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As incríveis histórias dos medalhistas brasileiros no tiro com arco em Toronto

Jane Gögel conquistou o ouro no arco composto para atletas sentados. (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)Jane Gögel conquistou o ouro no arco composto para atletas sentados. (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)

“Ela não atira. Ela joga”. Assim, sem legenda, a frase dos colegas de tiro com arco sobre Jane Gögel não parece dar liga. Mas, quando aplicada para definir o caminho dela até o ouro no tiro com arco para atletas sentados no Parapan de Toronto, faz todo o sentido. Goiana de nascimento e por insistência, Jane tem histórico de campeã, mas não com um arco e flechas em punho. Ela já somava três ouros em Jogos Parapan-Americanos, todos pela Classe 9 do tênis de mesa, para andantes, conquistados em 2007, no Rio, e em 2011, no México. Com raquete e bolinhas, foi quarta colocada nas Paralimpíadas de Pequim (2008) e de Londres (2012). E estava com a vaga encaminhada para seguir a trilha em Toronto.

A insistência citada acima, contudo, mudou radicalmente os verbos que ela conjuga no mundo esportivo. Trocou o jogar, do tênis de mesa, pelo atirar, do tiro com arco. Mas a troca não foi bem interiorizada, e ela insiste, no cotidiano de 300 a 400 tiros diários, seis vezes por semana, em dizer joga. E como jogou em Toronto. Na final contra a canadense Karen Van Nest, somou 140 pontos dos 150 possíveis nos disparos contra o alvo a 50 metros de distância, recorde da competição. Van Nest ficou com a prata, com 132. O bronze foi para Martha Chavez, dos Estados Unidos.

“No fim, deu tudo certo. Houve um momento em que tive de decidir. Não podia mudar de cidade para ficar na equipe permanente, em Piracicaba (SP). E ir e voltar com frequência estava difícil. Eu não estava rendendo. Não queria largar o esporte, mas queria um que pudesse praticar em Goiânia. E encontrei o tiro com arco”, explicou Jane, que começou a atirar muito recentemente em janeiro de 2015. “Agora é bola para frente porque o Rio 2016 está chegando e quero estar bem lá”, completou.

O crescimento técnico acelerado impressiona até mesmo o técnico dela, Henrique Campos. “É uma ascensão rápida, que nos dá muita esperança para 2016. Ela não está para brincadeira. É persistente de verdade. Quer treinar enquanto puder. Às vezes, só para por falta de iluminação. E tem um componente que ajuda demais: ela já veio para nós com a facilidade da mentalidade, de lidar bem com pressão, de ser tranquila em situações de tensão. O tiro com arco é técnica e parte mental”, afirmou o treinador.

Luciano Rezende faturou a medalha de ouro no arco recurvo. (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)Luciano Rezende faturou a medalha de ouro no arco recurvo. (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)Da apreensão ao choro de alívio
Era o último tiro de uma disputa de cinco games para definir o ouro no arco recurvo no Parapan de Toronto. O maranhense de Balsas Luciano Rezende precisava de uma pontuação melhor que sete para bater Eric Bennet, dos Estados Unidos. São 20 os segundos para executar o disparo em direção ao alvo posicionado a 70 metros de distância. Quando faltavam 12s, ele não gostou do jeito que encaixou a flecha. Houve um murmúrio geral de apreensão nas arquibancadas da Universidade de York, porque parecia que a flecha caíra. Mas não. Luciano desmontou o conjunto, armou novamente com a pressa que o tempo exigia, apontou, soltou a flecha e acertou “na mosca”. Um dez de ouro e de vaga da modalidade para os Jogos Rio 2016.

“Este último não fui eu, foi Deus”, afirmou. “Era um tiro mal armado. Quando acontece, é melhor voltar e fazer de novo. Eu olhei o tempo, vi que ainda dava, porque no treinamento eu sabia que dez segundos seriam suficientes, coloquei novamente a flecha no lugar e soltei. Saí de terceiro na classificatória para o ouro”, afirmou o atleta, que tinha feito o caminho inverso quatro anos atrás, em Guadalajara. “Lá, terminei em primeiro na fase preliminar e acabei perdendo nos combates para um americano que no ano anterior havia sido campeão mundial”.

A final teve todos os ingredientes de emoção mesmo antes do tiro final. Luciano venceu os dois primeiros games e, como cada um vale dois pontos, abriu 4 x 0 sobre Bennet. O americano, no entanto, recuperou-se nos dois games seguintes e levou a decisão à quinta parcial. “Assim fica mais especial, tanto para mim quanto para vocês”, brincou Luciano, que começou a treinar em 2009, pratica a modalidade no Clube do Exército, em Brasília, seis vezes por semana, e sonha com o Rio.

“O momento é de ter foco maior nos Jogos de 2016. Os principais atletas estão na Europa. Temos de fazer um treinamento forte”, disse o atleta, que conta com o acompanhamento de nutricionistas e psicólogos na preparação. Acompanhamento que aparentemente mostrou eficiência no Canadá, já que ele conseguiu controlar a tensão e a emoção para a hora certa. Só extravasou os sentimentos em um choro emocionado após receber a medalha e conceder entrevistas.

Saga esportiva por qualidade de vida
Thaís Silva e Carvalho não levou o ouro, mas o sorriso aberto e o capricho de se maquiar para ir ao pódio receber a prata denotam o quanto a medalha tem significado transcendente na história recente da atleta, que passou por cirurgia em 2012, perdeu o pai em 2013 e optou por amputar parte da perna direita por razões clínicas em 2014.

Thaís Silva e Carvalho foi prata no arco recurvo. (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)Thaís Silva e Carvalho foi prata no arco recurvo. (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)

"Tive de parar de treinar algumas vezes nesse ciclo, mas agora acabou. Estou feliz demais. Claro que queria o ouro. Mas já é um passo a mais no tiro com arco. E estar na final valeu a segunda vaga paralímpica da classe para o país. Vamos para o Mundial na Alemanha, agora, buscar a terceira vaga, porque o país-sede já tem uma garantida", afirmou.

Thaís viveu durante muito tempo as complicações de uma fratura não calcificada na tíbia direita, sofrida aos três anos de idade, que fez com que a perna chegasse a ficar 12 centímetros mais curta do que a outra. "A amputação veio, foi uma decisão que tomei e que me trouxe mais qualidade de vida", disse.

Na decisão, Thaís perdeu o ouro para a norte-americana Natalie Wells, por 6 x 2. O bronze ficou com Kinga Kiss-Johnson, também dos Estados Unidos. A única coisa que deixou Thaís com um quê de decepção foi ter perdido o primeiro tiro da disputa e ter feito outro disparo mal sucedido, de cinco pontos entre os dez possíveis, na parte final da competição.

"São momentos. A ideia é tentar esquecer a flecha já atirada e seguir adiante. No fim, acho que meu desempenho foi abaixo do que gostaria, mas não dá para comparar aquilo que você faz em treino com algo que envolve tanta coisa. Lá, na hora, eu não estava ouvindo ninguém. Estava focada no alvo. Concentrada, com o objetivo de tentar esquecer o restante. Tem muito o que melhorar", afirmou a atleta de 23 anos, que nasceu e treina em Brasília.

Evolução de "300%"
Com os resultados, o tiro com arco brasileiro terminou em segundo lugar no quadro de medalhas específico da modalidade em Toronto, com dois ouros e uma prata. "Uma evolução de 300%", brincou um dos técnicos da equipe, Henrique Campos, em referência ao fato de que o país não havia chegado ao pódio quatro anos antes, em Guadalajara. Os Estados Unidos somaram oito medalhas, com dois ouros, duas pratas e quatro bronzes. O Canadá terminou em terceiro, com uma prata.



 

Gustavo Cunha, de Toronto, Canadá - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Brasil conquista sete ouros e seis pratas no tênis de mesa no Parapan

O terceiro dia das partidas de tênis de mesa nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto foi marcado por um enorme sucesso dos brasileiros, que faturaram 13 medalhas: sete ouros e seis pratas. A supremacia do país foi tamanha que em três finais – nas classes individuais 3, 7 e 10 masculinas – foram disputadas com brasileiros nos dois lados da mesa. Os pódios ajudaram o Brasil a disparar na liderança do quadro de medalhas.

Na classe 10, Carlos Carbinato Júnior conquistou o ouro ao derrotar Cláudio Massad por 3 x 0 (11/4, 11/7 e 14/12). O mesmo placar marcou a vitória de David Freitas sobre Welder Knaf (11/6, 11/8 e 11/7). A decisão mais equilibrada envolvendo brasileiros foi na classe 7, entre Paulo Salmin e Israel Stroh. Foram necessários cinco sets para que Salmin vencesse, por 3 x 2, com parciais de 6/11, 13/11, 8/11, 11/5 e 11/5.

Os outros ouros vieram na classe 1, após Aloisio Lima derrotar o cubano Yunier Fernandez na final; na classe 8, com a vitória de Luiz Guarnieri sobre o norte-americano Ming Chui na decisão; na classe 5, com Claudimiro Segatto; e na classe 4, com Joyce Oliveira. As demais pratas do dia foram arrebatadas por Ezequiel Babes (classe 4), Thais Fraga (classe 3) e Maria Pereira Passos (classe 5).

Com os resultados desta segunda-feira, o Brasil chega a 24 medalhas no tênis de mesa em Toronto e já iguala a campanha da modalidade nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011, quando o país conquistou 12 ouros. No Canadá, o país já somou 10 ouros, mas ainda restam sete pódios em disputa na maior cidade canadense.

Tri da classe 5
Na classe 5 (cadeirantes), o curitibano Claudimiro Segatto (foto) não sentiu a pressão do favoritismo e, nesta segunda-feira, sagrou-se, de forma invicta em Toronto, tricampeão dos Jogos Parapan-Americanos. Com isso, ele assegurou seu lugar nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Foto: Divulgação/CBTMFoto: Divulgação/CBTM

A conquista teve um sabor especial para o paranaense, muito diferente das outras conquistas. “Para mim esse é o principal evento da minha vida. Já estive em duas Paralimpíadas, fui campeão de dois Jogos Parapan-Americanos, mas poder me classificar para jogar em casa, contar com a minha família e os meus amigos torcendo e toda a torcida brasileira, vai ser show de bola”, comemorou Claudiomiro.

Número 16 do ranking mundial da classe 5, Claudiomiro, que foi forçado a se afastar da Seleção Brasileira por um tempo devido a questões familiares, fez questão de agradecer ao comando técnico da Seleção. “Eu fui para Brasília fazer parte da Seleção permanente e levei minha família. Mas a minha filha tem problemas respiratórios e não se adaptou ao clima de Brasília, então tive que voltar. No começo do ano, eles me deram oportunidade de novo de fazer parte (da Seleção), mas de uma outra forma, treinando na minha cidade. Estou muito feliz por isso e minha forma de agradecer é essa (com o titulo em Toronto)”, destacou Segatto, que atualmente mora em Curitiba.

A campanha do brasileiro no Canadá foi impecável: duas vitórias na fase de grupos, diante do canadense Muhammad Mudassar (3 x 0) e do argentino Elias Romero (3 x 1). Na sequência, mais dois triunfos sobre argentinos: Daniel Rodrigez na semifinal, por 3 x 1, e Mauro Depergola na decisão, por 3 x 0 (parciais de 11/7, 11/6 e 11/4).

“Eu entrei com uma estratégia pronta, porque ele é um atacante nato. Então o meu objetivo era neutralizar o ataque dele e graças a Deus deu certo. Puxei o jogo pra baixo, não deixei ele abrir e nos momentos que ele conseguiu abrir eu consegui contra atacar”, analisou o mesatenista.

Superação e ouro na Classe 4
Na classe 4 (também para cadeirantes), Joyce Oliveira (foto) teve de superar a dor para conquistar nesta segunda-feira o bicampeonato individual nos Jogos Parapan-Americanos. Há quatro meses, a paulista, de 25 anos, sofre por conta de um parafuso deslocado que está atingindo um nervo na região lombar. A cirurgia vinha sendo adiada por conta de um sonho que ela acaba de realizar: levar o título e garantir sua vaga nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Foto: Divulgação/CBTMFoto: Divulgação/CBTM

A conquista de Joyce foi a quarta medalha de ouro da Seleção Brasileira em Toronto. No domingo (09.08), Danielle Rauen, Cátia Oliveira e Iranildo Espíndola já haviam subido ao topo do pódio.

Joyce chegou invicta à última rodada do grupo único, assim como a mexicana Martha Verdin. Na véspera da decisão, a dor preocupava a brasileira, que passou por uma sessão de fisioterapia durante a noite que lhe deixou 100% para a final.

“Ontem, estava nervosa para jogar com ela porque estou com dor. A dor estava na minha cabeça, mas treinei e sabia que podia ganhar. A fisioterapia me ajudou muito. Tenho que agradecer à (fisioterapeuta) Andressa, que me ajudou durante todos esses dias e me fez chegar bem hoje”, disse a campeã.

Na mesa, Joyce não deu chances à adversária. Impôs seu jogo de velocidade e dominou a partida do início ao fim, vencendo por 3 x 0, parciais de 11/8, 11/3 e 11/8. A última rodada coroou uma campanha impecável da brasileira, que já havia superado a norte-americana Jennifer Johnson e as venezuelanas Yoleidy Andrade e Maria Molero, todas por 3 x 0.

Disposta a buscar o segundo ouro individual no Parapan – já havia sido campeã em Guadalajara, no México, há quatro anos –, Joyce encarou a dor. Mas nem sempre ela resistiu. A mesatenista chegou a viajar para a disputa dos Abertos da Eslovênia e da Eslováquia, em maio, mas não teve condições de competir.

“Há quatro meses estou me tratando. Cheguei a viajar, mas não consegui jogar por causa da dor. Treinei um mês para vir para cá e deu certo. Lidei dia a dia com a dor, trabalhando o psicológico, porque queria estar aqui. Não tinha como não treinar para vir”, disse.

Sua prioridade no retorno ao Brasil será a cirurgia, para que possa iniciar o quanto antes a preparação para os Jogos Rio 2016. “Quero fazer a cirurgia para em dois meses já voltar a treinar e poder mostrar o meu melhor em 2016. É para isso que estou treinando”, avisou.

Fonte: brasil2016.gov.br, com informações da CBTM

Ascom - Ministério do Esporte
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Nawal El Moutawakel destaca sucesso dos eventos-teste do Rio 2016

Na abertura da plenária da nona visita ao Rio de Janeiro da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Rio 2016 (Cocom), nesta segunda-feira (10.08), Nawal El Moutawakel destacou o sucesso dos eventos-teste já realizados na cidade.

Foto: Matthew Stockman/Getty ImagesFoto: Matthew Stockman/Getty Images

“Os eventos-teste já estão em curso. Quatro deles foram realizados com pleno sucesso e outros três ainda serão realizados nos próximos dias. Esta visita da Comissão de Coordenação ocorre em um momento muito especial: as equipes estão enfrentando vários desafios e aprendendo importantes lições para os Jogos Olímpicos. Este momento também é uma grande oportunidade para o Rio e para o Brasil de mostrar as habilidades e o estágio de evolução das obras que alcançaram um ano antes dos Jogos. Vocês estão no caminho certo”, disse a presidente da Comissão.

Participam das reuniões da Comissão de Coordenação o secretário executivo do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), do Comitê Organizador Rio 2016 e dos governos estadual e municipal.

Nawal acrescentou que as instalações estão sendo entregues no prazo correto para os eventos-teste. Aqueles que foram realizados nos últimos dias – Finais da Liga Mundial de Vôlei (de 15 a 19 de julho), Etapa do Rio do Mundial de Paratrialo (1º de agosto), Aquece Rio Qualificatório de Triatlo (2 de agosto), Mundial Junior de Remo (5 a 8 de agosto) e o Aquece Rio Concurso Completo de Equitação (6 a 9 de agosto) – segundo ela, foram bem recebidos pelos atletas e pelas federações internacionais.

Os próximos eventos-teste marcados para agosto são: Aquece Rio Regata Internacional de Vela (15 a 22 de agosto), Aquece Rio Desafio Internacional de Ciclismo de Estrada (16 de agosto) e Aquece Rio Evento Internacional de Maratona Aquática (22 e 23 de agosto).

Ao final do discurso, a presidente da Comissão de Coordenação exaltou o trabalho que vem sendo realizado, bem como a integração entre os diferentes entes envolvidos. Nawal disse ainda que está confiante de que “o melhor ainda está por vir, mas ainda há muito trabalho a fazer”.

“A gente presta satisfação de como estão os equipamentos olímpicos, como estão as operações, em um grau de detalhamento muito grande. Mais uma vez, as coisas estão caminhando super bem, o clima é de otimismo e de atenção, já que o evento é um enorme desafio. A gente está entrando em uma fase muito mais de operação do que de construção. Os equipamentos olímpicos estão todos no prazo e cada vez mais o desafio é de operação”, disse o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes.

A nona visita da Cocom se encerra na quarta-feira (12.08) com uma coletiva de imprensa.

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Na Bahia, CPJ recebe maior competição júnior de luta olímpica do planeta

Centro Pan-Americano de Judô (CPJ), instalação esportiva que faz parte da Rede Nacional de Treinamento, será palco da maior competição júnior de luta olímpica do planeta. Pela primeira vez na América do Sul, o Campeonato Mundial Júnior de Wrestling 2015 contará com a presença de 600 atletas, de 59 países. O mundial acontecerá entre os dias 11 e 16 de agosto, na cidade de Lauro de Freitas, na Bahia.  

Voltado para lutadores com idade entre 18 e 20 anos, o evento terá dez representantes do Brasil: seis do estilo greco-romano e quatro do estilo livre feminino.  Para o presidente da Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA), Pedro Gama Filho, o Mundial é uma oportunidade para divulgação e desenvolvimento do esporte. “Nossos atletas terão uma experiência única e tenho certeza que essa geração da luta olímpica brasileira vai nos dar muitas alegrias no tapete”, afirmou.

Na Bahia, a maioria dos atletas da nova geração da luta olímpica está no primeiro ano da categoria júnior. No estilo greco-romano estão os medalhistas de prata no pan-americano Júnior 2015: Guilherme Evangelista, até 84kg, e Douglas Rocha, até 96kg. Participarão também do campeonato Joílson Júnior, até 66kg, e Calebe Corrêa, até 60kg, e Brenda Palheta do estilo livre feminino, até 63kg.

CPJ
O Centro Pan-Americano de Judô é um complexo de 20 mil m² de área construída e conta com ginásio climatizado, quatro áreas oficiais para competições, arquibancadas para 1.900 pessoas, salas de apoio, restaurante, vestiários e academia. Há ainda um prédio administrativo, com auditório para até 200 pessoas, e alojamentos para 72 atletas. O local tem ainda quadra poliesportiva, piscina e pista de corrida de 100m.

O CPJ é resultado de um investimento de R$ 43,2 milhões – R$ 18,3 milhões do estado da Bahia, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e R$ 19,8 milhões do Ministério do Esporte. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) aportou outros R$ 5,1 milhões para o projeto executivo e para a compra de uma parte dos equipamentos e mobiliário.


Confira a programação do Campeonato Mundial Júnior 2015:

Dia 11 - Estilo greco-romano categorias até 50kg, até 60kg, até 74kg e até 96kg
Eliminatórias às 10h – cerimônia de abertura às 19h e finais a partir das 19h30  
 
Dia 12 - Estilo greco-romano categorias até 55kg, até 66kg, até 84kg e até 120k
Eliminatórias às 10h e finais às 18h

Dia 13 - Estilo livre feminino categorias até  44kg, até 51kg, até 59 kg e até 67kg  
Eliminatórias às 10h e finais às 18h
 
Dia 14 - Estilo livre feminino categorias até 48kg, até 55kg, até 63kg e até 72kg
 Eliminatórias às 10h e finais às 18h

Dia 15 -  Estilo livre masculino categorias até 50kg, até 60kg, até 74kg e até 96kg
Eliminatórias às 10h e finais às 18h

Dia 16 - Estilo livre masculino categorias até 55kg, até 66kg, até 84kg e até 120kg
Eliminatórias às 10h e finais às 18h


Ascom – Ministério do Esporte, com informações da CBLA
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Aquece Rio: atletas destacam estrutura de Deodoro após evento-teste de hipismo

O Aquece Rio - Concurso Completo Internacional terminou neste domingo (09.08), no Centro Nacional de Hipismo, em Deodoro, do mesmo jeito que começou: recebendo elogios. Depois de dirigentes e membros de outros países que vieram ao país observar o evento-teste avaliarem positivamente a estrutura que vai receber os Jogos Olímpicos em 2016, os atletas brasileiros que competiram também se mostraram satisfeitos com o que viram ao longo dos três dias de disputas.

Foto: Gabriel HeusiFoto: Gabriel Heusi

O título do evento-teste ficou com Márcio Jorge, medalhista de prata e de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O cavaleiro completou a prova de salto neste domingo sem faltas e confirmou o título com um total de 44.50 pontos de penalização. O segundo lugar ficou com Márcio Appel, com 63.30, e o terceiro foi para Marcelo Tosi, com 67.20.

Além de comemorar o título, Jorge voltou a enfatizar a qualidade do evento em termos de estrutura e organização. “Funcionou super bem, está um espetáculo. Não precisa mudar nada. O cross (country) está muito legal, os cavalos ficaram bem alojados. Agora é só continuar o trabalho duro que estão fazendo até aqui”, comentou o campeão do Aquece Rio.

Para ele, a única coisa que pode melhorar não pode ser controlada. “Se desse para falar com São Pedro para fazer menos calor...”, brincou o cavaleiro, ao ressaltar as altas temperaturas do inverno do Rio de Janeiro.

Foto: Gabriel HeusiFoto: Gabriel HeusiSegundo colocado na competição, que reuniu provas de adestramento, cross-country e saltos, Márcio Appel seguiu a mesma linha de Jorge em relação ao sucesso do torneio realizado no Centro Nacional de Hipismo.

“Foi maravilhoso. Acho que surpreendeu a todo mundo. Conversei bastante com o pessoal de fora e ficaram todos surpresos. Os comentários foram muito positivos. Tivemos delegações do mundo inteiro aqui e as instalações estão excelentes”, elogiou. “Acabou o medo da doença (mormo) também, viram que estamos totalmente isolados”, acrescentou o atleta, citando o problema que causou polêmica antes da competição.

Outros competidores que também saíram satisfeitos de Deodoro foram Nilson da Silva, quinto colocado no geral, e Serguei Fofanoff, sexto. “Foram três dias de um evento de primeiro mundo. O que a gente tem aqui é o que tem nas melhores pistas da Europa e dos Estados Unidos. Não deixamos a desejar a ninguém. Estamos no caminho certo. Estão todos de parabéns: a Confederação, a organização e o Ministério do Esporte”, destacou Nilson. “Venho aqui desde moleque, conheço o lugar há mais de 30 anos e está muito melhor do que eu esperava. Fora de série”, completou Fofanoff.

Após os Jogos, os atletas esperam que o Centro Nacional de Hipismo e sua nova estrutura sirvam para seguir melhorando o desempenho do Brasil na modalidade. “Não têm obstáculos e pistas melhores do que estas. Vai ser um legado para o nosso esporte. É responsabilidade nossa manter isso aqui, conservar o que deixaram. É uma missão de todos nós”, afirmou Márcio Appel.

Foto: Gabriel HeusiFoto: Gabriel Heusi

Vagner Vargas, do Rio de Janeiro – brasil206.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Brasil bate recordes e conquista mais onze medalhas na natação do Parapan

Revezamento misto. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)Revezamento misto. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)

No segundo dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, o Brasil exibiu mais uma vez a hegemonia que tem na natação. Ao todo, foram 11 medalhas para o país, sendo sete ouros, uma prata e três bronzes. Entre as conquistas no Centro Aquático, os atletas protagonizaram uma dobradinha nos 400m livre S9 e um repeteco do ouro de Guadalajara-2011 no revezamento misto 4x50m livre 20 pontos. Das 15 provas que valiam pódio, o Brasil ganhou medalhas em nove, batendo recordes e se mantendo na liderança dos Jogos.

"A prova foi muito dolorida, mas muito boa. Sem dúvida, dedico este ouro ao meu treinador e a toda a estrutura que temos à disposição. Fiz um treinamento que fez toda a diferença nos resultados. A competição está só começando e vamos para cima de todo mundo”, adiantou Ruiter Silva, campeão nos 400m livre S9, prova que ainda deu a prata a Vanilton Nascimento.

Francisco Avelino na final dos 100m livre S8. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)Francisco Avelino na final dos 100m livre S8. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)O quarteto formado por Joana Neves, Estefhany Rodrigues, Daniel Dias e Clodoaldo Silva assegurou o ouro ao país no revezamento misto 4x50 livre 20 pontos. “Vamos batalhar para garantir que no Rio tenhamos novamente uma grande conquista. Em 2016 teremos este mesmo revezamento e esta é uma fórmula que tem dado certo. Estamos treinando cada vez mais para garantir medalhas”, contou o multimedalhista Daniel Dias, que hoje chegou ao seu 21º ouro no torneio continental.

Se para ele o topo do pódio já não é uma grande surpresa, Camille Rodrigues comemorou bastante o resultado que conseguiu na piscina, ao melhorar o tempo nos 400m livre S9 em sete segundos, em relação ao que vinha treinando. “Me sinto muito feliz em ser campeã parapan-americana. Eu esperava a prata, mas fui pra cima e fiz exatamente o que tínhamos planejado. Acabei me saindo muito melhor”, festejou.

Os três bronzes do dia foram para Francisco Avelino, nos 100m peito SB4, Cecilia Araújo, nos 50m livre S8, e Estefhany Rodrigues, nos 100m peito SB5.

Dia de recordes
Caio Amorim nadou hoje os 400m livre S8 e faturou o ouro com direito a recorde parapan-americano. "Esta prova, com este tempo, teria dado medalha em Glasgow (mundial da modalidade)”, analisou o nadador, que bateu em 4min25seg10. No sábado (8.08), o atleta tinha sido desclassificado. “Isso ficou na minha cabeça, mas, graças aos meus amigos e à família, consegui descansar e chegar com muita vontade para me redimir. Agora estou na briga por medalhas para 2016”, completou.

O dia em Toronto ainda registrou a quebra dos recordes das Américas com Paloma Sampaio, nos 100m peito SB5 (1min59seg32); Roberto Alcalde, nos 100m peito SB5 (1min35seg47); e Raquel Viel, nos 100m costas S13 (1min16seg33). “Em 2011 eu fiquei muito perto da medalha, mas foi um ano ruim para mim. Esta é a primeira vez que consigo medalha no Parapan e é uma felicidade muito grande. É uma barreira que se quebra”, comentou Roberto Alcalde.

De olho em 2016
O Parapan de Toronto está evidenciando a força do Brasil na natação, já com foco nas Paralimpíadas do Rio 2016. A modalidade terá um papel crucial para que o país cumpra a meta de terminar os Jogos do ano que vem entre os cinco primeiros no quadro geral de medalhas. Assim, o governo federal tem investido fortemente na preparação dos nadadores por meio dos programas Bolsa-Atleta e Bolsa Pódio e de convênios firmados com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

“Sou atleta do Bolsa Pódio e agora vivo, finalmente, do esporte, me dedicando 100% à natação. Com o benefício me sinto muito bem assessorado e tenho que me preocupar somente em nadar”, disse Roberto. Todos os 28 atletas que disputaram medalhas neste domingo são contemplados com algum dos programas. No total, 241 nadadores do Brasil são beneficiados por um investimento que totaliza R$ 5.942.025.   

Além dos programas de apoio direto aos atletas, o Ministério do Esporte firmou um convênio com o CPB no valor de R$ 1,8 milhão para a participação do Brasil no Parapan. Outros dois são destinados à preparação para os Jogos Rio 2016 e chegam a R$ 40 milhões. Desde 2010, foram celebrados 16 convênios com o CPB que, somados, chegam a R$ 62,8 milhões.

“A Bolsa-Atleta ajuda bastante. A gente usa o dinheiro para investir no esporte e em treinamentos. Qualquer valor financeiro faz a diferença. Ser atleta não é fácil, pois temos muitos gastos e o ministério dá essa ajuda necessária”, afirmou Camille Rodrigues, que se diz confiante para as Paralimpíadas. “Com o ouro de hoje e o tempo que fiz, vejo mais o Rio 2016 do que via anteriormente”, concluiu.

Leonardo Dalla, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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Intercâmbio com o vôlei olímpico faz modalidade crescer na versão sentada

Equipe brasileira de vôlei sentado feminino durante a estreia da modalidade no Parapan. Foto: Washington Alves/MPIX/CPBEquipe brasileira de vôlei sentado feminino durante a estreia da modalidade no Parapan. Foto: Washington Alves/MPIX/CPB

Modalidade estreante em Parapan-Americanos, o vôlei sentado feminino busca se popularizar no continente. No Brasil, atletas e técnicos da versão olímpica ajudam na profissionalização da modalidade. Das 12 jogadoras que representam a seleção em Toronto, metade jogou da forma convencional.

O próprio presidente da Confederação Brasileira de Vôlei para Deficientes (CBDV), Amauri Ribeiro, ex-jogador da seleção olímpica, convidou o atual treinador da equipe feminina do Rio-Sul, que disputa a Superliga, para ser assistente técnico da equipe paralímpica. Spencer Lee topou.

“O vôlei é um esporte brasileiro e elas jogam muito bem. O que precisa para o Brasil alcançar um momento melhor para brigar por medalhas em paralimpíadas e mundiais é um pouco do pensamento do alto rendimento, com profissionalização da estrutura”, analisa Lee, que já vê um crescimento da seleção após o sexto lugar no Mundial de 2014, na Polônia, melhor resultado da história. Ele espera que a troca de experiências possa desenvolver ainda mais o vôlei sentado feminino.

“A expectativa é de que essa mistura possa dar uma condição melhor nas Paralimpíadas do ano que vem e que a gente consiga brigar por medalha. Será um legado se a gente conseguir que o vôlei paralímpico brasileiro seja uma escola, uma referência, como é no olímpico. As conquistas darão essa credibilidade”, projeta o assistente técnico, que coloca Estados Unidos e China como as atuais potências na modalidade.

Equipe brasileira de vôlei sentado feminino durante a estreia da modalidade no Parapan. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)Equipe brasileira de vôlei sentado feminino durante a estreia da modalidade no Parapan. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)

Espelho
Para o técnico da seleção masculina, Fernando Guimarães, irmão do treinador José Roberto, o intercâmbio entre os vôleis têm ajudado em diversos aspectos. “Hoje os meninos estão mais focados, com consciência da importância dos cuidados da parte física, psicológica, estão tendo uma leitura melhor do jogo, da parte tática. O Anderson, o Fred e o Levi são exemplos. Ouvi uma ou outra pessoa falar que eles iriam tirar espaço dos deficientes, mas não vão. Os deficientes gostam de ver os caras jogarem. É importante este espelho de jogadores que foram profissionais, que sabem o que é ser atleta de alto rendimento”.

O treinador levou a experiência das equipes que passou e tentou adaptar a estratégia para o vôlei sentado. “Eu não inventei nada, a parte tática não muda, o que fiz foi trazer modelos dos times e da seleção feminina que deram certo e a gente tentou adaptar. Temos algumas coisas diferentes, o jogo é mais dinâmico porque é no chão e a bola vai e volta mais rápido. O deslocamento é mais fácil para trás do que para frente, diferentemente de quando se está de pé. Foi um aprendizado que a gente não tinha”.

Primeiro contato
A capitã da seleção feminina, Suellen Lima, nasceu com má formação na mão esquerda, o que não a impediu de disputar jogos regionais de vôlei convencional. Foi durante um desses torneios, em 2006, que ela foi convidada a fazer testes na seleção paralímpica. Para ela, falta ampliar o número de praticantes.

“É uma modalidade em que ainda faltam atletas, principalmente no feminino. Poderia ter um universo maior. A gente sabe que há pessoas com deficiência, mas é difícil encontrar quem queira sentar para jogar. No feminino a gente tem no cenário nacional poucas equipes, poucas meninas”, disse a atacante, que trabalha também como professora de educação física.

A maneira como a atacante Jani Batista começou a praticar a modalidade exemplifica as diferentes formas e as dificuldades de captação de atletas. Em 2007, ela morava em Alvorada do Norte (GO), quando sofreu um acidente de moto que levou os médicos a amputarem sua perna esquerda. Ela foi para Goiânia buscar uma prótese, quando o dono da loja, também amputado, falou sobre o vôlei paralímpico. “Ele me falou que tinha o vôlei sentado. Eu pensei: Como assim? Até então não conhecia. Mas, depois que comecei me apaixonei”.

Captação de talentos
Atleta pioneiro no vôlei sentado brasileiro, Renato Leite sempre praticou esportes. Com mais de 400 jogos pela seleção desde 2002, ele chega ao quarto Parapan e conta que visitava associações médicas e hospitais para deficientes para captar talentos para o vôlei sentado.

“Hoje não consigo mais dar palestras motivacionais, mas minha ideia é levar o movimento paralímpico para escolas públicas. Ainda tem muita gente em casa que não conhece a modalidade. Fiz muito isso até 2011, mas trabalho numa instituição financeira nove horas e depois treino, não tenho mais esse contato”.

Para ele, o vôlei tem uma dificuldade a mais por causa da técnica exigida na modalidade. “O gesto técnico do vôlei não se aprende na infância. São movimentos específicos. Você aprende a correr, saltar desde pequeno. No vôlei não. Quem tem uma base leva vantagem”.

Ele vê uma nova tendência surgindo. “Hoje nosso esporte consegue alcançar várias pessoas, com a divulgação do movimento paralímpico. E atletas do vôlei em pé, com alguma lesão, às vezes praticam o vôlei sentado. Ele passa por uma junta médica que o classifica com deficiência mínima e cada time pode ter dois jogadores dessa classe”.

É o caso de Anderson Ribas, que já ganhou duas Superligas, mas devido a desgastes no joelho começou a jogar o vôlei sentado e é classificado na classe mínima de forma permanente. Com 2,12m, ele explica que demorou a se adaptar ao esporte.

“Eu aprendi a jogar com a perna esquerda na frente, que é a pior, e a direita trabalhando. Ela faz um gancho que permite girar. Meu movimento é do vôlei em pé, meu movimento de braço termina em baixo e tenho que parar em cima. Aqui você bate na bola para cima, ou reto, não para baixo”. Ele conta que o tamanho também dificulta para puxar a perna nos deslocamentos, mas a posição em quadra é pré-estabelecido para ter espaço para todos.

Segundo o assistente técnico Spencer Lee, o Centro de Treinamento Paralímpico que está sendo construído em São Paulo será um marco para as seleções. Hoje a equipe nacional feminina treina em parceria com uma universidade de Guarulhos (SP) e a masculina com uma instituição em São Bernardo (SP), durante alguns dias por mês. “Acredito que quando estiver pronto, daremos um largo passo para essa logística, essa estrutura, que vai facilitar a compreensão sobre a importância do profissionalismo”.

Ao todo, dos 24 atletas das duas equipes que representam o país no Parapan, 21 recebem Bolsa Atleta. No Brasil, são 79 beneficiados no vôlei sentado, o que dá um investimento de R$ 1,4 milhão do Ministério do Esporte.

Gabriel Fialho, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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Brasil vence no vôlei sentado masculino e feminino por 3 sets a 0

Equipe feminina de vôlei sentado superou Cuba por 3 sets a 0. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)Equipe feminina de vôlei sentado superou Cuba por 3 sets a 0. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)

O vôlei sentado feminino estreou em Jogos Parapan-Americanos com vitória da seleção brasileira por 3 sets a 0 sobre Cuba. O Brasil aproveitou da inexperiência das adversárias para fechar o jogo em 50 minutos, com parciais de 25/3, 25/9 e 25/16. "De fato acabou que o jogo foi fácil. Cuba é uma equipe nova no vôlei paralímpico. Por isso, deu para fazer um jogo tranquilo", afirmou a levantadora Adria da Silva.

Apesar da estreia fácil, o Brasil não é o principal candidato ao ouro, segundo as próprias atletas e o assistente técnico Spencer Lee. Vice-campeão paralímpico em 2012 e mundial em 2014, os Estados Unidos levam o favoritismo. “A gente tem a ambição de fazer a final, pegar a prata, porque os Estados Unidos estão em um nível de profissionalização melhor. Estamos nesse caminho, óbvio que isso demanda tempo, e temos que insistir”, analisou.

No masculino, após estrear com vitória por 3 sets a 0 (25/9, 25/4 e 25/8) contra o México, o Brasil voltou a quadra para enfrentar os canadenses. Com a arquibancada parcialmente lotada, o time da casa deu trabalho, mas acabou derrotado também por 3 sets a 0, com parciais de 25/16, 25/15 e 25/23.

Feminino
A seleção começou a partida de forma arrasadora e abriu 11 x 1 em poucos minutos. As cubanas erravam muito na recepção e o Brasil conseguiu fazer dez pontos de serviço ao fim do primeiro set. O terceiro ponto de Cuba veio quando a equipe brasileira já estava com 23. No fim, vitória por 25/3 em 15 minutos.

No segundo set, as cubanas conseguiram equilibrar as ações no início e o Brasil foi para o tempo técnico com 8 x 4 no placar. Mas, com excelente sequência de saques da capitã Suellen, a seleção abriu mais sete pontos. A partir daí, as brasileiras pareceram se desconcentrar por alguns momentos e Cuba aproveitou os erros de ataque para fazer cinco pontos até o fim do set, que terminou em 25/9.

No último set, o técnico José Dantas promoveu quatro alterações. O Brasil fez 3 x 1, mas levou a virada e ficou atrás do placar pela primeira vez. O placar chegou a marcar 6 x 4 para as cubanas, mas as brasileiras retomaram o ritmo e viraram para 8 x 6. Após boas sequências de saque e ataque, a seleção fechou a parcial em 25/16 e o jogo em 3 sets a 0, em 50 minutos de partida.

O próximo compromisso da equipe será nesta segunda-feira (10.08) contra o Canadá às 18h (de Brasília). No encerramento da primeira fase, as adversárias serão dos Estados Unidos, nesta terça-feira (11.08), às 20h (de Brasília).

Fórmula de disputa
O vôlei sentado feminino é disputado por quatro equipes: Brasil, Canadá, Cuba e Estados Unidos. Na primeira fase, todas as seleções se enfrentam para definir os confrontos da semifinal.

Masculino
O Canadá começou o primeiro set disputando ponto a ponto com os brasileiros até o placar de 6 x 4. Na sequência, a seleção fez cinco pontos seguidos e abriu vantagem. Depois disso, a equipe da casa pôs a bola no chão seis vezes, enquanto o Brasil marcou só um ponto, e encostou no marcador: 12 x 10. Mas, em seguida, o time verde e amarelo engatou uma sequência de sete pontos, abriu vantagem novamente e fechou o set em 25 x 16.

No segundo set, o Canadá começou atacando mais forte e chegou ao primeiro tempo técnico em vantagem: 8 x 4. O ponta Anderson saiu reclamando com o time e a bronca deu certo. Na volta, o Brasil empatou, virou e abriu vantagem, chegando ao segundo tempo técnico na frente por 16 x 12. O Canadá parou no fim do set e o Brasil fez uma sequência de sete bolas no chão para fechar em 25 x 15.

O terceiro set foi o mais equilibrado, com as equipes se alternando na ponta até o Brasil virar para 18 x 17 e chegar aos 21 pontos sem deixar os canadenses marcarem. No fim, os donos da casa diminuíram a vantagem, mas a equipe comandada por Fernando Guimarães fechou em 25 a 23. Com a segunda vitória por 3 sets a 0, agora a seleção se prepara para encarar a Costa Rica, nesta segunda-feira (10.08).

Fórmula de disputa
Esta é a quarta edição dos Jogos com disputa do vôlei sentado masculino. As seis equipes (Brasil, Canadá, Costa Rica, Colômbia, Estados Unidos e México) jogam entre si e as quatro primeiras avançam para as semifinais. O Brasil é o atual bicampeão parapan-americano. Além disso, o país foi prata em Mar Del Plata 2003. A seleção ainda foi vice-campeã no Mundial de 2014, na Polônia, perdendo para a Bósnia, uma das potências da modalidade na final.

Regras
As regras do vôlei paralímpico são praticamente as mesmas da versão disputada em pé. São seis jogadores de cada lado, com sets de 25 pontos e, se preciso, um tie break de 15. A diferença é que os atletas devem manter contato com o chão, sentado, mesmo que de lado, em todas as ações, sendo permitido perdê-lo apenas nos deslocamentos.

Gabriel Fialho, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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Onde os "Jurássicos" têm vez: tetra no Parapan, Iranildo vai à quarta Paralimpíada

Iranildo Espíndola conquistou o ouro no Parapan de Toronto. (Foto: Fernando Maia/MPix/CPB)Iranildo Espíndola conquistou o ouro no Parapan de Toronto. (Foto: Fernando Maia/MPix/CPB)

O braço esquerdo de Iranildo Conceição Espíndola é um mapa de uma trajetória vitoriosa no tênis de mesa nacional. Mas um mapa agora impreciso. Ali estão tatuados os símbolos dos Jogos Paralímpicos de Atenas, 2004, de Pequim, 2008, e de Londres, 2012.

Iranildo já se prepara para a nova tatuagem. (Foto: Divulgação/CBTM)Iranildo já se prepara para a nova tatuagem. (Foto: Divulgação/CBTM)Em 2016, o atleta do Distrito Federal vai ter de se virar para incluir o emblema dos Jogos do Rio. Aos 46 anos, ele conquistou o ouro da Classe 2 no Parapan de Toronto, no Canadá. O quarto título continental em sequência, já que tinha feito o mesmo em Guadalajara (2011), Rio (2007) e Mar del Plata (2003). "É bom e ruim, né? Bom porque é a chance de disputar mais uma Paralimpíada. Ruim porque fazer esse troço dói para caramba", brincou.

A medalha foi a terceira de ouro conquistada pelo país no Parapan. Pela manhã, Catia Cristina, na Classe 2, e Danielle Rauen, na Classe 9, também faturaram o título. A modalidade continua mostrando força em Toronto. Neste domingo, o país confirmou quatro bronzes, com atletas que pararam na semifinal, e tem mais 14 medalhas garantidas para as disputas desta segunda. Até dez delas podem ser de ouro.  

A experiência e a maturidade foram citadas pelo técnico de Iranildo, José Ricardo Vale, como ingredientes importantes no processo de Iranildo. No caminho para referendar a conquista, ele enfrentou quatro adversários. Dois deles seus companheiros no centro de treinamento da seleção de cadeirantes, em Brasília: Ronaldo Conceição e Guilherme da Costa. "Ele mostrou novamente que a experiência valeu contra os mais novos", elogiou o treinador. Os outros batidos foram o argentino Carlos Duarte e o venezuelano Luiz Rojas.

"A vivência realmente é um fator, mas não é só. É treinamento, preparação específica para um evento que teoricamente é mais curto, como esse. Todos treinamos juntos, por isso tenho de entrar concentrado, focado desde o início. São poucas partidas, mas partidas importantes".

Com a bagagem de quatro ciclos olímpicos, Iranildo ressalta que esta será a primeira vez em que terá reais condições de enfrentar os adversários em um patamar de treino e estrutura que lhe permita sonhar alto.

"Sou um dos remanescentes, o velhinho do time. Passei por todo o processo. Já tive momentos de ter de abandonar, por falta de apoio, mas aparecia uma luz no fim do túnel e eu seguia. E graças a Deus insisti, porque hoje a gente tem uma estrutura excepcional. Temos os melhores treinamentos, os melhores materiais", afirmou o mesatenista, que recebe a Bolsa Pódio do Governo Federal.

"Eu só tenho a aproveitar tudo isso. É um suporte que me dão para brigar por medalhas. Nas duas primeiras Paralimpíadas fui mero participante. Agora, não", disse. A prata e o bronze serão definidos nesta segunda-feira, já que a categoria é disputada na fórmula de todos contra todos. Iranildo já fez os quatro jogos.

Investimento
Um convênio entre o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa propiciou R$ 2,37 milhões em investimentos no tênis de mesa paralímpico. Os valores foram utilizados para equipar os CTs de Brasília (cadeirantes) e Piracicaba (andantes), e abrangem ajuda de custo e contratação de comissão técnica e consultor estrangeiro para preparação de 15 atletas, além da compra de equipamentos específicos. Há ainda um outro convênio, de cerca de R$ 1,49 milhão, para viagens. Além disso, os seis mesatenistas da equipe paralímpica permanente de Brasília recebem Bolsa-Atleta ou Bolsa-Pódio do Governo Federal.

Categorias
No tênis de mesa paralímpico, os atletas são divididos em 11 classes distintas: das classes 1 a 5 são cadeirantes, das classes 6 a 10 são andantes e na classe 11 são andantes com deficiência intelectual. Quanto maior o número da classe, menor o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada um, da força muscular, de restrições locomotoras, do equilíbrio na cadeira de rodas e da habilidade de segurar a raquete.

Gustavo Cunha, de Toronto, Canadá - brasil2016.gov.br
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Tênis de mesa garante dois ouros no feminino e vagas no Rio 2016

Os suspiros em tom de alívio e as mãos trêmulas ao segurar a raquete para conversar com jornalistas não escondiam: Catia Cristina da Silva Oliveira, de 24 anos, estava com a adrenalina em alta. "Não dá para negar. Eu estava super ansiosa, eufórica. Cheguei a errar bolas inacreditáveis, que jamais perderia em treinos. Mas no fim consegui baixar a tensão e deu super certo", sorriu, ciente de que o ouro conquistado no Parapan de Toronto tinha sabor de passaporte para a Rio 2016.

Passaporte compartilhado entre ela, na Classe 2, voltada para cadeirantes, e a caçula da equipe Danielle Rauen, ouro na Classe 9, para andantes. "Não tenho nem o que falar. De tanto que lutei, de tanto esforço que fiz, nada foi inválido", disse a atleta de 17 anos, que tem artrite reumatoide, que causa atrofia nos músculos e degenera articulações. "O tênis de mesa é como se fosse meu remédio. Tenho de me mexer sempre. Se parar, atrofia. E o tênis de mesa exige o uso de toda a musculatura", explicou.

Danielle teve campanha impecável, com três vitórias por 3 sets a 0, uma delas sobre a companheira de equipe Jennyfer Parinos, que ficou com a prata. O jogo que confirmou o ouro foi diante da argentina Analía Longui. As parciais foram 11/7, 11/2 e 11/6.

Os planos até os Jogos Paralímpicos são subir o máximo que puder no ranking mundial para evitar, na definição da chave no Rio, um encontro precoce com chinesas e polonesas, rivais muito qualificadas. "Hoje ela é a sétima do mundo. Queremos chegar, até a época do chaveamento, ao quinto lugar. Se fizermos isso, temos chances de um bom chaveamento e daria para sonhar, de fato, com medalha", afirmou Paulo César de Camargo, técnico dos atletas andantes da Seleção Brasileira.

Catia, por sua vez, prefere não pensar muito em quem vai estar do outro lado da mesa. A receita, segundo ela, é seguir treinando firme, colocar na mesa o que vem praticando e sonhar, sim, com o pódio no Rio. Ex-meia-atacante de futebol feminino, ela chegou a ser convocada para a Seleção, mas teve o destino mudado em função de um acidente de carro. A vivência nos gramados, contudo, manteve nela o faro de atacante. "Eu gostava de estar com a bola no pé, de fazer um gol de vez em quando. Agora, no tênis de mesa, trago um pouco disso. Tenho um quê de atacante, que gosta de bola rápida, forte", brincou.

Estrutura

As duas recebem a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte e são beneficiários de um convênio entre a pasta e a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, que propiciou R$ 2,37 milhões em investimentos no tênis de mesa paralímpico. Os valores foram utilizados para equipar os CTs de Brasília (cadeirantes) e Piracicaba (andantes), e abrangem ajuda de custo e contratação de comissão técnica e consultor estrangeiro para preparação de 15 atletas, além da compra de equipamentos específicos. Há ainda um outro convênio, de cerca de R$ 1,49 milhão, para viagens. Além disso, os seis mesatenistas da equipe paralímpica permanente de Brasília recebem Bolsa-Atleta ou Bolsa-Pódio do Governo Federal.

Categorias

No tênis de mesa paralímpico, os atletas são divididos em 11 classes distintas: das classes 1 a 5 são cadeirantes, das classes 6 a 10 são andantes e na classe 11 são andantes com deficiência intelectual. Quanto maior o número da classe, menor o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada um, da força muscular, de restrições locomotoras, do equilíbrio na cadeira de rodas e da habilidade de segurar a raquete.

Gustavo Cunha, de Toronto, Canadá - brasil2016.gov.br
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