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Bolsista desde a criação do Bolsa-Atleta, mesatenista paralímpico conduz a tocha em Juiz de Fora
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Publicado em Segunda, 16 Maio 2016 10:46
O ano era 1996. Alexandre Ank, um jovem de 17 anos que costumava praticar vários esportes em um clube de Juiz de Fora (MG), voltava de uma partida de futebol com os amigos. No caminho de casa, o carro em que estava de carona se envolveu em um acidente e, a partir dali, a história de Ank mudou. Os 12 dias de coma no hospital, as seis cirurgias e a perda dos movimentos das pernas fizeram com que seus sonhos dessem lugar à reconstrução de sua vida. A superação das limitações físicas encontrou no esporte sua força maior. Nesse caminho, o programa Bolsa-Atleta teve grande participação: Ank participa desde seu lançamento, em 2005.
Como se um filme fosse, a vida de Alexandre Ank passou em alta velocidade em sua cabeça durante os 200 metros de seu percurso como carregador da tocha dos Jogos Rio 2016. O acidente, a adaptação à cadeira de rodas, o esporte, a participação nos Jogos Pequim 2008, as medalhas. “Me lembrou quando comecei, de chinelo, sunga e camiseta branca, indo competir na natação, e fui chamado para participar de uma competição de tênis de mesa. Acabei campeão", lembrou. "Com toda essa história de vida, como viajar 58 horas para competir, disputar uma Paralimpíada e ser campeão parapan-americano, tudo isso me levou a esse momento sublime em minha vida”, emocionou-se. “Foi demais”.
Em 2003, quando nadava em uma competição em Uberlândia, foi convidado para completar um time de tênis de mesa adaptado. Um atleta havia desistido. "Nunca havia jogado antes. Só havia brincado de ping pong na escola", disse. A oportunidade não poderia ter sido melhor aproveitada: ele foi campeão entre os iniciantes e 3º colocado no geral e, ao voltar para Juiz de Fora, procurou lugar para treinar e desenvolver seu lado mesatenista. Era o início de uma vida repleta de realizações e conquistas. "Hoje me sinto realizado, pois representei o Brasil nos Jogos Paralímpicos em Pequim 2008". Em edições de Jogos Parapan-americanos, Ank conquistou 2 ouros em equipe (Rio 2007 e Toronto 2015) e 2 bronzes no individual (Rio 2007 e Toronto 2015).
Foto: Rafael Brais/ME
Bolsa Atleta
No caminho de recuperação, o Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte teve participação especial e o acompanha desde o lançamento do programa pelo Governo Federal, em 2005. "Eu só pude dar continuidade e conquistar tudo o que conquistei a partir do momento que a bolsa foi criada e eu passei a fazer parte do programa", destacou. "Já são 12 anos de carreira e 12 anos me sustentando e conseguindo participar de competições nacionais e internacionais com o apoio do Bolsa-Atleta".
Para o mesatenista, o esporte paralímpico brasileiro cresceu graças ao Bolsa, que ele considera uma espécie de carro-chefe para os atletas, que dá sustentação e apoio. "Se não tivesse o Bolsa-Atleta, o esporte paralímpico não teria essa grandiosidade de resultado que tem atualmente. Eu me orgulho muito de ser um atleta do Bolsa-Atleta", disse.
Orgulho
O coração orgulhoso de mãe mal cabia no peito de Elisabeth Ank, mãe do Alexandre. Para ela, que sempre esteve ao lado do filho em sua trajetória no esporte e na superação de barreiras, este domingo é um dia especial. "Não tenho palavras para descrever minha emoção. Agradeço essa superação e o privilégio de hoje ele carregar a tocha olímpica", disse. "Obrigado a todos que estiveram ao lado do meu filho", concluiu.
Rafael Brais, de Juiz de Fora
Ascom – Ministério do Esporte
Seleção de judô treina no interior paulista com foco na última competição antes do Rio 2016
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Publicado em Segunda, 16 Maio 2016 10:08
Com foco no World Masters de judô, que será disputado em Guadalajara, no México, entre 27 e 29 de maio, a seleção brasileira participa de fase final de treinamento na cidade de Pindamonhangaba, interior paulista. A delegação de cerca de 100 atletas ficará concentrada até sexta-feira (20.05) para aperfeiçoar as técnicas visando a última competição antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Foto: Divulgação/CBJ
Além dos atletas da equipe principal, participarão da atividade 30 judocas das categorias de base do Brasil. “Todas as vezes em que fizemos essa estratégia de treinos tivemos desempenhos excepcionais, como foi o último treino no Cefan para o Campeonato Pan-Americano”, lembrou Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da CBJ. O treinamento é promovido pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB).
As atividades no dojô começaram na manhã desta segunda-feira (16), com treino feminino das 9h às 10h30. Às 11h será a vez da seleção masculina treinar. A programação se repete no período da tarde, novamente com homens e mulheres treinando em horários alternados a partir das 16h.
“A gente está a 82 dias dos Jogos Olímpicos e temos cada vez mais certeza de que serão um sucesso da nossa modalidade. Mas, o sucesso só tem resultado se for em conjunto. Apesar de o judô ser um esporte individual, o resultado é um conjunto de ações coletivas”, completou Ney.
Visitantes
O treino contará ainda com a presença de judocas estrangeiros: os portugueses Joana Ramos (52kg), Sergiu Oleinic (66kg) e Jorge Fonseca (100kg), além dos congoleses Yolande Mabika (63kg) e Popole Misenga (81kg).
Apoio ao judô
A modalidade que mais conquistou medalhas olímpicas para o Brasil, que subiu ao pódio nas últimas nove edições dos Jogos, o judô recebe forte apoio do Ministério do Esporte. Somente os investimentos diretos somam a marca de R$ 53,5 milhões. Fazem parte desse pacote, os recursos do Programa Bolsa Atleta (nas categorias Estudantil, de Base, Nacional, Internacional, Olímpico/Paralímpico e Pódio), convênios com confederações e federações e investimentos na construção de centro de treinamento.
Fonte: CBJ
Ascom – Ministério do Esporte
Chama Olímpica sai da Estrada Real e entra na Zona da Mata de Minas Gerais
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Publicado em Segunda, 16 Maio 2016 08:36
Foto: Francisco Medeiros/ME
Os famosos sinos de São João Del Rei, responsáveis por comunicar a população local sobre questões importantes no passado, saudaram, neste domingo (15.05), a chama olímpica e anunciaram os Jogos no Brasil. Os tapetes de serragem, comuns na Semana Santa, também apareceram para festejar a passagem da tocha, que seguiu na centenária Maria Fumaça rumo a Tiradentes.
O fogo foi acolhido pelo mais folclórico morador de São João del rei. No Brasil há 45 anos, Abdulaziz Nazarali é um tanzaniano apaixonado por esportes e pelo País. Registrado em 1938, TchaTcha como é conhecido, foi um dos 15 condutores da chama olímpica e, por 200 metros, foi aclamado pelos moradores que não pararam de gritar seu apelido na cidade histórica.
TchaTcha saiu da Tanzânia pelo confisco que sofreu do governo local. Como já tinha um irmão no Brasil decidiu começar uma nova vida, mesmo sem falar nada de português. Ambulante em São João Del Rei por vários anos, o tanzaniano conseguiu se regularizar e abriu uma loja de bugigangas, como ele mesmo brinca: "Vendo tudo lá, parece mais um botequim", sorri o vascaíno, louco por futebol, que foi voluntário na Copa do Mundo no Mineirão, em Belo Horizonte, e já está confirmado para o mesmo trabalho no Estádio Nacional de Brasília nos Jogos Olímpicos.
Após perder o irmão, TchaTcha não tirou o sorriso do rosto e fez vários amigos por sua simpatia e brincadeiras na cidade dos sinos. Adora cantarolar músicas, participar do carnaval e, neste domingo, fez parte de um dia inesquecível em São João Del Rei. "Eu estou muito feliz, nunca poderia imaginar isso na vida. Eu não sei falar português direito e escrever, sou de muita sorte". Abdulaziz agora busca outro sonho: terminar a associação que criou com amigos para ajudar crianças do Brasil e poder retribuir um pouco de todo amor que recebeu.
Revezamento da Tocha em São João Del Rei/MG.
Tiradentes
A cidade vizinha, Tiradentes, acolheu a chama olímpica da mesma forma como costuma receber os visitantes: na centenária Maria Fumaça, a mais antiga em circulação no país. Inaugurada em 1881 por Dom Pedro II, ela ainda percorre a ferrovia Oeste de Minas Gerais, em uma travessia que remete ao século XIX.
Revezamento da Tocha em Tiradentes/MG.
Juiz de Fora
Juiz de Fora foi a última cidade do dia a receber a chama olímpica, mas, antes, a Tocha presenciou uma chuva de rosas em Barbacena. Já na Zona da Mata, o momento especial do Tour foi no Museu Mariano Procópio, onde está o leque de Amélia Machado Coelho Cavalcanti Albuquerque, a Viscondessa de Cavalcanti, com assinaturas de pessoas ilustres, dentre elas o Barão Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
"Fiéis lembranças, esperanças tenazes: esta é a melhor receita para o elixir da vida", escrita em francês, a mensagem do Barão já falava em esperanças, uma das filosofias das Olimpíadas.
O último carregador da tocha em Juiz de Fora foi o campeão olímpico de vôlei André Nascimento. Ele teve a honra de acender a pira em um palco montado no Terreirão do Samba. Ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, ele comparou a sensação de conduzir a tocha com a participação no maior evento esportivo do mundo. "Disputei duas Olimpíadas e, com certeza, estar fazendo parte desse momento de conduzir a tocha é como se eu tivesse participando de mais uma ", afirmou André.
Trajeto
Nesta segunda-feira (16.05), a tocha percorrerá três estados. A chama olímpica sai de Juiz de Fora para Bicas e segue para as duas últimas cidades em Minas Gerais: Leopoldina e Muriaé. O estado do Rio de Janeiro já vai sentir um gostinho dos Jogos nas cidades de Itaperuna e Bom Jesus do Itabapoana. No fim do dia, a tocha desembarca em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.
Lilian Amaral e Lorena Castro
Ascom – Ministério do Esporte
Sebastian Coe chega ao Engenhão de trem e mostra otimismo com o Rio 2016
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Publicado em Domingo, 15 Maio 2016 23:09
Sebastian Coe (centro), ao lado de Carlos Arthur Nuzman (direita). Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.brO presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), Sebastian Coe, visitou o Estádio Olímpico, no Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (15.05) e demonstrou otimismo com os Jogos de agosto. Ele disse que teve uma boa impressão do Engenhão, sem dar muitos detalhes, e convocou o público brasileiro a comparecer às disputas da mais nobre das modalidades olímpicas.
“As linhas de visão são boas, eu posso imaginar o estádio cheio. As pessoas têm que comprar ingressos. São Jogos Olímpicos e elas terão a oportunidade de ver na cidade não só os melhores atletas desta geração, mas alguns dos melhores atletas na história do esporte. Usain Bolt estará competindo em várias oportunidades e algumas delas serão de manhã, então não percam a oportunidade de dizer aos seus filhos e netos que você esteve no estádio quando Usain Bolt competiu na sua última Olimpíada”, disse Coe, mencionando o jamaicano bicampeão olímpico e recordista mundial nos 100m e 200m.
A pista azul do estádio, que destoa da tradição de piso marrom para a modalidade, foi motivo de brincadeira. “Tivemos uma pista azul em Londres também, não? Ah, não, sou daltônico”, disse.
Evento-teste
O Engenhão recebe, até segunda-feira (16.05), o Campeonato Ibero-Americano de Atletismo. A competição é o evento-teste da modalidade, momento crucial para indicar ajustes. “Passei um tempo com os delegados técnicos, que estão acompanhando como o evento está transcorrendo para os atletas. A grande questão do evento-teste é que te permite absorver todas as coisas sobre as quais você tem que pensar nos próximos 80 dias. Nossa equipe técnica e também o Comitê Organizador estão atentos a isso”, disse Coe, que passou pela experiência de presidir o comitê organizador dos Jogos de Londres 2012.
Bicampeão olímpico nos 1.500m, em Moscou 1980 e Los Angeles 1984, além de medalhista de prata nos 800m nas mesmas edições, Sebastian Coe disse que espera foco dos atletas em agosto e aposta em uma atmosfera bem receptiva na capital fluminense.
“Espero que os atletas cheguem aqui totalmente focados. Os Jogos são o auge da carreira deles. Acho que vão chegar motivados e vão encontrar uma torcida apaixonada. Acho que o Rio vai dar a eles uma recepção fantástica. Com tudo isso junto, acho que vão competir muito bem”, apostou.
Sebastian Coe: passageiro ilustre no trem no percurso entre a Central do Brasil e a Estação Engenho de Dentro, que fica bem em frente ao Estádio Olímpico. (Fotos: Carol Demazo/brasil2016.gov.br)
Atletismo russo
Coe foi questionado sobre a indefinição da participação russa nos Jogos Olímpicos Rio 2016. A IAAF suspendeu o atletismo daquele país de todas as competições da modalidade em novembro do ano passado, após investigação de uma comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) revelar a prática sistemática de doping na modalidade. O país precisa provar que avançou na sua operação antidoping e provocou uma mudança de cultura em relação ao tema. O presidente da IAAF disse que aguarda definição do Conselho da entidade, em 17 de junho, e que não vai comentar o assunto antes.
“Como vocês sabem, foi criada uma força-tarefa independente que dará um retorno em junho, em Viena. Eles estão trabalhando muito duro nos últimos quatro, cinco meses para se certificar de que a Rússia seguiu os cinco passos de mudanças que determinamos. Mas eu não vou pré-julgar o que eles vão dizer para o Conselho”, disse.
De transporte público
Sebastian Coe optou pelo transporte público para chegar ao Engenhão neste domingo. Foram 23 minutos de trem entre a Central do Brasil e a Estação Engenho de Dentro, que fica bem em frente ao Estádio Olímpico. A viagem foi feita por volta das 15h. Coe foi a pé da estação até o Engenhão, passando pela Praça do Trem, recentemente reformada. Cercado por assessores e membros do Comitê Rio 2016, Coe fez perguntas sobre o legado deixado para a região e foi informado sobre as intervenções feitas no bairro Engenho de Dentro. Ele acessou o Estádio Olímpico pelo Portão Oeste, logo no início da sessão de provas da tarde do segundo dia do Campeonato Ibero-Americano.
Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br
Resultados de destaque
Além dos índices obtidos pelo Brasil nos 800m com Lutimar Paes e Kleberson Davide, na manhã deste domingo, Jailma Lima vai representar o país na prova dos 400m dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Pela tarde, a corredora alcançou a marca de 51s99, abaixo dos 52s20 exigidos para disputar as Olimpíadas, e levou o ouro no Ibero-Americano.
Na disputa do salto em distância, havia a expectativa de o Brasil alcançar outro índice olímpico, com Mauro Vinícius Silva, o Duda. Mas neste caso, a torcida vai ter que esperar um pouco mais. “Faltou a experiência de competir aqui. É uma pista muito boa e que eu fui melhorando de acordo com os saltos que eu fui fazendo, porque me adaptei a ela”, explicou.
O atleta saltou 7.71m, abaixo dos 8.15m que garantiriam participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016, e ficou com o bronze. O ouro foi para o uruguaio Emiliano Lasa (8.01m) e a prata para o espanhol Jean Okutu (7.84m). Com duas Olimpíadas no currículo (Pequim 2008 e Londres 2012), Duda mostra confiança em obter a marca.
“A preparação está muito forte. Meu técnico disse que neste mês de maio, como os treinos vão afunilando, a tendência é que saia (o índice), ou em junho”, projetou. Ele ainda terá diversos campeonatos no exterior (Senegal, França, Mônaco), além de disputas nacionais, como o Troféu Brasil, para tentar garantir a participação olímpica em casa.
Kleberson Davide conquista índice para Rio 2016 e supera trauma de Londres 2012
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Publicado em Domingo, 15 Maio 2016 20:48
Os Jogos Olímpicos não eram novidade para Kleberson Davide, já que havia participado da edição de Pequim 2008. Mas imagine a sensação de treinar quatro anos para o maior evento esportivo do planeta, conseguir o índice olímpico, viajar para a cidade-sede, conhecer a pista de aquecimento e ver o sonho de entrar no estádio olímpico se desfazer junto com uma febre de 40 graus.
Assim foi a história do corredor dos 800m nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Por uma questão médica, ele ficou fora da prova na Europa. Quatro anos difíceis se passaram e, neste domingo (15.05), o Rio 2016 está oficialmente no horizonte de Kleberson. Ele ficou com a medalha de prata nos 800m no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, disputado no Engenhão, no Rio de Janeiro, com o tempo de 1m45s79, abaixo do índice de 1m46s.
Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br
“Estava esperando faz tempo, mas entrei confiante hoje, com muita garra. Eu venho de dois, três anos com muitas lesões, sem conseguir dar continuidade nas competições. Hoje, graças a Deus saiu. Agora é continuar o trabalho”, disse.
A dolorosa experiência vivida em Londres foi relembrada pelo atleta. Junto com a perda do pai, em 2006, a situação de não participar dos Jogos de 2012 por uma questão médica, tão perto da prova, é considerada por Kleberson um dos momentos mais tristes de sua vida.
“Cheguei em Londres já meio mal, não estava conseguindo ir ao banheiro. Tanto o médico quanto o treinador suspeitavam de apendicite. Fui para o hospital, fiquei um dia todo. Dois dias depois, fui para a Vila dos Atletas, mas piorei. Fiquei doente de novo, começou a me dar febre, falta de ar. Infelizmente eu não conseguia fazer nada”, lamentou.
Kleberson tomou remédios para passar a febre, mas os 40 graus de temperatura permaneciam. De acordo com o atleta, a causa pode ter sido uma virose, que, além da febre, lhe trouxe uma inflamação na garganta. O tempo instável de Londres também teria ajudado. Na véspera da prova, Kleberson tentou, foi para a pista de aquecimento, mas não teve jeito.
“Foi muito duro, muito triste. Mas a gente vive de desafios, de emoções. Isso me fortaleceu mais. Lógico que na época fiquei mal, muito triste, mas nunca baixei a cabeça e nem desisti”, afirmou. “Eu não tenho dúvidas de que vou estar 100% (para o Rio 2016). Isso vai me dar mais motivos para treinar. Vai me dar mais confiança”.
Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br
Parceria na vida e nos Jogos
Era hora do aquecimento para a semifinal dos 200m feminino. Em busca do índice nesta prova, Franciela Krasucki deu uma escapada para conferir o resultado dos 800m no Engenhão. Afinal, ninguém acompanha mais de perto a dedicação do marido Kleberson. Ele conseguiu o índice e a esposa, orgulhosa, vibrou.
“Tirou um peso também das minhas costas, porque a gente vive a luta um do outro e eu sei o tanto que ele trabalhou, o tanto que ele lutou para conseguir esse índice. Ele vem de quatro anos muito difíceis depois de Londres. Eram muitas lesões e a gente sabia que esse índice ia sair. Agora ele vai ter mais tranquilidade para trabalhar. A vitória dele também é minha”, comemorou a velocista.
Franciela ainda não conseguiu o índice para os 200m, mas já tem a marca para os 100m e também deve integrar o revezamento 4x100m. Agora o casal é novamente olímpico (ela também esteve em Londres) e o destino dos dois se mistura tanto que até no sobrenome fica difícil de separá-los.
Kleberson Davide e a esposa Franciela Krasucki: casados e, agora, classificados para os Jogos Olímpicos Rio 2016. (Fotos: arquivo pessoal)
Davide ou Kasucki?
Quando se casaram, em janeiro de 2012, um colocou o sobrenome do outro. Assim, Franciela das Graças Krasucki ganhou ao final o Davide, enquanto Kleberson Davide acrescentou o Krasucki. Ela, que sempre foi conhecida pelo sobrenome polonês, agora aparece nas listas de competição como Franciela Davide (último sobrenome), enquanto ele, sempre chamado de Kleberson Davide, consta no “start list” como Kleberson Krasucki. Ambos se divertem com a mistura.
“Um negão com nome polonês fica até estranho”, brincou Kleberson. “Na verdade, quando a gente casou, a gente só pensou em pegar um o nome do outro, a gente não pensou no sobrenome (nas provas). A gente estava conversando ontem, acho que a gente tem que trocar, eu passar o Davide antes do Krasucki, porque eu sou conhecida como Krasucki e ele por Davide”, disse Franciela.
Seja com Davide ou Krasucki, o fato é que os dois retornarão ao Estádio Olímpico em agosto e, se tudo der certo, sem nenhum empecilho para voltar a correr na pista principal do Engenhão nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Outros resultados da manhã
Ainda nos 800m, outro brasileiro conquistou o índice ao vencer a prova: Lutimar Paes, com 1m45s42. O bronze ficou com Brandon Johnson, dos Estados Unidos. A prova feminina foi vencida por Rosibel Mina, da Colômbia, com 2m07s06, seguida pela uruguaia Lorena Sosa (2m08s00) e a brasileira Liliane Mariano (2m08s03).
No arremesso de peso, Ahimara Espinoza, da Venezuela, venceu com a marca de 18.19m. A brasileira Geisa Arcanjo, que já tem índice olímpico, fez 17.92m, ficando com a prata. O terceiro lugar foi para a chilena Natalia Duco, com 17.45m. O Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, que é evento-teste para o Rio 2016, prossegue até segunda-feira (16.05).
Belo Horizonte apresenta seus cartões postais durante a passagem da tocha
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Publicado em Domingo, 15 Maio 2016 02:45
Na rota da chama olímpica em seus últimos dias por território mineiro, Belo Horizonte aproveitou os olhos voltados à tocha para mostrar suas principais belezas postais. Depois de passar pelas mãos de 15 condutores na vizinha Contagem, o símbolo dos Jogos Rio 2016 percorreu, neste sábado (14.05), 45 km nas mãos de atletas olímpicos e paralímpicos, artistas e cidadãos comuns que, direta ou indiretamente, construíram histórias ao lado do esporte.
Estavam ali desde a ex-capitã da Seleção Brasileira de Vôlei Yara Ribas ao medalhista olímpico do vôlei Nalbert, a bicampeã olímpica de vôlei Sheilla, o gari e maratonista Manoel Messias, a cantora Paula Fernandes, a velocista paralímpica Terezinha Guilhermina e o vocalista da banda Jota Quest, Rogério Flausino. Juntos a outras dezenas de pessoas, eles somaram 165 cidadãos, anônimos e famosos.
O conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer quando Juscelino Kubitscheck era prefeito da cidade, foi o cenário de onde a tocha saiu para ganhar a cidade. Museu de Arte da Pampulha, Casa de Baile e Igreja de São Francisco de Assis foram os primeiros destinos. A septuagenária Yara Ribas foi a primeira a conduzir a tocha em Belo Horizonte e a emoção era tanta que a voz chegou a embargar. "Hoje o orgulho e a felicidade aqui não são só pela minha vida esportiva, mas como cidadã", disse Yara, que vive o esporte desde os 15 anos.
Campeão olímpico pela seleção de vôlei, Nalbert conduziu a tocha no Mineirão. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)
Mineirão
Foi só a rota da chama deixar a Lagoa da Pampulha para ser levada para o estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. Por lá, quem dominou o campo foram os atletas do vôlei: Ana Flávia, Sheilla e Nalbert apresentaram a chama ao palco do futebol. Considerada uma das melhores jogadoras do mundo e ganhadora de dois ouros olímpicos, a mineira Sheilla Castro, 32 anos, já está acostumada a grandes emoções nas quadras. Enquanto ensaiava sua hora de receber a chama e percorrer uma parte do gramado, ela confessou que a tranquilidade de antes estava sendo levada pelo frio na barriga logo que entrou no Mineirão. "O esporte pode trazer melhorias de vida para as pessoas, tirar crianças carentes da violência e eu espero que os Jogos Olímpicos aqui no Brasil impulsionem ainda mais isso."
Parte desse incentivo citado por Sheilla tem como protagonista o governo federal. Em 2013, o Ministério do Esporte e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) celebraram um termo de cooperação no valor de R$ 9,8 milhões. Os recursos foram direcionados para a aquisição de material esportivo e pagamento de recursos humanos especializados em atletismo, taekwondo e caratê.
Em todo o estado de Minas Gerais serão construídos 21 Centros de Iniciação ao Esporte (Cies), um aporte previsto de R$ 73 milhões. Três já estão em obras, em Passos, Uberlândia e Uberaba, num valor total de R$ 10 milhões.
Além disso, o Ministério do Esporte mantém parcerias em pistas de atletismo nas cidades de Diamantina, Lavras, Belo Horizonte, Juiz de Fora e Uberlândia. São 490 atletas do estado que receberam o Bolsa Atleta em 2015, sendo 441 deles praticantes de modalidades olímpica ou paralímpicas.
Simpatia A velocista paralímpica Teresinha Guilhermina preferiu dosou emoção e cuidados durante seu trajeto com a tocha. (Foto: brasil2016.gov.br)No fim da manhã, logo após deixar o Mineirão, a chama chegou às mãos da atleta paralímpica Teresinha Guilhermina. A velocista cega mais rápida do mundo cruzou a Avenida Antônio Carlos até entrar com o fogo olímpico no espaço de uma das empresas patrocinadoras dos Jogos Rio 2016. Durante o percurso, acenou e mandou beijos para os espectadores, dosando a emoção e os cuidados durante a caminhada.
"Optei por andar para viver esse momento sem correr o risco de me machucar. Não pude ser elétrica como geralmente sou, mas não contive a emoção em nenhum momento", afirmou. A atleta ainda declarava sua máxima, uma demonstração de que não está disposta a frear diante das limitações. "Ser cega é uma arte, trombar faz parte, dá licença que eu estou indo", dizia, entre risos.
Munidos de bicicleta, capacete e roupas esportivas, a pedagoga Marileia Moreira, de 38 anos, e seu filho, Gabriel Torres, de seis, pedalavam pela Praça da Liberdade. Entusiasta de esportes, ela corre e pedala com o menino, e foi dela a sugestão de um passeio ciclístico para acompanhar o revezamento da tocha." Acho importante estimular a prática do esporte e percebo que ele está animado para assistir às Olimpíadas", destacou a mãe. O comportamento de Gabriel é indicador de sua empolgação. A cada sirene de carro oficial ou sobrevoo de helicóptero, ele exclamava: "A tocha!".
No asfalto da cidade, famosos dividiram as atenções com personagens da capital. O gari e corredor Manoel Messias Dias Ferreira 51, é um deles. Já participou de mais de 150 corridas, incluindo 22 maratonas Brasil afora, "do Oiapoque ao Chuí", como costuma dizer. Segundo ele, as duas atividade se complementam. "Ser gari estimula a resistência, a gente só descansa quando sobe no caminhão. Mas mesmo assim é preciso se dedicar muito aos treinos" afirma. Além do prazer de correr, prática que alimenta há anos, Messias se orgulhava de representar sua categoria profissional. "Tem que ter sorte e ser uma pessoa carismática para carregar a tocha", comemorou.
O gari e maratonista Manoel Messias representou com orgulho sua categoria profissional. (Foto: Ivo Lima/brasil2016.gov.br)
Pira e Flausino
O cantor Rogério Flausino aguardava ansioso pela chegada da chama. Escolhido para encerrar o percurso e acender a pira na Praça da Estação, o vocalista do Jota Quest posava para fotos e acenava para o público que aguardava nas proximidades do acesso ao palco na região central de Belo Horizonte. Quando o fogo olímpico fez a curva e entrou no campo de visão de Flausino, conduzido por Denise Santana, ele abriu os braços e disse: "Vem."
Em seu trajeto com a tocha, Flausino percorreu as margens da praça, seguiu até o palco e, diante dos aplausos da multidão, acendeu a pira olímpica. "Para mim, as Olimpíadas são um evento que quer unir todas as nações. O esporte, assim como as artes, tem esse poder de união e Minas Gerais está recebendo a tocha e a chama olímpica de braços abertos."
Diante de uma multidão na Praça da Estação, Rogério Flausino acendeu a pira na fase final do tour na capital mineira. (Fotos: Brasil2016.gov.br)
Neste domingo (15.05) será a vez São João Del Rei, Tiradentes, Barbacena e Juiz de Fora receberem a chama olímpica. Após percorrer Minas, ela entrará na tarde de terça-feira em território capixaba.
Hédio Ferreira Júnior e Mariana Moreira, de Belo Horizonte (MG)
Ascom - Ministério do Esporte
Atletas de campo avaliam Engenhão no primeiro dia do Ibero-Americano
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Publicado em Sábado, 14 Maio 2016 23:38
Atletas em provas de campo no Engenhão. (Fotos: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
Nas avaliações da pista do Estádio Olímpico, o adjetivo “rápida” foi repetido várias vezes no primeiro dia do Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, neste sábado (14.05), no Rio de Janeiro. Enquanto velocistas e fundistas testavam seus percursos, o Engenhão também passou pelo crivo dos atletas das provas de campo.
No lançamento de martelo, Wagner Domingos, o Montanha, venceu com a marca de 72.18m, ainda distante do índice olímpico (77m), mas deu para avaliar a área de competição. “Está em alto nível. Para nós, o importante é que o piso não esteja nem muito liso nem muito áspero. Aqui está no ponto. A gaiola está no padrão dos melhores estádios”, disse Montanha. Roberto Sawyers, da Costa Rica, ficou com a prata (72.15m) e o outro brasileiro, Allan Wolski, terminou em terceiro (71.69m).
Darlan Romani ficou com o ouro na prova de arremesso de peso, com 19.67m. O brasileiro também gostou da área de disputas. “O setor pra gente está bom, não vi ninguém reclamando. Está esfarelando um pouco, mas é detalhe. É cimento, acaba sendo um pouco normal”, explicou. Em segundo lugar na prova ficou o português Marco Fortes (19.05m), seguido pelo brasileiro William Dourado (18.96m).
Fabiana Murer venceu fácil no salto em altura ao passar o sarrafo em 4.60m. Diamara Planell, de Porto Rico, terminou em segundo com 4.30m, enquanto a argentina Valeria Chiaraviglio e a brasileira Joana Costa completaram o pódio, ambas com 4.10m. A atual vice-campeã mundial aprovou a área de saltos.
“Ela é um pouco macia, mas gosto de pista assim. É veloz, tanto que eu tinha velocidade no fim da corrida, mas faltava um pouco de coordenação por ainda não ter treinado tanto velocidade. O setor do salto com vara está bem feito. Dá confiança de que aqui é possível continuar fazendo boas marcas”, disse a atleta, que já tem índice para o Rio 2016.
Um detalhe foi destacado por Murer. “Tem um setor do dardo que é bem ali no meio, então existe uma pequena queda para o escoamento d'água, uma coisa sutil, mas que dá para sentir na corrida. Isso ajuda a correr mais rápido. Então está bem colocado o encaixe”, explicou.
A velocidade também chamou a atenção no trecho do estádio destinado ao salto em distância. “Achei bacana, gostei muito, não deu problema. A gente tem que sentir que a pista é veloz, e aqui ela é super veloz e te leva para frente”, avaliou Eliane Martins, também já garantida nos Jogos Olímpicos em agosto.
Ela venceu a prova deste sábado com a marca de 6.52m, seguida pelas compatriotas Keila Costa (6.43m), outra atleta com índice olímpico – tanto no salto em distância quanto no salto triplo -, e Jéssica Reis (6.31m). Keila também comentou a área de competição. “Eu gosto, são dois setores. A gente fica livre para aquecer durante a prova. A pista é sem comentários, perfeita, rápida. Corri fácil, tranquilo”, disse.
O que significa pista rápida?
A velocidade da pista, tão citada pelos atletas, foi explicada por quem é familiarizado com ela. Ex-corredor dos 800m e 1.500m e atual diretor executivo de Esportes do Comitê Rio 2016, Agberto Guimarães atribuiu essa característica da pista à densidade do material.
“A mesma empresa faz o mesmo piso com densidades diferentes. Uma pista um pouquinho mais dura é mais rápida, como esta. Você tem mais tração”, explicou. Ele também comentou o avanço da tecnologia a cada Olimpíada. “As empresas sempre fazem ajustes nos equipamentos para as edições seguintes dos Jogos Olímpicos. Quem faz a pista de atletismo só vai ser reconhecido se tiver recordes. Isso é o que a gente espera. Ficamos felizes com os atletas dizendo que ela é rápida”, completou. Apesar da densidade alta, segundo Agberto, a pista continua com o amortecimento adequado.
Outros resultados da noite de sábado
Nos 100m rasos, Rosângela Santos ficou com a medalha de ouro ao finalizar a prova em 11s24, correndo mais uma vez abaixo do índice olímpico (11s32). A primeira vez que ela superou a marca para o Rio 2016 foi no Troféu Brasil 2015, em maio do ano passado, já dentro do período em que as marcas mínimas começaram a ser reconhecidas para os Jogos Olímpicos. Rosângela também tem índice para os 200m. A equatoriana Angela Tenorio, primeira mulher sul-americana a correr os 100m abaixo dos 11s, no Pan de Toronto 2015, ficou com a prata, com 11s29. Outra equatoriana, Landazuri Marisol, fechou o pódio (11s35).
Entre os homens, o dominicano Stanly Cruz venceu os 100m com a marca de 10s27, superando por um segundo o brasileiro Bruno Lins (10s28). O colombiano Diego Echavarría terminou em terceiro lugar, com 10s30. O índice olímpico para esta prova é 10s16. Nenhum brasileiro até agora conseguiu. O período para obtenção do índice termina em 3 de julho, no Troféu Brasil 2016.
abiana Murer, ainda ganhando ritmo na temporada, venceu o Ibero-Americano de Atletismo. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
Murer: na preparação para agosto
Em ritmo de treino, Fabiana Murer, um dos grandes nomes do atletismo brasileiro, competiu no Ibero-Americano com o objetivo de conhecer melhor a área de salto com vara. “Eu vim para cá sem expectativas de marcas. Ainda estou treinando forte e vou começar a treinar velocidade. Ainda tenho duas semanas fortes de treino para estar no nível de competição. Achei bom, foi realmente um treino para mim, fiz bastantes saltos, que era uma coisa que eu queria”.
Fabiana Murer começou saltando na marca de 4.40m, acima da altura que deu a prata à portorriquenha Planell. Realidade bem diferente da que a atleta vai encontrar nas Olimpíadas. Por isso, a vice-campeã mundial tem um plano de treinos bem definido até agosto.
“Eu vou para a Europa em julho. Tem mais duas etapas da Liga Diamante, que são em Mônaco e Londres. Depois, volto para o Brasil e vou fazer a preparação em São Caetano (SP), que é onde eu treino, estou acostumada e sei que vou ter todas as condições. Todo o material que preciso está lá. Vou ficar em casa e venho dois ou três dias antes da competição. É perto, tranquilo pegar o voo”, explicou Murer. Ela quer evitar deslocamentos e preocupações com os horários da Vila dos Atletas. “Já sei o caminho para a pista em São Caetano, quanto tempo levo, então prefiro manter minha rotina”.
Mesmo tendo dito que o caminho até as Olimpíadas, com muitos treinos e competições, ainda é longo, a atleta já vive a expectativa dos Jogos, especialmente por serem no Brasil. “A expectativa é grande para que cheguem as Olimpíadas. Eu fiz questão de continuar a carreira até 2016. Esse é meu último ano, até pensava em parar antes, mas decidi continuar para ter essa oportunidade de competir uma Olimpíada em casa. Eu acho que vai ser bom, os atletas crescem com o fator casa, a torcida acaba incentivando, a motivação é maior, tem os amigos, a família na arquibancada e isso é muito importante”, completou.
Altobeli Silva faz o hino brasileiro tocar pela primeira vez no Ibero-Americano de Atletismo
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Publicado em Sábado, 14 Maio 2016 14:37
Altobeli Silva venceu os 3.000m com obstáculos no Engenhão. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
A ideia veio na Copa de 1982. O nome do atacante italiano que fez o terceiro gol na final do Mundial, contra a Alemanha, Alessandro Altobelli, inspirou o pai de um paulista de Catanduva. Altobeli Silva nasceu alguns anos depois, em 1990, e também vai participar de um grande evento esportivo. Mas não será a Copa da FIFA, e sim os Jogos Olímpicos.
Altobeli conseguiu na semana passada, com 8m28s, superar o índice olímpico nos 3.000m com obstáculos (8m30s) e, na manhã deste sábado (14.05), venceu a prova no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, no Engenhão, no Rio de Janeiro, com 8m33s. A competição também é evento-teste para o Rio 2016.
“Eu já sabia que não ia conseguir melhorar a marca, vim pela aclimatação. Soltei no final. Emocionalmente, fiquei feliz demais, acenei para a torcida três vezes, beijei a camisa. É isso que os atletas têm que fazer, entrar sem medo na pista, mostrar que o Brasil tem força”, disse o atleta. Em segundo lugar, ficou o argentino Joaquín Arbe (8m40s21), e o bronze foi para Ricardo Estremara, de Porto Rico (8m40s87).
Esta é a terceira competição de Altobeli nos 3.000m com obstáculos depois de muito tempo sem disputar a prova. “Em 2011, fiz uma prova em Piracicaba. Tinha perdido os 5.000m de manhã, achei que era à tarde. Então perguntei: ‘Que prova que tem?’ Tinha os 3.000m com obstáculos. Fiz sem nunca ter treinado e corri em 9m30s. Em 2012, abandonei a prova. Depois de três anos e meio, voltei a fazer este ano. Fiz cinco treinos, competi uma vez, caí no fosso, mas fiquei a cinco segundos do índice olímpico. Na segunda vez, fui lá e fiz”, disse, em referência à quinta etapa do campeonato paulista, em 7 de maio, em São Bernardo do Campo (SP).
A última vez que o Brasil teve representantes na prova masculina dos 3.000m com obstáculos foi em Atlanta 1996, com Clodoaldo Lopes do Carmo. Altobeli ainda disputa os 5.000m no Ibero-Americano, na próxima segunda (16.05), em busca do índice.
Demais pódios
Das 17 provas disputadas na manhã deste sábado, em quatro os pódios já foram definidos. Nos 3.000m com obstáculos feminino, a argentina Belén Casetta ficou com o primeiro lugar, com 9m42s, e alcançou o índice olímpico para os Jogos Rio 2016. A marca ficou três segundos abaixo do mínimo exigido.
A atleta comemorou o fato de poder disputar uma Olimpíada na América do Sul. “Não podia acreditar. Será especial estar aqui, porque também pode vir toda a minha família me ver correr, porque estão próximos”, comemorou Casetta, que no momento da vitória só tinha um desejo: “Não tem como explicar, é uma emoção incrível. Vontade de sair correndo até a minha casa e abraçar a minha mãe”.
A brasileira Tatiane Silva conquistou a prata, após ficar a um segundo do índice (9m46s), enquanto a peruana Zulema Arenas, com 9m56s, completou o pódio dos 3.000m com obstáculos feminino.
No salto em altura feminino, a norte-americana Chaunte Lowe venceu ao superar 1.96m. O segundo lugar ficou com a brasileira Valdileia Martins, com 1.84m, e o terceiro posto com a espanhola Raquel Álvarez, que saltou os mesmos 1.84m, mas na segunda tentativa.
Na outra final desta manhã, Jennifer Dahlgren, da Argentina, lançou o martelo a 65.87m e levou o ouro. As brasileiras Anna Pereira (61.42m) e Mariana Marcelino (60.91m) ficaram com a prata e o bronze, respectivamente.
Chaunte Lowe imagina o Engenhão em agosto: "eletrizante". (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
Avaliações do Engenhão
Belén Casetta adorou a nova pista do Estádio Olímpico. “Está incrível, a pista está muito rápida, muito boa, muito boa a organização”. A brasileira Franciela Krasucki, que está classificada para a final dos 100m na noite deste sábado, também elogiou. “Muito boa. Achei rápida por ser nova. A de fora (de aquecimento) é a mesma coisa, se não me engano é o mesmo material. Eu gostei bastante do que eu senti e tenho certeza que nos Jogos Olímpicos vão sair ótimos resultados aqui”.
Campeã mundial indoor do salto em altura em 2012 e detentora do recorde dos Estados Unidos, Chaunte Lowe fez a melhor marca da temporada (1.96m) no Engenhão. A atleta disse que adorou o estádio e comentou a preocupação com o vírus Zika.
“O estádio é ótimo. Eu consegui a melhor marca do ano, isso é muito bom. Acima de tudo, eu gosto das pessoas aqui. Elas são muito amáveis e tudo que me deram pra comer foi delicioso. Eu me sinto confortável de trazer minha família, não vi nenhum mosquito. Claro que vamos tomar precauções, tomar água filtrada, usar repelente, mas para ser honesta, você treina sua vida toda para isso. Sou muito mais picada na Flórida”.
Lowe, que ainda precisa passar pela seletiva americana em julho, já imagina como vai ser a atmosfera em agosto. “Tem um pequeno grupo de torcedores ali. Eles gritaram tanto, estão tão animados que já deu pra ver que este estádio estará eletrizante nos Jogos com o estádio cheio”.
Dartagnan comandando a torcida na arquibancada do Engenhão. (Foto: Gabriel Fialho/brasil2016.gov.br)
Torcida
O público, que teve entrada gratuita ao Estádio Olímpico, mostrou muita animação desde as primeiras horas da manhã. Isaías Moura, 14 anos, morador da Cidade de Deus, acordou às 5h para pegar o ônibus com mais 50 amigos que são de uma escolinha de futebol da comunidade. Pela primeira vez ele viu uma competição de atletismo. “Estou animado, levantei cedo pra vir”, comentou o zagueiro, que pode arriscar correr se não seguir nos campos de futebol. “Estou achando muito legal”.
O responsável por levar a garotada para conhecer o Engenhão é Gilmar Sobreira, fundador da escolinha, que atende a 150 alunos no total. “Tenho esse projeto há mais de 30 anos e sempre que posso, fazemos esses passeios. Fico feliz em ver que os meninos estão sendo bem encaminhados na vida”.
Para manter a empolgação da torcida, a banda comandada por Dartagnan Jatobá dava a trilha sonora das disputas. Animando o público brasileiro em quatro Olimpíadas e três Pan-Americanos, o músico tem experiência de sobra em grandes eventos. “Somente nas Olimpíadas de Barcelona em 1992, fizemos 31 eventos. Vimos o vôlei ganhar, o Rogério Sampaio, no judô”, lembra. Jatobá teve a iniciativa após sentir o que é competir em um estádio silencioso. “Era judoca e sentia como era entrar no tatame e não ter ninguém apoiando. Então, começamos de forma espontânea com uns amigos de Jacarepaguá e hoje temos uma empresa contratada pela Caixa, que nos apoia”, finalizou.
Carol Delmazo e Gabriel Fialho, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
Rio inaugura Arena Carioca 2, penúltimo palco entregue para os Jogos Rio 2016
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Publicado em Sábado, 14 Maio 2016 14:33
Foto: Roberto Castro/ME
O cenário está quase pronto e perfeito para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 após a inauguração da Arena Carioca 2, no Parque da Barra. O palco das lutas livre, greco-romana e do judô, a modalidade que mais medalhas olímpicas deu ao país e que em agosto é mais uma vez esperança de pódios para o Brasil, foi entregue ao Comitê Organizador neste sábado (14.05).
A cerimônia de inauguração contou com a presença do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. Ele exaltou o momento como oportunidade de mostrar um país pronto para organizar os Jogos em agosto. “Nós iremos cumprir com todos os compromissos que ainda faltam para os Jogos junto com a prefeitura e o governo do Rio. Estamos na fase final, dos últimos ajustes para que daqui a 83 dias possamos receber o mundo no Rio”, afirmou.
Penúltimo estádio entregue na fase de preparação, a estrutura foi conferida e aprovada por representantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) e atletas da Seleção Brasileira de bocha paraolímpica, modalidade que terá disputa nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 na Arena e que por isso fez os primeiros arremessos após a inauguração.
A Arena Carioca 2 também recebeu selo de qualidade da judoca Sarah Menezes, campeã olímpica em Londres-2012, que visitou o estádio neste sábado. “A estrutura está excelente, estou achando tudo muito lindo. Agora a expectativa é do público, né? Dentro da arena, torcendo para o Brasil, numa motivação bem agradável. Vou esperar o momento, o mês e o dia chegar para dar o meu máximo”, declarou a única campeã olímpica do Brasil no judô na história.
Inauguração Arena Carioca 2
Também estiveram na Arena Carioca 2 o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que ressaltou a entrega do local dentro do prazo. Com a Arena Carioca 2 inaugurada, resta para ser entregue entre os estádios apenas o Velódromo, também localizado no Parque Olímpico da Barra.
Estrutura
Com capacidade para até 10 mil pessoas, a Arena Carioca 2 foi a última de três arenas entregues para os Jogos Rio 2016. Assim como as outras, ela será parte importante do legado para os atletas de alto rendimento se prepararem para as próximas olimpíadas e demais eventos internacionais. O desenho da fachada se inspirou nas montanhas da cidade, com formato sinuoso e pilares de madeira.
Os 23 mil m² de área da Arena respeitam a acessibilidade com duas rampas de acesso, banheiros e vestiários adaptados. O financiamento saiu de uma parceria público-privada da prefeitura com a Concessionária Rio Mais.
Depois dos Jogos, as arquibancadas provisórias serão desmontadas e o espaço terá salas de treinamento construídas sobre as lajes. A prefeitura prevê que as modalidades praticadas na Arena serão badminton, esgrima, judô, ginástica rítmica e de trampolim, lutas livre e greco-romana, levantamento de peso e tênis de mesa. Em todas, a expectativa é de ampliar a formação de novos atletas.
Rodrigo Vasconcelos, do Rio de Janeiro
Ascom – Ministério do Esporte
Tradição e modernidade se misturam nas ruas de Ouro Preto com o revezamento
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Publicado em Sexta, 13 Maio 2016 23:40
Ouro Preto viveu nesta sexta-feira um encontro entre tradição e modernidade. A cidade que materializa as lutas coloniais e a religiosidade de um Brasil antigo foi invadida por influenciadores digitais, informalmente chamados de youtubers. Blogueira referência de moda e comportamento, a belorizontina Cris Guerra era um dos destaques entre os condutores. "Segurar a tocha é representar o mundo inteiro naquele momento", disse.
Mas quem causou burburinho foi o belorizontino Lucas Ranngel, de 18 anos,fenômeno da web que contabiliza mais de 1,7 milhão de seguidores. Sucesso entre adolescentes e crianças e fenômeno do Vine – plataforma de criação de vídeos de seis segundos –, sua presença concentrou uma multidão de fãs alvoroçados. Foi preciso criar um cordão de seguranças para garantir a passagem dele pelo seu ponto de transição. No meio da rua, a estudante Maria Laura Rodrigues, 14 anos, comemorava."Tirei uma foto com ele", dizia, enquanto outras dezenas de meninas tentavam a todo custo se aproximar do rapaz.
O Youtuber Lucas Rangel causou alvoroço entre crianças e adolescentes no revezamento em Ouro Preto. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)
Abolição
Ouro Preto acordou envolta em névoa e os moradores demoraram a encher as ruas do percurso. Aos poucos, as igrejas badalaram seus sinos e muitos se posicionaram entre o casario e as fitas zebradas, responsáveis por isolar a rota dos condutores.
A história do município se confunde com a do Brasil. Rota por onde os portugueses extraíram e enviaram, oficialmente, pelo menos 800 toneladas de ouro para Portugal, as calçadas se encheram de moradores e turistas que queriam ver de perto a tocha, que passou pelos seus principais cartões postais. Trinta condutores se revezaram ao longo de 7,2 km numa celebração que marcou, também, os 128 anos da abolição da escravatura no Brasil.
Numa das mais antigas de suas 33 igrejas, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, erguida a partir de 1696, a imagem da santa padroeira da cidade foi colocada na porta para abençoar a passagem da tocha. Por ali, atletas de ginástica de trampolim saltavam quando os sinos da paróquia badalaram, anunciando a chegada da chama.
"A tocha é sinônimo de mobilização do nosso povo e das nações. Ela vem como sinal para congregar os povos e trazer paz que tanto precisamos para vencer as ações de violência e intolerância", disse o padre Marcelo Moreira Santiago, de 51 anos.
Animado com a festa que os Jogos Olímpicos levou para o município, ele se dizia emocionado por acompanhar aquilo tudo. "Não poderia se pensar uma tocha olímpica passando pelo Brasil sem passar por Ouro Preto, uma cidade mundial."
Meninos que integram o Zé Pereira e o Clube dos Lacaios animaram o revezamento na cidade mineira. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)
Zé Pereira
No topo de uma rua íngreme, que culmina no Largo Marília de Dirceu, homenagem à musa do poeta Tomás Antônio Gonzaga, um grupo de meninos esperava ansioso diante de uma porta fechada. Eram os instrumentistas que integram o Zé Pereira e o Clube dos Lacaios. Tradição portuguesa religiosa, o Zé Pereira veio ao Brasil com pegada de bloco carnavalesco. Aos tambores, foram adicionados clarins e os bonecos gigantes se desdobraram em novos personagens.
Um dos que aguardava o começo do batuque era Raimisson Batista, de 14 anos. Ele toca percussão no Zé Pereira e não se acha um instrumentista talentoso, mas gosta da ideia de trabalhar em equipe. "Esse é o grupo musical mais antigo em atividade no Brasil, ano que vem completa 150 anos", destacou o garoto. Assim que as portas se abriram, cada um agarrou seu instrumento. "Um dia poderei falar aos meus filhos que vi a tocha olímpica", celebrava. Sentada ao pé da escada, com um vestido cheio de brilhos e enfeites, Mariane Borges, sete anos, não sabia se esperava com mais ansiedade a tocha ou o começo da batucada. "A tocha vai ganhar!", divertia-se.
Organizando a garotada estava Deolinda Alice dos Santos. Consultora de cultura mineira, ela herdou da família a missão de levar o projeto adiante. "A duras penas, meu bisavô, avô e pai lutaram para preservar a memória histórica cultural de um carnaval tradicional brasileiro", relata. O resultado, garante, é uma maciça participação popular. Assim que o grupo se posicionou, antes mesmo da passagem da tocha pelo largo, alunos de uma escola vizinha gritavam e interagiam com a apresentação.
Nesta sexta-feira, a chama olímpica circulou também por Itabirito e seguiu para Inhotim. No sábado (14.05), passará por Contagem e fará revezamento ao longo de todo o dia na capital, Belo Horizonte.
Hédio Ferreira Júnior e Mariana Moreira, de Ouro Preto (MG)