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Futuro do esporte paralímpico em discussão na Casa Brasil

Casa BrasilCasa Brasil
A Casa Brasil promoveu na tarde de quarta (14) o seminário Projeto Referências – Desafios para o esporte paralímpico, com a presença de especialistas, atletas e autoridades. Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e vice-presidente do Comitê Paralímpico Internacional, fez uma palestra sobre a gestão do esporte paralímpico e falou sobre a importância do evento.
 
"É a segunda vez que venho à Casa Brasil para eventos de naturezas diferentes. Acho que é uma grande oportunidade de reunir diversos organismos do governo federal para tratar de assuntos que dizem respeito ou à pessoa com deficiência ou ao atleta paralímpico. Hoje estamos falando mais de esporte. É importante pensar para onde vai o esporte paralímpico no Brasil, qual o caminho a seguir", disse o presidente do CPB.
 
Uma das pessoas citadas por Parsons foi Luiz Cláudio Pereira, quarto atleta brasileiro com mais medalhas nos Jogos Paralímpicos, que também participou do seminário. "Estou muito feliz de que haja um projeto como o Referências, porque a palavra-chave é essa. Se não tiver referência, você nunca saberá para onde está indo. Hoje, a gente que vê que é preciso ter trabalhos acadêmicos, pensadores para refletir sobre o assunto. O esporte paralímpico ousou achar que ficaria em quinto lugar, porém, o mais difícil é manter esse resultado. Conseguiremos manter com um seminário como esse, onde a gente discute e transforma", ressaltou o ex-atleta.
 
Casa BrasilCasa Brasil
 
Luiz Lima, secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, explicou que o Projeto Referências é fundamental para que se possa conhecer melhor o atleta paralímpico, regiões do Brasil, áreas de atuação e onde se deve focar mais para aprimorar o esporte. "Os dados complementam nossas ações. As ações precisam ser mapeadas, para trabalharmos com mais qualidade", frisou.
 
Já o coordenador do Projeto Referências, Alberto Reinaldo Reppold Filho, falou sobre a importância de pensar o esporte paralímpico no mundo globalizado. "Na minha palestra, eu abordo basicamente a formação de profissionais para o esporte paralímpico, que é um gargalo, porque até bem pouco tempo, não havia profissionais específicos para o esporte paralímpico. Hoje, já existe uma demanda muito grande", explica.
 
Outro tema tratado por Reppold Filho foi a transição de carreira. "Dar capacitação para os atletas para que eles possam continuar exercendo a cidadania é uma preocupação do Comitê Paralímpico Brasileiro", completou o coordenador.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Verônica Hipólito e revezamento 4 x 100m fazem o “dia das mulheres” no Engenhão

Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
Carro-chefe do país nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o atletismo brasileiro alcançou, no início da noite desta quarta-feira (14.09), sua 23ª medalha. A prata veio no revezamento 4 x 100m feminino, classe T11-13, para deficientes visuais. O time formado por Thalita Simplício, Alice Correia, Lorena Spoladore e Terezinha Guilhermina cruzou a linha de chegada com o tempo de 47s57. A China ficou com o ouro ao bater o recorde mundial fechando a prova em 47s18. A medalha de bronze foi para a Colômbia (51s93).
 
A equipe brasileira largou melhor e passou à frente logo no início da prova. A liderança durou até a terceira troca de bastão, quando as chinesas assumiram a ponta. “A gente sai com o sentimento de vitória. Nossos revezamentos, infelizmente, sempre tiveram problemas técnicos, mas desta vez a gente conseguiu. Não queimamos, conseguimos a medalha de prata e costumo dizer que é um passo de cada vez. Hoje a gente está na prata e amanhã, com muito treinamento, a gente vai estar com o ouro” analisa a brasileira Lorena Spoladore.
 
A prata do revezamento foi a primeira medalha de cada uma das quatro atletas nesta edição da Paralimpíada. Principal estrela do atletismo feminino, Terezinha Guilhermina já havia disputado as provas dos 100m e 200m rasos da categoria T11, mas foi desclassificada em ambas. Terezinha disse que o carinho oferecido pelo público nas provas anteriores lhe deu forças para buscar o pódio. “Na terça, eu já saí de cabeça erguida. Quando deixei a pista com a torcida inteira aplaudindo, já me senti suficientemente consolada e confortada para me reerguer e vir hoje em outra roupagem, mas com a mesma alegria e com a mesma motivação”.
 
Atleta mais experiente do time de atletismo brasileiro, Terezinha, que tem 38 anos, ressaltou a importância dos treinamentos e do trabalho em equipe para a conquista da medalha. “Eu sempre falei o seguinte: Essa é uma medalha que ninguém ganha sozinho. A gente tem que entrar como time. Para ser time tem que trabalhar junto, tem que treinar junto, tem que pensar junto. Nós todas estávamos nos dedicando, estávamos treinando na aclimatação durante dois períodos para fazer o treino individual e o de revezamento. Então, a prioridade era fazer o bastão correr”, conclui.
 
Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
 
O bronze de Verônica Hipólito
Durante as provas da manhã, a velocista Verônica Hipólito conquistou sua segunda medalha nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Com o tempo de 1min03s14, a atleta garantiu o bronze na prova dos 400m rasos, classe T38, para atletas com paralisia cerebral. Antes, na sexta-feira (9), Verônica já havia ficado com a prata nos 100m rasos da mesma classe. 
 
Aos 12 anos, Verônica foi diagnosticada com um tumor no cérebro. No início de 2013, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que afetou os movimentos do lado direito do corpo. Mais tarde, a atleta descobriu que tinha uma síndrome rara, chamada Polipose Adenomatosa Familiar e precisou retirar 90% do intestino grosso. No ano passado, voltou a ter um tumor no cérebro. Mesmo com todas as dificuldades, não desistiu.
 
“Quem falar para você que é impossível, não é. Falar o que pode e o que não pode, todo mundo fala, mas é você quem vai fazer, você que decide sua vida. Tinha gente que falava que eu não ia nem voltar a andar depois do AVC e estou correndo hoje e ganhando medalhas. Quero melhorar cada vez mais. Se tiver que operar de novo, eu vou operar. O problema não é a gripe, o AVC, o tumor, a lesão... Não é a isso que você tem que se apegar. Você tem que focar no tratamento, na cirurgia, no depois. Não deixem a dor ser maior que a solução. A solução é sempre maior e é isso que me faz estar aqui hoje”, ensina Verônica.
 
Realizada e feliz com o próprio desempenho, a paulistana disse que não imaginava participar dos Jogos Paralímpicos. “Eu não esperava nem vir. No dia 20 de agosto do ano passado, eu estava passando por cirurgia. No dia 1º de setembro (de 2015) eu devia estar chorando de dor. Agora, estou aqui comemorando”, conta.
 
As medalhas, segundo Verônica, são fruto de um trabalho em equipe. “Eu tenho de dividir essa medalha com várias pessoas. Elas estão ali fora e vou fazer questão de tirar foto com elas. Este bronze é meu ouro”, comemora a atleta, citando médicos, preparadores físicos e amigos.
 
Com a já conhecida irreverência, Verônica brinca e diz que não teve tempo para se preocupar com o tumor que tem no cérebro. “Eu tinha até esquecido, na verdade. Meu médico me mandou estes dias uma mensagem e eu pensei: ‘É mesmo, eu estou com um tumor na cabeça!”.
 
Verônica, que continuará com o tratamento para eliminar de vez o tumor, afirma que seu foco continua no esporte, mas que pretende voltar a estudar. A atleta cursa economia na Universidade Federal do ABC e conta que os alunos da faculdade fizeram uma mobilização para assisti-la competindo. “Houve até uma repercussão na minha faculdade que eu não esperava. Colocaram uma televisão para me assistirem, mas isso não foi o mais legal. O mais legal de tudo é que colocaram áudio-descrição, libras, espaço para cadeirante, aumentaram o número de rampas. Então, para mim, a Paralimpíada não ficou só na Paralimpíada. Minha faculdade já era muito acessível e agora vai ficar mais ainda”, ressalta.
 
Outros brasileiros
Além das mulheres medalhistas do dia no atletismo, outros brasileiros disputaram eliminatórias e finais. Aline Rocha competiu nos 5.000m classe T54 e, com a nona posição, não se classificou. Já Maria de Fátima Fonseca disputou a mesma prova e avançou à semifinal. Izabela Campos, do arremesso de peso F12, ficou na 11ª colocação na disputa final da modalidade.
 
Felipe Gomes e Daniel Silva conseguiram a classificação para a final dos 200m rasos T11. Felipe passou em segundo lugar, com o tempo de 22s50, e Daniel, em terceiro, com 23s01. Nos 100m masculino T12, Diogo Ualisson queimou a largada e foi eliminado. Na parte da tarde, João Victor não conseguiu pódio na final do arremesso de peso F37 e ficou na quinta colocação. Cotada como uma das favoritas para a decisão dos 400m T47, Teresinha de Jesus sentiu uma contratura muscular na panturrilha direita e não correu.
 
Com as 23 medalhas conquistadas no Rio de Janeiro, o atletismo brasileiro já tem a melhor campanha da história da modalidade em uma edição de Paralimpíada. Ao todo, são sete ouros, 10 pratas e seis bronzes.
 
Valéria Barbarotto e João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Noite de prata e de emoções inéditas na natação

Marcelo Sá/MPIX/CPBMarcelo Sá/MPIX/CPB
A noite de quarta-feira (14.9) não foi dourada para a natação brasileira. Mas nem por isso Carlos Farrenberg, Daniel Dias, André Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues voltaram tristes para a Vila dos Atletas. Pelo contrário.
 
A medalha de prata conquistada por Carlos Farrenberg nos 50m livre masculino da classe S13 e a prata que Daniel Dias, André Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues faturaram no revezamento 4 x 100m livre masculino 34 pontos marcaram um momento inédito na carreira de todos os cinco nadadores.
 
Carlos nunca tinha subido ao pódio dos Jogos Paralímpicos, assim como Ruiter Silva, estreante no megaevento. E se Daniel Dias, André Brasil e Phelipe Rodrigues são veteranos e premiados em Mundiais e Paralimpíadas, mesmo eles jamais tinham conquistado uma medalha nesta prova nos Jogos.
 
Aos 37 anos, Carlos Farrenberg, que perdeu parte da visão por causa de uma toxoplasmose congênita, disputa, no Rio, sua terceira edição dos Jogos Paralímpicos. E depois de passar por Pequim em 2008 e por Londres 2012, ele viveu, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, no Parque Olímpico da Barra, o maior momento de sua carreira.
 
“A prata foi importantíssima. É minha terceira Paralimpíada, eu tive duas participações sem medalha, e a minha melhor tinha sido um quarto lugar em Pequim nessa prova”, lembrou. Para ele, a chave para o pódio foi a forte preparação que fez para competir em casa, tanto dentro quanto fora da piscina.
 
“Eu acho que nunca me preparei tanto, nunca cheguei tão bem para uma Paralimpíada e a prova foi dura, como eu e o meu técnico e a comissão já esperávamos. Mas falei para ele: ‘a prova vai ser dura para eles também, porque comigo não vai ter moleza’. Eu disse que iria chegar forte e principalmente terminar a prova mais forte do que de manhã (nas eliminatórias), porque a gente analisou e viu que o final da prova ficou um pouco a desejar. Então eu foquei nisso. Sabia o que tinha de fazer, mas sabia que precisava chegar melhor e para mim foi fantástico. É uma medalha que sonhei por muito tempo e só tenho a comemorar e agradecer”, celebrou o nadador, que contou como foi nadar com a torcida a seu lado e não deixar todo esse clima o atrapalhar durante a prova.
 
“A sensação é demais. Eu me preparei bastante para isso, para competir com a torcida. Consegui ficar focado. Na hora que você entra, com a galera gritando, é muito mais fácil você entrar na onda e a adrenalina tomar conta e você perder o foco. Por mais que você se prepare, você nunca vai estar pronto para um negócio desses, para uma energia que é positiva, mas que se você não souber controlar pode te atrapalhar. E eu acho que eu soube trabalhar isso também e foi fantástico. Embora durante a prova eu não conseguisse ouvir nada, eu sabia que estava todo mundo ali e que eu precisava ser o mais rápido possível”, detalhou Carlos, que ainda nadará os 100m livre, na sexta-feira (16.9) em busca de mais um pódio.
 
Marcelo Sá/MPIX/CPBMarcelo Sá/MPIX/CPBGolaço
Nadador mais premiado do Brasil no paradesporto, Daniel Dias abriu o revezamento e depois viu seus companheiros de time fazerem uma bela prova de recuperação.
 
“Foi espetacular. A gente curtiu demais estar no pódio. Para mim é um grande privilégio estar nadando do lado desses caras. A gente deu o nosso máximo. Batemos na trave em Pequim, batemos na trave em Londres e agora acredito que a gente fez um golaço conquistando essa medalha”, afirmou Dias.
 
“É uma sensação maravilhosa porque a gente tinha uma torcida que acabou ajudando muito e nos carregou. A gente sabia que seria uma prova dura, que a gente tinha chances reais de brigar pelo ouro e assim aconteceu. E poder nadar ao lado de três campeões, três medalhistas, dois recordistas mundiais é um privilégio muito grande", disse Ruiter, de 24 anos. "Estávamos mais do que prontos, tanto que o resultado está aí”, declarou.
 
Pernambucano de Recife, Phelipe Rodrigues foi outro que viveu uma experiência inédita. Dono de três pratas nos Jogos de Pequim e Londres, ele fechou o revezamento e foi levado ao limite de suas forças. Tanto que passou mal ao sair da piscina, teve de ser sustentado pelos companheiros e atendido no posto médico, onde chegou até a vomitar. Medicado, ele se recuperou rápido do desgaste causado pela exaustão e, depois, ao receber a medalha, era um dos mais orgulhosos.
 
“Revezamento a gente dá a vida. Saí dali mal para caramba, mas com aquele sentimento de que fiz o que tinha de fazer”, contou Phelipe, que disse que jamais se sentiu assim após uma competição, apenas em treinos. Ele confessou ainda que sentiu o peso de fechar o revezamento e ter a responsabilidade de, ao cair na água na quarta posição, reverter a desvantagem e levar o país ao pódio.
 
“Eu senti um pouco de pressão. Mas se eu senti um pouco essa pressão, imagina o que o Ruiter sentiria (se ele fechasse a prova). Na mesma hora, quando o André veio para me dar umas palavras de incentivo, aquela pressão foi embora e voltei para a concentração e fiz o que tinha de fazer”, encerrou Phelipe.
 
Além dos medalhistas, cinco nadadores do país disputaram finais nesta quarta-feira, mas não chegaram ao pódio.
 
Confira como foi o desempenho de todos os brasileiros que nadaram nesta noite nas Paralimpíadas:
 
» 100m peito feminino SB14 – Beatriz Carneiro – 5º
» 100m costas masculino S12 – Thomas Matera – 7º
» 100m costas feminino S12 – Raquel Viel – 4º
» 50m peito feminino SB3 – Patrícia Pereira dos Santos – 5º
» 50m peito feminino SB3 – Rildene Firmino – 7º
» 50m livre masculino S13 – Carlos Farrenberg – Prata
» Revezamento 4x100m livre masculino 34 pontos – Prata
   (com Daniel Dias, André Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues)
 
Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Brasil classifica três equipes para a disputa das semifinais

ITTF/DivulgaçãoITTF/Divulgação
A bandeira do Brasil pode ser hasteada ainda mais três vezes no tênis de mesa nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Welder Knaf e David Freitas venceram a Coreia do Sul (Kiwon Nam, Youngill Jeyoung e Jeong Seok Kim) por 2 a 0 para assegurar uma vaga nacional na semifinal da classe 3. Em seguida, outras duas equipes ainda repetiriam o desempenho para o país. Na classe 1-2, Iranildo Espíndola, Guilherme Costa e Aloisio Lima bateram os britânicos Rob Davies e Paul Davies nas quartas de final, também por 2 jogos a 0, enquanto a equipe feminina classe 6-10, que conta com Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos, derrotou a Alemanha de Lena Kramm, Juliane Wolf e Steffi Grebe, novamente por 2 a 0.
 
Welder e David fizeram uma partida equilibrada contra Youngill Jeyoung e Jeong Seok Kim, com vitória brasileira por 3 sets a 2 (11/5; 7/11; 11/9; 8/11 e 11/7). Na disputa individual, Welder Knaf foi à mesa e, com autoridade, bateu Youngill Jeyoung por 3 sets a 0 (11/9; 12/10 e 11/7). Agora, para chegarem à decisão, os brasileiros terão de passar pela Alemanha nesta quinta-feira, às 19h30.
 
"Agora, é focar no próximo jogo. Sabemos da qualidade que a Alemanha tem, mas sabemos do nosso potencial, principalmente jogando em casa e com o apoio da torcida. Vamos para cima. Estamos fazendo de tudo para conseguir os resultados e vencemos um time que tem tradição no tênis de mesa. Foi um resultado bastante expressivo", avalia David Freitas.
 
Já a equipe classe 1-2 teve de vencer outro obstáculo além dos rivais. Logo ao entrar na área de jogo, um pin furou o pneu da cadeira de rodas de Guilherme Costa, que jogou o primeiro set todo com ele avariado. Mesmo após a mudança, entre o primeiro e o segundo set, o brasileiro ainda enfrentou problemas, mas, ao lado de Iranildo, conseguiu vencer por 3 sets a 0 (11/9; 11/5 e 11/8). 
 
"Consegui fazer um bom jogo. Entrando na mesa, meu pneu furou. Corremos para arrumar e, depois que arrumamos, ficou um pouco cheio demais... Tive de jogar dupla desse jeito. Isso tirou um pouco meu foco, mas soube administrar. Agora, é outra caminhada. Vamos pegar a França, que é uma equipe muito forte, mas vamos acreditar e manter essa união, que está fazendo a diferença", comenta.
 
Guilherme voltou à mesa para o individual, onde encarou Rob Davies, medalhista de ouro na Classe 1. Com o apoio da torcida, fechou em 3 sets a 1 (11/9; 7/11; 15/13 e 11/2), garantindo a vaga na briga por medalha. Experiente, Iranildo ressaltou, porém, que não há muito tempo para celebração. "Estar em uma semifinal do tênis de mesa nos Jogos Paralímpicos não é algo tão simples. Sabemos o nível em que a competição se encontra e está muito alto. Agora, é pensar exclusivamente na França para tentar chegar à final", afirma. Os atletas voltam à mesa nesta sexta-feira, às 14h.
 
As meninas da classe 6-10 passaram à semifinal sem grandes dificuldades. Bruna Alexandre, bronze na classe 10, e Danielle Rauen, quarto lugar na classe 9, encararam a dupla Juliane Wolf e Steffi Grebe, conquistando o triunfo por 3 sets a 0 (11/4; 11/5 e 11/6). Depois, Bruna Alexandre enfrentou Juliane Wolf e deixou o time ainda mais perto da conquista de uma medalha, ao vencer por 3 sets a 0 (11/5; 11/6 e 11/9).
 
Na semifinal, parada dura. A equipe brasileira vai encarar a Polônia de Karolina Pek e Natalia Partyka, que, na fase de grupos, enfrentaram Danielle Rauen e Bruna Alexandre, respectivamente, e venceram. "Nós conseguimos uma grande vitória, mas agora é outro jogo. Totalmente diferente. Elas tem a Partyka e a Pek, que são grandes atletas. As duas são canhotas e será um jogo complicado, mas eu e Danielle temos totais condições de fazer um jogo de igual para igual com elas", garante Bruninha. O desafio será nesta sexta, às 17h30.
 
 
Outros resultados
Diego Moreira e Carlos Carbinatti, que formam a equipe da classe 9-10 masculina, tiveram uma grande apresentação contra a França (Mateo Boheas e Cedrik Cabestany), fazendo a torcida levantar. Porém, acabaram perdendo por 2 a 0. Nas duplas, vitória francesa por 3 a 0 (11/9; 11/5 e 11/7). Já no individual, Carbinatti por pouco não levou o jogo para o quinto set - ele foi derrotado por 3 sets a 1 (11/7; 7/11; 11/7 e 12/10).
 
"Fizemos tudo dentro do possível e acredito que conseguimos fazer o nosso melhor. Nós, até Londres, tínhamos uma diferença de nível com os grandes jogadores e, no Rio, conseguimos igualar, ao menos em volumes de sets. Ficamos de igual para igual dentro do set para fechar. O balanço é bem positivo e, agora, queremos evoluir ainda mais", aponta Carbinatti.
 
Na classe 4-5, Thais Severo, Joyce Oliveira e Catia Silva lutaram bastante, mas foram derrotadas por Ok Kim, Young-A Jung e Oejeong Kang, representantes da Coreia do Sul, por 2 a 0. Thais e Joyce formaram a dupla brasileira contra Young-A Jung e Oejeong Kang, tendo perdido por 3 sets a 0 (11/5; 11/9 e 11/9). Joyce ainda voltou à mesa para encarar Jung e, apesar de ter feito um bom jogo, teve de lidar com as fortes dores nas costas e viu a adversária conseguir um triunfo por 3 sets a 0 (11/5; 11/9 e 12/10).
 
"Sabíamos que seria um jogo difícil, até pelas adversárias serem classe 5, mas dei o meu melhor. Estou com muita dor, então, se estivesse 100%, acho que conseguiria ter dado tudo de mim, mas saio satisfeita e acho que o objetivo foi alcançado. Fizemos bons jogos, mas acontece. É colocar a cabeça no lugar e pensar daqui para a frente", salienta Joyce.
 
Fonte: CBTM e brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Impecável na defesa e mortal nos contra-ataques, Irã goleia o Brasil na semifinal do futebol de 7

Marcelo Régua/Brasil2016.gov.brMarcelo Régua/Brasil2016.gov.br
Valendo uma vaga na final do futebol de 7 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil arriscou 35 chutes contra o gol do Irã, que disparou apenas 12. Posse de bola? Os brasileiros controlaram as ações em 65% do tempo, contra 35% dos iranianos. Com esses números na cabeça fica até difícil entender como o Irã se classificou para a final da modalidade com uma sonora goleada de 5 x 0 nesta quarta-feira (14.09), no Estádio de Deodoro. Mas duas palavras ajudam a explicar: defesa e contra-ataque.
 
Ninguém pode dizer que o Brasil não tentou, ou mesmo que jogou mal. Desde que a bola rolou em Deodoro, os brasileiros partiram para cima com tudo em busca do gol. Chutaram de longe, chegaram pelos lados do campo, tentaram cruzamentos pelo alto e rasteiros, mas a bola simplesmente não entrou. Mérito da defesa iraniana, com uma leve ajuda do ataque brasileiro, que teve duas chances claras de abrir o placar no começo. Um chute foi muito alto, e o outro, com o goleiro iraniano já batido, foi afastado por um zagueiro salvador.
 
Depois de mostrar toda sua eficiência defensiva, os iranianos foram mortais nos raros momentos em que tiveram a bola nos pés. Com muita velocidade e precisão, a equipe matou o jogo em contra-ataques mortais. Abriu 2 x 0 no primeiro tempo e desestabilizaram a seleção da casa, que cada vez mais foi se abrindo e dando espaços para os contragolpes iranianos.
“No início fomos bem, tivemos chance, mas futebol tem dessas coisas. Nem sempre o melhor vence”, lamentou Wanderson, camisa 10 da seleção. “Jogamos em cima deles o tempo todo, mas quem fez os gols foram eles”, acrescentou.
 
O camisa 7 Igor foi um dos que perdeu uma das melhores chances de gol do Brasil quando o jogo ainda estava 0 x 0. Para ele, aqueles lances foram decisivos para o desenrolar do confronto. “Se tivéssemos aproveitado as chances que tivemos, íamos desestabilizar o time deles. Infelizmente pressionamos muito, esquecemos um pouco a área defensiva e tomamos os gols no contra-ataque”, afirmou o jogador.
 
Marcelo Régua/Brasil2016.gov.brMarcelo Régua/Brasil2016.gov.br
 
Cabeça erguida pelo bronze
Frustrados e visivelmente tristes pela derrota para o Irã, os brasileiros ressaltaram que o campeonato não acabou e uma medalha paralímpica ainda está em jogo. Com o resultado, o Brasil enfrenta a Holanda - que perdeu a outra semi para a Ucrânia, por 4 x 0 - na sexta-feira (16.09), às 14h. Quem vencer o confronto fica com a medalha de bronze.
 
A dura tarefa de reerguer a equipe até lá é do técnico Paulo Cabral e de sua comissão técnica. “Não vai ser fácil. Não foi uma partida normal. Tomar essa quantidade de gols abala. Mas nossa função é recuperar a equipe e tentar buscar o bronze. Seria a melhor recuperação. Subir ao pódio já é um grande prêmio”, discursou o comandante.
 
Mesmo abatidos pela derrota, os jogadores do Brasil seguiram o discurso de Cabral. Para eles, encerrar os Jogos Rio 2016 com a medalha de bronze é o mais importante, mesmo que o planejamento inicial fosse de disputar o ouro na final.
 
“Agora é ter tranquilidade, paciência, porque tem uma medalha em jogo. Independentemente da cor, trata-se de uma medalha paralímpica”, valorizou Wanderson. “É uma forma de levantar a moral e esquecer. Não adianta ficar remoendo esse jogo. É bola para frente e vamos buscar essa medalha. Temos que correr atrás disso, nos doarmos ao máximo para que o Brasil veja a gente de outra forma, não com esses 5 x 0 que levamos hoje”, disse o goleiro Marcão, que disputa sua sexta Paralimpíada. “É a última. Uma coisa que vai marcar. Quero sair daqui com essa medalha.”
 
O futebol de 7 é um dos esportes que sairá do programa paralímpico para os Jogos de Tóquio 2020. A modalidade, ao lado da vela, não será disputada na edição japonesa do evento, daqui a quatro anos. A decisão foi tomada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), que incluiu o taekwondo e o badminton no programa para 2020.
 
Vagner Vargas - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Com o bronze de Lauro Chaman no ciclismo, Brasil alcança medalhas em sete esportes diferentes

André Motta/ brasil2016.gov.brAndré Motta/ brasil2016.gov.br
"Essa medalha não é só minha. Ela é de todo o ciclismo brasileiro". Assim comemorou Lauro Cesar Chaman, paulista de Araraquara, que, aos 29 anos, tornou-se o primeiro atleta do Brasil a conquistar um pódio no ciclismo paralímpico. Ele ficou com o bronze na prova contrarrelógio da classe C5 dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, disputada na tarde desta quarta-feira (14.09), no Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Foi a sétima modalidade diferente com brasileiros no pódio no Rio de Janeiro - número já igual ao de Londres-2012, mesmo com várias modalidades coletivas por terminar. No Rio, o Brasil também medalhou em atletismo, natação, bocha, judô, halterofilismo e tênis de mesa. 
 
Lauro percorreu os 30km da prova em 37min33s36. O ouro foi para o ucraniano Yehor Dementyev, com 36min53s23, e a prata para o australiano Alistar Donohoe, com 40s13 a mais. O brasileiro Soelito Gohr chegou em nono - no dia que completou 43 anos de idade. "Foi um ótimo tempo. Se eu fizer essa prova 20 vezes de novo, não sei se vou conseguir repetir", disse o atleta, que explicou que pode percorrer até 1.000km em uma semana mais pesada de treinamento.
 
Os dois brasileiros explicaram que o esforço em uma prova contra o relógio deve ser bem dosado, pois não há um pelotão para te puxar para frente ou para fornecer um parâmetro. "Temos que ter muito foco. Controlo o esforço pelo batimento cardíaco, não pela velocidade. Se eu gastar energia demais no início, falta no final", exemplifica o medalhista. "E se gastar energia de menos, a gente chega com a sensação de que poderia ter feito um tempo menor", complementa o veterano Soelito, que esteve presente em Pequim-2008 e em Londres-2012.
 
"O apoio de todos aqui e de longe importaram demais. A comissão técnica e o Soelito, aniversariante hoje, fizeram o melhor e conseguimos chegar aqui. Foi com treino e apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo, do Comitê Paralímpico Brasileiro e do Ministério do Esporte que eu posso comemorar agora", afirmou Lauro. "Mas minha mãe e minha avó devem ter rezado muito também. Elas devem ter acabado com as velas da cidade", brincou.
 
Tanto Lauro quanto Soelito voltam ao circuito do Pontal no sábado (17.09) para a corrida do ciclismo de estrada, classe C4-5. A prova está marcada para às 9h30.
 
Nas classes C1 a C5, competem atletas com deficiência que afete pernas, braços e/ou tronco, mas que usam uma bicicleta de estrada. Quanto menor o número, maior a dificuldade para pedalar Além das bicicletas convencionais, o ciclismo de estrada paralímpico também tem provas para tandems (bicicletas de duas pessoas), handbikes (bicicletas de mão) e até triciclos.
 
 
Classe H
Pela manhã, a única representante do Brasil foi Jady Malavazzi. Ela terminou a prova contrarrelógio das Classes H1-2-3 (atletas com deficiência que afete suas pernas, que competem usando uma handbike) em sexto. "Fiz uma prova sensacional. Consegui manter a estratégia definida. O vento estava forte contra. Nessa hora, temos que manter uma potência alta. Tenho que brigar comigo mesmo para não pensar no vento e manter uma força mais alta", contou Jady, que começou a praticar o ciclismo de estrada com bicicletas de mão em 2010, três anos após o acidente automobilístico que a deixou paraplégica.
 
"Há dois anos, pude parar com outras atividades para me dedicar totalmente ao esporte graças à Bolsa Atleta. Intensifiquei meu treinamento neste último ano. Passei um mês treinando nos Estados Unidos com uma atleta H4, justamente para tentar um resultado melhor aqui no Rio", contou.
 
Mesmo após uma prova desgastante como a desta quarta, a brasileira mal terá tempo para descansar. Nesta quinta-feira (15.09), ela já compete de novo, desta vez na corrida de estrada. "Serão 45km, em uma prova bem mais forte, com atletas das classes H3, que é a minha, e H4", explicou Jady. "Meu objetivo é me manter junto do pelotão. Vamos ver no que vai dar", concluiu.
 
Classe B
A brasileira Marcia Fanhani ficou em 16o no contrarrelógio da Classe B nos Jogos Paralímpicos. Ela e a piloto Mariane Ferreira ficaram com o tempo de 48min00s36. Na Classe B, para ciclistas com atletas com deficiência visual, a dupla pedala em uma bicicleta tandem.
 
Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Ministro reforça compromisso com investimentos no esporte paralímpico

Douglas Amador traz até no nome a marca de um tempo de pioneiros. Integrou uma geração para a qual expressões como estrutura, acompanhamento multidisciplinar e viver exclusivamente do esporte paralímpico não fazia parte do vocabulário. Viu colegas em competições de dardo arremessando com bambus. Ainda assim, nos Jogos de Atlanta, em 1996, foi lá e voltou com três pódios nas provas para atletas com paralisia cerebral. Uma prata nos 200m e dois bronzes, um nos 100m e outro no salto em distância.

Na tarde desta terça, Douglas visitou a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Posou para fotos em frente a um banner com uma foto de seu voo para o bronze. A imagem é uma das que integra a exposição Gigantes Paralímpicos, que se propõe a contar um pouco da história de como o setor, no Brasil e no mundo, se organizou e se desenvolveu.

"Um evento assim é importante porque mostra que tudo o que estamos vendo hoje aqui no Brasil teve um início. E foi importante esse trabalho pioneiro que fizemos para chegarmos a essa estrutura de hoje, bem mais profissional", avaliou Douglas.

Douglas diante da própria imagem nos Jogos de Atlanta: pioneirismo em tempos de amadorismo. Foto: Francisco Medeiros/MEDouglas diante da própria imagem nos Jogos de Atlanta: pioneirismo em tempos de amadorismo. Foto: Francisco Medeiros/ME

"Temos aqui uma belíssima exposição contando a história do movimento paralímpico e a história de personagens que muitos não conhecem, mas são verdadeiros heróis brasileiros", completou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, um dos visitantes da mostra. Diante de atletas do passado e do presente, como Douglas e Fábio Bordignon (velocista dono de duas pratas no Rio), além de representantes de entidades ligadas ao esporte paralímpico e parlamentares, o ministro garantiu que os investimentos federais terão sequência nos próximos ciclos.

"O Governo Federal tem sido o principal parceiro do esporte paralímpico no Brasil. E podem ter certeza de que vamos ampliar as parcerias que temos para dar ainda mais oportunidades a mais brasileiros e brasileiras de conhecerem as modalidades e terem essa possibilidade de mostrar talento, determinação e servir de exemplo", afirmou o Picciani.

Para ele, o resultado expressivo da delegação nacional, a adoção do evento pelo público e a visibilidade dos Jogos nos meios de comunicação constróem um cenário promissor. "Essa oportunidade de competir em casa e ser assistido por todos os brasileiros dará ainda mais conhecimento do que é feito. O sucesso dos Jogos Paralímpicos se deve à capacidade dos atletas brasileiros de se superar e vencer desafios", disse.

Desafios que Douglas tem tentado aproveitar ao máximo para ver de pertinho. "Estou indo quase todos os dias. Rodando tudo. Só não consegui ainda ver o futebol, mas vou hoje à noite", afirmou o ex-atleta, que também tem no currículo um bronze no futebol de sete, conquistado nos Jogos de Sydney, em 2000. "O nosso desempenho está muito bom, dentro da meta traçada de ficarmos entre os cinco melhores. A saída da Rússia nos ajudou e dizem que a Austrália está numa entressafra. Mas nós fizemos nossa parte. Não temos entressafra porque nos preparamos, temos renovação o tempo todo", avaliou Douglas.

Ministro Leonardo Picciani reforçou que a intenção federal é manter investimentos no desporto paralímpico durante visita à exposição na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foto: Francisco Medeiros/MEMinistro Leonardo Picciani reforçou que a intenção federal é manter investimentos no desporto paralímpico durante visita à exposição na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foto: Francisco Medeiros/ME

Primeira grandeza

Além da face esportiva apontada por Doulgas, o ministro Leonardo Picciani avalia que os Jogos têm uma consequência no plano da gestão de políticas públicas, com uma mudança de postura do país diante da dimensão estratégica das agendas do esporte. "O que importa para nós, que vivemos o esporte diariamente, é que, depois desses Jogos, ninguém mais enxerga o esporte como política pública de segunda importância. Ao contrário. Todos passaram a enxergar o esporte como política pública de primeira grandeza, seja na transformação das pessoas ou no incentivo ao desenvolvimento econômico".

Casas de hospitalidade

Antes da visita à exposição, o titular do Esporte participou de um evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro para reconhecer as casas de hospitalidade que realizaram ações e atividades ao longo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. As categorias levadas em conta na premiação foram inovação, promoção cultural, legado, confraternização e promoção de negócios.

As casas de hospitalidade que receberam os prêmios foram: a Casa Catar, na categoria promoção cultural. A Casa Ernst & Young, na categoria promoção de negócios. A Casa da Federação Internacional de Vôlei, na categoria Legado. A Casa Hungria, na categoria Inovação. E a Casa Suíça, na categoria Confraternização. A Casa NBA recebeu menção honrosa como "Favorita do Público".

Durante o evento, o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, recebeu o troféu Visconde de Mauá, como personalidade do Esporte. O ministro Picciani recebeu uma medalha comemorativa do evento.

Serviço:

A exposição tem acesso gratuito e fica disponível até 22 de setembro: de segunda a sábado, das 10h às 17h, e domingos e feriados, das 12h às 17h.

Ascom – Ministério do Esporte

 

Programa prevê investimentos de R$ 840 milhões em 223 municípios

Os modelos de gestão do Programa Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), do Ministério do Esporte, foram tema de um seminário apresentado nesta quarta-feira (14.09), na Casa Brasil. A apresentação voltada a um público formado por representantes de prefeituras municipais serviu para explicar o funcionamento do programa, tirar dúvidas sobre o tema e também para troca de experiências entre os participantes.

Representantes do MInistério do Esporte falaram sobre os CIEs. (Foto: Rafael Azeredo/Casa Brasil)Representantes do MInistério do Esporte falaram sobre os CIEs. (Foto: Rafael Azeredo/Casa Brasil)

Os Centros de Iniciação ao Esporte fazem parte da Rede Nacional de Treinamento e são destinados a identificar talentos, formar atletas e incentivar a prática esportiva em territórios de vulnerabilidade social, com instalações esportivas que seguem requisitos oficiais. Serão construídos 233 centros (há obras em andamento em 38 deles) em 223 municípios em todo o país e o investimento será de R$ 840 milhões. O primeiro CIE foi inaugurado em de junho, no município de Franco da Rocha (SP).

O projeto integra em um único espaço físico atividades e a prática de esportes voltados ao esporte de alto rendimento, estimulando a formação de atletas entre crianças e adolescentes. Silvana Rigolin Ferreira, coordenadora de projetos da Secretaria de Esporte e Lazer de Campinas, aproveitou o encontro para se aprofundar no tema. "Nosso município tem grande interesse em implantar o CIE, mas é um grande desafio. Com as apresentações de hoje encontramos caminhos para fazer avançar o projeto da nossa cidade", disse.

"Não basta apenas construir o centro de treinamento, é preciso também uma gestão planejada e eficiente para garantir a manutenção do espaço. Além disso, é importante assegurar a participação da comunidade, pois quando a população local abraça o projeto a chance de sucesso é muito maior", explicou Débora Caldeira, engenheira do Ministério do Esporte e palestrante do evento.

Equipe Casa Brasil

Ascom- Ministério do Esporte

Com filha na arquibancada, Mônica Santos estreia nos Jogos Paralímpicos na esgrima

A primeira experiência paralímpica de Mônica Santos terminou com cinco combates e cinco derrotas na categoria A do florete, na esgrima em cadeira de rodas. Mas a ausência de triunfos nesta quarta-feira (14.09), na Arena Carioca 2, foi mero detalhe no dia especial vivido pela atleta no Parque Olímpico da Barra. A maior vitória de Mônica estava na arquibancada, assistindo cada movimento seu.
 
Mônica Santos ficou paraplégica ao optar por prosseguir com a gravidez da filha Paolla, hoje com 13 anos.(Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)Mônica Santos ficou paraplégica ao optar por prosseguir com a gravidez da filha Paolla, hoje com 13 anos.(Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
 
Mônica perdeu o movimento das pernas em 2002 por conta de um angioma medular. Quando descobriu a doença, aos 18 anos, estava grávida pela primeira vez e ouviu dos médicos que o mais aconselhável seria interromper a gestação. Ciente do risco de que poderia ficar paraplégica, Mônica foi contra a orientação dos médicos e deu à luz Paolla, hoje com 13 anos e uma das torcedoras presentes na arquibancada da Arena Carioca 2.
 
“Foi emocionante entrar e ver aquela galera torcendo para a gente e ter o coração batendo mais forte com minha filha e meu marido torcendo por mim”, comentou Mônica. “Digo que sou bem mais feliz agora cadeirante do que antes, quando andava. Tenho meus princípios e sei que o que vale a pena não é apenas uma medalha, mas o caráter e a lembrança”, afirmou a esgrimista.
 
Dois brasileiros e uma vitória
 
Além de Mônica, o Brasil contou com mais dois representantes no florete: o também estreante Vanderson Chaves e o veterano Jovane Guissone, campeão paralímpico na espada em Londres 2012. Vanderson foi o único atleta do país a conquistar uma vitória nesta quarta, em confronto justamente contra Jovane, pela categoria B, para atletas com menor mobilidade na troca e no equilíbrio.
 
“É minha primeira Paralimpíada, tenho 22 anos e posso dizer que estava muito nervoso e afobado”, avaliou Vanderson, que venceu o compatriota por 5 x 4. Para Jovane, que é especialista na espada, a experiência no florete é totalmente diferente. “De quatro anos para cá, meu foco é apenas na espada. No florete eu só participo de algumas Copas do Mundo. Independentemente do resultado, entrei aqui para me divertir”, explicou o gaúcho, que acabou eliminado nas quartas de final da espada na terça-feira (13.09).
 
No florete, Jovane Guissone aproveitou o dia de competições para se divertir na Arena Carioca 2. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brNo florete, Jovane Guissone aproveitou o dia de competições para se divertir na Arena Carioca 2. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
Jovane volta à Arena Carioca 2 já nesta quinta-feira (15.09) para competir na prova por equipes de espada, ao lado de Fabio Luiz Damasceno e Sandro Colaço. As disputas começam às 9h. “Pretendemos conseguir um bom resultado, estamos muito focados”, disse Guissone. Os brasileiros estão no Grupo A e enfrentam França e Grécia. Também nesta quinta, Mônica Santos se junta a Suelen Rodolpho e Karina Maia para disputar a prova feminina de espada por equipes. Elas estão no Grupo B, com Polônia e Hong Kong.
 
Na sexta-feira (16.09) será a vez dos combates por equipes no florete. O Brasil terá os mesmos atletas na disputa. A equipe está no Grupo B e enfrenta China e França. No feminino, Mônica, Suelen e Karina também se unem novamente e encaram China e Itália no Grupo B.
 
Michelle Abilio – Brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

Luis Carlos Cardoso e Caio Ribeiro avançam paras as finais na canoagem

O Estádio da Lagoa recebeu, na manhã desta quarta-feira (14.09), as baterias preliminares e semifinais do primeiro dia de disputas da canoagem velocidade nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Luis Carlos Cardoso, na classe KL1, e Caio Ribeiro, na KL3, venceram as suas baterias e avançaram direto à final. As provas decisivas ocorrem amanhã (15.09), a partir das 9h.
 
Luis Carlos Cardoso busca uma medalha para o Brasil na estreia da modalidade em Jogos Paralímpicos. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)Luis Carlos Cardoso busca uma medalha para o Brasil na estreia da modalidade em Jogos Paralímpicos. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
 
Campeão mundial da classe KL1, para atletas que usam somente os braços durante a remada, Luis Carlos Cardoso venceu a segunda bateria da categoria com o tempo de 54.887, e passou à final com a segunda marca geral, atrás apenas do britânico Ian Mardsen, vencedor da primeira bateria com 52.311. Embora tenha se mostrado satisfeito com o resultado após a prova, o atleta pregou foco para o embate decisivo. “A primeira etapa foi concluída, agora é descansar bem a mente para amanhã vir com força total e buscar uma medalha para o nosso país”.
 
Para o piauiense, uma vitória na estreia da modalidade no programa paralímpico, e diante de uma ilustre torcedora, teria um sabor especial. “Além de ser a primeira vez da canoagem nos Jogos, estamos competindo em casa. Nossa família está ai, na arquibancada. Isso é um valor muito grande, vai ficar marcado na marcado na memória de cada um deles, principalmente da minha sobrinha Luisa, de três anos, que é pequenininha”, afirma.
 
Para Luis Carlos, o sucesso da canoagem velocidade olímpica brasileira, que no Rio 2016 subiu três vezes ao pódio, é fundamental para que a modalidade passe a ser mais conhecida no Brasil. “Deu mais uma motivação. Acredito que através do Isaquias e do Erlon, o país pôde conhecer mais o que é a canoagem velocidade. As pessoas puderam conferir esse esporte tão maravilhoso. Espero que a partir desse resultado, o esporte venha a se desenvolver mais em nosso país”.
Antes de sofrer uma infecção na medula e perder o movimento das pernas, o canoísta era dançarino profissional e integrava o grupo de dançarinos do cantor de forró Frank Aguiar. Um dos grandes incentivadores da carreira esportiva de Luis Carlos, o músico deu ao atleta o seu primeiro barco para treinamentos.
 
Tricampeão mundial da prova de canoa – que não faz parte dos Jogos Paralímpicos, que só abrange disputas em caiaques –, Luis torce para que a embarcação seja incluída nas próximas edições dos Jogos. “Seria maravilhoso. É meu sonho poder disputar duas provas e, quem sabe, levar duas medalhas. Se a canoa entrar também, pode ter certeza que vou me dedicar aos dois, não vou largar nenhum”, brinca.
 
Briga pelo pódio
 
Já na classe KL3, para atletas que utilizam tronco e braços durante a remada, Caio Ribeiro venceu a segunda bateria, com tempo de 43.0333, e também avançou à decisão sem precisar disputar a semifinal. “Essa prova foi bem diferente dos últimos dias que a gente vem remando aqui, com um vento contra muito forte, então a velocidade não foi tão alta. Mas a prova foi tranquila, era o que eu esperava, ter passado em primeiro na minha bateria. Agora é só aguardar amanhã para poder disputar a final”, analisa.
 
Campeão da canoa no Mundial de Milão, em 2015, o brasileiro  projeta uma batalha bastante acirrada pelo pódio. “Todo mundo que veio para os Jogos Paralímpicos está brigando por medalha. Para mim não existe isso de favorito, porque todo mundo vem para cá já sendo melhor do mundo, disputando a mesma coisa, que é a medalha de ouro. Estou focado, estou concentrado, sei o que eu quero, sei o meu objetivo. Eu sonho, vivo, respiro, como e remo a medalha. Vamos ver no que essa brincadeira vai dar”, aponta.
 
Caio Ribeiro brinca antes da disputa da final: "Eu sonho, vivo, respiro, como e remo medalha. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)Caio Ribeiro brinca antes da disputa da final: "Eu sonho, vivo, respiro, como e remo medalha. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
 
Fora da final
 
Debora Raiza e Igor Tofalini, da KL2, e Mari Christina Santilli, da KL3, não conseguiram chegar à final. Nas baterias classificatórias, todos eles chegaram na quinta colocação e, desta forma, precisaram disputar a semifinal para tentar a vaga na decisão. Debora e Igor, em quinto lugar, e Mari, em sexto, foram eliminados em suas respectivas semifinais.
 
A modalidade
 
Praticam a canoagem atletas com deficiência físico-motora. Ao lado do triatlo, a modalidade é uma das novidades dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Existem dois tipos de provas: o caiaque, representado pela letra K, e a canoa, denominada pela letra V. Entretanto, somente as provas de caiaque estão integradas ao programa paralímpico. 
 
Em 2010, o Ministério do Esporte celebrou convênio com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), no valor de R$ 2,1 milhões para estruturação de centros de canoagem no país. A Confederação adquiriu barcos, remos, notebooks, rádios, GPS, frequencímetros, uniformes e itens de laboratório. Além disso, implementou um centro de treinamento em São Paulo (SP).
 
Entre 2012 e 2015, o Ministério também investiu na modalidade por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo. Foram concedidas no período 53 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Paralímpica, num investimento em torno de R$ 752,5 mil. Por meio da Bolsa Pódio, foram concedidas sete bolsas, com investimento de R$ 948 mil entre 2013 e 2016.
 
Pedro Ramos - Brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
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