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Nota de pesar

Foi com grande pesar que recebi a notícia da morte do ciclista paralímpico Bahman Golbarnezhad, na manhã deste sábado. Bahman tinha 48 anos e faleceu por conta de ferimentos sofridos em um acidente durante a prova de ciclismo de estrada.

Neste momento de dor, quero me solidarizar com os familiares, amigos, admiradores e com a delegação iraniana que está na cidade do Rio de Janeiro.

Leonardo Picciani
Ministro do Esporte

Brasil conquista três pratas no último dia de provas no Engenhão

No último dia do atletismo dos Jogos Paralímpicos no Engenhão, o Brasil saiu do Estádio Olímpico com mais três pratas. Shirlene Coelho ficou em segundo no lançamento de disco F38 (paralisados cerebrais andantes), Petrúcio Ferreira foi o vice-campeão nos 400m T47 (amputados) e Felipe Gomes ficou em segundo nos 400m T11 (cegos). A delegação brasileira de atletismo somou 32 pódios no Rio de Janeiro. A conta ainda não está fechada porque neste domingo haverá a maratona.
 
Shirlene sai dos Jogos com um ouro no dardo e a prata no disco. Agora, pretende descansar. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Shirlene sai dos Jogos com um ouro no dardo e a prata no disco. Agora, pretende descansar. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
Shirlene Coelho alcançou a marca de 33,91m no lançamento de disco e bateu o recorde sul-americano. A brasileira só foi superada pela chinesa Na Mi, que estabeleceu o novo recorde mundial (37,60m). A medalha de bronze ficou com a irlandesa Noelle Lenihan (31,71m).
 
"Nunca esperamos o resultado, corremos atrás. Foi o que fiz. A chinesa bateu o recorde mundial, mas eu também aumentei bastante a minha marca. Isso é especial. Treino em três provas, o que é complicado. Trabalho com muita vontade de vencer" disse a brasileira.
 
"O atletismo é muito importante na minha vida, mas agora, saindo daqui, eu só vou pensar em descansar, porque também tenho que viver a minha vida pessoal. Quero viajar, me divertir bastante". A atleta também disse que planeja ter filhos. "Shirlene também vai ver se engravida (risos). Estou saindo sem tempo determinado para voltar. Eu ainda não pensei em Tóquio" afirmou a porta-bandeiras da delegação nacional na Cerimônia de Abertura.
 
Arrancada para a prata
 
Sensação do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos, Petrúcio Ferreira, de 19 anos, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite. O velocista disputou os 400m rasos T45/46/47 e acabou com a prata após incrível arrancada nos metros finais, saindo da última colocação e cruzando a linha quase lado a lado com o cubano Ernesto Blanco, vencedor da prova (48s79). A prata de Petrúcio veio com 48s87. O pódio ficou completo com o austríaco Gunther Matzinger (48s95), que ficou com a medalha de bronze.
 
Petrúcio Ferreira celebra a prata conquistada numa arrancada sensacional na prova dos 400m. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)Petrúcio Ferreira celebra a prata conquistada numa arrancada sensacional na prova dos 400m. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)
 
"Deixei todos que estavam me assistindo com friozinho no coração, mas utilizei uma técnica de acelerar quando faltassem 100 metros. Se tivesse mais dois metros de prova, quem sabe não beliscava o ouro?", afirmou o estreante em Jogos Paralímpicos
Muito aplaudido pelo público que compareceu em bom número às arquibancadas do Estádio Olímpico, Petrúcio afirmou que sai das Paralímpiadas com a "sensação de dever cumprido". "Eu consegui ganhar três medalhas. Quando entro na pista, entro para brincar, não para trabalhar. Quem nunca brincou de apostar corrida? É lógico que é coisa séria, mas pensando dessa forma, eu fico descontraído e dou o meu melhor".
 
O atleta perdeu parte do braço esquerdo aos dois anos, quando sofreu um acidente com uma máquina de moer capim. Paraibano de São José do Brejo do Cruz, Petrúcio conheceu o atletismo há dois anos e, desde então, tem chamado a atenção pelos resultados alcançados.
 
Prata para "descansar"
 
A última medalha da noite foi conquistada pelo velocista Felipe Gomes, que correu a prova dos 400 metros T11, para deficientes visuais. Com 50s38, o atleta cruzou a linha de chegada na segunda colocação, garantindo sua melhor marca pessoal. O ouro ficou com o espanhol Gerard Descarrega Puigdevall (50s22) e o bronze com o namibiano Ananias Shikongo (50s63). O brasileiro Daniel Silva, que também disputava a final, ficou com o quarto lugar (50s93). Com o resultado, Felipe chegou à quarta medalha nos Jogos do Rio. Antes, já havia ficado com a prata nos 100m e 200m e o ouro no revezamento 4 x 100 metros.
 
Felipe Gomes recebe a prata nos 400m. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Felipe Gomes recebe a prata nos 400m. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
"Eu fico extremamente satisfeito em conquistar essas medalhas dentro de casa, diante do público, da minha família e amigos. Eu consegui belas exibições. Essa prova dos 400 metros, por exemplo, me levou ao extremo da exaustão. E a gente conseguiu demonstrar tudo que a gente queria. Infelizmente o adversário conseguiu um tempo melhor que o nosso, mas estou muito feliz com a prata".
 
Nascido no interior do Rio, em Campos dos Goytacazes, Felipe liderou boa parte da prova, mas acabou perdendo o fôlego nos metros finais e foi ultrapassado rival espanhol Gerard Puigdevall. Na hora da premiação, o atleta tirou a medalha do peito e a colocou no bolso, demonstrando insatisfação. Perguntado sobre o episódio, Felipe disse que ficou chateado pelo fato de o seu guia na prova, Wendel de Souza Silva, não ter sido premiado com medalha.
 
"Fiquei chateado ali, mas não foi pelo fato de ter conquistado a medalha de prata, mas pelo fato de que o Comitê Internacional entendeu que  corri sozinho. O Wendell entrou comigo na semifinal e na final. Como assim ele não ganha medalha? Eu não sou capaz de correr 10m sozinho. Não sei por que o meu guia não ganhou, por isso guardei e fiquei chateado, fazendo de conta como se eu não estivesse ali", lamentou.
 
Criado na comunidade carioca da Maré, o velocista começou a perder a visão quando era criança, aos seis anos, por conta de um glaucoma congênito, seguido de catarata e descolamento de retina. Antes de descobrir o atletismo, em 2003, o atleta já havia passado pelo futebol de 5 e pelo Goalball.
 
Peso
 
Mais cedo, o brasileiro Thiago Paulino já havia entrado em ação no Estádio Olímpico. O atleta terminou a prova do arremesso de peso na quinta posição, com 13,92m. A competição foi vencida pelo chinês Guoshan Wu, que lançou 14,42m. A prata ficou com o polonês Janusz Rokicki, com 14,26m, e o bronze com Javid Ehsani, do Irã, com 14,13m. O resultado de Thiago foi melhor que o conquistado no Parapan, em Toronto, 2015, mas ficou abaixo de sua melhor marca no ano, de 14,28m.
 
"Eu acredito que faltou um pouco mais de experiência, um pouco mais de frieza. Eu acabei ficando nervoso. Geralmente a gente consegue fazer as melhores marcas nos três primeiros arremessos e eu não consegui. Então, isso me abalou um pouco", analisou Thiago. "É a minha primeira Paralímpiada e também não dá tempo para ficar lamentando. Ano que vem já tem o Mundial, então é treinar para corrigir os erros", concluiu.
 
Outros brasileiros
 
Outros brasileiros movimentaram o último dia de provas no Estádio Olímpico. A velocista Ana Claudia Silva participou da final dos 100m T42 e terminou a prova próxima ao pódio, com o quarto lugar (16.43s). Renata Bazone também ficou em quarto na final dos 1500m T11.
 
João Paulo Machado, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Ícone da profissionalização paralímpica, Clodoaldo se aposenta

"Eu pude começar no esporte olhando você competir. Meu muito obrigado, Clodoaldo. Todos nós temos que agradecer muito por tudo o que já fez pelo esporte paralímpico". A frase de Daniel Dias, maior medalhista da história da natação paralímpica, com 24 pódios, resume bem a relevância de Clodoaldo Silva.
 
Clodoaldo foi homenageado por integrantes da delegação brasileira. (Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br)Clodoaldo foi homenageado por integrantes da delegação brasileira. (Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br)
 
Um dos maiores ídolos brasileiros das piscinas, Clodoaldo Silva, conhecido como Tubarão, anunciou oficialmente a aposentadoria no último dia de provas da Rio 2016. Após participar de quatro edições dos Jogos, o atleta se despediu ovacionado pela torcida do Estádio Aquático e pela delegação brasileira.
 
Foi um sábado diferente na vida do potiguar de 37 anos. Pela manhã, Clodoaldo se classificou para a final do 100m livre, classe S5, com 1min20s16, na sétima colocação geral. Na mesma prova, brigando pelo ouro paralímpico, estava Daniel Dias.
Às 19h22, Clodoaldo foi e voltou na piscina paralímpica pela última vez. O atleta terminou em 1min20s80, na oitava colocação. Daniel faturou o ouro. "Eu sabia do prazo de validade da minha carreira dentro da piscina, mas estava vivendo um dia após o outro. Mais perto da última prova, a ficha caiu. Foi até difícil dormir esta noite, foi difícil nadar a eliminatória. Entrar com toda a torcida gritando o meu nome é algo inexplicável", disse Clodoaldo, com lágrimas nos olhos.
 
O atleta foi homenageado pela delegação brasileira, deu volta olímpica em torno da piscina, tirou dezenas de fotos, foi presenteado com um Tom assinado pelos colegas da seleção e no fim, ganhou um abraço especial da filha Anita, de quatro anos, que aguardava pelo pai na arquibancada.
 
"Neste momento eu quero tirar férias. Foi um ciclo complicado. Eu fiquei muito longe da minha família, da minha filha, dos meus parentes em Natal. Eu quero parar e tirar férias e curtir minha filha Anita".
 
Carreira
 
Clodoaldo começou na natação em 1996, em Natal. Quatro anos depois, conquistou as primeiras medalhas em Jogos Paralímpicos, três de prata e uma de bronze, em Sidney. Em Atenas 2004, o Tubarão voltou para o Brasil no auge da carreira, com seis ouros e um bronze. Em Pequim 2008, uma prata e um bronze. Aqui no Brasil, uma prata no 4 x 50m livre misto até 20 pontos. Ao todo 14 medalhas.
 
"Em 2004, em Atenas, o Brasil conseguiu 14 medalhas de ouro e começou a ter investimento e mais visibilidade. Depois dali, surgiram projetos para incentivar crianças e adolescentes a praticarem esporte. Hoje, temos as Paralimpíadas escolares que são as maiores do mundo. E com isso surgem grandes talentos em todas as modalidades. Fico feliz porque tudo começou em Atenas e colaborei", afirmou.
 
Pira paralímpica
 
Após Londres 2012, o nadador pensou em parar de competir, mas resolveu apostar em mais um ciclo. Foi responsável por um dos momentos mais emocionantes dos Jogos ao ser escolhido para acender a tocha paralímpica na Cerimônia de Abertura. "Eu tinha o pensamento de parar em Londres, mas recebi até ameaças de morte para não parar", brincou Clodoaldo.
 
"Minha filha também nasceu neste ciclo, e um ciclo paralímpico requer muito tempo e dedicação. Eu que estou com duas hérnias de discos e muitas vezes tinha que treinar com dor, passei por cima de tudo porque imaginava que seria bom terminar no Brasil. Mas nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que seria tão bom, que seria inexplicável. Ter uma torcida inteira, uma arquibancada lotada gritando o meu nome. Poder acender a pira foi inexplicável. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que um dia estaria aqui brilhando no esporte paralímpico e que ele fosse se consolidar no país", completou.
 
A inspiração de Daniel Dias
 
Clodoaldo ao lado de Daniel Dias. Juntos na mesma final na despedida do tubarão. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brClodoaldo ao lado de Daniel Dias. Juntos na mesma final na despedida do tubarão. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Ao ver, pela TV, as braçadas de Clodoaldo, Daniel Dias se inspirou e foi parar na natação. Hoje, Daniel e Clodoaldo fizeram a última competição juntos. "Isso foi incrível. Sou um cara agraciado por Deus por viver este grande momento ao lado do Clodoaldo. Antes de a gente entrar na prova eu conversei com ele e a gente até chorou. Para mim é uma honra nadar uma final com ele, no último dia de provas da natação", contou Daniel, que acabou com o ouro nos 100m livre.
 
A medalha de prata
 
O Tubarão terminou a prova na oitava colocação, mas na semana anterior, dia 9 de setembro, ao lado dos companheiros e amigos Daniel Dias, Susana Schnarndorf e Joana Neves, a equipe foi prata no revezamento 4 x 50m livre misto até 20 ponto.
"Eu sempre nado para conseguir melhorar. Meu objetivo é fazer o melhor, vindo uma medalha ou não. Eu tenho a sorte de ter conquistado uma prata. Qualquer que seja a cor, é medalha. Só com o acendimento da pira eu já estaria feliz e realizado. Sair com a medalha aqui no Brasil é muita emoção", finalizou.
 

Michelle Abílio – Brasil2016.gov.br

Ascom – Ministério do Esporte

 
 

Emanuel e Adriana Behar participam de modalidade paralímpica

Gustavo Braga / Casa BrasilGustavo Braga / Casa Brasil
A Casa Brasil foi palco de uma partida de vôlei sentado neste sábado. Uma demonstração da modalidade paralímpica, com as equipes do Sesi São Paulo e do Vasco, foi realizado no espaço Casa Touring. Na ocasião, o medalhista olímpico e presidente da Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes, Amauri Ribeiro, recebeu uma placa em homenagem ao trabalho pelo esporte.
 
Os ex-atletas e medalhistas Adriana Behar e Emanuel Rego participaram do evento e experimentaram o jogo. "A Paralimpíada deixa um legado de transformação por meio do esporte. É no esporte que a gente aprende valores fundamentais para a vida toda", disse Adriana. "O vôlei sentado é um esporte de alto nível onde todos dão o máximo e merece o mesmo destaque do vôlei tradicional", acrescentou Emanuel.
 
A plateia foi reforçada por um grupo de crianças e adolescentes atendidos pelo projeto VivaVôlei, do bairro Vicente de Carvalho, no Rio de Janeiro. Os pequenos interagiram com os atletas e foram convidados a entrar na quadra para sentir como é jogar sentado. O VivaVôlei é um programa de iniciação ao voleibol que educa e socializa meninos e meninas de 7 a 14 anos por meio do esporte.
 
"Achei a apresentação muito legal. Saio daqui muito mais inspirado para jogar vôlei", comemorou Eric Matias, 14 anos, um dos adolescentes atendidos pelo VivaVôlei. Para o capitão da equipe de vôlei sentado do Sesi de São Paulo, Daniel Yoshizawa, a demonstração deste sábado foi uma grande oportunidade para divulgar a modalidade. "Temos que aproveitar a visibilidade da Paralimpíada para alavancar o esporte no país", afirmou.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Brasileiro Lauro Chaman leva a prata em prova marcada por acidentes

Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
A prova de ciclismo de estrada masculina, classes C4-5, disputada neste sábado (17.09) no Pontal, teve uma chegada surpreendente e que rendeu a prata para o brasileiro Lauro Chaman. O australiano Alistair Donohoe e o ucraniano Yehor Dementyev disputavam roda a roda a primeira posição no sprint final, quando se chocaram e caíram a menos de cinco metros de receber a bandeirada em um total de 84 km de percurso. Melhor para o holandês Daniel Gebru que vinha logo atrás e levou o ouro, com o tempo de 2h13m08s, seguido por Chaman, que cruzou a linha 38 segundos depois, liderando o pelotão. O italiano Andrea Tarlao ficou com o bronze. 
 
Durante a prova, o ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, de 48 anos, caiu em uma das descidas de Grumari e bateu com a cabeça. Ele foi removido do local pela equipe de atendimento de emergência em direção ao hospital, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu. O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, divulgou uma nota de pesar pela morte do iraniano. Leia a íntegra.
 
Golbarnezhad também havia participado da prova contrarrelógio do ciclismo de estrada nos Jogos do Rio, na quarta-feira (15.09). Ele conquistou o 14º lugar. Nos Jogos Paralímpicos de Londres-2012, ele correu no ciclismo de pista.
 
Em sinal de luto, bandeira do Irã e a bandeira paralímpica estão hasteadas a meio mastro na Vila Olímpica, onde os atletas estão hospedados. Elas também ficarão a meio mastro no Riocentro neste domingo, onde o Irã enfrentará a Bósnia-Herzegovina na final do vôlei sentado. O comitê organizador dos Jogos anunciou que haverá um momento de silêncio durante a cerimônia de encerramento neste domingo.
 
“Imaginei na hora: ‘Eles não cruzaram a linha’. Eu disputo a corrida até o final”, disse Chaman. “Essas chegadas sempre são assim, todo mundo tem que ir para esquerda. Os dois conseguiram escapar, estávamos em um grupo de seis atletas escapados e eu estava com eles. Uma hora um estava na frente, depois era outro. No final, os dois estavam na frente”, completou o brasileiro que havia conquistado na quarta-feira o bronze na prova de contrarrelógio, atrás justamente do ucraniano, ouro, e do australiano, prata, que se chocaram hoje.
 
Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
 
Maior beneficiado com o acidente, Daniel Gebru viu a batida. “Eu estava perto. Eles ficaram na frente e eu vi que estavam lado a lado, bem próximos. Isso pode acontecer. Então vi que eles não tinham cruzado a linha e passei”, relatou o vencedor da prova. “Eu estou muito feliz, porque trabalhei duro por esta medalha”.
 
Depois de concluída a prova, o resultado oficial demorou um pouco mais a sair. A organização estava analisando o acidente e se consideraria o tempo de Donohoe, que após a queda, se levantou e cruzou a linha caminhando, mas sem levar a bicicleta. Dementyev permaneceu deitado na pista um período maior e só depois de imobilizar o pescoço passou pela chegada. No entanto, ele foi considerado responsável pelo acidente e desclassificado. O australiano terminou em quinto.
 
“Não fico feliz de os atletas terem caído, mas por contar com a sorte sim. Já aconteceu muito de eu cair em uma chegada”, afirmou Chaman. “Nunca imaginei conquistar duas medalhas. Até brinquei que hoje não precisava nem ter largado, entre aspas, porque é lógico que queria competir, mas é que estava tão contente com a prova de contrarrelógio, na qual eu me preparei bem, mas não era tão favorito”, finalizou.
 
Felicidade que aumentou com a presença dos cerca de 20 amigos que alugaram uma van e saíram na madrugada de ontem de Araraquara (SP), cidade natal de Chaman, para vê-lo em ação nos Jogos Rio 2016. “Só tenho amigo maluco (risos). Tenho muito orgulho deles. Se eu não ficasse na frente, não ia fazer sentido para eles, ainda bem que consegui fazer essa boa prova”, disse o ciclista brasileiro. Ele pretende presentear a mãe, que acompanhou a prova de perto, com o mascote de cabelo prateado recebido no pódio.
 
O atleta aproveitou para agradecer o apoio recebido pelo Ministério do Esporte e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro para o ciclo de preparação que resultou em duas medalhas inéditas. “Graças a eles eu consigo viver do meu sonho. Eu sempre trabalhei e treinava à noite, agora consigo me dedicar em período integral e fazer o que eu amo. Com certeza sem a Bolsa Pódio eu não teria essa medalha hoje, nem a de bronze”.
 
O Brasil contou com outro representante na corrida, Soelito Gohr chegou em 14º, terminando o percurso 11 minutos e 17 segundos após o vencedor. 
 
Nas classes C1 a C5, competem atletas com deficiência que afete pernas, braços e/ou tronco, mas que usam uma bicicleta de estrada. Quanto menor o número, maior a dificuldade para pedalar Além das bicicletas convencionais, o ciclismo de estrada paralímpico também tem provas para tandems (bicicletas de duas pessoas), handbikes (bicicletas de mão) e até triciclos.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

A mais incontestável das hegemonias paralímpicas é brasileira: tetra no futebol de cinco

Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
Se existe um Dream Team na história dos Jogos Paralímpicos, a seleção brasileira de futebol de cinco é forte candidata ao posto. O time nacional conquistou, no início da noite deste sábado, o almejado ouro em casa ao bater a seleção do Irã por 1 x 0. Ricardinho foi o autor do gol do título, aos 12 minutos do primeiro tempo.
 
A vitória consolida uma inquestionável hegemonia. Desde que a modalidade passou a fazer parte do programa paralímpico, nos Jogos de Atenas, em 2004, o Hino Nacional tocou em todas as cerimônias de premiação. Desde a Grécia, o Brasil soma 15 vitórias e seis empates. Não sabe o que é derrota. Foram 41 gols marcados e apenas quatro sofridos.
 
"É trabalho, humildade, simplicidade. Só quem está aqui dentro vê a dificuldade que é. Esse é o quarto ouro em Paralimpíada, mas sempre é difícil. Em 2004, a final foi nos pênaltis contra a Argentina. Em 2008, viramos contra a China, na casa deles, no finalzinho. Em 2012, outra disputa de pênaltis com a Argentina na semifinal”, listou o técnico Fábio Vasconcelos.  "É um detalhe, são jogadores que decidem. E hoje a humildade. Fizemos o gol e fomos lá para trás. O que vale é o campeonato”, completou. 
 
No Rio de Janeiro, o caminho incluiu vitórias sobre Marrocos (3 x 1), Turquia (2 x 0) e um empate com a própria seleção do Irã, por 0 x 0. Na semifinal, a Seleção venceu a China, de virada, por 2 x 1, com dois golaços de Jefinho.  "A cada competição é diferente. É maravilhoso estar aqui, dentro do país, ouvindo o grito da torcida, chamando o nosso nome. Final é sempre tenso. A gente já esperava isso", afirmou Jefinho. 
 
A última derrota do Brasil em um torneio oficial completará 10 anos em 30 de novembro deste ano. Foi em 2006, em Buenos Aires, quando a seleção perdeu para os donos da casa por 1 x 0 na final do Campeonato Mundial. O confronto contra os argentinos era aguardado por todos no Rio 2016, mas o Irã impediu que o clássico sul-americano se repetisse ao vencer os argentinos nos pênaltis na outra semifinal, por 2 x 1, após empate sem gols no tempo normal.
 
Até por isso, na decisão, o time nacional sabia que teria pela frente uma equipe difícil. Principalmente com uma defesa bem postada. Durante toda a campanha, o Irã marcou apenas dois gols, na vitória contra Marrocos. Fora isso, foram três empates por 0 x 0. A tática dos persas, entretanto, perdeu a consistência aos 12 minutos de jogos, quando Ricardinho, um dos destaques brasileiros, fez bela jogada pela esquerda do ataque, avançou em diagonal pela defesa e chutou forte, rasteiro, sem chances para o goleiro Meysam Ojaeiyan. "A gente sabe que o goleiro do Irã é alto e bom. Por isso tínhamos a orientação de chutar rasteiro. Quando entrei driblando, arrisquei e foi só alegria", comentou Ricardinho.  
 
Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
 
Silêncio custoso
Acostumado ao ambiente de estádio de futebol convencional, o público brasileiro que compareceu à arena do Centro Olímpico de Tênis deu trabalho para a organização. O futebol de cinco, praticado por deficientes visuais, exige silêncio das arquibancadas. Isso porque a bola tem um guizo interno, que sinaliza a posição exata para os jogadores. Em vários momentos, o locutor oficial pedia silêncio, principalmente quando os atletas brasileiros se aproximavam da meta iraniana ou chutavam a bola perto do gol.
 
"Eles não nos atrapalham. Na verdade, é inesquecível. Vocês não tem ideia do que é jogar em silêncio e de repente ouvir aquela explosão no gol. Já sou tricampeão paralímpico, mas esse título é diferente. Jogamos em casa, com a torcida a favor. É muito especial, principalmente porque eu venho de uma história difícil, de uma lesão grave. Passei por uma cirurgia por uma fratura na fíbula. Tive 15 dias de treino com a equipe, ainda tenho dor quando jogo. A confiança fica meio abalada”, afirmou Ricardinho, autor do gol do título. 
 
Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Com emoção e “torcida em quadra”, tênis de mesa conquista o bronze por equipes das classes 6-10

Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
O confronto não havia acabado, mas o grito veio das arquibancadas: “Aha, uhu, esse bronze é nosso”. A torcida já tinha certeza do que viria minutos depois. O público incentivou e ajudou a colocar Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos no pódio da disputa por equipes das classes 6-10 (andantes), neste sábado (17.09), no Pavilhão 3 do Riocentro. O Brasil venceu a Austrália nas duplas por 3 sets a 2 (11-13, 11-9, 11-4, 11-13 e 11-2) e Bruna superou Melissa Tapper no individual por  3 sets a 0 (11-7, 11-9 e 11-8). Quando fez o último ponto, jogou-se no chão e ganhou um forte abraço do técnico Paulo Camargo, que invadiu a área de jogo com as duas outras atletas do time. A medalha estava assegurada. O ouro ficou com a Polônia, e a prata foi para a China.
 
“Dever cumprido. Nós acertamos na escalação, a Bruna jogou na sequência com a Melissa, que é mais forte, depois a Dani poderia fechar. E tudo é na dupla. O objetivo era ganhar a dupla. Teve muita tensão, com uma jogadora defensiva da Austrália, e a Melissa mais agressiva. O jogo foi equilibrado, mas a gente entrou com uma tática bem definida e deu resultado”, avaliou o treinador.
 
O papel da torcida foi reconhecido pelas jogadoras. E o carinho foi retribuído. Bruna jogou bolinhas e borrachas da raquete para a arquibancada, tirou selfie com o público, em cena semelhante à protagonizada por Hugo Calderano no torneio olímpico, quando garantiu vaga nas oitavas de final.
 
“A torcida ajudou bastante. Quando a gente estava perdendo, ela nos empolgou muito. Isso fez toda a diferença. A torcida brasileira é muito gostosa. Tem hora que a gente quer sacar e eles ainda estão falando. Então eu espero um pouco acabar o gás”, contou Bruna. “(A foto) eu vou guardar para o resto da vida, vou colocar na tela principal do celular”.
 
"Teve umas bolas que eu acho que elas erraram porque a torcida gritou muito. Elas ficaram nervosas, não é normal ter torcida no tênis de mesa", acrescentou Danielle.
 
Bruna, de 21 anos, fez história como a única brasileira a ter duas medalhas paralímpicas no tênis de mesa -  ela também faturou o bronze no individual (classe 10) no Rio 2016. “É resultado do trabalho diário que eu faço hoje em São Caetano do Sul. Eu treino com a seleção olímpica, com a Caroline Kumahara, o Hugo Calderano, acho que isso faz toda diferença. Eu só tenho a crescer trabalhando e melhorando meu físico”, disse.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
 
Intrusos na tabela
A modalidade como um todo tem muito o que comemorar.  Até o Rio, a única medalha nacional era a prata conquistada por Welder Knaf e Luiz Algacir na disputa por equipes em Pequim 2008. Na atual edição, além dos dois bronzes (Bruna e por equipes 6-10), Israel Stroh ficou com a prata na Classe 7 na chave de simples. A campanha faz o continente americano figurar como intruso entre os 25 países que conquistaram medalhas no Rio 2016. Com exceção da Austrália, que tem uma prata, os outros 23 países são europeus ou asiáticos.
 
“A gente  fez história nessas Paralimpíadas. É fruto de um trabalho muito intenso, diário, com treinamento em dois períodos, seis horas por dia. A gente foi galgando degraus no Circuito Mundial. A gente já está competindo de igual para igual, até mesmo aqueles que ficaram na primeira fase aqui. O Diego Moreira (Classe 9), que jogou com o sétimo do mundo, perdeu no tiebreak, o (Carlos) Carbinatti (Classe 10) perdeu de 3 x 2 para o medalhista de bronze, o Paulo Salmin (Classe 8) também perdeu de 3 x 2 para o quinto do mundo. Definitivamente, o Brasil se tornou uma potência paralímpica”, afirmou Paulo Camargo. O Brasil ainda tem uma disputa de bronze por equipes, classes 1-2, a partir das 16h30 deste sábado, contra a Eslováquia.
 
O jogo de duplas
As brasileiras demoraram a entrar no jogo de duplas. Danielle, de 18 anos, errava muito, estranhando o jogo de McDonnell que, por ironia, usa o mesmo tipo de borracha que ela na raquete. “Eu vi o tanto que é ruim jogar comigo mesma. Pensei: ‘Ou jogo agora ou nunca mais, é meu último jogo’. Fiz uma campanha boa, me dediquei tanto, deixei minha família e amigos. Agora é minha hora’. Não foi no individual, porque eu perdi a disputa de bronze, tinha que ser hoje”, disse Danielle.
 
Na primeira parcial, as australianas abriram 3-9, mas as anfitriãs recuperaram-se e conseguiram até virar (10-9). A torcida cresceu, a disputa ficou emocionante, mas as australianas fecharam o primeiro set em 11-13. Na segunda parcial, Bruna conseguiu responder melhor ao saque da experiente McDonnell, de 56 anos, e o set ficou com as donas da casa: 11-9.  Melissa cometeu vários erros no início da terceira parcial e as brasileiras abriram 5-0. Em mais uma falha de Melissa, o Brasil chegou a 10-4 e não deu chances para reação: 11-4.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/MEA Austrália voltou concentrada para o quarto set e os erros trocaram de lado: quem abriu vantagem (0-6) foram as adversárias. Quando estava 8-8, Mc Donnell errou duas vezes e o match point caiu no colo do Brasil: 10-8. A Austrália se recuperou e, em erro de saque de Bruna, fechou em 11-13.  No tie-break, o Brasil abriu 5-2 e as equipes trocaram de lado, mas a Austrália não fez mais nada: as brasileiras fecharam em 11-2 o set, e o jogo em 3 sets a 2. Um alívio e um sinal de amadurecimento após o fraco jogo realizado contra a Polônia na semifinal.
 
“Naquele dia eu estava louca para matar ela (a Danielle), estava muito brava, ela se desconcentrou muito. Mas o técnico conversou conosco, tivemos muitas reuniões, e isso fez a união melhorar”, contou Bruna.  “Se for só um não adianta, tem que ser as três. E a união que a gente teve foi esse resultado. A gente arrumou o que tinha que arrumar”, afirmou Dani.Na primeira parcial, as australianas abriram 3-9, mas as anfitriãs recuperaram-se e conseguiram até virar (10-9). A torcida cresceu, a disputa ficou emocionante, mas as australianas fecharam o primeiro set em 11-13. Na segunda parcial, Bruna conseguiu responder melhor ao saque da experiente McDonnell, de 56 anos, e o set ficou com as donas da casa: 11-9.  Melissa cometeu vários erros no início da terceira parcial e as brasileiras abriram 5-0. Em mais uma falha de Melissa, o Brasil chegou a 10-4 e não deu chances para reação: 11-4.
 
A Austrália voltou concentrada para o quarto set e os erros trocaram de lado: quem abriu vantagem (0-6) foram as adversárias. Quando estava 8-8, Mc Donnell errou duas vezes e o match point caiu no colo do Brasil: 10-8. A Austrália se recuperou e, em erro de saque de Bruna, fechou em 11-13.  No tie-break, o Brasil abriu 5-2 e as equipes trocaram de lado, mas a Austrália não fez mais nada: as brasileiras fecharam em 11-2 o set, e o jogo em 3 sets a 2. Um alívio e um sinal de amadurecimento após o fraco jogo realizado contra a Polônia na semifinal.
 
“Naquele dia eu estava louca para matar ela (a Danielle), estava muito brava, ela se desconcentrou muito. Mas o técnico conversou conosco, tivemos muitas reuniões, e isso fez a união melhorar”, contou Bruna.  “Se for só um não adianta, tem que ser as três. E a união que a gente teve foi esse resultado. A gente arrumou o que tinha que arrumar”, afirmou Dani.
 
Bruna x Melissa
Bruna começou bem o primeiro set contra Melissa Tapper, mas a australiana se recuperou e virou: 3-4.  Bruna não ia entregar o jogo fácil: após belo rali, conseguiu o set point, 10-6. Melissa salvou uma bola, mas a parcial foi fechada em 11-7. No segundo set, Bruna de novo estava na frente. Melissa chegou a assustar a torcida brasileira ao abrir 6-8, mas foi Bruna quem chegou ao primeiro set point e não desperdiçou: 11-9.
 
No terceiro set,  a brasileira abriu 5-2 e a Austrália pediu tempo. “Este bronze é nosso”, gritaram os torcedores. O fim do set foi equilibrado, mas Bruna fez o que a torcida queria e fechou em 11-8. O bronze era, de fato, do Brasil.
 
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br 
Ascom – Ministério do Esporte

Ritual indígena marca manhã de sábado na Casa Brasil

A Casa Brasil recebeu neste sábado (17.09) um grupo de índios da aldeia Mata Verde Bonita, de Maricá (RJ), para uma apresentação no Espaço Multiuso do Armazém 1. O evento foi promovido pelo Ministério do Esporte com o objetivo de dar visibilidade à cultura dos povos indígenas.
 
Foto: Rafael Azeredo/Casa BrasilFoto: Rafael Azeredo/Casa Brasil
 
Os índios chamaram a atenção dos visitantes da Casa Brasil, pois atravessaram cantando os pavilhões dos Armazéns 1 e 2 até chegar ao local da apresentação. Representando o povo Guarani Mbiá, 16 homens e mulheres fizeram a Dança de Tangará, que marca o fim da adolescência e o início da fase adulta. O pássaro que dá nome à coreografia representa o guardião da aldeia. A manifestação remete ainda à dança do acasalamento e à preparação dos indígenas guerreiros.
 
"O povo do Rio de Janeiro merece mais informações sobre os índios. Eu já tinha vindo à Casa Brasil anteriormente, agora, imagina, estar aqui com meu grupo se apresentando. É mais do que maravilhoso. Quando falam sobre os índios, parece uma coisa que está no livro e não sai do livro: 'antigamente os índios viviam assim, usavam tal tanga...". Estão errados! Por trás da palavra 'índio' existe muita riqueza e conhecimento. É legal conhecer a fundo o que tem de importante para o povo brasileiro", ressaltou o cacique Tupã.
 
Foto: Rafael Azevedo/Casa BrasilFoto: Rafael Azevedo/Casa Brasil
 
De acordo com Tupã, no Rio de Janeiro existem oito aldeias da nação Tupi Guarani. A aldeia Mata Verde Bonita existe há três anos e tem cerca de 80 índios, entre adultos e crianças. "A aldeia está aberta para visitação, queremos ser conhecidos e aprender com o próximo", explicou.
 
Entre o público que assistiu à apresentação estava um grupo de 40 alunos com deficiência do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj). Fernanda Soares, uma das alunas, ficou emocionada ao ver os índios. "Lembrei da minha avó, que era índia. Eu nunca tinha vindo à Casa Brasil, foi a primeira vez, adorei", completou.
 
Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Seleção masculina de goalball leva o bronze. Meninas ficam em quarto

Andre Motta/Brasil2016.gov.brAndre Motta/Brasil2016.gov.br
No goalball, a contagem de tempo é regressiva e cada time tem dez segundos para realizar o arremesso. Quando o cronômetro apontava 42 segundos para o fim da decisão do bronze entre Brasil e Suécia, naquele momento empatada em 4 x 4, Jimmy Bjoerkstrand fez um gol que parecia ter zerado o relógio para os brasileiros. Mas Leomon Moreno não queria passar mais uma noite eterna, como a que vivera ontem, após a derrota na semifinal. Foram sete segundos até o craque da seleção voltar a igualar o marcador e levar o jogo para a prorrogação, nesta sexta-feira (16.09). A Arena do Futuro quase veio abaixo.
 
“Foi emocionante. A torcida nos embalou para buscar o placar. Vocês veem a gente com venda nos olhos, mas por dentro com certeza estava rolando as lágrimas”, agradeceu Leomon. Como na prorrogação a equipe que marcar primeiro sai vitoriosa, os dez segundos de lançamento ganham outra dimensão temporal. Os três minutos da primeira etapa se dilataram. Veio a segunda. Leomon arremessa quando o cronômetro apontava 2:50. A bola para no fundo da rede adversária: 6 x 5. Momento que vai existir para sempre na memória dos brasileiros.
 
“A noite de ontem foi bem difícil, martelava muita coisa na cabeça. Tentei dormir para me acalmar, até porque tinha um jogo importante hoje”, recordou Leomon, que admitiu ter comprometido a equipe na derrota para os Estados Unidos, quando cometeu oito penalidades. “A de hoje vai ser bem mais tranquila, com a medalha de bronze no peito, mas que tem gosto de ouro, pela maneira como foi o jogo”, prosseguiu o ala, para disparar o cronômetro regressivo novamente. “É não esquecer o ouro jamais. Em 2020 vamos estar lutando por ele”, completou se referindo aos Jogos de Tóquio. O ouro nos Jogos Rio 2016 ficou com a Lituânia, que venceu por 14 x 8 os Estados Unidos.
 
Andre Motta/Brasil2016.gov.brAndre Motta/Brasil2016.gov.br
 
Redenção
Craque da seleção e um dos melhores do mundo, Leomon começou no banco contra a Suécia. Uma tática do técnico Alessandro Tosim, que percebeu o atleta tenso. “Por causa do jogo de ontem, senti ele um pouco tenso no aquecimento hoje. Então a estratégia foi poupá-lo e colocar dois jogadores mais experientes, o Romário e o Alexsander”. O outro titular da equipe foi Josemárcio, o “Parazinho”, de 21 anos, e estreante em Paralimpíadas.
 
O brasiliense Leomon, 23 anos, entrou no segundo tempo do confronto que valia o pódio, quando o placar apontava 3 x 0 para os suecos, que anotariam mais uma vez aos cinco minutos da etapa complementar. Um jogo que ia se desenhando à feição da derrota por 10 x 1 do dia anterior. Então, o camisa 4 decidiu que era a hora da redenção. Com ele e “Parazinho” nas alas, o time foi para cima e chegou ao empate com dois gols de cada.
 
A Arena do Futuro virou um caldeirão. “Quando a torcida começou a gritar: ‘Eu acredito’, veio aquela energia e eu comecei a acreditar mais ainda. Fomos buscar o placar: 4 x 4, depois 5 x 5 e o gol de ouro. Na prorrogação eu estava mais tranquilo porque passei a ter certeza do bronze”, descreveu Alexsander.
“Depois do sofrimento de ontem, essa medalha veio para curar a ferida. E pelas circunstâncias que foi, esse bronze vale ouro”, resumiu José Roberto Oliveira.
 
Andre Motta/Brasil2016.gov.brAndre Motta/Brasil2016.gov.br
 
Projeção
Atual campeão mundial e parapan-americano, além de prata nas Paralimpíadas de Londres 2012, o Brasil passou a figurar no cenário internacional do goalball recentemente e já se tornou uma referência na modalidade. “Um jogo não conta a história da nossa equipe. Em cinco anos, estivemos em todos os pódios: Pan-americano, Jogos Parapan-americanos, Campeonato Mundial e, agora, estamos conquistando a segunda medalha paralímpica. O goalball não tinha tradição nenhuma no Brasil. Então, é esse contexto do ciclo paralímpico que a gente tem que analisar”, afirmou Alessandro Tosim, técnico da equipe masculina.
 
O crescimento também vale para o time feminino, que perdeu a disputa do terceiro lugar para os Estados Unidos, nesta sexta-feira, por 3 x 2. Apesar da derrota, a seleção alcançou seu melhor resultado na história das Paralimpíadas. “Fizemos um excelente Mundial em 2014, ganhamos o Parapan em 2015, em cima dos Estados Unidos, que é uma equipe muito forte. Foi um ciclo muito bom para o goalball feminino. E nas Paralimpíadas fizemos um jogo muito equilibrado ontem, contra a China, e hoje também. Uma participação maravilhosa”, avaliou o treinador Dailton Nascimento.
 
Na semifinal feminina o Brasil perdeu na prorrogação para as chinesas, que ficariam com a prata após o revés de hoje por 4 x 1 para a Turquia. Contra as norte-americanas, a seleção verde e amarelo saiu atrás no marcador por 2 x 0, sendo um de pênalti. Ana Carolina Custódio descontou antes do intervalo. Na etapa final, mais uma penalidade para as adversárias, que ampliaram o placar. Aos nove minutos, a caçula do time Victoria Amorim descontou. As brasileiras pressionaram, quase empataram, mas as adversárias fecharam a defesa até o cronômetro zerar.
 
“Os Estados Unidos são sempre um grande rival e elas cresceram muito durante o jogo. Acredito que fizemos uma bela campanha para o goalball feminino brasileiro, ficamos em quarto e isso não é motivo de vergonha. Fico feliz por termos chegado a esse lugar, mas triste porque era um sonho meu e também seria um presente de aniversário para minha mãe”, revelou Victoria. Ela contou com a torcida de Angelita Amorim, que celebra o dia do nascimento na próxima segunda-feira, na arquibancada da Arena do Futuro.
 
Tanto no masculino, quanto no feminino, o Brasil iniciou e encerrou a campanha nos Jogos Rio 2016 contra os mesmos adversários. Os homens venceram as duas partidas contra os suecos, enquanto as mulheres ganharam apenas o duelo de estreia, por 7 x 3. Uma trajetória que marcou a primeira de muitas voltas no relógio para alguns dos nossos atletas. “Eu tenho apenas 18 anos, então acredito que tenho muito tempo ainda para conquistar a medalha inédita para o Brasil”, projetou Victoria.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Daniel Dias leva ouro nos 50m costas e aumenta coleção para 22 medalhas em Jogos Paralímpicos

André Motta/ brasil2016.gov.brAndré Motta/ brasil2016.gov.br
Mais uma noite de coroação para o principal nome da natação paralímpica brasileira. O Estádio Aquático, no Parque Olímpico da Barra, foi palco de mais um espetáculo de Daniel Dias nesta sexta-feira (16.09). Empurrado pela torcida, o brasileiro conquistou o tricampeonato paralímpico nos 50m costas S5 e aumentou a sua coleção de medalhas, ampliando para 22 em Jogos, das quais sete foram conquistadas no Rio de Janeiro: três ouros, três pratas e um bronze.
 
Daniel Dias está a um pódio de igualar o australiano Matthew Cowdrey, maior vencedor da história da natação Paralímpica, com 23 medalhas. O brasileiro entra mais duas vezes na piscina nos Jogos Rio 2016. Neste sábado (17.09), último dia de provas, ele disputa os 100m livre S5 e pode fazer parte do revezamento 4 x 100m medley 34 pontos. Se subir ao pódio nas duas oportunidades, ele se tornará o maior medalhista da história da natação paralímpica.
 
Atual recordista mundial da prova, com 34s95, Daniel Dias conquistou o tricampeonato nos 50m costas S5 com o tempo de 35s40. A prata ficou com o britânico Andrew Mullen, com 37s94, e o bronze com o húngaro Zsolt Vereczkei, com 38s92. "Sou campeão dessa prova nos três ciclos (Pequim, Londres e Rio). É algo incrível e que vai marcar para sempre a minha carreira, ainda mais depois de toda essa torcida", disse Daniel.
 
No momento da largada, um torcedor gritou na arquibancada e desconcentrou os atletas. “Acredito que tenha atrapalhado todos nós. Afinal, naquele momento nós estávamos 100% concentrados na prova e depois tivemos que voltar para o foco novamente. Pelo que fiz no aquecimento, acredito que dava para o meu tempo chegar próximo ao meu recorde mundial”, disse Daniel Dias.
 
André Motta/ brasil2016.gov.brAndré Motta/ brasil2016.gov.brFinais do dia
Ronystony Cordeiro foi o primeiro brasileiro a entrar na piscina. Ele terminou a prova dos 50m costas S4 em sétimo, com o tempo de 50s84. A prova foi vencida por Arnost Petracek, da República Tcheca, com 43s12. O segundo lugar ficou com o chinês Yuntao Liu, em 45s01 e o terceiro com o mexicano Hernandez Jesus, com 45s30.
 
"Disputar uma final paralímpica não é para qualquer um. É gostoso encarar os Jogos em casa. A prova não foi o que eu esperava. Não consegui fazer o meu melhor, entrei com muita adrenalina e terminei abaixo do esperado", analisou Ronystony.
 
O nadador volta a competir novamente neste sábado (17.09). Ele vai encarar os 50m livre, prova sem baterias classificatórias, com os atletas avançando direto para a final. "É gratificante participar de um evento tão grandioso como esse, disputar em casa, ter essa torcida. Não tem quem não se emocione. Entrei hoje com o coração na boca, fé e força nos braços para fazer o melhor", completou o atleta.
 
Na prova feminina dos 50m S4, Edenia Garcia terminou na sétima colocação, com 55s50. A prova teve dobradinha chinesa, com Jiao Cheng, 48s11, e Yue Deng, com 50s01. A atleta Maryana Verbova, da Ucrânia, completou o pódio, em 52s28.
 
Nos 100m livre S13, Carlos Farrenberg ficou na quinta colocação, com 53s81. O título paralímpico da prova ficou com o bielorrusso Ihar Boki, com 50s90. Os atletas da Ucrânia Iaroslav Danysenko e Maksym Veraksa levaram a prata e o bronze, respectivamente (52s40 e 52s77).
 
"Gostaria de ter nadado melhor os 100m. Tentei mudar a estratégia na parte da tarde, mas não deu certo. Estou bem feliz, principalmente pela prova dos 50m. Nadei aqui no Rio duas vezes com os meus melhores tempos. No contexto geral, a minha participação foi positiva", avalia Farrenberg, que conquistou a medalha de prata nos 50m livre S13.
 
Professor de educação física, Carlos conheceu o esporte paralímpico na universidade. Ele entrou na seleção em 2005 e, no Rio, chegou à terceira Paralimpíada. "Cheguei a jogar goalball em Santos e o professor me inscreveu para competir no campeonato brasileiro de deficientes visuais. A partir daí comecei a competir, a bater recordes brasileiros", disse.
 
Outros brasileiros
Na manhã do penúltimo dia de provas da natação, o Brasil contou com 11 atletas na fase classificatória. Ítalo Pereira terminou em 13º na disputa dos 100m livre S7. Lucas Mozela ficou em 9º e Andrey Garbe em 10º nos 100m costas S9. Camille Rodrigues bateu em 12º nos 100m costas S9. Nos 50m livre S8, Gabriel Souza terminou em 11º. E nos 100m livre S13, Thomaz Matera terminou em 14º e o Guilherme Batista em 19º.
 
Abelardo Mendes Jr e Breno Barros - brasil2016.gov.br
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