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O bronze herdado que coroa o pioneirismo de Poliana Okimoto

Um quarto lugar que já era histórico, virou pódio e deu a Poliana Okimoto a chance de se tornar a primeira mulher das modalidades aquáticas do Brasil com um pódio olímpico. O resultado veio na prova dos 10km da maratona aquática, disputada em circuito montado na Praia da Copacabana. A atleta brasileira herdou a medalha de bronze após a francesa Aurelie Muller, que seria a terceira colocada, ser desclassificada por "atropelar" a italiana Rochele Bruni (medalha de prata)  na hora de bater na parede que determina a chegada. O ouro ficou com a holandesa Sharon van Rouwendaal, que fechou a prova com 1h55m31s.
Pódio herdado valoriza pioneirismo de Okimoto na modalidade. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Pódio herdado corou pioneirismo de Okimoto. (Foto: Danilo Borges/ Brasil2016.gov.br)
 
O pioneirismo é a marca da atleta desde sempre. Ela foi a primeira nadadora brasileira no pódio de uma competição da Federação Internacional de Natação, no Mundial de Maratonas de 2006. Foi a primeira medalhista brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos (em Roma, 2009). Foi a primeira maratonista aquática brasileira medalhista em Jogos Pan-Americanos (Rio 2007) e agora acrescentou a expressão olímpica à sua lista de pódios. "É a concretização de um sonho antigo. Eu me sinto mesmo pioneira. Lá em 2006, quando conquistei a primeira medalha em mundiais, foi o início de uma era boa.
Eu me sinto muito realizada por conta da carreira que tive, muito bonita", afirmou Poliana, que já tinha saído feliz com a quarta posição.
 
“Eu saí satisfeita porque dei o meu máximo. Eu fiz a melhor prova da minha vida, leve, me divertindo, e tive a sensação de dever cumprido. São poucas as provas em que a gente sai sabendo que demos o nosso máximo, e quando veio o terceiro foi muito emocionante, comecei a chorar. Eu já tinha ouvido boatos de que talvez a francesa fosse desclassificada, mas não era oficial. Quando estava dando entrevista para uma TV fiquei sabendo do resultado oficial e não consegui segurar as lágrimas”, disse. 
 
Tente outra vez
 
Aos 33 anos, Poliana disputava a prova pela terceira vez. Em Londres-2012, precisou abandonar a prova após hipotermia. “Tudo é vivência e aprendizado. Nos Jogos Olímpicos de Londres eu sai chateada, eu entrei em depressão por vários meses, mas a gente tem que levar como lição, crescer e ser pessoas melhores e atletas melhores”, contou Poliana. Em Pequim, ela havia terminado em sétimo. "Aqui, tudo conspirou a favor. A água estava mais lisa, a temperatura estava mais amena, tudo nas condições perfeitas", afirmou.
 
Há 11 anos, Poliana trocou as piscinas por provas em águas abertas, mesmo sentindo medo do mar. Com o tempo, foi se adaptando às provas em mar aberto e em 2006 veio a primeira medalha, uma prata na Copa do Mundo. “A primeira vez que nadei em uma prova de mar aberto foi aqui em Copacabana. Um dia antes da prova meu técnico me colocou para treinar. Eu já sentia medo. Eu falava para o meu treinador que não gostava e não queria e ele me obrigou a competir. Nadei 50 metros e voltei chorando porque tinha medo. Mas no dia da prova eu senti a adrenalina da competição, encarei e ainda ganhei”, contou. 
 
Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Poliana levou o Brasil pela primeira vez a um pódio feminino da natação. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Foi em 2006 que anunciaram que a maratona aquática entraria para os Jogos Olímpicos e este foi um dos incentivos para Poliana continuar. “A partir deste dia eu comecei a nadar todas as provas e a perder o medo. No meu primeiro mundial, em 2006, eu ganhei duas medalhas de prata”. Dez anos depois da primeira prata no mundial, Poliana retorna a Copacabana para a conquista da tão sonhada medalha de bronze.
 
“Acho que comecei a acreditar nesta medalha em 2013, quando fui campeã mundial na prova dos 10km. Em 2014 eu tive uma lesão e demorei a voltar. Em 2015, o meu objetivo era conseguir me classificar. Eu acho que construí esta medalha a cada dia e a cada treino. Este ano, cheguei a treinar 100km semanais por causa da Olimpíada. Eu mereci esta medalha, porque lutei muito para estar aqui”, disse. 
 
Ritmo certo
 
Poliana fez uma prova de controle. Sempre mantida no primeiro pelotão, ela entrou para o grupo de elite na terceira das quatro voltas, e se manteve entre as cinco primeiras até a linha de chegada. “A experiência conta muito na maratona aquática. Na última volta eu podia ter parado para me alimentar. Eu estava ali em segundo lugar, no pé da holandesa. A experiência ali contou de não ter parado. Fiquei cinco quilômetros sem me alimentar, foi difícil. No ritmo que a prova estava, era complicado. No final, cheguei a sentir a falta de energia e de hidratação, mas acho que foi uma atitude certa que tomei. Se eu tivesse parado, não teria encaixotado ali e talvez não teria conseguido esta medalha”, contou Poliana. 
 
A outra brasileira na disputa, Ana Marcela Cunha, teve problema em duas tentativas de conseguir pegar a alimentação ao longo da prova. Uma vez uma adversária esbarrou em seu braço. Na outra, deixou escapar o gel que repõe as energias perdidas. Assim, acabou fechando em décimo lugar, com 1h57min29.
 
"Fiquei triste. Dei tudo de mim, tudo o que podia, mas realmente não é um resultado digno de todos que me acompanharam nessa preparação", disse Ana Marcela, que vinha de resultados expressivos no circuito mundial e era uma das esperanças de medalha do país na prova. 
 
Michelle Abílio –brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

A prata da persistência de Diego veio em inédita dobradinha nos esportes individuais com o bronze de Nory

Redenção. Não há palavra melhor para definir o que Diego Hypolito viveu no domingo (14.08) na Arena Olímpica do Rio. A prata veio com a nota 15.533 na apresentação de solo e foi comemorada por ele, pelos técnicos e pelo público no ginásio como um ouro.
Dobradinha brasileira com prata e bronze na ginástica. (Foto: Roberto Caastro/Brasil2016.gov.br)Dobradinha brasileira com prata e bronze na ginástica. (Foto: Roberto Caastro/Brasil2016.gov.br)
 
 
É comum os atletas dizerem que, no momento de uma conquista ou logo antes dela, passa um filme. No caso de Diego, a dedicação, o esforço e, sobretudo, o histórico de percalços, são partes de um roteiro que o Brasil acompanhou. Ele foi bicampeão mundial (2005 e 2007) no solo e chegou aos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 como favorito. Caiu na final e ficou fora do pódio. Quatro anos depois, a queda foi ainda na fase classificatória: mais uma vez o sonho da medalha olímpica foi embora. Ele não desistiu. Superou lesões e até uma depressão. Para encarar sua terceira Olimpíada, teve que vencer também a disputa interna. Chegaram a considerá-lo fora da equipe, mas ele ficou.
 
A classificação para a final do solo já foi uma vitória. Diante da família e dos amigos, e de um Brasil que prendeu a respiração durante aquele minuto de prova, sem saber se viria uma outra frustração ou finalmente o alívio, Diego respondeu com a redenção. Não houve queda, mas choro. De emoção.
 
“Não consigo acreditar que é real. Isso mostra que se você acreditar no sonho, é possível. Em uma Olimpíada eu caí de bunda, na outra literalmente de cara, na terceira eu fiquei de pé. Eu nem era tão bom agora como era nas outras, mas consegui uma medalha. É inexplicável. Nunca desistam dos seus sonhos”, disse Diego Hypolito.
 
Para completar a tarde histórica para a ginástica artística do país anfitrião, Arthur Nory - que havia se classificado em oitavo para a final do solo – ficou com o bronze, com a nota 15.433. O ouro foi para o britânico Max Whitlock (15.633). O Brasil não só chegou ao pódio pela segunda vez na história da modalidade nos Jogos, quatro anos depois do ouro de Arthur Zanetti nas argolas, em Londres 2012. O país viu duas bandeiras subirem ao mesmo tempo no mastro que reflete o pódio. É a primeira dobradinha olímpica brasileira em esportes individuais.
 
O nascimento
 
Já quem diga que são apenas falhas, comuns no esporte. Outros poderão afirmar que foi uma conspiração do universo. Fato é que ginastas experientes e candidatos ao pódio erraram. O primeiro a se apresentar foi o japonês Kohei Uchimura, um dos ginastas mais completos da atualidade, bicampeão olímpico no individual geral e prata no solo em Londres 2012. Ele pisou fora do tablado e perdeu 0,3 na nota, ficando com 15.241.
 
“Diego, Diego”, gritavam os torcedores ainda antes do início da prova. Enquanto esperava a nota de Uchimura, Diego se ajoelhou por alguns segundos.  Foi autorizado a começar. Levantou e respirou fundo. Era hora de executar a série e se redimir.
 “Eu estava tão atordoado pensando se ia acertar, se ia fazer a minha parte, que na hora de ir para a última acrobacia passou um filme na minha cabeça. Veio o filme de Pequim. Pensei: ‘Você treinou, você se dedicou, não deixa o seu trabalho ir por água abaixo por algum pensamento negativo, vai lá e faz”, contou.
 
Foi lá e fez. E vibrou muito. Enquanto aguardava a nota, já não havia mais unhas, então Diego mordia os dedos. Veio a avaliação dos juízes: 15.533. Ele abraçou o técnico Marcos Goto e começou a saga da espera até que o último adversário se apresentasse.
 
“Achei que medalha não daria. Há pouquíssimo tempo nem me colocaram na equipe olímpica, eu nem era titular. Aí me classifiquei para a Olimpíada, fiquei em quarto no primeiro dia, o que já foi um sonho, e quando terminei a prova pensei que ia dar um quinto ou quarto lugar. Estava passando mal, minha pressão caiu, tentaram me acalmar. Dá um desespero enorme porque, após fazer a sua parte, só depende dos juízes. Hoje fui bem avaliado, fiz uma boa prova e esse resultado é do Brasil” disse Hypolito.
 
A supresa de Nory
 
A torcida ainda comemorava a boa apresentação de Diego quando o britânico Max Whitlock entrou no tablado e obteve a nota 15.633. Naquele momento, a prata estava em seu peito. Mas restavam mais cinco. Entre eles, o compatriota Arthur Nory.
Sem pressão, Nory acertou a série e conseguiu 15.433, a terceira melhor nota até então. Ele sabia que a série apresentada na classificatória, no dia 6 de agosto, não seria competitiva. Mudou os elementos, dificultou a série, treinou na véspera e entrou para disputar medalha. Não estava errado. 
 
“Foi a primeira vez que eu faço essa série, os elementos eu já havia treinado bastante. Na segunda passada, eu coloquei um elemento novo, de valor F, um dos mais altos do código, é bem difícil. Toda vez que eu faço esse elemento, eu tiro boa nota. Treinei ontem. Aí é ter cabeça fria. Treinado você já está. É ficar focado, acreditar no seu trabalho e fazer o que você mais ama”, disse Nory.
 
Sem tombo, sem tropeço, sem hesitação: série limpa valeu o pódio tão perseguido por Diego Hypolito. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brSem tombo, sem tropeço, sem hesitação: série limpa valeu o pódio tão perseguido por Diego Hypolito. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
“Depois da final do individual geral (no dia 10 de agosto) em que ele não foi tão bem, descansamos, voltamos a trabalhar, treinamos alguns elementos que dariam um acréscimo na nota de partida. Discutimos o que tinha que ser feito e, no ultimo momento, eu disse a ele:  ‘Vai lá e faz sua parte, não se preocupa com os oponentes e deixa a competição acontecer”, contou o técnico de Nory, Cristiano Albino. 
 
Ainda se apresentariam os norte-americanos Jacob Dalton e Samuel Mikulak, além do campeão mundial de solo, o japonês Kenzo Shirai, todos candidatos ao pódio. Dalton obteve 15.133, também com falhas. Shirai desequilibrou a ponto de quase cair de bunda, ficando com 15.366. Diego já era bronze. Restava saber se Mikulak tiraria Nory do pódio, mas ele também cometeu erros e somou 14.333. A dobradinha brasileira estava sacramentada. 
 
“Muitos falaram que eu não poderia, mas nunca deixei de acreditar. Eu era infinitamente pior agora e consegui uma prata. Parece que saiu um caminhão das minhas costas porque era a minha terceira Olimpíada, vou para a quarta sim. Eu amo demais o que faço e esse momento não tem explicação”, disse Diego.
 
“Foi muito emocionante. O Diego está lutando há anos. Já é a terceira Olimpíada que ele vem desejando isso e ele passa isso pra gente. Ele conseguiu e eu estou no pódio junto com um dos meus ídolos que eu sempre vi na TV, eu sempre quis estar lá junto”, contou Nory.
 
Investimentos e mais chances
 
O resultado vem do esforço, da dedicação, mas também do investimento que foi feito nos últimos anos, reconheceram atletas e técnicos. A ginástica brasileira, nas modalidades artística, rítmica e de trampolim, foi beneficiada com a compra de mais de mil equipamentos a partir de um convênio celebrado em 2010, no valor de R$ 7,2 milhões. Os itens foram destinados a 16 centros de treinamento, em 13 cidades brasileiras. Os atletas participaram de diversos training camps internacionais, contaram com equipes multidisciplinares e conseguiram se preparar bem para encarar os Jogos Rio 2016.
 
“Hoje em dia o Brasil me oferece uma estrutura para estar aqui, eu tive incentivo do Comitê Olímpico do Brasil, do meu clube, dos patrocinadores, uma equipe multidisciplinar, bons fisioterapeutas, uma boa psicóloga que me ajudou a me reerguer. Existem muitos profissionais que estudaram para ajudar a gente a se reerguer. Hoje me sinto um campeão para a vida”, avaliou Diego.
 
“O apoio que o governo nos deu, que a confederação nos deu, que o Comitê Olímpico nos deu, acho que isso culminou em todos os resultados”, disse Marcos Goto, técnico de Hypolito e também do atleta que representa outra chance de medalha do Brasil no Rio 2016. Arthur Zanetti tenta o bicampeonato nas argolas nesta segunda-feira (15.08).
 
“Ele (Zanetti) quer uma medalha, eu também quero uma medalha, nós trabalhamos para isso e vamos em busca da nossa medalha. Vamos fazer o nosso papel amanhã. Ele é o último a competir, vai ver os outros competirem e vai fazer o melhor dele. Que vença o melhor. Sempre”.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Diante da invencibilidade de Teddy Riner, Baby repete o bronze olímpico de Londres

Ao longo dos sete dias de lutas entre 390 judocas, de 136 países, os tatames da Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra, viram diversas cenas inimagináveis. Campeões olímpicos e mundiais caíram logo na estreia, enquanto nomes improváveis subiram ao pódio. O próprio Brasil, que hoje viu Rafael Silva conquistar mais um bronze, não cumpriu a meta de superar o desempenho de Londres-2012. Para uns, trata-se de sorte ou azar. Para outros, é justamente no fator surpresa que se encontra a magia dos Jogos. Porém, nem muita sorte ou magia seria capaz de tirar do francês Teddy Riner um novo ouro olímpico.
 
Baby comemora o segundo bronze olímpico, após um período de lesões e recuperação. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brBaby comemora o segundo bronze olímpico, após um período de lesões e recuperação. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Rafael bem que tentou. Depois de passar por Ramon Pileta, de Honduras, e pelo russo Renat Saidov, conseguindo o ippon em cima de ambos, o brasileiro encontrou o mais vitorioso judoca da história nas quartas de final. Líder do ranking, campeão em Londres e oito vezes campeão mundial, Teddy não perde uma luta sequer desde 2010. A torcida da casa gritava: “Riner, pode esperar, a sua hora vai chegar” e “eu acredito”, incentivando Baby a enfrentar o grande desafio.
 
Para manter a invencibilidade, o favorito insistiu em uma pegada alta nas costas de Rafael, que lhe rendeu um wazari. O brasileiro ainda foi punido três vezes e sofreu a oitava derrota para o algoz. “Fui para tentar jogar, sabia que no shido ia ser difícil, mas dei uma canseira nele”, diverte-se Baby, bem humorado e rasgando elogios ao adversário. “É um privilégio estar na categoria desse cara e lutar uma Olimpíada com ele. Ele é diferenciado, mas dei um pouco de trabalho e o deixei um pouco prejudicado para a próxima luta”, brinca.
 
Antes do confronto com Rafael, o francês já tinha vencido Mohammed Tayeb, da Argélia. Em seguida, encarou o israelense Or Sasson na semifinal e, por muito pouco, não se viu em uma disputa de golden score. A luta seguia empatada, com uma punição para cada lado. Literalmente no último segundo do tempo regulamentar, Riner conseguiu o wazari que o colocaria na decisão contra o japonês Hisayoshi Harasawa, de quem venceu por um shido de diferença para consagrar o bicampeonato olímpico.
 
“A cada competição existe uma pequena pressão, mas isso é bom”, comenta o francês. “Hoje foi um grande dia. Esta Olimpíada foi muito dura porque eu tive uma lesão e hoje venci. É um grande sonho”, acrescenta. Coincidência ou não, o primeiro título mundial da lista de Teddy Riner foi faturado no Rio de Janeiro, em 2007. Daí para a frente, ele repetiu o topo do pódio em 2008 (no Mundial Absoluto), 2009, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015.
 
A última derrota registrada pelo judoca Teddy foi em Tóquio, em 2010, na decisão da já extinta categoria absoluta, com a luta definida por decisão dos árbitros a favor do japonês Daiki Kamikawa. Antes disso, o francês havia perdido na semifinal dos Jogos de Pequim, em 2008, para Abdullo Tangriev, do Uzbequistão, terminando com a medalha de bronze.
 
Era justamente contra Tangriev que Rafael Silva disputaria a medalha de bronze, após derrotar o holandês Roy Meyer na repescagem, em um confronto truncado, vencido com um shido de vantagem. “Sabia que ia ser uma luta dura com o holandês. É um atleta que tem bastante explosão, entra bastante golpe, então sabia que ele ia tentar colocar um volume alto de luta”, explica Baby.
 
Já diante do uzbeque, a estratégia foi aproveitar o cansaço do rival, que poucos minutos antes tinha disputado a semifinal com Harasawa e sido desclassificado, com quatro punições. “O Tangriev é um atleta experiente e perigoso do início ao fim. Eu sabia que ele estaria cansado, então tentei me aproveitar ao máximo isso para definir a luta por punição, e consegui jogar de yuko”, conta Rafael.
 
Gostinho diferente
 
O bronze já esteve no peito há quatro anos, mas desta vez ganhou um sabor especial. “Hoje fiz uma luta dura com o Teddy, lutei com adversários diferentes, vim de uma recuperação e lutei em casa. Teve um gostinho diferente. Era uma gritaria que emocionava”, analisa. No ano passado, uma lesão no tendão do músculo peitoral maior direito o tirou das competições e o levou à mesa cirúrgica. Em abril deste ano, durante o Grand Prix de Samsun, na Turquia, o brasileiro levou, além do bronze, uma distensão na coxa. A ausência nos tatames deixou Rafael em risco até os últimos momentos da convocação, com David Moura sempre no páreo.
 
“Voltar a ter confiança, a lutar bem, foi o mais complicado para mim. Cheguei aqui acreditando muito”, afirma Baby. “Agora o resultado veio para coroar todo o esforço da equipe para me colocar em dia para lutar”, acredita o paranaense de Rolândia, que só começou no judô aos 15 anos e agora integra um grupo de elite.
 
Além de Mayra Aguiar, que ontem se tornou a primeira mulher brasileira a subir duas vezes ao pódio olímpico da modalidade, Rafael passa a figurar também ao lado de Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro, cada um com uma dupla de medalhas nos Jogos. “Acho que o povo brasileiro me deu suporte a cada shido, a cada projeção. Eles gritaram, colocaram pressão no meu oponente, então estou feliz de conquistar a medalha em casa e fazer parte desse time seleto”, comemora.
 
Campanha curta
 
No feminino, a maior expectativa era em torno da luta de Maria Suelen Altheman (+78kg) com Idalys Ortiz, de Cuba, campeã olímpica em 2012 e bicampeã mundial. O encontro com a rival de quem nunca venceu estava previsto para as quartas de final, mas a brasileira não chegou até lá. Logo na primeira luta, acabou derrotada por yuko pela sul-coreana Minjeong Kim, a mesma que a superou no Mundial do ano passado.
 
“A gente se prepara quatro anos para estar aqui e eu saí com a derrota, mas fico feliz por ter representado meu país. Foi um privilégio lutar dentro de casa”, comenta Suelen, falando ainda sobre a participação abaixo das expectativas do judô brasileiro no Rio. “A gente teve tudo, fez vários treinamentos fora, mas o judô é isso. A gente aprende a cair e tem que levantar. Todo mundo se dedicou para estar aqui e infelizmente não deu certo, mas tem um novo ciclo começando a partir de hoje. Quem sabe no Japão pode ser melhor”, avalia.
 
Kim chegou a disputar a medalha de bronze, mas foi superada pela chinesa Song Yu. O ouro da categoria foi outra surpresa do dia. Na grande final, a francesa Emilie Andeol superou a cubana favorita já no golden score e levou mais um ouro para a França de Teddy Riner. O outro bronze ficou com a japonesa Kanae Yamabe.
 
Balanço
 
Apesar de não ter estabelecido uma meta numérica para os Jogos do Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) colocou como objetivo a superação dos resultados de Londres, em quantidade ou na cor das medalhas. Na ocasião, o Brasil conseguiu seu melhor desempenho, levando um ouro e três bronzes. Desta vez, ficou com um bronze a menos, após as conquistas de Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Rafael Silva, terminando, assim como há quatro anos, com o sexto lugar no quadro da modalidade. O líder foi o Japão (12 medalhas), seguido pela França (cinco) e pela Rússia (três).
 
“A equipe se preparou melhor do que o resultado que nós tivemos. Por outro lado, a competição teve uma diluição. Nunca tivemos 26 países conquistando medalha”, pondera o gestor de alto rendimento, Ney Wilson. “Apesar do número menor, mantivemos a posição no quadro geral porque houve uma distribuição mais diluída entre os países. Tirando o Japão, que é fora da curva, e o resultado de hoje da França, todos os outros ficaram muito equilibrados, ninguém teve mais do que três medalhas”, completa.
 
“Podíamos ter conquistado mais. Potencial para isso nós tivemos, mas não saímos daqui decepcionados. No primeiro dia, com dois medalhistas olímpicos, não dava para esperar que sairíamos daqui sem medalha nenhuma”, admite.
 
Pela primeira vez desde o ouro de Rogério Sampaio em 1992, o judô masculino brasileiro deixa uma Olimpíada com um único pódio. Para Ney Wilson, agora será o momento de reverter esse cenário. “Já começamos diferente para Tóquio, trabalhando com um ano de antecedência, sem esperar o Rio 2016 acabar. Hoje temos o feminino repetindo integralmente a equipe de Londres, com algumas atletas com três Jogos Olímpicos nas costas, e no masculino tivemos quatro estreantes. Isso faz uma diferença muito grande”, compara. 
 
A previsão é de uma renovação na seleção brasileira para o próximo ciclo. Sarah Menezes, por exemplo, já adiantou que subirá para a categoria -52kg, enquanto Tiago Camilo deu adeus aos Jogos.  “De uma Olimpíada para outra, há uma renovação natural de 30% em média”, calcula o gestor.
 
Com as mesmas duas medalhas, um ouro e um bronze, conquistadas há quatro anos pelo feminino, a técnica Rosicléia Campos acredita que havia “munição” para ir além, mas também já projeta o futuro. “Tínhamos capacidade sim de ganhar mais medalhas. Algumas surpresas aconteceram e não foi só para a gente. Temos muito trabalho pela frente e amanhã já vamos pensar no próximo ciclo”, adianta.
 
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 
 
 

Dupla brasileira da C2 de canoagem slalom fica fora da final

A dupla Anderson Oliveira e Charles Corrêa deu adeus à competição de canoagem slalom na semifinal da categoria C2. Os paulistas de Piraju, no interior de São Paulo, terminaram a prova com o tempo 116s49, na 11ª colocação, e não conseguiram avançar para a fase final, que reuniu os dez melhores e foi realizada também nesta quinta-feira (11.8). "Era um percurso mais travado do que na primeira fase, o nível técnico foi maior. Apesar da eliminação, estamos satisfeitos com o resultado", disse Charles Corrêa.

A medalha de ouro ficou com a dupla da Eslováquia, formada por LadislavSkantar e Peter Skantar, que desceu o canal em 101s58. A prata ficou com os britânicos David Florence e Richard Hounslow, que completaram em 102s01. O bronze foi para os franceses GauthierKlauss e Mathieu Peche (103s24).

Charles e Anderson foram os últimos brasileiros a competir na canoagem slalom nesta edição dos Jogos. Ana Sátila foi eliminada na primeira fase do K1 e Pedro Henrique Gonçalves, o Pepê, terminou em sexto na classificação geral do caiaque individual masculino, melhor resultado da história da slalom brasileira em Jogos Olímpicos.

"Nos últimos anos, a slalom cresceu muito. Os próprios atletas e técnicos europeus vieram elogiar o nosso desempenho e desenvolvimento. O Brasil nunca foi visto como adversário e hoje, eles já olham a gente de maneira diferente", afirma Anderson Oliveira.

Foto: Michelle AbilioFoto: Michelle Abilio

Secretário acompanha as finais da canoagem

Na arquibancada do Parque Radical, em Deodoro, o secretário de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, Leandro Cruz, assistia às finais, acompanhado pelo presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini.  Após o término da competição, Leandro Cruz ressaltou a relevância do evento para o desenvolvimento do esporte nacional. “Os Jogo vão aumentar a prática do esporte no país. As Olímpiadas vão ajudar a popularizar as modalidades que não são tão conhecidas no Brasil.”

Michelle Abílio – brasil2016.gov.br

 

 

 
 

Mayra Aguiar leva bronze e é a primeira judoca brasileira com dois pódios nos Jogos

Uma garotinha de seis anos vestida com um quimono. Nem competir ela podia, mas perturbou tanto o professor da escolinha que acabou inscrita na competição. A prata na estreia não seria o suficiente para satisfazer Mayra Aguiar, ainda em versão miniatura. A pequena judoca chorava tanto que os pais tiveram uma certeza: ela iria desistir do esporte ali mesmo. Eles não poderiam estar mais enganados. Mayra enxugou o rosto e perguntou: “Quando é a próxima? Não ganhei essa, mas quero mais”. Ali começava a trajetória da brasileira, que na quinta-feira (11.08) precisou, mais uma vez, conter as lágrimas, respirar e ir atrás da medalha de bronze.
 
Mayra Aguiar beija a medalha de bronze: judoca é a primeira mulher do Brasil a subir ao pódio olímpico duas vezes. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Mayra Aguiar beija a medalha de bronze: judoca é a primeira mulher do Brasil a subir ao pódio olímpico duas vezes. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
Repetindo o pódio de Londres, em 2012, Mayra Aguiar é, agora, a única mulher brasileira a conquistar duas medalhas para o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos. O sonho do ouro em casa só foi parado na semifinal e diante de uma adversária que ela conhecia bem: a francesa Audrey Tcheumeo. Foi justamente contra ela, em 2014, que a gaúcha sagrou-se campeã mundial. Ao todo, as duas já haviam lutado seis vezes – e a única vitória da europeia havia sido em 2011, no Grand Slam de Paris.
 
Vivendo a expectativa de uma nova vitória e da vaga na decisão, Mayra acabou punida com dois shidos – o segundo a apenas 30 segundos do fim da luta – enquanto a adversária recebeu apenas um. Sem tempo para superar a desvantagem, a brasileira ajoelhou no tatame e escondeu o rosto. “É um momento bastante difícil. Ali a gente perdeu o que veio buscar”, explica. A tristeza, no entanto, tinha poucos minutos para ceder espaço à vontade de voltar e buscar o bronze contra a cubana Yalennis Castillo.
 
Brasileira cai de joelhos no tatame após derrota na semifinal olímpica. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Brasileira cai de joelhos no tatame após derrota na semifinal olímpica. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
Ali Mayra reviveu a experiência de Londres, quando foi superada na semifinal pela rival americana Kayla Harrison, mas se recompôs para conquistar sua primeira medalha olímpica, há quatro anos. “Eu vi que valeu muito a pena. Aquilo transformou a minha vida. Quando perdi a luta hoje, saí muito abalada, mas coloquei na minha cabeça que eu não podia desistir”, conta. Para a definição do bronze, ela já sabia o que pensar. “Eu coloco na minha cabeça que é uma nova competição. A gente perdeu uma medalha, mas não a guerra”, determina.
 
 
Foi assim que, com um yuko e duas punições de vantagem em cima da cubana, vice-campeã olímpica em Pequim-2008, Mayra Aguiar faturou um segundo bronze nos Jogos para seu currículo e a terceira medalha do Brasil no Rio de Janeiro. “Eu não admito perder. Aquilo me dá muita raiva. Eu ia deixar o corpo no tatame, mas não ia sair dali sem a medalha”, afirma. Com a nova conquista, a judoca agora se une a Aurélio Miguel (ouro em Seul-1988 e bronze em Atlanta-1996), Tiago Camilo (prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008) e Leandro Guilheiro (bronze em Atenas-2004 e em Pequim-2008) no rol dos brasileiros que subiram duas vezes ao pódio dos Jogos na modalidade.
 
Dona da casa, Mayra foi empurrada pelo público na Arena Carioca 2 ao longo de todo o dia de competição. “A energia aqui foi mágica, maravilhosa. Conquistar a medalha olímpica em Londres foi lindo, mas agora com a torcida, essa vibração e a emoção que o povo tem, isso aqui foi realmente marcado na minha vida, vou levar para sempre”, emociona-se.
 
Para se classificar à semifinal contra a francesa, a gaúcha fez duas lutas durante a manhã. Na estreia, já mostrando frieza e disposição, precisou de 39 segundos para conseguir um wazari e a imobilização da australiana Miranda Giambelli. Muito séria e concentrada, Mayra seguiu direto para as quartas de final contra a alemã Luise Malzahn, medalhista de bronze no Mundial do ano passado. As duas já tinham se enfrentado três vezes e Mayra nunca foi derrotada pela adversária. Após uma luta mais acirrada, a brasileira novamente levou a melhor com a diferença mínima de um shido.
 
Na estreia, Mayra precisou de apenas 39 segundos para derrotar a australiana Miranda Giambelli. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Na estreia, Mayra precisou de apenas 39 segundos para derrotar a australiana Miranda Giambelli. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)
 
 
 
 
 
 
 
Retrospecto
 
Hoje é até difícil imaginar a judoca em outro esporte, mas Mayra Aguiar passou por várias opções antes de se firmar no tatame: fez balé, natação e ginástica, além do atletismo, que seguiu lado a lado com a arte marcial até os 11 anos. Tendo o quimono como exclusividade, ela só precisou de três anos para integrar a seleção brasileira júnior. Aos 15, conquistaria, com um bronze, a primeira medalha em um Mundial Júnior.
 
Em mundiais sênior, a gaúcha soma quatro pódios: ouro em 2014, prata em 2010 e bronzes em 2011 e 2013. A conquista inédita em Chelyabinsk, há dois anos, teve um sabor que ultrapassou o brilho dourado. Mayra tinha acabado de se recuperar de duas cirurgias simultâneas, no joelho direito e no cotovelo esquerdo, que a obrigaram a passar seis meses parada. Na Rússia, venceu Kayla Harrison na semifinal e Audrey Tcheumeo na decisão.
 
Algoz bicampeã
 
Fora da final olímpica desta quinta-feira, a brasileira não teve a oportunidade de enfrentar, dentro de casa, a norte-americana, com quem intercalou vitórias e derrotas ao longo dos últimos anos. Desde que a Holanda anunciou uma alteração na lista das convocadas para os Jogos do Rio, as duas adversárias sabiam que só se encontrariam em uma possível decisão – talvez uma das mais aguardadas da competição. Em 17 confrontos, Kayla já venceu nove, contra oito da brasileira.
 
Com Mayra fora da disputa, a campeã de Londres superou a francesa na decisão para conquistar o bicampeonato. “Era quase impossível repetir um título olímpico, mas meus técnicos me fizeram lutar todos os torneios, me fizeram lutar quando eu estava cansada, exausta, lesionada, doente. Trabalhei muito duro para isso”, comemora. O outro bronze da categoria ficou com Anamari Velensek, da Eslovênia.
 
Bicampeã olímpica, Kayla Harrison divide o pódio com Mayra e as outras medalhistas no Rio 2016. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br)Bicampeã olímpica, Kayla Harrison divide o pódio com Mayra e as outras medalhistas no Rio 2016. Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br
 
Aprendizado
 
Novato na seleção brasileira e com a responsabilidade de substituir o veterano Luciano Corrêa, Rafael Buzacarini fez sua primeira luta olímpica contra o uruguaio Pablo Aprahamian. O brasileiro, concentrado, não encontrou dificuldades no confronto, aplicando uma chave de braço no rival, que já sofria com a desvantagem de dois shidos. Pela frente, contudo, “Bolo Cru”, como é conhecido entre os amigos, encontraria toda a experiência do japonês campeão mundial Ryunosuke Haga.
 
“Era a luta decisiva. Eu já sabia que seria difícil, já tinha lutado com ele”, comenta o brasileiro, que perdeu pela segunda vez para o rival após uma punição por falso ataque. “Eu estava bem concentrado, trabalhei duro. Agora é levantar a cabeça”, lamenta, prometendo trabalhar nos erros para ter uma nova chance daqui a quatro anos, em Tóquio.
 
A disputa do masculino foi vencida por Lukas Krpalek, da República Tcheca, que derrotou Elmar Gasimov na decisão. Os bronzes ficaram com Ryunosuke Haga e com o francês Cyrille Maret. Campeão olímpico em Londres, o russo Tagir Khaibulaev foi eliminado na primeira luta por Gasimov.
 
O último dia do judô no Rio 2016, nesta sexta-feira (12), terá os peso pesados Rafael Silva (+100kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg) lutando para ampliar o número de medalhas brasileiras no quadro da modalidade.
 
Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
 
Ascom – Ministério do Eesporte
 

Brasil e Argentina lançam campanha de paz entre as torcidas

Para evitar que a tradicional rivalidade esportiva entre brasileiros e argentinos possa motivar brigas e desentendimentos entre as torcidas durante os Jogos Rio 2016, os secretários de Esporte de Alto Rendimento do Brasil, Luiz Lima, e da Argentina, Carlos Javier Mac Allister, lançaram, nesta quarta-feira (10.08), uma campanha para estimular a boa convivência entre as torcidas.
 
Luiz Lima (com o microfone), secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, se reuniu com representantes do governo argentino para traçar ações de engajamento entre as duas torcidas. Foto: Ivo Lima/MELuiz Lima (com o microfone), secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, se reuniu com representantes do governo argentino para traçar ações de engajamento entre as duas torcidas. Foto: Ivo Lima/ME
 
"Espero que essa campanha que está se iniciando contagie os brasileiros. Eu, ontem, no Parque Olímpico, encontrei alguns argentinos, foi um prazer tirar foto com todos eles. Com isso, esse clima de amizade vai se espalhando. É mais gostoso você abraçar um argentino do que fazer de uma rivalidade algo que não é positivo", ressaltou Luiz Lima.
 
A campanha elaborada por Brasil e Argentina vai pedir para que atletas e torcedores utilizem as redes sociais para mostrar a amizade entre as torcidas. De acordo com o secretário argentino, o objetivo é fazer com que o brasileiro abrace o argentino e o argentino abrace o brasileiro.
 
"Somos rivais, não inimigos. Queremos que os esportistas joguem e que os torcedores torçam, sem enfrentamento de nenhum tipo, sem agressões verbais, nem físicas. As Olimpíadas foram criadas para ser um lugar de união e de diversidade."
 
No próximo sábado (13.08), Brasil e Argentina vão se enfrentar pelo torneio olímpico de basquete. Para Luiz Lima, essa vai ser uma ótima oportunidade para propor a paz entre as torcidas. "Vamos desenvolver uma ação interna entre os próprios atletas pedindo para que divulguem em redes sociais. Deem abraço, tirem foto e postem no Facebook."
 
A expectativa para a partida de basquete entre Brasil e Argentina é que os atletas entrem de mãos dadas e com as bandeiras trocadas, fazendo com que isso também estimule a paz.
 
João Paulo Machado – Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

“Pode contar com a nossa medalha”, diz caçula do handebol feminino

Com Tamires Morena, não existe pensamento negativo. É na base da “positividade”, como gosta de dizer, e de muito trabalho que ela espera dar o maior presente aos brasileiros, e à família em especial, em agosto. A “caravana Tamires”, que inclui os pais, a avó, o marido, os primos e amigos, não vai precisar se deslocar muito para acompanhar de perto a caçula da seleção feminina de handebol nos Jogos Olímpicos.

Tamires durante treino com a seleção brasileira: - a equipe amadureceu, está com mentalidade de ouro. (Foto: Divulgação/PhotoeGrafia)Tamires durante treino com a seleção brasileira: - a equipe amadureceu, está com mentalidade de ouro. (Foto: Divulgação/PhotoeGrafia)

Tamires, 22 anos, é a única carioca da equipe. Ela cresceu na Vila Valqueire, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro que fica a menos de vinte quilômetros da Arena do Futuro, no Parque Olímpico da Barra, onde a pivô fará sua estreia olímpica. “Para mim é mais em casa ainda. É mais força, mais garra, mais coragem. Vou dar meu máximo para a seleção. Sendo aqui no Rio, no Brasil, na minha casa, ninguém vai ganhar fácil do Brasil. Não vai ter essa”, disse a jogadora.

Com Tamires não tem “talvez”. A determinação é a marca da atleta que poderia estar ainda treinando lançamento de dardo, mas que chamou a atenção, pela altura (1m82) e pelo porte, do técnico dinamarquês Morten Soubak em um intercolegial em 2009. Optou por seguir o caminho do handebol.

Já na seleção adulta, Tamires esteve na equipe que ganhou o ouro no Pan de Toronto, em 2015, e que foi eliminada pela Romênia nas oitavas de final do Mundial do ano passado. A derrota doeu, mas trouxe um aprendizado que pode ajudar já na primeira fase dos Jogos Olímpicos.

“A Romênia, que tirou a gente no Mundial, está na nossa chave. Isso vai ser bom, porque sabemos como nos preparar para nos defender delas”, disse a atleta, que já jogou na Hungria e disputará a temporada 2016/2017 pelo Dijon, da França.

Para chegar ao título, Brasil terá uma chave difícil nos Jogos Olímpicos, com a bicampeã Noruega e a Romênia, que eliminou o Brasil no último Mundial. (Foto: Divulgação/PhotoeGrafia)Para chegar ao título, Brasil terá uma chave difícil nos Jogos Olímpicos, com a bicampeã Noruega e a Romênia, que eliminou o Brasil no último Mundial. (Foto: Divulgação/PhotoeGrafia)

Pedreira de cara
A estreia da equipe já vai ser eletrizante. A primeira adversária é nada menos que a bicampeã olímpica, a Noruega, em 6 de agosto.  A Romênia será enfrentada no dia 8. Na sequência, sempre em dias pares, virão Espanha, Angola e Montenegro, para fechar a primeira fase. As quartas de final estão marcadas para o dia 16 de agosto, as semifinais serão realizadas no dia 18 e a grande final ocorrerá no dia 20.

Questionada se o Brasil poderia contar com uma medalha do handebol feminino no quadro de medalhas, Tamires foi assertiva: “Pode ter certeza que a gente vai estar lá. Pode contar com a nossa medalha”. E ela só quer saber do ouro, assim como as companheiras de equipe.

“A seleção está bem confiante, amadureceu, está com uma mentalidade de ouro, isso é muito importante. Um atleta que entra para a Olimpíada e já pensa negativo, pode ter certeza que não tem chance de ganhar. A nossa seleção passou por muita coisa. Foi campeã mundial em 2013, não teve boa performance em 2015, mas também estava passando por situações que nem todo mundo sabe, com atletas lesionadas, a renovação.  Agora, para as Olimpíadas, tudo que a gente tinha que passar a gente já passou. Vai ser o momento de mostrar que a nossa seleção tem capacidade de dar a volta por cima e conseguir o ouro olímpico”, disse.

Já concentrada com a seleção no Centro de Capacitação Física do Exército, no Rio, Tamires agora conta os dias para a estreia. A torcida, segundo ela, será fundamental. “Estando em casa ou não estando em casa, a torcida vai sempre cobrar, porque torcida é torcida. Graças a Deus, no handebol, a torcida sempre nos motivou e deu gás. Quando você vê que o Brasil está caindo,  a torcida levanta e a gente cai pra dentro. Temos uma conexão muito boa com a torcida”, afirmou.

Os ingressos para o jogo contra a Noruega já estão esgotados e a “caravana Tamires” está garantida.

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Quase 80% dos atletas brasileiros inscritos nos Jogos Rio 2016 são bolsistas

A delegação recorde do Brasil na história das Olimpíadas contou com um importante aliado na preparação para os Jogos Rio 2016, a Bolsa Atleta. O programa beneficia 358 dos 465 desportistas que representarão o país no megaevento. O número representa 77% do total de brasileiros que irão competir no próximo mês. A lista dos contemplados e o histórico de cada atleta no programa, que foi criado em 2005, são algumas das informações reunidas no “Guia de Atletas e Modalidades Olímpicas” do Ministério do Esporte (disponível em versão digital – PDF – 25,6 Mb).

O programa serve para apoiar atletas que tenham obtido bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades, independentemente de sua condição econômica. São seis categorias de bolsas, pagas em 12 parcelas, cujo valor mensal varia de R$ 310 a R$ 15 mil. Nas Olimpíadas, serão 140 desportistas da categoria Internacional, 105 da categoria Pódio, 57 da categoria Olímpica e 56 da categoria Nacional.

Os benefícios são pagos da seguinte maneira: Atleta de Base (R$ 370,00); Estudantil (R$ 370,00); Nacional (R$ 925,00); Internacional (R$ 1.850,00); Olímpico/Paralímpico (R$ 3.100,00) e Pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil).

O Guia ainda traz os investimentos realizados pelo Governo Federal nas 42 modalidades olímpicas, que inclui os recursos aplicados no Plano Brasil Medalhas, convênios com as confederações, construções e reformas de Centros de Treinamento e compra de equipamentos.

A publicação também traça o perfil dos 465 atletas brasileiros que estarão nos Jogos Rio 2016, com nome, naturalidade, data de nascimento e participações olímpicas. Nas modalidades individuais, há ainda os principais resultados na carreira dos desportistas e provas em que estão classificados nos Jogos Rio 2016. Nos esportes coletivos, também estão registrados as medalhas do Brasil e a posição em que os atletas atuam.

Bolsa Atleta
A nova lista de contemplados no Bolsa Atleta, para o exercício de 2016, foi publicada nesta sexta-feira (22.07), e inclui 6.152 atletas de todo país, contemplando modalidades olímpicas, não-olímpicas e paralímpicas. Os investimentos serão de R$ 80 milhões neste ano.

Considerado o maior programa de patrocínio individual do mundo, o Bolsa Atleta completou em 2015, uma década de atuação, com mais de 43 mil bolsas concedidas para mais de 17 mil atletas. Os investimentos no período alcançaram a marca de R$ 600 milhões nas categorias de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpico/Paralímpico.

Já pela Bolsa Pódio, já foram investidos mais de R$ 60 milhões em 318 atletas desde 2013. Atualmente, 231 atletas de modalidades individuais (olímpicas e paralímpicas) são patrocinados nesta categoria. A Bolsa Pódio é uma ação do Plano Brasil Medalhas pelo qual o Ministério do Esporte e empresas estatais também apoiam mais 179 atletas de modalidades coletivas (olímpicas e paralímpicas). Os recursos do Plano para esses 399 atletas já somam investimentos na ordem de R$ 287,3 milhões.

Ascom - Ministério do Esporte

Cefan inaugura instalações de treinamento para o Rio 2016

Ginásio climatizado do Cefan. Ao fim dos Jogos, estrutura ficará de legado para a prática de esporte de alto rendimento e de base. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov/ME)Ginásio climatizado do Cefan. Ao fim dos Jogos, estrutura ficará de legado para a prática de esporte de alto rendimento e de base. (Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov/ME)

O Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), no Zona Norte do Rio de Janeiro, está pronto para receber as delegações estrangeiras durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. A  instalação da Marinha  entregou ao Comitê Organizador, nesta sexta-feira (15.07),  os centros oficiais de treinamento para futebol, vôlei e polo aquático.

“Durante os Jogos, as delegações vão treinar nesses locais de acordo com uma tabela organizada pelo Comitê Rio 2016, que seleciona os países que virão aqui para o centro. Ao final dos Jogos, as estruturas vão ficar como legado para o esporte de alto rendimento, para a Marinha e para o Brasil”, disse o contra-almirante Carlos Chagas, comandante do Cefan.

As obras foram realizadas com investimento de R$ 19 milhões do Ministério do Esporte, e incluíram a construção de dois campos de futebol com medidas oficiais e prédio de apoio, calçamento nas vias de acesso, acessibilidade, e reformas no parque aquático e no ginásio poliesportivo climatizado.  


Novas Instalações CEFANNovas Instalações CEFAN
 

Sustentabilidade
O novo prédio, entre os dois campos de futebol, não abriga apenas os quatro vestiários, duas salas de fisioterapia, duas salas de preleção e dois depósitos para material esportivo. Ali está instalado um sistema de captação de água e energia que significa economia para a instalação.

“É um sistema integrado que tem a usina de energia solar com 164 placas fotovoltaicas, a iluminação toda em LED e o sistema de aquecimento solar para a água que, por meio de bombas, vai para os vestiários masculino e feminino. E tem também o reuso da água de irrigação dos campos de futebol: nossa expectativa é recuperar até 25% da água lançada nos campos. A água pluvial é coletada na lateral das edificações e vai para a rede de captação”, disse Gilson Barbosa, diretor da empresa responsável pela obra.

O pontapé inicial em um dos novos campos foi dado pelo ex-jogador Zico e, na sequência, foi realizada uma partida entre a seleção brasileira de futebol feminino sub-17 e a seleção brasileira feminina militar, campeã mundial nos Jogos Mundiais Militares da Coreia 2015 e campeã brasileira em 2016 por meio de uma parceria entre a Marinha do Brasil e o Flamengo.

Secretário Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima estreou a piscina do Cefan ao lado de meninos do projeto Forças no Esporte. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br/ME)Secretário Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima estreou a piscina do Cefan ao lado de meninos do projeto Forças no Esporte. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br/ME)

Na inauguração do Parque Aquático, o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, nadou com crianças do programa Forças no Esporte e com Djan Madruga, atleta brasileiro que conquistou o bronze no revezamento 4 x 200m livre em Moscou 1980.

“Quando a gente investe nas Forças Armadas, não é exclusivamente nos militares. Tanto Marinha, Aeronáutica quanto Exército têm as suas instalações abertas para o desenvolvimento do esporte nacional”, disse Luiz Lima.

Embarcações
Também foram entregues, nesta sexta, 90 embarcações, em quatro tamanhos, adquiridas pela Marinha do Brasil para utilização no apoio às provas aquáticas dos Jogos Rio 2016 (vela, remo, canoagem, natação do triatlo e maratona aquática), transportando árbitros, profissionais de imprensa e recursos para logística. Após a participação nos Jogos, as embarcações retornarão à Marinha, ficando como legado na segurança e na preservação da soberania no mar.

As embarcações fazem parte do investimento de R$ 100 milhões do Ministério do Esporte para equipamentos e materiais esportivos, que estão sendo adquirido em parceria com o Ministério da Defesa para a realização dos Jogos.

Noventa embarcações servirão de apoio para provas de vela, remo, canoagem, natação do triatlo e maratona aquática. Após os Jogos, ficarão para a Marinha. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br/ME)Noventa embarcações servirão de apoio para provas de vela, remo, canoagem, natação do triatlo e maratona aquática. Após os Jogos, ficarão para a Marinha. (Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br/ME)

Bolt no Cefan
Além das instalações entregues ao Comitê Rio 2016 para o treinamento oficial de vôlei, futebol e polo aquático, outras estruturas serão usadas na aclimatação de delegações estrangeiras, como resultado de acordos bilaterais entre o Cefan e esses times. A pista de atletismo será palco de treinamento da equipe da Jamaica, que conta com o bicampeão olímpico Usain Bolt.

“É sempre uma grande expectativa. É um grande ídolo, representa uma chance de aquisição de conhecimento para os nossos técnicos e atletas, e uma fonte de inspiração para crianças dos nossos projetos de base”, afirmou Carlos Chagas.

Estarão ainda no Cefan a equipe de boxe de Cuba, o time de futebol feminino da Nova Zelândia e as equipes de atletismo, boxe taekwondo e lutas associadas de Porto Rico. O basquete em cadeira de rodas do Canadá também fará aclimatação no centro.

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Confederação define atletas que representam a Paracanoagem nos Jogos Rio 2016

A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) definiu oficialmente os atletas que defenderão a Paracanoagem Brasileira nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A modalidade fará sua estreia em solo brasileiro no maior evento esportivo do planeta. A equipe selecionada é composta por Debora Benivides (KL2 Feminino), Mari Santilli (KL3 Feminino), Luis Carlos Cardoso (KL1 Masculino), Fernando Rufino (KL2 Masculino) e Caio Ribeiro (KL3 Masculino). O Brasil conquistou cinco das seis vagas disponíveis para a competição.

De acordo com Leonardo Maiola, supervisor do Comitê de Paracanoagem da CBCa, esta é a hora de planejar os últimos detalhes para as disputas no Rio de Janeiro, que começam no dia 7 de setembro. “Temos uma equipe que pode nos trazer bons resultados e a expectativa por medalhas é grande. O trabalho durante este ciclo paralímpico nos deixa otimista”, disse Maiola.

Foto: CBCaFoto: CBCa

A abertura oficial dos Jogos Paralímpicos será realizada no dia 7 de setembro e as competições de Paracanoagem acontecem nos dias 14 e 15. As provas da modalidade serão todas de 200 metros.


Com confiança no time que preparou, o técnico da seleção brasileira de paracanoagem, Thiago Pupo, mostra que a equipe vai com força para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. “Todos os atletas estão se dedicando muito e vejo, neste momento, uma evolução muito grande no desempenho de cada um. Estamos prontos para o Jogos”, explica o treinador.

» Conheça um pouco sobre os representantes do Brasil:
 
Debora Benevides (KL2 FEM)
Mais jovem da equipe, a sul-mato-grossense é natural de Água Clara e uma das revelações da Canoagem Brasileira. A jovem de 20 anos coleciona em sua curta carreira mais de 60 medalhas conquistadas em eventos nacionais e internacionais.

Representante do Brasil na categoria KL2, Debora será uma das primeiras paracanoístas brasileiras a disputar os Jogos Paralímpicos. Desde os 15 anos remando em águas brasileiras e internacionais, a jovem realiza não apenas o sonho de participar do maior evento esportivo do mundo, mas, também ajudar o seu esporte a crescer.

Mari Santilli (KL3 FEM)
Mari garantiu a vaga para os Jogos Rio 2016 no último Mundial de Paracanoagem, realizado na Alemanha. “Cumpri parte das minhas metas, uma delas era conquistar a vaga para o Rio. Agora, quero conseguir ficar pelo menos entre as cinco primeiras colocadas”, explica.

Com o esporte nas veias desde sempre, Mari já disputou provas de natação, triathlo e corrida de rua. Professora licenciada da rede pública de ensino de Curitiba por conta da dedicação à Paracanoagem, ela ainda se faz presente na vida dos alunos incentivando projetos de inclusão de crianças com deficiência. A curitibana que carrega o sotaque sulista nas competições Brasil afora coleciona títulos em Copas Brasil e Campeonatos Brasileiros, além de garantir boas colocações nos rankings internacionais.

Luis Carlos Cardoso (KL1 MASC)
Nas categorias masculinas, o tricampeão mundial na canoa e campeão mundial no caiaque, Luis Carlos Cardoso é quem disputará pela KL1. Os treinos focados em aprimorar as técnicas dentro da água são cada vez mais intensos e a vontade de alcançar um bom resultado para o Brasil é grande. “Meu técnico, Akos Angyal e eu estamos completamente determinados. No Mundial de Paracanoagem conseguimos identificar pontos que ainda podem ser melhorados e estamos trabalhando nisso. Acredito no meu desempenho e estou bastante confiante”, comentou Cardoso.

Ex-dançarino e coreógrafo do cantor Frank Aguiar, o paratleta piauiense descobriu que tinha uma bactéria alojada na medula óssea, perdendo o movimento das pernas gradativamente. Nesta época ele se viu impedido de fazer o que tanto amava: dançar. Com o objetivo de dar a volta por cima, o piauiense se dedicou ao esporte e encontrou na Paracanoagem a chance de se tornar revelação da modalidade.

Fernando Rufino (KL2 MASC)
O “cowboy da Paracanoagem” representa o país na categoria KL2. “Minhas expectativas são as melhores, pois tenho uma ótima equipe técnica, acredito muito no trabalho deles e tenho evoluído a cada dia como pessoa e atleta. E, acima de tudo, tenho muita fé em mim”.

De ex-peão de rodeio a paracanoísta de sucesso, Fernando Rufino disputa os Jogos Paralímpicos Rio 2016 após uma série de desventuras durante a vida. Natural de Itaquiraí, no interior do Mato Grosso do Sul, o Cowboy sempre teve o sonho de conquistar o mundo montado em cima de um touro. No entanto, após ser atropelado por um ônibus e perder o movimento das pernas parcialmente, o sul-matogrossense com jeitão sertanejo descobriu que o sonho teria que ser conquistado na água. Dentro de um caiaque apelidado de burro branco, Rufino fez do remo suas esporas e disputa agora a prova mais importante de sua carreira.

Caio Ribeiro (KL3 MASC)
Pela KL3, o carioca Caio Ribeiro precisou se adaptar ao caiaque após saber que a canoa não faria parte das provas paralímpicas. De uma embarcação para outra, o atleta venceu o desafio e garantiu a vaga. “Estou realizando um sonho que, um dia, achei que estivesse perdido. Mas, com garra e confiança, além do apoio que recebo, posso finalmente representar meu país”, explicou.

Após morar por 18 anos nos Estados Unidos, o paratleta voltou ao Brasil e se dedicou à canoa, onde garantiu o bicampeonato mundial na categoria VL3. Ao saber que a canoa não estaria entre as competições do Rio 2016, Caio mudou para o caiaque há cerca de um ano e já garantiu a 4ª colocação no Campeonato Mundial de Paracanoagem realizado em maio, na Alemanha. O paratleta, antes de sofrer um acidente de moto que resultou na amputação de uma perna, já participou de competições de atletismo e jogou futebol profissional na América do Norte.

Fonte: CBCA

Ascom - Ministério do Esporte

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