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Thiago Braz, o mais improvável dos heróis de ouro no Engenhão

Sonho? Ser atleta olímpico. Sonho melhor ainda? Disputar os Jogos Olímpicos em casa. Sonho ainda mais incrível? Vencer o atual campeão da prova e recordista mundial. E aquele momento que nem em sonho daria para imaginar? Fazer tudo isso e ainda bater o recorde olímpico. Foi exatamente o que se viu na noite desta segunda-feira (15.08). O herói tem 22 anos, nasceu em Marília (SP) e atende pelo nome de Thiago Braz. O mundo acompanhou tudo isso no Engenhão, nos Jogos Rio 2016.
 
Thiago Braz ao lado do placar com o novo recorde olímpico, que valeu ao atleta o ouro olímpico. (Foto: Getty Images)Thiago Braz ao lado do placar com o novo recorde olímpico, que valeu ao atleta o ouro olímpico. (Foto: Getty Images)
 
O novo recorde olímpico é de 6.03m e foi com essa marca que Thiago fez 200 milhões de pessoas se inflarem de orgulho. Ele se superou incrivelmente. Até esta noite, a melhor marca pessoal dele era um 5.93m em uma competição indoor, realizada em fevereiro de 2016, em Berlim. Ele simplesmente voou para subir essa marca em 10 centímetros, em pista aberta. Ele voou para história do Brasil e do mundo. Ele voou para tirar o sorriso do então campeão olímpico e ainda recordista mundial (6.16m), o francês Renaud Lavillenie e levar o Estádio Olímpico à loucura.
 
"Eu estou muito feliz. Eu e minha equipe trabalhamos muito duro por esse momento. Não para o ouro, mas para tentar uma medalha. Esse resultado é absolutamente incrível. É minha primeira vez acima de seis metros. A torcida estava torcendo muito. Eu tive de focar na minha técnica e esquecer as pessoas em volta para conseguir o melhor", afirmou Thiago. 
 
O final feliz, inesquecível e histórico veio em uma noite de chuvas e ventos, competidores encharcados, problemas com o sarrafo e muita tranquilidade e coragem.
 
Chovia forte no Estádio Olímpico quando a prova teve início, às 22h35. Três competidores fizeram o primeiro salto, todos falhos, e em menos de dez minutos a disputa parou em função do mau tempo. A prova voltou após uma hora e os três saltadores tiveram direito de repetir a primeira tentativa. O chinês Changrui Xue errou novamente na altura de 5.50m e ficou encharcado ao cair no colchão que amortece a descida dos atletas. O tcheco Michal Balner acertou, e comemorou igualmente molhado. Neste momento, os competidores já sabiam o que os esperava na aterrissagem.
 
"(A interrupção) me incomodou um pouco no início, mas tentei ficar tranquilo. O máximo que podia acontecer é eu ir mal, mas não quis pensar por esse lado. Se estava mal pra mim, estava para todos", contou o brasileiro.
 
Thiago Braz preferiu não saltar 5.50m e começou bem a competição ao passar 5.65m na primeira tentativa. Por "problemas técnicos", a prova foi interrompida por cerca de 15 minutos outra vez, até que finalmente conseguiram recolocar o sarrafo na altura de 5.65m. No retorno da competição, além de Thiago, outros cinco atletas seguiram na disputa para tentar a marca de 5.75m. Entre os que ficaram para trás, estava o canadense Shawnacy Barber, atual campeão mundial e que havia saltado 6.00m em 2016.
 
Renaud Lavillenie entrou na prova e não teve dificuldades para superar 5.75m. Outros dois atletas passaram de primeira, um ficou pra trás e Thiago Braz conseguiu na segunda tentativa. O norte-americano Sam Kendricks, após errar uma, decidiu tentar a altura seguinte. Neste momento, o brasileiro estava em quarto.
 
O recordista mundial, novamente, passou fácil 5.85m. Thiago também superou a altura de primeira, e assumiu a segunda colocação. O Engenhão gritou alto seu nome. Kendricks foi outro que obteve sucesso. Os dois que falharam na primeira oportunidade em 5.85m decidiram tentar direto a altura seguinte.
 
Lavillenie, sempre ele, brilhou mais uma vez em 5.93m. Thiago e Kendricks erraram na primeira. O tcheco Jan Kudlicka se despediu. Era a chance de Thiago igualar sua melhor marca, desta vez em pista aberta. Ele conseguiu e bateu seu próprio recorde sul-americano outdoor. Quando o polonês Piotr Lisek ficou para trás, Thiago já era pelo menos bronze. O Engenhão aplaudiu, sem nem imaginar o que viria na sequência.
 
O norte-americano Kendricks não foi capaz de passar 5.93m e ficou com o bronze. A medalha mudou de cor no peito de Thiago. Já era sensacional, ainda mais porque o ouro estava com o recordista mundial. Mas ele queria mais.
 
Agora eram apenas Thiago e o atual campeão da prova. Lavillenie passou 5.98m e desceu comemorando. O francês havia batido o recorde olímpico, que era dele mesmo, com a marca que venceu em Londres 2012 (5m97). Ele só não contava com a tranquilidade e a determinação de Thiago de voar ainda mais alto.
 
O brasileiro só tinha uma chance de quebrar todos os parâmetros de expectativa da noite: passar 6.03m, melhor do que o francês. Lavillenie errou a primeira, assim como Thiago. Na segunda, o europeu também errou. O Engenhão gritou: Eu acredito! E Thiago acreditou, entrando para a história. Recorde olímpico, o primeiro de um brasileiro após a façanha de Joaquim Cruz em 1984, nos 800m.
 
"Quando o Lavillenie passou 5.98m, eu escutei de Deus que eu passaria 6.03m. Falei com o meu treinador, a gente colocou o número do poste certinho. A gente pegou uma vara mais forte, que eu já tinha usado umas duas vezes. Na primeira tentativa, eu fui para testar. Na segunda, eu fui para completar, e deu certo", explicou Thiago.
 
Thiago Braz passa o sarrafo em 6.03m de altura para conquistar o inédito ouro olímpico do Brasil na modalidade. (Foto: Getty Images)Thiago Braz passa o sarrafo em 6.03m de altura para conquistar o inédito ouro olímpico do Brasil na modalidade. (Foto: Getty Images)
 
Mas ainda não era o fim. Lavillenie tinha sua última chance de tirar o ouro de Thiago. Era necessário ultrapassar 6.08m de primeira.  Quando se preparava para o salto, foi vaiado pelo público.
 
"Eu compreendo que os brasileiros torçam para o Thiago, mas o que não está certo é a falta de respeito em relação aos adversários. Isso não é fair play, não combina com Jogos Olímpicos. Em todos os campeonatos em que estive, mesmo quando tinha o atleta local, o público jamais vaiou. Você se prepara muito para os Jogos Olímpicos, por muitos anos e, ao final, o público estraga as  esperanças de muitos saltadores", criticou Lavillenie.
 
Não seria inédito para o francês os 6.08m, porque ele sabe o que é passar 6.16m. Mas não era a noite dele. Era a noite de um menino de 22 anos que foi abandonado pela mãe, criado pelos avós, que deixou o país há um ano e meio para treinar na Itália com o ucraniano Vitaly Petrov, mentor de duas lendas do esporte (o ucraniano Sergey Bubka e a russa Yelena Isinbayeva), um menino que é religioso, que é humilde.Era uma noite de sonhos.
 
"Eu queria achar aquela pessoa (um jornalista, em entrevista após a classificatória) que falou que foi um milagre na qualificação. Fala pra ele que foi um milagre hoje também: 6.03m é uma marca que eu já esperava há muito tempo, há três competições a gente estava tentando bater os seis metros, e hoje, numa Olimpíada, é muito mais forte, algo muito mais surpreendente do que eu esperava pra mim", resumiu.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Nota de pesar pela morte de treinador alemão de canoagem

Recebi com grande pesar a notícia da morte de um medalhista olímpico nesta segunda-feira. Stefan Henze foi campeão mundial em 2003 e, em 2004, nos Jogos de Atenas, conquistou a medalha de prata na categoria C2 da canoagem slalom. Henze participava dos Jogos Rio 2016 como técnico da equipe de canoagem slalom da Alemanha e faleceu por conta de ferimentos sofridos em um acidente de carro.
 
Neste momento de dor, quero me solidarizar com os familiares, amigos, admiradores e com a delegação alemã que está na cidade do Rio de Janeiro. Stefan Henze e seu espírito olímpico farão falta a todos.
 
Leonardo Picciani
Ministro do Esporte
 

O bronze herdado que coroa o pioneirismo de Poliana Okimoto

Um quarto lugar que já era histórico, virou pódio e deu a Poliana Okimoto a chance de se tornar a primeira mulher das modalidades aquáticas do Brasil com um pódio olímpico. O resultado veio na prova dos 10km da maratona aquática, disputada em circuito montado na Praia da Copacabana. A atleta brasileira herdou a medalha de bronze após a francesa Aurelie Muller, que seria a terceira colocada, ser desclassificada por "atropelar" a italiana Rochele Bruni (medalha de prata)  na hora de bater na parede que determina a chegada. O ouro ficou com a holandesa Sharon van Rouwendaal, que fechou a prova com 1h55m31s.
Pódio herdado valoriza pioneirismo de Okimoto na modalidade. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Pódio herdado corou pioneirismo de Okimoto. (Foto: Danilo Borges/ Brasil2016.gov.br)
 
O pioneirismo é a marca da atleta desde sempre. Ela foi a primeira nadadora brasileira no pódio de uma competição da Federação Internacional de Natação, no Mundial de Maratonas de 2006. Foi a primeira medalhista brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos (em Roma, 2009). Foi a primeira maratonista aquática brasileira medalhista em Jogos Pan-Americanos (Rio 2007) e agora acrescentou a expressão olímpica à sua lista de pódios. "É a concretização de um sonho antigo. Eu me sinto mesmo pioneira. Lá em 2006, quando conquistei a primeira medalha em mundiais, foi o início de uma era boa.
Eu me sinto muito realizada por conta da carreira que tive, muito bonita", afirmou Poliana, que já tinha saído feliz com a quarta posição.
 
“Eu saí satisfeita porque dei o meu máximo. Eu fiz a melhor prova da minha vida, leve, me divertindo, e tive a sensação de dever cumprido. São poucas as provas em que a gente sai sabendo que demos o nosso máximo, e quando veio o terceiro foi muito emocionante, comecei a chorar. Eu já tinha ouvido boatos de que talvez a francesa fosse desclassificada, mas não era oficial. Quando estava dando entrevista para uma TV fiquei sabendo do resultado oficial e não consegui segurar as lágrimas”, disse. 
 
Tente outra vez
 
Aos 33 anos, Poliana disputava a prova pela terceira vez. Em Londres-2012, precisou abandonar a prova após hipotermia. “Tudo é vivência e aprendizado. Nos Jogos Olímpicos de Londres eu sai chateada, eu entrei em depressão por vários meses, mas a gente tem que levar como lição, crescer e ser pessoas melhores e atletas melhores”, contou Poliana. Em Pequim, ela havia terminado em sétimo. "Aqui, tudo conspirou a favor. A água estava mais lisa, a temperatura estava mais amena, tudo nas condições perfeitas", afirmou.
 
Há 11 anos, Poliana trocou as piscinas por provas em águas abertas, mesmo sentindo medo do mar. Com o tempo, foi se adaptando às provas em mar aberto e em 2006 veio a primeira medalha, uma prata na Copa do Mundo. “A primeira vez que nadei em uma prova de mar aberto foi aqui em Copacabana. Um dia antes da prova meu técnico me colocou para treinar. Eu já sentia medo. Eu falava para o meu treinador que não gostava e não queria e ele me obrigou a competir. Nadei 50 metros e voltei chorando porque tinha medo. Mas no dia da prova eu senti a adrenalina da competição, encarei e ainda ganhei”, contou. 
 
Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Foi em 2006 que anunciaram que a maratona aquática entraria para os Jogos Olímpicos e este foi um dos incentivos para Poliana continuar. “A partir deste dia eu comecei a nadar todas as provas e a perder o medo. No meu primeiro mundial, em 2006, eu ganhei duas medalhas de prata”. Dez anos depois da primeira prata no mundial, Poliana retorna a Copacabana para a conquista da tão sonhada medalha de bronze.
 
“Acho que comecei a acreditar nesta medalha em 2013, quando fui campeã mundial na prova dos 10km. Em 2014 eu tive uma lesão e demorei a voltar. Em 2015, o meu objetivo era conseguir me classificar. Eu acho que construí esta medalha a cada dia e a cada treino. Este ano, cheguei a treinar 100km semanais por causa da Olimpíada. Eu mereci esta medalha, porque lutei muito para estar aqui”, disse. 
 
Ritmo certo
 
Poliana fez uma prova de controle. Sempre mantida no primeiro pelotão, ela entrou para o grupo de elite na terceira das quatro voltas, e se manteve entre as cinco primeiras até a linha de chegada. “A experiência conta muito na maratona aquática. Na última volta eu podia ter parado para me alimentar. Eu estava ali em segundo lugar, no pé da holandesa. A experiência ali contou de não ter parado. Fiquei cinco quilômetros sem me alimentar, foi difícil. No ritmo que a prova estava, era complicado. No final, cheguei a sentir a falta de energia e de hidratação, mas acho que foi uma atitude certa que tomei. Se eu tivesse parado, não teria encaixotado ali e talvez não teria conseguido esta medalha”, contou Poliana. 
 
A outra brasileira na disputa, Ana Marcela Cunha, teve problema em duas tentativas de conseguir pegar a alimentação ao longo da prova. Uma vez uma adversária esbarrou em seu braço. Na outra, deixou escapar o gel que repõe as energias perdidas. Assim, acabou fechando em décimo lugar, com 1h57min29.
 
"Fiquei triste. Dei tudo de mim, tudo o que podia, mas realmente não é um resultado digno de todos que me acompanharam nessa preparação", disse Ana Marcela, que vinha de resultados expressivos no circuito mundial e era uma das esperanças de medalha do país na prova. 
 
Michelle Abílio –brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

Esgrimista brasileiro recebe prêmio internacional por fair play

O  jovem esgrimista brasileiro Guilherme Murray, de 14 anos, recebeu neste domingo (14.08), na Casa Brasil, no Rio de Janeiro, o Diploma Mundial de Fair Play, na categoria juventude. A honraria foi concedida ao atleta pelo Comitê Internacional para o Fair Play, por conta de uma atitude tomada por Guilherme quando disputava o campeonato Panamericano da modalidade, em Aruba, no Caribe, em 2014.
 
Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, durante evento em que o atleta da esgrima Guilherme Murray foi homenageado por atitude de fair play. Foto: Ivo Lima/MEMinistro do Esporte, Leonardo Picciani, durante evento em que o atleta da esgrima Guilherme Murray foi homenageado por atitude de fair play. Foto: Ivo Lima/ME
 
Na época, Guilherme, com 12 anos, participava das oitavas de final de florete, quando recebeu um ponto por um toque que não tinha acontecido. Sabendo disso, ele alertou o árbitro de que não havia tocado o adversário com sua arma. A atitude fez o juiz rever a decisão, tirando o ponto indevido do brasileiro, que acabou perdendo a disputa.
 
Guilherme Murray recebeu o Diploma Mundial de Fair Play das mãos do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. "Eu pretendo levar esse prêmio pelo resto da vida, para que isso possa ser usado como exemplo no futuro, até por outros atletas que passem a incentivar o Fair Play, para que o Fair Play fique cada vez mais presente no esporte", disse o atleta.
 
De acordo com Leonardo Picciani, a honestidade demonstrada por Guilherme é um exemplo para todas as pessoas, sejam atletas ou não. "As pessoas devem seguir o exemplo de que a vitória deve vir pelo mérito, pelo esforço e dentro das regras. Acho que não poderia ter hora melhor do que nesse momento em que o Rio sedia os Jogos Olímpicos para celebrarmos esse exemplo", comentou o ministro.
 
A atitude tomada por Guilherme também foi comemorada pela familia. A mãe do jovem disse que a postura adotada por ele a fez se sentir realizada. "Eu fico orgulhosa, com aquele sentimento de que a gente passou o que deveria ter passado. Eu fico orgulhosa também porque acho que isso para o Guilherme vai ser algo que ele nunca vai esquecer, ele vai ter como exemplo pelo resto da vida", comemorou.
 
O presidente do Comitê Internacional para o Fair Play, Jeno Kamutti, que estava presente na cerimônia, enfatizou que não é preciso ter experiência para jogar limpo. "Ele é um atleta novo. É um exemplo para a própria geração e para as futuras. O Fair Play é algo que vem de dentro do atleta e ele já carrega isso desde cedo", comentou.
 
Ao fim da cerimônia, Guilherme Murray, que já foi campeão brasileiro e sul-americano infantil, garantiu que tem trabalhado duro e treinado bastante para um dia representar o Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos.
 
João Paulo Machado e Valéria Barbarotto, Brasil2016.gov.br

A prata da persistência de Diego veio em inédita dobradinha nos esportes individuais com o bronze de Nory

Redenção. Não há palavra melhor para definir o que Diego Hypolito viveu no domingo (14.08) na Arena Olímpica do Rio. A prata veio com a nota 15.533 na apresentação de solo e foi comemorada por ele, pelos técnicos e pelo público no ginásio como um ouro.
Dobradinha brasileira com prata e bronze na ginástica. (Foto: Roberto Caastro/Brasil2016.gov.br)Dobradinha brasileira com prata e bronze na ginástica. (Foto: Roberto Caastro/Brasil2016.gov.br)
 
 
É comum os atletas dizerem que, no momento de uma conquista ou logo antes dela, passa um filme. No caso de Diego, a dedicação, o esforço e, sobretudo, o histórico de percalços, são partes de um roteiro que o Brasil acompanhou. Ele foi bicampeão mundial (2005 e 2007) no solo e chegou aos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 como favorito. Caiu na final e ficou fora do pódio. Quatro anos depois, a queda foi ainda na fase classificatória: mais uma vez o sonho da medalha olímpica foi embora. Ele não desistiu. Superou lesões e até uma depressão. Para encarar sua terceira Olimpíada, teve que vencer também a disputa interna. Chegaram a considerá-lo fora da equipe, mas ele ficou.
 
A classificação para a final do solo já foi uma vitória. Diante da família e dos amigos, e de um Brasil que prendeu a respiração durante aquele minuto de prova, sem saber se viria uma outra frustração ou finalmente o alívio, Diego respondeu com a redenção. Não houve queda, mas choro. De emoção.
 
“Não consigo acreditar que é real. Isso mostra que se você acreditar no sonho, é possível. Em uma Olimpíada eu caí de bunda, na outra literalmente de cara, na terceira eu fiquei de pé. Eu nem era tão bom agora como era nas outras, mas consegui uma medalha. É inexplicável. Nunca desistam dos seus sonhos”, disse Diego Hypolito.
 
Para completar a tarde histórica para a ginástica artística do país anfitrião, Arthur Nory - que havia se classificado em oitavo para a final do solo – ficou com o bronze, com a nota 15.433. O ouro foi para o britânico Max Whitlock (15.633). O Brasil não só chegou ao pódio pela segunda vez na história da modalidade nos Jogos, quatro anos depois do ouro de Arthur Zanetti nas argolas, em Londres 2012. O país viu duas bandeiras subirem ao mesmo tempo no mastro que reflete o pódio. É a primeira dobradinha olímpica brasileira em esportes individuais.
 
O nascimento
 
Já quem diga que são apenas falhas, comuns no esporte. Outros poderão afirmar que foi uma conspiração do universo. Fato é que ginastas experientes e candidatos ao pódio erraram. O primeiro a se apresentar foi o japonês Kohei Uchimura, um dos ginastas mais completos da atualidade, bicampeão olímpico no individual geral e prata no solo em Londres 2012. Ele pisou fora do tablado e perdeu 0,3 na nota, ficando com 15.241.
 
“Diego, Diego”, gritavam os torcedores ainda antes do início da prova. Enquanto esperava a nota de Uchimura, Diego se ajoelhou por alguns segundos.  Foi autorizado a começar. Levantou e respirou fundo. Era hora de executar a série e se redimir.
 “Eu estava tão atordoado pensando se ia acertar, se ia fazer a minha parte, que na hora de ir para a última acrobacia passou um filme na minha cabeça. Veio o filme de Pequim. Pensei: ‘Você treinou, você se dedicou, não deixa o seu trabalho ir por água abaixo por algum pensamento negativo, vai lá e faz”, contou.
 
Foi lá e fez. E vibrou muito. Enquanto aguardava a nota, já não havia mais unhas, então Diego mordia os dedos. Veio a avaliação dos juízes: 15.533. Ele abraçou o técnico Marcos Goto e começou a saga da espera até que o último adversário se apresentasse.
 
“Achei que medalha não daria. Há pouquíssimo tempo nem me colocaram na equipe olímpica, eu nem era titular. Aí me classifiquei para a Olimpíada, fiquei em quarto no primeiro dia, o que já foi um sonho, e quando terminei a prova pensei que ia dar um quinto ou quarto lugar. Estava passando mal, minha pressão caiu, tentaram me acalmar. Dá um desespero enorme porque, após fazer a sua parte, só depende dos juízes. Hoje fui bem avaliado, fiz uma boa prova e esse resultado é do Brasil” disse Hypolito.
 
A supresa de Nory
 
A torcida ainda comemorava a boa apresentação de Diego quando o britânico Max Whitlock entrou no tablado e obteve a nota 15.633. Naquele momento, a prata estava em seu peito. Mas restavam mais cinco. Entre eles, o compatriota Arthur Nory.
Sem pressão, Nory acertou a série e conseguiu 15.433, a terceira melhor nota até então. Ele sabia que a série apresentada na classificatória, no dia 6 de agosto, não seria competitiva. Mudou os elementos, dificultou a série, treinou na véspera e entrou para disputar medalha. Não estava errado. 
 
“Foi a primeira vez que eu faço essa série, os elementos eu já havia treinado bastante. Na segunda passada, eu coloquei um elemento novo, de valor F, um dos mais altos do código, é bem difícil. Toda vez que eu faço esse elemento, eu tiro boa nota. Treinei ontem. Aí é ter cabeça fria. Treinado você já está. É ficar focado, acreditar no seu trabalho e fazer o que você mais ama”, disse Nory.
 
Sem tombo, sem tropeço, sem hesitação: série limpa valeu o pódio tão perseguido por Diego Hypolito. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brSem tombo, sem tropeço, sem hesitação: série limpa valeu o pódio tão perseguido por Diego Hypolito. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
“Depois da final do individual geral (no dia 10 de agosto) em que ele não foi tão bem, descansamos, voltamos a trabalhar, treinamos alguns elementos que dariam um acréscimo na nota de partida. Discutimos o que tinha que ser feito e, no ultimo momento, eu disse a ele:  ‘Vai lá e faz sua parte, não se preocupa com os oponentes e deixa a competição acontecer”, contou o técnico de Nory, Cristiano Albino. 
 
Ainda se apresentariam os norte-americanos Jacob Dalton e Samuel Mikulak, além do campeão mundial de solo, o japonês Kenzo Shirai, todos candidatos ao pódio. Dalton obteve 15.133, também com falhas. Shirai desequilibrou a ponto de quase cair de bunda, ficando com 15.366. Diego já era bronze. Restava saber se Mikulak tiraria Nory do pódio, mas ele também cometeu erros e somou 14.333. A dobradinha brasileira estava sacramentada. 
 
“Muitos falaram que eu não poderia, mas nunca deixei de acreditar. Eu era infinitamente pior agora e consegui uma prata. Parece que saiu um caminhão das minhas costas porque era a minha terceira Olimpíada, vou para a quarta sim. Eu amo demais o que faço e esse momento não tem explicação”, disse Diego.
 
“Foi muito emocionante. O Diego está lutando há anos. Já é a terceira Olimpíada que ele vem desejando isso e ele passa isso pra gente. Ele conseguiu e eu estou no pódio junto com um dos meus ídolos que eu sempre vi na TV, eu sempre quis estar lá junto”, contou Nory.
 
Investimentos e mais chances
 
O resultado vem do esforço, da dedicação, mas também do investimento que foi feito nos últimos anos, reconheceram atletas e técnicos. A ginástica brasileira, nas modalidades artística, rítmica e de trampolim, foi beneficiada com a compra de mais de mil equipamentos a partir de um convênio celebrado em 2010, no valor de R$ 7,2 milhões. Os itens foram destinados a 16 centros de treinamento, em 13 cidades brasileiras. Os atletas participaram de diversos training camps internacionais, contaram com equipes multidisciplinares e conseguiram se preparar bem para encarar os Jogos Rio 2016.
 
“Hoje em dia o Brasil me oferece uma estrutura para estar aqui, eu tive incentivo do Comitê Olímpico do Brasil, do meu clube, dos patrocinadores, uma equipe multidisciplinar, bons fisioterapeutas, uma boa psicóloga que me ajudou a me reerguer. Existem muitos profissionais que estudaram para ajudar a gente a se reerguer. Hoje me sinto um campeão para a vida”, avaliou Diego.
 
“O apoio que o governo nos deu, que a confederação nos deu, que o Comitê Olímpico nos deu, acho que isso culminou em todos os resultados”, disse Marcos Goto, técnico de Hypolito e também do atleta que representa outra chance de medalha do Brasil no Rio 2016. Arthur Zanetti tenta o bicampeonato nas argolas nesta segunda-feira (15.08).
 
“Ele (Zanetti) quer uma medalha, eu também quero uma medalha, nós trabalhamos para isso e vamos em busca da nossa medalha. Vamos fazer o nosso papel amanhã. Ele é o último a competir, vai ver os outros competirem e vai fazer o melhor dele. Que vença o melhor. Sempre”.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Diante da invencibilidade de Teddy Riner, Baby repete o bronze olímpico de Londres

Ao longo dos sete dias de lutas entre 390 judocas, de 136 países, os tatames da Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra, viram diversas cenas inimagináveis. Campeões olímpicos e mundiais caíram logo na estreia, enquanto nomes improváveis subiram ao pódio. O próprio Brasil, que hoje viu Rafael Silva conquistar mais um bronze, não cumpriu a meta de superar o desempenho de Londres-2012. Para uns, trata-se de sorte ou azar. Para outros, é justamente no fator surpresa que se encontra a magia dos Jogos. Porém, nem muita sorte ou magia seria capaz de tirar do francês Teddy Riner um novo ouro olímpico.
 
Baby comemora o segundo bronze olímpico, após um período de lesões e recuperação. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brBaby comemora o segundo bronze olímpico, após um período de lesões e recuperação. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Rafael bem que tentou. Depois de passar por Ramon Pileta, de Honduras, e pelo russo Renat Saidov, conseguindo o ippon em cima de ambos, o brasileiro encontrou o mais vitorioso judoca da história nas quartas de final. Líder do ranking, campeão em Londres e oito vezes campeão mundial, Teddy não perde uma luta sequer desde 2010. A torcida da casa gritava: “Riner, pode esperar, a sua hora vai chegar” e “eu acredito”, incentivando Baby a enfrentar o grande desafio.
 
Para manter a invencibilidade, o favorito insistiu em uma pegada alta nas costas de Rafael, que lhe rendeu um wazari. O brasileiro ainda foi punido três vezes e sofreu a oitava derrota para o algoz. “Fui para tentar jogar, sabia que no shido ia ser difícil, mas dei uma canseira nele”, diverte-se Baby, bem humorado e rasgando elogios ao adversário. “É um privilégio estar na categoria desse cara e lutar uma Olimpíada com ele. Ele é diferenciado, mas dei um pouco de trabalho e o deixei um pouco prejudicado para a próxima luta”, brinca.
 
Antes do confronto com Rafael, o francês já tinha vencido Mohammed Tayeb, da Argélia. Em seguida, encarou o israelense Or Sasson na semifinal e, por muito pouco, não se viu em uma disputa de golden score. A luta seguia empatada, com uma punição para cada lado. Literalmente no último segundo do tempo regulamentar, Riner conseguiu o wazari que o colocaria na decisão contra o japonês Hisayoshi Harasawa, de quem venceu por um shido de diferença para consagrar o bicampeonato olímpico.
 
“A cada competição existe uma pequena pressão, mas isso é bom”, comenta o francês. “Hoje foi um grande dia. Esta Olimpíada foi muito dura porque eu tive uma lesão e hoje venci. É um grande sonho”, acrescenta. Coincidência ou não, o primeiro título mundial da lista de Teddy Riner foi faturado no Rio de Janeiro, em 2007. Daí para a frente, ele repetiu o topo do pódio em 2008 (no Mundial Absoluto), 2009, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015.
 
A última derrota registrada pelo judoca Teddy foi em Tóquio, em 2010, na decisão da já extinta categoria absoluta, com a luta definida por decisão dos árbitros a favor do japonês Daiki Kamikawa. Antes disso, o francês havia perdido na semifinal dos Jogos de Pequim, em 2008, para Abdullo Tangriev, do Uzbequistão, terminando com a medalha de bronze.
 
Era justamente contra Tangriev que Rafael Silva disputaria a medalha de bronze, após derrotar o holandês Roy Meyer na repescagem, em um confronto truncado, vencido com um shido de vantagem. “Sabia que ia ser uma luta dura com o holandês. É um atleta que tem bastante explosão, entra bastante golpe, então sabia que ele ia tentar colocar um volume alto de luta”, explica Baby.
 
Já diante do uzbeque, a estratégia foi aproveitar o cansaço do rival, que poucos minutos antes tinha disputado a semifinal com Harasawa e sido desclassificado, com quatro punições. “O Tangriev é um atleta experiente e perigoso do início ao fim. Eu sabia que ele estaria cansado, então tentei me aproveitar ao máximo isso para definir a luta por punição, e consegui jogar de yuko”, conta Rafael.
 
Gostinho diferente
 
O bronze já esteve no peito há quatro anos, mas desta vez ganhou um sabor especial. “Hoje fiz uma luta dura com o Teddy, lutei com adversários diferentes, vim de uma recuperação e lutei em casa. Teve um gostinho diferente. Era uma gritaria que emocionava”, analisa. No ano passado, uma lesão no tendão do músculo peitoral maior direito o tirou das competições e o levou à mesa cirúrgica. Em abril deste ano, durante o Grand Prix de Samsun, na Turquia, o brasileiro levou, além do bronze, uma distensão na coxa. A ausência nos tatames deixou Rafael em risco até os últimos momentos da convocação, com David Moura sempre no páreo.
 
“Voltar a ter confiança, a lutar bem, foi o mais complicado para mim. Cheguei aqui acreditando muito”, afirma Baby. “Agora o resultado veio para coroar todo o esforço da equipe para me colocar em dia para lutar”, acredita o paranaense de Rolândia, que só começou no judô aos 15 anos e agora integra um grupo de elite.
 
Além de Mayra Aguiar, que ontem se tornou a primeira mulher brasileira a subir duas vezes ao pódio olímpico da modalidade, Rafael passa a figurar também ao lado de Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro, cada um com uma dupla de medalhas nos Jogos. “Acho que o povo brasileiro me deu suporte a cada shido, a cada projeção. Eles gritaram, colocaram pressão no meu oponente, então estou feliz de conquistar a medalha em casa e fazer parte desse time seleto”, comemora.
 
Campanha curta
 
No feminino, a maior expectativa era em torno da luta de Maria Suelen Altheman (+78kg) com Idalys Ortiz, de Cuba, campeã olímpica em 2012 e bicampeã mundial. O encontro com a rival de quem nunca venceu estava previsto para as quartas de final, mas a brasileira não chegou até lá. Logo na primeira luta, acabou derrotada por yuko pela sul-coreana Minjeong Kim, a mesma que a superou no Mundial do ano passado.
 
“A gente se prepara quatro anos para estar aqui e eu saí com a derrota, mas fico feliz por ter representado meu país. Foi um privilégio lutar dentro de casa”, comenta Suelen, falando ainda sobre a participação abaixo das expectativas do judô brasileiro no Rio. “A gente teve tudo, fez vários treinamentos fora, mas o judô é isso. A gente aprende a cair e tem que levantar. Todo mundo se dedicou para estar aqui e infelizmente não deu certo, mas tem um novo ciclo começando a partir de hoje. Quem sabe no Japão pode ser melhor”, avalia.
 
Kim chegou a disputar a medalha de bronze, mas foi superada pela chinesa Song Yu. O ouro da categoria foi outra surpresa do dia. Na grande final, a francesa Emilie Andeol superou a cubana favorita já no golden score e levou mais um ouro para a França de Teddy Riner. O outro bronze ficou com a japonesa Kanae Yamabe.
 
Balanço
 
Apesar de não ter estabelecido uma meta numérica para os Jogos do Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) colocou como objetivo a superação dos resultados de Londres, em quantidade ou na cor das medalhas. Na ocasião, o Brasil conseguiu seu melhor desempenho, levando um ouro e três bronzes. Desta vez, ficou com um bronze a menos, após as conquistas de Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Rafael Silva, terminando, assim como há quatro anos, com o sexto lugar no quadro da modalidade. O líder foi o Japão (12 medalhas), seguido pela França (cinco) e pela Rússia (três).
 
“A equipe se preparou melhor do que o resultado que nós tivemos. Por outro lado, a competição teve uma diluição. Nunca tivemos 26 países conquistando medalha”, pondera o gestor de alto rendimento, Ney Wilson. “Apesar do número menor, mantivemos a posição no quadro geral porque houve uma distribuição mais diluída entre os países. Tirando o Japão, que é fora da curva, e o resultado de hoje da França, todos os outros ficaram muito equilibrados, ninguém teve mais do que três medalhas”, completa.
 
“Podíamos ter conquistado mais. Potencial para isso nós tivemos, mas não saímos daqui decepcionados. No primeiro dia, com dois medalhistas olímpicos, não dava para esperar que sairíamos daqui sem medalha nenhuma”, admite.
 
Pela primeira vez desde o ouro de Rogério Sampaio em 1992, o judô masculino brasileiro deixa uma Olimpíada com um único pódio. Para Ney Wilson, agora será o momento de reverter esse cenário. “Já começamos diferente para Tóquio, trabalhando com um ano de antecedência, sem esperar o Rio 2016 acabar. Hoje temos o feminino repetindo integralmente a equipe de Londres, com algumas atletas com três Jogos Olímpicos nas costas, e no masculino tivemos quatro estreantes. Isso faz uma diferença muito grande”, compara. 
 
A previsão é de uma renovação na seleção brasileira para o próximo ciclo. Sarah Menezes, por exemplo, já adiantou que subirá para a categoria -52kg, enquanto Tiago Camilo deu adeus aos Jogos.  “De uma Olimpíada para outra, há uma renovação natural de 30% em média”, calcula o gestor.
 
Com as mesmas duas medalhas, um ouro e um bronze, conquistadas há quatro anos pelo feminino, a técnica Rosicléia Campos acredita que havia “munição” para ir além, mas também já projeta o futuro. “Tínhamos capacidade sim de ganhar mais medalhas. Algumas surpresas aconteceram e não foi só para a gente. Temos muito trabalho pela frente e amanhã já vamos pensar no próximo ciclo”, adianta.
 
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 
 
 

Brasil, Costa do Marfim e Barbados discutem intercâmbio esportivo entre os países

Com o objetivo de discutir parcerias para o desenvolvimento do esporte brasileiro, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, se encontrou, nesta sexta-feira (12.08), na Casa Brasil, no Rio de Janeiro, com os ministros do Esporte da Costa do Marfim, François Albert Amichia, da Geórgia, Tariel Khechikashvili e de Barbados Stephen Lashley.
 
Ministro recebeu na Casa Brasil representantes de Barbados, Geórgia e Costa do Marfim. (Foto: Ivo Lima/ME)Ministro recebeu na Casa Brasil representantes de Barbados, Geórgia e Costa do Marfim. (Foto: Ivo Lima/ME)
 
"Nós conversamos sobre parcerias, intercâmbio entre atletas e treinadores. Eles vão nos ajudar no desenvolvimento de modalidades que o Brasil ainda não tem tradição e, em contrapartida, nós iremos auxiliá-los em modalidades que nós temos larga experiência", afirmou Leonardo Picciani.
 
O ministro do Esporte de Barbados, Stephen Lashley, saiu satisfeito. "Nós conversamos sobre um possível acordo de suporte e cooperação na área esportiva, não apenas na infraestrutura, mas também no desenvolvimento de cooperação técnica. Acho que no futuro, Brasil e Barbados trabalharão juntos em alguma modalidade", comentou Lashley.
 
De acordo com Leonardo Picciani, a organização dos Jogos Rio 2016 foi muito elogiada pelos representantes dos três países. O ministro do Esporte da Geórgia, Tariel Khechikashvili ressaltou que, além de discutir parcerias, o encontro serviu para aprender com a experiência brasileira em organizar grandes eventos. "Eu vim parabenizar o Brasil pela organização, de alto nível, dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O Brasil já está acostumado a organizar grandes eventos. Temos o exemplo da Copa de 2014. Então, é bom vir aqui para aprender com a expertise brasileira", concluiu.
 
O ministro François Albert Amichia, da Costa do Marfim, também elogiou a organização dos Jogos Olímpicos. A Costa do Marfim está organizando a edição de 2021 da Copa das Nações Africanas e, de acordo com Amichia, eles poderão levar várias experiências vividas no Rio. "O encontro com o governo brasileiro nos permitiu aproveitar da experiência deles na organização de grandes eventos. Então, nós queremos a parceria do Brasil para obter o mesmo sucesso na organização da Copa das Nações", encerrou Amichia.
 
João Paulo Machado, brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Esporte

Dupla brasileira da C2 de canoagem slalom fica fora da final

A dupla Anderson Oliveira e Charles Corrêa deu adeus à competição de canoagem slalom na semifinal da categoria C2. Os paulistas de Piraju, no interior de São Paulo, terminaram a prova com o tempo 116s49, na 11ª colocação, e não conseguiram avançar para a fase final, que reuniu os dez melhores e foi realizada também nesta quinta-feira (11.8). "Era um percurso mais travado do que na primeira fase, o nível técnico foi maior. Apesar da eliminação, estamos satisfeitos com o resultado", disse Charles Corrêa.

A medalha de ouro ficou com a dupla da Eslováquia, formada por LadislavSkantar e Peter Skantar, que desceu o canal em 101s58. A prata ficou com os britânicos David Florence e Richard Hounslow, que completaram em 102s01. O bronze foi para os franceses GauthierKlauss e Mathieu Peche (103s24).

Charles e Anderson foram os últimos brasileiros a competir na canoagem slalom nesta edição dos Jogos. Ana Sátila foi eliminada na primeira fase do K1 e Pedro Henrique Gonçalves, o Pepê, terminou em sexto na classificação geral do caiaque individual masculino, melhor resultado da história da slalom brasileira em Jogos Olímpicos.

"Nos últimos anos, a slalom cresceu muito. Os próprios atletas e técnicos europeus vieram elogiar o nosso desempenho e desenvolvimento. O Brasil nunca foi visto como adversário e hoje, eles já olham a gente de maneira diferente", afirma Anderson Oliveira.

Foto: Michelle AbilioFoto: Michelle Abilio

Secretário acompanha as finais da canoagem

Na arquibancada do Parque Radical, em Deodoro, o secretário de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, Leandro Cruz, assistia às finais, acompanhado pelo presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini.  Após o término da competição, Leandro Cruz ressaltou a relevância do evento para o desenvolvimento do esporte nacional. “Os Jogo vão aumentar a prática do esporte no país. As Olímpiadas vão ajudar a popularizar as modalidades que não são tão conhecidas no Brasil.”

Michelle Abílio – brasil2016.gov.br

 

 

 
 

Ministros do Esporte do Brasil e da República Tcheca discutem parcerias no tiro esportivo e canoagem

Com o objetivo de buscar parcerias para o desenvolvimento do tiro esportivo e da canoagem brasileira, o ministro do Esporte Leonardo Picciani se reuniu, na última quinta-feira (11.08), no armazém 2 da Casa Brasil, no Rio de Janeiro, com a ministra da Educação, Juventude e Esporte da República Tcheca, Katarina Valachová.
 
Ministro Picciani cumprimenta ministra da Educação, Juventude e Esporte da República Tcheca, Katarina Valachová.(Foto: Ivo Lima/brasil2016.gov.br)Ministro Picciani cumprimenta ministra da Educação, Juventude e Esporte da República Tcheca, Katarina Valachová.(Foto: Ivo Lima/brasil2016.gov.br)
 
"Ela nos propôs uma integração esportiva, sobretudo, no esporte educacional. O Brasil já conquistou nessa olimpíada uma medalha de prata no tiro esportivo e temos, ainda, a expectativa de ter sucesso na prova de canoagem. Então, eu creio que será um intercambio muito positivo", avalia Picciani.
 
Katarina Valachová está no Rio de Janeiro para acompanhar a delegação olímpica da República Tcheca e falou sobre o resultado do encontro com o ministro brasileiro. Para ela, o intercambio entre os dois países deve priorizar a formação de novos atletas. "A República Tcheca faz um grande trabalho no apoio do esporte juvenil e, na conversa que tive com o ministro Leonardo Picciani, percebi que o Brasil também acha importante apoiar a prática de esporte durante a juventude", reforçou Katarina.
 
Os termos de como funcionará a parceria entre Brasil e República Tcheca ainda vão ser discutidos entre as autoridades dos dois países. Durante os últimos anos, o Ministério do Esporte do Brasil tem investido tanto no desenvolvimento do Tiro esportivo, como da canoagem, por meio de convênios e programas como o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio.
Porto Maravilha
 
Durante o encontro com Katarina Valachová, que ocorreu na Casa Brasil, na região do Porto Maravilha, Leonardo Picciani aproveitou para lembrar que o local foi um dos mais beneficiados pelos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
 
"É fantástico ver a transformação que as olimpíadas permitiram a esta região da cidade. Aqui é o coração do Rio de Janeiro, foi por onde a cidade se iniciou,m. Era uma região que estava abandonada, as pessoas não conheciam mais e agora elas redescobriram essa parte do Rio, tendo momentos de lazer e de interação nessa região. Isso, sem dúvida, é um legado fantástico para o Rio de Janeiro e para o Brasil", concluiu Picciani.
 
O Porto Maravilha foi concebido para a recuperação da infraestrutura urbana, dos transportes, do meio ambiente e dos patrimônios histórico e cultural da Região Portuária. No centro da reurbanização está a melhoria das condições habitacionais e a atração de novos moradores para a área de 5 milhões de metros quadrados.
 
João Paulo Machado – brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Mayra Aguiar leva bronze e é a primeira judoca brasileira com dois pódios nos Jogos

Uma garotinha de seis anos vestida com um quimono. Nem competir ela podia, mas perturbou tanto o professor da escolinha que acabou inscrita na competição. A prata na estreia não seria o suficiente para satisfazer Mayra Aguiar, ainda em versão miniatura. A pequena judoca chorava tanto que os pais tiveram uma certeza: ela iria desistir do esporte ali mesmo. Eles não poderiam estar mais enganados. Mayra enxugou o rosto e perguntou: “Quando é a próxima? Não ganhei essa, mas quero mais”. Ali começava a trajetória da brasileira, que na quinta-feira (11.08) precisou, mais uma vez, conter as lágrimas, respirar e ir atrás da medalha de bronze.
 
Mayra Aguiar beija a medalha de bronze: judoca é a primeira mulher do Brasil a subir ao pódio olímpico duas vezes. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Mayra Aguiar beija a medalha de bronze: judoca é a primeira mulher do Brasil a subir ao pódio olímpico duas vezes. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
Repetindo o pódio de Londres, em 2012, Mayra Aguiar é, agora, a única mulher brasileira a conquistar duas medalhas para o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos. O sonho do ouro em casa só foi parado na semifinal e diante de uma adversária que ela conhecia bem: a francesa Audrey Tcheumeo. Foi justamente contra ela, em 2014, que a gaúcha sagrou-se campeã mundial. Ao todo, as duas já haviam lutado seis vezes – e a única vitória da europeia havia sido em 2011, no Grand Slam de Paris.
 
Vivendo a expectativa de uma nova vitória e da vaga na decisão, Mayra acabou punida com dois shidos – o segundo a apenas 30 segundos do fim da luta – enquanto a adversária recebeu apenas um. Sem tempo para superar a desvantagem, a brasileira ajoelhou no tatame e escondeu o rosto. “É um momento bastante difícil. Ali a gente perdeu o que veio buscar”, explica. A tristeza, no entanto, tinha poucos minutos para ceder espaço à vontade de voltar e buscar o bronze contra a cubana Yalennis Castillo.
 
Brasileira cai de joelhos no tatame após derrota na semifinal olímpica. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Brasileira cai de joelhos no tatame após derrota na semifinal olímpica. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
Ali Mayra reviveu a experiência de Londres, quando foi superada na semifinal pela rival americana Kayla Harrison, mas se recompôs para conquistar sua primeira medalha olímpica, há quatro anos. “Eu vi que valeu muito a pena. Aquilo transformou a minha vida. Quando perdi a luta hoje, saí muito abalada, mas coloquei na minha cabeça que eu não podia desistir”, conta. Para a definição do bronze, ela já sabia o que pensar. “Eu coloco na minha cabeça que é uma nova competição. A gente perdeu uma medalha, mas não a guerra”, determina.
 
 
Foi assim que, com um yuko e duas punições de vantagem em cima da cubana, vice-campeã olímpica em Pequim-2008, Mayra Aguiar faturou um segundo bronze nos Jogos para seu currículo e a terceira medalha do Brasil no Rio de Janeiro. “Eu não admito perder. Aquilo me dá muita raiva. Eu ia deixar o corpo no tatame, mas não ia sair dali sem a medalha”, afirma. Com a nova conquista, a judoca agora se une a Aurélio Miguel (ouro em Seul-1988 e bronze em Atlanta-1996), Tiago Camilo (prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008) e Leandro Guilheiro (bronze em Atenas-2004 e em Pequim-2008) no rol dos brasileiros que subiram duas vezes ao pódio dos Jogos na modalidade.
 
Dona da casa, Mayra foi empurrada pelo público na Arena Carioca 2 ao longo de todo o dia de competição. “A energia aqui foi mágica, maravilhosa. Conquistar a medalha olímpica em Londres foi lindo, mas agora com a torcida, essa vibração e a emoção que o povo tem, isso aqui foi realmente marcado na minha vida, vou levar para sempre”, emociona-se.
 
Para se classificar à semifinal contra a francesa, a gaúcha fez duas lutas durante a manhã. Na estreia, já mostrando frieza e disposição, precisou de 39 segundos para conseguir um wazari e a imobilização da australiana Miranda Giambelli. Muito séria e concentrada, Mayra seguiu direto para as quartas de final contra a alemã Luise Malzahn, medalhista de bronze no Mundial do ano passado. As duas já tinham se enfrentado três vezes e Mayra nunca foi derrotada pela adversária. Após uma luta mais acirrada, a brasileira novamente levou a melhor com a diferença mínima de um shido.
 
Na estreia, Mayra precisou de apenas 39 segundos para derrotar a australiana Miranda Giambelli. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Na estreia, Mayra precisou de apenas 39 segundos para derrotar a australiana Miranda Giambelli. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
 
 
 
 
 
 
Retrospecto
 
Hoje é até difícil imaginar a judoca em outro esporte, mas Mayra Aguiar passou por várias opções antes de se firmar no tatame: fez balé, natação e ginástica, além do atletismo, que seguiu lado a lado com a arte marcial até os 11 anos. Tendo o quimono como exclusividade, ela só precisou de três anos para integrar a seleção brasileira júnior. Aos 15, conquistaria, com um bronze, a primeira medalha em um Mundial Júnior.
 
Em mundiais sênior, a gaúcha soma quatro pódios: ouro em 2014, prata em 2010 e bronzes em 2011 e 2013. A conquista inédita em Chelyabinsk, há dois anos, teve um sabor que ultrapassou o brilho dourado. Mayra tinha acabado de se recuperar de duas cirurgias simultâneas, no joelho direito e no cotovelo esquerdo, que a obrigaram a passar seis meses parada. Na Rússia, venceu Kayla Harrison na semifinal e Audrey Tcheumeo na decisão.
 
Algoz bicampeã
 
Fora da final olímpica desta quinta-feira, a brasileira não teve a oportunidade de enfrentar, dentro de casa, a norte-americana, com quem intercalou vitórias e derrotas ao longo dos últimos anos. Desde que a Holanda anunciou uma alteração na lista das convocadas para os Jogos do Rio, as duas adversárias sabiam que só se encontrariam em uma possível decisão – talvez uma das mais aguardadas da competição. Em 17 confrontos, Kayla já venceu nove, contra oito da brasileira.
 
Com Mayra fora da disputa, a campeã de Londres superou a francesa na decisão para conquistar o bicampeonato. “Era quase impossível repetir um título olímpico, mas meus técnicos me fizeram lutar todos os torneios, me fizeram lutar quando eu estava cansada, exausta, lesionada, doente. Trabalhei muito duro para isso”, comemora. O outro bronze da categoria ficou com Anamari Velensek, da Eslovênia.
 
Bicampeã olímpica, Kayla Harrison divide o pódio com Mayra e as outras medalhistas no Rio 2016. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Bicampeã olímpica, Kayla Harrison divide o pódio com Mayra e as outras medalhistas no Rio 2016. Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
Aprendizado
 
Novato na seleção brasileira e com a responsabilidade de substituir o veterano Luciano Corrêa, Rafael Buzacarini fez sua primeira luta olímpica contra o uruguaio Pablo Aprahamian. O brasileiro, concentrado, não encontrou dificuldades no confronto, aplicando uma chave de braço no rival, que já sofria com a desvantagem de dois shidos. Pela frente, contudo, “Bolo Cru”, como é conhecido entre os amigos, encontraria toda a experiência do japonês campeão mundial Ryunosuke Haga.
 
“Era a luta decisiva. Eu já sabia que seria difícil, já tinha lutado com ele”, comenta o brasileiro, que perdeu pela segunda vez para o rival após uma punição por falso ataque. “Eu estava bem concentrado, trabalhei duro. Agora é levantar a cabeça”, lamenta, prometendo trabalhar nos erros para ter uma nova chance daqui a quatro anos, em Tóquio.
 
A disputa do masculino foi vencida por Lukas Krpalek, da República Tcheca, que derrotou Elmar Gasimov na decisão. Os bronzes ficaram com Ryunosuke Haga e com o francês Cyrille Maret. Campeão olímpico em Londres, o russo Tagir Khaibulaev foi eliminado na primeira luta por Gasimov.
 
O último dia do judô no Rio 2016, nesta sexta-feira (12), terá os peso pesados Rafael Silva (+100kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg) lutando para ampliar o número de medalhas brasileiras no quadro da modalidade.
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Eesporte
 
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