Ministério do Esporte Últimas Notícias
Ir para conteúdo 1 Ir para menu 2 Ir para a busca 3 Ir para o rodapé 4 Página Inicial Mapa do Site Ouvidoria Acessibilidade MAPA DO SITE ALTO CONTRASTE ACESSIBILIDADE

|   Ouvidoria   |

 
Conheça os principais programas e ações da Secretaria Especial do Esporte.
Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.

Informações:  (61) 3217-1875E-mail:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

                          

Brasil conquista ouro inédito no revezamento 4 x 100m para deficientes visuais

Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPB
O Brasil pode se orgulhar de ter os velocistas com deficiência visual mais rápidos do mundo. Na manhã desta terça-feira (13.09), sexto dia de competições do atletismo no Rio 2016, Diogo Ualisson, Gustavo Araújo, Daniel Silva (com o atleta-guia Heitor Sales) e Felipe Gomes (com o atleta-guia Jonas Silva) se tornaram os primeiros campeões e recordistas paralímpicos do país no revezamento 4 x 100m T11-13, no Estádio Olímpico, o Engenhão.
 
A velocidade dos atletas fez com que a torcida quebrasse o protocolo de silêncio obrigatório em uma prova para deficientes visuais. Nem adiantou o pedido da organização no alto-falante e no telão, pois ver o Brasil na frente durante a prova toda foi emoção demais para o público no estádio. Crianças de escolas públicas também estavam na arquibancada e puderam testemunhar o feito histórico em Jogos Paralímpicos.
 
Tudo começou com Diogo, o mais jovem da equipe (23 anos). O atleta da classe T12 (baixa visão) partiu sozinho contra rivais da classe T11 (cego total), e entregou o bastão com boa vantagem na liderança. Ali o silêncio das arquibancadas já se rompeu e não voltou mais.
 
Gustavo Araújo, da classe T13 (menor grau de lesão nos olhos), veio logo em seguida. Não deixou o bastão cair, nem tampouco a vantagem sobre chineses e uzbeques. Ele ficou em oitavo na prova individual dos 100m de sua categoria, mas correu como campeão antes de passar para o terceiro velocista. Presente perfeito, um dia antes de seu aniversário.
 
Aos 37 anos, Daniel Silva já veio com mais experiência no revezamento: tem dois títulos mundiais nos 400m e a prata em Londres 2012 nos 200m, tudo na classe T11. Correu ao lado do guia Heitor Sales e mostrou por que tem um currículo tão forte no atletismo paralímpico. O Brasil seguia na frente na passagem do bastão para o corredor mais rápido da equipe.
 
Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPBFelipe Gomes foi campeão dos 200m T11 em Londres 2012 e prata nos 100m no Rio 2016. Ao lado do guia Jonas Silva, ele tinha uma ampla vantagem que rendeu o recorde paralímpico pra equipe do Brasil. Com 42s37, de ponta a ponta, a equipe venceu a China (43s05, prata) e o Uzbequistão (43s47, bronze). Pouco antes da chegada, até o próprio narrador do Engenhão desistiu dos pedidos de silêncio e vibrou junto com a torcida com o ouro inédito.
Redenção
 
Uma medalha de redenção, principalmente para dois membros da equipe. Daniel e Felipe estavam no revezamento que foi desclassificado ainda na eliminatória dos Jogos Paralímpicos de quatro anos atrás, com André Andrade e Lucas Prado, por um erro na passagem do bastão. Felipe também passou por isso em Pequim 2008, devido à mesma infração.
 
Daniel confessou que tinha isso em mente quando chegou à pista do Engenhão. “Nosso revezamento estava engasgado na nossa garganta já há algum tempo. (A medalha) não podia vir de forma melhor: em casa, em uma plena terça-feira, lotando esse estádio para nos prestigiar e aguardando nosso melhor, porque nós nos propusemos a isso, então nossa alegria é grande”, contou.
 
Um resultado inédito, mas que constava nos planos da equipe brasileira, segundo Felipe. “Dever cumprido. Nós nos unimos, conversamos e pensamos em correr não só pela gente, mas por quem vinha na frente, pelo próximo. Tínhamos esse objetivo não só de ganhar a medalha de ouro, mas também quebrar o recorde. Acreditamos nesse sonho, fomos pra dentro e cumprimos o objetivo”, afirmou. Até agora, ele e Petrucio Ferreira dividem o melhor desempenho individual no atletismo da Rio 2016, com um ouro e uma prata cada um.
 
Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPB
 
Receita do sucesso
Numa competição coletiva, em que os mínimos detalhes entre companheiros fazem a diferença, a harmonia entre os integrante da equipe foi vital para o triunfo do revezamento brasileiro. Gustavo Araújo conta que, para ter um timing perfeito, é importante ter uma energia perfeita entre os velocistas, que competem juntos desde o Parapan de Toronto-2015.
 
“Somos amigos fora da pista também, um liga para o outro, manda mensagem para o outro. Temos grupos de redes sociais juntos, e isso começa aí também, né? Chega na hora lá, um dá um abraço no outro e fala ‘estou confiando em você’. Na hora da corrida rolando, mesmo com o estádio gritando, a gente só consegue escutar a voz do amigo, do parceiro”, comentou.
 
Parte da alegria da equipe é embalada por um ritmo tipicamente carioca: o funk, já que Diogo Ualisson mora próximo a um local que recebe bailes. Ele conta que a comemoração no pódio foi ensaiada, com dança da música “Malandramente”, do MC Nandinho, especialmente na parte da letra que diz “Nois se vê por aí”.
 
“Como a gente fica brincando, em vez de ser os backstreet boys, somos os backfavela boys!”, disse Gustavo, aos risos.
Outras provas
 
Destaque também para uma quebra de recorde mundial, logo na primeira final desta manhã. Com tempo de 1m00s53, Georgina Hermitage, da Grã-Bretanha, melhorou em um décimo a marca que já era dela, e faturou o ouro nos 400m rasos T37 (paralisados cerebrais). Outro recorde mundial saiu no lançamento do dardo F46 (amputados) para a também britânica Hollie Arnold (43.01m).
 
Nos 100m T51 (competidores em cadeiras), Peter Genyn quebrou o recorde paralímpico (21s15), assim como Walid Ktila, da Tunísia, na classificatória dos 800m T34 (paralisados cerebrais), com 1m46s28. A marca foi superada na bateria seguinte por Mohamed Alhammadi, dos Emirados Arabes Unidos (1m44s96).
 
Rodrigo Vasconcelos e Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Evânio Rodrigues faz história no halterofilismo e conquista a prata

Cezar Loureiro/MPIX/CPBCezar Loureiro/MPIX/CPB
Um quilo. Um peso insignificante para qualquer atleta de halterofilismo, mas que há quatro anos seguia na mente do baiano Evânio Rodrigues da Silva como uma lembrança de um sonho que poderia ter sido realizado na Inglaterra, com a participação nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, mas que acabou não se concretizando.
 
Mas o esporte tem o poder de redenção que em muitos casos é capaz de apagar as tristezas e transformá-las em emoções indescritíveis. E na manhã desta terça-feira (13.9), no Pavilhão 2 do Riocentro, Evânio Rodrigues descobriu isso.
 
Se há quatro anos ele sofreu uma enorme decepção ao não se classificar para as Paralimpíadas de Londres por apenas um quilo, a recompensa, após um ciclo de trabalho árduo, veio de uma forma que ele jamais vai se esquecer.
 
Até esta manhã, o halterofilismo brasileiro nunca havia subido ao pódio em Paralimpíadas. Mas Evânio acordou para mudar essa história. Competindo na categoria -88kg, o halterofilista, nascido na pequena cidade de Cícero Dantas, um município de cerca de 34 mil habitantes, encheu sua família e sua terra natal de orgulho ao se tornar o primeiro medalhista do país na modalidade nos Jogos Paralímpicos.
 
Depois de erguer 205kg na primeira apresentação e 210kg na segunda tentativa (ele ainda tentou superar os 215kg na terceira chance, mas sem sucesso), Evânio conquistou a medalha de prata para o Brasil e fez história, para a alegria do pai, da mãe, dos irmãos e dos primos que não se continham de felicidade nas arquibancadas.
 
A medalha de ouro ficou com o Mohammed Khalaf, dos Emirados Árabes Unidos (220kg), e o bronze foi para Sodnompiljee Enkhbayar, da Mongólia, que também ergueu 210kg, mas que pelo fato de ter um maior peso corporal do que o brasileiro (critério de desempate) acabou perdendo a prata.
 
O Brasil ainda tentou conquistar mais uma medalha nesta terça-feira no Pavilhão 2 do Riocentro com Márcia Menezes, na categoria -86kg, mas a atleta não obteve sucesso. Após erguer 111kg na primeira tentativa, ela falhou nas duas seguintes para superar 117kg e acabou ficando fora do pódio, em quinto lugar. O ouro foi para a egípcia Randa Mahmoud (130kg), a prata para a jordaniana Tharwah Alhajaj (119kg) e o bronze para a mexicana Catalina Diaz Vilchis (117kg).
 
“Foi muito trabalho e muito treinamento também para focar mais na competição e não deixar a adrenalina atrapalhar, porque se ela atrapalhar você não consegue fazer o movimento válido”, contou Evânio. “Eu me concentrei muito, fiquei muito na minha, lá no meu canto, para na hora não pensar em nada, só pensar em completar o movimento. E eu consegui. Foi um sonho realizado hoje. Essa minha primeira medalha é inédita em nosso esporte”, comemorou o baiano, que se emocionou muito a ver os familiares nas arquibancadas, que pela primeira vez puderam vê-lo em ação e trouxeram sorte.
 
“Quando eu vi minha família...”, interrompeu o halterofilista para cair nas lágrimas em seguida. “Ela é tudo para mim. Eu estou longe dela faz nove anos e não é fácil. É muito tempo sem vê-los. Mas hoje tive a recompensa. E fico muito feliz porque é a primeira vez que eles estão vendo o meu esporte. E quando eu os vi agora foi muita emoção. Minha família é tudo. Meus maiores fãs são da minha família”, disse, ainda aos prantos. Depois, ele agradeceu a todos os que o ajudaram na caminhada até a medalha.
 
“Eu só tenho a agradecer a todo mundo que torceu por mim e a eles (os familiares), que vieram de longe para torcer por mim. Vieram da Bahia e outros vieram do litoral de São Paulo só para torcer, para estar ao meu lado, e eu fiquei muito feliz agora e realizado. Eu tinha ficado de fora nas Paralimpíadas de Londres, pensei até em desistir, mas a minha vontade falou mais alto. Eu amo esse esporte, cara. Eu vivo para isso. Eu vivo para o esporte. Eu faço o que eu gosto. Tive várias barreiras que estavam impedindo, mas eu sempre pensei positivo, fui pra frente e estou hoje aqui, realizado”, celebrou Evânio, que recordou tudo o que passou até subir ao pódio dos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
 
Eu dei o meu melhor. A melhor marca de toda a minha vida foi essa de hoje e não é fácil fazer um movimento válido aqui. É muito difícil, porque a pressão é muito grande. Aqui é uma competição vista por milhares de pessoas e não é fácil você estar entre os melhores do mundo. Foi muito difícil, muito trabalho. Pelo ranking só iam (para as Paralimpíadas) os oito melhores do mundo e eu consegui ficar em oitavo. Eu vi que estava em oitavo mas que podia conseguir melhorar. Só que não foi fácil. Nesses últimos quatro meses eu tive que ganhar dez quilos de peso corporal.  E eu não como muito. Tive que tomar muito suplemento, acordar para comer toda hora...”, lembrou.
 
Evânio ainda fez um agradecimento especial a seu técnico, Valdecir Lopes, e a um atleta do Egito, em particular, Sherif Osman – ouro no Rio 2016 na categoria -59kg e tricampeão dos Jogos Paralímpicos (venceu também em Pequim 2008, Londres 2012), que veio treinar no Brasil em abril e acabou se tornando um amigo e parceiro dos brasileiros.
 
“A gente teve uma ajuda de fora, um treino diferente. Juntou com o nosso treino e deu muito certo. O Sherif veio passar um tempo no Brasil e a gente aprendeu muita coisa com ele. Hoje ele estava torcendo por mim como se a gente fosse do mesmo país e eu fiquei muito feliz. Tenho que agradecer a ele e a meu técnico. Quando juntou os dois deu isso aí: um sonho realizado”, destacou o medalhista, que desde o final da competição passou a viver uma fábula.
 
“A ficha não caiu ainda. Esse sonho estou realizando não só por mim. É por várias pessoas que tentaram e ficaram no caminho. Mas eu estou conseguindo por todos eles. É por todo mundo, não é só por mim”, ressaltou Evânio.
 
Cezar Loureiro/MPIX/CPBCezar Loureiro/MPIX/CPB
 
Primeiro pódio aos 23 anos
Com a medalha no peito e segurando o simpático Tom personalizado com os cabelos prateados, Evânio, que sofreu com a poliomielite ainda bebê, recordou toda sua história, desde os problemas da infância até os primeiros passos no esporte, já adulto.
 
“Eu tive poliomielite com seis meses de idade. Morava em Cícero Dantas, no interior da Bahia. Meu pai trabalhava de vigilante e minha mãe trabalhava em uma clínica. Eu só comecei a andar com 5 anos, porque o recurso era muito difícil e minha família era muito pobre. Para fazer uma cirurgia depois que eu tive a pólio foi muito difícil”, narrou.
 
“Aí consegui a cirurgia, comecei a andar e foi muito difícil isso também. Na escola todo mundo jogava bola. Tinha as competições de escola, entre os colégios, e eu nunca pude participar e ganhar uma medalha. Era o meu sonho ter uma medalha. E eu só fui ganhar minha primeira medalha com 23 anos, em uma competição com atletas que não têm nenhuma deficiência, já que eu participo dos dois. Foi em 2008, em Ribeirão Pires, um campeonato paulista de supino convencional. E na primeira competição eu já fiquei em terceiro lugar. Aquela foi minha primeira medalha e meu primeiro sonho realizado”, prosseguiu Evânio, que contou ainda com o halterofilismo entrou em sua vida.
 
“Eu comecei a praticar musculação lá na Bahia ainda. Eu tinha feito uma cirurgia na perna, porque minha perna era muito curta. Aí tive que fazer alongamento na perna e comecei a musculação para o fortalecimento da perna. Eu tinha 18 anos quando fiz a cirurgia, depois que parei de crescer. Minha perna não cresceu como a outra. Eu não tinha recurso para fazer fisioterapia e eu fui crescendo e minha perna não foi acompanhando. Ai eu fiz a cirurgia para corrigir. Quando eu terminei a cirurgia em Salvador e tirei os ferros da perna eu comecei na academia, mas só para fortalecer a perna para começar a andar de novo”, lembrou.
 
“No começo eu não conseguia levantar nenhuma barra. Mas fui melhorando, melhorando... Aí teve uma competição em Cicero Dantas, depois da cirurgia em Salvador, e eu fui evoluindo e comecei a tomar gosto pela musculação. Meu irmão me convidou para morar na Praia Grande, no interior de São Paulo, para procurar emprego. Fiquei dois anos até que um colega que tinha deficiência e que competia nas provas de halterofilismo me mostrou o esporte. Aí em 2010 eu comecei no esporte paraolímpico”.
 
O resto é história. O menino que não podia andar em Cícero Dantas e que sonhava em ganhar uma medalha quando criança cresceu e ficou forte. E hoje, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, ele escreveu um capítulo especial no halterofilismo nacional ao ver seu trabalhado coroado com um pódio marcado por muita emoção e por lágrimas.
 
Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Seminário discute importância dos Centros de Iniciação Esportiva e gestão de instalações

O Espaço Multiuso da Casa Brasil recebe nesta quarta-feira (14.09), das 10h às 13h, gestores e representantes de prefeitura de todo o país, no seminário que irá debater, principalmente, o Programa do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), a gestão de instalações esportivas e as experiências exitosas na seleção e construção das obras do CIE.  
 
O evento é promovido pelo Ministério do Esporte e as palestras serão ministradas por técnicos do Departamento de Infraestrutura de Esporte da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento. O evento tem entre os principais objetivos apresentar o programa do CIE e o projeto Vila do Esporte, ambos disponíveis para cessão aos entes públicos interessados; esclarecer dúvidas sobre planejamento da ocupação e os gastos de uma instalação esportiva compartilhar os procedimentos considerados de sucesso no desenvolvimento da iniciativa; e orientar acerca da fiscalização de obras públicas. 
 
Os Centros de Iniciação ao Esporte fazem parte da Rede Nacional de Treinamento e se destinam a identificar talentos, formar atletas e incentivar a prática esportiva em territórios de vulnerabilidade social, com instalações esportivas que seguem requisitos oficiais.  
 
Serão construídos 233 centros em 223 municípios de todo o país e o investimento total será de R$ 840 milhões. O primeiro CIE foi inaugurado no mês de junho, em Franco da Rocha (SP).
 
SERVIÇO:
Palestra sobre os Centros de Iniciação ao Esporte
Data: 14.09.
Horário: das 10h às 13h
Local: Auditório do Armazém 2, Casa Brasil, Pier Mauá, Rio de Janeiro, (RJ)
Mais informações
Assessoria de Imprensa do Ministério do Esporte
Emília Andrade: +55 (61) 99685-1783
 
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Sucessos da época de ouro do rádio encantam visitantes da Casa Brasil

Casa BrasilCasa Brasil
Os visitantes da Casa Brasil relembraram nesta segunda-feira (12) os sucessos musicais que marcaram os 80 anos da Rádio Nacional com o conjunto de choro Época de Ouro. Criado por Jacob do Bandolin no início da década de 1960, o Época de Ouro se mantém como um dos mais tradicionais grupos de choro e samba do país até hoje.
 
Sob a liderança de Jorginho do Pandeiro, com 84 anos de idade, o conjunto lembrou o início dos anos 1940, quando a Rádio Nacional era a emissora com o sinal mais potente do país. Naquela época, o rádio era o principal canal para informação e entretenimento de todas as regiões, até as mais longínquas cidades das fronteiras do Brasil.
 
O Época de Ouro vai ao ar ao vivo às segundas feiras, das 17h às 19h, e recebe músicos e intérpretes convidados. O espetáculo desta segunda-feira contou com a interpretação dos clássicos de compositores como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Noel Rosa e Jacob do Bandolin entre outros. Com transmissão ao vivo pela EBC, convidados como o cantor Marcos Sacramento ajudaram a levantar o público da Casa Brasil que lotou o auditório do Armazém 2.
 
O casal Angélica Marchon, 30 anos, assistente administrativa, e Hélio Roberto, 36, analista de redes, esteve se encantou com o espetáculo. "Estava passando pelas outras exposições e quando ouvi a música segui direto o som até chegar ao local da roda de samba. Quando vi já estava sambando", conta Angélica. "Somos fãs da música brasileira, especialmente essa música mais autêntica saudosista, sem aquele apelo comercial", acrescentou Hélio.
 
 

Fonte: Equipe Casa Brasil

Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil fica no zero contra o Irã no futebol de 5. Adversário da semi será a China

Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
A seleção brasileira de futebol de 5, modalidade para deficientes visuais, tentou, chutou várias vezes a gol, perdeu oportunidades de frente para o arqueiro, mas sofreu com a retranca do time do Irã e não conseguiu sair do 0 x 0 contra os asiáticos. O jogo foi disputado sob forte calor, na manhã desta terça-feira (13.09), na arena montada no Parque da Barra.
 
Com o empate, a equipe verde e amarelo garantiu a primeira colocação do Grupo A e enfrentará a China pela semifinal, na próxima quinta-feira (15.09) às 16h. Os adversários da próxima fase saíram após disputa por pênaltis, vencida pelos argentinos por 2 x 1. Em partida realizada na sequência do confronto entre Brasil e Irã, Argentina x China jogaram para definir o primeiro colocado do Grupo B. Os dois países chegaram para o duelo classificados e com campanhas idênticas: vitórias por 1 x 0 contra a Espanha e 2 x 0 sobre o México.
 
No entanto, o empate sem gols entre chineses e argentinos provocou uma situação inusitada. As duas equipes terminaram a primeira fase iguais em todos os critérios de desempate e tiveram que realizar uma disputa por pênaltis. Os asiáticos converteram apenas uma de três tentativas e viram os sul-americanos anotarem as duas primeiras cobranças – sem necessitar bater a terceira - e ganharem por 2 x 1.
 
Antes mesmo de conhecerem os oponentes da fase semifinal, os brasileiros já projetavam um embate complicado contra chineses ou argentinos. “Nós vamos ter um jogo muito difícil, independente de China ou Argentina. Estamos preparados, porque vamos dar o máximo e ter que correr muito”, avaliou Ricardinho, que foi poupado no duelo de hoje e entrou faltando menos de dez minutos para o apito final.
 
“A gente sempre quer estar jogando, mas tem que ter inteligência também. O treinador optou por me deixar no banco por alguns fatores. Primeiro porque o time que jogou tem plenas condições e mostrou um grande futebol e como eu venho de uma lesão recente, há um risco maior para mim de uma nova lesão muscular”, afirmou o ala esquerdo e camisa 10.
 
Além da lesão, o craque Ricardinho foi preservado do forte calor que castigou os jogadores. “A gente treinava aqui e no sol, mas hoje o cansaço veio um pouco mais rápido. No primeiro dia a gente pegou um pouco de sol, no segundo o clima foi mais ameno e hoje foi o dia mais quente, mas não acredito que tenha influenciado no nosso jogo”, comentou o defensor Damião.
 
Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
 
Tricampeão paralímpico (Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012), a seleção brasileira é a única a subir no lugar mais alto do pódio. No entanto, terá trabalho para manter a hegemonia na modalidade. Os argentinos foram os adversários da primeira final paralímpica, quando o título veio nos pênaltis, e os chineses foram vice quando sediaram os Jogos.
 
“Será um duelo decidido nos detalhes e temos que estar atentos o tempo todo. A China tem jogadores muito velozes, que se a gente vacilar, eles entram na nossa defesa. A Argentina é um time muito experiente, com jogadores bons na marcação e que podem nos surpreender. Então temos que estar focados o tempo todo”, disse o atacante Raimundo Nonato.
 
No outro duelo da semifinal, marcado para quinta-feira às 20h, o Irã, que garantiu a classificação ao empatar com os brasileiros, e a Argentina medirão forças para decidir quem vai para a disputa pelo ouro. Nesta tarde Marrocos x Turquia e Espanha x México fecham a primeira fase do torneio, para cumprir tabela.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Com campanha 100%, seleção feminina avança para semifinal no vôlei sentado

Na busca por uma medalha inédita nas Paralimpíadas, a seleção feminina de vôlei sentado entrou em quadra, nesta terça-feira (13.09), para disputar a última partida da fase de classificação. Empurrado pela torcida, o Brasil venceu a Holanda por 3 sets a 0 (25/18, 25/15, 25/20), no Pavilhão 6 do Riocentro.
 
“A vitória contra a Holanda era previsível, pela nossa colocação no ranking internacional, mas a equipe europeia também tem brigado muito com as melhores do mundo. É bom terminar a fase de grupo invicto, mas sem perder nenhum set, é uma grata surpresa”, disse o técnico da seleção brasileira, José Dantas.
 
Para a jogadora Janaína, a conquista coroou o trabalho realizado na busca pelo pódio inédito no vôlei sentado. “Nós queríamos fechar essa campanha invicta. Agora, é decisão. Se perdermos, ficaremos de fora da final. Estamos tentando dosar a ansiedade para chegar bem e tentar fazer um bom jogo na semi”.
 
Na fase de classificação do Grupo A, o Brasil venceu Canadá e Ucrânia por 3 sets a 0 antes do jogo contra a Holanda.  Na semifinal, Brasil vai enfrentar o segundo colocado do Grupo B. Até o momento, os Estados Unidos são os adversários. A definição será após a rodada desta quarta-feira (14). A China lidera o Grupo B. China e Estados Unidos são os finalistas das duas últimas edições dos Jogos Paralímpicos. As chinesas, atuais bicampeãs, levaram a melhor nos dois últimos confrontos diretos.
 
“Possivelmente os Estados Unidos serão os nossos adversários na semifinal. A China e os Estados Unidos vêm fazendo as finais de competições desde 2008. Na edição de Pequim, elas fizeram a final da Paralimpíada, depois do Mundial e da Copa Intercontinental. São equipes que são primeira e segunda colocadas no ranking mundial. É uma pedreira, mas a gente confia na equipe, que vem crescendo no cenário internacional”, afirma o treinador brasileiro.
 
Breno Barros - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Casa Brasil e a preparação para receber pessoas com deficiência

Rafael Azeredo / Casa BrasilRafael Azeredo / Casa Brasil
A Casa Brasil segue de portas abertas ao público até o próximo domingo (18), dia do encerramento dos Jogos Paralímpicos, e o que pode parecer um detalhe para muitos, na verdade tem sido alvo de elogios. A estrutura da Casa conta com diversas exposições que ressaltam os atrativos e a cultura do país em espaços acessíveis a pessoas com deficiência.
 
"Todos os nossos espaços contam com rampas para acesso de cadeirantes e a sinalização está disponível também em braile. Além disso, os expositores têm tradutores em linguagem de libras à disposição", explica o porta voz da Casa Brasil Jun Yamamoto.
 
O aposentado e cadeirante Severino Pinheiro, 76 anos, visitou a Casa Brasil nesta segunda-feira (12) acompanhado da família e aprovou a acessibilidade do espaço. "Está tudo maravilhoso, o acesso está muito bem feito", disse. A exposição Brasil Junino, que mostra a cultura da festa de São João no Brasil foi a que mais encantou Severino. "Moro há 40 anos no Rio de Janeiro, mas sou nascido no Nordeste. É impossível não me emocionar com as festas juninas", acrescentou o aposentado, que é natural de Recife.
 
Um levantamento do Ministério do Turismo mostra que, entre os visitantes da Casa Brasil, 78% são moradores do Rio de Janeiro, 20% são turistas de outros estados brasileiros e 2% de outros países, com destaque para a Espanha, Argentina, Estados Unidos, Bolívia e França. Na avaliação dos visitantes que também conheceram outras casas temáticas, 49% considerou a Casa Brasil como o melhor espaço de exposições.

Fonte: Equipe Casa Brasil

Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil conquista classificação para as quartas mesmo com derrota para a Alemanha

Brandão/Rio2016Brandão/Rio2016
Vencer ou usar a calculadora. Essas eram as opções da Seleção Masculina para chegar à inédita vaga nas quartas de final do basquete em cadeira de rodas de Jogos Paralímpicos. Felizmente, a derrota para a Alemanha por uma pontuação razoável (73 x 61) simplificou a conta e os donos da casa se classificaram no Grupo B pelo saldo mais positivo que o do Irã.
 
Mesmo com a derrota, o Brasil ficou em terceiro na chave, na frente da própria Alemanha, e escapou de um confronto mais duro contra a Espanha, primeira do Grupo A. O adversário será a Turquia, vice-líder da mesma chave, nesta quarta-feira (14.09), a partir das 21h, na mesma Arena Olímpica do Rio.
 
Brandão/Rio2016Brandão/Rio2016
 
O jogo teve todas as características de mata-mata. Marcação pegada, contato forte e clima tenso no ataque e na defesa, e torcida gritando como se fosse mesmo oitavas de final. A casa não estava completamente cheia, mas a torcida fez o papel dela para empurrar o time diante de um desafio tão complicado.
 
As dificuldades foram várias. No início, faltou espaço para arremessar e o aproveitamento acabou baixo (27% no 1º quarto). Depois, os alemães estavam mais atentos aos rebotes (12 a 9 no 2º período), o que rendeu a eles mais chances de pontuar. Mesmo assim, os brasileiros precisavam de um bom saldo para o possível empate triplo, e o primeiro tempo manteve essa missão sob controle, com uma bela reação no fim: 33 x 27 para a Alemanha, com 19 x 18 para o Brasil no segundo quarto.
 
Segundo tempo
Depois de as equipes voltarem dos vestiários, ambas tinham intensidades quase iguais no ataque, então mais uma vez o detalhe da precisão fez a diferença. Apenas uma cesta de 2 pontos (7/15 pra Alemanha, 6/12 para o Brasil) e um lance livre (7/8 para Alemanha, 6/8 para o Brasil) aumentaram a vantagem para a Alemanha ao fim do terceiro quarto: 45 x 54.
 
O equilíbrio voltou a marcar o último período. As duas equipes protegiam bem o garrafão, e com isso tinham dificuldades idênticas no ataque. Vantagem no placar do quarto para a Seleção Masculina nos primeiros 5 minutos, mas apenas de 3 pontos. No fim, o resultado mostrou o quanto pode ser decisivo um período ruim diante de um jogo tão parelho, pois a diferença não variou muito dos sete pontos do começo.
 
No entanto, não só o objetivo de conseguir a classificação foi alcançado, como também a vantagem de avançar em 3º do grupo B. Por isso, o ala-pivô Leandro de Miranda, que fez um duplo-duplo na partida (13 pontos e 12 rebotes) ficou com a sensação de dever cumprido.
 
"O mais importante era a classificação. Lógico que queríamos vencer, mas o foco maior era o resultado de avançar. Uma derrota assim é como se fosse vitória, e nos faz pensar agora na próxima fase", comentou.
 
Para o técnico Tiago Frank, o dia de folga será para pensar no que deu errado contra a Alemanha para que não se repita nas quartas de final. "Agora é ajustar. Temos coisas a corrigir. A Turquia sem dúvida é forte, eliminou a Grã-Bretanha no último Mundial. Tem talentos individuais e o aspecto físico como vantagem na estatura. A gente aposta sempre num sistema defensivo coeso, consistente e intenso, que a gente não conseguiu aplicar hoje. Temos que entrar focados para, quem sabe, almejar uma vaga na semifinal", analisou.
 
O destaque do Brasil foi o ala Erik da Silva, com 21 pontos. Na partida, porém, o cestinha foi o alemão Thomas Bohme, com 26 pontos.
 
Rodrigo Vasconcelos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Brasil alcança feito inédito, vence a Coreia do Sul e é ouro na classe BC3 da bocha

Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
Prazer, somos da bocha paralímpica! Os atletas brasileiros apresentaram o esporte, pouco conhecido para a maioria do público, em grande estilo: ouro e prata nas finais por equipes nesta segunda-feira (12.09). O país chegou em duas das três decisões possíveis nos pares e mostrou sua força na modalidade. Na disputa da classe BC3, os estreantes paralímpicos Antônio Leme, Evelyn Oliveira e Evani Soares surpreenderam a favorita Coreia do Sul para conquistar o resultado inédito na categoria.
 
A dimensão do feito não cabia na Arena Carioca 2. Fernando Leme, calheiro de Antônio, o levantou da cadeira de rodas nos braços, o ergueu para a torcida e depois rolou no chão com ele, extravasando as emoções de um jogo decidido na última bola e com controvérsias com a arbitragem. “Eu que pedi”, revela Antônio sobre o gesto do irmão.
 
Os asiáticos são comparados aos Estados Unidos no basquete, ou à China no tênis de mesa, quando se trata da classe BC3, em que os competidores são auxiliados por assistentes para realizar os lançamentos, os chamados calheiros. “A gente treina e trabalha para o ouro, mas, ganhar da Coreia do Sul foi demais. Eles são os nossos exemplos. A gente segue muita coisa que eles fazem”, explicou Renata Santos, assistente e amiga de Evani.
 
A união do time também se fazia presente na mistura de sensações comuns ao trio, expressas na surpresa de Antônio: “Eu não estou acreditando. O Brasil é ouro!”, na alegria de Evelyn: “É fantástico ter essa oportunidade de jogar aqui no Brasil, a experiência de enfrentar os melhores e ter esta partida incrível, estou extremamente feliz”, e na gratidão de Evani: “Ganharmos esse presente, o ouro, é uma sensação única”.
 
Logo no primeiro end (similar ao set no tênis ou no vôlei), os brasileiros fizeram 3 x 0, ou seja, o time da casa conseguiu deixar três bolas mais perto da branca (jack) do que a mais próxima bola dos sul-coreanos. Nos dois ends seguintes, os asiáticos fizeram 1 x 0 e encostaram. Foi no período decisivo que ocorreu uma polêmica com a arbitragem do argentino Adrian Altuna.
 
Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O juiz decidiu penalizar a equipe do Brasil, alegando que a calha de Evelyn não havia sido movida antes do lançamento, o que é proibido, pois pode significar que a mira para o arremesso já estava pronta. Além de não concordar com a decisão, que paralisou o jogo por alguns minutos, os brasileiros discordaram de o juiz mover as bolas com as mãos para a posição anterior ao arremesso.
 
“A gente ficou um pouco indignado no momento. Segundo o Antônio e a parceira, foi uma decisão equivocada do árbitro. Aí a Evelyn chamou ele e disse: ‘Vamos jogar!’”, revela Fernando. Com a punição, os sul-coreanos ganharam duas bolas a mais para arremessarem. Como os calheiros ficam de costas para a quadra e não podem olhar os arremessos para evitar interferências, a agonia para eles foi ainda maior durante os lançamentos "extras" dos oponentes.
 
“Se já é difícil para ele que estava vendo, imagina para mim que estou de costas. Fiquei ali, escutando o barulho da torcida. A cada barulho era um erro deles, mais um barulho, mais um erro, até que acabaram as bolas e a medalha era nossa”, conta Fernando, aliviado com o 2 x 0 no último end e o 5 x 2 no placar final. 
 
Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O outro lado
Se o Brasil aprendeu com os sul-coreanos para vencê-los, o país viveu a sensação inversa quando enfrentou a Eslováquia na final da classe BC4. Bicampeão paralímpico da categoria nas edições de Pequim 2008 e Londres 2012, o time brasileiro formado por Dirceu Pinto e Eliseu Santos, que ganhou a companhia do estreante e irmão Marcelo Santos, foi derrotado pela Eslováquia.
 
A idolatria de Samuel Andrejcik, destaque do time europeu, pelo brasileiro Dirceu também ajuda a explicar a dimensão da vitória eslovaca. “É um sentimento incrível vencer o Brasil nas Paralimpíadas. Vi vários jogos do Dirceu nas Paralimpíadas de Pequim 2008 e Londres 2012, além de outros torneios, e ele dificulta muito a vida dos adversários. Aprendi muito vendo como ele joga”.
“O Samuel vem crescendo muito nos últimos dois anos. No Open no mês passado, em Portugal, ele foi campeão. Vamos dizer que ele varreu todo mundo, ganhou de mim, do Eliseu... Sabíamos da capacidade dele”, analisa Dirceu, que foi reserva na final por decisão dos treinadores. A estratégia foi apostar nos irmãos Marcelo e Eliseu, mais fortes em bolas longas, características dos eslovacos. 
 
“Eliseu e Marcelo são excelentes atiradores de bola de fundo. É que hoje foi o dia da Eslováquia e tiraram o nosso ponto na última bola do segundo end e no quarto, o Samuel jogou uma bola perfeita”, completou Dirceu. 
 
O Brasil fez 2 x 0 no primeiro end, mas os europeus devolveram o placar no segundo e levaram os dois seguintes por 1 x 0, fechando o placar em 4 x 2. "Estamos felizes com a prata que também é um resultado excelente. Nossa meta era o pódio e divulgar a bocha no Brasil, para que outras pessoas vivam seus sonhos e saiam de suas casas", concluiu Dirceu. 
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

A vigésima é de ouro: Daniel Dias vence os 50m livre e chega a 20 medalhas paralímpicas

Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
Em três edições dos Jogos Paralímpicos, Daniel Dias já somava 19 medalhas, sendo 11 de ouro, seis de prata e duas de bronze. Nesta segunda-feira (12.09), o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos lotado testemunhou o nadador aumentar sua coleção, chegando ao emblemático número de 20 medalhas paralímpicas. Depois de somar um ouro, duas pratas e um bronze no Rio 2016, a vigésima vez no pódio precisava ter um toque dourado. Exigência do próprio Daniel.
 
“Eu estava querendo mais de mim mesmo. Sabia que poderia mais e hoje dei esse mais que estava, sim, engasgado. Essa vigésima medalha tinha que ser de ouro”, declarou o nadador, depois de vencer os 50m livre da classe S5 com o tempo de 32s78, suficiente para deixar para trás o vietnamita Thanh Tung Vo, prata com 33s94, e o norte-americano Roy Perkins, bronze com 34s42. Clodoaldo Silva, outro brasileiro na final, foi o sétimo, com 36s27.
 
O multicampeão não escondeu a emoção por voltar a pendurar uma medalha de ouro no pescoço, especialmente depois do terceiro lugar conquistado nos 50m borboleta S5. “Foi onde eu fiquei mais sentido”, admitiu. “A gente passa alguns momentos difíceis por nadar muitas provas, momentos emocionais, e hoje eu falei que queria dar uma alegria maior a essa torcida. Quando ganhei o bronze, me emocionei com o apoio que eles deram. Falei: ‘eles merecem, eu mereço e vamos cantar o hino juntos’”, contou o nadador, que cumpriu a promessa e ouviu o Estádio Aquático repetir cada frase do Hino Nacional com ele.
 
A torcida, por sinal, é algo que Daniel não cansa de elogiar. O atleta foi enfático ao creditar parte de seu sucesso no Rio 2016 à força que as arquibancadas têm proporcionado toda vez que ele cai na água. “Ontem foi nítido. Eu estava exausto, mas a cada respirada parecia que eles estavam falando: ‘vai, cara, vai’. No fim, quase consegui pegar o chinês. A gente tem sentido isso, essa vibração, esse estádio tremendo. Está sendo incrível não só para mim, mas para todos os brasileiros. Acredito que o esporte paralímpico nunca mais vai ser o mesmo após esses Jogos”, afirmou Daniel Dias.
 
A comemoração após a cerimônia de pódio também foi especial. Repetindo a cena protagonizada por Michael Phelps nos Jogos Olímpicos, Daniel quebrou o protocolo e subiu até a arquibancada para abraçar e beijar os filhos Asaf e Daniel. Segundo ele, no entanto, a comemoração não foi a la Phelps. “Foi a la Daniel Dias. Tenho dois filhos, ele tem só um. Estou ganhando dele nisso aí”, brincou o brasileiro.
 
Com cinco medalhas em cinco finais, Daniel Dias tem outras quatro provas para tentar estender seu legado e tentar se tornar o atleta paralímpico com o maior número de medalhas da história. Até o fim dos Jogos Rio 2016, ele disputa os revezamentos 4 x 100m livre e 4 x 100m medley 34 pontos, os 50m costas S5 e os 100m livre S5. Ele precisa manter os 100% de aproveitamento para superar o nadador australiano Matthew Cowdrey, dono de 23 medalhas paralímpicas.
 
Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
Para chegar lá, Daniel conta com dois dias sem provas para conseguir descansar e estar inteiro quando voltar a cair na piscina. “Hoje senti os dias de competição. No final doeu muito e estou com dor até agora. Por isso quero aproveitar ao máximo esse descanso de amanhã (terça-feira) para poder voltar com tudo no revezamento. Aí tenho mais um descanso para poder nadar minhas provas individuais. Com esse programa de provas e dois descansos, vai ser muito bacana”, comentou.
 
Daniel volta a competir na quarta-feira (14.09) na final dos 4 x 100m livre 34 pontos. Na sexta (16.09), o brasileiro terá o revezamento 4 x 100m medley 34 pontos e os 50m costas S5. A última prova de Daniel no Rio 2016 serão os 100m livre S5, no sábado (17.09).
 
Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.brO bronze e o desabafo de Andre Brasil
Um momento de silêncio que durou quase meio minuto, tempo precioso em uma final da natação paralímpica. Mas foi esse tempo que o nadador veterano Andre Brasil, já relaxado após conquistar a medalha de bronze nos 100m borboleta S10 com a marca de 56s50, usou para responder o turbilhão de perguntas que viriam.
 
“Foi uma angústia. Eu disse que ia sair a medalha. Ela demorou um pouquinho mais do que eu esperava, mas dei tudo o que eu podia. Nos últimos 15 metros eu não aguentava mais nadar”, desabafou o atleta, que perdeu as primeiras posições para o mais novo campeão paralímpico e recordista mundial, Denys Dubrov (54s71), e o compatriota ucraniano, Maksym Krypak (54s90).
Até a manhã desta segunda, o recorde era do próprio Andre Brasil (55s99), que encara com naturalidade a perda da marca para Dubrov, que já o havia superado nas eliminatórias. “Esporte é renovação, é crescimento e querer mais. Aos 32 anos, continuo melhorando meus tempos, continuo evoluindo e longe de mim pensar em aposentadoria ainda. Vou seguir tentando melhorar sempre”.
 
O experiente nadador, com três participações paralímpicas (Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016) e 11 medalhas (sete de ouro, uma de prata e três de bronze), deu sequência ao desabafo. “Quando você está na m... é complicado, e era assim que eu me sentia por ter pego dois quartos lugares. Mas quando a gente dá a volta por cima, aprende a agradecer aqueles que estão do nosso lado. Só posso agradecer aqueles que ainda acreditam, que me empurraram durante a prova, mesmo eu estando cansado”.
 
A comemoração de Andre Brasil após o pódio ocorreu de maneira peculiar. Ao receber a medalha, o brasileiro se dirigiu até a piscina e mergulhou o prêmio na água. “Eu sempre faço isso. É uma forma de agradecimento por esse momento. Hoje foi um dia em que os deuses da água conspiraram para que tudo desse certo. É um gesto simbólico que já faço há anos pelo simples fato de agradecer”, explicou.
 
Prata que vale ouro
Fechando as finais do dia, a nadadora Joana Neves conquistou a medalha de prata após uma disputa acirrada com a chinesa Li Zhang nos 50m livre S5. O tempo de Joaninha foi de 37s13, contra 36s87 da vencedora. “Foi uma experiência sensacional. Uma medalha de prata com gosto de ouro. Estou satisfeita com o meu resultado e a minha medalha”, disse a atleta do Brasil, acrescentando que continuará treinando para conseguir ocupar a primeira posição do pódio. “Ninguém é invencível. Todos nós temos a chance de fazer o nosso melhor. Para quem busca com dedicação, a hora sempre chega”.
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Mesmo muito feliz e agradecida pela prata, Joana Neves fez a sua autocrítica. “Acho que não consegui ter uma saída tão boa quanto pela manhã, mas a medalha de prata é bem vinda e acho que não deixei a desejar. Agora é focar mais nos treinos para lapidar os erros”.
 
Xodó da natação, Joaninha repetiu a prata conquistada no revezamento 4 x 50m livre 20 pontos ao lado dos companheiros Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Susana Schnarndorf. Além das duas medalhas, os vencedores ganham o mascotinho dos Jogos Paralímpicos, o Tom, com o cabelo personalizado de acordo com a cor da medalha. E as duas pelúcias recebidas pela atleta, até agora, já têm destino certo. “Uma é da minha filha e a outra é da minha mãe. Elas são as mulheres mais importantes da minha vida. Não vou ficar com nenhum porque já tenho as medalhas e a gente tem que aprender a dividir”, disse Joana Neves.
 
Talisson aguarda o bronze
Em sua primeira Paralimpíada, Talisson Glock não só conquistou a vaga para a final dos 200m medley, como está na briga pelo terceiro lugar do pódio. O brasileiro chegou em quarto lugar na final com o tempo de 2m44s94, mas, após a desclassificação do nadador colombiano Nelson Crispin, que havia batido em terceiro, Talisson chegou a ser anunciado como o medalhista de bronze da categoria. A premiação, porém, não foi realizada porque a Colômbia entrou com recurso.
 
“Não nadei pensando na medalha, nadei pensando em fazer o meu melhor e saio satisfeito da prova. A desclassificação ou não mostra que a medalha é consequência e, seja como for, eu fico contente com o quarto lugar”, disse jovem nadador de 21 anos. Sobre o motivo que levou o adversário a ser possivelmente desclassificado, Talisson explicou que, no estilo medley, muitas falhas podem ocorrer. “Pode ter sido uma pernada intercalada, uma virada errada, uma ondulação a mais. Agora é só esperar”, disse.
 
A noite dos recordes
Os nadadores brasileiros não foram os únicos inspirados nesta segunda-feira no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Em 16 finais disputadas, oito recordes mundiais e dois recordes paralímpicos foram quebrados.
 
Nos 400m livre S13, o bielorrusso Ihar Boki nadou em 3m55s62, conquistando o ouro e o recorde paralímpico. O ucraniano Dmitriy Horlin, bronze, estabeleceu o recorde paralímpico da classe S12 com 4m06s63. No feminino, a norte-americana Rebecca Meyers foi a primeira a quebrar um recorde mundial na noite, com o tempo de 4m19s59.
 
Depois de Meyers, a inspiração pareceu tomar conta dos atletas. O neozelandês Cameron Leslie venceu os 150m medley SM4 em 2m23s12, novo recorde mundial. Olga Sviderska, da Ucrânia, repetiu o feito na classe SM3 com o tempo de 2m54s14. Nos 50m livre feminino S11, a chinesa Li Guizhi é a nova detentora da melhor marca do mundo com 30s73.
 
Na prova em que Andre Brasil foi bronze, o ucraniano Denys Dubrov baixou a marca que ele mesmo havia estabelecido pela manhã ao completar os 100m borboleta S10 em 54s71. Entre as mulheres, Sophie Pascoe, da Nova Zelândia, é a nova recordista paralímpica com 1m02s65.
 
Michelle Konkoly, dos Estados Unidos, quebrou o recorde mundial dos 100m livre S9 com 1m00s91, enquanto Sascha Kindred e Ellie Simmonds, da Grã-Bretanha, superaram os melhores tempos do mundo nos 200m medley SM6 masculino e feminino, com 2m38s47 e 2m59s81, respectivamente. Por último, a chinesa Shiyun Pin encerrou a chuva de recordes mundiais ao cravar 28s41 nos 50m borboleta S7.
 
Vagner Vargas e Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 
Desenvolvido com o CMS de código aberto Joomla