme ênfase na educação e eu sei que houve uma grande ênfase em programas educacionais por parte do Rio 2016 aqui nas favelas e em várias outras áreas. Isso é crucial. Para mim, cada nação deveria ter um ministro do esporte conectado proximamente ao ministro da educação”, sugeriu.
 
Apesar do sucesso dos Jogos Paralímpicos do Rio, o IPC reconhece que incentivar o paradesporto em nível mundial ainda é um desafio. E quando isso se concretizar a presença de atletas nas Paralimpíadas será ainda maior.
 
“Dez países aqui participaram com 46% dos atletas. Os outros 54% vieram dos outros 149 países e do Time dos Refugiados. Quando se olha para essas estatísticas, fica claro o porquê de necessitarmos que mais atletas e de que mais países participem do esporte paraolímpico”, lembrou Craig Spence.
 
Ascom - Ministério do Esporte 

Projeção de filmes do Canal 100 revive glórias do futebol

Uma ideia na cabeça e uma bola no pé. Entre os dias 12 e 14 de setembro, a Casa Brasil exibe 10 curta-metragens com cenas restauradas do acervo do Canal 100, oferecendo ao público uma oportunidade imperdível de reviver a emoção de grandes jogos realizados entre as décadas 1960 e 1980. O programa foi o responsável por imortalizar a música "Na Cadência do Samba", de Luis Bandeira.
 
"Depois de mais de 2 anos de pesquisa, tínhamos todo o acervo preparado, mas faltava o testemunho de quem estava lá", disse Alexandre Niemeyer, filho do idealizador do Canal 100, Carlos Niemeyer. Ele teve a ideia de criar o canal em 1959, registrando o melhor do esporte brasileiro.
 
De acordo com Felipe Lima, da produtora Ovo em Pé, responsável pelo desenvolvimento dos documentários, 20 craques do futebol brasileiro foram levados para os estúdios da Quanta, em São Paulo, onde ficaram em uma sala escura simulando um cinema, com uma tela projetando as imagens do Canal 100.
 
 
"Dá a sensação que eles estão no cinema. Os jogadores vão contando as histórias conforme as imagens vão aparecendo. Pegamos os depoimentos e criamos 10 documentários de 22 minutos cada. O material foi exibido nos canais ESPN, batendo recorde de audiência. O Canal 100 fazia uma cobertura de cinema, diferente das outras transmissões da época. Até a Copa do Mundo do México de 1970, o Canal 100 era a única opção de ver os jogos novamente fora do estádio", explica.
 
Os curtas exibidos na Casa Brasil incluem depoimentos de jogadores, com imagens registradas ainda em película 18 mm e 35 mm e que foram ao ar nas maiores salas de cinema do país.
 
No projeto foram inseridos, por processos de rotoscopia (animação com base em filmagens reais), logos históricas da Petrobrás, patrocinadora, em algumas cenas dos filmes, compatíveis com cada época retratada.
 
Confira a programação
12 de setembro
- Reviva a Espera do Milésimo (Sobre o milésimo gol de Pelé)
- Reviva o Fla-Flu Épico
- Reviva as Feras do Saldanha (Sobre a formação da seleção campeã do mundo em 1970)
 
13 de setembro
- Reviva os Invencíveis (sobre a Academia do Palmeiras nos anos 60 e o Inter campeão brasileiro invicto em 79)
- Reviva os Inesquecíveis (Sobre o Cruzeiro dos anos 60)
- Reviva os Conquistadores (Sobre os títulos da Libertadores de Santos - 62/63 e Flamengo 81)
 
14 de setembro
- Reviva o Caminho da Vitória (sobre o Corinthians campeão paulista 77)
- Reviva os Templos do Futebol (sobre a construção dos estádios do Maracanã, Pacaembu, Morumbi, Beira Rio e Mineirão)
- Reviva o Maior de Mundo (Sobre a história do Maracanã)
- Reviva a época do Barão (sobre a família Fittipaldi)
 
Serviço
Projeção de filmes do Canal 100
12, 13 e 14 de setembro, às 19h
Endereço: Boulevard Olímpico - Praça Mauá - Auditório do Armazém 2 na Casa Brasil
Entrada Franca
 
Equipe Casa Brasil 
Ascom - Ministério do Esporte 

Israel Stroh e a prata que pode abrir um novo horizonte no tênis de mesa brasileiro

Miriam Jeske/ brasil2016.gov.brMiriam Jeske/ brasil2016.gov.br
O primeiro medalhista brasileiro em disputas individuais do tênis de mesa em Jogos Paralímpicos subiu ao pódio nesta segunda-feira (12.09). O paulista Israel Stroh ficou com a prata na disputa masculina da Classe 7. Ele teve pela frente, na mesa 2 do Pavilhão 3 do Riocentro, o atleta número 1 do ranking mundial, o britânico William Bayley, a quem havia derrotado na primeira partida no Rio. Na decisão, a experiência contou e o placar de 3 sets a 1 (11/9, 5/11, 11/9 e 11/4) pendeu para o lado azul, vermelho e branco.
 
Israel acredita que o momento que vive o esporte paralímpico brasileiro pode abrir um novo horizonte para o tênis de mesa "Essa medalha aqui em casa pode fazer com que as pessoas vejam esse esporte com mais seriedade, principalmente para termos seleções mais fortes nos próximos ciclos", comemorou Israel. "O apoio da torcida foi sensacional. Mesmo se ganharmos o ouro lá em Tóquio, a emoção de hoje será maior, pois ter uma medalha com os torcedores a seu favor é incrível. Eles apoiaram e jogaram junto. Foi um estímulo para jogar bem e isso tudo ficará na nossa memória".
 
O futuro projetado ainda com a adrenalina da disputa na mesa é de mais sucessos. "A preparação no ciclo foi ótima. A partir de agora, temos uma sede especial, o Centro Paralímpico Brasileiro. Não há no mundo um centro de treinamento melhor do que nós temos hoje em São Paulo. Se conseguirmos utilizá-lo bem, não só o tênis de mesa, mas todo o esporte paralímpico do Brasil vai subir ainda mais e ficará sempre entre os três ou quatro nas Paralimpíadas, talvez não em Tóquio, mas certamente em 2024", afirma Israel.
 
A iniciação do medalhista no tênis de mesa foi igual a de quase todo mesatenista brasileiro: na escola. "Até obtive resultados razoáveis em competições com atletas não-paralímpicos, mas, com 20 anos, deixei o esporte em segundo plano para fazer a faculdade de Jornalismo. Um pouco antes do início do ciclo olímpico, descobri que minha deficiência se enquadrava no esporte paralímpico. Inicialmente, fiz o teste para o badminton. Mas como já jogava tênis de mesa, meu foco foi direto para o que eu mais gostava e jogava melhor", contou o brasileiro. Em 2015, houve uma reclassificação funcional e Israel deixou de competir na Classe 8 e passou para a 7, a que ele julga mais adequada ao seu tipo de deficiência - o atleta tem parte dos movimentos dos braços e pernas comprometidos por uma paralisia cerebral ocorrida por falta de oxigenação no parto.
 
Miriam Jeske/ brasil2016.gov.brMiriam Jeske/ brasil2016.gov.br
 
Elogios do adversário
Com a medalha de ouro no peito, Willliam Bayley fez muitos elogios a Israel, com a convicção de quem viveu na pele uma derrota em uma final paralímpica em casa. Há quatro anos, com a torcida a seu favor, ele perdeu a decisão dos Jogos de Londres para o alemão Jochen Wollmert. "No tênis de mesa, você nunca sabe se terá uma nova chance. Estar duas vezes na final de uma Paralimpíada é impressionante. Eu tinha de aproveitar essa oportunidade. Para ser honesto, não sei se terei uma como essa de novo", disse Bayley ao fim da partida.
 
O britânico contou que a derrota na estreia o fez estudar muito a técnica de Israel. "Eu aprendi muito na primeira partida contra ele, até porque foi a primeira vez que jogamos um contra o outro. Eu assisti novamente o nosso jogo e vi também os outros jogos dele para ver como ele se portava nos pontos mais importantes. Assim, eu já tinha uma ideia de qual seria a postura dele nos pontos mais decisivos", contou.
 

Gigantes pelo caminho
"O Israel fez um torneio impressionante para chegar à final. O nível do tênis de mesa dele cresceu muitíssimo. Ele teve que jogar com todos os melhores do mundo no lado dele da chave. Eu tenho de ser bem honesto: a chave foi muito mais fácil para mim. Sim, ele perdeu a final, mas essa prata tem um significado impressionante por tudo o que ele fez. Ele tem de estar muito orgulhoso", acrescentou Bayley.
 
O caminho de Israel até a partida desta segunda realmente foi tortuoso. Do outro lado da mesa no Rio sempre havia um atleta melhor posicionado no ranking mundial de sua classe - o brasileiro ocupa a 12ª colocação. Na fase de grupos, Israel se classificou ao ganhar do próprio Bayley (líder do ranking) por 3 x 1 e sofrer uma derrota também por 3 x 1 para o chinês Keli Liao (número 10 do mundo). Nas oitavas, outra pedreira: ele passou pelo ucraniano Mykhaylo Popov, terceiro melhor da lista. Na partida seguinte, o derrotado foi o também ucraniano Maxym Nikolenko, vice-líder do ranking. Na semifinal, vitória sobre o quinto do mundo, o chinês Shuo Yan.
 
"Quando você chega sem ser o favorito, você joga mais solto. Quando passei pela fase de grupos vencendo o número 1 do mundo, ganhei muita confiança. consegui jogar mais firme. A chave não foi favorável, mas segui em frente", explicou Israel.
 
Ao analisar a partida final, o brasileiro explicou que sentiu o ouro escapar em um momento específico. "Eu tinha ganhado bem o segundo set e consegui fazer 9/7 no terceiro. Então, errei uma bola que veio boa para finalizar e isso fez falta. Ele conseguiu virar. No quarto set, senti muito a perda do terceiro e ele aproveitou meus erros", refletiu.
 
Bayley teve a mesma percepção. "Ganhar o terceiro set me deixou com uma confiança absoluta. A tarefa ficou mais fácil porque o Israel também errou bolas mais fáceis. Eu acho que ele ficou um pouco mais instável emocionalmente e eu soube capitalizar isso. Tênis de mesa nesse nível tem muito a ver com 'acreditar'. Se você acredita, você tem mais chances. Se não acredita, o jogo acaba".
 
Chances de bronze
O tênis de mesa brasileiro ainda tem chances de duas medalhas de bronze no individual no Rio. Danielle Rauen, da Classe 9 feminina, enfrentará a polonesa Karolina Pek às 16h45 desta terça-feira (13.09). Duas horas depois, Bruna Alexandre mede forças com a dinamarquesa Sophie Walloe na Classe 10 no Pavilhão 3 do Riocentro. As disputas por equipes masculinas e femininas começam na quarta-feira (14.09).
 
Abelardo Mendes Jr e Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Seleção feminina termina fase de grupos com derrota, mas segue para as quartas

Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
Em função da única vitória na primeira fase dos Jogos Paralímpicos, diante da Argentina na estreia, o Brasil já tinha encaminhado a vaga nas quartas de final. A Seleção entrou em quadra nesta segunda-feira (12.09) com o desafio de vencer para evitar um confronto difícil pelo caminho. Não deu. O Canadá venceu por 82 x 49 na Arena Olímpica, e as meninas terão de encarar os Estados Unidos por uma vaga na semifinal.
 
As donas da casa até começaram com um bom desempenho, e mantiveram a desvantagem em quatro pontos nos 5 minutos de iniciais. As canadenses, porém, estavam com uma mira impecável. Acertaram 12 dos 14 arremessos no 1º quarto, num aproveitamento de 86%, enquanto as brasileiras tinham 40%. Com isso, a distância logo chegou aos dois dígitos: 12 x 24.
A dificuldade em segurar as canadenses na defesa também atrapalhou o Brasil no 2º período. Elas conseguiam espaço com excelente movimentação nas infiltrações e contragolpes, e estavam também mais fortes nos rebotes (20 x 10 no 1º tempo). Tudo isso resultou numa vantagem ainda maior no placar: 49 x 22 ao fim do 1º tempo.
 
Com o jogo praticamente resolvido no intervalo, coube ao Canadá apenas manter um bom desempenho. Pisaram no freio em relação aos primeiros períodos, mas administraram a vantagem com um aproveitamento de arremessos ainda alto, e um número ainda maior de rebotes.
 
Ainda assim, o técnico Martoni Sampaio ficou feliz com a evolução ofensiva da equipe. Diante de um adversário de alto nível, o 2º melhor do grupo B, o Brasil fez sua maior pontuação nesta fase de grupos, na qual ainda não tinha chegado na casa dos 40 pontos.
 
"A equipe melhorou a cada jogo. Não vamos conseguir criar uma cultura diferente de jogo de um dia para o outro, tem que ser um pouquinho de cada vez, e gradativamente elas estão incorporando o estilo que a gente quer, as formações se encaixam, a organização melhora. O jogo hoje mostra uma fluidez melhor no ataque, não paramos mais na defesa como contra a Inglaterra. Hoje tivemos paciência", ponderou.
 
O destaque do Brasil na partida foi Vileide Almeida, com 12 pontos e 8 rebotes. "Sabemos do potencial dessas equipes, e sabíamos que não seria fácil, mas alcançamos o objetivo. Temos sim chances de ter bons resultados, agora é cabeça erguida e ir para mais uma batalha", afirmou a ala-pivô.
 
Como venceu nesta manhã, o Canadá fugiu do duelo mais difícil e vai enfrentar a Holanda nas quartas de final. O Brasil, por sua vez, terá os Estados Unidos, algo com o qual Martoni já se preparou mentalmente após a derrota desta segunda. "É o gigante. Temos consciência da capacidade, sem se subjugar. Vamos pra cima com coragem e atitude", afirmou o técnico da Seleção.
 
Assim como nos outros jogos, o Brasil fez a alegria da torcida com belas jogadas individuais e boas assistências em alguns contra-ataques. O público não manteve o nível de lotação do último fim de semana, mas compensou com forte vibração a cada cesta, sem se importar com a grande desvantagem no placar. Empolgação de destaque foi das crianças de ensino fundamental, que até brincaram na quadra no intervalo.
 
Rodrigo Vasconcelos - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Uberlândia em festa: Rodrigo Parreira conquista a segunda medalha paralímpica

Francisco Medeiros/brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/brasil2016.gov.br
Goiano de nascimento, mineiro de coração. Na identidade, está lá: Rio Verde (GO), mas Rodrigo Parreira, 22 anos, está ansioso para chegar a Uberlândia (MG) e dividir com a cidade a alegria de sua segunda medalha paralímpica. Rodrigo, que havia ficado com o bronze nos 100m T36 (paralisados cerebrais) no último sábado, conquistou a prata no salto em distância na manhã desta segunda-feira (12.09), no Engenhão.
 
“Eu tenho que agradecer muito a Deus e a minha família. Eles estão lá em Uberlândia quase morrendo do coração. Eu não tenho nem ideia de como vou celebrar, estou bastante emocionado. A minha cidade ainda não tinha medalhista paralímpico e agora eu estou levando duas medalhas, uma de bronze e uma de prata. Quem sabe em Tóquio eu não possa conquistar o ouro? Vou trabalhar por isso”, avisou.
 
A prata veio com recorde paralímpico. O atleta australiano foi o primeiro a quebrar a marca da competição: já na tentativa inicial, Brayden Davidson atingiu 5.62m, pulverizando os 5.23m obtidos pelo ucraniano Roman Pavlyk em Londres 2012, enquanto o brasileiro queimou o salto. Na segunda tentativa, Rodrigo igualou a marca de 5.62m de Davidson, aumentando a emoção da prova.
 
Desempataria a disputa quem fizesse um segundo melhor salto, e Rodrigo foi para a liderança da prova ao atingir 5.55m na terceira tentativa. O ouro ficou pouco tempo no peito do brasileiro: na quarta tentativa, o australiano saltou 5.57m e voltou à ponta. Os dois não melhoraram as marcas e o ouro foi para Brayden e a prata, para Rodrigo. O ucraniano Pavlyk, então campeão paralímpico, ficou com o bronze por um centímetro (5.61m), e por pouco não embolou ainda mais a disputa pelo primeiro lugar.
 
“Foi acirrado até o fim. Eu vim aqui para fazer o melhor. Bati o recorde paralímpico, fiquei com a prata e estou feliz demais. Eu poderia até ficar em último, batendo minha melhor marca no ano, eu já estaria feliz”, contou.
 
Francisco Medeiros/brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/brasil2016.gov.br
 
“Bem na foto”, Bordignon chega ao segundo pódio
Fábio Bordignon pode dizer que saiu bem na foto ao conquistar sua segunda medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a prata nos 200m classe T35 (paralisados cerebrais). No sábado, ele já havia levado a prata nos 100m. Vaidoso, o velocista segue um ritual de beleza antes de competir e deu um tapa no visual ao ser apresentado para a torcida e as câmeras antes da prova.
 
“É uma marca minha. As pessoas costumam dizer que sou muito vaidoso, com barba, cabelo, dente. Eu sou, sim. Sou fã do Cristiano Rolando e tenho que pegar as características dele. Sempre tem que estar bonito, até porque tem imagem, tem vídeo. Não só fazer bela corrida, mas também estar bonito na chegada e no pódio para a foto. Quando eu olho para a minha imagem na TV me dá vontade até de me namorar”, brincou.
 
Fábio confessou que acorda mais cedo para se arrumar. “Tem creme, hidratante, perfume, faço sobrancelha, luzes no cabelo, tem tudo. Cuido da pele colocando protetor solar, com fator 60. Tem que ter bastante cuidado com a pele, com a beleza”, contou o atleta de 24 anos, que tem sete tatuagens no corpo, incluindo um gladiador, um leão, o símbolo do Vasco, seu time de futebol, e o nome do filho, Adryan Gabriel, que estava nas arquibancadas ao lado da esposa de Fábio, Alice.
 
“Quando eu entrei no bloco, escutei a torcida gritar meu nome, e o juiz pediu silêncio. Por um momento eu pensei: ‘Estou num caldeirão’. A perna começou a tremer, mas graças a Deus o juiz mandou sair do bloco e a tremedeira passou”, contou o medalhista. “Estou muito feliz, minha primeira Paralimpíada pelo atletismo. Se Deus quiser, ainda tenho uma bela carreira pela frente. Não tem palavras que definam esse momento com duas medalhas. É de prata, mas tem gostinho de ouro”, completou o ex-jogador de futebol de sete.
 
Além da medalha, Fábio ganhou um boneco de pelúcia do mascote dos Jogos Paralímpicos, Tom, com os cabelos prateados, da cor da medalha conquistada. Ao ser perguntado sobre quem tinha mais estilo, Fábio não teve dúvidas. “Meu cabelo é mais estiloso. Vou dar uma arrumada no cabelo dele quando chegar em casa, deixar ele igual a mim, e vou botar a medalha no pescoço dele para ele ficar bem bonito!”.
 
Outros resultados desta manhã
Na decisão do arremesso de peso masculino T42 (amputados),  Mauro Evaristo ficou em quarto, com a marca de 13.59m, recorde das Américas. O vencedor foi o britânico Aled Davies com 15.97m, novo recorde paralímpico. Nos 200m T36 feminino, Taschita Cruz avançou para a final com o quinto melhor tempo (31s39).  Nos 100m T38 (paralisados cerebrais) masculino, Edson Pinheiro passou para a decisão com a quarta marca (11s32).
 
Nos 200m T11 (deficientes visuais), três brasileiras chegaram à semi: Terezinha Guilhermina fez o melhor tempo (25s07), Jhulia Carol obteve a oitava melhor marca entre as semifinalistas (26s59) e Jerusa Santos, a nona (26s60). “Estou aqui para fazer o que amo, para me divertir na minha casa, e ninguém vai me impedir”, disse Terezinha, que tem seis medalhas paralímpicas. As semifinais serão na noite desta segunda.
 
Nos 100m, ela foi desclassificada por, segundo os juízes, ter sido puxada pelo guia, o que incomodou bastante a atleta.  “Eu corro há 16 anos, sempre da mesma forma, corri agora como corri os 100m e não fui desclassificada. Nunca tinha sido desclassificada em prova alguma. Impossível meu guia me puxar. Será que vou ter que mudar meu jeito de correr? Contra quem estou correndo? É surreal.  Na prova, todas as atletas estavam com o guia na frente e eu fui a desclassificada. O guia da britânica que ganhou deu uma declaração dizendo que fica na frente mesmo, que não considera isso irregular. Mudaram as regras?”, questionou.
 
Carol Delmazo e Mateus Baeta - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

Brasil coloca sete atletas em seis finais no quinto dia da natação no Rio 2016

Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
Sete atletas, seis finais. A segunda-feira (12.09), quinto dia da natação nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, rendeu bons resultados para o Brasil e esperança de medalhas durante a sessão da tarde, marcada para 17h30, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Daniel Dias, Andre Brasil, Joana Neves, Clodoaldo Silva, Talison Glock, Ruiter Silva e Thomaz Matera serão os representantes do país na piscina.
 
Daniel Dias vai buscar a quinta medalha no Rio 2016. O nadador já conquistou um ouro, duas pratas e um bronze na competição e avançou com o melhor tempo para a final dos 50m S5: 33s55. Na mesma prova, Clodoaldo Silva se classificou com a oitava melhor marca (36s67).
 
Quem também teve um grande desempenho nesta manhã foi Joana Neves. A nadadora, campeã mundial dos 50m livre S5, confirmou seu favoritismo e conseguiu o melhor tempo das baterias eliminatórias, com 37s22. A chinesa Li Zhang veio logo atrás, com 37s37, enquanto a espanhola Teresa Perales foi a terceira mais rápida, com 37s87.
 
Em busca de sua primeira medalha nos Jogos Rio 2016, Andre Brasil foi o terceiro mais veloz nos 100m borboleta S10. O brasileiro viu seu recorde mundial (55s99) ser batido pelo ucraniano Denys Dubrov (55s29) nas eliminatórias, mas se classificou para a decisão com 58s27.
 
Outro que avançou com a terceira melhor marca foi Talison Glock, nos 200m medley SM6. Ele completou a prova em 2m44s94, atrás do colombiano Nelson Corzon (2m42s25) e do chinês Hong Yang, de apenas 16 anos (2m43s19). Já Thomaz Matera foi o oitavo melhor nos 400m livre S13, com 4m19s85. Por fim, Ruiter Silva foi o quinto melhor nos 100m livre S9, com 57s39.
 
Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
 
Joaninha confirma favoritismo
Na prova dos 50m livre feminino – S5, Joana Neves se classificou em primeiro lugar para a final com o tempo de 37s22. Em sua segunda Paralimpíada (em Londres 2012 ela conseguiu o bronze na mesma prova), a nadadora, portadora de acondroplasia (nanismo desproporcional causado por mutações genéticas), está satisfeita com o tempo da série eliminatória. “Todos os sacrifícios que venho fazendo estão valendo a pena. Agora é encarar a realidade e nadar ainda mais forte à tarde”, diz Joaninha.
 
“Ter conseguido o melhor tempo me proporciona uma confiança a mais para competir na final, pois muitos atletas querem a melhor marca, mas são poucos os que conseguem. De qualquer maneira, cada atleta tem a sua responsabilidade e todos vão querer vencer”, completou Joana Neves, que nadou na raia 4, mas prefere a raia 5. “Nadar na raia 4 é um sonho qualquer atleta, se bem que prefiro a 5 porque na 4 muita gente fica te olhando e eu gosto de ficar mais escondidinha”, sorri a nadadora paralímpica, atual campeã mundial dos 50m livre.
 
Andre descarta pressão 
O experiente Andre Brasil foi classificado em terceiro lugar para a final dos 100m borboleta S10 com o tempo de 58s27. Apesar do bom desempenho, o brasileiro, até então detentor da melhor marca mundial (55s99), teve o recorde quebrado por dois ucranianos: Maksym Krypak, que conseguiu a segunda colocação para a final ao nadar em 55s54, e Denys Dubrov, primeiro finalista, com 55s29.
 
“Acho que foi uma boa eliminatória. Eu saí bastante satisfeito com o tempo que consegui realizar de forma bastante consciente e até um tanto confortável. Como sou um dos mais velhos da classe, tornei a minha série um pouco mais lenta, mas controlando o tempo. Na sequência tivemos uma série mais forte em que os ucranianos quebraram minha marca mundial, mas agora vou ali para o descanso, escutar uma música no meu quarto e relaxar porque à tarde temos uma pauleira. E, estando na final, todo mundo tem chance”, diz o nadador veterano.  
 
Sobre a pressão de subir ao pódio, Andre Brasil se mantém tranquilo. “Eu vou tirar o fardo da medalha porque todos têm chance de conquistar a final. O mais importante é que estou bem e preparado. Se for meu dia estarei sorridente no pódio e se não for, podem ter certeza de que dei o meu máximo”.
 
Mesmo com uma bagagem de 10 medalhas conquistadas em Paralimpíadas (quatro de ouro e uma de prata em Pequim 2008 e três de ouro e duas de prata em Londres 2012), o nadador brasileiro considera que competir em casa é um momento único na carreira.
 
“É uma energia maravilhosa e é a primeira vez que posso me apresentar diante de tanta gente. Acho que é nesse momento que a gente começa a entender o Brasil de uma forma consciente para aquilo que é o esporte. Esporte é família, esporte é escola, é saúde, é uma oportunidade de transformação”, avaliou o nadador ao sair da piscina, destacando, ainda, a presença dos pais, Tânia e Carlos.
 
“Geralmente eu nunca sei onde eles estão, mas, como o famoso mágico Mister M, eles sempre dão um jeito de aparecer na hora certa onde estou saindo. E a minha maneira de agradecer é retribuir com um coraçãozinho a quem me deu a vida e a oportunidade de iniciar do esporte”, finaliza Andre Brasil.
 
Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
 
Clodoaldo, o colecionador de emoções
Dono de 14 medalhas paralímpicas e uma das lendas da natação brasileira, Clodoaldo Silva já faturou uma prata no Rio 2016, no revezamento 4x50m livre, e vai disputar mais uma final nesta segunda. O atleta admitiu que não gostou de seu desempenho na eliminatória, mas comemorou o fato de ter se classificado entre os oito melhores.
 
“Eu poderia nadar melhor. O nado não encaixou, acontece. Espero que a noite possa melhorar meu tempo. Agora dá para descansar, ver onde errei e onde posso melhorar para, com o estádio lotado na final, me superar”, projetou Clodoaldo.
O brasileiro vem colecionando emoções nos Jogos Paralímpicos. Depois de acender a pira no Maracanã durante a Cerimônia de Abertura e de conquistar sua 14ª medalha na piscina, o veterano nadador tem aproveitado cada segundo da experiência.
 
“Ainda bem que faço natação e toda vez fico molhado. Se não é aqui na piscina é lá na pira, caindo um temporal. É tanta água que não sabem dizer se estou chorando ou não. É uma vibração impressionante e isso me emociona. Quando comecei lá em Natal, em 1996, não esperava que o esporte paralímpico pudesse ter esse reconhecimento”, comentou.
 
Depois da final nesta segunda-feira, Clodoaldo terá mais uma prova para se despedir do Rio 2016: os 100m livre S5. Questionado sobre como ele se sentiria se a despedida das piscinas fosse hoje, o brasileiro não escondeu a felicidade que tem sido participar dos Jogos no país.
 
“Sairia muito mais que feliz e realizado. Não imaginava acender a pira, que ia ter arquibancada lotada, que teria que dar uma volta olímpica no estádio para saudar todo mundo”, citou. “Estou tentando responder mensagens até hoje e não estou conseguindo”, brincou o nadador, que cai na piscina às 20h28 desta segunda, ao lado de Daniel Dias.
 
Vagner Vargas e Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Daniel Dias conquista a prata nos 100m peito e mantém viva as chances de se tornar o maior medalhista paralímpico da história

O maior medalhista paralímpico brasileiro continua aumentando sua coleção. Daniel Dias chegou ao seu 19º pódio, o quarto nos Jogos Rio 2016, com a prata nos 100 metros peito, classe SB4, disputada na noite de domingo (11.09), no Estádio Aquático do Parque da Barra. Ele ficou atrás apenas do chinês Junsheng Li, em uma das provas mais disputadas da noite. Daniel completou a prova com o tempo de 1m36s13, diferença de 17 centésimos para o campeão. O bronze ficou com o colombiano Moises Fuentes Garcia (1m37s40).
 
Daniel Dias, que agora tem 19 conquistas, e ainda tem mais cinco provas na Paralimpíada. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Daniel Dias, que agora tem 19 conquistas, e ainda tem mais cinco provas na Paralimpíada. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
“Eu concretizei meu objetivo inicial de não deixar que o colombiano, o grego e o espanhol concluíssem a primeira volta na frente, mas quando virei, eu vi que o chinês tinha me passado. Eu tentei buscá-lo. A cada respiração eu escutava a torcida gritando e, no final, eu escutava cada vez mais forte. Aí pensei: ‘Eu acho que eu estou chegando’, mas quando eu bati acabou vindo a prata. Não importa, estou extramente feliz, satisfeito com o que eu fiz. Eu dei o meu melhor e ele mereceu. O esporte é isso”, analisou o nadador brasileiro.
 
Daniel não conseguiu largar bem e virou os primeiros 50m na quarta posição. Na volta final, ele deu início a uma reação espetacular, deixando de pé o público presente no Estádio Aquático. “Foi uma estratégia. Meu fim de prova é muito bom, minha volta é muito boa. Quando virei, escutei o grito da torcida, senti que já tinha passado alguns. Eu sairia daqui com uma medalha, nem que tivesse de carregar três pianos".
 
Daniel não largou bem na prova, mas após a virada da piscina consegui melhorar sua performance. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Daniel não largou bem na prova, mas após a virada da piscina consegui melhorar sua performance. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
Desconhecido pela maioria dos atletas que disputavam a prova, o chinês Junsheng Li, de apenas 16 anos, ressaltou as dificuldades que oponentes do nível do brasileiro lhe impuseram para chegar ao ouro. “A prova foi muito difícil. Eu estava um pouco preocupado porque a chegada foi lado a lado. Mas estou muito feliz por ter ganhado esta medalha. Eu bati concorrentes muito fortes, como Daniel Dias".
 
Brasileiro consegui a prata, com apenas 17s de diferença para o chinês Junsheng Li. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Brasileiro consegui a prata, com apenas 17s de diferença para o chinês Junsheng Li. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
Ovacionado pela torcida do inicio ao fim da prova, Daniel Dias, que é o recordista mundial e paralímpico dos 100 metros peito, agradeceu o apoio do público. “Eu estava concentrado e aí eu comecei a escutar: ‘Daniel, Daniel’. Não tem como não ficar mexido? Eu acompanhei o ritmo balançando minha cabeça, curtindo aquele momento. Pensei: ‘Poxa, eu vou fazer isso por mim e por todos eles’. Eu não tenho dúvidas que todo mundo ficou satisfeito. Foi uma emoção muito grande. Quando eu sai da piscina todos me aplaudiram. Eu até me empolguei e joguei minha touca nem sei para quem”, brincou.
 
A conquista de Daniel mantém viva sua chance de se tornar o maior medalhista da história dos Jogos Paralímpicos. Atualmente, o feito pertence ao nadador australiano Matthew Cowdrey, dono de 23 pódios. O brasileiro, que agora tem 19 conquistas, ainda deve competir em mais cinco provas nos Jogos Rio 2016.
 
Outros resultados
 
Na final dos 100m livre feminino, classe S8, a brasileira Cecilia de Araújo terminou em sexto lugar. Já nos 100m borboleta, classe SB5, os atletas Roberto Rodriguez e Adriano de Lima chegaram em quinto e oitavo lugares, respectivamente. Na prova dos 100m peito SB13, para deficientes visuais, Guilherme Silva alcançou a quinta colocação. Felipe Vila Real ficou em oitavo lugar na disputa dos 200m livre, classe S14, para pessoas com deficiência intelectual.
 
João Paulo Machado - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Felipe Gomes e Teresinha de Jesus garantem mais duas medalhas no atletismo

A noite do domingo (11.09) foi especial para dois velocistas brasileiros. Um, com 30 anos, já é experiente. A outra, aos 35, “uma veterana estreante”. Eles garantiram para o país uma prata e um bronze no Estádio Olímpico, o Engenhão. Na terceira Paralimpíada, Felipe Gomes cruzou a linha de chegada em segundo lugar nos 100m rasos T11 (deficientes visuais). Em sua primeira edição dos Jogos, Teresinha de Jesus não acreditou quando olhou para o telão após a prova. Sentiu as pernas tremerem ao ver o seu nome na terceira colocação nos 100m rasos T47 (amputados).
 
Teresinha conquista bronze nos 100m T47 e Felipe Gomes leva prata nos 100m T11. (Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)Teresinha conquista bronze nos 100m T47 e Felipe Gomes leva prata nos 100m T11. (Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)
 
“Eu entrei na modalidade aos 32 anos. A minha trajetória é repleta de garra e dedicação. Cheguei no regional, passei pelo Brasileiro, Mundial, Parapan e hoje, depois de todos os resultados, estou aqui com 35 anos na minha primeira Paralimpíada, correndo contra meninas bem mais novas. É Isso que me mantém forte para continuar o trabalho. Não tenho dúvidas de que o esporte me escolheu”, disse Teresinha.
 
Ela tinha oito anos quando um acidente mudou a sua vida. Teresinha brincava com as primas no interior do Maranhão, pulou uma cerca, o pé escorregou e ela caiu no chão com o braço para trás. O resultado foi uma fratura exposta. Três dias depois de um procedimento médico errado,  teve que amputar o braço esquerdo.
 
Foi apresentada ao esporte adaptado em 2011, em Londrina, no Paraná. Antes, tinha sido babá, trabalhou em restaurante, papelaria, entregou marmita e foi vendedora. Hoje, vive exclusivamente para o esporte. “Eu recebo a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. É o que me garante dedicar todos os dias e treinar de segunda a sábado. Isso é muito importante para nós, atletas”, afirmou.
 
A prova dos 100m rasos T47 feminino foi vencida pela norte-americana Deja Young, com 12s15. O segundo lugar ficou com a polonesa Alicja Fiodorow, com 12s46. Teresinha fechou a prova em 12s84. Sheila Finder era a outra brasileira na prova. Ela terminou na sexta colocação (13s27).
 
Felipe Gomes melhora desempenho de Londres 2012 e leva prata nos 100m T11.(Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)Felipe Gomes melhora desempenho de Londres 2012 e leva prata nos 100m T11.(Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)
 
Evolução
 
Felipe Gomes entrou na pista do Engenhão com um objetivo: melhorar a marca da última Paralímpíada, quando terminou em terceiro lugar nos 100m T11. Depois de 11s08, o brasileiro cruzou a linha de chegada em segundo e alcançou a meta traçada. A prova foi vencida pelo americano David Brown, com o tempo de 10s99 (novo recorde paralímpico). Ananias Shikongo, da Namíbia, completou o pódio com 11s11.
 
“Os 100m são muito rápidos. Tem que estar atento a todos os comandos do guia e buscar a linha de chegada o mais rápido possível. Foi isso que eu tentei fazer. Estou feliz. É a minha terceira oportunidade de competir em Paralimpíadas e já na primeira prova aqui no Rio conquistei uma prata. Começamos bem”, analisou.
 
A prata deste domingo é o terceiro pódio do atleta em Jogos Paralímpicos. Na última edição, em Londres, ele voltou também com o ouro nos 200m T11. Felipe vai entrar na pista mais três vezes. O atleta vai encarar as provas de revezamento 4x100m (T11-T13) , 200m e 400m.
 
Melhor que o Olímpico
 
Nos 1.500m T13 (deficientes visuais), o brasileiro Júlio César Agripino dos Santos, que estreou em Jogos Paralímpicos, liderava a prova até que um dos adversários o empurrou. O atleta de Itapecerica da Serra, interior paulista, saiu da pista e perdeu segundos preciosos. Ele cruzou a linha de chegada em 12º (4m00s61).
 
 Júlio César Agripino dos Santos foi empurrado por um adversário. (Foto:Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br) Júlio César Agripino dos Santos foi empurrado por um adversário. (Foto:Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
“A mão de um atleta foi nas minhas costas e acabei perdendo o equilíbrio. Mas estou muito feliz, é minha primeira Paralimpíada, dentro do meu país, com essa torcida maravilhosa. Quando entrei, senti a torcida me empurrando, empurrando o meu parceiro, com uma energia positiva. Com a queda, eles começaram a gritar para me levantar, não tem nada que pague isso”, conta. Yeltsin Jacques, outro brasileiro na prova, terminou em 11º (3m58s92).
 
O vencedor da prova foi o argelino Abdellatif Baka, com 3m48s29. Se não bastasse ser o recorde mundial da prova, a marca ainda lhe daria o ouro se ele estivesse na disputa olímpica do Rio 2016 nos 1.500m. O vencedor naquela ocasião foi o norte-americano Matthew Centrowitz, com 3m50s00.
 
Fonteles fora dos 200m
 
Atual campeão paralímpico dos 200m T44 (amputados), prova que lhe deu projeção mundial, AlanFonteles correu a classificatória do Rio 2016 neste domingo, sentiu a coxa direita, fez o tempo de 22s63 e não avançou. “Estou sentindo muita dor, muita. Senti no aquecimento. Achei que fosse uma dor normal, e ali na entrada da reta eu senti muito a perna. Nunca me lesionei, nunca senti uma dor parecida, então espero que não seja grave e espero ajudar amanhã a equipe no revezamento”, disse, em referência ao 4x100m (T42-T47).
 
“Dois meses atrás, eu corri 21s86, a marca que fiz na semifinal de Londres 2012. Se você analisar, estou evoluindo. Agora, seria uma evolução bem maior, mas por conta dessa dor não consegui fazer melhor, tanto que fiz uma das piores marcas da minha vida. E fui prata nessa prova no Mundial de Doha (2015), com o tempo que eu fiz lá eu entrava facilmente”, completou.
 
Breno Barros, brasil2016.gov.br, com colaboração de Carol Delmazo
Ascom - Ministério do Esporte
 

Terezinha dos Santos alcança melhor marca da carreira e termina na quinta colocação

A brasileira Terezinha Santos alcançou a melhor marca da carreira na final do halterofilismo feminino dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, categoria até 67kg, no Pavilhão 2 do Riocentro. Neste domingo, a atleta terminou a prova na quinta colocação após levantar 93kg, dois quilos a mais que sua melhor marca até então.
 
Terezinha dos Santos terminou a disputada categoria até 67kg em quinto lugar. (Foto:Alaor Filho/CPB) Terezinha dos Santos terminou a disputada categoria até 67kg em quinto lugar. (Foto:Alaor Filho/CPB)
 
A medalha de ouro foi conquistada pela chinesa Yujiao Tan, após levantar 138,5kg e quebrar o recorde paralímpico e mundial, que já pertencia a ela. Medalhista de prata nos Jogos de Londres, Yujiao disse que a vitória no Rio é fruto de um amadurecimento pessoal. "Em 2012, eu tinha 22 anos e de lá para cá aprendi um monte de coisas diferentes, por isso o resultado foi melhor". O pódio ficou completo com a prata da atleta do Cazaquistão Raushan Koishibayeva, que levantou 113kg, e com o bronze da egípcia Amal Mahmoud, que ergueu 108kg.
 
A prova
 
Primeira a competir, Terezinha entrou no Pavilhão 2 sob muita festa da torcida. Concentrada para levantar 88kg, a potiguar, nascida na pequena cidade de Nova Cruz (RN) conseguiu se sair bem e completou o levantamento sem falha. "Não dá para explicar o que eu estava sentindo naquela hora. É uma adrenalina positiva. Ainda mais com esse apoio da torcida. A cada grito de incentivo eu ganhava mais força", disse Terezinha, após a competição.
 
Brasileira levantou 93kg.(Foto:Alaor Filho/CPB)Brasileira levantou 93kg.(Foto:Alaor Filho/CPB)
 
O clima favorável continuou ajudando. Na segunda tentativa, a brasileira aumentou o peso para 93kg e concluiu o movimento com a aprovação unânime dos juízes. Naquele momento, a atleta alcançava uma marca histórica na carreira e ainda podia sonhar com o pódio. Isso porque a chilena María Antonieta Ortiz, que estava na terceira posição, havia levantado 98kg, mesma carga escolhida por Terezinha para a terceira e última tentativa.
 
 
Mais uma vez apoiada pela torcida, a atleta potiguar concluiu o levantamento, mas a arbitragem considerou que ela realizou o movimento de forma ilegal e não validou a tentativa. "Eu fiz os 98kg, mas sabe como é, né? Algumas coisas eles deixam passar, outras não", reclamou a atleta, que disse não ter ficado chateada. "O importante é que para mim e para o meu técnico o movimento foi correto. E agora eu sei que posso mais", ressaltou.
 
Terezinha, que tem atrofia nas pernas em função de uma poliomielite contraída durante a infância, descobriu o halterofilismo aos 25 anos a convite de um treinador que conheceu em um torneio de natação. Pioneira da modalidade no Brasil, a atleta completou no Rio sua quinta participação em paralimpíadas. A primeira disputada por ela foi em Sydney, 2000.
 
Hoje, aos 45 anos e após conquistar a melhor marca da carreira, Terezinha diz que pretende ir a Tóquio, em 2020. "Tem adversárias minhas que têm 50 anos e ainda estão no topo. Então, acho que estarei me sentindo melhor daqui a quatro anos", concluiu.
 
João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
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