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Felipe Gomes e Teresinha de Jesus garantem mais duas medalhas no atletismo
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- Publicado em Segunda, 12 Setembro 2016 10:24
A noite do domingo (11.09) foi especial para dois velocistas brasileiros. Um, com 30 anos, já é experiente. A outra, aos 35, “uma veterana estreante”. Eles garantiram para o país uma prata e um bronze no Estádio Olímpico, o Engenhão. Na terceira Paralimpíada, Felipe Gomes cruzou a linha de chegada em segundo lugar nos 100m rasos T11 (deficientes visuais). Em sua primeira edição dos Jogos, Teresinha de Jesus não acreditou quando olhou para o telão após a prova. Sentiu as pernas tremerem ao ver o seu nome na terceira colocação nos 100m rasos T47 (amputados).
“Eu entrei na modalidade aos 32 anos. A minha trajetória é repleta de garra e dedicação. Cheguei no regional, passei pelo Brasileiro, Mundial, Parapan e hoje, depois de todos os resultados, estou aqui com 35 anos na minha primeira Paralimpíada, correndo contra meninas bem mais novas. É Isso que me mantém forte para continuar o trabalho. Não tenho dúvidas de que o esporte me escolheu”, disse Teresinha.
Ela tinha oito anos quando um acidente mudou a sua vida. Teresinha brincava com as primas no interior do Maranhão, pulou uma cerca, o pé escorregou e ela caiu no chão com o braço para trás. O resultado foi uma fratura exposta. Três dias depois de um procedimento médico errado, teve que amputar o braço esquerdo.
Foi apresentada ao esporte adaptado em 2011, em Londrina, no Paraná. Antes, tinha sido babá, trabalhou em restaurante, papelaria, entregou marmita e foi vendedora. Hoje, vive exclusivamente para o esporte. “Eu recebo a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. É o que me garante dedicar todos os dias e treinar de segunda a sábado. Isso é muito importante para nós, atletas”, afirmou.
A prova dos 100m rasos T47 feminino foi vencida pela norte-americana Deja Young, com 12s15. O segundo lugar ficou com a polonesa Alicja Fiodorow, com 12s46. Teresinha fechou a prova em 12s84. Sheila Finder era a outra brasileira na prova. Ela terminou na sexta colocação (13s27).
Evolução
Felipe Gomes entrou na pista do Engenhão com um objetivo: melhorar a marca da última Paralímpíada, quando terminou em terceiro lugar nos 100m T11. Depois de 11s08, o brasileiro cruzou a linha de chegada em segundo e alcançou a meta traçada. A prova foi vencida pelo americano David Brown, com o tempo de 10s99 (novo recorde paralímpico). Ananias Shikongo, da Namíbia, completou o pódio com 11s11.
“Os 100m são muito rápidos. Tem que estar atento a todos os comandos do guia e buscar a linha de chegada o mais rápido possível. Foi isso que eu tentei fazer. Estou feliz. É a minha terceira oportunidade de competir em Paralimpíadas e já na primeira prova aqui no Rio conquistei uma prata. Começamos bem”, analisou.
A prata deste domingo é o terceiro pódio do atleta em Jogos Paralímpicos. Na última edição, em Londres, ele voltou também com o ouro nos 200m T11. Felipe vai entrar na pista mais três vezes. O atleta vai encarar as provas de revezamento 4x100m (T11-T13) , 200m e 400m.
Melhor que o Olímpico
Nos 1.500m T13 (deficientes visuais), o brasileiro Júlio César Agripino dos Santos, que estreou em Jogos Paralímpicos, liderava a prova até que um dos adversários o empurrou. O atleta de Itapecerica da Serra, interior paulista, saiu da pista e perdeu segundos preciosos. Ele cruzou a linha de chegada em 12º (4m00s61).
“A mão de um atleta foi nas minhas costas e acabei perdendo o equilíbrio. Mas estou muito feliz, é minha primeira Paralimpíada, dentro do meu país, com essa torcida maravilhosa. Quando entrei, senti a torcida me empurrando, empurrando o meu parceiro, com uma energia positiva. Com a queda, eles começaram a gritar para me levantar, não tem nada que pague isso”, conta. Yeltsin Jacques, outro brasileiro na prova, terminou em 11º (3m58s92).
O vencedor da prova foi o argelino Abdellatif Baka, com 3m48s29. Se não bastasse ser o recorde mundial da prova, a marca ainda lhe daria o ouro se ele estivesse na disputa olímpica do Rio 2016 nos 1.500m. O vencedor naquela ocasião foi o norte-americano Matthew Centrowitz, com 3m50s00.
Fonteles fora dos 200m
Atual campeão paralímpico dos 200m T44 (amputados), prova que lhe deu projeção mundial, AlanFonteles correu a classificatória do Rio 2016 neste domingo, sentiu a coxa direita, fez o tempo de 22s63 e não avançou. “Estou sentindo muita dor, muita. Senti no aquecimento. Achei que fosse uma dor normal, e ali na entrada da reta eu senti muito a perna. Nunca me lesionei, nunca senti uma dor parecida, então espero que não seja grave e espero ajudar amanhã a equipe no revezamento”, disse, em referência ao 4x100m (T42-T47).
“Dois meses atrás, eu corri 21s86, a marca que fiz na semifinal de Londres 2012. Se você analisar, estou evoluindo. Agora, seria uma evolução bem maior, mas por conta dessa dor não consegui fazer melhor, tanto que fiz uma das piores marcas da minha vida. E fui prata nessa prova no Mundial de Doha (2015), com o tempo que eu fiz lá eu entrava facilmente”, completou.
Breno Barros, brasil2016.gov.br, com colaboração de Carol Delmazo
Ascom - Ministério do Esporte
Terezinha dos Santos alcança melhor marca da carreira e termina na quinta colocação
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- Publicado em Segunda, 12 Setembro 2016 10:11
A brasileira Terezinha Santos alcançou a melhor marca da carreira na final do halterofilismo feminino dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, categoria até 67kg, no Pavilhão 2 do Riocentro. Neste domingo, a atleta terminou a prova na quinta colocação após levantar 93kg, dois quilos a mais que sua melhor marca até então.
A medalha de ouro foi conquistada pela chinesa Yujiao Tan, após levantar 138,5kg e quebrar o recorde paralímpico e mundial, que já pertencia a ela. Medalhista de prata nos Jogos de Londres, Yujiao disse que a vitória no Rio é fruto de um amadurecimento pessoal. "Em 2012, eu tinha 22 anos e de lá para cá aprendi um monte de coisas diferentes, por isso o resultado foi melhor". O pódio ficou completo com a prata da atleta do Cazaquistão Raushan Koishibayeva, que levantou 113kg, e com o bronze da egípcia Amal Mahmoud, que ergueu 108kg.
A prova
Primeira a competir, Terezinha entrou no Pavilhão 2 sob muita festa da torcida. Concentrada para levantar 88kg, a potiguar, nascida na pequena cidade de Nova Cruz (RN) conseguiu se sair bem e completou o levantamento sem falha. "Não dá para explicar o que eu estava sentindo naquela hora. É uma adrenalina positiva. Ainda mais com esse apoio da torcida. A cada grito de incentivo eu ganhava mais força", disse Terezinha, após a competição.
O clima favorável continuou ajudando. Na segunda tentativa, a brasileira aumentou o peso para 93kg e concluiu o movimento com a aprovação unânime dos juízes. Naquele momento, a atleta alcançava uma marca histórica na carreira e ainda podia sonhar com o pódio. Isso porque a chilena María Antonieta Ortiz, que estava na terceira posição, havia levantado 98kg, mesma carga escolhida por Terezinha para a terceira e última tentativa.
Mais uma vez apoiada pela torcida, a atleta potiguar concluiu o levantamento, mas a arbitragem considerou que ela realizou o movimento de forma ilegal e não validou a tentativa. "Eu fiz os 98kg, mas sabe como é, né? Algumas coisas eles deixam passar, outras não", reclamou a atleta, que disse não ter ficado chateada. "O importante é que para mim e para o meu técnico o movimento foi correto. E agora eu sei que posso mais", ressaltou.
Terezinha, que tem atrofia nas pernas em função de uma poliomielite contraída durante a infância, descobriu o halterofilismo aos 25 anos a convite de um treinador que conheceu em um torneio de natação. Pioneira da modalidade no Brasil, a atleta completou no Rio sua quinta participação em paralimpíadas. A primeira disputada por ela foi em Sydney, 2000.
Hoje, aos 45 anos e após conquistar a melhor marca da carreira, Terezinha diz que pretende ir a Tóquio, em 2020. "Tem adversárias minhas que têm 50 anos e ainda estão no topo. Então, acho que estarei me sentindo melhor daqui a quatro anos", concluiu.
João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom - MInistério do Esporte
Duplas brasileiras chegam às finais na bocha nas classes BC4 e BC3
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- Publicado em Segunda, 12 Setembro 2016 09:57
Mais uma vez o Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, contou com a intensa presença de torcedores no domingo para participar dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. A fatia do bolo de espectadores que optou por acompanhar a bocha, esporte ainda pouco divulgado no Brasil, não se decepcionou. Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos (Marcelo, irmão de Eliseu, é o reserva) fizeram uma bela partida pela classe BC4 contra a Grã-Bretanha, vencendo por 4 x 2, e se classificaram para a disputa do ouro contra a Eslováquia, nesta segunda-feira (12.09), a partir das 14h, na Arena Carioca 2.
Alegria do público, que torceu do início ao fim, e orgulho dos atletas. "Quero agradecer toda a torcida que deu um show com a gente agora nessa semifinal e dizer que contamos com a mesma energia na final de amanhã", disse o bicampeão paralímpico Dirceu Pinto, logo que deixou a quadra ainda sob aplausos.
Dirceu é natural de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo. Acometido por distrofia muscular de cinturas, uma doença degenerativa muscular e progressiva, o atleta começou a jogar bocha em 2002, quando descobriu a extensão do problema de saúde e iniciou o processo de adaptação à vida de cadeirante. "Dos 19 aos 22 eu passei dentro de casa. Já estava em depressão e não queria sair por causa da minha doença. Eu não fazia mais nada. Quando conheci a bocha, minha vida foi transformada", relata o cadeirante.
"Eu sempre tive o sonho de representar o Brasil em uma Olimpíada. Fiz natação dos 14 aos 19 anos, naquela época do Xuxa e do Gustavo Borges, mas não foi possível conquistar nada porque meu corpo foi ficando fraco, eu não tinha forças por causa da doença. Foi através da bocha adaptada que pude realizar esse sonho", completa. Amanhã ele vai brigar pelo quinto ouro em Jogos Paralímpicos (foi campeão individual e por equipes em Pequim 2008 e Londres 2012).
Velho parceiro de Dirceu Pinto, Eliseu dos Santos conquistou os dois ouros paralímpicos em duplas. Além disso, tem outras duas medalhas de bronze na categoria individual nas mesmas edições (Pequim 2008 e Londres 2012) e outras tantas vitórias na bagagem.
Mas uma das maiores alegrias de Eliseu agora é poder contar com a companhia do irmão, Marcelo, nessa busca pelo ouro no Rio 2016. "Agora ele está aqui para nos ajudar a levar essa medalha e para isso fizemos uma excelente preparação". O irmão estreante está otimista: "Nós sabemos que todos os times vieram para vencer, mas estamos confiantes no nosso potencial e queremos demais isso", diz Marcelo dos Santos.
Sobre a seleção oponente da final, Eliseu afirma que vai ser um jogo difícil, mas tem fé de que o lugar mais alto do pódio será dos donos da casa. "A gente se preparou bem para vencer qualquer que fosse o adversário. Estamos cientes disso. A Eslováquia joga bem, mas amanhã nós vamos fazer nosso melhor jogo e vamos arrebentar, se Deus quiser".
Ídolo do oponente
De acordo com o atleta mais experiente da seleção de bocha, a missão não acabou. "Nós ainda não chegamos onde queremos, a meta é subir no lugar mais alto do pódio e cantar o hino nacional para emocionar todos os brasileiros e levar a bandeira da bocha a todas as pessoas que acham que não podem praticar esporte por ter algum tipo de deficiência. Todos podem praticar a bocha", afirmou Dirceu.
O discurso de Dirceu, a história de luta e a larga bagagem fizeram com que ele se tornasse referência até mesmo para os adversários. O jogador eslovaco Samuel Andrejcik, que vai enfrentar a seleção brasileira na decisão, tem o multimedalhista como ídolo. "O Samuel é um atleta especial. Ele é um dos nossos melhores amigos, junto com o Stephen Mcguire da Inglaterra, que fez essa semifinal com a gente. Nós já fizemos intercâmbios e o Samuel sempre vem nos cumprimentar, mesmo a gente não entendendo quase nada, mas sempre conseguimos nos comunicar de alguma maneira", ri Dirceu.
Classe BC3 também está na final em duplas
A outra final brasileira por duplas será disputada pela classe BC3 com Antonio Leme e Evelyn de Oliveira (Evani da Silva é a reserva da dupla). Eles conquistaram a vaga ao bater a seleção de Singapura por 6 x 2 e enfrentarão a Coreia do Sul na final, às 17h30 desta segunda-feira (12.09), na Arena Carioca 2 do Parque Olímpico.
Ao final do jogo, o calheiro Fernando Leme, que auxilia o irmão Antonio, falou emocionado: "É a nossa primeira Paralimpíada, ainda não consigo descrever. Quando vi que já estávamos no pódio, mesmo antes de disputar a final, não consegui me conter e já fui às lágrimas".
Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - MInistério do Esporte
Petrucio Ferreira: a transformação do choro e a consagração com ouro e recorde mundial
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- Publicado em Domingo, 11 Setembro 2016 16:54
Enquanto escutava o hino nacional, as lágrimas corriam no rosto de Petrucio Ferreira. A boca tremia, a medalha de meio quilo pesava no pescoço de uma forma prazerosa. No topo do pódio dos 100m T47 (amputados), na manhã deste domingo (11.09), no Estádio Olímpico do Rio 2016, o Engenhão, ele recordou o choro no dia a dia dos treinos, quando pensava em desistir dos últimos tiros, e o técnico Pedro de Almeida o lembrava que o esforço final poderia fazer a diferença. E fez muita. O atleta de 19 anos, nascido em São José do Brejo do Cruz (PB), foi campeão com sobra. Terminou a prova em 10s57, melhorando em dez centésimos o recorde que ele mesmo havia batido no dia anterior (10s67).
“Passou um filme na minha cabeça, com tudo aquilo que eu vinha trabalhando, aqueles dias que chorei nos treinos, nos dias em que suei bastante, cheguei em casa e quase não conseguia tomar banho de tão cansado. A medalha é a minha recompensa. Subir no pódio, escutar o hino nacional ouvindo todo o estádio cantando junto é uma alegria que nem eu sei explicar”, contou.
A vitória com recorde mundial foi também uma redenção após a frustrante ausência no Mundial de Doha 2015, quando uma lesão no músculo posterior da coxa o tirou da competição “Esses 10 centésimos vêm de acordo com esses dois últimos anos em que venho trabalhando focado para chegar nestes Jogos. No ano passado, chorei bastante por estar no Catar e não poder participar do campeonato. Eu falei para o meu treinador que este ano seria o de dar a volta por cima”, disse.
Dos campos para as pistas
O atletismo é parte da vida de Petrucio há dois anos e meio. Antes, como muitas crianças brasileiras, havia tentado o futebol. Mas a explosão nas arrancadas chamou a atenção de um professor de educação física. O caminho para as pistas envolvia a mudança para a capital João Pessoa, e uma segunda mãe o acolheu. A medalha veio exatamente no aniversário de dona Maria Da Natividade, o que deixou a conquista deste domingo ainda mais especial.
“Hoje também é o aniversário da mulher que me apoiou bastante, que me deu um lugar para morar em João Pessoa para poder treinar e dedicar mais ao esporte. Antes eu não tinha técnico. De uma hora para outra eu mudei do futebol para o atletismo e quando surgiu a oportunidade eu não tinha onde morar em João Pessoa. Ela me acolheu”, contou.
Ídolo, “repórter” e companheiro de pódio
Petrucio conheceu o esporte paralímpico ao ver uma reportagem na TV sobre Londres 2012. Ficou impressionado com as conquistas de Yohansson Nascimento (ouro nos 200m T46 e prata nos 400m da mesma classe). Alagoano de Maceió, Yohansson foi uma inspiração para Petrucio e, neste domingo, também companheiro de pódio: Yohansson ficou com o bronze com a marca de 10s79, mesmo tempo do polonês Michal Derus, que ficou com a prata após a análise do photofinish.
“Estamos juntos sempre, onde ele passa um pouco da sua experiência antes das competições, no dia a dia de treino. Até na hora de entrar no bloco, sabendo que estou do lado do Yohansson, me sinto confiante. Porque se eu não consegui, ele vai conseguir a medalha”, explicou.
Após a entrega das medalhas, os dois brasileiros foram conversar com os jornalistas na chamada zona mista. Vários
gravadores foram apontados para ambos, mas Yohansson não quis apenas responder perguntas. Assumiu a postura de repórter e entrevistou o jovem campeão. “Além da medalha que você vai levar para casa, o que você mais quer levar daqui do Rio para a cidade de São José do Brejo do Cruz, na Paraíba?”, perguntou o alagoano.
“Quero levar a minha alegria e o carinho da torcida brasileira. Com o público me deu um empurrão maior. Vou levar a alegria não só para a minha cidade, mas para a vida toda”, respondeu Petrucio.
A alegria da torcida é o combustível para ambos, que ainda vão correr os 400m e, juntos, vão disputar também o revezamento 4x100m T42-T47 ao lado de Alan Fonteles e Renato Nunes.
“Ainda quero ganhar a minha sexta medalha, que vai ser do lado do Petrucio no revezamento. Nós corremos amanhã, com a equipe fantástica que a gente tem. Quero muito para dar mais uma alegria ao povo brasileiro”, disse o atleta, que coleciona duas pratas, dois bronzes e um ouro e que vai em busca da sexta medalha em Jogos Paralímpicos.
“Cada medalha é uma história que a gente faz. Tenho um livro em branco e cada competição eu escrevo com as minhas medalhas. É extremamente difícil no esporte paralímpico você passar três ciclos entre os melhores do mundo. Você tem que se superar dia após dia”, afirmou.
Petrucio vai atrás da segunda, para encher ainda mais de orgulho a família em São José do Brejo do Cruz - onde um telão foi montado para que a cidade pudesse acompanhar as provas - e todos os brasileiros. O menino do interior da Paraíba está voando tanto nas pistas que já vislumbra desafios mais ousados.
“Futuramente, espero ter resultados melhores e um dia chegar a correr com os velocistas olímpicos. Posso até imaginar correr o Troféu Brasil de Atletismo com os atletas olímpicos. Como só tem dois anos e meio no esporte e não cheguei ao topo,ainda estou na fase de lapidação”, afirmou.
Mateus Evangelista fica em quarto
Na prova dos 100m T37 (paralisados cerebrais), o brasileiro Mateus Evangelista terminou na quarta colocação. Para o velocista de Porto Velho (RO), o pódio escapou no início da prova. “Se você não acerta no início, acaba prejudicando a prova completa. Depois, consegui reagir bem, mas não atingi a minha velocidade máxima”, analisou.
Na próxima terça-feira (13.09), Mateus encara a prova de salto em distância, sua especialidade. “Agora, é apagar esse prova e descansar, porque na terça vou disputar a minha principal prova. Estarei mais concentrado no salto para conseguir uma boa marca e buscar medalha”.
Mais finais
Fábio Bordignon - prata nos 100m T35 (paralisados cerebrais) - garantiu mais uma final para o Brasil. Nos 200m rasos T35, o brasileiro avançou com o tempo de 26s22, segunda melhor marca na classificatória. Nos 1500m T11 (deficientes visuais), Odair Santos - prata nos 5.000m na mesma classe - também foi para a final com o segundo melhor tempo (4m05s34).
Breno Barros e Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom -Ministério do Esporte
Admiração mútua e emoção em dose dupla marcam o pódio de norte-americano e brasileiro na natação
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- Publicado em Domingo, 11 Setembro 2016 12:18
Mais do que o espírito esportivo, o abraço entre o campeão dos 400m livre classe S11 e o terceiro lugar, no pódio do Estádio Aquático, no do sábado (10.09), simbolizou o companheirismo e a admiração mútua entre duas pessoas que dividem a mesma paixão, enfrentam as mesmas dificuldades e encaram a vida de maneira similar. Ao fim da cerimônia de premiação, o norte-americano Bradley Snyder, ouro na prova, fez questão de dizer a Matheus Rheine que parte da felicidade que estava sentindo era por presenciar a conquista do catarinense diante dos torcedores brasileiros.
“Quando estamos na água, todos querem tocar a parede primeiro. Mas depois que acaba, somos todos caras cegos lidando com a vida e lutando contra os mesmos obstáculos. Somos amigos primeiro e depois adversários. Isso é ótimo. Eu sou grato por ter tido essa experiência junto com o Matheus, que conquistou uma medalha em frente à sua torcida, em seu país”, vibrou Snyder, que perdeu a visão totalmente ao ser vítima de uma mina durante uma missão com a marinha dos Estados Unidos no Afeganistão, em 2011.
Especialista em explosivos, Bradley tentava ajudar os companheiros – dois deles haviam sido vítimas de explosão - quando pisou em um dispositivo secundário e foi atingido. Por pouco não morreu. Na verdade, ele conta que ao sentir o calor na face, por um momento pensou que tinha chegado sua hora. Não sabia que, ali, começaria uma nova vida. A natação, que já praticava antes do acidente, ajudou na recuperação e, exatamente um ano depois, Brad subia ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Paralímpicos de Londres.
“Em Londres, só fazia um ano que eu estava cego. Tudo era novo. Agora estou cego há cinco anos e nesse tempo pude entender o mundo melhor. Em Londres tudo foi rápido. Aqui eu posso realmente aproveitar. Lembro que ao entrar na piscina hoje eu estava sorrindo e pensando ‘Nossa, isso é tão legal!’”, contou, explicando que, mesmo durante o pódio, tinha consciência de que o importante para a torcida era a presença de Matheus e não quem havia ganhado o ouro. “Isso te faz sentir humildade. Ninguém se importava que eu tinha ganhado o ouro. E eu fiquei orgulhoso pelo Matheus, porque ele é um cara incrível, um ser humano de espírito acolhedor. Acho que isso é que faz a Paralimpíada tão especial”.
Uma conversa com o próprio Matheus basta para notar que o respeito é recíproco e as palavras do norte-americano não são ditas da boca para fora. “Ele é um dos caras mais humildes que já conheci. Tenho o máximo respeito por ele, pelo que ele faz, como ele inspira as pessoas. A gente tem ideais que se encontram e ele com certeza tem um coração gigante. Tenho só a agradecer”, disse o brasileiro, lembrando de quando o norte-americano o presenteou com um relógio desenvolvido especialmente para deficientes visuais. Criado em homenagem a Bradley, o relógio batizado com o nome dele utiliza um mecanismo magnético que controla duas esferas, permitindo que o usuário saiba as horas por meio do toque, sem precisar olhar o mostrador.
História em livro
A inspiração é tanta que Matheus mal pode esperar para ler o livro lançado por Snyder, com a história do nadador norte-americano. “Estou louco para ler. Assim que tiver um tempo vou ler. Chama-se ‘Fire in My Eyes’ (Fogo nos Meus Olhos, em tradução livre)”, contou Matheus. “Fico honrado em saber que o Matheus quer ler. Eu queria contar a história porque aprendi muito com a experiência de perder a visão e hoje acho que a vida é muito rica. Eu queria compartilhar essa perspectiva com as pessoas. Eu quero que você valorize sua vida do mesmo jeito que valorizo a minha”, acrescentou Brad.
Emocionado com o carinho do público, o norte-americano espera contribuir para afastar o estereótipo de “coitadismo” por vezes ainda atrelado ao paradesporto. “Quando as pessoas me veem, porque sou cego, elas pensam ‘Oh, que pena’. Elas pensam que deve ser difícil para mim ser cego, mas quero dizer que não. É maravilhoso, eu tenho uma vida ótima, posso fazer muitas coisas boas. E eu acho que o Matheus é assim também. Ele valoriza a vida dele, faz um trabalho ótimo e compartilha isso com a comunidade. Eu gostaria de mostrar isso para os brasileiros também. Valorize sua vida o máximo possível, mesmo que você passe por uma experiência difícil, como perder a visão ou uma perna”.
Com o tempo de 4min41s05, Matheus Rheine ficou a nove décimos da prata, que foi para o americano Tharon Drake. A distância para Bradley foi de mais de 12 segundos, mas para o brasileiro, que perdeu a visão ainda nos primeiros dias por ter nascido prematuro, o mais importante foi marcar a evolução em sua carreira com um bronze diante do Estádio Aquático lotado e da família.
“É uma emoção em dose dupla, tripla, mil vezes elevado a tudo que se pode imaginar. Eu peguei a medalha, passei a mão nela de todos os ângulos e formas. Quando eu deitar no travesseiro, vou lembrar de tudo que fiz e só tenho a agradecer a Deus porque a felicidade não cabe no peito. Nunca consegui imaginar que a medalha fosse fazer um barulhinho assim. Como pode? A gente sempre tem que ter um sonho, e eu sabia que era possível”, brincou o brasileiro, balançando a medalha projetada também para os atletas com deficiência visual.
Mais uma medalha para a coleção
Além do bronze com Matheus Rheine, o Brasil ganhou mais um bronze com Daniel Dias, nos 50m borboleta classe S5. O ouro ficou com o norte-americano Roy Perkins, e a prata foi para o chinês Shiwei He. Embora o ouro não tenha vindo, a 18ª medalha de Daniel em Jogos Paralímpicos teve gosto especial para o brasileiro. Ao subir ao pódio, ele foi ovacionado pelo público da mesma maneira que tinha sido quando conquistou o primeiro lugar nos 200m livre, na quinta-feira (08.09).
“O que eu recebi no pódio não tem preço. Valeu mais do que a medalha de ouro, muito mais. Tenho que agradecer demais a esse público”, disse Daniel, que depois da premiação foi até a arquibancada, passou pelas posições dos fotógrafos e abraçou a esposa e os dois filhos. Agora, ele soma 11 ouros, 5 pratas e 2 bronzes em Paralimpíadas.
Outros brasileiros
Outros brasileiros disputaram finais na noite deste sábado nas competições de natação no Estádio Aquático, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Nos 100m peito SB7, Verônica Almeida ficou com o sétimo lugar. Joana Maria Silva conquistou a sexta posição nos 50m borboleta S5. Maiara Barreto foi sétimo lugar nos 50m costas S3. Nos 100m costas S10 masculino, Andre Brasil ficou com a quarta colocação. E Mariana Ribeiro foi sexto lugar nos 100m costas S10 feminino.
Mateus Baeta - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
Shirlene confirma favoritismo e conquista o ouro no lançamento de dardo da classe F37
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- Publicado em Domingo, 11 Setembro 2016 11:44
O paradesporto foi generoso com o Brasil ao encontrar Shirlene Coelho, que conquistou no sábado (10.09) o bicampeonato olímpico na prova de lançamento de dardo da classe F37. Ela acabou sendo a primeira mulher do país a subir ao topo do pódio nesta edição dos Jogos. "Não cheguei ao esporte paralímpico. Foi ele que chegou a mim, me abraçou e não largou", resumiu. A goiana alcançou o ouro com a marca de 37m57, mas venceria a prova com qualquer uma de suas cinco tentativas válidas. A pior delas superaria em mais de dois metros o resultado de 30m18 da chinesa Na Mi, que ficou com a prata e superou a compatriota Qianqian Jia (29m47), terceira colocada.
A afinidade com o lançamento de dardo, além dos ouros no Rio e em Londres 2012, quando ela obteve o atual recorde mundial (37m86), ainda rendeu uma prata em Pequim 2008. A relação foi tão intensa que, sem sequer treinar na modalidade, ela bateu o recorde brasileiro na primeira competição que disputou. "Em 2006 fiz um teste no atletismo paralímpico, mas no lançamento de disco. Com três meses de treino fui para minha primeira competição, um regional em Uberlândia. O meu técnico falou: 'Disco é a sua prova. Dardo e peso você vai brincar'. E nesta brincadeira conheci o dardo um dia antes de viajar. Então peguei gosto e estou aqui hoje", resume Shirlene com uma simplicidade que não se vê frequentemente em multicampeões.
O amor pela modalidade cresceu no ano seguinte, quando veio o ouro no lançamento de dardo e as pratas no arremesso de peso e na prova do disco durante o Parapan de 2007, no Rio, no mesmo Estádio Olímpico em que ela competiu na noite deste sábado. O reconhecimento pelo desempenho veio na escolha de Shirlene para ser a porta-bandeira do país na Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de 2016. Ela foi eleita em votação realizada entre os próprios atletas da delegação brasileira.
"Carregar a bandeira e subir ao pódio me emocionaram. Nunca tinha acontecido de uma mulher brasileira carregar a bandeira em Cerimônia de Abertura. E agora a medalha de ouro. As duas emoções são inexplicáveis"Shirlene Coelho
"Carregar a bandeira e subir ao pódio me emocionaram muito. Nunca tinha acontecido de uma mulher brasileira carregar uma bandeira em Cerimônia de Abertura de Paralimpíada. E agora a medalha de ouro. As duas emoções são inexplicáveis. Eu posso dizer que tudo está perfeito", disse a atleta, que comemorou muito a vitória com a torcida. "Este estádio lotado, gritando meu nome... sou Shirlene Coelho, conhecida pelo público". Ela ainda disputará as provas de arremesso de peso e de lançamento de disco nos Jogos Rio 2016.
Insistência
A atleta sofreu paralisia cerebral durante a gestação da mãe. Com um ano de vida, a família da bicampeã paralímpica se mudou de Corumbá para Samambaia, cidade satélite de Brasília, em busca de um tratamento na Rede Sarah, onde ela recebe acompanhamento até hoje. Foi na estrutura voltada às pessoas com deficiência da capital federal que o esporte encontrou Shirlene.
Quando ela foi entregar um currículo em busca de trabalho na Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), que presta apoio e serviços gratuitos aos deficientes, os profissionais da entidade lhe apresentaram o basquete em cadeira de rodas. "Eles escolheram basquete pelo meu porte físico e altura. Não gostei, preferia o basquete em pé, que eu sempre joguei. Aquele negócio de empurrar a cadeira e quicar a bola, com o meu braço, era complicado", recordou. Em menos de um mês ela conseguiu emprego para fazer serviços gerais em uma empresa e largou o esporte.
No entanto, graças ao seu primeiro técnico, Manuel Ramos, o paradesporto voltou a procurá-la. "Ele não desistiu. Todo esse tempo que eu deixei o basquete ele ficou me ligando. Eu voltei e ele falou: 'Vamos fazer atletismo'. Eu, sem conhecer, achava que atletismo era só correr. Eu disse que não gostava de correr. Então, ele foi lá e pegou um disco e falou: 'É isso que você vai fazer'". Estava consumado o encontro.
Presente de aniversário
Nas provas noturnas do atletismo, o Brasil ainda conquistou um bronze, a terceira medalha do dia na modalidade. Um dia após completar 22 anos de idade, o também goiano Rodrigo Parreira ganhou um presente mais que especial. Ele terminou a prova dos 100m rasos na categoria T36 em 12s54.
"A emoção maior foi porque ontem foi meu aniversário. Estou há um mês fora de casa treinando e trabalhando duro. Meus companheiros sempre me apoiaram em momentos difíceis e hoje é o momento mais feliz da minha vida. Comemorar o aniversário com meus companheiros é uma grande emoção", disse o atleta, que se surpreendeu com o resultado. "Eu tinha a pior marca de todos os adversários. Mas vim aqui fazer o meu melhor e consegui. É um bronze com sabor de ouro".
Rodrigo se classificou para a disputa pelo ouro com o pior tempo entre os finalistas (13s20), mas com a vibração que vinha da arquibancada, conseguiu melhorar. "Você estar em casa, competindo em uma Paralimpíada, é uma grande honra. A torcida gritando o meu nome me deixou ainda mais motivado". O lugar mais alto do pódio ficou com o malaio Mohamad Puzi (12s07). A prata foi do chinês Yifei Yang (12s20).
O estreante em Jogos Paralímpicos volta a competir na próxima segunda-feira (12.09) no arremesso de peso. No último Mundial de atletismo paralímpico, em Doha 2015, ele terminou a prova em quarto. "Agora é trabalhar ainda mais", projeta o atleta, que tem paralisia cerebral que comprometeu funções motoras do lado esquerdo de seu corpo.
A paralisia foi ocasionada por uma queda da mãe de Parreira durante a gestação. O atleta começou no esporte ainda criança, passou pela natação, futebol de 7, halterofilismo e outros esportes, mas se firmou no atletismo em 2013. "Se eu for falar todos os esportes que já pratiquei, vou ficar o dia todo aqui", brincou.
Outros resultados
Além dos ouros conquistados por Claudiney Batista e por Shirlene Coelho, e do bronze de Rodrigo Parreira, os brasileiros participaram de mais três finais no atletismo, mas não chegaram ao pódio.
Pela manhã, Poliana Jesus competiu no arremesso de peso feminino F54 e terminou na sexta colocação. À tarde, mais duas brasileiras brigaram por medalhas. No lançamento de dardo feminino F56, Raissa Rocha ficou em sexto. Já na final do salto em altura feminino T42, Ana Cláudia Silva terminou em quinto lugar.
Gabriel Fialho e Michelle Abílio – Brasil2016.gov.br
Judô conquista três pratas no último dia de competições no Rio
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- Publicado em Domingo, 11 Setembro 2016 10:53
O número de participações em Paralimpíadas é o mesmo de medalhas para o judoca brasileiro Antônio Tenório, de 45 anos. Desde os Jogos de Atlanta-1996 o veterano não sabe o que é ficar fora do pódio. São quatro quatro medalhas de ouro, conquistadas consecutivamente em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, além de um bronze em Londres-2012 e, agora, uma prata no Rio.
Neste sábado, o judô teve o último dia de disputas na Arena Carioca 3 e, além de Tenório, outros dois atletas brasileiros garantiram a medalha de prata: a paulista Alana Maldonado, na categoria até 70kg, e o carioca Wilians Araujo, na categoria acima de 100kg. No dia anterior, Lúcia Teixeira havia conquistado outra prata na categoria até 57kg.
Em um ginásio lotado, a torcida se revezava entre as famosas “olas” e o grito de incentivo para os brasileiros. A jovem Alana Maldonado, de 21 anos, foi a primeira do trio finalista a lutar na final, diante da mexicana Lênia Fabíola Alvarez, que conseguiu levar a medalha de ouro vencendo por dois waza-aris.
“Logo que perdi a luta eu até fiquei chateada, mas agora digo que foi fantástico. Tenho 21 anos e apenas um ano e meio de seleção e já consegui fazer uma final paralímpica. Claro que sonhei com o ouro, porque me dediquei 100%, mas estou feliz com a prata e vou continuar evoluindo para o Mundial e as Paralimpíadas de Tóquio, em 2020”, disse a atleta após a cerimônia de premiação.
O alto volume vindo das arquibancadas não poderia anunciar outra coisa a não ser a entrada de uma lenda. Pela sexta vez consecutiva, Antônio Tenório, aos 45 anos, estava garantido no pódio na categoria até 100kg. O atleta paulista, de São José do Rio Preto, enfrentou justamente o campeão dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, o sul-coreano Gwang Choi, que desta vez venceu por ippon. “Eu vim buscar um pódio, não importava a cor da medalha. Sei que Deus preparou o melhor para mim”.
Apesar da alegria, Tenório desabafou. Disse que no início do ano passou por dificuldades profissionais que fizeram com que ele se sentisse desconfortável. “Quando ganhei a prata já me senti realizado porque cheguei desacreditado por algumas pessoas e agora estou levando mais um prêmio para casa e lavando a alma. Acho que essa medalha me credencia para Tóquio 2020”, comenta o judoca, descartando uma aposentadoria imediata.
“Vou treinar para disputar o Mundial em 2018 e depois sentarei com a minha equipe para avaliar se vou até Tóquio. Se tiver condições de representar meu país bem, por que não? Essa prata me credencia para continuar e escolher o momento que vou parar”, acrescentou. “Você pode estar com 50, 60, 70 anos, se estiver no seu sangue competir, você vai querer sempre ganhar”.
Hambúrguer e refrigerante
Representante feminina entre os finalistas, Alana Maldonado (21) não conseguiu a medalha de ouro, mas certamente conquistou o coração das centenas de torcedores que estavam na Arena Carioca 3. Simpática e bela, a jovem que compete na classe B2 (percepção de vultos com capacidade de reconhecer formas) nasceu com a doença de Stargardt, que provoca a perda da visão progressivamente. “Nasci com a doença, mas ela só se manifestou quando eu tinha 14 anos. Até então eu fazia tudo sozinha. Conseguia ler livros, estudar, me deslocar. Em questão de um ano perdi 90% da visão”, explica Alana, após perder o ouro para a mexicana Lênia Fabíola Alvarez, atleta bem mais experiente em grandes eventos.
A brasileira começou a praticar judô aos quatro anos por influência da avó, mas só conheceu a modalidade paralímpica há cerca de um ano e meio, quando entrou na faculdade. “Estou feliz por poder participar da minha primeira Paralimpíada em tão pouco tempo de judô. Agora vou continuar evoluindo para o Mundial e me preparar melhor para os Jogos de Tóquio”, disse a judoca, que trancou o curso de educação física para se dedicar integralmente aos treinos.
O projeto pós-prata de Alana é aproveitar alguns dias de descanso na praia, visitar parte da família no sul do País e retomar a preparação para o mundial de 2018. “Tóquio é só em 2020, mas o tempo passa rápido. A gente já tem o mundial em 2018, então não pode deixar o ritmo cair, pois quero chegar muito melhor”, diz a atleta, que mora em Tupã, interior de São Paulo, e gosta de reunir os amigos no tempo livre para tomar tereré.
Alana finaliza revelando um segredinho: “Também gosto de sair para comer lanche ou pizza. Normalmente tenho que seguir minha dieta de treinamento, mas uma vez na semana tem o ‘dia do lixo’, aí eu posso fazer essas extravagâncias”, sorri. “Estou há nove meses sem tomar refrigerante porque fiz um propósito para conseguir uma medalha no Rio 2016. A minha intenção deu certo e saindo daqui vou correndo para a lanchonete comer um hambúrguer duplo e tomar um refri bem grande”.
Dois segundos
O peso-pesado Wilians Araujo foi o terceiro finalista do dia, ao vencer por ippon o iraquiano Garrah Albdoor na estreia e depois, na semifinal, conseguir mais um ippon no cubano Yangaliny Jimenez em revanche do Parapan de 2015. Mas, em apenas dois segundos, o brasileiro deixou escapar o ouro ao ser derrotado por ippon pelo uzbeque Adiljan Tuledibaev.
“Não tem como esquecer essa final. Tenho que aprender. O que sei é que essa medalha vai me dar mais confiança para ganhar combustível para, quem sabe, buscar o ouro em 2020. É uma possibilidade”, disse Wilians.
Valéria Barbarotto, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
Pernas de Petrúcio Ferreira "saem do controle" e velocista bate recorde mundial nos 100m T47
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- Publicado em Domingo, 11 Setembro 2016 10:25
As pernas do velocista Petrúcio Ferreira estavam “alegres”, como ele mesmo descreveu, e ganharam vida própria durante a primeira bateria da prova classificatória dos 100m rasos da classe T47. Ao entrar no Estádio Olímpico, neste sábado (10.09), e sentir o apoio da torcida que encheu a arquibancada inferior do Engenhão, o atleta brasileiro disse ter perdido o controle sobre o corpo: correu mais que todo mundo e bateu o recorde mundial que já durava 24 anos.
O nigeriano Adeoye Ajibola completou a prova na Paralimpíada de Barcelona (1992) em 10s72. Agora, a nova marca é de 10s67. “Vim correr essa semifinal para fazer um bom tempo e me classificar. Quando eu entrei no estádio, lotado, com a empolgação do público, eu diria que isso me deu alegria nas pernas. Elas correram de uma forma que eu não controlava mais”, descreve Petrúcio.
Em sua estreia paralímpica, o brasileiro que tem apenas 19 anos, vai repetindo o feito do ídolo, o jamaicano Usain Bolt, detentor de nove ouros olímpicos, divididos entre 100m, 200m e 4 x 100m, sendo a última tríade dourada conquistada nos Jogos Rio 2016. O homem mais rápido do planeta chegou para disputar as Olimpíadas de Pequim 2008 com 21 anos. Em 16 de agosto, no Ninho do Pássaro, Bolt correu os 100m em 9s69, ganhou a prova e estabeleceu um novo recorde mundial. Petrúcio, que vai correr a final neste domingo (11.09) a partir das 10h45, ao lado do compatriota e amigo Yohansson Nascimento, espera melhorar a performance, de preferência com um público que lhe dê ainda mais “alegrias” nas pernas.
“Eu venho amanhã preparado para dar o melhor. Se tiver mais gente, espero que meu resultado melhore, mas minha meta mesmo é conquistar a medalha de ouro”, projeta o corredor, que tinha alcançado 10s85 neste ano. “Eu vinha fazendo bons treinos, principalmente nesta reta final, quando foi retirado o treino intensivo. Eram mais tiros curtos e velozes, de 40, no máximo 50 metros. Isso me empolgou e cheguei confiante”.
Dobradinha
A expectativa por um pódio liderado por brasileiros cresceu ao término da segunda bateria classificatória dos 100m. Yohansson Nascimento, 28 anos, chegou para a sua terceira Paralimpíada batendo o recorde dos Jogos na classe T46, com o tempo de 10s75, e se classificou em segundo, atrás apenas de Petrúcio. Apesar de a prova reunir diferentes classes, os recordes são considerados de forma separada para cada categoria.
“Cheguei com a cabeça tranquila para me classificar. Sabia que tinha um adversário muito forte que é o polonês (Michal Derus, que correu em 10s79 e se classificou em terceiro para a final). Nunca tinha ganho dele, mas já descontei aqui em casa e quero repetir amanhã. Quando eu estava ao lado dele e a torcida estava gritando, eu pensei: ‘Eu não vou aliviar não’. Eu vou fazer bonito”, comenta o atleta, que correu para alcançar a melhor marca na carreira e conseguiu.
“Poderia ter polônes, chinês... se tivesse o Bolt na minha prova, para mim pouco importa, eu queria correr para melhorar meu tempo e espero melhorar mais amanhã”, afirma. Yohansson mostra confiança em uma dobradinha brasileira na final. “Está tudo contribuindo para isso”, declara o alagoano. Petrúcio vai pelo mesmo caminho: “Tomara! Não importa se ele em primeiro e eu em segundo ou se eu em primeiro e ele em segundo. O que importa é que a gente está representando nosso país”.
Ao mesmo tempo Yohansson afasta entrar em um clima de “já ganhou” e aponta um aspecto que ele deve estar mais atento na prova que vale o ouro. “É uma prova de quem erra menos. Hoje eu tentei me concentrar na técnica, acho que não fiz uma boa largada”.
A semelhança entre os dois corredores brasileiros começa na origem nordestina, passa pelas formas como foram descobertos para o esporte e culmina na união entre eles. Medalhista de prata no revezamento 4 x 100m e bronze nos 100m em Pequim 2008, a responsabilidade de Yohansson cresceu após a prata nos 400m e o ouro nos 200m em Londres 2012. Ele considera o companheiro Petrúcio um pupilo e quer deixar como legado a contribuição para os novos talentos do esporte no país, que inclui ainda os amigos Verônica Hipólito e Mateus Evangelista.
Mas foi por um olhar especial de uma treinadora que o Brasil pôde contar com um de seus expoentes na modalidade. “Eu estava indo ao dentista e a minha ex-treinadora, a Valquíria, estava indo dar um treino para uma equipe de Alagoas de paradesportistas. Ela me viu no ônibus, tranquilo, nunca fui de esconder a minha deficiência: ‘Esse menino magrinho deve ter jeito para corrida’. Aí ela me convidou e deu no que deu”.
Apaixonado por futebol, Petrúcio foi descoberto por um professor de educação física, que o viu atuar em um campeonato que envolvia pessoas sem deficiência, no interior da Paraíba. “Na época ele perguntou se eu não tinha vontade de participar de uma prova que envolvesse velocidade. Daí que surgiu a oportunidade do esporte paralímpico”, lembra o agora velocista, que segundo ele jogava futebol de teimoso. “Não jogava nada, só entrava em campo para fazer raiva”.
Após o convite, ele teve que se mudar para a capital João Pessoa. Sem condições de se manter, a empreitada só foi possível graças à sua “avó-mãe”, que o acolheu, deu casa e comida. “Diria que eu fui adotado por uma ex-prefeita da minha cidade, que soube da minha história. Foi uma das mulheres que mais me apoiou no início. Daí ela ligou para a minha mãe e disse que me daria um lar e um local para eu me alimentar, que seria a casa dela. Eu diria que ela é uma avó-mãe”, afirma Petrúcio, que ainda vive na mesma casa.
Natural de São José do Brejo do Cruz, ele perdeu uma das mãos aos dois anos de idade, ao tentar imitar o pai agricultor. “Ele sempre trabalhou na roça e estava moendo capim para dar para os animais. Eu estava junto e teve um momento de descuido e eu, na inocência de uma criança, fui tentar imitá-lo, mas da maneira errada. Ao invés de cortar o capim, eu cortei a minha mão”.
Yohansson, por sua vez, nasceu sem as duas mãos, o que se tornou um troféu. “Como eu disse no Mundial (Doha 2015, no qual ele conquistou um ouro nos 200m e uma prata nos 100m), eu nasci premiado. Foi para estar representando o Brasil, para mostrar que independente de dificuldade, deficiência, se você tem um sonho, você pode realizá-lo”.
Gabriel Fialho - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
Claudiney Batista quebra recorde paralímpico e fica com ouro no lançamento de disco
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- Publicado em Domingo, 11 Setembro 2016 10:06
De telefonista ao topo do pódio nos Jogos Paralímpicos. Este é o resumo da trajetória do atleta mineiro Claudiney Batista, que conquistou, na manhã deste sábado (10.09), o ouro no lançamento de disco classe F56, no Estádio Olímpico (Engenhão), no Rio de Janeiro. Com a distância de 45.33m, o brasileiro bateu também o recorde paralímpico, que era do cubano Leonardo Diaz (44.63m alcançados em Londres-2012).
"Esta foi a vitória mais importante da minha vida. Um ouro em casa, com o recorde paralímpico, e muito próximo do recorde mundial", comemorou Claudiney. "Foi um trabalho focado. Eu estava treinando muito esperando este momento. Estava preparado e o ouro é a consequência do trabalho. E deu tudo certo com o apoio da torcida e familiares. Só tenho a agradecer".
Nascido em Bocaiúva (Minas Gerais), Claudiney Batista sempre foi apaixonado por esportes. "Minhas melhores notas na escola eram em educação física. No momento que deparei que estava em cama após o acidente, pensei: 'Acabou! Não posso mais praticar esporte nenhum'. Mas logo conheci pessoas que me apresentaram o esporte paralímpico e eu vi que tinha muito pela frente. Não me entreguei, procurei me reabilitar e procurar um lugar para treinar", disse o medalhista.
Em 2005, com 27 anos, ele teve de amputar a perna esquerda em decorrência de um acidente de motocicleta. "Eu fiz capoeira, futebol, jiu-jitsu. Quando me acidentei eu estava praticando o fisioculturismo", explica.
Após o acidente, Claudiney encontrou no atletismo um incentivo especial para a recuperação. De 2005 até 2011, o atleta dividiu os treinos com o trabalho de conferente de banco e telefonista até optar por se dedicar totalmente ao esporte. "Até 2011 eu me desdobrava entre trabalho e treinos e, assim, fica mais difícil aparecerem os resultados. Em 2011, eu falei que iria particiar de uma Paralímpiada e comecei a focar 100% nisso. Saí do emprego porque meus chefes não gostavam quando eu tinha que sair para competir".
Medalhas
Em 2011, Claudiney foi convocado para a delegação de atletismo para disputar os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara e o primeiro resultado apareceu. O mineiro voltou para o Brasil com um ouro no lançamento de dardo e um bronze no lançamento de disco. "Desde quando abri mão do meu emprego para me dedicar exclusivamente ao esporte eu foquei totalmente no treinamento para uma meta em Londres 2012. Antes do esperado eu fui convocado para o Parapan de Guadalajara e depois veio Londres", disse.
Em Londres, Claudiney conquistou o bronze no lançamento de dardo e no Parapan de Toronto-2015, ele voltou para casa com três medalhas na bagagem: ouro no lançamento de dardo, prata no lançamento de disco e bronze no arremesso de peso. "De Londres para cá mudou muito coisa. Vieram o amadurecimento físico e também o mental. Também aumentaram os patrocinadores e tive muito incentivo financeiro e tudo isso contribuiu para os meus resultado e também para a evolução do esporte em geral".
Rotina dedica ao esporte
Atualmente, Claudiney mora e treina na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo e sua rotina é dedicada aos treinos e competições. Com os resultados positivos, os patrocinadores e investimentos começaram a aparecer e a consequência foi o desenvolvimento do desempenho do atleta. "Para treinar a gente precisa dos implementos e ter a estrutura de treinamento. Apoio financeiro, e a melhora na alimentação, infraestrura e equipe multidisciplinar como nutricionistas, fisioterapeutas, médicos, massagistas... Tudo isso contribuiu para a melhora do resultado. A consequência é a medalha", comentou o atleta, contemplado com o Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.
"A medalha de ouro coroa o trabalho e dedicação não só minha, mas de todos aqueles que compartilham comigo o dia a dia nos treinamentos. Este trabalho veio para coroar não só o meu trabalho, mas o esforço de todos", completou.
O cubano Leonardo Diaz, detentor anterior do recorde paralímpico, arremessou o disco a 43.58m e ficou com o bronze. A prata foi para o iraniano Alireza Ghaleh, com 44.05m.
Próxima prova
"O próximo sonho é chegar em Tóquio e ganhar outra medalha. Eu acredito que isto aqui não é o final. Eu ainda vou competir na segunda-feira no lançamento do dardo e agora quero descansar", disse Claudiney, que em Londres foi prata na prova que irá competir na próxima segunda-feira, 12 de setembro.
"Eu vou buscar meu segundo ouro, mas estar entre os três melhores já vai ser um ótimo resultado. Eu vim mais preparado para o lançamento de disco. Esta é a minha principal prova. No dardo tem uma junção e eu vou competir com uma classe acima da minha, que é mais forte. É um peso pena competindo com um peso pesado. É mais ou menos isso. Mas independente, disso eu vou dar o melhor", finalizou Claudiney.
Michelle Abílio – brasil2016.gov.br
Fábio Bordignon faz da frustração no futebol a prata nos 100m
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- Publicado em Sábado, 10 Setembro 2016 10:30
A paixão pelo futebol está impressa de forma definitiva em Fábio Bordignon. No tornozelo direito, uma tatuagem da Cruz de Malta denota o carinho pelo Vasco. No antebraço esquerdo, a logomarca dos Jogos de Londres simboliza o início do currículo paralímpico do carioca de Duque de Caxias nos gramados sintéticos, com a presença no time do futebol de sete na Inglaterra.
Ironicamente, foi de uma frustração no futebol que surgiu a chance para ele celebrar, nesta sexta-feira, uma prata em casa, nos 100m rasos do atletismo na Classe T35, para atletas com paralisia cerebral, com o tempo de 12s66. A prova terminou com a vitória do ucraniano Ihor Svietov (12s31), recordista mundial da distância, e o bronze ficou com o argentino Hernan Barreto (12s85).
"A transição foi dolorosa. Foi uma barreira tremenda por destruir porque eu amava e amo o futebol de sete. Tive de fazer essa escolha por querer representar o Brasil", disse o atleta. Após o quarto lugar em Londres, houve reformulação na Seleção Brasileira e Fábio deixou de fazer parte das convocações.
Nos times, ele sempre se destacou pela velocidade, pela capacidade de deixar para trás os adversários nos gramados sintéticos. E foi da porta semi-cerrada no futebol que surgiu o convite para experimentar as provas de pista. No início, houve receio. "Eu pensava: poxa, atletismo...". Com o tempo, no entanto, Fábio se ajustou e abriu espaço para absorver a nova relação afetiva. "Agora eu amo o atletismo. É uma paixão pareada com o futebol. Acho que fiz a escolha certa", afirmou, com uma relação de paternidade com o próprio feito. "A sensação é das melhores. Estava falando aqui que é como receber a notícia de ser pai. É como se fosse um filho para mim agora", comparou.
Um filho que, segundo Fábio, veio com ares de perfeição. "Tenho certeza de que dei o meu melhor, tanto que fiz a melhor marca da minha vida. Vou até conversar com o técnico para ver os detalhes, mas não acho que houve qualquer erro grave", avaliou. No domingo, o atleta ainda volta ao Engenhão para disputar os 200m. "Minha melhor prova é os 100m, mas estou aprendendo a correr os 200m também. Quem sabe não busco outra medalha", disse.
Bronze
A mineira Izabela Campos procurou o esporte com o foco em perder peso. Encontrou no atletismo uma alternativa para melhorar a qualidade de vida e a relação com a balança. Experimentou provas de fundo, como 800m, 1.500m e 5.000. Chegou até a flertar com os 400m. "Eu emagreci muito correndo, mas sempre tive um biotipo pesado. Minha corrida era sofrida", afirmou a atleta.
Da pista, ela migrou para o campo. Experimentou o peso, o disco, o dardo. E ali descobriu o lugar onde mundo fazia mais sentido. Nesta sexta, no Engenhão, a recompensa veio na forma do cabelo bronzeado do mascote Tom. Izabela foi a terceira colocada no arremesso de disco da categoria F11, para deficientes visuais, com 32m60. O ouro e a prata foram uma dobradinha chinesa, com Liangmin Zhang (36m65) e Hongxia Tang (35m01).
"Toda a técnica que treinei entrou direitinho e consegui essa conquista, graças a Deus". O arremesso foi o melhor da carreira de Izabela, que avaliou a presença do público no Engenhão como uma forma de dar visibilidade à modalidade. "No Brasil falam mais de futebol. Agora eu sinto que estão nos vendo com carinho, muitos não conheciam a modalidade. Agora estão vendo o que a gente faz e que não é brincadeira, é séria, disse.
Outros resultados
Além dos brasileiros que subiram ao pódio, outros bateram na trave. Seis vezes medalhista paralímpica, Terezinha Guilhermina terminou em quarto lugar nos 100m da categoria T11, para deficientes visuais. A atleta acabou ainda desclassificada pela direção de prova. O ouro ficou com a britânica Libby Clegg (11s96), seguida pelas chinesas Guohua Zhou (11s98) e Dengpu Jia (12s07).
"Eu ainda não sei que regra usaram para me desclassificar. Eu tenho dúvidas sobre as regras desses Jogos, porque me parecem diferentes de todas as outras competições de que participei antes. De qualquer forma, já apaguei isso. Fui no banheiro e dei descarga. Vocês verão outra Terezinha nas próximas provas", disse.
A jovem Alice Correa, que fez a final nos 100m T12, terminou em quarto mas promete brigar por medalha nas próximas, os 200m e 4 x 100m. "No 4 x 100m tenho certeza que vem um ouro e um recorde mundial", afirmou a atleta. "E nos 200m vou brigar para chegar à final", disse a atleta.
Com apenas 20 anos, Alice participa pela segunda vez de uma edição paralímpica. A primeira foi em Londres 2012, quando conquistou um sexto lugar. "Em Londres, terminei na sexta colocação. Agora consegui chegar à final e competindo na minha casa, com meus amigos na arquibancada e com toda a torcida ao meu favor. É uma experiência incrível", disse a carioca.
Quem também chegou muito perto do pódio foi Ariosvaldo Fernandes, o Parré, que terminou em quarto lugar os 100m na classe T53 masculino. A próxima prova do atleta será neste sábado nos 400m T53. Jenifer Santos acabou em oitavo no 100m rasos feminino T38. Edevaldo Silva, no lançamento de dardo F44, ficou em sétimo, enquanto Flávio Reitz, do salto em altura T42, deixou o Estádio na nona colocação.
Gustavo Cunha e Michelle Abílio - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte