Conheça os principais programas e ações da Secretaria Especial do Esporte.
Videorreportagens, textos e fotos mostram como os projetos são colocados em prática e os resultados alcançados em todo o país.
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Calderano não teme favoritos no Rio 2016: “Dá para brigar com todos”
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Publicado em Quarta, 18 Maio 2016 14:17
O principal foco de Hugo Calderano está mais adiante: ele espera estar no auge da carreira em edições futuras dos Jogos Olímpicos. Mas o mesatenista que completa 20 anos no mês que vem não irá ao Rio 2016 só para participar. Campeão do Pan de Toronto em 2015, Hugo sabe que medalha é improvável, mas não teme os favoritos asiáticos e europeus.
“Não tenho meta específica, só quero chegar lá com a certeza de que posso competir com jogadores top. Medalha é muito difícil, mas tenho certeza de que dá pra brigar com todo mundo”, diz.
Vitória sobre o português Tiago Apolonia, 20º do mundo, foi um dos pontos altos da temporada de Calderano. Atualmente 63º no ranking mundial, ele terminou a temporada 2015/2016 da liga alemã, em abril, com saldo positivo. Defendendo o Ochsenhausen, ganhou dez jogos e perdeu quatro. Uma das vitórias foi marcante: superou o português Tiago Apolonia, 20º do mundo.
“Ele é muito bom, experiente, e me deu confiança, inclusive porque nesse dia eu também ganhei do esloveno (Bojan) Tokic (atual 48º do mundo) e consegui dois pontos para a minha equipe. Eu já tinha ganhado de outros jogadores bons no ranking mundial e entrei bem confiante. Eu sabia do meu potencial, que podia conseguir a vitória. Isso mostra ainda mais que posso jogar no nível do topo mundial”, afirma.
O atleta se prepara da mesma forma para cada jogo, não importa o adversário. “É importante ter a disciplina de entrar em cada jogo muito focado, seja um jogador mais forte ou mais fraco. Não pode dar margem para erro. E, se aparecer a oportunidade, você tem que pegar”.
Até voltar ao Rio em julho, para a reta final de preparação com a seleção brasileira, Hugo ainda vai treinar duas semanas na Alemanha e disputará a Copa Latino-americana, na Guatemala, e os abertos da Coreia do Sul e do Japão. São oportunidades de ganhar ainda mais experiência antes de estrear no Pavilhão 3 do Riocentro, em agosto.
“Eu tenho um estilo específico de jogo, bem agressivo, então acredito que ninguém vai entrar para jogar comigo relaxado, achando que pode ganhar fácil, e é isso que quero mesmo, que eles sintam uma certa pressão, mesmo eu não sendo favorito”, afirma o medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, em 2014, na China.
Presença garantida
Falta de apoio não vai ser problema no Rio 2016: a família e os amigos de Calderano já compraram ingressos para as competições de tênis de mesa. Para ele, a torcida é estímulo muito mais do que pressão.
Antônio de Araújo, avô de Calderano, foi voluntário no evento-teste e será também nos Jogos Rio 2016: sempre perto do neto. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)“É muito legal jogar a primeira Olimpíada na minha cidade, com todos os amigos e a família torcendo, me apoiando. É um incentivo a mais. Todo dia eu penso um pouquinho nas Olimpíadas. Se mentalizo meu jogo, já me acostumo com como vai ser na hora e não fico tão deslumbrado. A torcida não costuma me afetar, sempre fico focado na mesa, no jogo”, diz.
O avô Antônio de Araújo vai ficar ainda mais perto. Ele foi voluntário no evento-teste do tênis de mesa, em novembro de 2015, e já recebeu a carta-convite para atuar também nos Jogos. “Fico imaginando a minha reação, não tenho ideia de como será. Mas vai ser emocionante. E vou pedir uma dispensazinha na hora que ele for jogar para poder torcer sem estar envolvido na atividade”, diz o avô Antônio.
“O meu avô sempre acompanhou muito a minha carreira. Quando me mudei para São Caetano, ele foi comigo para me ajudar lá, sempre torceu muito. E na hora mais importante da minha carreira ele vai estar lá olhando de novo”, acrescenta Hugo.
Reinventando a relação
Filho e neto de professores de educação física, Hugo começou cedo a experimentar esportes. Chegou a ser campeão carioca de salto em distância e venceu o estadual de vôlei na categoria infantil, enquanto já praticava tênis de mesa. A opção pelas raquetes e bolinhas o levou para São Caetano do Sul (SP) quando tinha 14 anos. Na “bagagem”, o avô Antônio de Araújo. A mãe ficou com o coração apertado, mas todos sabiam que esse era o caminho certo. Há dois anos, ele treina na Alemanha e o apoio continua a distância.
"Há cinco anos ele saiu do Rio para treinar em São Caetano, há dois anos mora na Europa, então mais longe ainda, e a gente teve que reinventar a nossa relação. Acabei de criar meu filho através da internet, mas acho que fizemos um bom trabalho”, afirmou a mãe, Elisa Borges.
Os fusos horários da Europa e de qualquer outro lugar onde Hugo esteja competindo mudaram a rotina de sono da família. “Quando ele joga do outro lado do planeta, já sei que vou dormir mal a semana inteira porque vou ficar acordando de madrugada. Às vezes eu não coloco despertador para não perder a noite de sono, mas acabo acordando sozinha para acompanhar os jogos dele”, conta Elisa.
Calderano ao lado da mãe, Elisa, que integrou à rotina o papel de espectadora assídua dos jogos do filho pela internet, independentemente do fuso horário das partidas. (Foto: Marconni Andrade/Brasil2016.gov.br)“A gente fica na frente do computador, não importa a hora, a gente acompanha. Quando falha a transmissão, a gente vai seguindo o placar no ‘live score’. Eu assisto, mas não consigo ficar muito tempo na frente do computador. Ando para um lado, para o outro, torço muito. Em todos os jogos, na liga alemã também, não perco um”, reforçou o avô.
E só de pensar que uma decisão lá trás, há quase sete anos, impulsionou esse caminho, faz Elisa se emocionar. “Quando o Rio foi escolhido sede das Olimpíadas em 2009, eu lembro exatamente. Estava no trabalho, a gente ligou a TV para assistir ao momento da escolha e eu tinha certeza de que a vida do meu filho ia mudar. E realmente mudou, porque ele estava no lugar certo, na hora certa. Tudo o que aconteceu no esporte do Brasil a partir daquele momento teve impacto positivo na vida dele”, disse. “Quando chegar a hora, vou me lembrar daquele momento em que vi o cara dizer ‘Rio de Janeiro’ e vai passar um filme. Vai ser muita emoção”.
Ministério do Esporte realiza Encontro Nacional do Pelc em Belo Horizonte
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Publicado em Quarta, 18 Maio 2016 12:14
Começa nesta quarta-feira (18.05) o Encontro de Formação do Programa Esporte e Lazer da Cidade (Pelc) na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. A mesa de abertura contará com a presença do secretário da Secretaria Nacional de Esportes, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), Célio Rene, entre outros participantes como Ana Elenara Pintos e Hélder Isayama. O evento será realizado até sexta-feira (20.05).
O Pelc tem como objetivo propiciar a pratica de atividades físicas, culturais e de lazer que envolvem todas as faixas etárias e pessoas portadoras de deficiência, além de estimular a convivência social, formação de gestores e lideranças comunitárias. O Encontro de Formação do Pelc favorece a pesquisa e a socialização do conhecimento aos gestores, além do acompanhamento e orientação pedagógica dos convênios, educação à distância e formação de tutores.
As reuniões organizativas de trabalho darão início às tratativas para debater as articulações para planejamento, organização dos trabalhos e mudanças e perspectivas sobre a Educação a Distância (EAD) e sobre o Pelc. Também serão oferecidos mini cursos para os participantes como o de Avaliação de Programas Sociais, Esporte, Lazer e Saúde, Gestão Participativa do Pelc e Danças que irá propiciar atividades culturais aos gestores.
Chama chega ao litoral do Espírito Santo e encontra a orla brasileira pela primeira vez
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Publicado em Quarta, 18 Maio 2016 11:52
Depois de passar pelo cerrado, pelas montanhas de Minas Gerais e pela Mata Atlântica, foi a vez das águas do litoral capixaba serem o cenário do percurso desta terça-feira (17.05) do Revezamento da Tocha Olímpica pelo Brasil. Este foi o primeiro dia em que o símbolo olímpico chegou ao litoral brasileiro. Guarapari, Vila Velha e Vitória saudaram a passagem da tocha com passagens memoráveis.
Aos olhos de centenas de pessoas na Praia do Morro, em Guarapari, a chama olímpica desembarcou primeiro no quintal da casa de Derek, um surfista profissional cego que conduziu uma das tochas ao lado do pai Ernesto."Passei com a tocha na beira do mar, na frente do lugar que eu aprendi a surfar. É uma experiência única, estou muito feliz", explica o atleta. Por causa de um glaucoma congênito, nasceu sem visão, mas aprendeu a surfar há sete anos, utilizando os outros sentidos, como audição e tato.
Apaixonado por surfe, o pai Ernesto Rabelo escolheu o nome do filho em homenagem ao surfista havaiano Derek Ho - campeão mundial em 1993. Mas, não esperava que a doença durante a gestação levaria a cegueira do filho. "É emocionante depois de tudo isso assistir a alegria de todos quando ele passou na praia e saber que meu filho vive do esporte", revela o pai que sempre sonhou em ver Derek pegando onda.
A ginasta capixaba Ana Paula Ribeiro foi quem acendeu a tocha de Derek. Apesar de ter saído de Aracaju só para conduzir a tocha em sua cidade natal, Ana Paula confessa que valeu cada centavo. "Estar aqui é tão emocionante quanto participar dos Jogos", conta a atleta que integra a seleção brasileira de ginástica rítmica.
Aos 27 anos, Ana Paula é mais velha da equipe e diz não se incomodar com essa situação. "No começo eu ficava mais preocupada, mas hoje, embora eu tenha mais chances de me lesionar, vejo que minha maturidade e experiência acrescentam muito. Não costumo ficar nervosa antes das competições e isso dá mais segurança às demais", explica a atleta, bolsista do Ministério do Esporte.
O retorno à seleção foi em abril de 2015, após quase quatro anos longe da equipe. Porém, a decisão não foi fácil: estava de casamento marcado e com uma escolinha de ginástica cheia de alunas. Decidiu pelo sonho do ouro, apostou e ganhou. Primeiro lugar nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, ela diz que o foco agora é o Rio de Janeiro. "Foi uma escolha difícil, mas era a minha chance. Estou muito feliz com os Jogos Olímpicos no Brasil", concluiu.
Vitória
Com 32 quilômetros de percurso, a capital do Espírito Santo, Vitória, avistou a chama olímpica pela primeira vez dentro de um barco trazido por Flavinho Pitanga, veterano do vôlei de praia, após a passagem pela cidade vizinha Vila Velha.
Dos 150 condutores, alguns chamavam mais a atenção dos moradores. Bruno Soares, tenista top 10 do ranking mundial de duplas, foi um deles. De olho nos Jogos Rio 2016, o atleta revela que espera ganhar uma medalha nas duplas, ao lado de seu amigo de longa data Marcelo Melo. "A expectativa é muito positiva. Nas Olimpíadas é o que há de melhor e não vejo favoritos. Estamos preparamos para ir até a final".
No entanto, o tenista não esperava mais conduzir a tocha já que estava jogando na Itália, quando a chama visitou a sua cidade natal, Belo Horizonte. "Foi uma surpresa o convite para carregar a tocha em Vitória. Tenho essa semana livre para ver minha família e deu tudo certo", conta Bruno, atleta contemplado com a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. A semana de descanso acaba em breve e ele voltará para a Europa nesta quinta-feira (19.05).
Além do tenista, a dupla do vôlei de praia Alison e Bruno Schmidt também fizeram festa com o público. Favoritos para os Jogos do Rio, Bruno diz que não vê a hora de competir em casa. "A gente que é atleta vem se preparando, mas realmente o espírito olímpico começa agora. Já dá aquele arrepio. Vou lembrar para o resto da vida", conta Bruno que também faz parte do Bolsa Pódio - programa criado após a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos com a finalidade de patrocinar atletas com chances de disputar medalhas.
Revezamento da Tocha em Guarapari-ES.
Ouro, prata e bronze
Ricardo Alex dos Santos, o Ricardo do vôlei de praia, estava radiante com a oportunidade de carregar a tocha olímpica na cidade de Vitória. Dono três medalhas olímpicas (ouro em Atenas-2004, prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008), Ricardo se disse agraciado em participar do maior evento esportivo do planeta. "Eu já acompanhei o Emanuel na Argentina, quando a tocha passou por lá em outra edição dos Jogos, mas nada como participar em seu país, com as pessoas vibrando", lembrou. Para ele, o esporte tem o poder muito grande de transformações na vida das pessoas. "O esporte consegue mover muita coisa, ele para uma cidade, um país, por um ideal de paz, saúde. É uma emoção muito grande estar ali", finalizou Ricardo.
Quatro cidades
O Revezamento da Tocha Olímpica segue no Espírito Santo nesta quarta-feira (18.05). Depois de dormir em Vitória, a chama passará pelas cidades de Serra, Aracruz, Colatina, Linhares e São Mateus. A partir de quinta, a tocha estará na Região Nordeste. A primeira cidade nordestina a recebê-la será Teixeira de Freitas, na Bahia.
Lorena Castro e Lilian Amaral - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
Rio Preto vence Flamengo e sai na frente na final do Brasileirão Feminino
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Publicado em Quarta, 18 Maio 2016 11:40
Na primeira batalha pelo título do Campeonato Brasileiro Feminino 2016, o Rio Preto venceu o Flamengo por 1 a 0, nesta terça-feira (17.05), às 19h, no estádio Los Larios, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A equipe conquistou a vantagem do empate para o jogo da volta. As duas equipes voltam a se enfrentar na próxima sexta-feira (20), às 19h, no estádio Anísio Haddad, em São José do Rio Preto, interior paulista, para decidir o título. Enquanto a equipe paulista busca o bicampeonato, as cariocas precisam reverter o duelo para conquistar o título inédito.
Foto: Divulgação/CBF
Jogando em casa, o Flamengo iniciou a partida pressionando o Rio Preto, que segurou bem e chegou a assustar por duas vezes seguidas com Karen, aos 11 e 13 minutos. Na primeira oportunidade, a vice-artilheira da competição perdeu tempo no domínio e perdeu boa chance de finalizar. Logo em seguida, a atacante levou perigo ao gol de Luana, que viu a bola passar raspando na trave.
Aos 31 minutos, Jéssica marcou um golaço e colocou as paulistas na frente do marcador. Após receber pela esquerda, a meia percebeu a goleira adiantada e, da entrada da área, mandou por cobertura para fazer 1 a 0. Aos 36, Bárbara quase empatou após emendar cruzamento de Maurine, de primeira, a bola bateu na rede pelo lado de fora. Aos 42, Danizinha também levou perigo ao gol da equipe paulista, mas, de fora da área, finalizou por cima do travessão.
Melhor durante praticamente todo o segundo tempo, o Flamengo partiu em busca do empate. Apesar das chances de gols, as cariocas não conseguiram converter as oportunidades em gol. Aos 15 minutos, Larissa recebeu sozinha no setor direito, invadiu a área e obrigou Luciana espalmar para escanteio. Na cobrança, a bola pegou na zagueira Tânia Maranhão passou pela goleira, mas a trave evitou o empate. Aos 43, a artilheira rubro-negra Larissa apareceu sozinha dentro da pequena área, mas, de cabeça, mandou por cima e o placar se manteve com a vantagem mínima para o Rio Preto.
Fonte: CBF
Ascom – Ministério do Esporte
Na Mídia: Entrevista do ministro Leonardo Picciani à revista Veja
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Publicado em Quarta, 18 Maio 2016 10:42
Entrevista com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, publicada nesta quarta-feira (18.05) no site da revista Veja.
Picciani, um atleta amador no comando do Esporte: 'Meu peso é político'
Por: Marcela Mattos, de Brasília
Enquanto almeja trocar a faixa marrom pela preta no jiu-jitsu, o peemedebista Leonardo Picciani tem diante de si um cenário mais desafiador do que enfrentar qualquer adversário no tatame: como novo ministro do Esporte, assume, a menos de três meses dos Jogos do Rio de Janeiro, uma pasta em que a barganha política promoveu uma verdadeira dança das cadeiras em ano olímpico. Tem pela frente a responsabilidade de mostrar resultados diante de todo o mundo para o governo interino de Michel Temer e evitar que o país passe vexame no ano em que sedia o maior evento esportivo do planeta. Com 36 anos, o deputado licenciado e ex-líder do PMDB afirma que seu conhecimento na área "é o de quem sempre, de forma amadora, praticou esportes". Mas aposta no "peso político" que carrega para dar maior protagonismo ao ministério.
Contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, Picciani tem em seu gabinete uma foto da petista com a faixa presidencial - uma determinação, segundo ele, de Temer. O fantasma do governo Dilma, porém, é ainda maior: o peemedebista determinou um pente-fino nos contratos firmados até agora para "resguardar" a gestão pública e, ao mesmo tempo, evitar problemas para o governo de seu partido. A limpeza também passará pela demissão do ex-ministro e ex-secretário de Alto Rendimento Ricardo Leyser, que deve ser substituído por um nome técnico. Picciani ainda prepara uma faxina interna e trabalha para deixar para trás as críticas a seu tempo na liderança do PMDB. Ele nega ter sido "promovido" a ministro como uma saída para ser retirado do posto - seu voto pró-Dilma acabou por rachar a bancada. "É o primeiro caso de alguém que vai ser derrubado para cima", ironiza. Picciani recebeu o site de VEJA em seu gabinete nesta terça-feira.
O governo Temer começa com ajustes em diversas frentes. O que está previsto para o ministério? Há a possibilidade de ajustes no Bolsa Atleta?
Nós seguiremos a diretriz que o Ministério do Planejamento e da Fazenda nos transmitirem. O nosso orçamento já está bastante contingenciado e nós temos recursos, sobretudo os vinculados à realização da Olimpíada, que são programados e não há como cortar. Eu creio que o ministério já esteja muito ajustado. Por questão de precaução e zelo, eu quero olhar os programas e contratos em andamento para otimizar esse uso e verificar se eventualmente alguns equívocos podem ter ocorrido. Isso é uma obrigação de quem está entrando, tanto para tomar pé da situação quanto para se resguardar e resguardar a gestão pública. O Bolsa Atleta é importantíssimo neste momento, é a preparação final dos nossos atletas, daqueles que disputarão a Olimpíada. Então creio que é um recurso que nós vamos preservar. Acho muito improvável que ocorram cortes.
O senhor é o terceiro ministro do Esporte em 2016. Qual critério o levou ao posto?
Espero ser o último ministro (risos). É importante destacar que nós não tivemos só uma mudança do ministro do Esporte, mas do governo como um todo. No meu caso, não há que se falar em barganha política. Eu sou do partido do presidente, e tanto eu quanto os deputados do PMDB ajudariam o governo em qualquer circunstância. Eu creio que em razão de ser um deputado do PMDB e, no meu caso, um deputado que ocupava a liderança, isso ajuda a aumentar o peso político da pasta. E também o fato de ser do Rio de Janeiro, de ter uma interlocução muito positiva com os governos municipais e estadual nessa reta final da Olimpíada e ter um relacionamento muito positivo com o comitê Rio-2016. Então, eu espero que o peso político que tem o PMDB e a sua bancada na Câmara dos Deputados possa ajudar a aumentar a priorização, a força da pasta e da bandeira do esporte no país, mesmo no pós-Olímpiada.
Peso político traz medalha e deixa legados olímpicos?
Os projetos olímpicos e a preparação dos atletas estão na sua fase final. A nossa tarefa com relação a Jogos Olímpicos é concluir as obrigações que estão a cargo do Ministério do Esporte e que estão dentro da programação. Há, como o caso do velódromo, pequenos atrasos, mas nada que nos cause a necessidade de entrar em alerta máxima, apenas em atenção. A grande maioria dos projetos está em fase finalíssima de execução. E, com relação à preparação dos atletas, é garantir que o centro de treinamento, Bolsa Atleta, Bolsa Pódio, não sofram alterações. No momento pós-Olimpíada, tendo peso político, força política, é possível buscar mais recursos, para que se possa ampliar os investimentos que têm sido feitos em alto rendimento e possa ter papel mais significativo da difusão do esporte como fator social. Este é o nosso papel.
A sua nomeação no ministério, dizem nos bastidores, além de resolver uma pendência com o Rio de Janeiro, seria uma medida para esvaziar a sua posição na liderança, já que o senhor ficou isolado e não conseguiu unificar a bancada. Nesse contexto, não seria incoerente falar em peso político?
Não, de forma alguma. A bancada do PMDB, em alguns temas, tem divergências, mas mesmo assim nunca deixou de ter protagonismo e peso político. Esse é um comentário absolutamente especulativo e que não condiz com a realidade. Eu tinha mandato de líder até o início do próximo ano. Não havia nenhuma disputa da bancada em contestação a essa liderança. O que causava muita divisão era o apoio ao impeachment, o que é uma agenda superada. É especulativo porque é o primeiro caso de alguém que vai ser derrubado para cima (risos). Digo para cima não porque não seja importante assumir a função de líder, mas por assumir um ministério num momento tão complexo e difícil da vida do país e importante do PMDB, na medida em que, por imposição da Constituição, tem a obrigação de governar o país.
O senhor votou contra o impeachment de Dilma e era considerado um dos últimos apoiadores da petista. Agora, foi 'promovido' no novo governo. Não há um constrangimento com Temer?
A minha vinda para o ministério, junto com outros que defenderam o governo passado, demonstra que o Temer nunca tratou o processo de impeachment como uma eleição indireta. Ele assumiu por consequência da Constituição. Eu votei contra o impeachment pelas razões que já me manifestei e que são de amplo conhecimento, o que não significa que eu votei contra o Temer. Eu votei e fui voto vencido. E o vice-presidente é o presidente do meu partido. Portanto, eu tenho obrigação de colaborar para que ele, o partido e o país tenham sucesso. Eu nunca apostei, seja no governo da presidente Dilma ou agora, no quanto pior, melhor. Aliás, fui um crítico daqueles que atuavam dessa forma. Eu seria incoerente se tivesse criticado aqueles que atuaram dessa forma e agora me negasse a colaborar com meu partido e meu país.
O senhor dizia que não havia fundamentos para o impeachment, mas agora faz parte do governo beneficiado por esse processo... O governo é absolutamente legítimo.
Eu votei de acordo com a minha interpretação jurídica e com a minha consciência. Mas não sou dono da verdade. O princípio fundamental da democracia e do Parlamento é acatar a decisão da maioria. Eu acato a decisão da maioria e, evidentemente, me cabe uma reflexão das razões que levaram a maioria a decidir dessa forma.
Em 2015, o ministro George Hilton admitiu que não entendia de esporte, mas sim de gente. Qual o seu conhecimento na área?
É o de quem sempre, de forma amadora, praticou esportes. Até hoje eu sou praticante e acho que deve ser incentivada a prática ao cidadão como um todo, como lazer, fator de inclusão social e educacional. O ministro, seja ele da pasta que for, precisa ter a capacidade de organizar e comandar a sua equipe e força política para fazer com que a pasta tenha protagonismo. Talvez, individualmente, eu não tenha peso político para isso. Mas, junto com a bancada e com o PMDB, eu tenho certeza de que o esporte será cada vez mais priorizado no Brasil nessa nossa gestão. O político do ministério sou eu. Os demais serão técnicos com capacidade de gerir a coisa pública. Nós teremos gente do esporte, atletas participando da gestão.
Já há nomes?
Teremos em breve. Ainda tenho algumas conversas marcadas, alguns ainda não estão efetivamente aposentados, então vão decidir se vão encerrar a carreira. Será uma pessoa mais ligada aos esportes olímpicos. Nós teremos ex-atletas, pessoas ligadas ao esporte, gestores públicos com experiência nas diversas áreas. Eu, inicialmente, tinha convidado o Bernard Rajzman [ex-jogador de vôlei], que é medalhista olímpico, para integrar a gestão. Mas ele tem um impedimento porque é observador do COI na Olimpíada, então não pode ocupar cargo público. Vamos buscar outras opções.
Ricardo Leyser fica?
O Leyser deve sair. Eu pretendo ter um atleta na Secretaria de Alto Rendimento. Evidentemente, ele montará a equipe com nomes preparados. Creio que nessas funções não há espaço para a permanência do Leyser. Sei que ele tem convites de outros órgãos para participar nessa reta final da gestão dos Jogos. Não tenho nenhuma restrição pessoal ao Leyser, ele foi muito solícito, correto e absolutamente leal na transição, mas é natural que o ministro precise ter uma equipe da sua confiança. Não se trata de um veto, mas a responsabilidade será minha e eu assumo com a equipe que tenho confiança para assumir.
No ano passado, a Abin reconheceu o risco de terrorismo durante a Olimpíada. Como o ministério está se preparando?
Essa questão é conduzida pelos Ministérios da Justiça e da Defesa, que, junto com as forças de segurança pública têm a expertise, o pessoal e equipamentos necessários para fazer este trabalho. Eu tenho convicção que o país está absolutamente preparado para enfrentar essa que é uma temática difícil. As nossas forças de segurança tomaram as medidas que tinham de tomar, se prepararam, cumpriram o rito e estabeleceram os protocolos adequados. Eu não sou um especialista no assunto, mas como ministro do Esporte e cidadão eu fico muito tranquilizado depois de reunião que tive com esses ministros e com a confiança nos nossos órgãos de defesa.
Para além do temor de terrorismo, a Olimpíada vai acontecer em meio a uma convulsão política. Não há risco de manifestação nos Jogos?
As manifestações são próprias da democracia e, se ocorrerem, serão respeitadas. Não se permitirá que essas manifestações descambem para a violência, para a depredação e para inviabilizar as pessoas de exercerem seu direito de ir e vir. Nós tivemos manifestação na Copa, em outros momentos, às portas do Congresso Nacional, e tudo transcorreu dentro da normalidade democrática. Na Olimpíada não será diferente. É bom que a população tenha direito de se manifestar, dentro do direito democrático, quando acha que deve. Não haverá violência, isso eu tenho absoluta certeza. Não há esse clima.
Com o país em recessão, há muita crítica aos gastos com a Olimpíada. Como o senhor as responde?
Eu vejo a Olimpíada como oportunidade para o país. Não foram os outros países que escolheram o Brasil, que vieram e nos indicaram a fazer os Jogos. O país se candidatou e disputou essa prerrogativa. As Olimpíadas, além da importância com o esporte, são um fator de desenvolvimento, de geopolítica, de reafirmação dos princípios e valores democráticos, de combate ao racismo, à discriminação. É uma agenda importante da humanidade. O Rio de Janeiro disputou com três cidades altamente estruturadas: Madrid, Tóquio e Chicago. Isso foi uma grande demonstração de confiança no Brasil. Nós sabemos que existem problemas, que o Rio tem problemas, mas confiamos que o Brasil é maduro o suficiente para receber o mundo neste evento. No momento em que a gente fala em credibilidade e confiança, nada melhor do que fazer com sucesso os Jogos Olímpicos para dar essa mensagem ao resto do mundo, mostrando que o país enfrenta problemas, dificuldades na economia, turbulências na política, mas ainda assim cumpre os seus compromissos. Muito mais do que custo, é uma oportunidade que ajudará no crescimento do país.
A Copa do Mundo deixou um legado fictício, com Estados endividados e obras inacabadas. Por que na Olimpíada seria diferente? Como evitar os chamados elefantes brancos?
O Brasil honrou seus compromissos na realização da Copa do Mundo. Mas a Olimpíada é um evento de magnitude muito superior: na Copa foram três bilhões de espectadores, na Olimpíada serão cinco bilhões. Na Copa, eram 32 nações e um campeonato mundial. Na Olimpíada, são 43 campeonatos mundiais, fora os Jogos Paralímpicos, e são 206 países. Nós precisamos sim dar a melhor destinação que pudermos ao legado, tanto o esportivo, das arenas, dos espaços de prática do esporte, como também às outras obras de infraestrutura. Eu pretendo ser muito criterioso e nós vamos instituir um grupo de trabalho que começa imediatamente a traçar propostas, soluções, apresentar medidas para que nós tenhamos sucesso no trato do nosso legado olímpico.
Hoje sabe-se que os estádios da Copa foram construídos a partir de propina da Lava Jato. Como vocês pretendem coibir a corrupção na Olimpíada?
O primeiro ponto a se destacar é que a Lava Jato faz um trabalho muito aprofundado e consistente. E que, evidentemente, onde ocorrerem desvios, eles acabarão apontados. É importante destacar que as obras olímpicas não tiveram sobrepreço. Elas foram feitas, na sua maioria, dentro do orçamento previsto. Nós tivemos apenas 2,7% de aditivo médio quando o limite máximo é de 20%. Ou seja, ficamos bem abaixo do limite legal. Isso nos dá a impressão de foram feitas de forma séria e correta. No entanto, nós devemos zelar pela transparência e gestão. Aquilo que estiver a cargo do ministério, os contratos em andamento, nós tomaremos o cuidado de revisar. Não falo de má-fé, mas se houve qualquer tipo de equívocos por erro ou qualquer tipo de falha, o que pode ocorrer, eu solicitei hoje [terça-feira] ao ministro da Transparência e Fiscalização a cessão de um servidor da Controladoria-Geral da União para ocupar a função de controle interno do ministério e estabelecer mecanismos de controle interno muito rígidos, que nos façam minimizar a possibilidade de problemas e erros. Nós faremos isso sem comprometer a agilidade, o andamento dos projetos e a tomada de decisão dos ministérios.
Qual o peso da Olimpíada no sucesso do governo Temer?
Primeiro, o sucesso da Olimpíada é importante para o país. Em hipótese alguma pode interessar, a quem quer que seja, que nós não tenhamos sucesso nos Jogos. Isso sim abalaria a credibilidade e a confiança do Brasil. Evidentemente, é importante para o país e para a gestão que está se empenhando num momento decisivo da realização dos Jogos cumprir os compromissos e mostrar que as instituições funcionam no Brasil. Embora possa haver mudanças políticas, os compromissos são honrados. O presidente Temer, cumprindo essa tarefa, dá uma grande contribuição. E ele cumprirá essa tarefa junto com a equipe do governo que se dedica e será reconhecido por isso, sem tirar o mérito de quem participou anteriormente desse processo.
A Olimpíada é um processo longo, mas quem vai concluí-lo é o Temer. O peso do erro recai sobre ele. Por isso nós não trabalhamos com a hipótese de dar errado. Nós trabalhamos com muita atenção, com pé no chão e para que dê certo. Não é o presidente Temer que precisa que dê certo, é o Brasil. A população conhece o projeto Olímpico, é um projeto de sete anos de preparação. Mas eu não tenho dúvida de que a demonstração que o presidente Temer dará de garantir o sucesso da realização dos Jogos será extremamente benéfica para o país e ele será reconhecido, porque assume num momento difícil, turbulento, com desafios e consegue vencê-los e superá-los.
Então o mérito será de quem?
O mérito será do presidente Temer, também. Ele será responsável por concluir o projeto no momento mais agudo da organização, momento final, do fecho. Portanto o sucesso também será dele, em grande monte. O mérito é do Brasil e do povo brasileiro e, em seguida, de todos que contribuíram e participaram desse projeto.
Seria possível, neste momento, emplacar algo inovador para dar a cara desse novo governo à Olimpíada?
Eu creio que nós estamos no ajuste fino dos jogos Olímpicos. Nós precisamos cumprir as obrigações que o país assumiu para a realização dos Jogos e é o que nós temos feito. Não haverá nenhuma invenção. O governo trata esse tema com muita seriedade e tem como foco cumprir os compromissos.
Depois da Olimpíada, qual o futuro do ministério? Corre o risco de ser extinto ou incorporado a outras pastas, a exemplo do que aconteceu com a Cultura?
Eu falei no início da entrevista sobre a força política. O PMDB, ao escolher a área do Esporte para ficar na sua gestão direta num governo do partido, dá a demonstração da prioridade com o tema. Evidentemente, no pós-Olimpíada, nós avançaremos nas medidas que visem cada vez mais transformar e aproximar o Brasil de se tornar uma potência esportiva e olímpica, e ampliaremos o foco e atenção no esporte e lazer como forma de inclusão social, como fator de desenvolvimento humano e educacional.
Outra crítica relacionada ao ministério é sobre a concentração de investimentos apenas no alto rendimento. Qual é o legado para a base?
A base cresceu e ganhou já por causa da preparação dos Jogos Olímpicos. A gente sabe que para se construir um atleta de alto nível é preciso ter onde treinar, ter treinadores, condições de disputar em nível mundial com os melhores do mundo. Esse legado permanece para a base também. Depois dos Jogos Olímpicos, nós teremos mais áreas destinadas à preparação, à prática esportiva. Uma coisa não deve anular a outra. Nós devemos ter um foco forte no alto rendimento, que permite aos brasileiros que têm talento a ser um atleta de ponta para despontar no cenário mundial. Temos de dar condição também para a maioria da população, para o jovem que não vai se tornar um atleta de ponta, ter direito a um espaço de lazer, como inclusão social, como fator da sua formação moral e educacional.
O senhor já praticou esportes?
Pratiquei quando criança e pratico até hoje. Nunca fui atleta competidor, mas sempre fui praticante de lutas, como judô e jiu-jitsu, e atualmente pratico ciclismo de estrada. Fui federado na Confederação Brasileira de Ciclismo e disputei algumas competições amadoras. Tenho relação pessoal de prática esportiva, embora não tenha tido muito tempo atualmente. Em breve vou conseguir minha faixa preta de jiu-jitsu. Estou na marrom. Espero conseguir voltar a treinar.
Na Mídia: Entrevista do ministro Leonardo Picciani à Folha de São Paulo
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Publicado em Quarta, 18 Maio 2016 10:01
Entrevista com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, publicada nesta quarta-feira (18.05) na edição do jornal Folha de São Paulo.
Ministro indica saída do governo do principal interlocutor com Rio-2016
Por Paulo Roberto Conde e Gustavo Uribe
O novo ministro do Esporte, Leonardo Picciani, 36, indicou à Folha que não deve manter Ricardo Leyser em sua equipe.
Leyser, que chefiou o ministério temporariamente até o início do governo interino de Michel Temer, é o principal interlocutor federal para os Jogos do Rio e hoje é secretário-executivo da pasta.
No ministério desde sua criação, em 2003, Leyser trabalhou em todo o processo olímpico e tem boa relação com atletas e autoridades do setor. Ele é do PCdo B, partido que se opôs ao impeachment de Dilma Rousseff.
Além de sinalizar que vai tirá-lo, Picciani (PMDB-RJ) se esquivou ao ser indagado se convidaria Dilma para a abertura dos Jogos, apesar de ter defendido a petista até a véspera de seu afastamento.
Folha - O sr. não acha preocupante a troca de comando no ministério às vésperas dos Jogos do Rio? Fará mudanças na equipe?
Picciani - A mudança não foi do Ministério do Esporte, e sim do governo como um todo. Em relação à equipe, estamos fazendo a transição. Tenho absoluta consciência do tamanho desta tarefa às vésperas da Olimpíada e não farei mudança brusca no ministério. Em algumas funções, que requerem mais confiança do ministro, faremos alterações, que prezarão pelo ponto de vista técnico.
O sr. vai manter Ricardo Leyser, ex-ministro interino e ainda secretário-executivo?
Não sei. A princípio, creio que não. Mas essa é uma decisão que ainda não foi tomada. Com certeza, na secretaria-executiva não porque é o substituto direto do ministro e é o cargo que comanda a máquina do ministério. Não é uma restrição ao Leyser, que foi muito correto e solícito comigo. Mas a secretaria-executiva é um posto que requer muita ligação com o ministro, para que o trabalho dê certo.
Mas o sr. manteria Leyser na equipe, em outro cargo?
Ele tem convites de outros lugares. Se não me engano, da prefeitura do Rio, onde permaneceria na relação com os Jogos. Não conversei com o Leyser ainda sobre isso. Tive dois dias intensos de reuniões de transição, mas não tratei disso. Busco de hoje [terça] para amanhã [quarta] a indicação do novo secretário-executivo e de outros postos. Quero fechar a equipe.
O sr. é o quarto a chefiar o ministério em menos de um ano e meio. Às vésperas dos Jogos do Rio, não depõe contra a credibilidade da pasta?
Como disse, a troca não foi especificamente no Esporte. Ainda se vive um ambiente político que está retornando à normalidade, mas que esteve bastante aquecido nos últimos meses. Infelizmente, foi um processo que se abateu sobre o país e não só sobre o Esporte.
Temer cortou uma série de ministérios tão logo assumiu. O Ministério do Esporte é jovem, de 2003. É possível que ele seja extinto após a Rio-2016?
Não. Teremos esta grande tarefa de realizar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos e depois teremos de encontrar a melhor forma de preservar o legado e dar a melhor destinação a ele. O ministério ainda terá muito trabalho.
O PRB, ex-partido do ministro anterior, George Hilton, criticava a falta de recursos na pasta. Como pretende investir em outras áreas?
Primeiro, temos que otimizar o orçamento que temos. De fato, ele está aquém das necessidades. Preciso lutar para que tenhamos mais dinheiro disponível para atividades esportivas.
Pretende convidar a presidente afastada Dilma Rousseff para a abertura dos Jogos?
Não cabe a mim. Essa é uma decisão que não cabe.
Mas o sr. acha justo que ela participe, depois de ter participado do processo?
Não me cabe opinar sobre algo que não está sob os cuidados da minha pasta.
*O sr. pretende manter benefícios como a Bolsa Pódio
É importante manter o incentivo ao esporte de alto rendimento. Esse é um mecanismo para que o país se torne grande potência esportiva e olímpica. Temos sucesso no futebol, que não depende tanto de ações de governo, mas precisamos desenvolver outras modalidades. Eu desejo manter [os benefícios].
Na Mídia: Entrevista do ministro Leonardo Picciani ao jornal O Globo
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Publicado em Quarta, 18 Maio 2016 09:31
Entrevista com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, publicada nesta quarta-feira (18.05) no jornal O Globo.
Troca de comando Olímpico
Por Júnia Gama e André de Souza
O senhor vai mudar a equipe do ministério?
Natural que o ministro monte a equipe. A responsabilidade dos resultados serão minhas, e, portanto, as escolhas da equipe também. Mas não há nenhuma possibilidade de que, do dia para a noite, a gente mude toda a estrutura. Vamos manter os fundamentos, a maioria do corpo técnico. Apenas posições, que são de estrita confiança do ministro, serão mudadas.
O secretário-executivo Ricardo Leyser fica?
Ele não ficará na secretaria executiva, cargo de extrema confiança. Ressalto que ele foi correto nessa transição, tem nos auxiliado nos últimos dias, com informações. Ele vem fazendo um trabalho bem feito e reconhecido. Não tratei com Leyser de permanecer. Sei que ele recebeu propostas de outros órgãos.
Acha que ele vai aceitar?
É decisão dele. São convites que o permitem permanecer na relação com a realização dos Jogos. Acho que seria positivo. Ele participou durante um tempo, tem experiência.
Quem será o novo secretário-executivo?
Vai ser Fernando Avelino, que é um técnico da Caixa Econômica, foi secretário de Habitação do estado do Rio, presidente do Detran do Rio. É engenheiro e funcionário de carreira da Caixa, ocupou várias funções no governo do Rio, o que facilita a interlocução. Estava na Secretaria de Habitação da prefeitura.
Os empregos gerados pelas Olimpíadas sumirão. O que pode ser feito?
A visibilidade que tem os Jogos é benéfica para atrair investimentos, turismo, uma agenda importante de desenvolvimento para o país. E, para o Rio de Janeiro, isso é muito importante. O Rio de Janeiro tem uma dependência muito grande da indústria do petróleo e precisa encontrar outras matrizes para minimizá-la.
A Lava-Jato apontou indícios de irregularidades em obras da Copa e das Olimpíadas. Haverá um pente-fino?
Se ocorreram desvios, a exemplo do que vimos em outras áreas, eles serão apontados. Disso, eu não tenho dúvida. Com relação a nossa gestão, pedi ao ministro da Fiscalização (Fabiano Silveira) que indique um técnico para ocupar o cargo de assessor de controle interno. E vamos fazer revisão dos contratos em andamento. Isso não é nenhuma desconfiança, é uma questão de precaução. Eu sou político, disputo eleições. A Lei da Ficha Limpa é muito rígida, dura. Além disso, da necessidade de ter transparência e rigor nos mecanismos de controle, no meu caso, preciso, em função de exercer cargos eletivos, ter um rigor maior.
Houve epidemia de zika, impeachment, episódios de violência urbana, acidente na ciclovia... As Olimpíadas vão dar certo?
As Olimpíadas serão um sucesso. O Brasil deu demonstração importante. Mesmo passando por momentos de turbulência política, tem conseguido honrar compromissos para fazer os Jogos.
Como ficam os repasses que ainda precisam ser feitos? A prefeitura do Rio está há mais de dois meses adiantando recursos.
Todos os compromissos serão cumpridos. No que diz respeito aos repasses, o Ministério do Esporte tem buscado se manter em dia, nós temos assegurado o nosso orçamento e nosso cronograma de desembolso financeiro.
Houve problemas de fornecimento de energia em eventos-teste. Há risco de apagão nas Olimpíadas?
Não há risco. O Ministério do Esporte liberou R$ 290 milhões para a contratação de energia temporária e geradores. O governo do estado também tem um compromisso de R$ 104 milhões.
No futebol, acha que algo pode ser feito pra proteger clubes formadores?
É preciso fazer uma revisão da Lei Pelé para encontrar o equilíbrio em uma relação justa para o atleta, para o clube que o revelou, e que permita que o futebol funcione.
Concorda com rebaixamento de clubes que não cumprem os compromissos para poderem renegociar suas dívidas?
Os clubes precisam quitar suas dívidas. E os clubes que assinaram esse compromisso devem cumprir a lei.
O governo anterior estava rediscutindo o estatuto do torcedor, para aumentar a punição de clubes na questão de briga de torcidas. O senhor já tomou conhecimento?
Participei da discussão de projetos sobre futebol no Congresso. Eu vou reunir nos próximos dias com a equipe da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor para que a gente estabeleça o combate à violência nos estádios como prioridade. É intolerável que as pessoas se matem nos estádios. É intolerável que um pai, uma mãe, não tenham segurança de levar seu filho.
Ministro Leonardo Picciani recebe convite para palestrar na Unirio
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Publicado em Terça, 17 Maio 2016 18:38
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, recebeu nesta terça-feira (17.05), em Brasília, a visita do professor Dr. Aurélio Wander Bastos, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Durante a visita de cortesia, Bastos convidou Picciani para palestrar na instituição de ensino superior.
Foto: Roberto Castro/ME
Dr. Aurélio Bastos, que já foi secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, entre os anos de 1995 e 1997, falou sobre o carinho que sente por Picciani. “O Leonardo é um sujeito de grande coração. Ele foi um excelente aluno, muito dedicado. Eu tinha muita esperança na carreira dele. Tinha certeza de que ele seria um advogado e um profissional de sucesso”, afirmou o professor.
Na época em que o ministro Picciani cursou Direito na Universidade Cândido Mendes (Ucam), o Dr. Aurélio Bastos foi seu professor. Bastos atuou ainda como presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel). É também ex-conselheiro da OAB/RJ e autor de vários livros nas áreas de atuação do escritório.
Ascom – Ministério do Esporte
Atletas do Time Brasil passam por Programa de Integração para os Jogos Rio 2016
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Publicado em Terça, 17 Maio 2016 18:07
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) reuniu nesta terça-feira (17.05), em sua sede no Rio de Janeiro, mais de 50 atletas classificados ou com chances de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Este é o terceiro encontro do Programa de Integração Time Brasil 2016, que tem o objetivo de informar aos atletas os preparativos da entidade para a Missão Brasileira e promover a troca de experiências entre os atletas.
Foto: Maurício Cascardo/COB
O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, e Bernard Rajzman, chefe da missão brasileira para os Jogos Rio 2016, recepcionaram os atletas na abertura do evento, que contemplou atletismo, boxe, canoagem slalom, esgrima, lutas, taekwondo, tiro esportivo, vela e vôlei de praia.
Os atletas participaram de dinâmicas e assistiram a palestras com informações sobre todos os aspectos da Missão Brasileira para os Jogos Rio 2016, como Vila Olímpica, Espaço Time Brasil, uniformes, transporte, treinamento entre outros.
“Nada se compara a estar em uma edição de Jogos Olímpicos. É uma experiência e uma emoção diferente. Gostaria de transmitir confiança para vocês, que já passaram por um longo caminho até chegar aqui, e ainda terão uma nova estrada pela frente. Vocês são a razão de ser dos Jogos Olímpicos e o futuro do esporte brasileiro”, afirmou Nuzman.
Além da troca de experiências entre eles, os atletas também participaram de um bate papo com Gustavo Kuerten. Um dos principais tenistas brasileiros da história e tricampeão em Roland Garros, Guga falou sobre suas participações olímpicas em Sydney 2000 e Atenas 2004, o que pode acontecer no entorno do atleta durante os Jogos e oportunidades e cuidados que todos devem ter antes, durante e até mesmo após os Jogos. O encontro também contou com a presença do ator Rodrigo Lombardi e do cantor Toni Garrido, padrinhos do Time Brasil.
“Sempre tenho muito orgulho quando me aproximo desse ambiente olímpico. É importante compartilhar experiências com esses atletas já antevendo o que pode acontecer nos Jogos, tirar um paradigma aqui ou ali da cabeça e criar novas ideias. Esse momento dos Jogos é extraordinário e cada detalhe é muito valioso. É preciso ter um orgulho enorme de fazer parte dele, se comprometer e colocar sua atenção e foco na rotina do dia-a-dia”, afirmou Guga.
Joice Silva, da luta olímpica, participou de Londres 2012 e já está classificada para a Rio 2016 na categoria até 58kg. Para Joice, a integração é importante para tirar dúvidas e manter o espírito de amizade e cooperação entre os atletas. “É fundamental, principalmente para quem vai participar pela primeira vez dos Jogos. É o momento que temos para esclarecer pontos importantes e lembrar de outros que já aconteceram. Além de ser uma oportunidade para encontrar outros atletas, já que cada um tem o seu local de treinamento. É aqui que temos a chance de nos conhecer, familiarizar e criar uma amizade”, afirmou a primeira brasileira a conquistar o ouro da luta olímpica em Jogos Pan-Americanos, em Toronto 2015.
Um dos atletas que irá participar pela primeira vez dos Jogos Olímpicos é Pedro Solberg, do vôlei de praia, presente à ação desta terça-feira. “É muito boa essa oportunidade de escutar quem já passou por experiências que eu não vivi. Sei que teremos situações de pressão e de novidades nos Jogos. Ouvir atletas que tiveram bons resultados e que passaram bem por essas situações é muito legal”, disse Solberg, que estreará nos Jogos com formando dupla com Evandro, também presente ao encontro.
Sede dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Brasil contará com uma delegação recorde na competição. Nesse momento, o país já tem 434 vagas garantidas.
Fonte: COB
Ascom – Ministério do Esporte
Brasil disputa Jogos Universitários Sul-Americanos na Argentina
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Publicado em Terça, 17 Maio 2016 17:46
Foto: Divulgação
Cerca de 1,5 mil alunos-atletas de dez países da América do Sul disputam, a partir do próximo domingo (22.05), em Miramar, na Argentina, os Jogos Universitários Sul-Americanos. A delegação brasileira conta com 73 atletas, de 12 estados, que disputarão provas de natação, atletismo, tênis de mesa, tênis, basquete 3x3, voleibol e futebol.
A nadadora Luana Obino Ribeiro, 19, é uma das atletas destaque do Brasil. A nadadora do UniCeub-DF promete levar toda a sua bagagem de participações internacionais para dentro da piscina do Sul-Americano. “Estou treinando forte para melhorar meus tempos e trazer o maior número possível de medalhas para o Brasil”, disse.
Luana conta no currículo provas no Mundial Júnior de Natação (Dubai 2013), evento-teste dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e MultiNations em Portugal. No desporto universitário, a nadadora subiu ao pódio em cinco provas nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) 2015: ouro (200, 100 e 50 metros livre) e prata (100 e 50m borboleta).
Os Jogos Universitários Sul-Americanos serão disputados entre 22 e 27 de maio. O evento será disputado por: Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Peru e Equador. Os atletas irão encarar as provas de natação, tênis, handebol, futsal, futebol 11, basquetebol 3x3, atletismo, tênis de mesa e voleibol.
Segundo o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) e vice-presidente da Federação Internacional do Esporte Universitário (FISU), Luciano Cabral, a principal proposta com os Jogos Universitários Sul-Americanos é restabelecer o desporto universitário na América do Sul, colocando os esportes educacionais como os principais atores do processo de formação.
“Temos certeza de que, no futuro, o desporto universitário será o último passo na educação dos nossos atletas, servindo também como uma oferta para que os alunos possam competir durante a vida acadêmica, dando a eles a possibilidade de ter uma profissão para além da sua vida desportiva”, disse o dirigente.