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Paraná conquista bicampeonato por equipes na ginástica rítmica dos Jogos Escolares da Juventude

Gaspar Nóbrega/Exemplus/COBGaspar Nóbrega/Exemplus/COB
A equipe paranaense de ginástica rítmica conquistou na tarde desta quinta-feira, dia 22, a medalha de ouro dos Jogos Escolares da Juventude João Pessoa 2016, para atletas de 12 a 14 anos, na competição realizada no ginásio Ronaldão. O Paraná totalizou 63,600 pontos, contra 61,650 da equipe catarinense, medalhista de prata. O bronze foi para o Espírito Santo, com 57,600 pontos. Minas Gerais (56,200) e Sergipe (53,250) completaram o top 5 da competição.
 
Lucyelenn Zanchettin, do Colégio Victorio, e Samara Arcala Sibin, do Colégio Itecne, ambos de Cascavel (PR), Amanda Caroline dos Santos, do Colégio Estadual Dario Vellozo, de Londrina, e Geane da Costa Silva, do Colégio Estadual Irmão Germano Rhoden, de Toledo, formaram a equipe campeã. Ana Paula Scheffer, dona de conquistas importantes como a medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos Rio 2007 como atleta, é a técnica da equipe campeã.
 
“A competição foi de alto nível. E como apenas duas atletas de cada equipe se classificam para as finais individuais que acontecem amanhã (sexta-feira), elas competiram entre elas também”, afirmou Ana Paula. “Além disso, a Samara, que ficou em quinto lugar no ano passado, ficou com a maior pontuação entre todas as atletas (21.650 pontos, com 11.300 nas maças e 10.350 na corda), ou seja, vem mais pódio para o Paraná por aí”.
 
As medalhas foram entregues pela ginasta e Embaixadora dos Jogos Escolares da Juventude, Angélica Kvieczynski, amiga, ex-adversária e admiradora do trabalho de Ana Paula. “Quando eu comecei a Ana era top. Foi nela em quem eu me espelhei na carreira. Depois, em 2011, disputamos os Jogos pan-americanos de Guadalajara juntas”, lembrou Angélica.
 
As catarinenses, comandadas por Priscila Hostin, de 38 anos, contaram com três meninas que estudam na Escola Básica Municipal Machado de Assis (SC). São elas:
Ana Carolina Souza, de 13 anos, que somou a segunda maior nota entre todas as atletas com 10.900 pontos nas maças e 10.550 na corda, um total de 21.450 pontos; Emilly de Carvalho e Aimee Vitória da Silva. Além de uma atleta de Florianópolis: Beatriz Linhares da Silva, do Centro Educacional Menino Jesus.
 
Ana Carolina praticava dança folclórica antes de iniciar a carreira na ginástica rítmica. Fã da russa Rita Mamun, campeã olímpica nos Jogos Rio 2016, ela é a única remanescente da equipe que também ficou com a medalha de prata nos Jogos escolares da Juventude Fortaleza 2015.
 
Outra medalhista de prata é a jovem Emilly de Carvalho, de 13 anos, que começou no esporte com apenas quatro anos de idade. “A minha avó tinha uma cliente no salão de beleza e ela via que eu não parava quieta e me levou para fazer um teste. Não larguei mais o esporte”, disse a jovem de 13 anos, que se espelha nas russas Aleksandra Soldatova e Rita Mamun. “Quero continuar na ginástica. Penso em fazer fisioterapia ou educação física para, depois da carreira de atleta, continuar no esporte”, disse a jovem que já competiu em São Luis (MA), Osasco (SP), Porto Alegre (RS), Caçador (SC) e agora em João Pessoa (PB).
 
A medalha de bronze ficou com a equipe do Espírito Santo, que contou com Geovanna Santos da Silva, Sofia Madeira Pereira, Deborah Barbosa e Layza Tavares. A equipe de Minas Gerais, quarta colocada na competição contava com Rafaela Luiza de Freitas, Maria Clara de Souza, Gabriela Resende e Isadora Lima.
 
A ginástica rítmica dos Jogos Escolares da Juventude conta com a presença de 95 atletas de 22 estados, além do Distrito Federal e da delegação de João Pessoa. Nesta sexta-feira acontecem as disputas individuais, quando as 18 melhores atletas de cada aparelho se apresentam na disputa por medalhas.
 
Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do Esporte e Organizações Globo, com apoio do Governo da Paraíba e da Prefeitura Municipal de João Pessoa e patrocínio máster da Coca-Cola.
 
Fonte: COB
Ascom - Ministério do Esporte

No Senado, secretário Perrella defende debate e união dos setores para combater violência no futebol

Roberto Castro/MERoberto Castro/ME
O secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Gustavo Perrella, participou nesta quinta-feira (22.09), no Senado Federal, de audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte para debater o Estatuto do Torcedor. O encontro contou com a participação de representantes da Secretaria de Esporte do Distrito Federal, da Subsecretaria de Integração e Operações de Segurança Pública (Siosp); Ministério Público do Distrito Federal, de torcidas organizadas com sede ou filiais em Brasília; da Associação Nacional de Torcidas Organizadas (Anatorg).
 
Durante quase três horas de debates, vários assuntos foram abordados: eficácia do Estatuto do Torcedor e artigos que precisam de regulamentação; relação das torcidas organizadas e o espetáculo; segurança no fiutebol; preparação de plano de ação para os dias de jogos; ampliação de diálogo entre poder público e torcedores; criação de delegacias especializadas dentro das áreas esportivas.
 
Roberto Castro/MERoberto Castro/MEPara Gustavo Perrella, o debate promovido entre autoridades e torcedores é importante para, dentre outras coisas, determinar as responsabilidades de todos os envolvidos no futebol. “É fundamental conhecermos nossas capacidades e o papel de cada um e o que nós podemos melhorar para atingir um bem comum”, disse. Perrella, que está há três meses na Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Diretos do Torcedor, defendeu um amplo debate para que o Estatuto tenha cada vez mais sucesso e os torcedores tenham seus direitos atendidos. “O Estatuto do Torcedor não foi feito para punir as torcidas, pelo contrário, estabelece normas de proteção e defesa do torcedor”, afirmou. 
 
O secretário salientou também a publicação, neste ano, do Marco de Segurança no Futebol, uma orientação que estabelece critérios claros para enfrentar a violência no futebol. O documento é um guia de recomendações para atuação das forças de segurança pública em praças desportivas. “É um grande avanço. Esse trabalho envolveu vários ministérios, representantes das policias militar, civil, dos bombeiros, sociedade civil”, explicou.
 
Autor do requerimento para a audiência pública, o senador Hélio José elogiou a grande representatividade na audiência da Comissão e garantiu que a reunião foi apenas o pontapé inicial de uma longa discussão. “Queremos que e a paz e a segurança estejam presentes nos estádios e, com isso, as famílias voltem ao futebol”, comentou.
 
Rafael Brais
Ascom - Ministério do Esporte

Multiatleta do Mato Grosso do Sul bate recorde no lançamento de dardo

Gaspar Nóbrega/Exemplus/COBGaspar Nóbrega/Exemplus/COB
A jovem sul-mato-grossense Bruna Vieira de Jesus, da Escola Municipal Professor Licurgo de Oliveira, de Campo Grande (MS), conquistou na manhã desta quinta-feira, dia 22, a medalha de ouro no lançamento de dardo dos Jogos Escolares da Juventude João Pessoa 2016. Ela venceu a prova disputada na pista de atletismo da UFPB, com a marca de 47,37m, novo recorde da competição. A marca anterior pertencia a Kauane Piovesan, que venceu os Jogos Escolares Londrina 2014, com um lançamento quase três metros inferior: 44,55m.
 
"Entrei na competição com muita vontade, muita confiança. Lembrei de tudo o que o meu professor e consegui melhorar bastante o meu melhor lançamento, que era de 43 metros", disse Bruna, que completa 14 anos no próximo dia 1º de outubro. No ano passado, nos Jogos Escolares de Fortaleza, ela ficou com a medalha de prata.
 
Bruna Vieira é uma atleta nata. Ela despontou no handebol e também vai defender o seu estado na modalidade. Se subir ao pódio, Bruna vai entrar para a história da competição como a segunda atleta a conquistar medalhas em dois esportes. O feito só foi alcançado pela atleta Duda Lisboa, medalha de ouro no vôlei de praia e na quadra, em edições anteriores.
 
Entre um lançamento e outro, Bruna ainda ensinava a sua técnica para outras atletas durante a prova. Única a arremessar o dardo a mais de 40 metros, ela disputa ainda a prova do arremesso de peso no atletismo.
 
A medalha de prata na prova ficou com a catarinense Fernanda Vesoloski, da Escola de Ensino Básico Hercilio Buch (SC), com 39,01m, em um arremesso com o vento contra, e o bronze foi para a carioca Solene de Paula, do Ciep 455 Maringá (RJ), com a marca de 36,95m.
 
"Comecei a treinar no ano passado, pouco antes de estrear nos Jogos Escolares da Juventude de Fortaleza e fiquei em quinto. Acredito que eu se me dedicar mais posso ter resultados melhores em pouco tempo”, disse Fernanda. Em pouco tempo, ela se apaixonou pela modalidade. “Praticar esporte é muito bom. Me ajuda em tudo, na escola, conheço muitas pessoas, vários lugares diferentes, além de ser um jeito de ganhar a vida".
 
Quem entregou as medalhas no pódio, foi ninguém menos do que o medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e único brasileiro a receber a medalha Pierre de Coubertin, o ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima. "Essa é uma grande oportunidade para os jovens se firmarem no esporte. Além de conhecer novos lugares, fazer amizades, eles tem a chance de mostrar todo o seu potencial e competir com atletas de todo o Brasil. Para mim é uma honra fazer parte desse evento", disse Vanderlei. 
 
No arremesso de peso masculino, o Rio Grande do Sul conquistou a dobradinha, com Lucas Granville, do Colégio Mauá (14,41m), e Felipe Klein, do Colégio Teutonia (13,77m). O capixaba Mateus Lima, da Escola Estadual Nova Carapina, levou a medalha de bronze, com a marca de 13,74m. Lucas ficou emocionado ao vencer o seu rival e receber a medalha do seu ídolo no esporte.
 
"Eu e o Felipe estamos sempre competindo juntos, somos grandes amigos e a rivalidade é grande. Geralmente é ele quem comanda, perdi muitas vezes pra ele já, mas tem um dia que a gente aprende a vencer", disse o jovem de 14 anos. "Foi uma competição incrível. A pista e o campo são ótimos, o material que a gente usou é muito bom e a medalha é linda. Hoje é um dia especial na minha vida. Ganhei a minha primeira medalha de ouro na minha primeira competição nacional e ainda recebi a medalha do meu ídolo eterno, o Vanderlei Cordeiro. Não podia sonhar com um dia melhor que esse".
 
Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do Esporte e Organizações Globo, com apoio do Governo da Paraíba e da Prefeitura Municipal de João Pessoa e patrocínio máster da Coca-Cola.
 
Fonte: COB
Ascom - Ministério do Esporte

Índia Bakairi conquista ouro inédito para Mato Grosso na Luta Olímpica

Wander Roberto/Exemplus/COBWander Roberto/Exemplus/COB
A índia Bakairi, Larissa Tywaki, de 14 anos, da cidade de Paranatinga (a 342 quilômetros de Cuiabá), conquistou, na quarta-feira, dia 21, a primeira medalha de ouro para Mato Grosso nos Jogos Escolares da Juventude em João Pessoa.  O título foi na categoria peso pesado da Luta Olímpica. Larissa é primeira lutadora da história a conquistar uma medalha de ouro para o estado, nessa modalidade.
 
Para chegar a tão sonhada medalhada dourada Larissa lutou contra as estudantes do Amazonas, Paraíba e São Paulo. A disputa pelo ouro, contra a paulista Júlia Souza de Oliveira, foi emocionante. Larissa venceu o embate no segundo round ao aplicar o golpe ‘touch’, quando adversário encosta as costas completamente no chão. 
 
Emocionada, a índia Bakairi dedicou a vitória a sua mãe que faleceu esse ano. “Ela foi uma das minhas grandes incentivadoras a praticar esporte. Esse ouro eu dedico a minha mãe, a minha professora e ao mestre Chicão (Francisco José Pessoa Fernandes)”, disse a menina com os olhos marejados.
 
A técnica Andressa Ueharo, também comemorou muito a vitória de Larissa. “Ele merece muito, por tudo que passou, por todo esforço e dedicação que teve”, destacou a técnica. A professora acredita que a conquista do ouro pode abrir muitas portas para Larissa. “Com esse resultado ela pode pleitear o Bolsa Atleta e também conseguir patrocínio de empresas privadas para custear os treinamento e viagens para competir fora do estado”, projetou.
 
Além de Larissa, a equipe de Mato Grosso na Luta Olímpica é composta pelas atletas/estudantes Luana Carine (peso leve), e Jamily Almeida (médio). Elas voltam a lutar na sexta-feira, quando haverá a disputa por equipes.
 
Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do Esporte e Organizações Globo, com apoio do Governo da Paraíba e da Prefeitura Municipal de João Pessoa e patrocínio máster da Coca-Cola.
 
Fonte: COB
Ascom - Ministério do Esporte

Atletas esperam que Paralimpíadas façam pessoas com deficiência saírem de casa

Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
Para o esporte paralímpico brasileiro, o resultado final dos Jogos Rio 2016 vai além dos pódios e das comparações de campanhas. O principal legado para os atletas do país será fazer com que as pessoas com deficiência saiam do sedentarismo e comecem a praticar esporte. Medalha de prata nos pares da classe BC4 da bocha nas Paralimpíadas no Brasil, após quatro ouros no individual e por equipes em Pequim 2008 e Londres 2012, Dirceu Pinto é representante de uma modalidade que reúne atletas com algumas das paralisias mais severas. Nem por isso, eles se resignaram a ficar em suas casas.
 
“O número de atletas no Brasil vai aumentar. Nós já temos várias pessoas nos procurando para fazer o esporte paralímpico e acredito que daqui a quatro anos o Comitê Paralímpico Brasileiro vai ter uma dificuldade muito grande para escolher quais atletas levar para Tóquio”, opinou Dirceu, que tem uma doença muscular degenerativa. Para ele, a maior divulgação na mídia sobre as competições despertará o interesse das pessoas. “A informação de que existe esporte de alto rendimento para os deficientes, graves ou não, chegou às famílias brasileiras. Acredito que agora eles vão sair de casa”.
 
Reclusão que era vivida por Evelyn Vieira, também da bocha, e que foi medalhista de ouro por equipes na classe BC3 nos Jogos do Rio. “Eu sou um exemplo disso. O esporte foi uma ferramenta transformadora na minha vida. Eu vivia essa realidade da pessoa com deficiência dentro de casa, só família e estudo, sem muito contato com a sociedade. Quando passei a praticar o esporte descobri que os limites que eu acreditava que tinha, na verdade não existiam, e passei a superá-los”.
 
Uma grata surpresa para o time da bocha brasileira foi a visita da ex-ginasta e praticante de esportes na neve, Laís Souza, que ficou tetraplégica após um acidente enquanto treinava para as Olimpíadas de Inverno em Sochi 2014. Ela foi à Arena Carioca 2 assistir a uma partida da modalidade e gostou do que viu. “Ela tem um espirito de atleta. Ela aceitou o nosso convite e fez o teste com a calha da Evani (a calha é o instrumento utilizado para que os atletas com comprometimentos mais severos realizem os arremessos)”, explicou Dirceu. “Acredito que logo ela estará representando o nosso país. Mas vamos supor que ela só ficasse em casa vendo a vida passar, nós perderíamos uma atleta. Outras pessoas viram e também vão praticar as diversas modalidades”, projetou.
 
O caso da Grã-Bretanha, que reúne um conjunto de países (Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales) competindo sob a mesma bandeira, é emblemático. Menos de um ano após sediar os Jogos de Londres 2012, a nação teve um aumento de mais de 30% no número de praticantes em algumas modalidades paralímpicas (hipismo, 33%; goalball, 31%; ciclismo, 25%; bocha, 23%; natação, 20% e; vôlei sentado, 20%, são os principais exemplos).
 
O resultado foi que os britânicos, que já haviam conquistado um excelente resultado em casa, terminando em terceiro com 120 medalhas (34 ouros, 43 pratas e 43 bronzes), nos Jogos Rio 2016 melhoraram o desempenho e ficaram em segundo com 147 pódios (64 ouros, 39 pratas e 44 bronzes). “O sucesso nos Jogos do Rio começou depois que as pessoas acompanharam de perto as competições em Londres e isso despertou essa paixão pelo esporte. A gente tem visto mais acesso à prática do esporte. Muitas pessoas vieram falar comigo e disseram que após os Jogos ficaram motivadas a praticar alguma atividade, porque há tempos não se exercitavam”, revelou Karen Bradley, secretária de Estado para Esporte e Cultura britânica.
 
Outro ponto importante foi como os próprios deficientes passaram a enxergar a sua condição. “As pessoas com deficiência viram que elas também poderiam se tornar aqueles seres humanos que faziam coisas incríveis no esporte. Elas viram de perto e passaram a ter certeza que o país inteiro era acessível a elas”, opinou Bradley. No dia Nacional Paralímpico britânico de 2013, uma pesquisa foi feita com 18 mil pessoas e 37% dos entrevistados disseram que foram inspirados a fazer um esporte que não praticavam anteriormente como consequência direta da data, na qual é realizada diversos eventos.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
 
Viés de alta
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, pretende manter uma agenda grande de eventos e trabalhar com os nossos principais atletas para que o paradesporto no país continue a crescer. Candidatos ao posto de ídolo não faltam, ainda mais que o Brasil diversificou o número de modalidade com medalhas. “Sempre falavam em atletismo e natação, agora, nós medalhamos em 13 modalidades, algumas inéditas como halterofilismo, ciclismo, vôlei sentado e canoagem, outras que voltam a medalhar como hipismo e tênis de mesa, que também teve a sua primeira medalha no individual. É um bom sinal que a gente consegue diversificar e atrair atletas para essas modalidades. As medalhas atraem e as pessoas têm seus ídolos”, analisou.
 
Andrew também elenca as iniciativas da entidade para que novos talentos surjam. “A gente já faz um programa de atendimento na base com a Paralimpíada Escolar e um programa grande de capacitação de profissionais de educação física das redes públicas municipais e estaduais de ensino, para que eles recebam as crianças com deficiência na sala de aula. Temos várias iniciativas para aproveitar este momento de alta, mas também para sermos capazes de receber essa demanda, porque não adianta as crianças quererem fazer esporte e não haver profissionais que saibam recebê-las”.
 
Se na base o país conta com estas iniciativas, que incluem ainda as diversas associações, clubes e entidades que direcionam as pessoas para a iniciação esportiva, no alto rendimento, o grande legado em infraestrutura das Paralimpíadas Rio 2016 é o Centro de Treinamento construído em São Paulo, com estrutura de ponta capaz de abrigar as seleções de 15 diferentes modalidades.
 
Outro olhar
A visibilidade que o esporte paralímpico recebeu durante o megaevento sediado em Londres mudou a maneira como os britânicos viam os deficientes. “A luta pelo direito à acessibilidade teve uma incrível visibilidade com os Jogos Paralímpicos. As pessoas não estavam assistindo apenas esportes, mas queriam ver aqueles seres humanos inacreditáveis, que mostravam que não é porque eram deficientes que não seriam capazes de fazer as coisas impressionantes que eles faziam”, comentou Bradley.
 
Uma pesquisa feita pela British Paralympic Association (BPA) indicou que os Jogos Paralímpicos tiveram grande efeito sobre as crianças, sete entre dez mudaram a forma como enxergavam os deficientes. Entre os adultos, o percentual em entrevista sobre o mesmo tema realizada após a Cerimônia de Encerramento foi de 81%. A representante do estado britânico acredita que o mesmo pode acontecer no Brasil. “Eu vi os brasileiros celebrando, curtindo as Paralimpíadas e compartilhando a felicidade daqueles atletas tendo sucesso naquele momento. Tenho certeza que as milhares de pessoas que viram as mais incríveis performances na Cerimônia de Encerramento, com os músicos e dançarinos com deficiência, mostrando o que pode ser alcançado, vão querer que voltem eventos como esse e vão ajudar a cidade a ser um lugar mais acessível”.
 
O craque da seleção brasileira de futebol de 5, Ricardinho, que conquistou o tetracampeonato paralímpico nos Jogos Rio 2016, acredita em uma mudança no comportamento dos não-deficientes em relação às pessoas com deficiência, mas acha que será um processo lento. “O primeiro legado que vai ficar é que as pessoas estão conhecendo mais de perto o deficiente, viram que somos profissionais do esporte e que a gente tem êxito no que faz. Só que nosso país precisa melhorar muito a acessibilidade. Se temos vários problemas sociais, imagina quando entra em uma área ainda mais restrita que é o da pessoa com deficiência. Acredito que possa ter uma mudança, vai ser lenta, mas o resultado que tivemos vai ser importante até para que as pessoas, ao encontrarem um deficiente, hajam de forma diferente”.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Secretário de Futebol se encontra com torcidas organizadas para debater combate à violência nos estádios

Roberto Castro/MERoberto Castro/ME
O secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Gustavo Perrella, recebeu nesta quarta-feira (21.09), em Brasília, representantes da Anatorg (Associação Nacional das Torcidas Organizadas). O encontro teve o objetivo de reforçar o diálogo da entidade, a fim  de evitar os casos recorrentes de violência entre as torcidas no país. Atualmente, a Anatorg possui 108 torcidas associadas distribuídas por 14 estados brasileiros.
 
Durante a audiência, o secretário Gustavo Perrella destacou que todos os projetos que busquem melhorar o futebol, qualificar a relação entre as torcidas e contribuir para fortalecer a paz no esporte serão analisados. “Acredito que a Anatorg precisa ter voz para se expressar e, junto com as autoridades competentes, contribuir para que o futebol dentro e, principalmente, fora de campo seja mais forte e com menos violência”, afirmou. Perrella destacou a importância dos seminários de torcidas organizadas que foram promovidos pelo Ministério do Esporte nos últimos anos. “Não tenho dúvida de que o caminho é o diálogo. Os seminários são locais onde a discussão é ampliada, questões resolvidas e conflitos evitados”, comentou.
 
Rafael Brais
Ascom - Ministério do Esporte

Ação educacional e controle antidopagem mobilizam agentes da ABCD

Ana Rita Ferraciolli/MEAna Rita Ferraciolli/ME
Com o fim dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) do Ministério do Esporte mobiliza seu contingente para retomada dos testes de controle antidopagem em atletas brasileiros, e ainda, para as atividades educativas. Uma dessas ações está sendo realizada desde a última terça-feira (20.09), na cidade de João Pessoa, na Paraíba, nos Jogos Escolares da Juventude, na faixa etária de 12 a 14 anos. 
 
A ABCD levou aos Jogos Escolares, kits com informações sobre o controle antidopagem, como ele é feito, e como as crianças e atletas podem se engajar nesta luta pelo jogo limpo no esporte. Os participantes podem ver de perto, os frascos onde são coletadas as amostras de sangue e urina, também os formulários de notificação e de autorização de uso terapêutico e conversar com os agentes da ABCD sobre a questão do doping. 
 
Ana Rita Ferraciolli/MEAna Rita Ferraciolli/MEA principal ação da instituição é dar visibilidade a campanha da #Soumaiseu – Diga sim ao Jogo Limpo, de uma forma criativa e participativa. Aqueles que tirarem fotos segurando as plaquinhas da campanha, e compartilharem nas suas redes sociais, ganham uma camiseta. E quando a publicação chegar a 100 curtidas e ou compartilhamentos, o atleta ganha um botton da campanha.
 
Segundo o diretor de Educação e Informação da ABCD, Luiz Celso Giacomini, só nos dois primeiros dias de evento, mais de 400 atletas, técnicos e dirigentes já visitaram o espaço.  
 
Os Jogos Escolares da Juventude reúnem cerca de 3,8 mil jovens atletas de 12 a 14 anos e são o maior evento esportivo estudantil do Brasil. Ao todo, são disputadas 13 modalidades. Entre os objetivos do evento está a questão da inclusão social dos jovens por meio do esporte, que também serve de plataforma para a identificação de atletas para o alto rendimento. A organização é do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o apoio do Ministério do Esporte. 
 
Controle antidopagem
 
Em uma visita de surpresa durante a realização dos Jogos Abertos do Interior de São Paulo a equipe da ABCD, formada por fiscais de escolta e coleta de amostras, esteve atuando na última terça-feira (20.09), na cidade de São Bernardo do Campo, para realização de exames dos atletas da modalidade de ciclismo.
 
Foi a primeira vez que a ABCD realizou a coleta de material durante o evento, que é uma das maiores competições poliesportivas do país. Os Jogos Abertos do Interior de São Paulo reúnem representantes de 200 cidades, menos a capital, e contam com a presença de aproximadamente 15 mil participantes. A competição iniciou no dia 12 e termina no próximo sábado, dia 24.
A coleta de material foi realizada apenas na prova de ciclismo dos Jogos, mas o Secretário Nacional da Autoridade Brasileira de Controle Antidopagem, Rogério Sampaio, que também acompanhou a ação, disse que é possível a realização de novas coletas em competições como esta. Antes da abordagem aos atletas, Sampaio esteve reunido com o chefe da competição, Edvaldo Benedito de Brito, para falar da importância do controle antidopagem.
 
O secretário da ABCD lembrou ainda que, a luta em favor do jogo limpo no esporte é permanente por parte da instituição, e que muitas das ações realizadas pela diretoria de operações, fazem parte do um trabalho de inteligência e investigação. “Nós buscamos um controle antidopagem cada vez mais eficiente para que não só o atleta seja punido por ter cometido uma irregularidade, mas também toda a cadeia de profissionais que o cercam e que fazem parte desta ação de uso de substâncias ou métodos proibidos, que constam no Código Mundial Antidopagem, da Agência Mundial Antidopagem (WADA-AMA)”, diz o secretário.
 
Em 2005, o Governo do Estado de São Paulo anunciou pela primeira vez que os Jogos Abertos do Estado teriam controle antidopagem, mas os exames só foram realizados naquele ano. Depois disso não há mais registros de controle nesta competição que reúne a elite do esporte brasileiro.
 
Cláudia Sanz
Ascom - Ministério do Esporte
 
 

Atletas aprovam acessibilidade e logística na despedida do Rio

Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
Com o fim dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o aeroporto internacional do Rio de Janeiro mais parecia palco de uma grande festa de confraternização universal na segunda-feira (19.09). A estratégia especial de despedida e agradecimento do Galeão às centenas de delegações que passaram por lá durante todo o dia ocorreu em forma de música, com a apresentação de diversas bandas e artistas, exibição de filmes ao longo do dia, exposições interativas e outras intervenções culturais.
 
Em um único dia, o aeroporto recebeu aproximadamente 62 mil passageiros, sendo mais de 4.500 integrantes da Família Paralímpica e cerca de 830 atletas cadeirantes. Este número diário representa um volume até 13 vezes maior que o usual. Para garantir que a comodidade ao atleta com deficiência fosse completa, a operação começou a ser estudada e planejada em 2011.
 
"Nós reunimos através da Conaer (Comissão Nacional de autoridades aeroportuárias) esforços de todos os órgãos públicos que tem atividades nos aeroportos. O planejamento contemplou todos os grandes eventos até aqui, que foram Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Jogos Paralímpicos. E o nosso maior desafio foi a operação nas Paralimpíadas, por conta da quantidade de equipamentos, cadeiras de rodas e fluxo geral. Para que desse tudo certo, nós fizemos diversos simulados de acessibilidade nos principais aeroportos do Brasil", afirmou o diretor de gestão aeroportuária da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Paulo Henrique Possas.
 
Do lado de fora do aeroporto, rampas de acesso foram montadas estrategicamente no mesmo nível das portas dos ônibus para
facilitar o desembarque dos cadeirantes."Está tudo muito acessível, desde a Vila dos Atletas até a chegada ao aeroporto. Espero que continue assim sempre. As rampas facilitam muito a nossa locomoção e vi rampas em todos os lugares. Os brasileiros foram muito amáveis", disse o atleta mexicano da bocha adaptada Damian Oseguera, que veio ao Brasil para sua primeira participação paralímpica.
 
Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
 
Conterrânea dele, Liz Lopez, do atletismo em cadeira de rodas, também fez sua estreia em Paralimpíada. "Todo o cuidado com os atletas foi incrível. Não tive nenhum problema durante a estadia. Os voluntários foram gentis desde o início até o no nosso embarque aqui no aeroporto. Volto para casa com a impressão mais colorida possível das Paralimpíadas", relatou a mexicana de 25 anos.
 
Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.brAs companhias aéreas também criaram um esquema especial de atendimento e abriram o check-in cinco horas antes dos voos para que o embarque fosse tranquilo e diluído ao longo do dia. Além disso, assim como nas Olimpíadas, foi montado um mini aeroporto na Vila dos Atletas para oferecer a opção de check-in antecipado e despacho remoto de bagagens. Essa logística facilitou consideravelmente a circulação das equipes pelos saguões.
 
"Todos os aeroportos passaram por vistoria inicial da Casa Civil e da própria SAC, onde foram apontadas todas as providências que deveriam ser tomadas dentro de um prazo, como o alinhamento de rampas, banheiros adequados, piso tátil, entre outros. O nosso grande objetivo agora é que essas adequações sirvam como legado para todos os aeroportos do Brasil", disse Possas.
 
Para Matt Scott, jogador veterano da seleção norte americana de basquete em cadeira de rodas, medalhista de ouro no Rio 2016, a preocupação com a acessibilidade superou o Parapan do Rio 2007, quando os Estados Unidos também levaram para casa a medalha de ouro. "Eu estive no Rio em 2007 e agora posso afirmar que as condições estão muito melhores. As cadeiras deslizam facilmente pelo chão, os banheiros estão preparados para atender um cadeirante, tem muitas pessoas nos ajudando no que é preciso e estou realmente feliz", avaliou o atleta de 31 anos, enquanto aguardava o embarque para casa com um novo amigo de carona na cadeira de rodas: o simpático mascote dos Jogos Paralímpicos, Tom.
 
Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Espírito Santo conquista o primeiro ouro dos Jogos Escolares da Juventude 2016

William Lucas/Exemplus/COBWilliam Lucas/Exemplus/COB
O espírito olímpico reinou na disputa da primeira medalha dos Jogos Escolares da Juventude João Pessoa 2016, nesta quarta-feira, dia 21. Além de conquistar o ouro no contrarrelógio, a jovem Vitória Cristina Costa, da Escola Municipal Novo Horizonte, de Anchieta (ES), viu uma das suas adversárias, a potiguar Pricylla Batista, da Escola Estadual Centenário de Mossoró (RN), cair e danificar o seu equipamento. Vitória então tirou a corrente da sua bicicleta e emprestou para Pricylla completar a prova. “Todos têm que terminar o que começaram. Não fiz nada demais, só peguei a minha corrente e emprestei”, disse a jovem de 14 anos, que também disputou a competição no ano passado e o seu melhor resultado havia sido o sexto lugar na mesma prova.
 
Vitória nasceu no Rio de Janeiro, mas se mudou para a cidade de Anchieta. Jogava futebol, mas como o esporte não era praticado no projeto social “Programa Anchieta Esporte Total”, migrou para o ciclismo. “No início não gostei muito, a rotina de treinos era intensa, eu sofria muito. Aí vi que tinha futuro no esporte e passei a me dedicar mais. Esse ano inteiro não passei um fim de semana em casa. Faço musculação de segunda a quarta-feira e de quinta a domingo vou para Vila Velha, a 74 km de Anchieta para treinar na bike com o meu técnico”, afirmou a jovem. Como prêmio, Vitória irá saborear a pizza dos seus sonhos, a maior da sua cidade, chamada de pizza Maracanã.
 
Além da medalha de ouro, as capixabas conquistaram também o bronze, com Karolayne Ribeiro Santos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Cruz, de Aracruz (ES). A prata ficou com Julia Maria Constantino, do Colégio Olimpus (PR). A prova do contrarrelógio foi disputada em linha reta (500m) e contou com a presença de 28 atletas de 20 estados.
 
No masculino, o vencedor foi Kayllan Luiz Machado, do Colégio Estadual Benta Ribeiro. A prata ficou com Jonas Matos e o bronze com o gaúcho Henrique Rabuske. A prova contou com 38 atletas. “O calor castigou um pouco, mas a prova foi excelente”, disse o gaúcho Henrique, que pratica o esporte desde os dez anos por influência do irmão, mas que não deverá seguir carreira no ciclismo. “Vou competir até completar 18 anos. Sou de exatas e meu sonho é ser engenheiro”, afirmou o campeão da Volta do Futuro de São Paulo no ano passado e especialista na prova de resistência, que acontece na sexta-feira.
 
Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do Esporte e Organizações Globo, com apoio do Governo da Paraíba e da Prefeitura Municipal de João Pessoa e patrocínio máster da Coca-Cola.
 
Resultado Final
 
Feminino:
Ouro – Vitoria Costa EMEF Novo Horizonte (ES) – 44s161
Prata – Julia Maria Constantino – Colégio Olimpus (PR) – 44s918
Bronze – Karolayne Santos – EMEF Santa Cruz (ES) – 47s259
 
Masculino:
Ouro – Kayllan Machado – CE Benta Pereira (RJ) – 40s652
Prata – Jonas Matos – EE Francisco Dourado (MT) – 41s555
Bronze – Henrique Rabusque – EEEF Gaspar Bartholomay (RS) – 41s609
 
Fonte: COB
Ascom - Ministério do Esporte

Jogos Rio 2016 são encerrados com aprovação do público e dos setores federais

André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.br
Ao longo dos meses de agosto e setembro, a torcida lotou as arenas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A experiência de visita à capital fluminense, contudo, não deve acabar com o término das competições. Segundo o Ministério do Turismo, em pesquisa realizada entre os últimos dias 8 e 13 deste mês, quase 60% dos turistas internacionais estavam no Brasil pela primeira vez. A enquete apontou que  90,5% dos entrevistados têm intenção de voltar ao país e que para 87,8% a viagem atendeu ou superou as expectativas.
 
No período pesquisado, a realização dos Jogos Paralímpicos foi o motivo da viagem para 54,1% dos ouvidos. Assim como verificado nas Olimpíadas, os Estados Unidos continuaram como principal emissor de turistas (18,2%). Em seguida apareceram Espanha (15,5%), Argentina (6,1%), França (6,1%) e Alemanha (5,4%).
 
“Os números positivos comprovam o grande êxito dos Jogos. Se antes da competição já acreditávamos que o turismo seria o grande legado para o país, agora temos a convicção de que os bons resultados obtidos nesse período apresentaram para o mundo as belezas naturais e a incrível riqueza cultural que fazem do Brasil um excelente destino. Ficou claro, também, que estamos cada vez mais preparados para atender nossos turistas, que apontam a hospitalidade como principal destaque na avaliação”, afirmou o ministro interino do Turismo, Alberto Alves. 
 
Segundo a pasta, os visitantes ficaram, em média, por 10,8 noites e gastaram cerca de US$ 87,86 por dia. Entre os serviços mais bem avaliados estão: restaurantes (98,5%), gastronomia (97,1%), alojamento (96%) e diversão noturna (95,7%). Já em relação à competição, os itens mais bem avaliados foram: preços dos ingressos (95,3%), organização geral (93%) e infraestrutura (85,9%).
 
Os estrangeiros aproveitaram a passagem pela cidade-sede dos Jogos para conhecer também outros 33 destinos brasileiros, ampliando a experiência no país. Mais uma vez, a política de isenção de vistos para americanos, japoneses, australianos e canadenses se mostrou eficaz e 56,5% dos entrevistados afirmaram ter feito uso da dispensa. De acordo com 82,6% dos entrevistados, a manutenção da iniciativa, que encerra em 18 de setembro, facilitaria o retorno ao país. 
 
Demanda doméstica
Entre os turistas brasileiros, a pesquisa constatou que 43,2% viajaram ao Rio de Janeiro motivados pelos Jogos e que 22,6% jamais tinham visitado a capital fluminense. A maioria dos visitantes brasileiros veio da região Sudeste (60,9%), seguido do Sul (16%), Nordeste (12%), Centro-Oeste (8,1%) e Norte (3%).
 
Ainda segundo o estudo, os brasileiros ficaram, em média, 6,7 noites, com gasto diário de R$ 278,08. Durante o período, 82,6% dos turistas afirmaram ter feito alguma atividade turística durante a competição, como praias, museus e centros de compra. Além disso, 17,5% afirmaram ter realizado algum tipo de atividade turística em cidades próximas, como Petrópolis, Búzios, Cabo Frio, entre outros. Para 99% dos brasileiros a viagem atendeu ou superou as expectativas e 95,5% afirmaram ter a intenção de voltar ao Rio de Janeiro.
 
André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.brCasa Brasil
Outro sucesso de público foi a Casa Brasil. Os dois galpões montados no Boulevard Olímpico receberam, ao longo de 45 dias, 558,2 mil pessoas, que puderam conhecer mais da cultura e da diversidade do país. No domingo passado (18.09), último dia de funcionamento do espaço, a Casa Brasil teve o recorde de público com 31.833 visitantes. A marca superou a expectativa da organização, que esperava receber em média 10 mil visitantes por dia durante a semana e 15 mil em fins de semana e feriados. 
 
Segundo levantamento do Ministério do Turismo, 99% dos visitantes avaliaram o local como ótimo ou bom. O tempo médio de permanência foi entre uma e três horas para 68,3% do público. O estudo também mostrou que que 78% dos visitantes da Casa Brasil eram moradores do Rio de Janeiro, 20% turistas de outros estados brasileiros, e 2% de outros países, com destaque para Espanha, Argentina, Estados Unidos, Bolívia e França. Na avaliação de 49% dos visitantes, a Casa Brasil foi o melhor espaço de exposições entre as casas temáticas abertas ao público no período. 
 
Forças Armadas
Em relação à Defesa durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o ministro Raul Jungmann ressaltou a atuação das Forças Armadas. "Meses atrás, fizemos uma promessa de que teríamos Jogos em paz e com tranquilidade. Hoje eu quero dizer que contribuímos, com outras agências, para a segurança dos Jogos. Temos o reconhecimento do mundo inteiro", afirmou.
 
"Chegamos ao final de um ciclo de grandes eventos, desde 2007, todos eles realizados a contento. O Brasil e o Rio de Janeiro comprovam sua vocação  e capacidade de realização de grandes eventos com sucesso", declarou Jungmann, destacando ainda a conquista de 13 medalhas olímpicas por parte de atletas militares e as melhorias realizadas nos centros de treinamentos das Forças Armadas, que receberam  delegações estrangeiras.
 
Em 58 dias de atividades de defesa para a segurança dos Jogos Rio 2016, 23 mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica foram empregados. Em todo o Brasil, nas cinco cidades do futebol, 43 mil homens e mulheres atuaram nos Jogos. O esforço contou no país com monitoramento, vigilância e proteção de 139 estruturas estratégicas. Na cidade do Rio, as Forças Armadas garantiram proteção de 73 estruturas estratégicas.
 
Foram realizadas, no Rio de Janeiro, 12.300 patrulhas marítimas, a pé, a cavalo, motorizadas, e com blindados. No total, foram utilizados 26 navios, 3.083 viaturas, 109 blindados, 51 helicópteros, 81 embarcações, 80 aeronaves e 370 motocicletas. Sobre o trabalho do Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo, o ministro ressaltou que não foi negligenciada uma única suspeita. No Rio de Janeiro, foram registradas 49 ocorrências, porém sem nenhuma tentativa ou ameaça real de ataque terrorista.
 
Na defesa aeroespacial, a Força Aérea realizou 35 missões de interceptação, oito de interrogação e quatro com ocorrências de alteração de rota. Antes mesmo da realização dos Jogos, o Exército realizou diversas operações de fiscalização de explosivos e produtos correlatos. A maioria das ocorrências era de inconsistência no transporte e documentações dos produtos. Foram aprendidos 46 toneladas de explosivos, 20,5 toneladas de nitrato de amônia, 21.500 unidades de espoletas e 147 mil metros de cordel.
 
Para o ministro, o legado dos Jogos abrange ainda uma maior integração entre os órgãos de segurança pública e as Forças Armadas. Jungmann ainda anunciou um programa desportivo de integração de militares portadores de deficiência, batizado de João do Pulo. 
 
Foto: Felipe Barra/MDFoto: Felipe Barra/MDJovem Aprendiz
Quem também teve bastante trabalho durante os Jogos foram os 455 jovens participantes do Projeto Jovem Aprendiz do Desporto (Jade). Atuando em áreas de apoio, eles foram divididos em três segmentos: organização de eventos esportivos, contribuindo também com o setor de logística; auxiliar de práticas esportivas, que incluiu a preparação de quadras; e auxiliar de administração esportiva, em que aprenderam na prática o funcionamento da maior competição do mundo. Para os Jogos Paralímpicos, os aprendizes também receberam treinamento para trabalharem com pessoas com deficiência. 
 
Rio de Janeiro
A cidade-sede das competições, naturalmente, foi a mais impactada com a realização dos Jogos. Segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro, a cidade recebeu 243 mil turistas durante os as Paralimpíadas. O recorde de público no Parque Olímpico foi registrado no dia 10 de setembro, quando 172 mil pessoas passaram pelo local. Entre os dias 7 e 18 de setembro, os Boulevares Olímpicos do Porto e de Campo Grande receberam, juntos, 950 mil pessoas. Ao todo, a renda gerada durante o evento foi de R$ 410 milhões.
 
Durante os Jogos Paralímpicos, foram realizados 3.493 atendimentos nos postos de saúde, sendo 860 de estrangeiros, e o transporte de 8,138 milhões passageiros no BRT, com o recorde de 868 mil pessoas transportadas no dia 9 de setembro. Já o metrô registrou a presença de 8,2 milhões de passageiros nas linhas 1, 2 e 4 entre os dias 5 e 18 de setembro. As Paralimpíadas venderam 2,1 milhões de ingressos.
 
Fonte: Ministério do Turismo, Ministério da Defesa, Ministério do Trabalho e Prefeitura do Rio
Ascom - Ministério do Esporte
 

Na Paraíba, ministro do Esporte participa de cerimônia de abertura do Jogos Escolares

Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
Começou, nesta terça-feira (20.09), em João Pessoa, na Paraíba, os Jogos Escolares da Juventude, o maior evento estudantil esportivo do Brasil. A competição, que é a porta de entrada para a categoria estudantil do Bolsa Atleta, do Governo Federal, segue até o dia 29 de setembro. Ao todo, serão 3.850 competidores, com idade de 12 a 14 anos, de todos os estados da Federação, além do Distrito Federal, de uma delegação de João Pessoa, e outra da Argentina.
 
A cerimônia de abertura dos Jogos, realizada no Ginásio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) contou com a participação do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. "Esse evento acontece em um momento muito especial para o esporte brasileiro, em que terminamos de sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos com extraordinário sucesso. E o maior legado das olimpíadas, sem duvida nenhuma, é fazer com o esporte seja enxergado por cada um dos gestores públicos e da iniciativa privada como uma política pública fundamental e de primeira grandeza”, analisou.
 
Picciani que declarou aberta a competição, também falou sobre a importância do esporte como ferramenta de inclusão social. "O esporte pode ser uma importante ferramenta, ao lado da educação, para transformar a vida das pessoas. Transformar para melhor. Sendo capaz de incluir, capaz de promover um futuro para cada brasileiro e brasileira", concluiu.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
 
Além do ministro do Esporte, a cerimônia também contou com a participação da judoca Sarah Menezes, medalhista de ouro nos Jogos de Londres Olímpicos, em 2012, e Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze nas Olimpíadas de Atenas, em 2004 e único latino-americano premiado com a medalha Pierre de Coubertin, maior condecoração de cunho humanitário-esportivo concedida pelo Comitê Olímpico Internacional. E, por isso, para inspirar os jovens atletas, foi o próprio Vanderlei que ascendeu a pira dos Jogos Escolares.
 
Ao todo, serão disputadas 13 modalidades esportivas diferentes: atletismo, badminton, ciclismo, ginástica rítmica, judô, lutas, natação, tênis de mesa, xadrez, basquete, futsal, handebol e vôlei. A sergipana Priscilla Mattos, de 13 anos, atleta de vôlei, falou sobre a oportunidade de participar do evento. “É a primeira vez que eu participo de uma competição como essa. Estou muito feliz, é a chance que eu tenho de mostrar o que eu posso fazer no esporte”.
 
Além das competições, os atletas vão ter à sua disposição diversos eventos paralelos, como programas socioeducativos e culturais que tem o objetivo de aproximar os jovens da própria cultura regional e dos valores Olímpicos. A capital paraibana já recebeu em outras edições dos Jogos Escolares da Juventude. Em 2011, João Pessoa sediou a competição que reuniu atletas de 12 a 14 anos. E em 2007, 2008 e 2014 foi sede dos Jogos para atletas de 15 a 17 anos.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/MEEsporte na Paraíba
Antes de participar da cerimônia de abertura dos Jogos Escolares da Juventude, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani visitou uma vila Olímpica e conheceu projetos sociais que fomentam o esporte nas cidades de João Pessoa, Bayeux e Capina Grande.
 
Logo na chegada ao aeroporto Castro Pinto, na capital paraibana, o ministro foi recebido por alunos das escolas Moacir Dantas e do projeto social Lar Fabiano de Cristo, que realizaram apresentações culturais e esportivas. Do aeroporto, Picciani seguiu para Bayeux, na região metropolitana da capital, onde conheceu o projeto “Hulk em Ação”, que realiza um trabalho social com crianças carentes da cidade. Apadrinhado pelo ex-jogador da seleção brasileira, o projeto atende cerca de 120 jovens, com idade entre sete e 22 anos.
 
Em Campina Grande, o ministro do Esporte foi até a Vila Olímpica da cidade, onde constatou problemas "Nós vimos aqui muitos equipamentos, mas com certo grau de degradação. Então, o ministério está a inteira disposição de Campina Grande para ajudar em tudo que estiver ao nosso alcance". Ainda na vila Olímpica, o ministro conversou com atletas da região e divulgou iniciativas do ministério do Esporte, como o programa Bolsa Atleta e suas modalidades.
 
João Paulo Machado
Ascom - Ministério do Esporte

Ministro visita Vila Olímpica em Campina Grande e participa da abertura dos Jogos Escolares da Juventude

Mal acabaram os Jogos Paralímpicos e o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, cumpre agendas hoje na Paraíba. Em Campina Grande, ele visita a Vila Olímpica Plínio Lemos, nesta terça-feira (20), às 14h. Em seguida, terá uma reunião com atletas e dirigentes dos clubes da cidade.
 
No fim da tarde, o ministro chega a João Pessoa, onde participará da abertura dos Jogos Escolares da Juventude, no Ginásio da Universidade Federal da Paraíba. Nesta competição, podem participar atletas entre 12 e 14 anos de idade. 
 
Serviço: Visita a Vila Olímpica Plínio Lemos
Quando: 20.09 (terça-feira)
Horário: 14h
Local: Vila Olímpica Plinio Lemos
Endereço: R. Gonçalves Dias - Santo Antônio, Campina Grande - PB, 58407-060
 
Serviço: Encontro com atletas e dirigentes dos clubes de Campina Grande 
Quando: 20.09 (terça-feira)
Horário: 14h30
Local: Vila Olímpica Plinio Lemos
Endereço: R. Gonçalves Dias - Santo Antônio, Campina Grande - PB, 58407-060
 
Serviço: Abertura dos Jogos Escolares da Juventude
Quando: 20.09 (terça-feira)
Horário: 18h
Local: Ginásio da Universidade Federal da Paraíba - João Pessoa - PB
Endereço: Rua Tabelião Stanislau Eloy – Cidade Universitária - Castelo Branco
 
Mais informações: João Paulo (61) 98195-8093
Ascom - Ministério do Esporte
 
 
 

Eliseu Padilha destaca legado intangível dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em balanço de encerramento

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O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira (19/09), que o legado olímpico será administrado pelos governos federal, estadual e municipal a partir da extinção da Autoridade Pública Olímpica (APO), prevista para o fim deste ano. Na opinião do ministro, no entanto, o maior legado é intangível. "O Governo Federal teve uma participação efetiva no estímulo aos atletas. A parceria entre os ministérios do Esporte e da Defesa deu muito certo. Para uma multidão de jovens brasileiros, ficará a ideia de que é possível buscar um caminho no esporte", afirmou Padilha, em entrevista no Rio Media Center.
 
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez um balanço dos Jogos Paralímpicos, que terminaram no domingo em cerimônia no Maracanã, e resumiu o sentimento das autoridades envolvidas na organização. "Ontem à noite, o sentimento foi o de alívio pela conclusão do projeto. O Rio de Janeiro foi a cidade que mais teve transformações em função dos Jogos revertidas para a sociedade. Alguns dos equipamentos já estão sendo usados, como o Parque de Deodoro, que recebeu 9 mil visitantes no último sábado, e a linha 4 do metrô, aberta hoje para a população", destacou.
 
O presidente do Comitê Brasileiro Paralímpico, Andrew Parsons, ressaltou o protagonismo do povo brasileiro, que abraçou os Jogos gerando recordes na venda de ingressos. As competições paralímpicas, que começaram com apenas 300 mil ingressos vendidos, esgotaram os 2,1 milhão de bilhetes colocados à venda. "Em apenas uma semana, vendemos 1,8 milhão de ingressos. Nunca houve isso. Algumas modalidades, como o judô paralímpico, superaram os torneiros olímpicos em espectadores." Quem sai fortalecido é o movimento paralímpico, afirmou Parsons. "Acredito que principalmente as crianças passaram a ter outra percepção sobre as pessoas com deficiência", ressaltou.
 
Para o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, a organização da Rio 2016 eleva o patamar dos próximos Jogos. "É um enorme orgulho concluirmos o projeto com o reconhecimento nacional e internacional do sucesso obtido. Estabelecemos um novo patamar para o esporte olímpico e paralímpico que vai entrar para história", afirmou. Nuzman destacou ainda o resultado social dos Jogos, medido pela participação popular. "Em um único fim de semana, o Parque Olímpico recebeu 170 mil visitantes. Nunca houve um envolvimento tão grande na história dos jogos", comemorou.
 
Ascom - Ministério do Esporte

Emoção e honra máxima concedida ao povo do Rio e do Brasil marcam adeus dos Jogos Paralímpicos

Danilo Borges/ brasil2016.gov.brDanilo Borges/ brasil2016.gov.br
O sucesso da realização dos Jogos Rio 2016 será reconhecida pelo Comitê Paralímpico Internacional com a maior honraria da entidade. O presidente do IPC, o inglês Philip Craven, pronunciou, no meio da Cerimônia de Encerramento das Paralimpíadas: "Decidimos entregar à população do Rio e do Brasil a Ordem Paralímpica, a mais alta honra que um indivíduo ou grupo de pessoas pode receber", para delírio dos 45 mil espectadores presentes no Maracanã, neste domingo (18.09).
 
Exaltando a convivência em paz da diversidade, marca do movimento paralímpico, a Cerimônia de Encerramento fechou um ciclo de megaeventos sediados no Brasil, que recebeu a Copa das Confederações 2013, a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas antes de sediar as Paralimpíadas. Um país multiétnico, que ganhou a maior visibilidade internacional de sua história nos últimos anos e não se furtou a mostrar suas virtudes e defeitos. No mesmo palco que fechou as demais competições, a música brasileira foi o símbolo escolhido para representar a multiculturalidade do país.
 
"Missão cumprida! Realizamos os Jogos Olímpicos e Paralímpicos espetaculares. Esse Brasil que amamos tanto mostrou ao mundo do que é capaz. Toda essa celebração nasceu do sonho de fazer do Rio uma cidade olímpica. Para muitos era impossível, para o Rio e o Brasil, não", discursou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016.
A cerimônia começou com o grupo Batuqueiros do Silêncio, composto por percussionistas com deficiência auditiva. No mesmo ritmo, uniram-se os batuqueiros comandados pelo Mestre Batman, que criou um metrônomo visual utilizando luzes para reger os instrumentistas, e dez percussionistas comandados pelo Mestre Marçal.
 
A cantora paraense Gaby Amarantos liderou a contagem regressiva para o início da festa. Nos telões, um vídeo inspirado nos desenhos de Burle Marx. Uma queima de fotos marcou o início oficial da cerimônia. Em seguida, o guitarrista Armandinho puxou um frevo que animou as arquibancadas. Logo depois, o também guitarrista Andreas Kisser, da banda de rock Sepultura, entrou no palco. Unindo-se a eles, o jovem Jonathan Bastos, que nasceu sem os braços e toca guitarra com os pés. O ritmo, batizado de "frevmetal", era tocado enquanto um grupo com 16 cadeirantes acrobatas se apresentavam o no palco.
 
A cerimônia também coroou a melhor participação brasileira em uma Paralimpíada, considerando o total de medalhas, o número de atletas, finais disputadas e de diferentes modalidades no pódio. Em Londres 2012, o país ficou em sétimo e obteve 21 ouros. Agora foram 14 medalhas douradas e o oitavo posto. Mas somadas às 29 pratas e aos 29 bronzes, o Brasil chegou ao recorde de 72 pódios em uma edição de Jogos Paralímpicos.
 
Uma das medalhas douradas aumentou ainda mais a hegemonia da Seleção Brasileira de futebol de 5, única campeã paralímpica da história da modalidade, que entrou no programa dos Jogos em Atenas 2004. Como reconhecimento dessa supremacia, o craque e camisa 10 do Brasil, Ricardinho, foi o escolhido para ser o porta-bandeira no desfile com as flâmulas de todas as nações participantes.
 
A banda pernambucana Nação Zumbi entrou no palco representando a fauna e a flora brasileiras, com figurino que remetia às florestas tropicais. Eles interpretaram três músicas: "Maracatu Atômico", "Quando a Maré Encher" e "Praieira". Em seguida foi a vez da mato-grossense Vanessa da Mata cantar fazer um show que destacou o mar, com motivos como peixes, sereias e conchas. As canções apresentadas por Vanessa foram "Conto de Areia", "Por Onde Ando Tenho Você" e "Ai Ai Ai".
 
Para encerrar a primeira sequência musical da noite, a cantora Céu, representando o pulsar dos corações, subiu ao palco. Usando um vestido estruturado por vários corações ela também interpretou três músicas: "Baião de Penha", "Varanda Suspensa" e "Os Grilos".
 
 Mirian Jeske/brasil2016.gov.br Mirian Jeske/brasil2016.gov.br
 
Homenagens
Depois, para honrar o triunfo do espírito humano, foi apresentado o prêmio Whang Youn Dai, tradicionalmente entregue desde Seul 1988. A sul-coreana Youn Dai foi a primeira homenageada. Ela foi diagnosticada com uma paralisia infantil aos três anos, tornou-se médica e dedica sua vida a ajudar pessoas com deficiência. O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, apresentou os homenageados no Rio: Ibrahim Al Hussein, atleta iraniano da natação, e a norte-americana Tatyana McFadden, do atletismo.
 
Flores foram entregues aos representantes dos voluntários que ajudaram na organização dos Jogos Rio 2016. Em seguida, a música "One Love", de Bob Marley, tocou no estádio enquanto imagens de pessoas de várias etnias apareciam no telão. Um vídeo com os melhores momentos dos Jogos foi bastante aplaudido. Mestrinho, tocando sanfona, Pedro Martins, na guitarra, e Daniel Santiago, no violão, interpretaram o Hino Paralímpico.
 
A bandeira paralímpica foi entregue para o presidente do IPC, Phillip Craven, pelas mãos do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Craven, por sua vez, a repassou à governadora de Tóquio. O hino do Japão foi interpretado, seguido de vídeos sobre a cidade japonesa, sede dos próximos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2020. O dançarino amputado Koichi Omae, a modelo Gimico e artista deficiente visual Akira Hiyama participaram das apresentações japonesas.
 
A tragédia que envolveu o ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, que faleceu enquanto competia neste sábado (17.09), não foi esquecida. Em seus discursos, Philip Craven e Carlos Arthur Nuzman homenagearam o atleta e o presidente do IPC pediu um minuto de silêncio ao público em respeito à memória do ciclista e ao sofrimento de sua família e amigos.
 
O esforço do atletas, que bateram mais de 200 recordes mundiais, foi lembrado por Craven. Além das marcas, a forma como os brasileiros torceram nas arquibancadas e lotaram as arenas (2,1 milhões dos 2,5 milhões de ingressos disponíveis foram vendidos, marca menor somente do que a de Londres 2012) tornou mais especial os Jogos. "Seu apoio expressivo foi ainda mais lindo do que essa Cidade Maravilhosa. A cada dia vocês faziam um carnaval incrível e foram premiados com desempenhos impressionantes dos atletas. Nessa cidade de cartões-postais, a memória que levarei com mais carinho é a de vocês, cariocas fantásticos. Vocês inspiravam os atletas a alcançar o que parecia impossível", disse Philip Craven.
 
Até Tóquio
O show de axé de Saulo, da Banda Eva, seguido pelo funk de Negro do Borel, do "Dream Team do Passinho" e de Gaby Amarantos embalaram a sequência da Cerimônia. No fim, a cantora baiana Ivete Sangalo entoou a música: "Tempos de Alegria", cantada durante diversas disputas nos Jogos Rio 2016 e  que ficou ecoando pelo Maracanã como se quisesse que este momento nunca terminasse.
 

Mateus Baeta e Gabriel Fialho – brasil2016.gov.br

Ascom – Ministério do Esporte

 

Além da meta: Andrew Parsons valoriza desempenho do Brasil nos Jogos Rio 2016

Nas palavras de Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Brasil tinha uma meta agressiva e ambiciosa para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. O esperado quinto lugar no quadro de medalhas não veio. O país terminou em oitavo, abaixo da sétima posição conquistada em Londres 2012.  Porém, o discurso de Parsons neste domingo (18.09), último dia do evento, foi de satisfação com o que os atletas alcançaram no Rio de Janeiro e de otimismo para o futuro.
 
Alguns números ajudam a entender por que Andrew Parsons não se abalou com o fato de o Brasil não ter cumprido a meta do quinto lugar. Segundo ele, este era apenas um dos objetivos do país na edição caseira dos Jogos. Os outros, de acordo com o presidente do CPB, se cumpriram.
 
“A gente pode considerar essa a melhor participação, apesar de não ter chegado ao quinto lugar no ranking de medalhas de ouro. Era uma meta, não uma promessa. O resultado nos dá confiança de que estamos no caminho certo. Aproveitamos bem esse ciclo, aumentamos o espectro de modalidades. E esta era uma das nossas expectativas: aproveitar esse ciclo para diminuir a dependência do atletismo e da natação e aumentar esse leque”, comentou Parsons.
 
Foram 72 pódios no Rio 2016, recorde da história brasileira nas Paralimpíadas, sendo 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, 65% a mais do que na edição anterior. Estes números ainda podem ser destrinchados para descobrir outros dados comemorados pelo CPB. Enquanto 42 atletas foram medalhistas em Londres 2012, 113 subiram ao pódio no Rio. Destes, 15 tinham menos de 23 anos. Os brasileiros também registraram 93 melhores marcas e tempos da carreira, quebraram 12 recordes das Américas e um mundial, com Daniel Dias, na natação.
 
Os resultados citados mostram que o Brasil começa a diversificar suas medalhas, um dos objetivos traçados pelo CPB. No total, o país foi ao pódio em 13 modalidades, outro recorde nas Paralimpíadas, sendo quatro inéditas: canoagem, ciclismo, halterofilismo e vôlei sentado. “O tênis de mesa teve um resultado muito expressivo. Tinha uma prata por equipes. Agora, além de uma prata individual, a primeira, foram conquistadas outras três medalhas de bronze”, citou o dirigente.
 
Parsons também comentou um momento especial vivido por ele no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos no sábado (17.09). Ao entregar a medalha de ouro para o nadador Daniel Dias, o presidente do CPB foi chamado pelo atleta para subir no pódio, palco sagrado normalmente só pisado pelos medalhistas, e cantar o Hino Nacional.
 
“Nunca vou esquecer o que ele fez por mim. É a minha medalha de ouro. Ter o reconhecimento de um atleta do porte dele, ser homenageado, cantar o hino do meu país ao lado dele... Eu estava em êxtase, em outra dimensão”, agradeceu Parsons.
Além do esporte
 
Os Jogos Paralímpicos Rio 2016 também devem trazer benefícios para outras áreas além da esportiva. Pelo menos é o que espera Andrew Parsons. Ele exaltou o público, que lotou estádios, ginásios e arenas e teve uma integração especial com os atletas, algo que deve gerar um aumento de interesse da população em geral pelo movimento paralímpico.
 
“Foram 2,1 milhões de pessoas comprando ingresso. É um resultado fantástico. O carioca e o brasileiro abraçaram os Jogos Paralímpicos. Foi extraordinário. A gente viveu uma conexão entre os atletas com o público que vai gerar mais interesse. Tinha muita gente com deficiência nas instalações. Imaginamos que tenhamos inspirado uma nova geração”, declarou Parsons.
 
O presidente do CPB demonstrou emoção com o sucesso dos Jogos Paralímpicos, que superou todos os problemas previamente anunciados e foi sucesso de público. “É uma tremenda prova do que esse país é capaz. Um problema ou outro sempre tem, em todas as edições. A gente conseguiu entregar grandes Jogos, que orgulharam o país e trouxeram para a América Latina a primeira edição. É uma nova fronteira. Dá orgulho de ser brasileiro nessa hora”, elogiou.
 
Vagner Vargas - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Ministro-Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, faz balanço dos Jogos Olímpicos Rio 2016

O Ministro-Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, fará um balanço dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 nesta segunda-feira (19/9), às 14h, no Rio Media Center. Acompanhado do Prefeito do Rio, Eduardo Paes, do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, e do Secretário da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola, o Ministro dará entrevista sobre a realização do maior evento mundial do paradesporto no Brasil.
 
SERVIÇO
 
COLETIVA BALANÇO DOS JOGOS PARALÍMPICOS RIO 2016
DATA: Segunda-feira, 19 de setembro de 2016
HORÁRIO: 14 horas
LOCAL: Rio Media Center - Rua Madre Teresa de Calcutá, s/nº - Cidade Nova
 
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
 
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Telefone: (21) 996514579
 
Ascom – Ministério do Esporte

Com 24 pódios, Daniel Dias sai do patamar de ídolo nacional para lenda paralímpica

 Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br
Entre tantos momentos inesquecíveis desde 5 de agosto, a Rio 2016 guardou para o final um dos mais especiais para a torcida brasileira. O nadador Daniel Dias transformou a rotina de subir ao pódio em algo histórico. Com o ouro nos 100m livre S5 e o bronze no revezamento 4 x 100m medley 34 pontos, o atleta chegou a 24 medalhas em Jogos Paralímpicos e se tornou o maior medalhista da natação neste sábado (17.09), no Estádio Aquático do Parque Olímpico da Barra.
 
Antes dos 100% de aproveitamento de pódios em finais, Daniel se manteve focado. Desconversava quando o assunto era o recorde do australiano Matthew Cowdrey. Mas quando veio a confirmação da 24ª medalha, no momento em que Phelipe Rodrigues bateu na parede da piscina na prova por equipe, foi impossível segurar as lágrimas dele e do grupo. Daniel recebeu abraços e homenagens até dos adversários.
 
O choro teve ainda uma causa a mais: o cansaço acumulado e superado. Daniel vinha de sete finais com eliminatórias antes das provas de hoje. Menos de uma hora depois de vencer, com folga, a final dos 100m livre S5, ele já teve de cair na piscina de novo para abrir o revezamento. Chegou a falar francamente para os companheiros do desgaste físico, mas demonstrou na piscina o espírito de equipe e determinação que motivou os outros três nadadores.
 
"Sei o quanto ele estava sentindo dores. Depois de ter visto a prova dos 100m livre, eu estava lá atrás. Só pedi para Papai do Céu que desse forças para ele fazer o que faz de melhor. Ele mostrou para mim o quanto estava cansado. Uma prosa de cinco, dez minutos antes da prova trouxe à tona tudo o que ela representa, tudo o que a gente fez durante a competição. Foi um recado de que a gente não iria parar de fazer força até bater na parede", disse Andre Brasil, terceiro a nadar pela equipe, e que "passou o bastão" para Phelipe na quinta colocação.
 
O que se passou depois misturou alegria e alívio. Daniel Dias recebeu as medalhas dos outros dias com o mesmo sorriso e naturalidade de sempre, só que não resistiu ao último ouro dele. Chorou, tal qual o filho Asaph, de dois anos. No pódio, recebeu a medalha do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, e o chamou para ouvir o Hino Nacional ao lado dele, numa quebra de protocolo que emocionou até o dirigente.
 
"Confesso que não parei para pensar (no recorde) ainda. Estou sem voz de tanto gritar no revezamento. Já é uma alegria imensa ajudar meu país. Meu objetivo aqui era conquistar medalhas no individual e ajudar meus companheiros no revezamento. Estou feliz demais por nadar em casa, e acredito que o esporte paralímpico nunca mais será o mesmo depois disso aqui", afirmou Daniel.
 
"Estou muito orgulhoso de nadar ao lado do Daniel, do André e do Phelipe. É uma sensação única, uma experiência que vai ficar marcada para sempre. Estou muito feliz com o nosso resultado", afirmou Ruan de Souza, quarto integrante do revezamento medalhista de bronze.
 
Com nove medalhas no Rio, Daniel Dias igualou o desempenho de Pequim-2008, mas conquistou menos ouros do que em Londres (seis em 2012, contra quatro no Rio). Ainda assim, não há discussão para Daniel. Não houve Paralimpíada mais especial do que a Rio 2016. "Muito melhor (que Londres). Foi espetacular aqui! Nunca escutei tanto barulho debaixo d'água. Tenho que agradecer ao público. A gente riu e chorou junto, hoje eu estava meio chorão", disse.
 
 Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
O adeus de Clodoaldo
Outro momento emocionante foi a despedida de Clodoaldo Silva. Daniel é fã declarado do "tubarão", e procurou a natação em 2004, após se encantar com as medalhas dele em Atenas. Os dois nadaram juntos nos 100m livre S5, e o ídolo terminou em oitavo. Ao fim das cerimônias de premiação, Daniel conduziu Clodoaldo na cadeira de rodas e pediu aplausos da torcida, já que era a última prova dele em Jogos Paralímpicos.
 
"Foi incrível, né? Antes de a gente entrar na piscina, a gente conversou e quase chorou. Falei que era uma honra nadar uma final ao lado dele. Último dia, não tinha como terminar melhor. Pude começar no esporte olhando para ele. Tenho que agradecer muito ao Clodoaldo, todos nós temos que agradecer pelo que ele fez pelo esporte paralímpico brasileiro", comentou.
 
A última parada de Daniel antes das entrevistas refletiu o desejo dele para os próximos dias. Ele entregou o mascote Tom de cabelos dourados ao filho caçula, Danielzinho, e o beijou após receber ele dos braços da esposa. "Quero abraçar mais meus filhos, curtir minha família e não pensar em natação por um tempo".
 
Balanço final
A natação brasileira conquistou 19 medalhas ao todo na Rio 2016. Logo depois do ouro histórico de Daniel Dias, foi a vez de Joana Neves disputar a final feminina dos 100m livre S5. Ele chegou com o quinto melhor tempo na eliminatória, mas pegou o embalo positivo da torcida para chegar ao bronze, no 2º pódio dela, única mulher com duas medalhas individuais.
 
Joana conta que a evolução no resultado estava nos planos dela, que pensou apenas em se classificar pela manhã e partir para o "tudo ou nada" à noite. Ela analisou com alegria o rendimento do Brasil na piscina. "Tenho certeza de que o desempenho da natação brasileira evoluiu, e o esporte está tendo um pouco mais de visibilidade", analisou.
 
Thomaz Matera (8º), Ronystony Cordeiro (8º) e Patricia dos Santos (6º) também nadaram em finais neste sábado, mas não conquistaram medalhas. Os 19 pódios garantiram ao Brasil o 9º lugar no quadro de medalhas da natação (4 ouros, 7 pratas e 8 bronzes). China (92 medalhas, 37 de ouro), Ucrânia (74 medalhas, 25 de ouro) e Grã-Bretanha (47 medalhas, 16 de ouro) dominaram a modalidade paralímpica.
 
Michelle Abílio - brasil2016.gov.br
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Bolsa Atleta é único patrocínio de 96% dos atletas olímpicos e paralímpicos

Ser patrocinado pelo Bolsa Atleta pode significar o início e a manutenção de uma carreira em alto nível. Segundo o Ministério do Esporte, 96% dos atletas olímpicos e paralímpicos brasileiros contemplados pelo programa declaram não ter qualquer outro tipo de patrocínio. O dado foi apresentado neste domingo pelo coordenador do Bolsa Atleta, Mosiah Rodrigues, em palestra na Casa Brasil.
 
Foto: Fábio Malta/Casa BrasilFoto: Fábio Malta/Casa Brasil
 
O programa contempla 90,6% dos atletas brasileiros convocados para os Jogos Paralímpicos (262 dos 289 da delegação). Entre os bolsistas estão os responsáveis pelas duas primeiras medalhas brasileiras: Odair Santos, prata no Atletismo, e Ricardo Costa de Oliveira, ouro no Atletismo.
 
O programa concede bolsas que variam entre R$ 370 e R$ 15 mil, alcançado desde competidores estudantis a atletas de alto rendimento. O atleta do tiro esportivo Geraldo Rosenthal havia acabado de chegar da competição na Arena Deodoro e disse que sua carreira só existe por causa da bolsa. "Sem o patrocínio eu não teria me qualificado e não estaria aqui", declarou.
São mais de 17 mil atletas de todo o país patrocinados pelo Bolsa Atleta desde 2005. Com mais de uma década de atuação, o programa concedeu mais de 43 mil bolsas, num investimento superior a R$ 600 milhões. Os valores permitem que os atletas se dediquem exclusivamente aos treinos.
 
"É uma ferramente muito importante no dia a dia do atleta. Nosso papel é tentar garantir que o atleta tenha condições de se preparar", afirmou Mosiah ao fim da palestra.
 
Equipe Casa Brasil
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Ministro elogia desempenho do Brasil nas Paralimpíadas e garante investimentos

No último dia de Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, realizou um balanço, durante coletiva de imprensa neste domingo (18.09) no Rio Media Center, na capital fluminense, da participação dos atletas brasileiros e anunciou que a pasta contará no próximo ano com mais recursos para aplicar em programas sociais e de alto rendimento. “Tivemos um sucesso extraordinário na realização dos Jogos Paralímpicos. Gostaria de agradecer aos atletas que tiveram uma participação incrível e nos encheram de orgulho e motivação”, disse Picciani.

Para o ministro, chegou o momento de iniciar a preparação do novo ciclo, visando aos Jogos de Tóquio. “Encerramos os Jogos Rio 2016 com a certeza de que o Brasil fez uma belíssima campanha, tanto nos Jogos Olímpicos quanto nos Paralímpicos. Foi uma participação extraordinária dos atletas nacionais. Vamos agora voltar as nossas atenções para o ciclo de Tóquio 2020, onde teremos a possibilidade de usar a infraestrutura de legado olímpico, aqui no Rio e em outras cidades do país, como no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo”, contou o ministro do Esporte.

Foto: Francisco Medeiros/MEFoto: Francisco Medeiros/ME

Leonardo Picciani ressaltou também que o esporte paralímpico segue como uma das prioridade da pasta. “O presidente Michel Temer tem a todo momento nos orientado a tratar com toda a prioridade o esporte Paralímpico. Atualmente, o governo federal é o maior parceiro do esporte paralímpico, seja por meio do Ministério do Esporte, das Loterias Caixa e da Lei Piva.”

O esporte de alto rendimento, por meio da preparação dos atletas e o cuidado com o legado olímpico, a iniciação esportiva e os programas sociais serão as prioridades da pasta, segundo o ministro Leonardo Picciani. “Serão duas prioridades do Ministério do Esporte. A primeira será a preparação dos atletas. Manteremos os programas que vêm dando certo, como Bolsa Atleta, Bolsa Pódio e a parceira com as Forças Armadas. A segunda será o esporte como inclusão social e esporte educacional. Essa era uma área do Ministério que teve pouca ênfase na pasta nos últimos anos. Retomaremos por entender que não existe esporte de alto rendimento sem o esporte de base”, anunciou.

Desempenho do Brasil Durante a fala, o ministro ressaltou a maior delegação brasileira da história, com 286 atletas que disputaram 22 modalidades nos Jogos Paralímpicos. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes: 14 de ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todos os medalhistas do Brasil recebem o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte.

“Nós tivemos 32 medalhas inéditas em provas, classes e modalidades novas, como canoagem e ciclismo. Tivemos também conquistas inéditas no halterofilismo e no voleibol sentado”, afirmou o ministro.

Sobre a meta de desempenho da delegação nacional, o ministro Leonardo Picciani reafirmou que a análise do governo vai além das conquistas de medalhas. “Desde quando assumi a pasta no dia 12 de maio, o Ministério do Esporte adota o critério de avaliar a evolução do Brasil nos Jogos. A exemplo do que ocorreu nos Jogos Olímpicos, no Paralímpico tivemos uma extraordinária evolução, passamos de 43 medalhas para 72. E quase dobramos o número de finais que os brasileiros participaram”, explicou.

“Avaliamos que a participação dos atletas brasileiros, tanto nas Olimpíadas quanto nas Paralimpíadas, foi positiva. Queremos agora que o desempenho seja ainda melhor nos Jogos de 2020”, completou Picciani.

Orçamento

Sobre o orçamento da pasta, Leonardo Picciano detalhou que o governo não vai precisar construir novamente centros de treinamentos em todas as regiões do país, pois já estão concluídos. “Nós não vamos precisar construir novas instalações, mas manter funcionando as que existem. O orçamento discricionário do Ministério do Esporte para o próximo ano é maior do que para este ano. Ele está indo de R$ 505 milhões para R$ 656 milhões. Ou seja, um acréscimo de 30%. Os programas da pasta serão mantidos e ampliados, porque os recursos foram ampliados. A redução do valor total se deve a não manutenção de rubricas de construção de equipamentos olímpicos”, completou.

Breno Barros
Ascom - Ministério do Esporte

Na despedida do atletismo das Paralimpíadas Rio 2016, Brasil fatura o bronze na maratona

Com as competições no Engenhão tendo se encerrado na noite de sábado (17.09), a disputa da última prova do atletismo dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a maratona, foi realizada neste domingo (18.09) fechando, assim, a programação da modalidade.
E na melhor participação do atletismo brasileiro na história das Paralimpíadas, uma das categorias da maratona terminou seguindo uma rotina à qual os torcedores se acostumaram desde o último dia 8: vibrar com atletas do país no pódio.
 
Edneusa Dorta e seu guia, Tito Sena, fazem festa na chegada da maratona. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPBEdneusa Dorta e seu guia, Tito Sena, fazem festa na chegada da maratona. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB
 
Tendo a praia de Copacabana como cenário e o Forte de Copacabana ao fundo, sete corredoras da classe T12 (deficientes visuais) feminina largaram às 9h sob sol forte para o desafio dos 42,195km. A saída e a chegada foram na altura do Posto 5 e as atletas deram voltas em um percurso de 8,4 quilômetros que passou pela orla das praias de Copacabana e do Leme.
 
Baiana de Salvador, Edneusa Dorta, aos 40 anos, disputava sua primeira edição dos Jogos Paralímpicos. Com baixa visão desde o nascimento devido à rubéola que adquiriu da mãe ainda na gestação, Edneusa esteve acompanhada durante todo o percurso pelo guia Tito Sena, de Brasília. O corredor, de 49 anos, é um maratonista vitorioso, ouro nas Paralimpíadas de Londres 2012 e prata na edição de Pequim 2008. O Rio, entretanto, marcou sua estreia como atleta-guia.
 
Com o tempo de 3h18min38, Edneusa e Tito cruzaram a linha de chegada na terceira colocação carregando uma bandeira do Brasil e foram muito aplaudidos pelo bom público que se espalhava pelos dois lados da pista na chegada e que vibrou com a dupla ao longo de toda a prova. O ouro ficou com a espanhola Elena Congnost (3h01min43) e a prata com a japonesa Misato Michishita (3h06min52).
 
“É minha primeira vez na maratona. Então, começo com o bronze, depois vou atrás da prata e do ouro para o Brasil”, brincou Edneusa. “Foi uma prova difícil, mas estou começando nessa experiência de representar o Brasil, de coração, e para o mundo”, continuou.
 
Para a medalhista, receber todo o carinho do público durante a prova tornou a conquista da medalha ainda mais especial. “Foi uma honra. Foi minha primeira maratona internacional e o que eu tenho a dizer é obrigado, Brasil”, agradeceu Edneusa.
 
Edneusa no pódio na Praia de Copacabana. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPBEdneusa no pódio na Praia de Copacabana. Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB
 
Quem também estava radiante era Tito Sena, que exaltou a experiência de guiar Edneusa ao longo dos 42,195km da maratona no Rio 2016. “Para mim é um privilégio e uma honra estar correndo com uma atleta guerreira e determinada. Estou muito feliz. Essa guerreira está de parabéns e o Brasil está de parabéns. A torcida foi espetacular, deu força e então essa medalha é do Brasil, é nossa, e nós a dedicamos a Jesus”.
 
Com o resultado, o atletismo brasileiro fechou os Jogos Paralímpicos tendo conquistado a marca recorde de 33 medalhas. Foram 8 ouros, 14 pratas e 11 bronzes em uma campanha marcante nas provas de pista, de rua e nos saltos.
 
Outros brasileiros
 
Além de Edneusa, o Brasil teve mais três representantes em outras classes da maratona neste domingo. Também às 9h, 10 atletas da T46 (para amputados ou aqueles com deficiência nos membros inferiores ou superiores), entre eles o gaúcho Alex Douglas Silva, prata na Maratona do IPC, em Londres 2015, largaram para a prova.
 
Alex Silva foi bem até a primeira metade do desafio, quando ocupava a segunda colocação. Entretanto, pouco depois, na altura do quilômetro 25, ele desistiu da prova, abatido por uma fadiga muscular. Alex chegou a receber atendimento médico, mas foi liberado cerca de meia hora depois. A prova foi vencida pelo chinês Chaoyan Li.
 
“Devido ao clima eu provavelmente acabei desgastando mais do que na verdade eu estava repondo e acabou que comecei a ter bastante fadiga muscular”, explicou. “Eu vinha bem, a gente estava em um ritmo bem bom, até acima da minha melhor marca pessoal, e então eu estava controlando bem o ritmo. Tinha ciência de que poderia ter sido medalhista, mas como é uma prova de resistência às vezes nem sempre o melhor vence e, na verdade, quem aguenta mais a parte física”, afirmou Alex.
 
No feminino da classe T54 (atletas em cadeira de rodas), duas brasileiras largaram. Maria de Fátima Chaves, sentindo-se desidratada devido ao calor e ao esforço, abandonou a prova antes da primeira metade do percurso. Já Aline Rocha cruzou a linha de chegada na 10ª posição. O ouro ficou com a chinesa Lihon Zou, a prata com a norte-americana Tatyana McFadden e o bronze com a também norte-americana Amanda McGrory.
 
Fenômeno
 
O resultado de Tatyana McFadden representou mais uma façanha da atleta no Rio. Aos 27 anos, ela é um fenômeno do esporte paraolímpico. Antes de chegar ao Brasil, acumulava 10 medalhas – 3 de ouro, 4 de prata e 3 de bronze – em seis provas diferentes (100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m e revezamento 4 x 100m) nas Paralimpíadas de Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012.
 
Agora, Tatyana deixará o país tendo ampliado a coleção com mais seis pódios, já que, no Engenhão, ela foi ouro nos 400m, 800m 1.500m e 5.000m e prata nos 100m antes de fechar sua brilhante participação nas Paralimpíadas do Rio com a sexta medalha na maratona neste domingo.
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Nota de pesar

Foi com grande pesar que recebi a notícia da morte do ciclista paralímpico Bahman Golbarnezhad, na manhã deste sábado. Bahman tinha 48 anos e faleceu por conta de ferimentos sofridos em um acidente durante a prova de ciclismo de estrada.

Neste momento de dor, quero me solidarizar com os familiares, amigos, admiradores e com a delegação iraniana que está na cidade do Rio de Janeiro.

Leonardo Picciani
Ministro do Esporte

Brasil conquista três pratas no último dia de provas no Engenhão

No último dia do atletismo dos Jogos Paralímpicos no Engenhão, o Brasil saiu do Estádio Olímpico com mais três pratas. Shirlene Coelho ficou em segundo no lançamento de disco F38 (paralisados cerebrais andantes), Petrúcio Ferreira foi o vice-campeão nos 400m T47 (amputados) e Felipe Gomes ficou em segundo nos 400m T11 (cegos). A delegação brasileira de atletismo somou 32 pódios no Rio de Janeiro. A conta ainda não está fechada porque neste domingo haverá a maratona.
 
Shirlene sai dos Jogos com um ouro no dardo e a prata no disco. Agora, pretende descansar. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Shirlene sai dos Jogos com um ouro no dardo e a prata no disco. Agora, pretende descansar. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
Shirlene Coelho alcançou a marca de 33,91m no lançamento de disco e bateu o recorde sul-americano. A brasileira só foi superada pela chinesa Na Mi, que estabeleceu o novo recorde mundial (37,60m). A medalha de bronze ficou com a irlandesa Noelle Lenihan (31,71m).
 
"Nunca esperamos o resultado, corremos atrás. Foi o que fiz. A chinesa bateu o recorde mundial, mas eu também aumentei bastante a minha marca. Isso é especial. Treino em três provas, o que é complicado. Trabalho com muita vontade de vencer" disse a brasileira.
 
"O atletismo é muito importante na minha vida, mas agora, saindo daqui, eu só vou pensar em descansar, porque também tenho que viver a minha vida pessoal. Quero viajar, me divertir bastante". A atleta também disse que planeja ter filhos. "Shirlene também vai ver se engravida (risos). Estou saindo sem tempo determinado para voltar. Eu ainda não pensei em Tóquio" afirmou a porta-bandeiras da delegação nacional na Cerimônia de Abertura.
 
Arrancada para a prata
 
Sensação do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos, Petrúcio Ferreira, de 19 anos, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite. O velocista disputou os 400m rasos T45/46/47 e acabou com a prata após incrível arrancada nos metros finais, saindo da última colocação e cruzando a linha quase lado a lado com o cubano Ernesto Blanco, vencedor da prova (48s79). A prata de Petrúcio veio com 48s87. O pódio ficou completo com o austríaco Gunther Matzinger (48s95), que ficou com a medalha de bronze.
 
Petrúcio Ferreira celebra a prata conquistada numa arrancada sensacional na prova dos 400m. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)Petrúcio Ferreira celebra a prata conquistada numa arrancada sensacional na prova dos 400m. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)
 
"Deixei todos que estavam me assistindo com friozinho no coração, mas utilizei uma técnica de acelerar quando faltassem 100 metros. Se tivesse mais dois metros de prova, quem sabe não beliscava o ouro?", afirmou o estreante em Jogos Paralímpicos
Muito aplaudido pelo público que compareceu em bom número às arquibancadas do Estádio Olímpico, Petrúcio afirmou que sai das Paralímpiadas com a "sensação de dever cumprido". "Eu consegui ganhar três medalhas. Quando entro na pista, entro para brincar, não para trabalhar. Quem nunca brincou de apostar corrida? É lógico que é coisa séria, mas pensando dessa forma, eu fico descontraído e dou o meu melhor".
 
O atleta perdeu parte do braço esquerdo aos dois anos, quando sofreu um acidente com uma máquina de moer capim. Paraibano de São José do Brejo do Cruz, Petrúcio conheceu o atletismo há dois anos e, desde então, tem chamado a atenção pelos resultados alcançados.
 
Prata para "descansar"
 
A última medalha da noite foi conquistada pelo velocista Felipe Gomes, que correu a prova dos 400 metros T11, para deficientes visuais. Com 50s38, o atleta cruzou a linha de chegada na segunda colocação, garantindo sua melhor marca pessoal. O ouro ficou com o espanhol Gerard Descarrega Puigdevall (50s22) e o bronze com o namibiano Ananias Shikongo (50s63). O brasileiro Daniel Silva, que também disputava a final, ficou com o quarto lugar (50s93). Com o resultado, Felipe chegou à quarta medalha nos Jogos do Rio. Antes, já havia ficado com a prata nos 100m e 200m e o ouro no revezamento 4 x 100 metros.
 
Felipe Gomes recebe a prata nos 400m. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)Felipe Gomes recebe a prata nos 400m. (Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br)
 
"Eu fico extremamente satisfeito em conquistar essas medalhas dentro de casa, diante do público, da minha família e amigos. Eu consegui belas exibições. Essa prova dos 400 metros, por exemplo, me levou ao extremo da exaustão. E a gente conseguiu demonstrar tudo que a gente queria. Infelizmente o adversário conseguiu um tempo melhor que o nosso, mas estou muito feliz com a prata".
 
Nascido no interior do Rio, em Campos dos Goytacazes, Felipe liderou boa parte da prova, mas acabou perdendo o fôlego nos metros finais e foi ultrapassado rival espanhol Gerard Puigdevall. Na hora da premiação, o atleta tirou a medalha do peito e a colocou no bolso, demonstrando insatisfação. Perguntado sobre o episódio, Felipe disse que ficou chateado pelo fato de o seu guia na prova, Wendel de Souza Silva, não ter sido premiado com medalha.
 
"Fiquei chateado ali, mas não foi pelo fato de ter conquistado a medalha de prata, mas pelo fato de que o Comitê Internacional entendeu que  corri sozinho. O Wendell entrou comigo na semifinal e na final. Como assim ele não ganha medalha? Eu não sou capaz de correr 10m sozinho. Não sei por que o meu guia não ganhou, por isso guardei e fiquei chateado, fazendo de conta como se eu não estivesse ali", lamentou.
 
Criado na comunidade carioca da Maré, o velocista começou a perder a visão quando era criança, aos seis anos, por conta de um glaucoma congênito, seguido de catarata e descolamento de retina. Antes de descobrir o atletismo, em 2003, o atleta já havia passado pelo futebol de 5 e pelo Goalball.
 
Peso
 
Mais cedo, o brasileiro Thiago Paulino já havia entrado em ação no Estádio Olímpico. O atleta terminou a prova do arremesso de peso na quinta posição, com 13,92m. A competição foi vencida pelo chinês Guoshan Wu, que lançou 14,42m. A prata ficou com o polonês Janusz Rokicki, com 14,26m, e o bronze com Javid Ehsani, do Irã, com 14,13m. O resultado de Thiago foi melhor que o conquistado no Parapan, em Toronto, 2015, mas ficou abaixo de sua melhor marca no ano, de 14,28m.
 
"Eu acredito que faltou um pouco mais de experiência, um pouco mais de frieza. Eu acabei ficando nervoso. Geralmente a gente consegue fazer as melhores marcas nos três primeiros arremessos e eu não consegui. Então, isso me abalou um pouco", analisou Thiago. "É a minha primeira Paralímpiada e também não dá tempo para ficar lamentando. Ano que vem já tem o Mundial, então é treinar para corrigir os erros", concluiu.
 
Outros brasileiros
 
Outros brasileiros movimentaram o último dia de provas no Estádio Olímpico. A velocista Ana Claudia Silva participou da final dos 100m T42 e terminou a prova próxima ao pódio, com o quarto lugar (16.43s). Renata Bazone também ficou em quarto na final dos 1500m T11.
 
João Paulo Machado, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Ícone da profissionalização paralímpica, Clodoaldo se aposenta

"Eu pude começar no esporte olhando você competir. Meu muito obrigado, Clodoaldo. Todos nós temos que agradecer muito por tudo o que já fez pelo esporte paralímpico". A frase de Daniel Dias, maior medalhista da história da natação paralímpica, com 24 pódios, resume bem a relevância de Clodoaldo Silva.
 
Clodoaldo foi homenageado por integrantes da delegação brasileira. (Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br)Clodoaldo foi homenageado por integrantes da delegação brasileira. (Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br)
 
Um dos maiores ídolos brasileiros das piscinas, Clodoaldo Silva, conhecido como Tubarão, anunciou oficialmente a aposentadoria no último dia de provas da Rio 2016. Após participar de quatro edições dos Jogos, o atleta se despediu ovacionado pela torcida do Estádio Aquático e pela delegação brasileira.
 
Foi um sábado diferente na vida do potiguar de 37 anos. Pela manhã, Clodoaldo se classificou para a final do 100m livre, classe S5, com 1min20s16, na sétima colocação geral. Na mesma prova, brigando pelo ouro paralímpico, estava Daniel Dias.
Às 19h22, Clodoaldo foi e voltou na piscina paralímpica pela última vez. O atleta terminou em 1min20s80, na oitava colocação. Daniel faturou o ouro. "Eu sabia do prazo de validade da minha carreira dentro da piscina, mas estava vivendo um dia após o outro. Mais perto da última prova, a ficha caiu. Foi até difícil dormir esta noite, foi difícil nadar a eliminatória. Entrar com toda a torcida gritando o meu nome é algo inexplicável", disse Clodoaldo, com lágrimas nos olhos.
 
O atleta foi homenageado pela delegação brasileira, deu volta olímpica em torno da piscina, tirou dezenas de fotos, foi presenteado com um Tom assinado pelos colegas da seleção e no fim, ganhou um abraço especial da filha Anita, de quatro anos, que aguardava pelo pai na arquibancada.
 
"Neste momento eu quero tirar férias. Foi um ciclo complicado. Eu fiquei muito longe da minha família, da minha filha, dos meus parentes em Natal. Eu quero parar e tirar férias e curtir minha filha Anita".
 
Carreira
 
Clodoaldo começou na natação em 1996, em Natal. Quatro anos depois, conquistou as primeiras medalhas em Jogos Paralímpicos, três de prata e uma de bronze, em Sidney. Em Atenas 2004, o Tubarão voltou para o Brasil no auge da carreira, com seis ouros e um bronze. Em Pequim 2008, uma prata e um bronze. Aqui no Brasil, uma prata no 4 x 50m livre misto até 20 pontos. Ao todo 14 medalhas.
 
"Em 2004, em Atenas, o Brasil conseguiu 14 medalhas de ouro e começou a ter investimento e mais visibilidade. Depois dali, surgiram projetos para incentivar crianças e adolescentes a praticarem esporte. Hoje, temos as Paralimpíadas escolares que são as maiores do mundo. E com isso surgem grandes talentos em todas as modalidades. Fico feliz porque tudo começou em Atenas e colaborei", afirmou.
 
Pira paralímpica
 
Após Londres 2012, o nadador pensou em parar de competir, mas resolveu apostar em mais um ciclo. Foi responsável por um dos momentos mais emocionantes dos Jogos ao ser escolhido para acender a tocha paralímpica na Cerimônia de Abertura. "Eu tinha o pensamento de parar em Londres, mas recebi até ameaças de morte para não parar", brincou Clodoaldo.
 
"Minha filha também nasceu neste ciclo, e um ciclo paralímpico requer muito tempo e dedicação. Eu que estou com duas hérnias de discos e muitas vezes tinha que treinar com dor, passei por cima de tudo porque imaginava que seria bom terminar no Brasil. Mas nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que seria tão bom, que seria inexplicável. Ter uma torcida inteira, uma arquibancada lotada gritando o meu nome. Poder acender a pira foi inexplicável. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que um dia estaria aqui brilhando no esporte paralímpico e que ele fosse se consolidar no país", completou.
 
A inspiração de Daniel Dias
 
Clodoaldo ao lado de Daniel Dias. Juntos na mesma final na despedida do tubarão. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brClodoaldo ao lado de Daniel Dias. Juntos na mesma final na despedida do tubarão. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Ao ver, pela TV, as braçadas de Clodoaldo, Daniel Dias se inspirou e foi parar na natação. Hoje, Daniel e Clodoaldo fizeram a última competição juntos. "Isso foi incrível. Sou um cara agraciado por Deus por viver este grande momento ao lado do Clodoaldo. Antes de a gente entrar na prova eu conversei com ele e a gente até chorou. Para mim é uma honra nadar uma final com ele, no último dia de provas da natação", contou Daniel, que acabou com o ouro nos 100m livre.
 
A medalha de prata
 
O Tubarão terminou a prova na oitava colocação, mas na semana anterior, dia 9 de setembro, ao lado dos companheiros e amigos Daniel Dias, Susana Schnarndorf e Joana Neves, a equipe foi prata no revezamento 4 x 50m livre misto até 20 ponto.
"Eu sempre nado para conseguir melhorar. Meu objetivo é fazer o melhor, vindo uma medalha ou não. Eu tenho a sorte de ter conquistado uma prata. Qualquer que seja a cor, é medalha. Só com o acendimento da pira eu já estaria feliz e realizado. Sair com a medalha aqui no Brasil é muita emoção", finalizou.
 

Michelle Abílio – Brasil2016.gov.br

Ascom – Ministério do Esporte

 
 

Emanuel e Adriana Behar participam de modalidade paralímpica

Gustavo Braga / Casa BrasilGustavo Braga / Casa Brasil
A Casa Brasil foi palco de uma partida de vôlei sentado neste sábado. Uma demonstração da modalidade paralímpica, com as equipes do Sesi São Paulo e do Vasco, foi realizado no espaço Casa Touring. Na ocasião, o medalhista olímpico e presidente da Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes, Amauri Ribeiro, recebeu uma placa em homenagem ao trabalho pelo esporte.
 
Os ex-atletas e medalhistas Adriana Behar e Emanuel Rego participaram do evento e experimentaram o jogo. "A Paralimpíada deixa um legado de transformação por meio do esporte. É no esporte que a gente aprende valores fundamentais para a vida toda", disse Adriana. "O vôlei sentado é um esporte de alto nível onde todos dão o máximo e merece o mesmo destaque do vôlei tradicional", acrescentou Emanuel.
 
A plateia foi reforçada por um grupo de crianças e adolescentes atendidos pelo projeto VivaVôlei, do bairro Vicente de Carvalho, no Rio de Janeiro. Os pequenos interagiram com os atletas e foram convidados a entrar na quadra para sentir como é jogar sentado. O VivaVôlei é um programa de iniciação ao voleibol que educa e socializa meninos e meninas de 7 a 14 anos por meio do esporte.
 
"Achei a apresentação muito legal. Saio daqui muito mais inspirado para jogar vôlei", comemorou Eric Matias, 14 anos, um dos adolescentes atendidos pelo VivaVôlei. Para o capitão da equipe de vôlei sentado do Sesi de São Paulo, Daniel Yoshizawa, a demonstração deste sábado foi uma grande oportunidade para divulgar a modalidade. "Temos que aproveitar a visibilidade da Paralimpíada para alavancar o esporte no país", afirmou.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Brasileiro Lauro Chaman leva a prata em prova marcada por acidentes

Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
A prova de ciclismo de estrada masculina, classes C4-5, disputada neste sábado (17.09) no Pontal, teve uma chegada surpreendente e que rendeu a prata para o brasileiro Lauro Chaman. O australiano Alistair Donohoe e o ucraniano Yehor Dementyev disputavam roda a roda a primeira posição no sprint final, quando se chocaram e caíram a menos de cinco metros de receber a bandeirada em um total de 84 km de percurso. Melhor para o holandês Daniel Gebru que vinha logo atrás e levou o ouro, com o tempo de 2h13m08s, seguido por Chaman, que cruzou a linha 38 segundos depois, liderando o pelotão. O italiano Andrea Tarlao ficou com o bronze. 
 
Durante a prova, o ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, de 48 anos, caiu em uma das descidas de Grumari e bateu com a cabeça. Ele foi removido do local pela equipe de atendimento de emergência em direção ao hospital, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu. O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, divulgou uma nota de pesar pela morte do iraniano. Leia a íntegra.
 
Golbarnezhad também havia participado da prova contrarrelógio do ciclismo de estrada nos Jogos do Rio, na quarta-feira (15.09). Ele conquistou o 14º lugar. Nos Jogos Paralímpicos de Londres-2012, ele correu no ciclismo de pista.
 
Em sinal de luto, bandeira do Irã e a bandeira paralímpica estão hasteadas a meio mastro na Vila Olímpica, onde os atletas estão hospedados. Elas também ficarão a meio mastro no Riocentro neste domingo, onde o Irã enfrentará a Bósnia-Herzegovina na final do vôlei sentado. O comitê organizador dos Jogos anunciou que haverá um momento de silêncio durante a cerimônia de encerramento neste domingo.
 
“Imaginei na hora: ‘Eles não cruzaram a linha’. Eu disputo a corrida até o final”, disse Chaman. “Essas chegadas sempre são assim, todo mundo tem que ir para esquerda. Os dois conseguiram escapar, estávamos em um grupo de seis atletas escapados e eu estava com eles. Uma hora um estava na frente, depois era outro. No final, os dois estavam na frente”, completou o brasileiro que havia conquistado na quarta-feira o bronze na prova de contrarrelógio, atrás justamente do ucraniano, ouro, e do australiano, prata, que se chocaram hoje.
 
Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
 
Maior beneficiado com o acidente, Daniel Gebru viu a batida. “Eu estava perto. Eles ficaram na frente e eu vi que estavam lado a lado, bem próximos. Isso pode acontecer. Então vi que eles não tinham cruzado a linha e passei”, relatou o vencedor da prova. “Eu estou muito feliz, porque trabalhei duro por esta medalha”.
 
Depois de concluída a prova, o resultado oficial demorou um pouco mais a sair. A organização estava analisando o acidente e se consideraria o tempo de Donohoe, que após a queda, se levantou e cruzou a linha caminhando, mas sem levar a bicicleta. Dementyev permaneceu deitado na pista um período maior e só depois de imobilizar o pescoço passou pela chegada. No entanto, ele foi considerado responsável pelo acidente e desclassificado. O australiano terminou em quinto.
 
“Não fico feliz de os atletas terem caído, mas por contar com a sorte sim. Já aconteceu muito de eu cair em uma chegada”, afirmou Chaman. “Nunca imaginei conquistar duas medalhas. Até brinquei que hoje não precisava nem ter largado, entre aspas, porque é lógico que queria competir, mas é que estava tão contente com a prova de contrarrelógio, na qual eu me preparei bem, mas não era tão favorito”, finalizou.
 
Felicidade que aumentou com a presença dos cerca de 20 amigos que alugaram uma van e saíram na madrugada de ontem de Araraquara (SP), cidade natal de Chaman, para vê-lo em ação nos Jogos Rio 2016. “Só tenho amigo maluco (risos). Tenho muito orgulho deles. Se eu não ficasse na frente, não ia fazer sentido para eles, ainda bem que consegui fazer essa boa prova”, disse o ciclista brasileiro. Ele pretende presentear a mãe, que acompanhou a prova de perto, com o mascote de cabelo prateado recebido no pódio.
 
O atleta aproveitou para agradecer o apoio recebido pelo Ministério do Esporte e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro para o ciclo de preparação que resultou em duas medalhas inéditas. “Graças a eles eu consigo viver do meu sonho. Eu sempre trabalhei e treinava à noite, agora consigo me dedicar em período integral e fazer o que eu amo. Com certeza sem a Bolsa Pódio eu não teria essa medalha hoje, nem a de bronze”.
 
O Brasil contou com outro representante na corrida, Soelito Gohr chegou em 14º, terminando o percurso 11 minutos e 17 segundos após o vencedor. 
 
Nas classes C1 a C5, competem atletas com deficiência que afete pernas, braços e/ou tronco, mas que usam uma bicicleta de estrada. Quanto menor o número, maior a dificuldade para pedalar Além das bicicletas convencionais, o ciclismo de estrada paralímpico também tem provas para tandems (bicicletas de duas pessoas), handbikes (bicicletas de mão) e até triciclos.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

A mais incontestável das hegemonias paralímpicas é brasileira: tetra no futebol de cinco

Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
Se existe um Dream Team na história dos Jogos Paralímpicos, a seleção brasileira de futebol de cinco é forte candidata ao posto. O time nacional conquistou, no início da noite deste sábado, o almejado ouro em casa ao bater a seleção do Irã por 1 x 0. Ricardinho foi o autor do gol do título, aos 12 minutos do primeiro tempo.
 
A vitória consolida uma inquestionável hegemonia. Desde que a modalidade passou a fazer parte do programa paralímpico, nos Jogos de Atenas, em 2004, o Hino Nacional tocou em todas as cerimônias de premiação. Desde a Grécia, o Brasil soma 15 vitórias e seis empates. Não sabe o que é derrota. Foram 41 gols marcados e apenas quatro sofridos.
 
"É trabalho, humildade, simplicidade. Só quem está aqui dentro vê a dificuldade que é. Esse é o quarto ouro em Paralimpíada, mas sempre é difícil. Em 2004, a final foi nos pênaltis contra a Argentina. Em 2008, viramos contra a China, na casa deles, no finalzinho. Em 2012, outra disputa de pênaltis com a Argentina na semifinal”, listou o técnico Fábio Vasconcelos.  "É um detalhe, são jogadores que decidem. E hoje a humildade. Fizemos o gol e fomos lá para trás. O que vale é o campeonato”, completou. 
 
No Rio de Janeiro, o caminho incluiu vitórias sobre Marrocos (3 x 1), Turquia (2 x 0) e um empate com a própria seleção do Irã, por 0 x 0. Na semifinal, a Seleção venceu a China, de virada, por 2 x 1, com dois golaços de Jefinho.  "A cada competição é diferente. É maravilhoso estar aqui, dentro do país, ouvindo o grito da torcida, chamando o nosso nome. Final é sempre tenso. A gente já esperava isso", afirmou Jefinho. 
 
A última derrota do Brasil em um torneio oficial completará 10 anos em 30 de novembro deste ano. Foi em 2006, em Buenos Aires, quando a seleção perdeu para os donos da casa por 1 x 0 na final do Campeonato Mundial. O confronto contra os argentinos era aguardado por todos no Rio 2016, mas o Irã impediu que o clássico sul-americano se repetisse ao vencer os argentinos nos pênaltis na outra semifinal, por 2 x 1, após empate sem gols no tempo normal.
 
Até por isso, na decisão, o time nacional sabia que teria pela frente uma equipe difícil. Principalmente com uma defesa bem postada. Durante toda a campanha, o Irã marcou apenas dois gols, na vitória contra Marrocos. Fora isso, foram três empates por 0 x 0. A tática dos persas, entretanto, perdeu a consistência aos 12 minutos de jogos, quando Ricardinho, um dos destaques brasileiros, fez bela jogada pela esquerda do ataque, avançou em diagonal pela defesa e chutou forte, rasteiro, sem chances para o goleiro Meysam Ojaeiyan. "A gente sabe que o goleiro do Irã é alto e bom. Por isso tínhamos a orientação de chutar rasteiro. Quando entrei driblando, arrisquei e foi só alegria", comentou Ricardinho.  
 
Danilo Borges/Brasil2016.gov.brDanilo Borges/Brasil2016.gov.br
 
Silêncio custoso
Acostumado ao ambiente de estádio de futebol convencional, o público brasileiro que compareceu à arena do Centro Olímpico de Tênis deu trabalho para a organização. O futebol de cinco, praticado por deficientes visuais, exige silêncio das arquibancadas. Isso porque a bola tem um guizo interno, que sinaliza a posição exata para os jogadores. Em vários momentos, o locutor oficial pedia silêncio, principalmente quando os atletas brasileiros se aproximavam da meta iraniana ou chutavam a bola perto do gol.
 
"Eles não nos atrapalham. Na verdade, é inesquecível. Vocês não tem ideia do que é jogar em silêncio e de repente ouvir aquela explosão no gol. Já sou tricampeão paralímpico, mas esse título é diferente. Jogamos em casa, com a torcida a favor. É muito especial, principalmente porque eu venho de uma história difícil, de uma lesão grave. Passei por uma cirurgia por uma fratura na fíbula. Tive 15 dias de treino com a equipe, ainda tenho dor quando jogo. A confiança fica meio abalada”, afirmou Ricardinho, autor do gol do título. 
 
Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Com emoção e “torcida em quadra”, tênis de mesa conquista o bronze por equipes das classes 6-10

Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
O confronto não havia acabado, mas o grito veio das arquibancadas: “Aha, uhu, esse bronze é nosso”. A torcida já tinha certeza do que viria minutos depois. O público incentivou e ajudou a colocar Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos no pódio da disputa por equipes das classes 6-10 (andantes), neste sábado (17.09), no Pavilhão 3 do Riocentro. O Brasil venceu a Austrália nas duplas por 3 sets a 2 (11-13, 11-9, 11-4, 11-13 e 11-2) e Bruna superou Melissa Tapper no individual por  3 sets a 0 (11-7, 11-9 e 11-8). Quando fez o último ponto, jogou-se no chão e ganhou um forte abraço do técnico Paulo Camargo, que invadiu a área de jogo com as duas outras atletas do time. A medalha estava assegurada. O ouro ficou com a Polônia, e a prata foi para a China.
 
“Dever cumprido. Nós acertamos na escalação, a Bruna jogou na sequência com a Melissa, que é mais forte, depois a Dani poderia fechar. E tudo é na dupla. O objetivo era ganhar a dupla. Teve muita tensão, com uma jogadora defensiva da Austrália, e a Melissa mais agressiva. O jogo foi equilibrado, mas a gente entrou com uma tática bem definida e deu resultado”, avaliou o treinador.
 
O papel da torcida foi reconhecido pelas jogadoras. E o carinho foi retribuído. Bruna jogou bolinhas e borrachas da raquete para a arquibancada, tirou selfie com o público, em cena semelhante à protagonizada por Hugo Calderano no torneio olímpico, quando garantiu vaga nas oitavas de final.
 
“A torcida ajudou bastante. Quando a gente estava perdendo, ela nos empolgou muito. Isso fez toda a diferença. A torcida brasileira é muito gostosa. Tem hora que a gente quer sacar e eles ainda estão falando. Então eu espero um pouco acabar o gás”, contou Bruna. “(A foto) eu vou guardar para o resto da vida, vou colocar na tela principal do celular”.
 
"Teve umas bolas que eu acho que elas erraram porque a torcida gritou muito. Elas ficaram nervosas, não é normal ter torcida no tênis de mesa", acrescentou Danielle.
 
Bruna, de 21 anos, fez história como a única brasileira a ter duas medalhas paralímpicas no tênis de mesa -  ela também faturou o bronze no individual (classe 10) no Rio 2016. “É resultado do trabalho diário que eu faço hoje em São Caetano do Sul. Eu treino com a seleção olímpica, com a Caroline Kumahara, o Hugo Calderano, acho que isso faz toda diferença. Eu só tenho a crescer trabalhando e melhorando meu físico”, disse.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
 
Intrusos na tabela
A modalidade como um todo tem muito o que comemorar.  Até o Rio, a única medalha nacional era a prata conquistada por Welder Knaf e Luiz Algacir na disputa por equipes em Pequim 2008. Na atual edição, além dos dois bronzes (Bruna e por equipes 6-10), Israel Stroh ficou com a prata na Classe 7 na chave de simples. A campanha faz o continente americano figurar como intruso entre os 25 países que conquistaram medalhas no Rio 2016. Com exceção da Austrália, que tem uma prata, os outros 23 países são europeus ou asiáticos.
 
“A gente  fez história nessas Paralimpíadas. É fruto de um trabalho muito intenso, diário, com treinamento em dois períodos, seis horas por dia. A gente foi galgando degraus no Circuito Mundial. A gente já está competindo de igual para igual, até mesmo aqueles que ficaram na primeira fase aqui. O Diego Moreira (Classe 9), que jogou com o sétimo do mundo, perdeu no tiebreak, o (Carlos) Carbinatti (Classe 10) perdeu de 3 x 2 para o medalhista de bronze, o Paulo Salmin (Classe 8) também perdeu de 3 x 2 para o quinto do mundo. Definitivamente, o Brasil se tornou uma potência paralímpica”, afirmou Paulo Camargo. O Brasil ainda tem uma disputa de bronze por equipes, classes 1-2, a partir das 16h30 deste sábado, contra a Eslováquia.
 
O jogo de duplas
As brasileiras demoraram a entrar no jogo de duplas. Danielle, de 18 anos, errava muito, estranhando o jogo de McDonnell que, por ironia, usa o mesmo tipo de borracha que ela na raquete. “Eu vi o tanto que é ruim jogar comigo mesma. Pensei: ‘Ou jogo agora ou nunca mais, é meu último jogo’. Fiz uma campanha boa, me dediquei tanto, deixei minha família e amigos. Agora é minha hora’. Não foi no individual, porque eu perdi a disputa de bronze, tinha que ser hoje”, disse Danielle.
 
Na primeira parcial, as australianas abriram 3-9, mas as anfitriãs recuperaram-se e conseguiram até virar (10-9). A torcida cresceu, a disputa ficou emocionante, mas as australianas fecharam o primeiro set em 11-13. Na segunda parcial, Bruna conseguiu responder melhor ao saque da experiente McDonnell, de 56 anos, e o set ficou com as donas da casa: 11-9.  Melissa cometeu vários erros no início da terceira parcial e as brasileiras abriram 5-0. Em mais uma falha de Melissa, o Brasil chegou a 10-4 e não deu chances para reação: 11-4.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/MEA Austrália voltou concentrada para o quarto set e os erros trocaram de lado: quem abriu vantagem (0-6) foram as adversárias. Quando estava 8-8, Mc Donnell errou duas vezes e o match point caiu no colo do Brasil: 10-8. A Austrália se recuperou e, em erro de saque de Bruna, fechou em 11-13.  No tie-break, o Brasil abriu 5-2 e as equipes trocaram de lado, mas a Austrália não fez mais nada: as brasileiras fecharam em 11-2 o set, e o jogo em 3 sets a 2. Um alívio e um sinal de amadurecimento após o fraco jogo realizado contra a Polônia na semifinal.
 
“Naquele dia eu estava louca para matar ela (a Danielle), estava muito brava, ela se desconcentrou muito. Mas o técnico conversou conosco, tivemos muitas reuniões, e isso fez a união melhorar”, contou Bruna.  “Se for só um não adianta, tem que ser as três. E a união que a gente teve foi esse resultado. A gente arrumou o que tinha que arrumar”, afirmou Dani.Na primeira parcial, as australianas abriram 3-9, mas as anfitriãs recuperaram-se e conseguiram até virar (10-9). A torcida cresceu, a disputa ficou emocionante, mas as australianas fecharam o primeiro set em 11-13. Na segunda parcial, Bruna conseguiu responder melhor ao saque da experiente McDonnell, de 56 anos, e o set ficou com as donas da casa: 11-9.  Melissa cometeu vários erros no início da terceira parcial e as brasileiras abriram 5-0. Em mais uma falha de Melissa, o Brasil chegou a 10-4 e não deu chances para reação: 11-4.
 
A Austrália voltou concentrada para o quarto set e os erros trocaram de lado: quem abriu vantagem (0-6) foram as adversárias. Quando estava 8-8, Mc Donnell errou duas vezes e o match point caiu no colo do Brasil: 10-8. A Austrália se recuperou e, em erro de saque de Bruna, fechou em 11-13.  No tie-break, o Brasil abriu 5-2 e as equipes trocaram de lado, mas a Austrália não fez mais nada: as brasileiras fecharam em 11-2 o set, e o jogo em 3 sets a 2. Um alívio e um sinal de amadurecimento após o fraco jogo realizado contra a Polônia na semifinal.
 
“Naquele dia eu estava louca para matar ela (a Danielle), estava muito brava, ela se desconcentrou muito. Mas o técnico conversou conosco, tivemos muitas reuniões, e isso fez a união melhorar”, contou Bruna.  “Se for só um não adianta, tem que ser as três. E a união que a gente teve foi esse resultado. A gente arrumou o que tinha que arrumar”, afirmou Dani.
 
Bruna x Melissa
Bruna começou bem o primeiro set contra Melissa Tapper, mas a australiana se recuperou e virou: 3-4.  Bruna não ia entregar o jogo fácil: após belo rali, conseguiu o set point, 10-6. Melissa salvou uma bola, mas a parcial foi fechada em 11-7. No segundo set, Bruna de novo estava na frente. Melissa chegou a assustar a torcida brasileira ao abrir 6-8, mas foi Bruna quem chegou ao primeiro set point e não desperdiçou: 11-9.
 
No terceiro set,  a brasileira abriu 5-2 e a Austrália pediu tempo. “Este bronze é nosso”, gritaram os torcedores. O fim do set foi equilibrado, mas Bruna fez o que a torcida queria e fechou em 11-8. O bronze era, de fato, do Brasil.
 
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br 
Ascom – Ministério do Esporte

Ritual indígena marca manhã de sábado na Casa Brasil

A Casa Brasil recebeu neste sábado (17.09) um grupo de índios da aldeia Mata Verde Bonita, de Maricá (RJ), para uma apresentação no Espaço Multiuso do Armazém 1. O evento foi promovido pelo Ministério do Esporte com o objetivo de dar visibilidade à cultura dos povos indígenas.
 
Foto: Rafael Azeredo/Casa BrasilFoto: Rafael Azeredo/Casa Brasil
 
Os índios chamaram a atenção dos visitantes da Casa Brasil, pois atravessaram cantando os pavilhões dos Armazéns 1 e 2 até chegar ao local da apresentação. Representando o povo Guarani Mbiá, 16 homens e mulheres fizeram a Dança de Tangará, que marca o fim da adolescência e o início da fase adulta. O pássaro que dá nome à coreografia representa o guardião da aldeia. A manifestação remete ainda à dança do acasalamento e à preparação dos indígenas guerreiros.
 
"O povo do Rio de Janeiro merece mais informações sobre os índios. Eu já tinha vindo à Casa Brasil anteriormente, agora, imagina, estar aqui com meu grupo se apresentando. É mais do que maravilhoso. Quando falam sobre os índios, parece uma coisa que está no livro e não sai do livro: 'antigamente os índios viviam assim, usavam tal tanga...". Estão errados! Por trás da palavra 'índio' existe muita riqueza e conhecimento. É legal conhecer a fundo o que tem de importante para o povo brasileiro", ressaltou o cacique Tupã.
 
Foto: Rafael Azevedo/Casa BrasilFoto: Rafael Azevedo/Casa Brasil
 
De acordo com Tupã, no Rio de Janeiro existem oito aldeias da nação Tupi Guarani. A aldeia Mata Verde Bonita existe há três anos e tem cerca de 80 índios, entre adultos e crianças. "A aldeia está aberta para visitação, queremos ser conhecidos e aprender com o próximo", explicou.
 
Entre o público que assistiu à apresentação estava um grupo de 40 alunos com deficiência do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj). Fernanda Soares, uma das alunas, ficou emocionada ao ver os índios. "Lembrei da minha avó, que era índia. Eu nunca tinha vindo à Casa Brasil, foi a primeira vez, adorei", completou.
 
Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Seleção masculina de goalball leva o bronze. Meninas ficam em quarto

Andre Motta/Brasil2016.gov.brAndre Motta/Brasil2016.gov.br
No goalball, a contagem de tempo é regressiva e cada time tem dez segundos para realizar o arremesso. Quando o cronômetro apontava 42 segundos para o fim da decisão do bronze entre Brasil e Suécia, naquele momento empatada em 4 x 4, Jimmy Bjoerkstrand fez um gol que parecia ter zerado o relógio para os brasileiros. Mas Leomon Moreno não queria passar mais uma noite eterna, como a que vivera ontem, após a derrota na semifinal. Foram sete segundos até o craque da seleção voltar a igualar o marcador e levar o jogo para a prorrogação, nesta sexta-feira (16.09). A Arena do Futuro quase veio abaixo.
 
“Foi emocionante. A torcida nos embalou para buscar o placar. Vocês veem a gente com venda nos olhos, mas por dentro com certeza estava rolando as lágrimas”, agradeceu Leomon. Como na prorrogação a equipe que marcar primeiro sai vitoriosa, os dez segundos de lançamento ganham outra dimensão temporal. Os três minutos da primeira etapa se dilataram. Veio a segunda. Leomon arremessa quando o cronômetro apontava 2:50. A bola para no fundo da rede adversária: 6 x 5. Momento que vai existir para sempre na memória dos brasileiros.
 
“A noite de ontem foi bem difícil, martelava muita coisa na cabeça. Tentei dormir para me acalmar, até porque tinha um jogo importante hoje”, recordou Leomon, que admitiu ter comprometido a equipe na derrota para os Estados Unidos, quando cometeu oito penalidades. “A de hoje vai ser bem mais tranquila, com a medalha de bronze no peito, mas que tem gosto de ouro, pela maneira como foi o jogo”, prosseguiu o ala, para disparar o cronômetro regressivo novamente. “É não esquecer o ouro jamais. Em 2020 vamos estar lutando por ele”, completou se referindo aos Jogos de Tóquio. O ouro nos Jogos Rio 2016 ficou com a Lituânia, que venceu por 14 x 8 os Estados Unidos.
 
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Redenção
Craque da seleção e um dos melhores do mundo, Leomon começou no banco contra a Suécia. Uma tática do técnico Alessandro Tosim, que percebeu o atleta tenso. “Por causa do jogo de ontem, senti ele um pouco tenso no aquecimento hoje. Então a estratégia foi poupá-lo e colocar dois jogadores mais experientes, o Romário e o Alexsander”. O outro titular da equipe foi Josemárcio, o “Parazinho”, de 21 anos, e estreante em Paralimpíadas.
 
O brasiliense Leomon, 23 anos, entrou no segundo tempo do confronto que valia o pódio, quando o placar apontava 3 x 0 para os suecos, que anotariam mais uma vez aos cinco minutos da etapa complementar. Um jogo que ia se desenhando à feição da derrota por 10 x 1 do dia anterior. Então, o camisa 4 decidiu que era a hora da redenção. Com ele e “Parazinho” nas alas, o time foi para cima e chegou ao empate com dois gols de cada.
 
A Arena do Futuro virou um caldeirão. “Quando a torcida começou a gritar: ‘Eu acredito’, veio aquela energia e eu comecei a acreditar mais ainda. Fomos buscar o placar: 4 x 4, depois 5 x 5 e o gol de ouro. Na prorrogação eu estava mais tranquilo porque passei a ter certeza do bronze”, descreveu Alexsander.
“Depois do sofrimento de ontem, essa medalha veio para curar a ferida. E pelas circunstâncias que foi, esse bronze vale ouro”, resumiu José Roberto Oliveira.
 
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Projeção
Atual campeão mundial e parapan-americano, além de prata nas Paralimpíadas de Londres 2012, o Brasil passou a figurar no cenário internacional do goalball recentemente e já se tornou uma referência na modalidade. “Um jogo não conta a história da nossa equipe. Em cinco anos, estivemos em todos os pódios: Pan-americano, Jogos Parapan-americanos, Campeonato Mundial e, agora, estamos conquistando a segunda medalha paralímpica. O goalball não tinha tradição nenhuma no Brasil. Então, é esse contexto do ciclo paralímpico que a gente tem que analisar”, afirmou Alessandro Tosim, técnico da equipe masculina.
 
O crescimento também vale para o time feminino, que perdeu a disputa do terceiro lugar para os Estados Unidos, nesta sexta-feira, por 3 x 2. Apesar da derrota, a seleção alcançou seu melhor resultado na história das Paralimpíadas. “Fizemos um excelente Mundial em 2014, ganhamos o Parapan em 2015, em cima dos Estados Unidos, que é uma equipe muito forte. Foi um ciclo muito bom para o goalball feminino. E nas Paralimpíadas fizemos um jogo muito equilibrado ontem, contra a China, e hoje também. Uma participação maravilhosa”, avaliou o treinador Dailton Nascimento.
 
Na semifinal feminina o Brasil perdeu na prorrogação para as chinesas, que ficariam com a prata após o revés de hoje por 4 x 1 para a Turquia. Contra as norte-americanas, a seleção verde e amarelo saiu atrás no marcador por 2 x 0, sendo um de pênalti. Ana Carolina Custódio descontou antes do intervalo. Na etapa final, mais uma penalidade para as adversárias, que ampliaram o placar. Aos nove minutos, a caçula do time Victoria Amorim descontou. As brasileiras pressionaram, quase empataram, mas as adversárias fecharam a defesa até o cronômetro zerar.
 
“Os Estados Unidos são sempre um grande rival e elas cresceram muito durante o jogo. Acredito que fizemos uma bela campanha para o goalball feminino brasileiro, ficamos em quarto e isso não é motivo de vergonha. Fico feliz por termos chegado a esse lugar, mas triste porque era um sonho meu e também seria um presente de aniversário para minha mãe”, revelou Victoria. Ela contou com a torcida de Angelita Amorim, que celebra o dia do nascimento na próxima segunda-feira, na arquibancada da Arena do Futuro.
 
Tanto no masculino, quanto no feminino, o Brasil iniciou e encerrou a campanha nos Jogos Rio 2016 contra os mesmos adversários. Os homens venceram as duas partidas contra os suecos, enquanto as mulheres ganharam apenas o duelo de estreia, por 7 x 3. Uma trajetória que marcou a primeira de muitas voltas no relógio para alguns dos nossos atletas. “Eu tenho apenas 18 anos, então acredito que tenho muito tempo ainda para conquistar a medalha inédita para o Brasil”, projetou Victoria.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Daniel Dias leva ouro nos 50m costas e aumenta coleção para 22 medalhas em Jogos Paralímpicos

André Motta/ brasil2016.gov.brAndré Motta/ brasil2016.gov.br
Mais uma noite de coroação para o principal nome da natação paralímpica brasileira. O Estádio Aquático, no Parque Olímpico da Barra, foi palco de mais um espetáculo de Daniel Dias nesta sexta-feira (16.09). Empurrado pela torcida, o brasileiro conquistou o tricampeonato paralímpico nos 50m costas S5 e aumentou a sua coleção de medalhas, ampliando para 22 em Jogos, das quais sete foram conquistadas no Rio de Janeiro: três ouros, três pratas e um bronze.
 
Daniel Dias está a um pódio de igualar o australiano Matthew Cowdrey, maior vencedor da história da natação Paralímpica, com 23 medalhas. O brasileiro entra mais duas vezes na piscina nos Jogos Rio 2016. Neste sábado (17.09), último dia de provas, ele disputa os 100m livre S5 e pode fazer parte do revezamento 4 x 100m medley 34 pontos. Se subir ao pódio nas duas oportunidades, ele se tornará o maior medalhista da história da natação paralímpica.
 
Atual recordista mundial da prova, com 34s95, Daniel Dias conquistou o tricampeonato nos 50m costas S5 com o tempo de 35s40. A prata ficou com o britânico Andrew Mullen, com 37s94, e o bronze com o húngaro Zsolt Vereczkei, com 38s92. "Sou campeão dessa prova nos três ciclos (Pequim, Londres e Rio). É algo incrível e que vai marcar para sempre a minha carreira, ainda mais depois de toda essa torcida", disse Daniel.
 
No momento da largada, um torcedor gritou na arquibancada e desconcentrou os atletas. “Acredito que tenha atrapalhado todos nós. Afinal, naquele momento nós estávamos 100% concentrados na prova e depois tivemos que voltar para o foco novamente. Pelo que fiz no aquecimento, acredito que dava para o meu tempo chegar próximo ao meu recorde mundial”, disse Daniel Dias.
 
André Motta/ brasil2016.gov.brAndré Motta/ brasil2016.gov.brFinais do dia
Ronystony Cordeiro foi o primeiro brasileiro a entrar na piscina. Ele terminou a prova dos 50m costas S4 em sétimo, com o tempo de 50s84. A prova foi vencida por Arnost Petracek, da República Tcheca, com 43s12. O segundo lugar ficou com o chinês Yuntao Liu, em 45s01 e o terceiro com o mexicano Hernandez Jesus, com 45s30.
 
"Disputar uma final paralímpica não é para qualquer um. É gostoso encarar os Jogos em casa. A prova não foi o que eu esperava. Não consegui fazer o meu melhor, entrei com muita adrenalina e terminei abaixo do esperado", analisou Ronystony.
 
O nadador volta a competir novamente neste sábado (17.09). Ele vai encarar os 50m livre, prova sem baterias classificatórias, com os atletas avançando direto para a final. "É gratificante participar de um evento tão grandioso como esse, disputar em casa, ter essa torcida. Não tem quem não se emocione. Entrei hoje com o coração na boca, fé e força nos braços para fazer o melhor", completou o atleta.
 
Na prova feminina dos 50m S4, Edenia Garcia terminou na sétima colocação, com 55s50. A prova teve dobradinha chinesa, com Jiao Cheng, 48s11, e Yue Deng, com 50s01. A atleta Maryana Verbova, da Ucrânia, completou o pódio, em 52s28.
 
Nos 100m livre S13, Carlos Farrenberg ficou na quinta colocação, com 53s81. O título paralímpico da prova ficou com o bielorrusso Ihar Boki, com 50s90. Os atletas da Ucrânia Iaroslav Danysenko e Maksym Veraksa levaram a prata e o bronze, respectivamente (52s40 e 52s77).
 
"Gostaria de ter nadado melhor os 100m. Tentei mudar a estratégia na parte da tarde, mas não deu certo. Estou bem feliz, principalmente pela prova dos 50m. Nadei aqui no Rio duas vezes com os meus melhores tempos. No contexto geral, a minha participação foi positiva", avalia Farrenberg, que conquistou a medalha de prata nos 50m livre S13.
 
Professor de educação física, Carlos conheceu o esporte paralímpico na universidade. Ele entrou na seleção em 2005 e, no Rio, chegou à terceira Paralimpíada. "Cheguei a jogar goalball em Santos e o professor me inscreveu para competir no campeonato brasileiro de deficientes visuais. A partir daí comecei a competir, a bater recordes brasileiros", disse.
 
Outros brasileiros
Na manhã do penúltimo dia de provas da natação, o Brasil contou com 11 atletas na fase classificatória. Ítalo Pereira terminou em 13º na disputa dos 100m livre S7. Lucas Mozela ficou em 9º e Andrey Garbe em 10º nos 100m costas S9. Camille Rodrigues bateu em 12º nos 100m costas S9. Nos 50m livre S8, Gabriel Souza terminou em 11º. E nos 100m livre S13, Thomaz Matera terminou em 14º e o Guilherme Batista em 19º.
 
Abelardo Mendes Jr e Breno Barros - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Garota de Ipanema e Aquarela do Brasil dão o ritmo do segundo bronze de Sérgio Oliva

Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPBMarco Antonio Teixeira/MPIX/CPB
“Consegui dormir mais ou menos”, contou Sérgio Oliva, que em menos de 24 horas retornou ao Centro Olímpico de Hipismo, no Complexo Esportivo de Deodoro, após o pódio da última quinta-feira (15.09), para a conquista de mais uma medalha de bronze, desta vez no estilo livre individual misto (freestyle) grau Ia. Agora, o brasiliense se iguala ao brasileiro Marcos Alves, o Joca, também dono de dois bronzes em Jogos Paralímpicos (individual e freestyle em Pequim 2008).
 
Desta vez não foi preciso esperar horas pelo resultado final. Sergio Oliva, junto com a égua Coco Chanel, foi o sexto cavaleiro a se apresentar nesta sexta-feira (16). Com a nota de 75.150, ele precisou apenas aguardar as duas últimas apresentações para comemorar a conquista de mais uma medalha nos Jogos. Assim como na véspera, o pódio teve dobradinha da Grã-Bretanha: no topo Sophie Christiansen, com 79.700, seguida por Anne Dunham, com 76.050.
 
Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPBMarco Antonio Teixeira/MPIX/CPBNo ritmo de Garota de Ipanema e Aquarela do Brasil, Sérgio cometeu poucos erros e saiu da apresentação muito aplaudido pela torcida presente no estádio. “Usamos músicas brasileiras que chamam a atenção, como clássicos do repertório nacional. A gente está no Brasil, os Jogos são aqui e a gente tem que usar músicas daqui para chamar a atenção e ser marcante”, comentou o atleta.
 
“Estou muito contente em participar deste momento histórico me igualando à marca do Joca, com duas medalhas de bronze em Paralimpíadas. E a conquista é ainda mais especial porque é em casa, com minha mãe, meus irmãos e parentes aqui. É um momento muito especial participar de uma competição no meu país e sair com a medalha”, comemorou Sérgio.
 
A diretora de Adestramento Paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo, Marcela Parsons, ressaltou a interação do cavaleiro com a égua Coco Chanel para a conquista dos dois bronzes. “O mais incrível é que a gente conseguiu se preparar a égua com pouco tempo. E hoje, mesmo com erros, a gente ainda conseguiu manter a medalha de bronze. Isso tudo é resultado de muito amor, de muita dedicação e muito trabalho”, analisou.
 
“A Coco Chanel é espetacular e o que mais impressiona é o contato do Sérgio com a égua. Eles se adoram. Ela olha para cima na hora que ele monta para ver se é ele que está em cima e muda totalmente de atitude. Isso tudo as pessoas têm que entender que é o contato e o convívio. Os cavalos de adestramento paralímpico devem estar felizes e dispostos a ajudar”, explicou a diretora.
 
Marcela ainda acrescentou que, para o hipismo, o aspecto mais importante dos Jogos foi a divulgação da modalidade. Ela espera que as conquistas de Sérgio aumentem o número de praticantes no esporte. “Acho que o importante é conseguir mostrar para tanta gente o que o cavalo é capaz de fazer com uma pessoa com deficiência. Isso vai trazer muitos praticantes para a modalidade. O mais difícil é fazer a modalidade crescer no país, com todo o histórico que o hipismo tem de ser conhecido como um esporte de elite e caro”, ponderou.
 
Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPBMarco Antonio Teixeira/MPIX/CPB
 
Rap da felicidade
Marcos Alves também competiu nesta sexta-feira. Cerca de uma hora antes do compatriota, o cavaleiro se apresentou no estilo livre misto grau Ib (para atletas com menos dificuldades motoras). Em sua quarta participação paralímpica, Joca se despediu da competição no Rio com a sétima colocação após receber 67.700 pontos.
 
Foi também ao som de um mix de ritmos tradicionais brasileiros que Joca se apresentou no freestyle, unindo o clássico Garota de Ipanema ao rap da felicidade. “Queríamos mostrar o clima do Rio de Janeiro e do Brasil. Procuramos juntar os ritmos para fazer uma boa apresentação em cima dessas músicas”, explicou Marcos.
 
Joca treina com o cavalo Vladimir há apenas três meses. A dupla ainda está em fase de adaptação, mas o cavaleiro espera ganhar mais confiança para as próximas disputas. No fim deste ano, ele compete novamente no Brasil, valendo pontos no ranking que podem garantir a vaga no próximo mundial da modalidade. 
 
“Faltou um pouco mais de concentração, mas o cavalo está a cada dia melhor e eu com um bom controle em cima dele. Agora falta treino para a gente se adaptar ainda mais. Ele já está me entendendo mais, já me sinto melhor lá em cima e bem à vontade, mas falta um pouco de detalhe e é nisso que eu preciso melhorar”, avaliou.
 
Michelle Abílio - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Terezinha Guilhermina é bronze nos 400m T11 e celebra pódio após lesão sofrida em maio

Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
O sonhado ouro, que marcaria a quarta vitória em Jogos Paralímpicos, não veio para a mineira Terezinha Guilhermina, que na noite desta sexta-feira (16.9) se despediu do Rio 2016. Mas a última prova da velocista no megaevento do Brasil não acabou sem pódio. Depois da prata no revezamento 4 x 100m T11-13, a veterana faturou o bronze nos 400m T11 (deficientes visuais) e, com isso, encerrou a participação na competição com duas medalhas. Ela também disputou os 100m, mas foi desclassificada na final por, segundo os juízes, ter sido puxada pelo guia. Nos 200m, queimou a largada na decisão.
 
Para quem detém o recorde mundial dos 400m, o bronze pode até parecer um resultado desapontador. Mas não era esse o sentimento que a corredora de 37 anos apresentou ao conversar com os jornalistas. Tranquila com a medalha conquistada, ela explicou que, devido a uma lesão sofrida em maio, toda a preparação para o Rio 2016 foi afetada e sua participação chegou até a estar ameaçada.
 
“Dadas as circunstâncias que vivenciei este ano... Da última competição que participei aqui em maio eu saí em cima de uma maca e de ambulância para o hospital com lesão de grau 3 no reto femural da perna direita (a contusão causa incapacidade funcional para marcha, dor severa e alteração visível do quadríceps). Foi a primeira lesão em toda a minha carreira”, lembrou.
 
“Eu fiquei sete semanas tratando e graças ao Mauro, à Camila e ao Gustavo, que são os fisioterapeutas do Comitê (Paralímpico Brasileiro), eu pude chegar às Paralimpíadas disputando quatro provas, estando entre as quatro do mundo em todas, diante de todas as adversidades. Além disso, estou trabalhando com o Rafael (o guia Rafael Lazarini) desde novembro e ele teve uma sequência de lesões. Eu não pude trabalhar com ele com tanta sincronia quanto a gente deveria e, quando ele se tratou, eu me lesionei. Mesmo assim, nós tivemos um altíssimo rendimento dadas as circunstâncias”, avaliou Terezinha.
 
A atleta adiantou que pretende competir em Tóquio 2020. “Estou muito feliz, muito grata a Deus e a todos os que acreditaram no meu trabalho e feliz por estar aqui, inteira, e preparada para a próxima”.
 
Melhor campanha
Terezinha, que agora só sonha com férias, ressaltou a importância de todo o apoio dado ao atletismo paralímpico no último ciclo. Determinante, segundo ela, para que a modalidade fosse a responsável, no Rio 2016, pela maior quantidade de pódios do país. Com o bronze conquistado nesta noite, o atletismo brasileiro acumula, até o momento, 29 pódios. Foram 9 ouros, 11 pratas e 10 bronzes, a melhor campanha de todos os tempos em Paralimpíadas.
“Houve um investimento bastante significativo do governo federal, do governo de São Paulo e do Rio de Janeiro também, e ainda dos patrocinadores. A Braskem está como patrocinadora do atletismo, a Caixa, e todo o investimento resultou nos melhores resultados da história. Nós fizemos valer a pena esse trabalho e a vontade de vencer e de fazer o melhor dentro de casa fez toda a diferença”, destacou.
 
A corredora também ressaltou a importância do legado do Rio 2016, citando, em especial, o Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, que, segundo ela, foi a maior conquista do paradesporto com os Jogos no Brasil.
 
“Acho extremamente importante e significativo. É um presente para o paradesporto nacional e até mesmo internacional, porque podemos conviver com atletas internacionais que virão e terão condição de fazer camping com a gente, o que não só tornará o nosso trabalho mais forte, mas servirá com exemplo para que pessoas de outros países vivenciem isso. É sem dúvida o maior legado que a Paralimpíada deixou, dada a história do paradesporto, que vem de um movimento grande, mas a gente não tinha uma casa. Hoje a gente pode dizer que tem essa casa, que é ali no CT”, encerrou a atleta.
 
Com o resultado de Terezinha Guilhermina, o Brasil encerra a sexta-feira no atletismo com mais três medalhas na conta. Pela manhã, no salto em distância feminino T11, Silvânia Costa conquistou o ouro e Lorena Spoladore, na mesma prova, levou o bronze.
 
Além de Terezinha, outros quatro brasileiros competiram na noite desta sexta-feira. Thalita Simplício ficou em quarto nos 400m T11, enquanto Daniel Mendes e Felipe Gomes correram as eliminatórias dos 400m masculino T11. Cada um venceu sua bateria e com isso garantiram vagas na final da prova, que será disputada neste sábado (17.9), às 18h41. Por último, Diogo Ualisson disputou a classificatória dos 200m masculino T12, mas não se classificou.
 
Resultados:
 
Manhã
 
» Final – Arremesso de peso masculino F55 – Wallace Santos – 10º 
» Final – Arremesso de peso masculino F55 – Ricardo Nunes – não competiu devido a lesão
» Final – 400m masculino T37 – Paulo Flaviano – 5º
» Classificatórias – 400m masculino T47 – Petrúcio Ferreira – classificado para a final
» Final – Salto em distância feminino T11 – Silvânia Costa – ouro
» Final – Salto em distância feminino T11 – Lorena Spoladore – bronze
» Final – Salto em distância feminino T11 – Thalita Simplício – 5º
 
Tarde/Noite
 
» Final – 400m feminino T11 – Terezinha Guilhermina – bronze
» Final – 400m feminino T11 – Thalita Simplício – 4º
» Classificatórias – 400m masculino T11 – Daniel Mendes – classificado para a final
» Classificatórias – 400m masculino T11 – Felipe Gomes – classificado para a final
» Classificatórias – 200m masculino T12 – Diogo Ualisson – não se classificou para a final
 
Luiz Roberto Magalhães e Carol Delmazo - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Paralimpíada: Galeão enfrenta desafio de embarcar 830 cadeirantes num só dia

Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, vai registrar nesta segunda-feira (19.09), um dia após o encerramento dos Jogos Paralímpicos Rio2016, o maior volume de passageiros cadeirantes da história da operação aeroportuária do País. A estimativa é de que 830 viajantes que fazem uso de cadeiras de roda embarquem, número 13 vezes maior que a média de um dia comum no terminal.
 
Já o número total estimado de Passageiros com Necessidade de Assistência Especial (PNAEs) deve chegar a aproximadamente 3,5 mil pessoas. Destes, 2,9 mil devem realizar os procedimentos de check-in em um "mini aeroporto" ativado na Vila Paralímpica. Serão 75 estações de check-in remoto funcionando de domingo (18) a terça-feira (20). A expectativa é de que cerca de 14,5 mil volumes de bagagem sejam despachados diretamente da Vila somente na segunda-feira (19). O recurso, exclusivo para atletas e integrantes de delegações, contribui para dar celeridade e fluidez no processamento de bagagens e encaminhamento de passageiros ao aeroporto. A estimativa é que 60% dos moradores da vila utilizem a estrutura.
 
Os passageiros estarão voltando para casa após participarem da primeira edição do evento na América do Sul. Em 11 dias, cerca de 4 mil atletas de 90 países estiveram em mais de 500 disputas por medalhas em 23 modalidades esportivas. No pico de saídas dos Jogos Paralímpicos – esta segunda-feira, dia 19 –, aproximadamente 50 mil pessoas devem embarcar no aeroporto do Galeão para destinos nacionais e internacionais, segundo estimativa do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
 
De acordo com o diretor de Gestão Aeroportuária do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Paulo Henrique Possas, o encerramento dos Jogos Paralímpicos "é o símbolo da humanização de um setor como um todo, uma data-marco sobre os novos padrões de conforto e agilidade, com integridade e segurança, das instalações de acessibilidade dos aeroportos. É o principal progresso que alcançamos em matéria de prestação de serviços cada vez mais inclusivos", define.
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Do solo ao céu
A preparação dos aeroportos para a megaoperação especial do setor durante a Rio2016 tem na acessibilidade um capítulo à parte. Para a criação de fluxos e procedimentos especiais para Passageiros com Necessidade de Atendimento Especial (PNAEs), a Secretaria de Aviação Civil estudou e realizou uma série de testes práticos, visitas técnicas e intercâmbios de conhecimento, de forma a oferecer um legado permanente ao País.
 
Fizeram parte dessa preparação a análise de experiências internacionais como a dos Jogos Parapan-americanos de Toronto (2015); a realização de seminários para troca de experiências entre os aeroportos em preparação para os Jogos Rio 2016; além de simulados reais para testar as operações de embarque, desembarque, fluxos e procedimentos aeroportuários nos principais aeroportos do evento (como os eventos-teste de bocha paralímpica e rúgbi em cadeira de rodas).
 
No caso do Galeão, aeroporto-referência dos Jogos, os investimentos para garantir um receptivo de excelência a esse público passam por entregas de infraestrutura, qualificação no atendimento e serviços especializados para Passageiros com Necessidade de Assistência Especial (PNAEs). De acordo com a operadora Riogaleão, isso inclui filas preferenciais para atletas em todos os canais de inspeção, a fim de agilizar os procedimentos de fronteira, mobilização de equipes capacitadas para comunicação em Libras, além de equipamentos como plataformas elevatórias.
 
Outros procedimentos e medidas de acessibilidade foram adotados nos nove principais aeroportos envolvidos na operação da Rio2016, para que o passageiro seja recebido da maneira mais confortável possível, sem abrir mão da segurança e da integridade de passageiros e bagagens. Além da manutenção de regras existentes e já em vigor – como o atendimento prioritário no check-in, raio-x e embarque –, foram implantadas novas medidas que vão do meio-fio do aeroporto à porta da aeronave.
 
Fonte: Secretaria de Aviação Civil
Ascom - Ministério do Esporte

Leandrinho marca três gols e garante o bronze para o Brasil no futebol de 7

Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
Na despedida do futebol de 7 do programa dos Jogos Paralímpicos, a seleção brasileira da modalidade conquistou uma medalha de bronze nesta sexta-feira (16.09) ao vencer a Holanda por 3 x 1, no Estádio de Deodoro, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A medalha é a terceira do Brasil na modalidade, depois de um bronze em Sydney-2000 e uma prata em Atenas-2004.
 
Grande destaque do jogo, com três gols, Leandrinho festejou a volta por cima que o time deu após a derrota na semifinal para o Irã por 5 x 0. “No outro jogo fiquei abalado. Tive algumas oportunidades e não consegui fazer, depois acabamos tomando os gols. Aquilo abateu demais nossa equipe, mas levantamos a cabeça e honramos esse povo que é maravilhoso. Infelizmente o ouro não veio, mas hoje corremos atrás e conseguimos o bronze, que de certa maneira para nós tem o mesmo gosto, de vitória. Não foi fácil, todos que conviveram com a gente sabem o quanto foi difícil chegar até aqui”, disse o meia.
 
O futebol de 7 é praticado por atletas com deficiência motora leve, causada por paralisia cerebral. A classificação varia de 5 a 8, sendo que o maior número representa o maior potencial funcional. Leandro Gonçalves do Amaral tem grau de deficiência 7 (intermediário): seus movimentos são limitados no lado esquerdo do corpo. Nascido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, ele chegou a jogar em clubes convencionais de futebol. “Eu tentei jogar no futebol normal, infelizmente não pude, minha deficiência já atrapalhava um pouco e depois da lesão no joelho ficou impossível”, contou, explicando que para compensar a deficiência o lado esquerdo do corpo, acabou forçando muito o joelho direito.
 
Com a carreira profissional encerrada em 2009, depois da contusão, Leandrinho passou a se dedicar ao futebol de 7. Hoje, aos 23 anos, ele defende o Caira, equipe de sua cidade natal. “Pensei que nem iria poder jogar mais futebol por causa da lesão na cartilagem do joelho direito, então tenho que agradecer a Deus. É um sonho para mim que está se tornando realidade hoje”, festejou o jogador, que acabou a competição como artilheiro do Brasil, com seis gols.
 
A alegria foi compartilhada com a torcida, que fez festa para o artilheiro nas arquibancadas. Mas Leandrinho não vê a hora de voltar para Campo Grande e festejar com a família. “Hoje vou comemorar com meus companheiros, mas chegando lá vou comemorar com a família. Minha mãe deve estar muito feliz a essa hora. Fico feliz de ter levado o nome da minha cidade para mais longe”.
 
 
Elogios do capitão do penta
Responsável por entregar a medalha de bronze aos jogadores da Seleção Brasileira, o capitão da seleção brasileira de futebol que foi pentacampeã da Copa do Mundo em 2002, Cafu, elogiou muito a equipe verde e amarela. “O trio de ataque é muito rápido. Tecnicamente os jogadores são excelentes. Acho que o esporte paralímpico é uma lição de vida”, disse o ex-lateral. “O Cafu é um capitão que honrou nosso país por longos anos. Receber um elogio dele para mim é fenomenal. Hoje é um dia muito feliz para mim”, disse Leandrinho.  
 
Embora o sentimento de alegria tenha imperado nesta sexta, os jogadores não esconderam a tristeza ao falar da decisão do Comitê Paralímpico Internacional, que decidiu tirar o futebol de 7 do programa paralímpico. Assim, a modalidade não será disputada nos Jogos de Tóquio. “É uma pena, você vê que é um espetáculo, essa torcida comparecendo. A gente vai continuar trabalhando, lutando para que possa voltar”, disse Leandrinho.
 
“A gente fica triste, porque a gente mostrou que o futebol de 7 tem torcedores, tem uma galera que abraça, tem a quantidade de países que o Comitê pede e infelizmente vai sair. Mas vamos ter outras competições: Parapan, Mundial, Copa América. Pretendo continuar na seleção, depende do técnico”, completou o atacante Felipe Rafael. O tom de chateação logo foi esquecido ao falar sobre o bronze: “Vou sonhar com isso para sempre”.
 
Começo arrasador e controle do jogo
O Brasil partiu para cima da Holanda desde o início do jogo e foi premiado antes mesmo de o cronômetro marcar um minuto. Aos 41 segundos de partida, Leandrinho fez bela jogada, cortou para dentro e bateu no canto direito do gol holandês: 1 x 0 Brasil. Com o apoio ainda maior da torcida após o gol, a seleção brasileira continuou pressionando e criou boas chances para ampliar.
 
No primeiro tempo, o Brasil teve 65% de posse de bola, com 20 arremates, dois quais nove foram na direção do gol. George van Altena, o goleiro, foi o grande destaque holandês, com boas defesas. Leandrinho chegou a acertar uma bola na trave, mas o placar da primeira etapa acabou mesmo em 1 x 0 para o Brasil
 
O segundo tempo seguiu a toada do primeiro, com maior posse de bola brasileira e várias jogadas perigosas de ataque do time da casa. Aos oito minutos, Leandrinho driblou até o goleiro, mas um zagueiro salvador conseguiu cortar a finalização. Dez minutos depois, ele não perdoou. Com um belo chute de fora da área, o camisa 11 do Brasil fez o segundo gol da seleção.
 
Quando o jogo parecia definido e a torcida já gritava “A medalha é nossa!”, a Holanda diminuiu com Jeroen Schuitert, que conseguiu desviar uma cobrança de falta e enganou o goleiro brasileiro Marcos Ferreira dos Santos. Mas a alegria holandesa durou pouco. Dois minutos depois, Leandrinho completou bela jogada do ataque brasileiro e marcou seu terceiro gol no jogo. A etapa terminou com 62% de posse de bola para o Brasil e muita festa nas arquibancadas.
 
Mateus Baeta - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Ministério do Esporte promove palestra sobre a Bolsa Atleta na Casa Brasil, neste domingo

 
O Ministério do Esporte vai promover neste domingo (18.09), na Casa Brasil, a palestra “Bolsa Atleta”. O objetivo é apresentar as diretrizes do maior programa de patrocínio individual e direto do mundo. O evento será às 10h e contará com a participação do secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Luiz Lima; do coordenador-geral do programa, Mosiah Rodrigues; e de atletas paralímpicos que disputam os Jogos Rio 2016, entre eles o nadador Clodoaldo Silva, o Tubarão, que já conquistou 14 medalhas paralímpicas e será o homenageado do evento.
 
Dos 289 atletas convocados para defender o Brasil nos Jogos Paralímpicos, 262 (90,6%) contam com o patrocínio do programa. Entre os bolsistas estão os responsáveis pelas duas primeiras medalhas brasileiras: Odair Santos, prata no Atletismo, e Ricardo Costa de Oliveira, ouro no Atletismo.
 
Forte aliado na preparação dos atletas brasileiros, o programa concede bolsas que variam entre R$ 370,00 a R$ 15 mil, alcançado desde competidores estudantis a atletas de alto rendimento.
 
Eles fazem parte do contingente de mais de 17 mil atletas de todo o país patrocinados pelo Bolsa Atleta desde 2005. Com mais de uma década de atuação, o programa concedeu mais de 43 mil bolsas, num investimento superior a R$ 600 milhões. Somente no exercício de 2016, 6.152 atletas olímpicos/paralímpicos foram contemplados, o que representa um investimento de R$ 80 milhões.
 
Serviço: Palestra “Bolsa Atleta”
Data: 18.09
Horário: das 10h às 12h
Local: Auditório do Armazém 2, Casa Brasil, Píer Mauá, Rio de Janeiro, RJ
 
Ascom - Ministério do Esporte
 

Povo Guarani Mbiá apresentará a Dança de Tangará na Casa Brasil, neste sábado

 
O Povo Guarani Mbiá, da aldeia Mata Verde Bonita, de Maricá (RJ), vai fazer uma apresentação etnocultural da Dança de Tangará neste sábado (17.09), às 11h, na Casa Brasil. Dezesseis indígenas vão atravessar os pavilhões dos Armazéns 1 e 2, cantando, até chegarem ao Espaço Gastronômico, local da dança. 
 
A Dança de Tangará representa o fim da adolescência e o início da fase adulta. O pássaro que dá nome à coreografia representa o guardião da aldeia. A manifestação remete ainda à dança do acasalamento e à preparação dos indígenas guerreiros.
 
O Ministério do Esporte busca divulgar os esportes tradicionais indígenas, por meio de propagação e valorização de jogos e práticas corporais, costumes e tradições, respeitando a especificidade de cada povo. Durante os Jogos Paralímpicos Rio 2016, na Casa Brasil, a pasta vai aproveitar essa vitrine para dar mais visibilidade à cultura dos povos indígenas brasileiros, a exemplo do que foi feito nas Olimpíadas, quando apresentou a Huka Huka, luta tradicional do Povo Kuikuro.
 
Serviço : Apresentação da Dança de Tangará
Data: 17.09 (sábado)
Horário: das 11h às 14h
Local: Espaço Gastronômico do Armazém 2, Casa Brasil, Píer Mauá, Rio de Janeiro, RJ
Mais informações:  Débora Carla Nascimento, coordenadora do Departamento de Desenvolvimento e Acompanhamento de Políticas e Programas Intersetoriais do Ministério do Esporte +55 (61) 99295-3793
 
Ascom- Ministério do Esporte
 

Cerimônia de encerramento será regida por diversidade musical e encerrada ao som de Ivete Sangalo

Celebrando a diversidade do Brasil e dos Jogos Paralímpicos, a cerimônia de encerramento do Rio 2016 promete uma mistura de sons e estilos musicais para o próximo domingo (18.09), a partir das 20h, no Maracanã. Nesta sexta-feira (16.09), o Comitê Organizador Rio 2016 antecipou algumas das atrações que vão marcar a despedida do evento. A festa terá 2h30 de duração e será encerrada por Ivete Sangalo, mas também vai contar com shows de artistas como Gaby Amarantos, Nação Zumbi e Vanessa da Matta.
 
Encerramento dos Jogos Rio 2016 terá festa brasileira, com alta diversidade musical. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brEncerramento dos Jogos Rio 2016 terá festa brasileira, com alta diversidade musical. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
 “Será uma grande celebração da diversidade. O movimento paralímpico e os atletas são um grande exemplo de convivência em paz das diferenças. Queremos celebrar essa diversidade, essa fantástica coexistência de diferentes pessoas de todo o mundo. Vai ser uma cerimônia muito musical. Do início ao fim teremos vários músicos brasileiros tocando”, contou Flávio Machado, produtor executivo das cerimônias do Rio 2016.
 
A programação também terá seus momentos inclusivos, como a participação do grupo Batuqueiros do Silêncio, formado por jovens surdos de Recife, e dançarinos profissionais que farão acrobacias em cadeira de rodas. O Hino Nacional brasileiro será cantado por Saulo Laucas, cantor com deficiência visual. Haverá também um encontro entre Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, Armandinho e Jonathan Bastos, que toca guitarra com os pés.
 
Chama paralímpica será apagada após 11 dias de competições no Rio de Janeiro. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Chama paralímpica será apagada após 11 dias de competições no Rio de Janeiro. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
“A mensagem que queremos passar é aquela que vemos nas quadras e campos. O que os atletas nos ensinam é que podemos conviver em paz e com amor. É uma inspiração o que a gente vê nas competições entre os atletas. Essa festa é para eles”, comentou Flávio.
 
A carga total de ingressos para a cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos é de 45 mil. De acordo com o Comitê Rio 2016, restam menos de mil tíquetes para o evento, todos em uma faixa de preço que vai de R$ 400 a R$ 1 mil. A expectativa dos organizadores é de que todas as entradas sejam comercializadas até domingo.
 
Recordes e atraso na natação
 
Além de comentar sobre a cerimônia de encerramento, o Rio 2016 atualizou algumas estatísticas sobre os Jogos Paralímpicos. Até a noite de quinta-feira (15.09), 184 recordes mundiais haviam sido quebrados na competição. A natação foi a modalidade que mais teve marcas superadas, com 104. Na sequência vieram o atletismo (55), o halterofilismo (13) e o ciclismo de pista (12).
O comitê comentou também o atraso na sessão vespertina da natação ocorrida na quinta-feira. De acordo com o diretor de comunicação do Rio 2016, Mário Andrada, o problema foi causado por uma falha em uma das bombas da piscina do Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, que passou a criar uma corrente e ondulações na água. Um dos atletas percebeu a situação e avisou a organização.
 
“A decisão de pausar a competição foi natural por que o problema poderia prejudicar a performance dos atletas. Tentamos antecipar algumas das cerimônias de pódio, mas de forma geral tivemos um atraso de 30 minutos. Não é aceitável, mas enfrentamos um problema e tivemos que agir”, explicou Andrada.
 
Vagner Vargas – Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Casa Brasil promove o vôlei sentado, no Dia da Modalidade, neste sábado

 
O Dia da Modalidade, na Casa Brasil, vai promover desta vez o vôlei sentado, neste sábado, (17.09), das 10h30 às 12h30. Personalidades do voleibol convidadas vão participar de uma exibição em uma miniquadra montada no espaço da Casa Touring. Os representantes paralímpicos são Carlos Augusto Barbosa, o Guto; Josiel Muniz, o Jô; Minotauro; Daniel Yoshizawa; Renato Barbosa e Maurício Nery. No outro time estão Ricardo, André, Edson, Davi e Ramon, jogadores do Clube de Regatas Vasco da Gama.
 
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) vai trazer ainda 20 crianças atendidas pelo VivaVôlei, que visitarão o espaço para passear e interagir com os jogadores de vôlei sentado. Presente em todas as regiões do país, o VivaVôlei é um programa de iniciação ao voleibol  que educa e socializa meninos e meninas de 7 a 14 anos por meio do esporte. São mais de 70 centros em atividade, atendendo cerca de 25 mil crianças e adolescentes de comunidades carentes em 17 estados brasileiros. As escolas contempladas apresentam, como diferencial, o fato de serem as únicas devidamente aparelhadas para o ensino do minivôlei ao público infantil no Brasil.
 
Serviço: Dia da Modalidade – Vôlei Sentado
Data: sábado, 17.09
Horário: das 10h30 às 12h30
Local: Casa Touring, na Casa Brasil, Píer Mauá, Rio de Janeiro, RJ
 
Ascom - Ministério do Esporte

“À moda do irmão”, Silvânia Costa é ouro no salto em distância

Parecia a repetição de um filme: o Engenhão gritando “Brasil, Brasil”, a energia crescendo, a pressão imensa no último salto. Silvânia Costa venceu a disputa do salto em distância da classe F11 (cegos totais), nesta sexta-feira (16.09), da mesma forma que o irmão mais velho, Ricardo Oliveira, também deficiente visual, há oito dias.
 
Silvânia Costa: ouro conquistado no último salto em roteiro que seguiu o mesmo drama do irmão Ricardo. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Silvânia Costa: ouro conquistado no último salto em roteiro que seguiu o mesmo drama do irmão Ricardo. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Ambos lideravam a prova com a marca do segundo salto – no caso de Silvânia, 4.78m. Também seguindo o mesmo roteiro, um adversário entrou no caminho: Fatimata Diasso, da Costa do Marfim, atingiu 4.89m  no quarto salto e colocou fogo na disputa. Silvânia queimou o quinto e arriscaria tudo na sexta rodada. Lembrou-se que é a atual campeã mundial e recordista com uma marca muito superior (5.46m), concentrou-se e atingiu 4.98m, o suficiente para o ouro e, literalmente, sair para o abraço. O bronze ficou com outra brasileira, Lorena Spoladore (4.71m). Thalita Simplício, a terceira anfitriã na disputa, ficou em quinto (4.54m).
 
“Acho que quem infartou nesta hora foi minha mãe. Agradeço a todos os brasileiros torcendo, mandando energia positiva, e esse resultado é como se fosse um bolo, cada um deu o seu ingrediente e agora a gente comemora a festa”, disse a campeã.
Ela lembrou que, em quatro anos competindo, nunca saiu de uma disputa sem medalha de ouro. Os resultados mais recentes – como a vitória no Mundial de Doha 2015 e o recorde mundial alcançado em julho, em São Paulo – a deixaram tranquila por um bom tempo, mas a ansiedade apareceu na véspera.
 
“Essa tranquilidade me preocupava, porque eu nunca entrei numa prova sem frio na barriga, mas três dias antes da competição fiquei muito nervosa. Entrei na prova nervosa, tanto que não saíram as minhas melhores marcas, e eu me cobro muito. Foi nervoso e o último salto foi impressionante”, contou.
 
O início pela filha
 
Silvânia contou que começou no atletismo em 1998, sem treinamento, aproveitando uma oportunidade para poder comprar alimentos para a filha, Letícia Gabriela, hoje com 10 anos. “Na minha família não tinha atletas. Quando me convidaram para uma corrida de 10 quilômetros, eu entrei pela premiação, que era de R$ 300. Na época eu precisava pagar o leiteiro. Eu não tinha preparo físico, ganhei por conta dela”, contou.
 
A corrida, a decolagem e a aterrissagem do salto que deu o ouro à Silvânia Costa. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)A corrida, a decolagem e a aterrissagem do salto que deu o ouro à Silvânia Costa. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
A corrida deixou Silvânia doente, mas quando a situação apertou novamente, ela voltou às pistas. “Fiquei uma semana com febre, não tinha musculatura preparada para aquele exercício, e falei para o meu amigo para não me convidar mais, porque eu não tinha estrutura. No mês seguinte, vieram as contas, eu liguei para ele e perguntei onde tinha outras corridas”, lembrou.
A situação hoje é outra. Silvânia consegue se dedicar exclusivamente ao esporte. “Graças a Deus, eu recebi a oportunidade do Time São Paulo e do Ministério do Esporte, meus únicos patrocinadores, que acreditaram em mim. Durante esses quatro anos, todos os resultados que tenho são através das oportunidades que eles me ofereceram”, afirmou.
 
E a medalha desta sexta não poderia ser dedicada a outra pessoa.  “Esta medalha vai primeiramente para a minha filha, para a minha família e todos que estiveram do meu lado. Ela é campeã escolar do salto em distância, e não pôde vir. Mas tenho certeza de que estava na torcida. A família Oliveira vem vindo aí!”, afirmou.
 
Do nervosismo à vibração: Ricardo acompanha a prova
 
Ricardo Oliveira acompanhou a prova com parte da delegação brasileira na arquibancada do Engenhão. Foi ele quem convidou Silvânia a treinar salto em distância e é o grande incentivador. Com seu ouro já bem guardado, Ricardo assumiu a postura de torcedor. O nervosismo foi nítido ao longo da prova. Ele só relaxou quando a irmã mais nova conquistou o ouro, e foi o primeiro a comentar as semelhanças entre as duas vitórias.
 
“Eu estava aqui em tempo de ir lá saltar para ela. Eu sabia que ela ia conseguir, mas ela me deixou muito inseguro durante a prova. No finalzinho eu acreditei. Pensei: 'ela veio para saltar e ela vai saltar'. Acho que emprestei minha lança de morte para ela. No meu último salto, eu falei: 'vou entrar com um tiro certeiro. Ou eu ganho, ou eu ganho'. E ela fez a mesma coisa”, contou.
Mais um capítulo em comum na vida de Ricardo e Silvânia. “A gente teve uma criação muito difícil, a gente tinha que superar muitas adversidades, dificuldades. Temos um biotipo já de criação, e isso ajuda a gente no atletismo. O Ricardo passou pela mesma situação que eu e na hora eu pensei: 'ou tudo ou nada'. Naquele momento, a gente não tem limite. O impossível não existe quando você quer. A gente consegue provar isso no dia a dia nas pistas e fora delas”, afirmou Silvânia.
 
Brasileiros
 
Na final dos 400m masculino T37 (paralisados cerebrais), Paulo Flaviano cruzou a linha de chegada em quinto, com 54s67. A prova foi vencida pelo sul-africano Charl du Toit, que com a marca de 51s13 estabeleceu um novo recorde paralímpico.
O jovem paraibano Petrucio Ferreira, de 19 anos, também correu os 400m, mas na classificatória da classe T47 (amputados). Com uma bela arrancada nos metros finais, ele venceu sua bateria com 49s96, sua melhor marca da carreira na prova. Petrucio tenta chegar ao terceiro pódio no Engenhão, já que foi ouro nos 100m T47 e prata no revezamento 4 x 100m T42-47. Ele corre a final dos 400m neste sábado (17.09), às 18h05.
 
Lorena Spoladore: bronze que engradeceu ainda mais a festa brasileira no salto em distância.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Lorena Spoladore: bronze que engradeceu ainda mais a festa brasileira no salto em distância.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
No arremesso de peso F55 (competidores em cadeiras), Wallace Santos ficou em 10º, e Ricardo Nunes decidiu não competir devido a uma lesão muscular. O Brasil ainda disputa, nesta sexta, quatro provas na sessão noturna, das quais uma é final, os 400m feminino T11, que terá Terezinha Guilhermina e Thalita Simplício.
 
O atletismo é a modalidade que mais medalhas deu ao Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio. Encerradas as provas desta manhã, os atletas do país já conquistaram 28 pódios para o Brasil. Foram 9 ouros, 11 pratas e 9 bronzes e a campanha já é a melhor da história do atletismo nacional em Paralimpíadas.
 
Resultados e provas programadas:
Manhã
» Final – Arremesso de peso masculino F55 – Wallace Santos – 10º 
» Final – Arremesso de peso masculino F55 – Ricardo Nunes – não competiu devido a lesão
» Final – 400m masculino T37 – Paulo Flaviano – 5º
» Classificatórias – 400m masculino T47 – Petrúcio Ferreira – classificado para a final
» 11h05 – Final – Salto em distância feminino T11 – Silvania Costa – ouro
» 11h05 – Final – Salto em distância feminino T11 – Lorena Spoladore – bronze 
» 11h05 – Final – Salto em distância feminino T11 – Thalita Simplício – 5º
 
Tarde/Noite
» 17h36 – Classificatórias – 400m masculino T11 – Daniel Mendes
» 17h42 – Classificatórias – 400m masculino T11 – Felipe Gomes
» 18h39 – Classificatórias – 200m masculino T12 – Diogo Ualisson
» 17h54 – Final – 400m feminino T11 – Terezinha Guilhermina
» 17h54 – Final – 400m feminino T11 – Thalita Simplício
 
Luiz Roberto Magalhães e Carol Delmazo – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Monarco e Nei Lopes voltam para novo show na Casa

DivulgaçãoDivulgação
A Casa Brasil se rende ao samba no sábado (17). No palco, os bambas Nei Lopes, cantando clássicos da escola de samba Salgueiro, e Monarco, relembrando o próprio repertório. "Já nos apresentamos na Casa Brasil, no início dos Jogos Olímpicos, e estamos tendo oportunidade de voltar. Todo esse espaço revitalizado do Porto é muito bonito, é uma nova orla que se criou, e a Casa Brasil é muito interessante", elogia Nei Lopes.
 
O show é uma das atrações do projeto O Século do Samba, que ocupou o Centro Cultural Banco do Brasil em março e tornou-se destaque na programação musical da Casa Brasil. "Da minha parte, resolvi não usar meu repertório e aproveitar a oportunidade para fazer uma homenagem ao Salgueiro. Tenho um carinho muito grande pela Escola, com músicas conhecidas que as pessoas não associam como pertencentes ao Salgueiro. Por exemplo, a canção '1800 colinas', famosa na voz de Beth Carvalho, é um samba de terreiro do Salgueiro. Sambas de terreiro eram as músicas que animavam os terreiros das escolas, antes de elas se voltarem para o samba enredo", explica Lopes.
 
Já Monarco vai cantar músicas dele que ficaram conhecidas na voz de outros artistas, como Coração em Desalinho, que foi gravada por Zeca Pagodinho e Maria Rita. O repertório conta também com Vivia Isolado do Mundo, Corri pra Ver, entre outras. "Eu tenho muita intimidade com o público, eles cantam junto comigo em todo o lugar que eu vou, nem sei explicar como é. A Zona Portuária ficou muito bonita, adorei, vou cantar na Casa Brasil com o coração cheio de alegria", ressalta.
 
Serviço
Monarco e Nei Lopes
Horário: sábado (17), a partir das 19h30
Entrada gratuita
Casa Brasil
Endereço: Avenida Rodrigues Alves 10 – Armazém 2 – Boulevard Olímpico – Praça Mauá
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, faz balanço dos Jogos Paralímpicos e apresenta legado paradesportivo

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, participa de entrevista coletiva no próximo domingo (18/9), às 13h, no Rio Media Center. O ministro vai apresentar o balanço dos resultados obtidos pelo Brasil nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, e falar sobre os investimentos do governo federal no paradesporto nacional. 
 
SERVIÇO: 
 
ENTREVISTA COLETIVA COM O MINISTRO LEONARDO PICCIANI
 
DATA: domingo (18/9)
 
HORÁRIO: 13h
 
LOCAL: Rio Media Center - Rua Madre Tereza de Calcutá, s/nº - Cidade Nova
 

Equipe feminina do vôlei sentado perde a semifinal e disputa o bronze com a Ucrânia

Marcelo Regua/MPIX/CPBMarcelo Regua/MPIX/CPB
A Seleção Brasileira feminina de vôlei sentado perdeu, na noite desta quinta-feira (13.9), a chance de disputar a inédita medalha de ouro dos Jogos Paralímpicos. O time nacional foi derrotado pela forte seleção dos Estados Unidos por 3 sets a 0, em jogo realizado no Pavilhão 6 do Riocentro. Agora, as meninas do Brasil disputam no sábado (17), a partir das  16h30, a medalha de bronze diante da Ucrânia, que foi derrotada pela China, também por 3 sets a 0.
 
Mesmo sem a vaga na final, a campanha brasileira já é a melhor da história. Antes, o resultado mais significativo havia sido um quinto lugar, nos Jogos de Londres, em 2012. "Para a gente, estar aqui nesta semifinal já é inédito, mas a gente tem que ir com tudo para conquistar essa medalha de bronze, no sábado. Essa conquista seria muito importante para o nosso esporte. Estar na semifinal já foi histórico, mas a gente quer a medalha" disse Janaina Petit, camisa 10 da seleção e maior pontuadora da equipe, com 14 pontos.
 
A Seleção Brasileira não começou bem. As americanas demonstraram superioridade e abriram 6 x 1. A vantagem foi crescendo ao longo da parcial e, em 21 minutos, a parcial foi encerrada 25 x 13. O jogo mudou de cara no segundo set. Empurradas por 5.750 torcedores, as brasileiras voltaram melhor e equilibraram a partida. O jogo seguiu parelho. Quando as adversárias abriram vantagem e poderiam fechar o período, as brasileiras conseguiram impedir quatro set points, mas ainda assim acabaram derrotadas pela diferença mínima, em 28 x 26, após 32 minutos de jogo.
 
Com a obrigação de vencer o último período para se manter viva, a seleção começou o terceiro set melhor que as adversárias. O time brasileiro chegou a abrir vantagem de cinco pontos (8 x 3), mas acabou cedendo espaço às americanas, que encostaram, viraram e tomaram conta do do jogo. A vantagem no placar, então, trocou de lado e as adversárias não tiveram problemas para fechar em 25 x 18.
 
"Nós começamos com um nervosismo acima do que vinha acontecendo, e isso dificultou o trabalho. Pecamos um pouco por essa falta de experiência de viver uma semifinal paralímpica. Essa seleção norte-americana, por exemplo, fez as duas últimas finais e as últimas três finais de Mundial. Na hora decisiva, a experiência vale muito", avaliou o técnico da seleção brasileira, José Antônio Dantas.
 
O treinador disse estar feliz com o desempenho apresentado durante os Jogos, e acredita que a conquista da medalha de bronze, no sábado, pode coroar a campanha. "A competição não acabou. Nós temos uma equipe capaz de ganhar uma medalha nesses jogos e a seleção não vai desistir. A busca pela medalha vai acontecer aqui no sábado e as meninas estarão preparadas. Vamos trabalhar com as meninas, com toda a comissão técnica para que no sábado elas estejam com a cabeça focada exclusivamente no jogo contra a Ucrânia".
 
João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

No Engenhão, Brasil amplia a coleção de pódios no atletismo nas Paralimpídas

Gabriel Heusi/brasil2016.gov.brGabriel Heusi/brasil2016.gov.br
Depois de uma manhã de competições nesta sexta-feira (15.9) em que o Brasil não subiu ao pódio, as competições de atletismo foram retomadas no fim da tarde no Engenhão para a sessão noturna. Das 29 provas disputadas, oito contaram com brasileiros inscritos, que competiram em quatro finais e duas classificatórias, já que dois atletas não largaram nas eliminatórias (veja lista abaixo).
 
Desta vez, o país não passou em branco. Os atletas da casa conquistaram mais três medalhas e com isso ampliaram uma contagem de pódios que, no Rio, tem sido fantástica para o atletismo nacional.
 
A modalidade é o carro-chefe do país nos Jogos Paralímpicos do Rio e, até esta noite, já rendeu 26 pódios para o Brasil. Foram 7 ouros, 11 pratas e 8 bronzes e a campanha já é a melhor da história do atletismo nacional em todos os tempos nas Paralimpíadas.
 
As primeiras medalhas do Brasil foram conquistadas no início da noite, quando uma bela lua dourada tornava a paisagem no céu acima do Engenhão ainda mais bonita. Com dois atletas na disputa da final dos 200m masculino T11, a torcida aplaudiu muito o fluminense Felipe Gomes e o capixaba Daniel Mendes, que retribuíram o carinho com ótimos resultados.
 
Ouro nos 200m e bronze nos 100m nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, Felipe Gomes e seu guia, Jonas de Lima Silva, ficaram com a prata ao completar a prova em 22s52. Logo atrás vieram Daniel Mendes (prata nos 200m em Londres 2012) e seu guia, Heitor de Oliveira Sales, (23s04). Os dois foram superados por Ananias Shikongo e pelo guia Even Tjiviju, da Namíbia, que com o tempo de 22s44 ganharam o ouro com direito a um novo recorde paralímpico.
 
“Nós fizemos uma boa corrida, tanto o Heitor e eu, quanto o Felipe e o Jonas”, comemorou Daniel Mendes, que no Rio já havia conquistado um ouro, no revezamento 4 x 100m. “Todo mundo fez uma boa corrida e todos buscaram a medalha de ouro, não só nós quatro que entramos para a final, mas todos os atletas que chegaram às Paralimpíadas. Mas são muitos atletas e poucos lugares no pódio. Eu gostei do nosso resultado. Alcançamos mais um pódio e o objetivo era buscar a medalha. Estou satisfeito. Estou na minha segunda prova, é minha segunda medalha, e estou contente por poder estar contribuindo para o país. É uma satisfação levar mais uma medalha para o Espírito Santo e para os capixabas”, continuou o corredor, que destacou o alto nível da final e, principalmente, dos Jogos Rio 2016.
 
“Essa prova foi mais um reflexo do que está sendo essa Paralimpíada. Desde o Mundial do ano passado, em Doha, até essa Paralimpíada no Rio, agora, as provas onde não acontecem o recorde mundial acontecem os recordes paralímpicos. Isso mostra o quanto o esporte paralímpico se desenvolveu ao longo dos tempos e pelo mundo afora. E a gente continua se desenvolvendo junto, tanto que estamos nos pódios aí. Então é uma satisfação muito grande nossa. É gratificante saber que o esporte evolui e você está evoluindo junto”, concluiu Daniel.
 
“Eu pretendia fazer uma corrida tão boa quanto a de ontem e fazer alguns ajustes. Mas hoje errei bem mais. Já saí cambaleando. Até consegui recuperar e fazer uma boa prova. Saio satisfeito. Claro, eu estava brigando pelo ouro, motivado, mas a medalha de prata já é uma conquista e hoje foi o mais longe que pude levar o nome do Brasil”, afirmou Felipe Gomes, que chegou à terceira medalha no Rio, já que, como Daniel, integrou o revezamento 4 x 100m de ouro e ainda foi prata nos 100m.
 
Gabriel Heusi/brasil2016.gov.brGabriel Heusi/brasil2016.gov.br
 
Arremesso de peso
Depois da dobradinha nos 200m, foi a vez de a alagoana Marivana Nóbrega fazer bonito no arremesso de peso feminino F35. Ela conquistou a medalha de bronze com a marca de 9m28 em uma prova que foi vencida por Jun Wang. Com 13m91, a chinesa estabeleceu um novo recorde mundial. A prata ficou com a ucraniana Mariia Pomazan (13m59).
 
“Eu vim para essa Paralimpíada como fui para o Mundial de Doha. Sabia das minhas condições, sabia das qualidades das minhas adversárias, vim para fazer o meu melhor e o meu melhor foi o bronze e estou feliz”, declarou.
 
Na outras finais com brasileiros no páreo, Maria de Fátima foi a 9ª nos 5000m feminino T54 e Edson Pinheiro ficou em 8º no salto em distância masculino T38.
 
Fenômeno
A primeira atleta a competir foi a cearense Maria de Fátima, que disputou a final dos 5000m feminino T54 (cadeira de rodas). Nascida com uma má formação na coluna denominada mielomenigoceli, que comprometeu os movimentos da perna, Maria de Fátima cruzou a linha de chegada na 9ª posição em uma corrida vencida pela fenomenal norte-americana Tatyana McFadden, que fechou a prova com o tempo de 11min54s07. O pódio foi todo ocupado pelo Estados Unidos, que levou a prata, com Chelsea McClammer (11min54s33) e o bronze, com Amanda McGrory (11min54s34).
 
Tatyana é uma competidora que só pode ser descrita como incrível. No Rio, ela se inscreveu para todas as provas da categoria T54: 100m, 400m, 800m, 1.500m, 5.000m, revezamento 4 x 100m e maratona. Ela desembarcou no Brasil com um currículo recheado de títulos que incluíam 10 medalhas em Paralimpíadas em seis diferentes provas nos Jogos de Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. No Rio, a vitória dela nos 5000m marcou o quarto pódio na capital fluminense. Antes, ela já havia faturado o ouro nos 400m e nos 1.500m e a prata nos 100m.
 
Entre os feitos de Tatyana estão ainda 11 ouros, 4 pratas e 1 bronze em Mundiais, sendo que, em 2013, ela se tornou a primeira atleta a vencer as maratonas de Boston, Londres, Chicago e Nova York no mesmo ano e também a primeira atleta a vencer seis provas em um mesmo Mundial, em Lyon, quando ficou com o ouro nos 100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m e 5.000m.
 
Eliminatórias
Pelas eliminatórias, a maranhense Terezinha de Jesus, que estava inscrita para a prova dos 200m feminino T47, não disputou a competição devido a uma lesão sofrida enquanto se aquecia para competir na quarta-feira.
 
Por último, nos 400m feminino T11, Thalita Simplício, Terezinha Guilhermina correram bem suas baterias nas eliminatórias e asseguraram vagas para a final da prova. Lorena Spoladore também estava inscrita para a classificatória dos 400m T11, mas a atleta preferiu se poupar para a final do salto em distância T11 que será amanhã pela manhã.
 
Acompanhe os resultados de todas as provas que contaram com a participação de brasileiros nesta noite no Engenhão:
 
» Final – 5000m feminino T54 – Maria de Fátima – 9º
» Final – 200m masculino T11 – Felipe Gomes – Prata
» Final – 200m masculino T11 – Daniel Mendes – Bronze
» Final – Arremesso de peso feminino F35 – Marivana Nóbrega – Bronze
» Final – Salto em distância masculino T38 – Edson Pinheiro – 8º
» Classificatórias – 200m feminino T47 – Teresinha de Jesus – não competiu devido à contusão
» Classificatórias – 400m feminino T11 – Thalita Simplício – classificada para final
» Classificatórias – 400m feminino T11 – Terezinha Guilhermina – classificada para final
» Classificatórias – 400m feminino T11 – Lorena Spoladore – não competiu devido à contusão
 
Luiz Roberto Magalhães e Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Após três horas de espera pelo resultado, Sérgio Oliva comemora o bronze no adestramento

Cleber Mendes/MPIX/CPBCleber Mendes/MPIX/CPB

No dia 17 de agosto de 1982, Maria José Ribeiro deu à luz aos trigêmeos Sérgio, Eduardo e Flávio. Após o parto, Sérgio foi parar na incubadora e, por falta de oxigenação, teve paralisia cerebral.  A mãe sempre procurou alternativas para melhorar a qualidade de vida do filho. Em 1989, ele começou no hipismo como forma de terapia, mas não gostou e chegou a procurar outros esportes. Sequer podia imaginar que em 2016 conquistaria no Rio de Janeiro uma medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos.  

O caminho até o pódio, contudo, seria longo. Aos 13 anos, um acidente comprometeu os movimentos de Sérgio Oliva. Ele tropeçou no tapete na porta do prédio em que morava em Brasília e caiu em cima de vidros. O acidente fez com que Sérgio perdesse os movimentos do braço direito. As dificuldades da deficiência, contudo, nunca foram problema para Sérgio, que mora sozinho em um bairro do Plano Piloto, na capital federal. Ele seguiu os mesmos passos que os irmãos, incluindo um intercâmbio no Estados Unidos no último ano do colegial.

Michelle Abílio/brasil2016.gov.brMichelle Abílio/brasil2016.gov.br“O Sérgio só me dá alegria. Ele foi morar no exterior sozinho, ficou um ano fora e voltou, passou na faculdade de Direito e agora no concurso do Tribunal de Justiça”, conta, orgulhosa, a mãe do atleta sobre o currículo do filho. Nesta quinta-feira (15.09), Maria José saiu do Centro Olímpico de Hipismo, no Complexo Esportivo de Deodoro, com ainda mais motivos de orgulho. Após três horas de espera pelo resultado, Sérgio conquistou a medalha de bronze na prova de adestramento classe IA, a mais severa em relação à capacidade e habilidade equestre.

A prova

O brasiliense foi o sexto cavaleiro a se apresentar no estádio de Deodoro e fechou a prova com a nota de 73.826 com a égua Coco Chanel. Pela frente ainda restavam 20 apresentações. Com a fisionomia tensa, Sérgio não quis comemorar. Em entrevistas, o cavaleiro mostrava para os jornalistas os principais adversários que ainda iriam competir. Entre eles, a britânica Sophie Christiansen, ouro nas últimas duas edições dos Jogos Paralímpicos.  

Quase três horas após a apresentação do brasileiro, a britânica de fato fez uma apresentação impecável, somando 78.217 e tirando a liderança de Sérgio. Na sequência, outra britânica, Anne Dunham, de 67 anos, a competidora mais velha da bateria, fez uma ótima apresentação e fechou com a nota de 74.348. A ansiedade só aumentava. Faltava ainda a exibição de uma amazona de Hong Kong, mas na arquibancada o clima já era de euforia por parte da comissão técnica e de familiares. Maria José, Eduardo e Flávio estavam em êxtase.  

A festa ficou completa quando Natasha Piu recebeu 63.261 e Sérgio pôde, finalmente, comemorar a medalha de bronze. “Eu trabalhei durante quase 14 anos. São três Paralimpíadas nas costas e foi em casa que eu consegui esse privilégio de estar com esta medalha de bronze no peito. Agora, ninguém me tira esta medalha”, comemora o brasiliense que, em Londres, bateu na trave ao ficar com o quarto lugar na prova.  

“Estou muito feliz. Este é um privilégio para poucos, ainda mais em casa, de conquistar esta medalha tão suada depois de quase três horas e meia de agonia. É uma medalha de bronze, mas com gosto de ouro”, completa.

Michelle Abílio/brasil2016.gov.brMichelle Abílio/brasil2016.gov.brComemoração com os irmãos

Antes das entrevistas, Sérgio fez questão de dar um abraço nos irmãos Eduardo e Flávio. Emocionados, eles levantaram o medalhista, mostrando para todos a força e a garra do irmão. Ao lado, Maria José alertava: “Amanhã ele compete outra vez, cuidado!”  

A comemoração não parou por aí. Sérgio fez questão de tirar fotos com todos, incluindo amigos de infância, e mostrar a medalha. “Em 2007 ele tinha sido campeão mundial e agora ganhou a medalha em casa. Ele já era um orgulho para a família inteira e de repente se tornou um orgulho e uma referência para o Brasil”, elogia Eduardo.  

“Acompanhei o Sérgio nas três Paralimpíadas. Em Pequim-2008, Londres-2012, agora no Brasil, e vamos para Tóquio se ele conseguir a vaga”, conta. “O mérito total é da minha mãe, que sempre acompanhou a gente em tudo. Ela é a pessoa central que sempre esteve à frente de todas as batalhas do meu irmão”, completa Eduardo.  

Coco Chanel  

Após os Jogos de Londres, a equipe de equitação do Brasil teve problemas com os cavalos e precisou ir atrás de uma nova companheira para o brasiliense. “Tivemos um ano sabático atrás de cavalo, procuramos muito, rimos e choramos, mas conseguimos achar um especial para fazer parceria com o Sérgio”, relembra Marcela Parsons, diretora técnica da modalidade.

Michelle Abílio/brasil2016.gov.brMichelle Abílio/brasil2016.gov.br

Sérgio treina com Coco Chanel há apenas oito meses. “O cavalo foi muito especial nesse momento. A égua é fantástica. Nós achamos a Coco Chanel quase abandonada nos fundos de uma casa na Holanda e sem nenhuma experiência em competições paraequestres. Eu apostei e mandei trazer acreditando na medalha. Hoje eu posso chamar a Coco Chanel de Gisele Bündchen porque ela desfilou aqui em Deodoro. Amanhã vai ser um desfile no estilo livre”, avalia Marcela.  

Nesta sexta-feira, Sérgio Oliva se apresenta nas finais do freestyle. Além dele, outro cavaleiro brasileiro, Marcos Alves, o Joca, briga por medalha na categoria.  

Vera Lúcia Mazzilli

Sérgio Oliva não foi o único brasileiro a emocionar o público em Deodoro. A amazona Vera Lúcia Mazzilli, de 65 anos, atleta mais velha da delegação brasileira, também se apresentou e terminou a prova com a 18a colocação (67.130 pontos). “Podia ser melhor, mas o cavalo perdeu um pouco o ritmo”, destaca.  Com distonia muscular não progressiva desde o primeiro ano de idade, a atleta fez sua estreia em Jogos Paralímpicos e saiu da prova emocionada. “É muita emoção competir aqui, ainda mais na minha idade que é bem avançada contra pessoas tão novas. É muita alegria”, comemora.

Michelle Abílio - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Brasil vence a China de virada com atuação de gala de Jefinho e vai em busca do tetra

“Jefinho é melhor que Neymar!” O canto da torcida brasileira após a vitória da seleção de futebol de 5 na semifinal dos Jogos Rio 2016 mostra quem foi o nome da partida. Autor dos dois gols da vitória por 2 x 1 sobre a China, o camisa 7 chamou a responsabilidade e decidiu a classificação da equipe para a quarta final seguida. O Brasil é o único campeão paralímpico da modalidade, que estreou na edição de Atenas 2004, e tentará manter a hegemonia na decisão do próximo sábado (17.09) a partir das 17h.
 
Gol de Jefinho na vitória por 2 a 1 do Brasil contra a China. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Gol de Jefinho na vitória por 2 a 1 do Brasil contra a China. (Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
“Para mim é gratificante ser comparado a um grande jogador igual ao Neymar, nosso melhor jogador na atualidade”, respondeu sorrindo. “Fico feliz com isso, porque é sinal que estou fazendo um grande trabalho, estou correspondendo à expectativa da torcida e pude ajudar com os gols hoje”, completou o ala direita.
 
Um roteiro parecido ao que a equipe enfrentou no Mundial de 2014, no Japão, quando venceu de virada os chineses na semifinal e depois superou a Argentina na decisão. Nos Jogos Rio 2016, a Argentina tentará a vaga para a disputa pelo ouro contra o Irã. “Por mim, se der para repetir o roteiro eu assino agora, que aí seremos campeões”, brincou Ricardinho, que foi o autor dos dois gols da vitória contra a China, há dois anos.
 
Na tarde de hoje, a seleção saiu atrás no placar após cobrança de falta a favor dos chineses aos 13 minutos de jogo. O meio campista Yafeng Wang recebeu o toque curto, levou para o meio e chutou forte da entrada da área, no canto direito do goleiro Luan. Naquele momento, Ricardinho estava sendo atendido no vestiário após sofrer uma falta sete minutos antes.
 
“Foi um lance que eu parei a bola para definir se eu ia tocar ou arrancar para o drible e ele se jogou para cima de mim, não sei se foi intencional, mas foi uma falta para cartão e infelizmente me cortou”, descreveu o ala esquerdo, com vários pontos na testa, que soube do gol enquanto era atendido. “Estava louco para voltar, mas sabia que nosso time é experiente”.
 
Ricardinho tenta levar time do Brasil à frente no início do jogo.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Ricardinho tenta levar time do Brasil à frente no início do jogo.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Sem um dos craques da equipe, sobrou para Jefinho o papel de protagonista. Ele não decepcionou e fez dois golaços, o primeiro, ainda na etapa inicial. Aos 20 minutos o camisa 7 conduziu a bola pelo meio, driblou o primeiro, abriu para armar o chute tirando a marcação e mesmo caindo chutou no canto direito do goleiro chinês. A bola ainda bateu na trave antes de entrar. “A gente sabe que 1 x 0 contra e com um jogador como o Ricardinho, o melhor do mundo, fora, é complicado. Quem está na arquibancada começa a pensar se vamos conseguir. Mas, pude corresponder à altura e contribuir com essa vitória”, conta o artilheiro.
 
O Brasil continuava mantendo o domínio do confronto, arriscando mais e ameaçando nos chutes de Jefinho e do atacante Nonato. A China, por sua vez, levava perigo nos contra-ataques puxados pelos velozes meias Zhoubin Wang e o capitão Yafeng. Foi quando, aos quatro minutos da etapa complementar, Jefinho apareceu novamente, arrancou atrás do meio campo, driblou o primeiro marcador, levou a bola da direita para o meio, abrindo a linha com três defensores, e soltou a “bomba” no ângulo direito do arqueiro adversário.
 
“Tive essa felicidade, aproveitando um contra-ataque em que a defesa deles estava descompactada. Deu certo e eu pude fazer a jogada correta. O auxílio do chamador (membro da comissão técnica que fica atrás do gol adversário orientando os jogadores) foi muito importante também na hora da finalização”, detalha Jefinho.
 
Com Ricardinho de volta para a partida desde metade do primeiro tempo, usando uma proteção na cabeça, o técnico Fábio Vasconcelos, alternou a formação do time com o camisa 10, ou com Jefinho em campo, após a seleção passar à frente no placar. “A China é muito rápida e se a gente abrir eles acham espaço. Então preferi dar uma segurada, revezando um com o outro, porque o desgaste é grande e para ter um time mais forte, mais bem plantado, e impedir as investidas da China”, explicou o treinador.
 
A estratégia deu certo, a equipe continuou mais perigosa que os adversários e se segurou bem na defesa até o apito final, para festa da torcida que lotou o estádio, montado na quadra 1 de tênis do Parque da Barra. “A gente sente uma alegria tão grande, porque é muito tempo de treinamento e concentração para um ciclo de quatro anos, então chegar no primeiro objetivo que é a final, é tirar 50% do peso que tínhamos nas costas. Agora é jogar mais leve e fazer de tudo para segurar esse ouro”.
 
Gabriel Fialho – Brasil2016.gov.br
 
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No feminino, Brasil perde para a China com “gol de ouro” e vai disputar o bronze

A campanha já era histórica só pelo fato de alcançar a semifinal. E foi por pouco que a seleção brasileira feminina de goalball não chegou à decisão. Após um empate por 3 x 3 entre Brasil e China no tempo regulamentar, na tarde desta quinta-feira (15.09), na Arena do Futuro, a definição da primeira finalista foi para a prorrogação. E aí quem marcasse primeiro levaria a vitória. A China conseguiu: fez o quarto e decisivo gol, garantiu-se na final e deixou para as brasileiras a chance de lutar pelo bronze.
 
Victoria em um de seus 60 arremessos na partida. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)Victoria em um de seus 60 arremessos na partida. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)
 
“Foi um jogo de detalhe. Duas equipes que se defendem bem, dois potenciais de ataque maravilhosos. Fizemos o terceiro, mas sabíamos que não tinha nada ganho. Em dois lances, veio o empate. A prorrogação, no goalball, é terrível. Morte súbita não é fácil, aí entram outros aspectos como tensão, atenção, concentração. Fizemos um lance com grande chance de gol, mas no ataque seguinte da China, a bola entrou”, avaliou o técnico Dailton Freitas.
 
Tanto a final quanto a disputa do terceiro lugar serão realizadas nesta sexta-feira (16.09). A outra semifinal, que vai definir a adversária do Brasil está marcada para 20h desta quinta, entre Turquia e Estados Unidos.
 
O jogo
 
A China abriu o placar com Zhang após três minutos e meio do início do jogo. Com as duas equipes defendendo bem, a partida seguiu equilibrada até que Victoria fez um belo arremesso aos sete minutos, sem chance para as adversárias. A Arena do Futuro foi à loucura com o empate.
 
Faltando três minutos para o fim da etapa inicial, a China cometeu uma penalidade. Victoria cobrou e Chen defendeu. Mas o próximo gol não tardaria: em bobeada da defesa chinesa, Carol ampliou para 2 x 1.
 
No segundo tempo, mais uma vez ela. Carol arremessou firme, a bola bateu em Ju e entrou: o Brasil abriu 3 x 1. Mas a China não queria entregar a vaga na final e encostou faltando pouco mais de seis minutos para o fim, quando Simone falhou na defesa e a bola de Chen encobriu Victoria. O empate veio logo depois, também com Chen: 3 x 3.
 
O fim de jogo foi tenso. Faltando 1 minuto, Victoria fez bela defesa, impedindo que a China tomasse a frente em um momento delicado. O tempo regulamentar terminou empatado. A vaga na final viria na prorrogação.
 
O gol de ouro
 
No goalball, são dois tempos extras de três minutos, mas vence quem fizer o primeiro gol. Com um minuto e meio, a defesa da China falhou e a bola quase entrou com um arremesso de Victoria. Foi por pouco. Faltando 35 segundos para o fim da primeira etapa, Simone defendeu com o pé,  mas a bola foi jogada para trás. Os torcedores a viram batendo na rede brasileira como se fosse em câmera lenta. Era o gol de ouro que levou a China para mais uma final dos Jogos Paralímpicos.
 
Com o empate no tempo regulamentar, decisão foi para a prorrogação e a China fez o gol de ouro.(Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)Com o empate no tempo regulamentar, decisão foi para a prorrogação e a China fez o gol de ouro.(Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)
 
“É uma ótima equipe, a atual vice-campeã. A gente abriu vantagem, mas deixamos encostar, e quando vai para a prorrogação é uma loteria. Não foi a nosso favor, infelizmente. Agora é levantar a cabeça e tentar buscar o bronze”, disse Simone.
 
A sensação do “quase” foi dolorosa para a equipe. Victoria, de 19 anos, grande talento da seleção e artilheira da equipe com 25 gols, era uma das que mais chorava. Mas um conforto imenso veio das arquibancadas, que também é energia para a disputa do terceiro lugar.
 
“A gente fica triste por não conseguir a vitória, mas eles estão com a gente, sempre dando força e isso nos faz ter ainda mais força para amanhã. O goalball é a única modalidade criada para pessoas com deficiência, mas quem conhece se apaixona, porque é intenso. A cada dez segundos é uma possibilidade real de mudança no placar, então a adrenalina vai lá em cima e isso faz com que nós nos apaixonemos e as pessoas que conhecem normalmente se apaixonam também. Para nós a torcida é uma alegria grande”, afirmou Simone.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
 
Ascom - Ministério do Esporte
 
 

Brasil comete 9 pênaltis e perde para os EUA por 10 x 1 na semi do goalball masculino

Long Ball. Essa expressão ainda vai martelar bastante na cabeça dos jogadores da seleção masculina de goalball. Ela foi dita nove vezes para os anfitriões ao longo da semifinal entre Brasil e Estados Unidos, na tarde desta quinta (15.09), na Arena do Futuro, no Parque Olímpico da Barra. Cada vez que a bola é arremessada sem tocar na área neutra na quadra, o adversário tem direito a um arremesso, com apenas um jogador defendendo. Simplificando em uma palavra: pênalti.
 
Brasil levou dez gols em tarde irreconhecível: nove pênaltis cometidos. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)Brasil levou dez gols em tarde irreconhecível: nove pênaltis cometidos. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)
 
Dos 10 gols que os norte-americanos fizeram, nove foram em cobranças de penalidades, todas convertidas. Aliado a isso, o sistema defensivo funcionou bem e o resultado foi um 10 x 1 amargo para o time da casa.
 
“A gente não está acostumado a um placar desses, aí desestabilizou. Se a gente analisar a bola rolando, foi 1 x 1. As penalidades fizeram a diferença. Perdemos nos nossos erros, entregamos o jogo para os Estados Unidos. Eles trabalharam com a defesa mais recuada e buscamos a agressão. Nessa agressão, cometemos as penalidades”, explicou o técnico Alessandro Tosim.
 
Para se ter uma ideia do alto número de pênaltis, o Brasil cometeu, em toda a Paralímpiada de Londres 2012, apenas dois. No Mundial de 2014, na Finlândia, foram quatro, enquanto no Pan de Toronto inteiro foram cinco. Somente Leomon fez seis dos nove na partida desta quinta.
 
“O jogo foi meio truncado no início, cometemos as penalidades, eu mesmo cometi penalidades que não poderia ter cometido, comprometeu o jogo e a gente não conseguiu buscar. A gente é ser humano, é sujeito a erros”, disse Leomon. Ao final da partida, o brasileiro ainda era o artilheiro da competição, com 23 gols.
 
A disputa de bronze e de ouro ocorrem nesta sexta-feira (16.09): às 15h, o Brasil enfrenta Suécia, que perdeu a outra semifinal para a Lituânia por 7 x 2. Norte-americanos e lituanos fazem a final às 20h. “Hoje foi uma derrota, mas a motivação é a mesma. Amanhã vamos estar na mesma alegria de sempre para buscar esse bronze”, afirmou Leomon.
 
A partida
 
Vice-campeã em Londres 2012 e atual campeã mundial, a seleção brasileira começou a partida com Alex, Leomon e Romário.  Os Estados Unidos abriram o placar com Tyler Merren, ao cobrar a primeira penalidade, aos dois minutos do primeiro tempo. O mesmo jogador ampliou para 2 x 0 dois minutos depois, após nova falta de Leomon. Romário diminuiu e a Arena do Futuro enlouqueceu.
 
Estados Unidos brilharam na defesa e chegaram à final do goalball no Rio 2016. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)Estados Unidos brilharam na defesa e chegaram à final do goalball no Rio 2016. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)
 
Leomon cometeu mais um erro no arremesso, dando direito a mais uma penalidade, que Merren cobrou com sucesso:  3 x 1. O técnico Alessando Tosim tirou Leomon e colocou Josemarcio, o Parazinho. Alex chegou a colocar a bola na rede, mas não valeu, porque cometeu mais um erro de Long Ball. Desta vez foi Hamilton quem ampliou o placar: 4 x 1.
 
No segundo tempo, Leomon retornou no lugar de Alex. O Brasil tentava os gols, mas os norte-americanos estavam brilhantes na defesa.  “Trabalhamos pesado para aperfeiçoar o sistema defensivo, para estarmos nas melhores posições para bloquear a bola e cometer o mínimo de erros. Desenvolvemos e mudamos muitas coisas nos últimos 10 meses. Nossa defesa deve ter sido foi frustrante para o Brasil, aí eles erraram e cometeram os pênaltis”, revelou o norte-americano John Kusku.
 
Na metade da etapa final, Parazinho cometeu outro pênalti e Merren fez mais um. Era a tarde dos pênaltis: Romário errou e Merren fez o sexto gol dos EUA. O sétimo, também do camisa 2, veio em uma bobeira da defesa brasileira. O time anfitrião se entregou, cometeu mais um pênalti e o placar subiu para 8 x 1.
 
Faltando pouco mais de três minutos, foi a vez de Kusku cometer o pênalti, mas não era o dia o Brasil: Leomon cobrou e o norte-americano defendeu. Quando a bola passava pelos adversários, era a trave que salvava. Mais dois pênaltis, mais dois gols de Merren.
 
“Não esperávamos tantos pênaltis, não esperávamos essa diferença tão grande. O Brasil é um time incrível, mas chegamos para jogar o nosso jogo, queríamos acabar com eles, mesmo que fizessem um gol ou dois, iríamos continuar firmes. E foi o que fizemos. Nunca havia feito nove gols em um mesmo jogo em Paralimpíadas. O Brasil cometeu muitos pênaltis e me escolheram para os arremessos. Eu relaxei e tentei fazer minhas jogadas”, disse o jogador.
 
Despedida
 
Há 15 anos na seleção norte-americana, Tyler Merren está na terceira edição de Jogos, já tem um bronze de Atenas 2004 e sonha em se aposentar da seleção, nesta sexta, com o ouro. Agora é  hora de “ser pai”, ele disse, já que tem quatro filhos e quer se dedicar mais à família. Uma das lembranças que ele vai levar do Rio 2016 é, sem dúvida, a energia dos brasileiros nas arquibancadas.
 
“Nós amamos a torcida, amamos o quão empolgados eles são. Não estavam torcendo por nós hoje, mas em outros jogos o Brasil gostou de ver-nos jogando. Foi incrível. Esta é minha terceira edição de Jogos e está a melhor de longe”, afirmou.
 
Carol Delmazo, brasil2016,gov.br

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Rio 2016 e futuro: excelência e legado esportivo em discussão na Casa Brasil

Agência Brasil / EBCAgência Brasil / EBC
Dos temas distribuídos pelos eixos temáticos da Casa Brasil, um que pode parecer óbvio talvez se traduza em grande desafio. Discutir excelência esportiva e legado olímpico em plena realização dos Jogos Rio 2016 exigiu ampla programação e espaços atraentes dedicados ao esporte.
 
A Casa Brasil recebeu visitas de dezenas de atletas e ex-atletas, seja como representantes das esferas de governo, medalhistas ou ídolos do passado. O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, é praticante de Jiu-Jitsu e recebeu a faixa preta de uma lenda da modalidade, o pioneiro Robson Gracie.
 
Agência Brasil / EBCAgência Brasil / EBC
 
O estande do Banco do Brasil, que tem simuladores de vários esportes, ofereceu tardes de autógrafos com ex-integrantes do vôlei olímpico. O primeiro medalhista brasileiro da Rio 2016, Felipe Wu, com o bronze no Tiro Esportivo, também visitou a Casa e esbanjou carisma e simpatia.
 
Rafael Azeredo / Casa BrasilRafael Azeredo / Casa Brasil
 
Na Linha do Tempo 
O Brasil e os Jogos Olímpicos, um dos espaços cenográficos da Casa, os visitantes puderam conhecer a relação entre fatos marcantes da história brasileira e mundial e seu paralelo com cada edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, desde o primeiro, em Atenas, na Grécia, em 1896.
 
Outro espaço cenográfico foi inteiramente dedicado aos esportes eletrônicos. O Arena eSports Rio 2016 foi pensado para fortalecer a presença do Brasil e dos desportistas eletrônicos e promover o esporte eletrônico nacional. A Casa foi palco, ainda, das finais do Campeonato Brasileiro de três modalidades de eSports, que classificaram os vencedores para o Mundial de Jacarta, na Indonésia, em outubro.
 
Divulgação/Casa BrasilDivulgação/Casa Brasil
 
Um dos maiores sucessos de público foi o espaço Experimentando Diferenças, onde o visitante podia experimentar esportes paralímpicos como futebol com olhos vendados, bocha, atletismo, basquete em cadeira de rodas, tênis de mesa e games.
 
Divulgação/Casa BrasilDivulgação/Casa Brasil
 
A Casa Brasil sediou em seus armazéns mais de 30 eventos relacionados direta ou indiretamente ao esporte. Foi discutido o que fica para a cidade após os Jogos, como o legado em infraestrutura esportiva e a revitalização urbanística que devolveu o Rio de Janeiro para cariocas e turistas.
 
Políticas públicas, como o Bolsa Atleta, que patrocina 80% dos atletas olímpicos e 90% dos paralímpicos da delegação brasileira; Centros de Iniciação ao Esporte; a inclusão de pessoas com necessidades especiais não só no esporte mas como cidadãos ativos; os núcleos de promoção ao esporte e ao lazer em todas as idades. Tudo foi tema de encontros nos espaços da Casa Brasil.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Na estreia da canoagem em Paralimpíadas, Caio Ribeiro conquista o bronze

Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/ME
O Estádio da Lagoa Rodrigo de Freitas assistiu na manhã desta quinta-feira (15.09) às primeiras finais da história da canoagem velocidade nos Jogos Paralímpicos. Em dia de domínio da Grã-Bretanha, que subiu ao pódio em cinco das seis provas disputadas, o brasileiro Caio Ribeiro conquistou o bronze na KL3 masculina. O ouro ficou com o ucraniano, Serhii Yemelianov e a prata com o alemão Tom Kierey.
 
Mesmo com a medalha no peito, Caio demorou a esboçar um sorriso. O semblante sério do canoísta, no entanto, não resistiu à festa da torcida. "Eu vim aqui focado para um trabalho e não alcancei o objetivo que eu queria. Essa é minha tristeza, mas tenho que ficar feliz porque consegui subir ao pódio e fazer história. Estou mais feliz mesmo com a energia do Brasil, do povo que veio aqui dar esse apoio, isso realmente me deixou emocionado. Foi só o início, uma meta para eu trabalhar mais ainda para os próximos Jogos".
 
Caio, que nasceu no Brasil, mas passou muito tempo morando nos Estados Unidos, elogiou os Jogos Rio 2016. "O evento foi um espetáculo, a organização fez um trabalho fantástico. Fico muito feliz porque odeio como a gente é criticado. O Brasil é um país maravilhoso, para mim a gente é primeiro mundo. Aqui foi a nossa chance de mostrar para o planeta inteiro que o Brasil é capaz de estar igual e até melhor do que os outros países", avaliou.
 
Francisco Medeiros/MEFrancisco Medeiros/MEPrimo do tricampeão mundial de jiu-jitsu, Fernando Margarida, e sobrinho do primeiro brasileiro a representar a ginástica artística brasileira em Jogos Olímpicos, João Luiz Ribeiro, o brasileiro tem o esporte no sangue. Após a conquista, Caio aproveitou para mandar um recado para os familiares. "Medalhei. Fiz história, hein?", divertiu-se.
 
O atleta conta que chegou a conversar com o medalhista Isaquias Queiroz antes dos Jogos Olímpicos e lamenta não ter conseguido uma medalha da mesma cor da do colega. "Meu objetivo era pelo menos igualar a canoagem olímpica, mas foi um bronze. Estamos juntos", diz. Na opinião do carioca, a medalha pioneira conquistada em casa pode servir de inspiração para pessoas com deficiências semelhantes. "É um exemplo para o mundo inteiro, para as pessoas que têm mobilidade reduzida verem que tem mais um esporte inclusivo para poder se libertar. Queremos igualdade. Espero que isso seja um exemplo para o futuro", disse.
 
O outro brasileiro classificado para as finais, Luis Carlos Cardoso, da classe KL1, acabou a prova em quarto lugar. Campeão mundial em Milão 2015 na canoa, o piauiense lamentou ter ficado fora do pódio. "Foi por muito pouco. Estava com muito vento, mas isso não é desculpa. Tenho que parabenizar o pessoal que ganhou, é mérito deles. A gente tem que estar preparado para tudo. Infelizmente não veio, mas isso vai me dar mais motivação para treinar e continuar. Pretendo ainda fazer mais um ciclo, quem sabe esse pódio não vem em 2020", declarou.
 
Domínio britânico e a primeira medalha da história
Os britânicos mostraram por que são considerados uma potência da paracanoagem mundial. Nas provas femininas, domínio absoluto: ouro na KL1, com Jeanette Chippington, na KL2, com Emma Wiggs, e na KL3, com Anne Dickins. Entre os homens, bronze na KL1, com Ian Mardsen, e na KL3, com Nick Beighton.
 
"Como um time, estamos incrivelmente confiantes. Temos uma estrutura de primeira classe e uma equipe de nível mundial. Sabemos que estamos mais bem preparados e que vamos impor um desafio, realisticamente, em todas as disputas por medalha. É um lugar muito incomum de se estar. Deixamos todos orgulhosos em nosso treinamento e adotamos uma mentalidade de alto nível mundial e isso nos trouxe aonde estamos hoje", opinou Wiggs.
 
Primeira campeã da história da canoagem velocidade nos Jogos Paralímpicos, já que venceu a bateria inaugural do dia, Jeanette Chippington não conseguia esconder a alegria após a façanha. Ex-atleta de natação, Jeanette já havia conquistado diversas medalhas paralímpicas na modalidade quando decidiu dedicar-se à canoagem, em 2011. "Estou muito orgulhosa de mim mesma. Desde o começo eu tive muito sucesso na paracanoagem, mas havia muita pressão e acho que isso me afetou no mundial este ano, quando fiquei com a prata. Olhando para trás agora, acho que foi a melhor coisa que podia me acontecer. Cheguei a esta corrida e pensei: 'Isso é meu. Não vou esperar mais quatro anos'", comemorou.
 
Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Casa Brasil enaltece diversidade cultural com programação empolgante e abrangente

Flickr Ministério do TurismoFlickr Ministério do Turismo
Contemplando a diversidade cultural do país, a Casa Brasil ofereceu durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 uma série de atividades envolvendo as mais variadas manifestações artísticas, como música, dança, teatro e cinema. Os números são grandiosos: a Casa Brasil recebeu mais de 400 mil visitantes, muitos dos quais tiveram a oportunidade de aproveitar a programação gratuita, que contou com mais de 50 artistas e shows, 14 oficinas de samba (percussão e dança), 10 curta-metragens, além de exposições e degustação de comidas típicas. O projeto faz um recorte do que temos de melhor e mais bonito, provocando orgulho em todos que produziram e participaram das atividades.
 
Arte por toda parte
A exposição Patrimônio Imaterial Brasileiro – A celebração viva da cultura dos povos apresenta 38 bens declarados como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sendo cinco deles declarados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
 
Por meio de recursos audiovisuais e interatividade, em ambientes recriados e textos didáticos, o público conhece e vivencia os bens culturais brasileiros divididos em quatro categorias: saberes, lugares, celebrações e formas de expressão. Estão, entre outros, o mamulengo, a roda de capoeira e o samba do recôncavo baiano. A aposentada Iolanda Rodrigues Pinheiro foi assistir ao show da cantora Gottsha, dia 31 de agosto, e aproveitou para ver a mostra.
 
"Estou amando a programação da Casa Brasil. Tenho vindo a todos os shows. Aqui estou vendo cada pedacinho do país, somos muito ricos", disse a aposentada, que é maranhense e fez questão de dar a entrevista ao lado do bumba meu boi em exposição no espaço.
 
Ministério da CulturaMinistério da Cultura
 
Brasil Junino
As festas juninas, tão queridas pelos brasileiros, também marcaram presença na Casa Brasil. A mostra Brasil Junino apresenta as festividades por meio de fotografias e peças audiovisuais expostas em um conjunto cenográfico típico, uma réplica de uma vila do interior do nordeste.
 
Entre as principais festas juninas do país estão representações de Ceilândia/DF, Campina Grande/PB, Caruaru/PE, São Luís/MA e Aracaju/SE, além do São João da Bahia que é comemorado em todo o estado. O grupo Balé Flor do Cerrado, de Brasília, foi o responsável por dar vida ao espaço, com apresentações típicas de São João. "Não havia lugar melhor e com mais força para falar dessa tradição que a Casa Brasil", ressaltou a curadora da mostra, Edilane Oliveira.
 
Festival Interações
O Festival Interações promoveu o encontro de artistas de norte a sul do país no palco da Casa Brasil, fazendo o público vibrar em cada apresentação. Foram mais de 30 artistas e grupos apresentando espetáculos que dialogaram entre si. Com curadoria e direção artística de Afonso Oliveira, produção da Cactus e realização do Ministério da Cultura, o festival foi um dos eventos de maior sucesso realizados no espaço.
 
"O Festival Interações foi uma das mais importantes mostras da diversidade cultural brasileira. Teve uma repercussão nacional muito grande, com representantes de todas as regiões do Brasil. Os shows tiveram uma receptividade incrível, principalmente nos finais de semana, com todas as apresentações com senhas esgotadas e gente do lado de fora. O MinC e todos os realizadores, como Apex e Ministério do Turismo, estão de parabéns", elogiou Afonso Oliveira.
 
O curador ressaltou a importância de alguns shows realizado no palco da Casa Brasil. "Tivemos encontros históricos, como do Geraldo Azevedo, um grande nome da música brasileira, com o músico francês Nicolas Krassik. Os maracatus de Estrela de Ouro de Aliança, de Pernambuco, com o bonequeiro Chico Simões, de Brasília. O encontro de Augusto Martins e Marcel Powell (filho do lendário Baden Powell) cantando a grande obra de Zé Ketti. Ver esses artistas que nunca tinham se encontrado, fazendo ensaio e conversando no camarim, e depois juntos no palco, emocionou o público e todos nós que trabalhamos na produção do evento. Não foi apenas uma vitrine, mas um verdadeiro encontro da cultura viva do Brasil", ressaltou.
 
Geraldo Azevedo, que abriu o Festival Interações, elogiou o projeto. "Desde o início dos Jogos Olímpicos estava na expectativa de integrar a programação de shows da Casa Brasil. Admiro muito o projeto cultural criado para esse período", contou o músico.
 
Século do Samba
O projeto Século do Samba relembrou clássicos do samba, com apresentações musicais de importantes representantes do gênero. Os mestres da velha guarda, Monarco e Nei Lopes, abriram a série com o show Terreiro e carnaval. Na sequência, a dupla paulistana Os Prettos e o músico carioca João Martins mostram composições próprias, muitas inéditas.
 
No terceiro show da série, Samba de breque e outras bossas, Jards Macalé e Pedro Luís prestaram reverência ao mestre do samba-breque Moreira da Silva, o Kid Morengueira, com clássicos do estilo. Leci Brandão e Tantinho da Mangueira encerraram a última noite com o show Partido-alto, samba de fato, não faltando versos improvisados e homenagens à Mangueira, escola de coração da dupla. Luis Filipe de Lima, o criador do projeto, comemorou a repercussão do evento na Casa Brasil.
 
"Não tinha dia, nem hora, o auditório onde aconteceram os shows estava sempre lotado, com gente acompanhando do lado de fora. Conseguimos atingir uma faixa de público muito diversa e calorosa. Tinha o público passeando pela casa, e quem vinha assistir especificamente a algum show, ver a Leci Brandão, por exemplo. Muitas vezes a gente acabava as apresentações e as pessoas vinham nos cumprimentar, não apenas cariocas, mas brasileiros de outros Estados e estrangeiros. O saldo foi o mais positivo possível", disse o idealizador.
 
Pedro Luis também comentou sua participação no evento. "Fico muito feliz de fazer parte da programação numa área que a cidade ganhou. Espero que o carioca faça dela o melhor possível, com sabedoria e propriedade", frisou.
 
Oficinas de samba
Dentro do projeto Século do Samba, a Casa Brasil também ofereceu oficinas de percussão e dança (samba de raiz e escola de samba). Os artistas do grupo Filhos do Samba mostraram com se toca vários instrumentos, além de provar que todo mundo tem um pouquinho de samba no pé.
"As oficinas ficaram muito cheias, com muitas crianças e idosos, um público muito bacana. Distribuíamos 50 senhas por oficina (foram 14 no total) e sempre passava um pouco de 50 participantes. Teve gente até que nos procurando querendo que levássemos as oficinais para outros lugares ou pedindo aulas particulares. Entraram na nossa página no Facebook, curtiram, compartilharam, tivemos um retorno muito rápido", contou Claudio Brito, do grupo Filhos do Samba.
 
Eventos patrocinados pela Petrobras
 
Canal 100
Os amantes do futebol tiveram uma chance de reviver o passado com a exibição de 10 curta-metragens com cenas restauradas do Canal 100. O cinejornal marcou época ao registrar grandes momentos do esporte, principalmente do futebol. Os curtas exibidos na Casa Brasil incluem depoimentos de jogadores, com imagens registradas ainda em película 18 e 35 mm e que foram ao ar nas maiores salas de cinema do país.
 
Orquestra Petrobras Sinfônica 
Os músicos da orquestra Petrobras Sinfônica se apresentaram duas vezes na Casa Brasil, dias 16/08 e 15/09. No primeiro show, animaram o público com um repertório de rock orquestrado. Já na segunda apresentação, agora somente com o quinteto de sopros, voltaram para as raízes clássicas, com canções de Rossini, Edino Krieger, Julio Medaglia e Verdi. "Amamos a Casa Brasil! Depois que a gente acabou a primeira apresentação, já ficamos pensando em tocar lá de novo", disse Mateus Simões, diretor executivo da orquestra.
 
Escola de música Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense (AMC)
Os jovens da escola de música AMC fizeram uma apresentação no dia 15/08 e voltam ao palco da Casa Brasil na sexta (16), novamente com clássicos de mestres da música brasileira, como Pixinguinha, Nelson Cavaquinho, Jacob do Bandolim e Candeia. "Adoramos fazer a apresentação na Casa Brasil. Vai ser ótimo mostrar de novo o trabalho da garotada. Tendo oportunidade, os jovens são capazes de tudo", ressaltou Lena de Souza, diretora da escola.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Futuro do esporte paralímpico em discussão na Casa Brasil

Casa BrasilCasa Brasil
A Casa Brasil promoveu na tarde de quarta (14) o seminário Projeto Referências – Desafios para o esporte paralímpico, com a presença de especialistas, atletas e autoridades. Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e vice-presidente do Comitê Paralímpico Internacional, fez uma palestra sobre a gestão do esporte paralímpico e falou sobre a importância do evento.
 
"É a segunda vez que venho à Casa Brasil para eventos de naturezas diferentes. Acho que é uma grande oportunidade de reunir diversos organismos do governo federal para tratar de assuntos que dizem respeito ou à pessoa com deficiência ou ao atleta paralímpico. Hoje estamos falando mais de esporte. É importante pensar para onde vai o esporte paralímpico no Brasil, qual o caminho a seguir", disse o presidente do CPB.
 
Uma das pessoas citadas por Parsons foi Luiz Cláudio Pereira, quarto atleta brasileiro com mais medalhas nos Jogos Paralímpicos, que também participou do seminário. "Estou muito feliz de que haja um projeto como o Referências, porque a palavra-chave é essa. Se não tiver referência, você nunca saberá para onde está indo. Hoje, a gente que vê que é preciso ter trabalhos acadêmicos, pensadores para refletir sobre o assunto. O esporte paralímpico ousou achar que ficaria em quinto lugar, porém, o mais difícil é manter esse resultado. Conseguiremos manter com um seminário como esse, onde a gente discute e transforma", ressaltou o ex-atleta.
 
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Luiz Lima, secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, explicou que o Projeto Referências é fundamental para que se possa conhecer melhor o atleta paralímpico, regiões do Brasil, áreas de atuação e onde se deve focar mais para aprimorar o esporte. "Os dados complementam nossas ações. As ações precisam ser mapeadas, para trabalharmos com mais qualidade", frisou.
 
Já o coordenador do Projeto Referências, Alberto Reinaldo Reppold Filho, falou sobre a importância de pensar o esporte paralímpico no mundo globalizado. "Na minha palestra, eu abordo basicamente a formação de profissionais para o esporte paralímpico, que é um gargalo, porque até bem pouco tempo, não havia profissionais específicos para o esporte paralímpico. Hoje, já existe uma demanda muito grande", explica.
 
Outro tema tratado por Reppold Filho foi a transição de carreira. "Dar capacitação para os atletas para que eles possam continuar exercendo a cidadania é uma preocupação do Comitê Paralímpico Brasileiro", completou o coordenador.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom – Ministério do Esporte

Verônica Hipólito e revezamento 4 x 100m fazem o “dia das mulheres” no Engenhão

Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
Carro-chefe do país nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o atletismo brasileiro alcançou, no início da noite desta quarta-feira (14.09), sua 23ª medalha. A prata veio no revezamento 4 x 100m feminino, classe T11-13, para deficientes visuais. O time formado por Thalita Simplício, Alice Correia, Lorena Spoladore e Terezinha Guilhermina cruzou a linha de chegada com o tempo de 47s57. A China ficou com o ouro ao bater o recorde mundial fechando a prova em 47s18. A medalha de bronze foi para a Colômbia (51s93).
 
A equipe brasileira largou melhor e passou à frente logo no início da prova. A liderança durou até a terceira troca de bastão, quando as chinesas assumiram a ponta. “A gente sai com o sentimento de vitória. Nossos revezamentos, infelizmente, sempre tiveram problemas técnicos, mas desta vez a gente conseguiu. Não queimamos, conseguimos a medalha de prata e costumo dizer que é um passo de cada vez. Hoje a gente está na prata e amanhã, com muito treinamento, a gente vai estar com o ouro” analisa a brasileira Lorena Spoladore.
 
A prata do revezamento foi a primeira medalha de cada uma das quatro atletas nesta edição da Paralimpíada. Principal estrela do atletismo feminino, Terezinha Guilhermina já havia disputado as provas dos 100m e 200m rasos da categoria T11, mas foi desclassificada em ambas. Terezinha disse que o carinho oferecido pelo público nas provas anteriores lhe deu forças para buscar o pódio. “Na terça, eu já saí de cabeça erguida. Quando deixei a pista com a torcida inteira aplaudindo, já me senti suficientemente consolada e confortada para me reerguer e vir hoje em outra roupagem, mas com a mesma alegria e com a mesma motivação”.
 
Atleta mais experiente do time de atletismo brasileiro, Terezinha, que tem 38 anos, ressaltou a importância dos treinamentos e do trabalho em equipe para a conquista da medalha. “Eu sempre falei o seguinte: Essa é uma medalha que ninguém ganha sozinho. A gente tem que entrar como time. Para ser time tem que trabalhar junto, tem que treinar junto, tem que pensar junto. Nós todas estávamos nos dedicando, estávamos treinando na aclimatação durante dois períodos para fazer o treino individual e o de revezamento. Então, a prioridade era fazer o bastão correr”, conclui.
 
Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
 
O bronze de Verônica Hipólito
Durante as provas da manhã, a velocista Verônica Hipólito conquistou sua segunda medalha nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Com o tempo de 1min03s14, a atleta garantiu o bronze na prova dos 400m rasos, classe T38, para atletas com paralisia cerebral. Antes, na sexta-feira (9), Verônica já havia ficado com a prata nos 100m rasos da mesma classe. 
 
Aos 12 anos, Verônica foi diagnosticada com um tumor no cérebro. No início de 2013, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que afetou os movimentos do lado direito do corpo. Mais tarde, a atleta descobriu que tinha uma síndrome rara, chamada Polipose Adenomatosa Familiar e precisou retirar 90% do intestino grosso. No ano passado, voltou a ter um tumor no cérebro. Mesmo com todas as dificuldades, não desistiu.
 
“Quem falar para você que é impossível, não é. Falar o que pode e o que não pode, todo mundo fala, mas é você quem vai fazer, você que decide sua vida. Tinha gente que falava que eu não ia nem voltar a andar depois do AVC e estou correndo hoje e ganhando medalhas. Quero melhorar cada vez mais. Se tiver que operar de novo, eu vou operar. O problema não é a gripe, o AVC, o tumor, a lesão... Não é a isso que você tem que se apegar. Você tem que focar no tratamento, na cirurgia, no depois. Não deixem a dor ser maior que a solução. A solução é sempre maior e é isso que me faz estar aqui hoje”, ensina Verônica.
 
Realizada e feliz com o próprio desempenho, a paulistana disse que não imaginava participar dos Jogos Paralímpicos. “Eu não esperava nem vir. No dia 20 de agosto do ano passado, eu estava passando por cirurgia. No dia 1º de setembro (de 2015) eu devia estar chorando de dor. Agora, estou aqui comemorando”, conta.
 
As medalhas, segundo Verônica, são fruto de um trabalho em equipe. “Eu tenho de dividir essa medalha com várias pessoas. Elas estão ali fora e vou fazer questão de tirar foto com elas. Este bronze é meu ouro”, comemora a atleta, citando médicos, preparadores físicos e amigos.
 
Com a já conhecida irreverência, Verônica brinca e diz que não teve tempo para se preocupar com o tumor que tem no cérebro. “Eu tinha até esquecido, na verdade. Meu médico me mandou estes dias uma mensagem e eu pensei: ‘É mesmo, eu estou com um tumor na cabeça!”.
 
Verônica, que continuará com o tratamento para eliminar de vez o tumor, afirma que seu foco continua no esporte, mas que pretende voltar a estudar. A atleta cursa economia na Universidade Federal do ABC e conta que os alunos da faculdade fizeram uma mobilização para assisti-la competindo. “Houve até uma repercussão na minha faculdade que eu não esperava. Colocaram uma televisão para me assistirem, mas isso não foi o mais legal. O mais legal de tudo é que colocaram áudio-descrição, libras, espaço para cadeirante, aumentaram o número de rampas. Então, para mim, a Paralimpíada não ficou só na Paralimpíada. Minha faculdade já era muito acessível e agora vai ficar mais ainda”, ressalta.
 
Outros brasileiros
Além das mulheres medalhistas do dia no atletismo, outros brasileiros disputaram eliminatórias e finais. Aline Rocha competiu nos 5.000m classe T54 e, com a nona posição, não se classificou. Já Maria de Fátima Fonseca disputou a mesma prova e avançou à semifinal. Izabela Campos, do arremesso de peso F12, ficou na 11ª colocação na disputa final da modalidade.
 
Felipe Gomes e Daniel Silva conseguiram a classificação para a final dos 200m rasos T11. Felipe passou em segundo lugar, com o tempo de 22s50, e Daniel, em terceiro, com 23s01. Nos 100m masculino T12, Diogo Ualisson queimou a largada e foi eliminado. Na parte da tarde, João Victor não conseguiu pódio na final do arremesso de peso F37 e ficou na quinta colocação. Cotada como uma das favoritas para a decisão dos 400m T47, Teresinha de Jesus sentiu uma contratura muscular na panturrilha direita e não correu.
 
Com as 23 medalhas conquistadas no Rio de Janeiro, o atletismo brasileiro já tem a melhor campanha da história da modalidade em uma edição de Paralimpíada. Ao todo, são sete ouros, 10 pratas e seis bronzes.
 
Valéria Barbarotto e João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Noite de prata e de emoções inéditas na natação

Marcelo Sá/MPIX/CPBMarcelo Sá/MPIX/CPB
A noite de quarta-feira (14.9) não foi dourada para a natação brasileira. Mas nem por isso Carlos Farrenberg, Daniel Dias, André Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues voltaram tristes para a Vila dos Atletas. Pelo contrário.
 
A medalha de prata conquistada por Carlos Farrenberg nos 50m livre masculino da classe S13 e a prata que Daniel Dias, André Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues faturaram no revezamento 4 x 100m livre masculino 34 pontos marcaram um momento inédito na carreira de todos os cinco nadadores.
 
Carlos nunca tinha subido ao pódio dos Jogos Paralímpicos, assim como Ruiter Silva, estreante no megaevento. E se Daniel Dias, André Brasil e Phelipe Rodrigues são veteranos e premiados em Mundiais e Paralimpíadas, mesmo eles jamais tinham conquistado uma medalha nesta prova nos Jogos.
 
Aos 37 anos, Carlos Farrenberg, que perdeu parte da visão por causa de uma toxoplasmose congênita, disputa, no Rio, sua terceira edição dos Jogos Paralímpicos. E depois de passar por Pequim em 2008 e por Londres 2012, ele viveu, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, no Parque Olímpico da Barra, o maior momento de sua carreira.
 
“A prata foi importantíssima. É minha terceira Paralimpíada, eu tive duas participações sem medalha, e a minha melhor tinha sido um quarto lugar em Pequim nessa prova”, lembrou. Para ele, a chave para o pódio foi a forte preparação que fez para competir em casa, tanto dentro quanto fora da piscina.
 
“Eu acho que nunca me preparei tanto, nunca cheguei tão bem para uma Paralimpíada e a prova foi dura, como eu e o meu técnico e a comissão já esperávamos. Mas falei para ele: ‘a prova vai ser dura para eles também, porque comigo não vai ter moleza’. Eu disse que iria chegar forte e principalmente terminar a prova mais forte do que de manhã (nas eliminatórias), porque a gente analisou e viu que o final da prova ficou um pouco a desejar. Então eu foquei nisso. Sabia o que tinha de fazer, mas sabia que precisava chegar melhor e para mim foi fantástico. É uma medalha que sonhei por muito tempo e só tenho a comemorar e agradecer”, celebrou o nadador, que contou como foi nadar com a torcida a seu lado e não deixar todo esse clima o atrapalhar durante a prova.
 
“A sensação é demais. Eu me preparei bastante para isso, para competir com a torcida. Consegui ficar focado. Na hora que você entra, com a galera gritando, é muito mais fácil você entrar na onda e a adrenalina tomar conta e você perder o foco. Por mais que você se prepare, você nunca vai estar pronto para um negócio desses, para uma energia que é positiva, mas que se você não souber controlar pode te atrapalhar. E eu acho que eu soube trabalhar isso também e foi fantástico. Embora durante a prova eu não conseguisse ouvir nada, eu sabia que estava todo mundo ali e que eu precisava ser o mais rápido possível”, detalhou Carlos, que ainda nadará os 100m livre, na sexta-feira (16.9) em busca de mais um pódio.
 
Marcelo Sá/MPIX/CPBMarcelo Sá/MPIX/CPBGolaço
Nadador mais premiado do Brasil no paradesporto, Daniel Dias abriu o revezamento e depois viu seus companheiros de time fazerem uma bela prova de recuperação.
 
“Foi espetacular. A gente curtiu demais estar no pódio. Para mim é um grande privilégio estar nadando do lado desses caras. A gente deu o nosso máximo. Batemos na trave em Pequim, batemos na trave em Londres e agora acredito que a gente fez um golaço conquistando essa medalha”, afirmou Dias.
 
“É uma sensação maravilhosa porque a gente tinha uma torcida que acabou ajudando muito e nos carregou. A gente sabia que seria uma prova dura, que a gente tinha chances reais de brigar pelo ouro e assim aconteceu. E poder nadar ao lado de três campeões, três medalhistas, dois recordistas mundiais é um privilégio muito grande", disse Ruiter, de 24 anos. "Estávamos mais do que prontos, tanto que o resultado está aí”, declarou.
 
Pernambucano de Recife, Phelipe Rodrigues foi outro que viveu uma experiência inédita. Dono de três pratas nos Jogos de Pequim e Londres, ele fechou o revezamento e foi levado ao limite de suas forças. Tanto que passou mal ao sair da piscina, teve de ser sustentado pelos companheiros e atendido no posto médico, onde chegou até a vomitar. Medicado, ele se recuperou rápido do desgaste causado pela exaustão e, depois, ao receber a medalha, era um dos mais orgulhosos.
 
“Revezamento a gente dá a vida. Saí dali mal para caramba, mas com aquele sentimento de que fiz o que tinha de fazer”, contou Phelipe, que disse que jamais se sentiu assim após uma competição, apenas em treinos. Ele confessou ainda que sentiu o peso de fechar o revezamento e ter a responsabilidade de, ao cair na água na quarta posição, reverter a desvantagem e levar o país ao pódio.
 
“Eu senti um pouco de pressão. Mas se eu senti um pouco essa pressão, imagina o que o Ruiter sentiria (se ele fechasse a prova). Na mesma hora, quando o André veio para me dar umas palavras de incentivo, aquela pressão foi embora e voltei para a concentração e fiz o que tinha de fazer”, encerrou Phelipe.
 
Além dos medalhistas, cinco nadadores do país disputaram finais nesta quarta-feira, mas não chegaram ao pódio.
 
Confira como foi o desempenho de todos os brasileiros que nadaram nesta noite nas Paralimpíadas:
 
» 100m peito feminino SB14 – Beatriz Carneiro – 5º
» 100m costas masculino S12 – Thomas Matera – 7º
» 100m costas feminino S12 – Raquel Viel – 4º
» 50m peito feminino SB3 – Patrícia Pereira dos Santos – 5º
» 50m peito feminino SB3 – Rildene Firmino – 7º
» 50m livre masculino S13 – Carlos Farrenberg – Prata
» Revezamento 4x100m livre masculino 34 pontos – Prata
   (com Daniel Dias, André Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues)
 
Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Brasil classifica três equipes para a disputa das semifinais

ITTF/DivulgaçãoITTF/Divulgação
A bandeira do Brasil pode ser hasteada ainda mais três vezes no tênis de mesa nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Welder Knaf e David Freitas venceram a Coreia do Sul (Kiwon Nam, Youngill Jeyoung e Jeong Seok Kim) por 2 a 0 para assegurar uma vaga nacional na semifinal da classe 3. Em seguida, outras duas equipes ainda repetiriam o desempenho para o país. Na classe 1-2, Iranildo Espíndola, Guilherme Costa e Aloisio Lima bateram os britânicos Rob Davies e Paul Davies nas quartas de final, também por 2 jogos a 0, enquanto a equipe feminina classe 6-10, que conta com Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos, derrotou a Alemanha de Lena Kramm, Juliane Wolf e Steffi Grebe, novamente por 2 a 0.
 
Welder e David fizeram uma partida equilibrada contra Youngill Jeyoung e Jeong Seok Kim, com vitória brasileira por 3 sets a 2 (11/5; 7/11; 11/9; 8/11 e 11/7). Na disputa individual, Welder Knaf foi à mesa e, com autoridade, bateu Youngill Jeyoung por 3 sets a 0 (11/9; 12/10 e 11/7). Agora, para chegarem à decisão, os brasileiros terão de passar pela Alemanha nesta quinta-feira, às 19h30.
 
"Agora, é focar no próximo jogo. Sabemos da qualidade que a Alemanha tem, mas sabemos do nosso potencial, principalmente jogando em casa e com o apoio da torcida. Vamos para cima. Estamos fazendo de tudo para conseguir os resultados e vencemos um time que tem tradição no tênis de mesa. Foi um resultado bastante expressivo", avalia David Freitas.
 
Já a equipe classe 1-2 teve de vencer outro obstáculo além dos rivais. Logo ao entrar na área de jogo, um pin furou o pneu da cadeira de rodas de Guilherme Costa, que jogou o primeiro set todo com ele avariado. Mesmo após a mudança, entre o primeiro e o segundo set, o brasileiro ainda enfrentou problemas, mas, ao lado de Iranildo, conseguiu vencer por 3 sets a 0 (11/9; 11/5 e 11/8). 
 
"Consegui fazer um bom jogo. Entrando na mesa, meu pneu furou. Corremos para arrumar e, depois que arrumamos, ficou um pouco cheio demais... Tive de jogar dupla desse jeito. Isso tirou um pouco meu foco, mas soube administrar. Agora, é outra caminhada. Vamos pegar a França, que é uma equipe muito forte, mas vamos acreditar e manter essa união, que está fazendo a diferença", comenta.
 
Guilherme voltou à mesa para o individual, onde encarou Rob Davies, medalhista de ouro na Classe 1. Com o apoio da torcida, fechou em 3 sets a 1 (11/9; 7/11; 15/13 e 11/2), garantindo a vaga na briga por medalha. Experiente, Iranildo ressaltou, porém, que não há muito tempo para celebração. "Estar em uma semifinal do tênis de mesa nos Jogos Paralímpicos não é algo tão simples. Sabemos o nível em que a competição se encontra e está muito alto. Agora, é pensar exclusivamente na França para tentar chegar à final", afirma. Os atletas voltam à mesa nesta sexta-feira, às 14h.
 
As meninas da classe 6-10 passaram à semifinal sem grandes dificuldades. Bruna Alexandre, bronze na classe 10, e Danielle Rauen, quarto lugar na classe 9, encararam a dupla Juliane Wolf e Steffi Grebe, conquistando o triunfo por 3 sets a 0 (11/4; 11/5 e 11/6). Depois, Bruna Alexandre enfrentou Juliane Wolf e deixou o time ainda mais perto da conquista de uma medalha, ao vencer por 3 sets a 0 (11/5; 11/6 e 11/9).
 
Na semifinal, parada dura. A equipe brasileira vai encarar a Polônia de Karolina Pek e Natalia Partyka, que, na fase de grupos, enfrentaram Danielle Rauen e Bruna Alexandre, respectivamente, e venceram. "Nós conseguimos uma grande vitória, mas agora é outro jogo. Totalmente diferente. Elas tem a Partyka e a Pek, que são grandes atletas. As duas são canhotas e será um jogo complicado, mas eu e Danielle temos totais condições de fazer um jogo de igual para igual com elas", garante Bruninha. O desafio será nesta sexta, às 17h30.
 
 
Outros resultados
Diego Moreira e Carlos Carbinatti, que formam a equipe da classe 9-10 masculina, tiveram uma grande apresentação contra a França (Mateo Boheas e Cedrik Cabestany), fazendo a torcida levantar. Porém, acabaram perdendo por 2 a 0. Nas duplas, vitória francesa por 3 a 0 (11/9; 11/5 e 11/7). Já no individual, Carbinatti por pouco não levou o jogo para o quinto set - ele foi derrotado por 3 sets a 1 (11/7; 7/11; 11/7 e 12/10).
 
"Fizemos tudo dentro do possível e acredito que conseguimos fazer o nosso melhor. Nós, até Londres, tínhamos uma diferença de nível com os grandes jogadores e, no Rio, conseguimos igualar, ao menos em volumes de sets. Ficamos de igual para igual dentro do set para fechar. O balanço é bem positivo e, agora, queremos evoluir ainda mais", aponta Carbinatti.
 
Na classe 4-5, Thais Severo, Joyce Oliveira e Catia Silva lutaram bastante, mas foram derrotadas por Ok Kim, Young-A Jung e Oejeong Kang, representantes da Coreia do Sul, por 2 a 0. Thais e Joyce formaram a dupla brasileira contra Young-A Jung e Oejeong Kang, tendo perdido por 3 sets a 0 (11/5; 11/9 e 11/9). Joyce ainda voltou à mesa para encarar Jung e, apesar de ter feito um bom jogo, teve de lidar com as fortes dores nas costas e viu a adversária conseguir um triunfo por 3 sets a 0 (11/5; 11/9 e 12/10).
 
"Sabíamos que seria um jogo difícil, até pelas adversárias serem classe 5, mas dei o meu melhor. Estou com muita dor, então, se estivesse 100%, acho que conseguiria ter dado tudo de mim, mas saio satisfeita e acho que o objetivo foi alcançado. Fizemos bons jogos, mas acontece. É colocar a cabeça no lugar e pensar daqui para a frente", salienta Joyce.
 
Fonte: CBTM e brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Impecável na defesa e mortal nos contra-ataques, Irã goleia o Brasil na semifinal do futebol de 7

Marcelo Régua/Brasil2016.gov.brMarcelo Régua/Brasil2016.gov.br
Valendo uma vaga na final do futebol de 7 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil arriscou 35 chutes contra o gol do Irã, que disparou apenas 12. Posse de bola? Os brasileiros controlaram as ações em 65% do tempo, contra 35% dos iranianos. Com esses números na cabeça fica até difícil entender como o Irã se classificou para a final da modalidade com uma sonora goleada de 5 x 0 nesta quarta-feira (14.09), no Estádio de Deodoro. Mas duas palavras ajudam a explicar: defesa e contra-ataque.
 
Ninguém pode dizer que o Brasil não tentou, ou mesmo que jogou mal. Desde que a bola rolou em Deodoro, os brasileiros partiram para cima com tudo em busca do gol. Chutaram de longe, chegaram pelos lados do campo, tentaram cruzamentos pelo alto e rasteiros, mas a bola simplesmente não entrou. Mérito da defesa iraniana, com uma leve ajuda do ataque brasileiro, que teve duas chances claras de abrir o placar no começo. Um chute foi muito alto, e o outro, com o goleiro iraniano já batido, foi afastado por um zagueiro salvador.
 
Depois de mostrar toda sua eficiência defensiva, os iranianos foram mortais nos raros momentos em que tiveram a bola nos pés. Com muita velocidade e precisão, a equipe matou o jogo em contra-ataques mortais. Abriu 2 x 0 no primeiro tempo e desestabilizaram a seleção da casa, que cada vez mais foi se abrindo e dando espaços para os contragolpes iranianos.
“No início fomos bem, tivemos chance, mas futebol tem dessas coisas. Nem sempre o melhor vence”, lamentou Wanderson, camisa 10 da seleção. “Jogamos em cima deles o tempo todo, mas quem fez os gols foram eles”, acrescentou.
 
O camisa 7 Igor foi um dos que perdeu uma das melhores chances de gol do Brasil quando o jogo ainda estava 0 x 0. Para ele, aqueles lances foram decisivos para o desenrolar do confronto. “Se tivéssemos aproveitado as chances que tivemos, íamos desestabilizar o time deles. Infelizmente pressionamos muito, esquecemos um pouco a área defensiva e tomamos os gols no contra-ataque”, afirmou o jogador.
 
Marcelo Régua/Brasil2016.gov.brMarcelo Régua/Brasil2016.gov.br
 
Cabeça erguida pelo bronze
Frustrados e visivelmente tristes pela derrota para o Irã, os brasileiros ressaltaram que o campeonato não acabou e uma medalha paralímpica ainda está em jogo. Com o resultado, o Brasil enfrenta a Holanda - que perdeu a outra semi para a Ucrânia, por 4 x 0 - na sexta-feira (16.09), às 14h. Quem vencer o confronto fica com a medalha de bronze.
 
A dura tarefa de reerguer a equipe até lá é do técnico Paulo Cabral e de sua comissão técnica. “Não vai ser fácil. Não foi uma partida normal. Tomar essa quantidade de gols abala. Mas nossa função é recuperar a equipe e tentar buscar o bronze. Seria a melhor recuperação. Subir ao pódio já é um grande prêmio”, discursou o comandante.
 
Mesmo abatidos pela derrota, os jogadores do Brasil seguiram o discurso de Cabral. Para eles, encerrar os Jogos Rio 2016 com a medalha de bronze é o mais importante, mesmo que o planejamento inicial fosse de disputar o ouro na final.
 
“Agora é ter tranquilidade, paciência, porque tem uma medalha em jogo. Independentemente da cor, trata-se de uma medalha paralímpica”, valorizou Wanderson. “É uma forma de levantar a moral e esquecer. Não adianta ficar remoendo esse jogo. É bola para frente e vamos buscar essa medalha. Temos que correr atrás disso, nos doarmos ao máximo para que o Brasil veja a gente de outra forma, não com esses 5 x 0 que levamos hoje”, disse o goleiro Marcão, que disputa sua sexta Paralimpíada. “É a última. Uma coisa que vai marcar. Quero sair daqui com essa medalha.”
 
O futebol de 7 é um dos esportes que sairá do programa paralímpico para os Jogos de Tóquio 2020. A modalidade, ao lado da vela, não será disputada na edição japonesa do evento, daqui a quatro anos. A decisão foi tomada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), que incluiu o taekwondo e o badminton no programa para 2020.
 
Vagner Vargas - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Com o bronze de Lauro Chaman no ciclismo, Brasil alcança medalhas em sete esportes diferentes

André Motta/ brasil2016.gov.brAndré Motta/ brasil2016.gov.br
"Essa medalha não é só minha. Ela é de todo o ciclismo brasileiro". Assim comemorou Lauro Cesar Chaman, paulista de Araraquara, que, aos 29 anos, tornou-se o primeiro atleta do Brasil a conquistar um pódio no ciclismo paralímpico. Ele ficou com o bronze na prova contrarrelógio da classe C5 dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, disputada na tarde desta quarta-feira (14.09), no Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Foi a sétima modalidade diferente com brasileiros no pódio no Rio de Janeiro - número já igual ao de Londres-2012, mesmo com várias modalidades coletivas por terminar. No Rio, o Brasil também medalhou em atletismo, natação, bocha, judô, halterofilismo e tênis de mesa. 
 
Lauro percorreu os 30km da prova em 37min33s36. O ouro foi para o ucraniano Yehor Dementyev, com 36min53s23, e a prata para o australiano Alistar Donohoe, com 40s13 a mais. O brasileiro Soelito Gohr chegou em nono - no dia que completou 43 anos de idade. "Foi um ótimo tempo. Se eu fizer essa prova 20 vezes de novo, não sei se vou conseguir repetir", disse o atleta, que explicou que pode percorrer até 1.000km em uma semana mais pesada de treinamento.
 
Os dois brasileiros explicaram que o esforço em uma prova contra o relógio deve ser bem dosado, pois não há um pelotão para te puxar para frente ou para fornecer um parâmetro. "Temos que ter muito foco. Controlo o esforço pelo batimento cardíaco, não pela velocidade. Se eu gastar energia demais no início, falta no final", exemplifica o medalhista. "E se gastar energia de menos, a gente chega com a sensação de que poderia ter feito um tempo menor", complementa o veterano Soelito, que esteve presente em Pequim-2008 e em Londres-2012.
 
"O apoio de todos aqui e de longe importaram demais. A comissão técnica e o Soelito, aniversariante hoje, fizeram o melhor e conseguimos chegar aqui. Foi com treino e apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo, do Comitê Paralímpico Brasileiro e do Ministério do Esporte que eu posso comemorar agora", afirmou Lauro. "Mas minha mãe e minha avó devem ter rezado muito também. Elas devem ter acabado com as velas da cidade", brincou.
 
Tanto Lauro quanto Soelito voltam ao circuito do Pontal no sábado (17.09) para a corrida do ciclismo de estrada, classe C4-5. A prova está marcada para às 9h30.
 
Nas classes C1 a C5, competem atletas com deficiência que afete pernas, braços e/ou tronco, mas que usam uma bicicleta de estrada. Quanto menor o número, maior a dificuldade para pedalar Além das bicicletas convencionais, o ciclismo de estrada paralímpico também tem provas para tandems (bicicletas de duas pessoas), handbikes (bicicletas de mão) e até triciclos.
 
 
Classe H
Pela manhã, a única representante do Brasil foi Jady Malavazzi. Ela terminou a prova contrarrelógio das Classes H1-2-3 (atletas com deficiência que afete suas pernas, que competem usando uma handbike) em sexto. "Fiz uma prova sensacional. Consegui manter a estratégia definida. O vento estava forte contra. Nessa hora, temos que manter uma potência alta. Tenho que brigar comigo mesmo para não pensar no vento e manter uma força mais alta", contou Jady, que começou a praticar o ciclismo de estrada com bicicletas de mão em 2010, três anos após o acidente automobilístico que a deixou paraplégica.
 
"Há dois anos, pude parar com outras atividades para me dedicar totalmente ao esporte graças à Bolsa Atleta. Intensifiquei meu treinamento neste último ano. Passei um mês treinando nos Estados Unidos com uma atleta H4, justamente para tentar um resultado melhor aqui no Rio", contou.
 
Mesmo após uma prova desgastante como a desta quarta, a brasileira mal terá tempo para descansar. Nesta quinta-feira (15.09), ela já compete de novo, desta vez na corrida de estrada. "Serão 45km, em uma prova bem mais forte, com atletas das classes H3, que é a minha, e H4", explicou Jady. "Meu objetivo é me manter junto do pelotão. Vamos ver no que vai dar", concluiu.
 
Classe B
A brasileira Marcia Fanhani ficou em 16o no contrarrelógio da Classe B nos Jogos Paralímpicos. Ela e a piloto Mariane Ferreira ficaram com o tempo de 48min00s36. Na Classe B, para ciclistas com atletas com deficiência visual, a dupla pedala em uma bicicleta tandem.
 
Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte

Ministro reforça compromisso com investimentos no esporte paralímpico

Douglas Amador traz até no nome a marca de um tempo de pioneiros. Integrou uma geração para a qual expressões como estrutura, acompanhamento multidisciplinar e viver exclusivamente do esporte paralímpico não fazia parte do vocabulário. Viu colegas em competições de dardo arremessando com bambus. Ainda assim, nos Jogos de Atlanta, em 1996, foi lá e voltou com três pódios nas provas para atletas com paralisia cerebral. Uma prata nos 200m e dois bronzes, um nos 100m e outro no salto em distância.

Na tarde desta terça, Douglas visitou a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Posou para fotos em frente a um banner com uma foto de seu voo para o bronze. A imagem é uma das que integra a exposição Gigantes Paralímpicos, que se propõe a contar um pouco da história de como o setor, no Brasil e no mundo, se organizou e se desenvolveu.

"Um evento assim é importante porque mostra que tudo o que estamos vendo hoje aqui no Brasil teve um início. E foi importante esse trabalho pioneiro que fizemos para chegarmos a essa estrutura de hoje, bem mais profissional", avaliou Douglas.

Douglas diante da própria imagem nos Jogos de Atlanta: pioneirismo em tempos de amadorismo. Foto: Francisco Medeiros/MEDouglas diante da própria imagem nos Jogos de Atlanta: pioneirismo em tempos de amadorismo. Foto: Francisco Medeiros/ME

"Temos aqui uma belíssima exposição contando a história do movimento paralímpico e a história de personagens que muitos não conhecem, mas são verdadeiros heróis brasileiros", completou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, um dos visitantes da mostra. Diante de atletas do passado e do presente, como Douglas e Fábio Bordignon (velocista dono de duas pratas no Rio), além de representantes de entidades ligadas ao esporte paralímpico e parlamentares, o ministro garantiu que os investimentos federais terão sequência nos próximos ciclos.

"O Governo Federal tem sido o principal parceiro do esporte paralímpico no Brasil. E podem ter certeza de que vamos ampliar as parcerias que temos para dar ainda mais oportunidades a mais brasileiros e brasileiras de conhecerem as modalidades e terem essa possibilidade de mostrar talento, determinação e servir de exemplo", afirmou o Picciani.

Para ele, o resultado expressivo da delegação nacional, a adoção do evento pelo público e a visibilidade dos Jogos nos meios de comunicação constróem um cenário promissor. "Essa oportunidade de competir em casa e ser assistido por todos os brasileiros dará ainda mais conhecimento do que é feito. O sucesso dos Jogos Paralímpicos se deve à capacidade dos atletas brasileiros de se superar e vencer desafios", disse.

Desafios que Douglas tem tentado aproveitar ao máximo para ver de pertinho. "Estou indo quase todos os dias. Rodando tudo. Só não consegui ainda ver o futebol, mas vou hoje à noite", afirmou o ex-atleta, que também tem no currículo um bronze no futebol de sete, conquistado nos Jogos de Sydney, em 2000. "O nosso desempenho está muito bom, dentro da meta traçada de ficarmos entre os cinco melhores. A saída da Rússia nos ajudou e dizem que a Austrália está numa entressafra. Mas nós fizemos nossa parte. Não temos entressafra porque nos preparamos, temos renovação o tempo todo", avaliou Douglas.

Ministro Leonardo Picciani reforçou que a intenção federal é manter investimentos no desporto paralímpico durante visita à exposição na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foto: Francisco Medeiros/MEMinistro Leonardo Picciani reforçou que a intenção federal é manter investimentos no desporto paralímpico durante visita à exposição na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foto: Francisco Medeiros/ME

Primeira grandeza

Além da face esportiva apontada por Doulgas, o ministro Leonardo Picciani avalia que os Jogos têm uma consequência no plano da gestão de políticas públicas, com uma mudança de postura do país diante da dimensão estratégica das agendas do esporte. "O que importa para nós, que vivemos o esporte diariamente, é que, depois desses Jogos, ninguém mais enxerga o esporte como política pública de segunda importância. Ao contrário. Todos passaram a enxergar o esporte como política pública de primeira grandeza, seja na transformação das pessoas ou no incentivo ao desenvolvimento econômico".

Casas de hospitalidade

Antes da visita à exposição, o titular do Esporte participou de um evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro para reconhecer as casas de hospitalidade que realizaram ações e atividades ao longo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. As categorias levadas em conta na premiação foram inovação, promoção cultural, legado, confraternização e promoção de negócios.

As casas de hospitalidade que receberam os prêmios foram: a Casa Catar, na categoria promoção cultural. A Casa Ernst & Young, na categoria promoção de negócios. A Casa da Federação Internacional de Vôlei, na categoria Legado. A Casa Hungria, na categoria Inovação. E a Casa Suíça, na categoria Confraternização. A Casa NBA recebeu menção honrosa como "Favorita do Público".

Durante o evento, o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, recebeu o troféu Visconde de Mauá, como personalidade do Esporte. O ministro Picciani recebeu uma medalha comemorativa do evento.

Serviço:

A exposição tem acesso gratuito e fica disponível até 22 de setembro: de segunda a sábado, das 10h às 17h, e domingos e feriados, das 12h às 17h.

Ascom – Ministério do Esporte

 

Programa prevê investimentos de R$ 840 milhões em 223 municípios

Os modelos de gestão do Programa Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), do Ministério do Esporte, foram tema de um seminário apresentado nesta quarta-feira (14.09), na Casa Brasil. A apresentação voltada a um público formado por representantes de prefeituras municipais serviu para explicar o funcionamento do programa, tirar dúvidas sobre o tema e também para troca de experiências entre os participantes.

Representantes do MInistério do Esporte falaram sobre os CIEs. (Foto: Rafael Azeredo/Casa Brasil)Representantes do MInistério do Esporte falaram sobre os CIEs. (Foto: Rafael Azeredo/Casa Brasil)

Os Centros de Iniciação ao Esporte fazem parte da Rede Nacional de Treinamento e são destinados a identificar talentos, formar atletas e incentivar a prática esportiva em territórios de vulnerabilidade social, com instalações esportivas que seguem requisitos oficiais. Serão construídos 233 centros (há obras em andamento em 38 deles) em 223 municípios em todo o país e o investimento será de R$ 840 milhões. O primeiro CIE foi inaugurado em de junho, no município de Franco da Rocha (SP).

O projeto integra em um único espaço físico atividades e a prática de esportes voltados ao esporte de alto rendimento, estimulando a formação de atletas entre crianças e adolescentes. Silvana Rigolin Ferreira, coordenadora de projetos da Secretaria de Esporte e Lazer de Campinas, aproveitou o encontro para se aprofundar no tema. "Nosso município tem grande interesse em implantar o CIE, mas é um grande desafio. Com as apresentações de hoje encontramos caminhos para fazer avançar o projeto da nossa cidade", disse.

"Não basta apenas construir o centro de treinamento, é preciso também uma gestão planejada e eficiente para garantir a manutenção do espaço. Além disso, é importante assegurar a participação da comunidade, pois quando a população local abraça o projeto a chance de sucesso é muito maior", explicou Débora Caldeira, engenheira do Ministério do Esporte e palestrante do evento.

Equipe Casa Brasil

Ascom- Ministério do Esporte

Com filha na arquibancada, Mônica Santos estreia nos Jogos Paralímpicos na esgrima

A primeira experiência paralímpica de Mônica Santos terminou com cinco combates e cinco derrotas na categoria A do florete, na esgrima em cadeira de rodas. Mas a ausência de triunfos nesta quarta-feira (14.09), na Arena Carioca 2, foi mero detalhe no dia especial vivido pela atleta no Parque Olímpico da Barra. A maior vitória de Mônica estava na arquibancada, assistindo cada movimento seu.
 
Mônica Santos ficou paraplégica ao optar por prosseguir com a gravidez da filha Paolla, hoje com 13 anos.(Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)Mônica Santos ficou paraplégica ao optar por prosseguir com a gravidez da filha Paolla, hoje com 13 anos.(Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
 
Mônica perdeu o movimento das pernas em 2002 por conta de um angioma medular. Quando descobriu a doença, aos 18 anos, estava grávida pela primeira vez e ouviu dos médicos que o mais aconselhável seria interromper a gestação. Ciente do risco de que poderia ficar paraplégica, Mônica foi contra a orientação dos médicos e deu à luz Paolla, hoje com 13 anos e uma das torcedoras presentes na arquibancada da Arena Carioca 2.
 
“Foi emocionante entrar e ver aquela galera torcendo para a gente e ter o coração batendo mais forte com minha filha e meu marido torcendo por mim”, comentou Mônica. “Digo que sou bem mais feliz agora cadeirante do que antes, quando andava. Tenho meus princípios e sei que o que vale a pena não é apenas uma medalha, mas o caráter e a lembrança”, afirmou a esgrimista.
 
Dois brasileiros e uma vitória
 
Além de Mônica, o Brasil contou com mais dois representantes no florete: o também estreante Vanderson Chaves e o veterano Jovane Guissone, campeão paralímpico na espada em Londres 2012. Vanderson foi o único atleta do país a conquistar uma vitória nesta quarta, em confronto justamente contra Jovane, pela categoria B, para atletas com menor mobilidade na troca e no equilíbrio.
 
“É minha primeira Paralimpíada, tenho 22 anos e posso dizer que estava muito nervoso e afobado”, avaliou Vanderson, que venceu o compatriota por 5 x 4. Para Jovane, que é especialista na espada, a experiência no florete é totalmente diferente. “De quatro anos para cá, meu foco é apenas na espada. No florete eu só participo de algumas Copas do Mundo. Independentemente do resultado, entrei aqui para me divertir”, explicou o gaúcho, que acabou eliminado nas quartas de final da espada na terça-feira (13.09).
 
No florete, Jovane Guissone aproveitou o dia de competições para se divertir na Arena Carioca 2. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brNo florete, Jovane Guissone aproveitou o dia de competições para se divertir na Arena Carioca 2. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
Jovane volta à Arena Carioca 2 já nesta quinta-feira (15.09) para competir na prova por equipes de espada, ao lado de Fabio Luiz Damasceno e Sandro Colaço. As disputas começam às 9h. “Pretendemos conseguir um bom resultado, estamos muito focados”, disse Guissone. Os brasileiros estão no Grupo A e enfrentam França e Grécia. Também nesta quinta, Mônica Santos se junta a Suelen Rodolpho e Karina Maia para disputar a prova feminina de espada por equipes. Elas estão no Grupo B, com Polônia e Hong Kong.
 
Na sexta-feira (16.09) será a vez dos combates por equipes no florete. O Brasil terá os mesmos atletas na disputa. A equipe está no Grupo B e enfrenta China e França. No feminino, Mônica, Suelen e Karina também se unem novamente e encaram China e Itália no Grupo B.
 
Michelle Abilio – Brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

Luis Carlos Cardoso e Caio Ribeiro avançam paras as finais na canoagem

O Estádio da Lagoa recebeu, na manhã desta quarta-feira (14.09), as baterias preliminares e semifinais do primeiro dia de disputas da canoagem velocidade nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Luis Carlos Cardoso, na classe KL1, e Caio Ribeiro, na KL3, venceram as suas baterias e avançaram direto à final. As provas decisivas ocorrem amanhã (15.09), a partir das 9h.
 
Luis Carlos Cardoso busca uma medalha para o Brasil na estreia da modalidade em Jogos Paralímpicos. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)Luis Carlos Cardoso busca uma medalha para o Brasil na estreia da modalidade em Jogos Paralímpicos. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
 
Campeão mundial da classe KL1, para atletas que usam somente os braços durante a remada, Luis Carlos Cardoso venceu a segunda bateria da categoria com o tempo de 54.887, e passou à final com a segunda marca geral, atrás apenas do britânico Ian Mardsen, vencedor da primeira bateria com 52.311. Embora tenha se mostrado satisfeito com o resultado após a prova, o atleta pregou foco para o embate decisivo. “A primeira etapa foi concluída, agora é descansar bem a mente para amanhã vir com força total e buscar uma medalha para o nosso país”.
 
Para o piauiense, uma vitória na estreia da modalidade no programa paralímpico, e diante de uma ilustre torcedora, teria um sabor especial. “Além de ser a primeira vez da canoagem nos Jogos, estamos competindo em casa. Nossa família está ai, na arquibancada. Isso é um valor muito grande, vai ficar marcado na marcado na memória de cada um deles, principalmente da minha sobrinha Luisa, de três anos, que é pequenininha”, afirma.
 
Para Luis Carlos, o sucesso da canoagem velocidade olímpica brasileira, que no Rio 2016 subiu três vezes ao pódio, é fundamental para que a modalidade passe a ser mais conhecida no Brasil. “Deu mais uma motivação. Acredito que através do Isaquias e do Erlon, o país pôde conhecer mais o que é a canoagem velocidade. As pessoas puderam conferir esse esporte tão maravilhoso. Espero que a partir desse resultado, o esporte venha a se desenvolver mais em nosso país”.
Antes de sofrer uma infecção na medula e perder o movimento das pernas, o canoísta era dançarino profissional e integrava o grupo de dançarinos do cantor de forró Frank Aguiar. Um dos grandes incentivadores da carreira esportiva de Luis Carlos, o músico deu ao atleta o seu primeiro barco para treinamentos.
 
Tricampeão mundial da prova de canoa – que não faz parte dos Jogos Paralímpicos, que só abrange disputas em caiaques –, Luis torce para que a embarcação seja incluída nas próximas edições dos Jogos. “Seria maravilhoso. É meu sonho poder disputar duas provas e, quem sabe, levar duas medalhas. Se a canoa entrar também, pode ter certeza que vou me dedicar aos dois, não vou largar nenhum”, brinca.
 
Briga pelo pódio
 
Já na classe KL3, para atletas que utilizam tronco e braços durante a remada, Caio Ribeiro venceu a segunda bateria, com tempo de 43.0333, e também avançou à decisão sem precisar disputar a semifinal. “Essa prova foi bem diferente dos últimos dias que a gente vem remando aqui, com um vento contra muito forte, então a velocidade não foi tão alta. Mas a prova foi tranquila, era o que eu esperava, ter passado em primeiro na minha bateria. Agora é só aguardar amanhã para poder disputar a final”, analisa.
 
Campeão da canoa no Mundial de Milão, em 2015, o brasileiro  projeta uma batalha bastante acirrada pelo pódio. “Todo mundo que veio para os Jogos Paralímpicos está brigando por medalha. Para mim não existe isso de favorito, porque todo mundo vem para cá já sendo melhor do mundo, disputando a mesma coisa, que é a medalha de ouro. Estou focado, estou concentrado, sei o que eu quero, sei o meu objetivo. Eu sonho, vivo, respiro, como e remo a medalha. Vamos ver no que essa brincadeira vai dar”, aponta.
 
Caio Ribeiro brinca antes da disputa da final: "Eu sonho, vivo, respiro, como e remo medalha. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)Caio Ribeiro brinca antes da disputa da final: "Eu sonho, vivo, respiro, como e remo medalha. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
 
Fora da final
 
Debora Raiza e Igor Tofalini, da KL2, e Mari Christina Santilli, da KL3, não conseguiram chegar à final. Nas baterias classificatórias, todos eles chegaram na quinta colocação e, desta forma, precisaram disputar a semifinal para tentar a vaga na decisão. Debora e Igor, em quinto lugar, e Mari, em sexto, foram eliminados em suas respectivas semifinais.
 
A modalidade
 
Praticam a canoagem atletas com deficiência físico-motora. Ao lado do triatlo, a modalidade é uma das novidades dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Existem dois tipos de provas: o caiaque, representado pela letra K, e a canoa, denominada pela letra V. Entretanto, somente as provas de caiaque estão integradas ao programa paralímpico. 
 
Em 2010, o Ministério do Esporte celebrou convênio com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), no valor de R$ 2,1 milhões para estruturação de centros de canoagem no país. A Confederação adquiriu barcos, remos, notebooks, rádios, GPS, frequencímetros, uniformes e itens de laboratório. Além disso, implementou um centro de treinamento em São Paulo (SP).
 
Entre 2012 e 2015, o Ministério também investiu na modalidade por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo. Foram concedidas no período 53 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Paralímpica, num investimento em torno de R$ 752,5 mil. Por meio da Bolsa Pódio, foram concedidas sete bolsas, com investimento de R$ 948 mil entre 2013 e 2016.
 
Pedro Ramos - Brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
 

Coquetel na Casa Brasil promove livros de cultura negra

Rafael Azeredo / Casa BrasilRafael Azeredo / Casa Brasil
Um coquetel na Casa Brasil marcou o lançamento dos cinco romances vencedores do Prêmio Oliveira Silveira, cujo objetivo é promover a cultura afro-brasileira. O evento, realizado na noite de terça (13), foi realizado pela Fundação Cultural Palmares e pelo Ministério da Cultura. Os romances contemplados nesta edição foram: Água de Barrela, de Eliana Alves dos Santos Cruz (o grande vencedor do prêmio), Haussá 1815 – Comarca das Alagoas, de Júlio César Farias de Andrade, Sobre as vitórias que a história não conta, de André Luís Soares, Sina traçada, de Custódia Wolney e Sessenta e seis elos, de Luiz Eduardo Carvalho.
 
Erivaldo Oliveira, presidente da Fundação Palmares, ressaltou a importância de iniciativas como essa para registrar a história do povo negro. "Vamos fazer lançamentos nos Brasil inteiro para promover as obras. A cultura do nosso povo está muito presa à oralidade. A gente precisa cada vez mais escrever livros, fazer filmes, contar nossos fazeres e solidificar a história da cultura negra na formação do povo brasileiro. A partir desse prêmio, vamos instituir na Fundação Palmares um conselho editorial, para estar sempre divulgando livros sobre nossos conhecimentos", explicou Oliveira.
 
Uma comissão formada por oito professores de Literatura e Letras foi criada para selecionar os livros. Eliana Alves dos Santos Cruz, uma das vencedoras, fez um discurso emocionado na premiação. "Meu livro trata da minha história pessoal, da minha ancestralidade. Foi um processo doloroso, por um lado, e redentor, por outro. À medida que eu mergulhava no meu passado, conversando com minhas tias, ia resgatando coisas de dentro de mim e explicando muito da minha existência. Consegui preencher uma lacuna que muitos de nós temos, o 'da onde nós viemos e para onde nós vamos'. Hoje eu tenho essa resposta para dar para meus filhos, e isso não tem preço", ressaltou.
 
Após os discursos de agradecimento, os autores realizaram uma concorrida sessão de autógrafos. Depois do coquetel, vans levaram os convidados para a Fundição Progresso para ver a exposição Raízes, da artista e fotógrafa Sophia Costa. As fotos homenageiam as mulheres da história, tenham sido elas pessoas reais – guerreiras, como Dandara do Quilombo dos Palmares, ou rainhas africanas que estiveram à frente de dinastias – representações mitológicas ou orixás. Os cabelos nos mais variados penteados e estilos apresentados nas fotos mostram a versatilidade do cabelo afro e como ele pode fortalecer a identidade da mulher negra.
 
"A mostra é voltada para o empoderamento da mulher negra. São 12 fotografias, quatro deusas, quatro rainhas e quatro guerreiras. É a primeira vez que a exposição sai de Brasília. Estou muito feliz com a vinda para o Rio, dá mais visibilidade. A mostra será exibida também em Berlim, na Alemanha, no dia 24 de setembro, em um instituto voltado para o empoderamento de mulheres", completa.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom - Ministério do Esporte 

O Arqueiro Sem Braços vai ao Sambódromo em busca da segunda medalha paralímpica

Getty ImagesGetty Images
Se alguém imagina uma cena de quebra de recordes mundiais no tiro com arco, pensa logo em um arqueiro com um braço esticado segurando seu equipamento e o outro tracionando a corda para efetuar o disparo. No entanto, é o nome deste sorridente norte-americano da foto abaixo que está no Guinness Book, o Livro dos Recordes. Sim, Matt Stutzman, "The Armless Archer" - o "Arqueiro Sem Braços" - é o homem que acertou uma flecha na maior distância do mundo: 930 pés (o equivalente a 283,4m).
 
Detentor da prata em Londres-2012 e no Parapan de Toronto-2015, ele é um dos atletas mais emblemáticos em ação nas Paralimpíadas no Brasil. Chega ao Brasil como um dos favoritos ao pódio da prova masculina individual do arco composto, que será disputada nesta quarta (14.09), no Sambódromo. Na rodada classificatória, ele ficou em quarto entre os 31 inscritos e enfrentará o porto-riquenho Alexis Rosario a partir das 10h. Nas oitavas de final, o brasileiro Andrey Muniz de Castro pode ser seu adversário, caso ambos vençam o primeiro combate.
 
Matt já foi personagem de diversas reportagens e documentários. "Já falei a frase 'tudo é possível' várias vezes, mas sei que, com isso, estimulo as pessoas a tentarem ir cada vez mais longe", disse o americano."Não importa se você tem deficiência ou não. Por isso quero sempre motivar as pessoas a fazerem o que imaginam ser capazes", acrescentou, antes de elogiar a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
 
A habilidade e desenvoltura para um esporte que exige tanta precisão impressionam. Sem os dois braços desde o nascimento, Matt desenvolveu uma técnica especial para disparar. Ele usa o pé esquerdo para encaixar a flecha, segura o arco com o pé direito e puxa a corda com um equipamento especial e dispara ao mover seu maxilar. "A precisão vem do treinamento. E a habilidade nos pés é porque todos os dias caminho com as minhas mãos", brinca o americano, que escreve, dirige, digita em celulares e tablets, escova os dentes e faz praticamente tudo com os pés.
 
Apaixonado por esportes desde criança, ele contou que já se dedicou ao futebol. "Adoro o 'soccer', mas praticava era o futebol americano. Fui kicker (jogador que executa o field goal) de uma equipe semi-profissional no meu estado".
 
"Além de poder competir aqui, conhecer o Rio é um prazer enorme. Visitei alguns pontos da cidade e, por mim, ficaria para sempre na praia de Copacabana. Mas amo minha cidade e estou aqui também pelos habitantes de lá", contou Stultzman, que reside em Fairfield, no Iowa (região Centro-Oeste dos Estados Unidos).
 
Veja Matt em ação na final dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015:
 
 

Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil vence a Alemanha em arrancada emocionante e já faz história

Miriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiActionMiriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiAction
O pavilhão 6 do Riocentro estava lotado e com um barulho animador vindo das arquibancadas na noite desta terça-feira (13.09). O motivo da euforia: assistir a Brasil e Alemanha duelarem pela segunda - e última - vaga do Grupo A para a semifinal paralímpica do vôlei sentado masculino. Os adversários alemães tomaram o primeiro set do Brasil, fechando em 24/26, mas a virada brasileira, ao som de “eu acredito”, veio a partir do segundo set, em uma arrancada que teve parciais de 25/23, 25/18 e 25/12. O resultado leva o time do técnico Fernando Guimarães à semifinal, inédita para a modalidade.
 
“Jogo contra a Alemanha nunca é fácil. É uma equipe aguerrida, que foi terceira colocada na última Paralimpíada. Eles têm uma defesa muito boa. Nós fazemos intercâmbio direto com os caras, hoje conseguimos estudar o estilo deles e conseguimos fazer tudo o que foi pedido. No início teve um pouco de ansiedade, mas depois baixou. Todos os jogadores que entraram foram bem. Nós não temos seis jogadores, temos 12”, disse o capitão Fred.
 
Mesmo com a empolgação geral que tomou conta do ginásio desde o início, a seleção não convenceu imediatamente. No primeiro set, o Brasil saiu atrás da Alemanha, que chegou a abrir uma vantagem de seis pontos. A recuperação veio ainda na primeira etapa e o Brasil teve o set point nas mãos, mas os alemães foram superiores à ansiedade brasileira e finalizaram a primeira parcial em 26/24. 
 
O segundo set seguiu acirrado e disputado ponto a ponto, mas desta vez o resultado foi positivo para o lado brasileiro, fechando a parcial em 25/23. Neste momento, os torcedores pareciam já saber qual seria o final da história, porque a comemoração muito empolgante. 
 
Mais tranquilos com o empate, os brasileiros embalaram e fizeram bonito nos sets seguintes ao vencer o terceiro por 25 a 18 e o último, que garantiu a classificação, por 25 a 12. A superioridade brasileira tomou conta do jogo e desestabilizou a fria seleção alemã, que tomou dois cartões vermelhos por reclamação.
 
Miriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiActionMiriam Jeske/ Brasil2016.gov.br/ HeusiAction
 
Melhor desempenho
Maior pontuador do jogo, com 23 tentos anotados, Anderson Ribas afirmou que teve hoje o seu melhor desempenho em quadra desde que começou no vôlei sentado. “O atleta tem que ser disciplinado e tem horas que não sou, mas hoje obedeci os comandos do Fernando e deu tudo certo”. Ainda em quadra, Anderson sentiu o ombro esquerdo e, após o jogo, acalmou o torcedor dizendo que foi apenas um choque. “Quando fui passar a bola, não vi que estava perto do poste, mas acho que não foi nada sério. Só a pancada mesmo”.    
 
Agora, a seleção pode ter uma noite tranquila de sono. Porém, essa tranquilidade pode esbarrar em um gigante de 2,46m. O adversário será o primeiro colocado do Grupo B, a ser oficializado depois da rodada desta quarta (Bósnia x China e Ucrânia x Irã). O favoritismo é do Irã, berço de Morteza Mehrzad, atleta que virou sensação nos Jogos Paralímpicos por seu tamanho. “O gigante é o cara que deu uma turbinada no time do Irã, mas não acredito que seja impossível ganhar deles. Você tem que jogar com o coração, parceiro. Dentro de casa, com toda essa torcida linda, não dá para fazer feio”, finalizou, otimista, o capitão Fred. 
 
Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Odair Santos repete a prata de Londres nos 1.500m. Terezinha queima a largada: "Perdi para mim mesma"

Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
Conquistar nove medalhas paralímpicas é feito digno de reconhecimento histórico. A última, vencida na Rio 2016, repetiu a cor de Londres-2012 na mesma prova: prata nos 1.500m, classe T11 (cegos). Odair Santos conquistou a única medalha do atletismo na sexta noite dos Jogos Paralímpicos, no Estádio Olímpico Nilton Santos, nesta terça (13.09), mas deixou a frustração de não ter o primeiro ouro da coleção, que escapou nos últimos 50 metros.
 
Assim como nos 5.000m, prova na qual Odair trouxe a primeira medalha brasileira dos Jogos em casa, ele perdeu para o mesmo adversário: o queniano Samwel Muchai Kimani, com a mesma estratégia: aumentar o pique na última volta. O brasileiro passou na frente na marca dos 700m e 1.100m. A diferença no tempo dos dois reflete o quanto o brasileiro ficou próximo do ouro, pois foram seis décimos de diferença (4min03s25 x 4min03s85). O bronze foi para o turco Semih Deiz.
 
Odair não escondeu a frustração por deixar escapar o ouro tão perto da linha de chegada, mas se sentiu satisfeito pela prata em uma prova para a qual ele não tinha se preparado tanto. "Não treinei para ela este ano devido a algumas lesões. Então fico feliz de ter conquistado mais uma medalha paralímpica nesta prova. Claro, o intuito é o ouro, mas nem sempre as coisas acontecem da forma que a gente imagina", afirmou.
 
Odair se referiu a apenas um dos vários obstáculos. Também sofreu com uma lesão na coxa direita que o impediu de correr na final dos 5.000m em Londres-2012. Ao longo do ciclo, ainda lidou com uma punição que o tirou a medalha do Parapan em Toronto-2015. No Mundial 2015, em Doha, no Catar, uma hipertermia o fez desmaiar na mesma prova de média distância.
 
Desafios marcam sua vida desde o início. Uma retinose pigmentar começou a tirar a visão do atleta e, aos dez anos, começou a correr por influência de um tio, parando aos 17. Aos 22, na classe T12, começou conquistando medalhas e recordes mundiais até que, em 2010, foi reclassificado para a T11 (perda total da visão). Em seis anos, Odair teve que se readaptar, mais uma vez, à realidade. Na nova classe, tornou-se recordista mundial nos 800m (1m58s47).
 
Ao lembrar disso tudo, Odair se sente melhor com as duas pratas conquistadas na Rio-2016, e já pensa no futuro. "Independentemente de ter conquistado ouro ou não, duas medalhas não se conquista todo dia. A nona então, nem se fala. Tenho plano agora de treinar muito, até mais do que ele (o queniano), para surpreender nas próximas provas. Se Deus quiser, vou para Tóquio 2020", contou.
 
Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
Passo em falso
A decepção de perder o ouro ganha força maior para Terezinha Guilhermina. Por queimar a largada na final dos 200m T11, a atleta acabou desclassificada e viu a britânica Libby Clegg triunfar novamente. Cenário similar ao dos 100m T11, no qual a brasileira também foi desclassificada e não defendeu seu título de campeã paralímpica, que foi para a mesma rival.
 
"É caso de rir ou chorar. Não sei se foi azar, mas em 16 anos eu nunca queimei. Essa foi uma situação indelicada. Hoje saio da pista nessas condições: perdi pra mim mesma. Saio como alguém que perdeu. Só que alguém que perdeu por um erro, né? Não ganhei uma medalha. Poderia ter ganho. Poderia ter feito a minha melhor marca. Estava preparada pra isso, aquecida e concentrada, mas não aconteceu", analisou Terezinha.
 
Depois das eliminações nas duas provas mais fortes dela, Terezinha aposta as fichas em suas últimas chances de medalha no atletismo da Rio 2016: os 400m T11 e o revezamento 4 x 400m. "O que aconteceu eu não posso mudar. Dei descarga. Vou para a próxima prova livre, leve e solta para fazer melhor do que fiz até agora. Se não acontecer, vou continuar tentando", garantiu a velocista.
 
Outra campeã paralímpica que esteve em ação hoje foi Shirlene Coelho. No arremesso de peso F37, ela fez a melhor marca pessoal, com 10m91, mas ficou em quarto lugar. A alemã Franziska Liebhardt quebrou o recorde mundial, com 13m96 e garantiu o ouro. No lançamento do dardo F54 feminino, Poliana Jesus foi a quinta colocada, numa prova vencida pela nigeriana Flora Ugwunwa.
 
Além disso, três dos quatro velocistas campeões paralímpicos pela manhã no revezamento 4 x 100 T11-13 voltaram à pista, todos com mais resultados positivos. Gustavo Araujo fez o quinto tempo nos 400m T13 e estará na final. Daniel Silva (5º) e Felipe Gomes (2º) garantiram vaga nas semifinais ao vencer suas baterias nos 200m T11.
 
Os três contam que optaram pela mesma estratégia: economizar no esforço e fazer apenas o necessário pela classificação. Para o caso de Felipe, a tática vale para defender seu título paralímpico de Londres-2012. "Estou feliz, meu objetivo era classificar, terminar em primeiro na bateria, mas a gente sabe que ainda está difícil e falta muita coisa, mas o primeiro objetivo a gente já cumpriu. Agora é descansar, porque amanhã tem mais".
 
Rodrigo Vasconcelos e Leonardo Dalla - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Bruna Alexandre fatura o bronze e se torna a primeira mulher medalhista do tênis de mesa

Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
Poucas vezes o número três foi tão preciso para definir a performance de uma atleta. A brasileira Bruna Alexandre foi a terceira colocada no último mundial da Classe 10 do tênis de mesa, disputado na China, em 2014. Chegou aos Jogos do Rio como a número três do mundo no ranking da Federação Internacional. E, na campanha até conquistar o primeiro bronze feminino da história do tênis de mesa nacional, só perdeu duas vezes: para a número um e para a número dois do ranking.
 
"Bati na trave em Londres, mas esses quatro anos foram muito bons para mim. Consegui melhorar bastante, mesmo. Agora, acho que só falta melhorar um pouco o meu físico, emagrecer mais. Mas já foi um grande ponto melhorar a cabeça, conseguir estar focada do início ao fim. Fez toda a diferença para mim", afirmou a brasileira, que foi quinta colocada nos Jogos de 2012.
Na partida disputado no Pavilhão 3 do Riocentro, Bruna superou a dinamarquesa Sophie Walloe, número cinco do mundo, por 3 sets a 0, parciais de 11 x 2, 13 x 11 e 11 x 8, em 22 minutos de partida. "No início eu acho que ela estava meio com medo, mas depois começou a pegar mais. Ela me surpreendeu bastante. Já joguei com ela três vezes e ela nunca tinha feito algumas coisas: Sacou curto e começou a jogar mais lento. Eu tive de passar a explorar as bolas com giro, com muito efeito, para incomodar ela", avaliou Bruna.
 
Um dos momentos cruciais, segundo a brasileira, foi a fase final do segundo set. "Ela abriu 8 x 6. Ali eu senti que as coisas estavam meio fora da casinha. Consegui me concentrar, buscar o empate. E, quando chegou no 11 x 10 para mim, eu pedi tempo. Às vezes o atleta sente que precisa. Eu que estava pressionada. Queria garantir o 2 x 0, porque seria um jogo bem mais seguro para mim. Foi importante", disse. 
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.brSaque, um diferencial
Um dos desafios de Bruna na modalidade foi desenvolver o saque, uma de suas armas mais importantes. A catarinense de Criciúma teve de amputar o braço direito por consequência de uma trombose quando tinha seis meses de vida. Assim, precisa equilibrar a bola na mesma mão que segura a raquete e lançar a bola ao alto com o mesmo braço que usa para jogar.
 
"O saque foi uma das coisas que tive mais dificuldade em aprender. Treinei bastante. Até hoje treino muito. Mas é uma das minhas principais armas. E eu sou canhota, o que me ajuda a colocar as bolas mais no canto", descreveu Bruna, que teve na semifinal diante da polonesa Natalia Partyka um de seus momentos mais impressionantes no torneio. Natalia é atleta paralímpica e titular da equipe olímpica da Polônia. Conquistou nesta terça, no Rio, o quarto ouro consecutivo paralímpico da Classe 10 ao derrotar a chinesa Qian Yang por 3 sets a 0. Bruna foi a única atleta a tirar sets de Natalia no Rio. Chegou a abrir 2 x 1 e só caiu no tiebreak. "Eu acho que esse é o melhor dos quatro ouros que conquistei porque foi o mais difícil de todos, principalmente levando em conta a semifinal e a final. É por isso que saio tão satisfeita", afirmou Partyka.
 
"A gente sabia que a Bruna tinha chance de ganhar esse bronze pelo ranking. Mas foi muito positivo porque ela fez esse 3 x 2, de igual para igual, com a Natalia. A polonesa é a número 80 no ranking olímpico. Uma atleta fenomenal, de movimentação, de técnica rápida", avaliou o técnico da Seleção Brasileira nas Classes 6 a 10, Paulo Camargo. "E hoje a Bruna teve calma sendo favorita. Chegar na mesa, jogar e ganhar de 3 x 0 como ela fez não é fácil", completou o treinador, que não previa brecha para festa. "Agora a gente já trabalha para a competição por equipe, que começa nesta quarta. Nem pode festejar muito. Tem de colocar a cabeça em dia e buscar a recuperação física", explicou.
 
Antes mesmo da competição de equipes, contudo, o tênis de mesa nacional já garantiu a melhor campanha da história paralímpica brasileira, já que Israel Stroh, na Classe 7, havia conquistado a medalha de prata na segunda-feira. Antes dos Jogos do Rio, o Brasil só havia conquistado uma pódio. Uma prata, por equipe, nos Jogos de Pequim, em 2008, com Welder Knaf e Luiz Algacir. 
 
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Dani bate na trave
Danielle Rauen não pertencia à lista das favoritas a uma medalha no Rio de Janeiro. Pelo ranking mundial, ela chegou à competição como a oitava colocada da Classe 9 do tênis de mesa. Mas nunca o pódio foi tão real para a brasileira quanto na tarde desta terça. Danielle entrou para a disputa do bronze contra a polonesa Karolina Pek, quarta do mundo, com a mesma confiança que usou para bater de virada, na fase de grupos, a chinesa Guiyan Xiong (vice-lider). Danielle abriu 2 sets a 0, com parciais de 11 x 8 e 11 x 8, e abriu 4 x 0 no terceiro set.
 
"Eu acho que eu já estava pensando no fim da partida. Nos dois primeiros sets, ela estava errando muito. Eu achei que ela ia continuar errando até o fim, mas ela achou o ponto do meu jogo e eu que passei a não conseguir pegar mais as bolas dela. Ficou muito ruim", lamentou Danielle, que perdeu a terceira parcial por 11 x 9 e depois viu a polonesa sacramentar o bronze com um duplo 11 x 5.
 
"Dei a minha vida nesse jogo, mas ficou um gostinho de que dava, de que eu podia mais. De qualquer forma, estou feliz pelo que realizei. Espero em Tóquio conseguir essa medalhinha que deixei escapar agora", afirmou Danielle.
 
Karolina Pek, que já havia vencido Danielle na fase de grupos por 3 sets a 1, celebrou muito a capacidade de acreditar na virada mesmo quando parecia improvável. "Eu confesso: fiquei muito tensa no terceiro na terceira parcial. Mas pensei: ok, faça o que você tem de fazer, do jeito que tem de fazer. E não desista. Eu precisava jogar mais com o meu backhand e ser rápida nas trocas de bola", descreveu. "Eu fiz isso e deu certo", disse. A decisão do ouro na Classe 9 envolveu duas chinesas. Meng Liu superou Lina Lei por 3 sets a 0, com parciais de 12 x 10, 13 x 11 e 13 x 11.
 
Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Pódio duplo: Andre Brasil e Phelipe Rodrigues conquistam prata e bronze nos 100m livre

André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.br
Pódio duplo não é novidade para Andre Brasil e Phelipe Rodrigues, que nos últimos anos anos vêm dividindo o protagonismo na classe S10 da natação paralímpica no país e em muitas competições internacionais. Conquistar as primeiras posições juntos em Jogos Paralímpicos no Brasil que é a situação inédita. E bastante especial para os dois. Nesta terça-feira (13.09), no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, Andre garantiu a prata nos 100m livre com 51s37, e o bronze foi para Phelipe Rodrigues (51s48). A prova foi vencida pelo ucraniano Makym Krypak, nadando para 51s08.
 
“Nós dividimos pódio desde 2008 em todas as competições internacionais e nacionais. Estar aqui no Brasil, dividindo com outro brasileiro é uma coisa surreal, não tem como explicar mesmo”, disse Phelipe.
 
Esta foi a quinta medalha paralímpica de Phelipe, que conquistou a prata nos 50m livre na atual edição. Andre garantiu a 12ª, sendo a segunda no Rio 2016, já que ficou com o bronze nos 100m borboleta no dia anterior. Nas primeiras provas que disputou - 50m livre e 100m costas -, ele amargou dois angustiantes quartos lugares. Para Andre, o pódio duplo já deveria ter ocorrido.
 
“Faltou esse momento para o Brasil nos 50m livre, independentemente da cor da medalha. Culpa minha de não ter me apresentado, eu estava irreconhecível naquele dia e não fizemos a dobradinha. Subir juntos ao pódio é mais que uma dobradinha que a gente faz. Já é o meu companheiro de longa data. Daqui a alguns anos eu quero passar o bastão para ele e ele vai dar continuidade a tudo isso”, afirmou.
 
André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.br
 
Alto nível
Os atletas também destacaram o alto nível da prova e a evolução do esporte paralímpico. "O esporte é muito trabalho, dedicação. Hoje tem quatro caras na casa dos 51s. Há oito anos, eu ganhei a prova com 51s6 e hoje fiquei em segundo com 51s3. Você pode ver toda a evolução que o esporte teve. Fico feliz em fazer parte dessa transformação e dessa festa. Nunca mais vamos ver um público como esse. Que a gente possa aproveitar esse momento", disse Andre.
 
A forte cobrança pessoal é algo que o brasileiro não perdeu ao longo dos anos. “Hoje vou me cobrar um pouco. Nós estávamos na frente. Eu não sei o que aconteceu, não consegui encaixar uma braçada mais alongada e esticada como geralmente faço. Achei que iria chegar na casa dos 50s. Era a minha meta".
 
Phelipe gostou tanto da sensação de disputar uma competição desse porte em casa que abriu mão de um ritual que costuma seguir. O rock pesado que escuta antes de cair na piscina deu lugar ao carinho do público. “Eu costumava entrar de fone, para me concentrar bem, e estou fazendo questão de entrar sem, para sentir a torcida como se fosse uma força. Na primeira vez que fui nadar, os 50m livre, eu estava supernervoso. Quando entrei e ouvi falando o meu nome, fiquei arrepiado”, contou o atleta.
 
A espera de Talisson pelo bronze
Talisson Glock foi o primeiro brasileiro a pular na piscina na noite desta terça. O catarinense de 21 anos terminou os 400m livre S6 em quarto lugar, com 5m17s24. A prova foi vencida pelo italiano Francesco Bocciardo, em 5m02s15. O holandês Thijs van Hofweegen fez o segundo melhor tempo, 5m07s82, e o cubano Lorenzo Escalona ficou em terceiro, 5m14s44.
 
André Motta/Brasil2016.gov.brAndré Motta/Brasil2016.gov.br“Os 400m e os 100m livre são provas que nado porque gosto, não tenho expectativa. O 400m é uma prova que venho tirando dos meus treinos. Fico meio chateado com o tempo, porque tenho 5min13s, que se eu tivesse feito, teria sido o bronze. Mas tudo é experiência”, disse.
 
Ele comentou a espera da confirmação do bronze nos 200m medley. Nesta segunda (12.09), Talisson havia ficado em quarto na prova, mas o colombiano Nelson Crispin foi desclassificado e o brasileiro herdou o terceiro lugar. A Colômbia, entretanto, entrou com recurso, e o resultado do julgamento - que manteve a desqualificação - só foi conhecido pelo brasileiro na manhã de terça.
“Saiu de madrugada, fiquei sabendo hoje de manhã. Fico contente, foi minha segunda melhor marca. Foi um ano de trabalho e o resultado mostrou que a gente não tem que nadar pensando na medalha, ela é uma consequência. A desclassificação mostra isso. Todo mundo podia errar”, afirmou. A entrega de medalhas foi realizada nesta terça e Talisson foi ovacionado pelos brasileiros ao receber o bronze.
 
Mais três brasileiros nadaram no Estádio Aquático nesta noite. Nos 200m medley SM7, a brasileira Verônica Almeida foi desclassificada. Mariana Gesteira disputou os 100m livre S10: a carioca de 21 anos terminou em sétimo, com 1m02s75.  Nos 50m livre masculino S9, Ruiter Silva terminou na sétima colocação, com 26s62
 
Domínio chinês e outros recordes
China e recorde mundial foram sinônimos em vários momentos. Bozun Yang fez a melhor marca nos 100m peito SB11 com 1m10s08, superando o tempo que ele havia feito em Londres 2012 (1m10s11). Na mesma prova para mulheres, o recorde mundial foi quebrado por Xiaotong Zhang: 1m23s02. Pouco depois, Cong Zhou nadou para 1m02s90 e estabeleceu a nova marca do mundo para os 100m peito S8. Nos 50m livre S3, Wenpan Huang diminuiu os 40s51 que havia feito nesta manhã para 39s24.
 
A ucraniana Yelyzaveta Mereshko bateu o recorde paralímpico dos 400m S6 ao vencer a prova na noite desta terça com a marca de 5m17s01. Nos 100m livre S10, foi a vez da canadense Aurelie Rivard estabelecer o novo recorde da competição, com 59s31. Outro atleta que bateu recorde paralímpico foi Uladzimir Izotau, de Belarus, nos 110m peito SB12. A marca anterior era dele, de Londres (1m07s28), e agora passou a ser 1m06s82. A noite de recordes seguiu com a britânica Stephanie Millward e a melhor marca da competição nos 100m peito S8 (1m13s02) e com a norte-americana Michelle Konkoly nos 50m livre S9 (28s29).
 
 Carol Delmazo, Breno Barros e Vagner Vargas - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte  
 

Do seringal para o pódio: Edson Pinheiro conquista a medalha que faltava na carreira

CPBCPB
Na madrugada de ontem, sem conseguir pegar no sono, o velocista Edson Pinheiro, - classe T38, para atletas com paralisia cerebral – pensava no único pódio que ainda não havia conquistado na carreira. “Fui dormir três horas da manhã pensando. Eu falei: ‘Será o meu dia’. Já tinha sido vice-campeão mundial, várias vezes campeão parapan-americano e essa medalha paralímpica estava faltando. Só pensava no pódio dentro de casa”, conta. Não deu outra.
 
Nesta terça-feira (13.09), o atleta contou com o apoio da torcida no Estádio Olímpico Engenhão, para cruzar a linha de chegada na terceira posição na prova dos 100m rasos. “É maravilhoso poder ganhar essa medalha dentro de casa, com essa torcida empolgante, empurrando a gente. É um momento único, minha primeira medalha em Paralimpíada”, celebra.
 
Atleta mais velho da final, com 37 anos, Edson afirma que a conquista fez com que repensasse a data de aposentadoria. “Agora é esquecer o final da carreira. Se está bom, vamos ficar. A idade vai chegando e o atleta começa a sentir mais dores, fica mais cansado, já não consegue recuperar, mas consegui ter uma estrutura legal que me permitiu prolongar isso. Vou ficar correndo, enquanto não aparecer alguém para ganhar, enquanto ainda estiver entre os três melhores do mundo, vou ficando”, diverte-se.
 
Em um final eletrizante, o brasileiro teve a medalha de bronze confirmada apenas após validação via photofinish, à frente do sul-africano Dyan Neille Buis, por milésimos. Para Edson, a espera até a confirmação do resultado pareceu uma eternidade. “Aqueles dez segundos pareceram durar umas cinco horas. Foi muito tenso aquele momento. Saíram o primeiro, o segundo e não saía o resultado do terceiro lugar. Fiquei na expectativa. No final, eu perdi um pouquinho a aceleração e o sul-africano chegou, mas eu me joguei, cruzei e quando saiu o meu nome saltei mais de meio metro de alegria”, comemora.
 
CPBCPB
 
Classificado com o quarto melhor tempo na semifinal, o atleta já esperava uma disputa acirrada pelo pódio. “É uma prova forte, a gente sabia que quem largasse melhor ia ter grandes chances. Eu consegui fazer uma boa largada e isso me favoreceu para ficar entre os três. Estava bem treinado, mas 100m é um tiro”.
 
O forte calor do Rio de Janeiro, que para alguns competidores pode ser uma desvantagem, não incomodou o brasileiro. “O australiano e o sul-africano estavam sofrendo um pouco, com toalha de gelo nas costas, mas para mim é tranquilo. Estou acostumado com esse calor do Brasil. Acho que eles sentiram também um pouco a torcida, gritando o meu nome. Isso deu uma pesada na hora da corrida para eles”, afirma. O vencedor da prova foi o chinês Jianwen Hu, que bateu o recorde mundial com 10s74, seguido do australiano Evan O’Hanlon.
 
CPBCPBOrigens
Nascido em um seringal em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, com a ajuda de uma parteira, Edson teve paralisia cerebral por falta de oxigênio no momento do nascimento, complicação que fez com que tivesse os movimentos do lado direito do corpo prejudicados. Para o atleta, suas origens são parte fundamental das vitórias que segue acumulando.
 
“Eu vim de uma cidade do interior do Acre, bem distante, um lugar em que a gente não tem muitas expectativas. Eu fazia trabalho braçal desde os dez anos, para ajudar a família. Já capinei quintal, trabalhei na roça, quebrei tijolo. Não me arrependo de nada, foi muito gratificante poder chegar até aqui. Fui crescendo, mudei para Rondônia, lá comecei a praticar o tênis de mesa, depois mudei para o atletismo. Eu não consigo pensar o que eu faria se não fosse o atletismo hoje”, lembra.
 
“Meu pai trabalhava desde cedo no seringal, minha mãe trabalhava em casa. A gente nasceu em um lugar muito difícil para a criação, mas meus pais souberam me educar, me dar uma boa índole e ensinar a respeitar o próximo. Isso contou para cada passo da minha vida e, se eu estou aqui hoje, é mérito deles também”, acrescenta.
 
Ainda que carreiras esportivas sejam fundamentalmente marcadas por dedicação e renúncia, Edson lamenta não poder estar mais próximo dos familiares, ainda que a distância resulte em tantas conquistas. “A maior dificuldade é ficar longe da família. Eu tenho dois filhos, o menor nasceu em um dia e eu viajei logo no outro, então fiquei 15 dias longe dele. Para mim, é um dos maiores obstáculos, mas o atletismo representa minha vida. Hoje vivo atletismo, durmo atletismo, acordo atletismo, meus amigos são do atletismo, meus filhos nasceram do atletismo”, diz.
 
Patrocinado com a Bolsa Pódio, do Ministério do Esporte, o acreano não espera ter muito tempo para comemorar. “Eu tenho um técnico bem rigoroso com o sistema de treino. Acho que ele pensa que a gente só tem que descansar depois de aposentar. Mas acredito que vai dar para curtir um pouco, porque é um momento único, uma medalha em Paralimpíada é um trabalho que deu certo, foi vitorioso. Então acho que até ele vai curtir um pouco essa medalha”, brinca.
 
Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Seis Casas de Hospitalidade dos Jogos Olímpicos Rio 2016 são premiadas

Equipe RMCEquipe RMC
Sucesso de público nos Jogos Olímpicos Rio 2016, as casas temáticas também ganharam o direito de subir ao pódio com o anúncio dos vencedores do Prêmio "Casas de Hospitalidade Rio 2016". Qatar, Ernest & Young, Federação Internacional de Vôlei, Hungria e Suíça foram as escolhidas pelo júri em cinco diferentes categorias, além de uma escolha por voto popular, para receber o prêmio criado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio). A iniciativa tem parceria com a Empresa Olímpica Municipal (EOM), a Subsecretaria de Relações Internacionais do Estado do Rio de Janeiro e a Coordenadoria de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio.
 
A vencedora na escolha do público foi a Casa da NBA, que recebeu mais de mil votos em enquete popular no portal da Associação Comercial. A Casa Brasil e o Espaço Rio de Janeiro não participaram da disputa, já que o objetivo da iniciativa era homenagear os países e as instituições estrangeiras. "Além de gerar dúvidas em relação ao critério de julgamento, o Rio de Janeiro e o Brasil estavam homenageando os visitantes. Achamos que seria melhor nos fixarmos apenas nos países e empresas estrangeiras", explicou o subsecretário de Relações Internacionais do Governo do Estado do Rio de Janeiro, embaixador Pedro Spadale.
 
Para o coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura, Laudemar Aguiar, a presença das casas temáticas durante os Jogos deixará um legado tangível e intangível. "O público pôde desfrutar de um circuito que foi além das competições esportivas, e conhecer um pouco mais da cultura dos países", afirmou.
 
Paulo Protasio, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, a cidade vive um momento extraordinário. "O espaço Rio de Janeiro manteve as portas abertas para aqueles que tinham interesse em negócios e funcionou muito bem. Estamos com um calendário imbatível para a cidade nos próximos anos", afirmou. Segundo ele, além do convite para participar da organização do Congresso Mundial de Câmaras de Comércio em 2017, na Austrália, o Rio de Janeiro candidatou-se a sediar o mesmo evento em 2019. Além disso, a cidade irá sediar o Encontro Mundial de Arquitetos em 2020 e tem planos de sediar uma nova exposição internacional em 2022, bicentenário da Independência do Brasil.
 
Das 53 casas de hospitalidade que o Rio de Janeiro recebeu durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, 34 casas de diferentes países e instituições inscreveram-se para concorrer ao prêmio. Cada uma definiu as categorias em que queria concorrer. A premiação será entregue nesta quarta-feira (14/09) na ACRio, durante o evento Sports Flame – Os Negócios Gerados com o Esporte, com a presença do Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.
 
Casa Brasil
Mesmo sem poder concorrer ao prêmio, a Casa Brasil tem papel de destaque nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Aberta desde 4 de agosto, o espaço já recebeu 466.725 visitantes até esta segunda-feira, 12.
 
Localizada no Boulevard Olímpico, no centro do Rio de Janeiro, a Casa Brasil também apresentou aos turistas a diversidade de sabores da gastronomia e o patrimônio cultural da humanidade preservado no país. De acordo com o levantamento realizado pelo Ministério do Turismo, 99% dos visitantes avaliaram o espaço como ótimo ou bom, e o tempo médio de permanência no local foi entre uma e três horas para 68,3% do público.
 
O estudo também aponta que, entre os visitantes da Casa Brasil, 78% são moradores do Rio de Janeiro, 20% são turistas de outros estados brasileiros e 2% de outros países, com destaque para a Espanha, Argentina, Estados Unidos, Bolívia e França. Na avaliação dos visitantes que também conheceram outras casas temáticas, 49% considerou a Casa Brasil como o melhor espaço de exposições.
 
A Casa Brasil permanece aberta até o fim dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, em 18 de setembro.
 
Os premiados e as categorias
 
Promoção de Cultura – Catar
O Qatar promoveu uma viagem cultural pelo mundo árabe por meio dos mais diversos elementos, como música, arquitetura, dança, moda, gastronomia. Destaque para as tendas disponíveis ao público com rendas para mulheres, as caligrafias dos nomes em árabe e vestimentas.
 
Promoção de Negócios – Ernst & Young
A casa da EY recebeu cerca de 400 convidados por dia. Promoveu atividades de empreendedorismo para empresários, fomentando um ambiente de negócios.
 
Legado – Federação Internacional de Vôlei
Funcionou na Escola Municipal Doutor Cícero Penna, em Copacabana. A Federação investiu R$ 600 mil em melhorias na escola que vão beneficiar seus 600 alunos, e trouxe ídolos do vôlei para participar de atividades com os estudantes, favorecendo o espírito olímpico. Também criou escolas de vôlei em duas comunidades com financiamento até 2020.
 
Confraternização – Suíça
Instalada na Lagoa Rodrigo de Freitas, contou com diversas atrações gratuitas e abertas ao público, funcionando ininterruptamente durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e também no intervalo entre os dois eventos. Atraiu mais de 450 mil visitantes e ainda deixou como legado a reforma do campo de beisebol da Lagoa.
 
Inovação – Hungria
No Jockey Club, a Hungria inovou na apresentação de cenários do país. A casa utilizou a água como fonte de inspiração e criou o Aquabar, onde os visitantes apreciaram diversos tipos de águas minerais e termais de diferentes regiões da Hungria. Um enorme cubo-mágico, invenção húngara, decorou o espaço.
 
Fonte: Equipe Casa Brasil
Ascom - Ministério do Esporte 

Casa Brasil apresenta o seminário “Desafios para o Esporte Paralímpico em um Mundo Globalizado”

Nesta quarta-feira (14.09), a Casa Brasil receberá o Projeto Referências, a maior iniciativa de sistematização e análise de informações do esporte de alto rendimento brasileiro já existente. Desenvolvido pelo Centro de Estudos Olímpicos da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS, em parceria com o Ministério do Esporte, a iniciativa apresentará, a partir das 13h30, o seminário “Desafios para o Esporte Paralímpico em um Mundo Globalizado”, no auditório do Armazém 2.
 
Palestras, painéis, mesas redondas e talk shows com a presença de dirigentes, gestores, atletas paralímpicos e pesquisadores, entre eles o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, e os ex-atletas Luiz Cláudio Pereira e Ádria Rocha Santos, além de outros especialistas no esporte paralímpico estão na programação. Luiz Lima, secretário de Alto Rendimento, será o representante do Ministério do Esporte no evento.
 
Quem quiser participar, pode se inscrever pelo link http://www.projetoreferencias.com.br/eventos2.html#inscricao
 
Serviço:
Seminário “Desafios para o Esporte Paralímpico em um Mundo Globalizado”
Data: 14.09
Horário: das 13h30 às 18h 
Local: auditório do Armazém 2, Casa Brasil, Píer Mauá, Rio de Janeiro, RJ
Mais informações
Assessoria de Imprensa do Ministério do Esporte
Emília Andrade: +55 (61) 99685-1783
 
Ascom - Ministério do Esporte 
 
 

A “prata mais dourada da vida” de Mateus Evangelista no Engenhão

Marcio Rodrigues/MPIX/CPBMarcio Rodrigues/MPIX/CPB
O Engenhão assistiu, na manhã desta terça-feira (13.09), a uma das mais impressionantes conquistas do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Com direito a quebra de recorde mundial no segundo salto, com 6.53m – marca que foi batida logo em seguida pelo chinês Guangxu Shang, campeão da prova com 6.75m –, o brasileiro Mateus Evangelista ficou com a prata no salto em distância classe T37 (paralisados cerebrais). O rondoniense, que há pouco mais de um ano fraturou o fêmur em um treinamento e teve que ser submetido a uma cirurgia, chegou a colocar em dúvida a possibilidade de seguir no esporte.
 
“Eu pensei que a minha carreira como atleta tinha acabado. Foi um trabalho espetacular junto aos meus fisioterapeutas, meus amigos e minha família. Eles me ajudaram em tudo. Hoje eu estou aqui com a prata, mas é a medalha de prata mais dourada que eu já recebi na minha vida”, comemora.
 
Hoje vice-campeão paralímpico, Mateus relembra a batalha para se reestabelecer a tempo de disputar os Jogos. “Foram oito meses de recuperação. Eu tive que operar, coloquei uma haste de ferro e fiquei fazendo fisioterapia. Eram muitas dores, mas hoje estou aqui. Voltei a treinar gradativamente, em maio, junho e julho, para fazer isso aqui. É impressionante, então agradeço a eles sempre”, diz.
 
Apesar de lamentar ter perdido a oportunidade de competir no mundial no ano passado, o saltador foi perseverante e chegou ao pódio em sua primeira Paralimpíada. “No segundo dia após a minha cirurgia eu já peguei a muleta, porque eu não queria desistir dos meus sonhos. Eu botei na minha cabeça que eu ia voltar, que ali era só um momento. Eu fiquei fora do Campeonato Mundial de Doha, mas foi um momento que Deus guardou para mim e hoje eu descobri o que ele reservou”, afirma.
Ídolo e companheiro de quarto
 
Para o atleta, de apenas 22 anos, o caminho até o pódio passou em grande parte pela convivência com o seu maior ídolo no esporte, o velocista Yohansson Nascimento, campeão e multimedalhista paralímpico. “Eu me espelho muito mesmo nele. Todo mundo aqui o conhece, ele é um atleta excepcional e um amigo, não tenho nem o que falar dele. Eu divido quarto com ele e em nenhum momento ele me deixou desanimar, me deu várias palavras de incentivo e essa medalha de hoje aqui é de todos nós”. 
 
Marcio Rodrigues/MPIX/CPBMarcio Rodrigues/MPIX/CPB
 
Campeão da mesma prova no Parapan de Toronto 2015, Mateus não se surpreendeu com as duas quebras de recorde seguidas. “Isso aqui é uma Paralimpíada, aqui estão os melhores do mundo. Eu fiz a minha melhor marca, cheguei até a bater o recorde mundial, mas o chinês também fez uma boa prova e acabou pegando o primeiro lugar”, lembra. “Eu gostaria que a bandeira do Brasil estivesse no lugar mais alto do pódio, hoje ela estava em segundo, mas na hora eu cantei o hino do meu Brasil. Enquanto a bandeira chinesa subia eu cantava o hino brasileiro porque eu fiz o meu melhor e saio daqui bem satisfeito”.
 
Escolhido pelo atletismo
Por falta de oxigênio na hora do nascimento, Mateus teve uma paralisia cerebral que prejudicou os movimentos do lado direito do seu corpo. Com a mão e a perna direitas sem movimentação total, entrou no esporte aos 13 anos. Experimentou diversas modalidades, como o tiro com arco e o futebol de sete, mas encontrou na modalidade que lhe rendeu sua primeira medalha paralímpica a sua verdadeira vocação. “Passei por vários esportes, mas foi o atletismo que me apaixonou. O que eu gosto de fazer é correr, é saltar. Não fui eu que escolhi o atletismo, foi o atletismo que me escolheu”, afirma.
 
Satisfeito com a medalha no peito e ansioso por uma pausa após a conquista, Mateus já projeta novos confrontos contra o seu algoz na competição. “Tenho certeza que, se eu treinar mais, ainda vou bater o recorde mundial desse chinês aí. Ele que me aguarde, ano que vem tem mundial. Agora vou descansar, vou curtir a família, mas ano que vem vou voltar com mais foco e vou buscar essa medalha de ouro”.
 
Patrocinado com a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte, o atleta, que já havia chegado em quarto lugar na prova dos 100m T47, ainda vai em busca de medalha nos 400m T37 no Rio de Janeiro, a partida das 10h30 da próxima sexta-feira (16.09).
 
Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil conquista ouro inédito no revezamento 4 x 100m para deficientes visuais

Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPB
O Brasil pode se orgulhar de ter os velocistas com deficiência visual mais rápidos do mundo. Na manhã desta terça-feira (13.09), sexto dia de competições do atletismo no Rio 2016, Diogo Ualisson, Gustavo Araújo, Daniel Silva (com o atleta-guia Heitor Sales) e Felipe Gomes (com o atleta-guia Jonas Silva) se tornaram os primeiros campeões e recordistas paralímpicos do país no revezamento 4 x 100m T11-13, no Estádio Olímpico, o Engenhão.
 
A velocidade dos atletas fez com que a torcida quebrasse o protocolo de silêncio obrigatório em uma prova para deficientes visuais. Nem adiantou o pedido da organização no alto-falante e no telão, pois ver o Brasil na frente durante a prova toda foi emoção demais para o público no estádio. Crianças de escolas públicas também estavam na arquibancada e puderam testemunhar o feito histórico em Jogos Paralímpicos.
 
Tudo começou com Diogo, o mais jovem da equipe (23 anos). O atleta da classe T12 (baixa visão) partiu sozinho contra rivais da classe T11 (cego total), e entregou o bastão com boa vantagem na liderança. Ali o silêncio das arquibancadas já se rompeu e não voltou mais.
 
Gustavo Araújo, da classe T13 (menor grau de lesão nos olhos), veio logo em seguida. Não deixou o bastão cair, nem tampouco a vantagem sobre chineses e uzbeques. Ele ficou em oitavo na prova individual dos 100m de sua categoria, mas correu como campeão antes de passar para o terceiro velocista. Presente perfeito, um dia antes de seu aniversário.
 
Aos 37 anos, Daniel Silva já veio com mais experiência no revezamento: tem dois títulos mundiais nos 400m e a prata em Londres 2012 nos 200m, tudo na classe T11. Correu ao lado do guia Heitor Sales e mostrou por que tem um currículo tão forte no atletismo paralímpico. O Brasil seguia na frente na passagem do bastão para o corredor mais rápido da equipe.
 
Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPBFelipe Gomes foi campeão dos 200m T11 em Londres 2012 e prata nos 100m no Rio 2016. Ao lado do guia Jonas Silva, ele tinha uma ampla vantagem que rendeu o recorde paralímpico pra equipe do Brasil. Com 42s37, de ponta a ponta, a equipe venceu a China (43s05, prata) e o Uzbequistão (43s47, bronze). Pouco antes da chegada, até o próprio narrador do Engenhão desistiu dos pedidos de silêncio e vibrou junto com a torcida com o ouro inédito.
Redenção
 
Uma medalha de redenção, principalmente para dois membros da equipe. Daniel e Felipe estavam no revezamento que foi desclassificado ainda na eliminatória dos Jogos Paralímpicos de quatro anos atrás, com André Andrade e Lucas Prado, por um erro na passagem do bastão. Felipe também passou por isso em Pequim 2008, devido à mesma infração.
 
Daniel confessou que tinha isso em mente quando chegou à pista do Engenhão. “Nosso revezamento estava engasgado na nossa garganta já há algum tempo. (A medalha) não podia vir de forma melhor: em casa, em uma plena terça-feira, lotando esse estádio para nos prestigiar e aguardando nosso melhor, porque nós nos propusemos a isso, então nossa alegria é grande”, contou.
 
Um resultado inédito, mas que constava nos planos da equipe brasileira, segundo Felipe. “Dever cumprido. Nós nos unimos, conversamos e pensamos em correr não só pela gente, mas por quem vinha na frente, pelo próximo. Tínhamos esse objetivo não só de ganhar a medalha de ouro, mas também quebrar o recorde. Acreditamos nesse sonho, fomos pra dentro e cumprimos o objetivo”, afirmou. Até agora, ele e Petrucio Ferreira dividem o melhor desempenho individual no atletismo da Rio 2016, com um ouro e uma prata cada um.
 
Alaor Filho/MPIX/CPBAlaor Filho/MPIX/CPB
 
Receita do sucesso
Numa competição coletiva, em que os mínimos detalhes entre companheiros fazem a diferença, a harmonia entre os integrante da equipe foi vital para o triunfo do revezamento brasileiro. Gustavo Araújo conta que, para ter um timing perfeito, é importante ter uma energia perfeita entre os velocistas, que competem juntos desde o Parapan de Toronto-2015.
 
“Somos amigos fora da pista também, um liga para o outro, manda mensagem para o outro. Temos grupos de redes sociais juntos, e isso começa aí também, né? Chega na hora lá, um dá um abraço no outro e fala ‘estou confiando em você’. Na hora da corrida rolando, mesmo com o estádio gritando, a gente só consegue escutar a voz do amigo, do parceiro”, comentou.
 
Parte da alegria da equipe é embalada por um ritmo tipicamente carioca: o funk, já que Diogo Ualisson mora próximo a um local que recebe bailes. Ele conta que a comemoração no pódio foi ensaiada, com dança da música “Malandramente”, do MC Nandinho, especialmente na parte da letra que diz “Nois se vê por aí”.
 
“Como a gente fica brincando, em vez de ser os backstreet boys, somos os backfavela boys!”, disse Gustavo, aos risos.
Outras provas
 
Destaque também para uma quebra de recorde mundial, logo na primeira final desta manhã. Com tempo de 1m00s53, Georgina Hermitage, da Grã-Bretanha, melhorou em um décimo a marca que já era dela, e faturou o ouro nos 400m rasos T37 (paralisados cerebrais). Outro recorde mundial saiu no lançamento do dardo F46 (amputados) para a também britânica Hollie Arnold (43.01m).
 
Nos 100m T51 (competidores em cadeiras), Peter Genyn quebrou o recorde paralímpico (21s15), assim como Walid Ktila, da Tunísia, na classificatória dos 800m T34 (paralisados cerebrais), com 1m46s28. A marca foi superada na bateria seguinte por Mohamed Alhammadi, dos Emirados Arabes Unidos (1m44s96).
 
Rodrigo Vasconcelos e Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Evânio Rodrigues faz história no halterofilismo e conquista a prata

Cezar Loureiro/MPIX/CPBCezar Loureiro/MPIX/CPB
Um quilo. Um peso insignificante para qualquer atleta de halterofilismo, mas que há quatro anos seguia na mente do baiano Evânio Rodrigues da Silva como uma lembrança de um sonho que poderia ter sido realizado na Inglaterra, com a participação nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, mas que acabou não se concretizando.
 
Mas o esporte tem o poder de redenção que em muitos casos é capaz de apagar as tristezas e transformá-las em emoções indescritíveis. E na manhã desta terça-feira (13.9), no Pavilhão 2 do Riocentro, Evânio Rodrigues descobriu isso.
 
Se há quatro anos ele sofreu uma enorme decepção ao não se classificar para as Paralimpíadas de Londres por apenas um quilo, a recompensa, após um ciclo de trabalho árduo, veio de uma forma que ele jamais vai se esquecer.
 
Até esta manhã, o halterofilismo brasileiro nunca havia subido ao pódio em Paralimpíadas. Mas Evânio acordou para mudar essa história. Competindo na categoria -88kg, o halterofilista, nascido na pequena cidade de Cícero Dantas, um município de cerca de 34 mil habitantes, encheu sua família e sua terra natal de orgulho ao se tornar o primeiro medalhista do país na modalidade nos Jogos Paralímpicos.
 
Depois de erguer 205kg na primeira apresentação e 210kg na segunda tentativa (ele ainda tentou superar os 215kg na terceira chance, mas sem sucesso), Evânio conquistou a medalha de prata para o Brasil e fez história, para a alegria do pai, da mãe, dos irmãos e dos primos que não se continham de felicidade nas arquibancadas.
 
A medalha de ouro ficou com o Mohammed Khalaf, dos Emirados Árabes Unidos (220kg), e o bronze foi para Sodnompiljee Enkhbayar, da Mongólia, que também ergueu 210kg, mas que pelo fato de ter um maior peso corporal do que o brasileiro (critério de desempate) acabou perdendo a prata.
 
O Brasil ainda tentou conquistar mais uma medalha nesta terça-feira no Pavilhão 2 do Riocentro com Márcia Menezes, na categoria -86kg, mas a atleta não obteve sucesso. Após erguer 111kg na primeira tentativa, ela falhou nas duas seguintes para superar 117kg e acabou ficando fora do pódio, em quinto lugar. O ouro foi para a egípcia Randa Mahmoud (130kg), a prata para a jordaniana Tharwah Alhajaj (119kg) e o bronze para a mexicana Catalina Diaz Vilchis (117kg).
 
“Foi muito trabalho e muito treinamento também para focar mais na competição e não deixar a adrenalina atrapalhar, porque se ela atrapalhar você não consegue fazer o movimento válido”, contou Evânio. “Eu me concentrei muito, fiquei muito na minha, lá no meu canto, para na hora não pensar em nada, só pensar em completar o movimento. E eu consegui. Foi um sonho realizado hoje. Essa minha primeira medalha é inédita em nosso esporte”, comemorou o baiano, que se emocionou muito a ver os familiares nas arquibancadas, que pela primeira vez puderam vê-lo em ação e trouxeram sorte.
 
“Quando eu vi minha família...”, interrompeu o halterofilista para cair nas lágrimas em seguida. “Ela é tudo para mim. Eu estou longe dela faz nove anos e não é fácil. É muito tempo sem vê-los. Mas hoje tive a recompensa. E fico muito feliz porque é a primeira vez que eles estão vendo o meu esporte. E quando eu os vi agora foi muita emoção. Minha família é tudo. Meus maiores fãs são da minha família”, disse, ainda aos prantos. Depois, ele agradeceu a todos os que o ajudaram na caminhada até a medalha.
 
“Eu só tenho a agradecer a todo mundo que torceu por mim e a eles (os familiares), que vieram de longe para torcer por mim. Vieram da Bahia e outros vieram do litoral de São Paulo só para torcer, para estar ao meu lado, e eu fiquei muito feliz agora e realizado. Eu tinha ficado de fora nas Paralimpíadas de Londres, pensei até em desistir, mas a minha vontade falou mais alto. Eu amo esse esporte, cara. Eu vivo para isso. Eu vivo para o esporte. Eu faço o que eu gosto. Tive várias barreiras que estavam impedindo, mas eu sempre pensei positivo, fui pra frente e estou hoje aqui, realizado”, celebrou Evânio, que recordou tudo o que passou até subir ao pódio dos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
 
Eu dei o meu melhor. A melhor marca de toda a minha vida foi essa de hoje e não é fácil fazer um movimento válido aqui. É muito difícil, porque a pressão é muito grande. Aqui é uma competição vista por milhares de pessoas e não é fácil você estar entre os melhores do mundo. Foi muito difícil, muito trabalho. Pelo ranking só iam (para as Paralimpíadas) os oito melhores do mundo e eu consegui ficar em oitavo. Eu vi que estava em oitavo mas que podia conseguir melhorar. Só que não foi fácil. Nesses últimos quatro meses eu tive que ganhar dez quilos de peso corporal.  E eu não como muito. Tive que tomar muito suplemento, acordar para comer toda hora...”, lembrou.
 
Evânio ainda fez um agradecimento especial a seu técnico, Valdecir Lopes, e a um atleta do Egito, em particular, Sherif Osman – ouro no Rio 2016 na categoria -59kg e tricampeão dos Jogos Paralímpicos (venceu também em Pequim 2008, Londres 2012), que veio treinar no Brasil em abril e acabou se tornando um amigo e parceiro dos brasileiros.
 
“A gente teve uma ajuda de fora, um treino diferente. Juntou com o nosso treino e deu muito certo. O Sherif veio passar um tempo no Brasil e a gente aprendeu muita coisa com ele. Hoje ele estava torcendo por mim como se a gente fosse do mesmo país e eu fiquei muito feliz. Tenho que agradecer a ele e a meu técnico. Quando juntou os dois deu isso aí: um sonho realizado”, destacou o medalhista, que desde o final da competição passou a viver uma fábula.
 
“A ficha não caiu ainda. Esse sonho estou realizando não só por mim. É por várias pessoas que tentaram e ficaram no caminho. Mas eu estou conseguindo por todos eles. É por todo mundo, não é só por mim”, ressaltou Evânio.
 
Cezar Loureiro/MPIX/CPBCezar Loureiro/MPIX/CPB
 
Primeiro pódio aos 23 anos
Com a medalha no peito e segurando o simpático Tom personalizado com os cabelos prateados, Evânio, que sofreu com a poliomielite ainda bebê, recordou toda sua história, desde os problemas da infância até os primeiros passos no esporte, já adulto.
 
“Eu tive poliomielite com seis meses de idade. Morava em Cícero Dantas, no interior da Bahia. Meu pai trabalhava de vigilante e minha mãe trabalhava em uma clínica. Eu só comecei a andar com 5 anos, porque o recurso era muito difícil e minha família era muito pobre. Para fazer uma cirurgia depois que eu tive a pólio foi muito difícil”, narrou.
 
“Aí consegui a cirurgia, comecei a andar e foi muito difícil isso também. Na escola todo mundo jogava bola. Tinha as competições de escola, entre os colégios, e eu nunca pude participar e ganhar uma medalha. Era o meu sonho ter uma medalha. E eu só fui ganhar minha primeira medalha com 23 anos, em uma competição com atletas que não têm nenhuma deficiência, já que eu participo dos dois. Foi em 2008, em Ribeirão Pires, um campeonato paulista de supino convencional. E na primeira competição eu já fiquei em terceiro lugar. Aquela foi minha primeira medalha e meu primeiro sonho realizado”, prosseguiu Evânio, que contou ainda com o halterofilismo entrou em sua vida.
 
“Eu comecei a praticar musculação lá na Bahia ainda. Eu tinha feito uma cirurgia na perna, porque minha perna era muito curta. Aí tive que fazer alongamento na perna e comecei a musculação para o fortalecimento da perna. Eu tinha 18 anos quando fiz a cirurgia, depois que parei de crescer. Minha perna não cresceu como a outra. Eu não tinha recurso para fazer fisioterapia e eu fui crescendo e minha perna não foi acompanhando. Ai eu fiz a cirurgia para corrigir. Quando eu terminei a cirurgia em Salvador e tirei os ferros da perna eu comecei na academia, mas só para fortalecer a perna para começar a andar de novo”, lembrou.
 
“No começo eu não conseguia levantar nenhuma barra. Mas fui melhorando, melhorando... Aí teve uma competição em Cicero Dantas, depois da cirurgia em Salvador, e eu fui evoluindo e comecei a tomar gosto pela musculação. Meu irmão me convidou para morar na Praia Grande, no interior de São Paulo, para procurar emprego. Fiquei dois anos até que um colega que tinha deficiência e que competia nas provas de halterofilismo me mostrou o esporte. Aí em 2010 eu comecei no esporte paraolímpico”.
 
O resto é história. O menino que não podia andar em Cícero Dantas e que sonhava em ganhar uma medalha quando criança cresceu e ficou forte. E hoje, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, ele escreveu um capítulo especial no halterofilismo nacional ao ver seu trabalhado coroado com um pódio marcado por muita emoção e por lágrimas.
 
Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Seminário discute importância dos Centros de Iniciação Esportiva e gestão de instalações

O Espaço Multiuso da Casa Brasil recebe nesta quarta-feira (14.09), das 10h às 13h, gestores e representantes de prefeitura de todo o país, no seminário que irá debater, principalmente, o Programa do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), a gestão de instalações esportivas e as experiências exitosas na seleção e construção das obras do CIE.  
 
O evento é promovido pelo Ministério do Esporte e as palestras serão ministradas por técnicos do Departamento de Infraestrutura de Esporte da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento. O evento tem entre os principais objetivos apresentar o programa do CIE e o projeto Vila do Esporte, ambos disponíveis para cessão aos entes públicos interessados; esclarecer dúvidas sobre planejamento da ocupação e os gastos de uma instalação esportiva compartilhar os procedimentos considerados de sucesso no desenvolvimento da iniciativa; e orientar acerca da fiscalização de obras públicas. 
 
Os Centros de Iniciação ao Esporte fazem parte da Rede Nacional de Treinamento e se destinam a identificar talentos, formar atletas e incentivar a prática esportiva em territórios de vulnerabilidade social, com instalações esportivas que seguem requisitos oficiais.  
 
Serão construídos 233 centros em 223 municípios de todo o país e o investimento total será de R$ 840 milhões. O primeiro CIE foi inaugurado no mês de junho, em Franco da Rocha (SP).
 
SERVIÇO:
Palestra sobre os Centros de Iniciação ao Esporte
Data: 14.09.
Horário: das 10h às 13h
Local: Auditório do Armazém 2, Casa Brasil, Pier Mauá, Rio de Janeiro, (RJ)
Mais informações
Assessoria de Imprensa do Ministério do Esporte
Emília Andrade: +55 (61) 99685-1783
 
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Sucessos da época de ouro do rádio encantam visitantes da Casa Brasil

Casa BrasilCasa Brasil
Os visitantes da Casa Brasil relembraram nesta segunda-feira (12) os sucessos musicais que marcaram os 80 anos da Rádio Nacional com o conjunto de choro Época de Ouro. Criado por Jacob do Bandolin no início da década de 1960, o Época de Ouro se mantém como um dos mais tradicionais grupos de choro e samba do país até hoje.
 
Sob a liderança de Jorginho do Pandeiro, com 84 anos de idade, o conjunto lembrou o início dos anos 1940, quando a Rádio Nacional era a emissora com o sinal mais potente do país. Naquela época, o rádio era o principal canal para informação e entretenimento de todas as regiões, até as mais longínquas cidades das fronteiras do Brasil.
 
O Época de Ouro vai ao ar ao vivo às segundas feiras, das 17h às 19h, e recebe músicos e intérpretes convidados. O espetáculo desta segunda-feira contou com a interpretação dos clássicos de compositores como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Noel Rosa e Jacob do Bandolin entre outros. Com transmissão ao vivo pela EBC, convidados como o cantor Marcos Sacramento ajudaram a levantar o público da Casa Brasil que lotou o auditório do Armazém 2.
 
O casal Angélica Marchon, 30 anos, assistente administrativa, e Hélio Roberto, 36, analista de redes, esteve se encantou com o espetáculo. "Estava passando pelas outras exposições e quando ouvi a música segui direto o som até chegar ao local da roda de samba. Quando vi já estava sambando", conta Angélica. "Somos fãs da música brasileira, especialmente essa música mais autêntica saudosista, sem aquele apelo comercial", acrescentou Hélio.
 
 

Fonte: Equipe Casa Brasil

Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil fica no zero contra o Irã no futebol de 5. Adversário da semi será a China

Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
A seleção brasileira de futebol de 5, modalidade para deficientes visuais, tentou, chutou várias vezes a gol, perdeu oportunidades de frente para o arqueiro, mas sofreu com a retranca do time do Irã e não conseguiu sair do 0 x 0 contra os asiáticos. O jogo foi disputado sob forte calor, na manhã desta terça-feira (13.09), na arena montada no Parque da Barra.
 
Com o empate, a equipe verde e amarelo garantiu a primeira colocação do Grupo A e enfrentará a China pela semifinal, na próxima quinta-feira (15.09) às 16h. Os adversários da próxima fase saíram após disputa por pênaltis, vencida pelos argentinos por 2 x 1. Em partida realizada na sequência do confronto entre Brasil e Irã, Argentina x China jogaram para definir o primeiro colocado do Grupo B. Os dois países chegaram para o duelo classificados e com campanhas idênticas: vitórias por 1 x 0 contra a Espanha e 2 x 0 sobre o México.
 
No entanto, o empate sem gols entre chineses e argentinos provocou uma situação inusitada. As duas equipes terminaram a primeira fase iguais em todos os critérios de desempate e tiveram que realizar uma disputa por pênaltis. Os asiáticos converteram apenas uma de três tentativas e viram os sul-americanos anotarem as duas primeiras cobranças – sem necessitar bater a terceira - e ganharem por 2 x 1.
 
Antes mesmo de conhecerem os oponentes da fase semifinal, os brasileiros já projetavam um embate complicado contra chineses ou argentinos. “Nós vamos ter um jogo muito difícil, independente de China ou Argentina. Estamos preparados, porque vamos dar o máximo e ter que correr muito”, avaliou Ricardinho, que foi poupado no duelo de hoje e entrou faltando menos de dez minutos para o apito final.
 
“A gente sempre quer estar jogando, mas tem que ter inteligência também. O treinador optou por me deixar no banco por alguns fatores. Primeiro porque o time que jogou tem plenas condições e mostrou um grande futebol e como eu venho de uma lesão recente, há um risco maior para mim de uma nova lesão muscular”, afirmou o ala esquerdo e camisa 10.
 
Além da lesão, o craque Ricardinho foi preservado do forte calor que castigou os jogadores. “A gente treinava aqui e no sol, mas hoje o cansaço veio um pouco mais rápido. No primeiro dia a gente pegou um pouco de sol, no segundo o clima foi mais ameno e hoje foi o dia mais quente, mas não acredito que tenha influenciado no nosso jogo”, comentou o defensor Damião.
 
Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
 
Tricampeão paralímpico (Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012), a seleção brasileira é a única a subir no lugar mais alto do pódio. No entanto, terá trabalho para manter a hegemonia na modalidade. Os argentinos foram os adversários da primeira final paralímpica, quando o título veio nos pênaltis, e os chineses foram vice quando sediaram os Jogos.
 
“Será um duelo decidido nos detalhes e temos que estar atentos o tempo todo. A China tem jogadores muito velozes, que se a gente vacilar, eles entram na nossa defesa. A Argentina é um time muito experiente, com jogadores bons na marcação e que podem nos surpreender. Então temos que estar focados o tempo todo”, disse o atacante Raimundo Nonato.
 
No outro duelo da semifinal, marcado para quinta-feira às 20h, o Irã, que garantiu a classificação ao empatar com os brasileiros, e a Argentina medirão forças para decidir quem vai para a disputa pelo ouro. Nesta tarde Marrocos x Turquia e Espanha x México fecham a primeira fase do torneio, para cumprir tabela.
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Com campanha 100%, seleção feminina avança para semifinal no vôlei sentado

Na busca por uma medalha inédita nas Paralimpíadas, a seleção feminina de vôlei sentado entrou em quadra, nesta terça-feira (13.09), para disputar a última partida da fase de classificação. Empurrado pela torcida, o Brasil venceu a Holanda por 3 sets a 0 (25/18, 25/15, 25/20), no Pavilhão 6 do Riocentro.
 
“A vitória contra a Holanda era previsível, pela nossa colocação no ranking internacional, mas a equipe europeia também tem brigado muito com as melhores do mundo. É bom terminar a fase de grupo invicto, mas sem perder nenhum set, é uma grata surpresa”, disse o técnico da seleção brasileira, José Dantas.
 
Para a jogadora Janaína, a conquista coroou o trabalho realizado na busca pelo pódio inédito no vôlei sentado. “Nós queríamos fechar essa campanha invicta. Agora, é decisão. Se perdermos, ficaremos de fora da final. Estamos tentando dosar a ansiedade para chegar bem e tentar fazer um bom jogo na semi”.
 
Na fase de classificação do Grupo A, o Brasil venceu Canadá e Ucrânia por 3 sets a 0 antes do jogo contra a Holanda.  Na semifinal, Brasil vai enfrentar o segundo colocado do Grupo B. Até o momento, os Estados Unidos são os adversários. A definição será após a rodada desta quarta-feira (14). A China lidera o Grupo B. China e Estados Unidos são os finalistas das duas últimas edições dos Jogos Paralímpicos. As chinesas, atuais bicampeãs, levaram a melhor nos dois últimos confrontos diretos.
 
“Possivelmente os Estados Unidos serão os nossos adversários na semifinal. A China e os Estados Unidos vêm fazendo as finais de competições desde 2008. Na edição de Pequim, elas fizeram a final da Paralimpíada, depois do Mundial e da Copa Intercontinental. São equipes que são primeira e segunda colocadas no ranking mundial. É uma pedreira, mas a gente confia na equipe, que vem crescendo no cenário internacional”, afirma o treinador brasileiro.
 
Breno Barros - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Casa Brasil e a preparação para receber pessoas com deficiência

Rafael Azeredo / Casa BrasilRafael Azeredo / Casa Brasil
A Casa Brasil segue de portas abertas ao público até o próximo domingo (18), dia do encerramento dos Jogos Paralímpicos, e o que pode parecer um detalhe para muitos, na verdade tem sido alvo de elogios. A estrutura da Casa conta com diversas exposições que ressaltam os atrativos e a cultura do país em espaços acessíveis a pessoas com deficiência.
 
"Todos os nossos espaços contam com rampas para acesso de cadeirantes e a sinalização está disponível também em braile. Além disso, os expositores têm tradutores em linguagem de libras à disposição", explica o porta voz da Casa Brasil Jun Yamamoto.
 
O aposentado e cadeirante Severino Pinheiro, 76 anos, visitou a Casa Brasil nesta segunda-feira (12) acompanhado da família e aprovou a acessibilidade do espaço. "Está tudo maravilhoso, o acesso está muito bem feito", disse. A exposição Brasil Junino, que mostra a cultura da festa de São João no Brasil foi a que mais encantou Severino. "Moro há 40 anos no Rio de Janeiro, mas sou nascido no Nordeste. É impossível não me emocionar com as festas juninas", acrescentou o aposentado, que é natural de Recife.
 
Um levantamento do Ministério do Turismo mostra que, entre os visitantes da Casa Brasil, 78% são moradores do Rio de Janeiro, 20% são turistas de outros estados brasileiros e 2% de outros países, com destaque para a Espanha, Argentina, Estados Unidos, Bolívia e França. Na avaliação dos visitantes que também conheceram outras casas temáticas, 49% considerou a Casa Brasil como o melhor espaço de exposições.

Fonte: Equipe Casa Brasil

Ascom - Ministério do Esporte 

Brasil conquista classificação para as quartas mesmo com derrota para a Alemanha

Brandão/Rio2016Brandão/Rio2016
Vencer ou usar a calculadora. Essas eram as opções da Seleção Masculina para chegar à inédita vaga nas quartas de final do basquete em cadeira de rodas de Jogos Paralímpicos. Felizmente, a derrota para a Alemanha por uma pontuação razoável (73 x 61) simplificou a conta e os donos da casa se classificaram no Grupo B pelo saldo mais positivo que o do Irã.
 
Mesmo com a derrota, o Brasil ficou em terceiro na chave, na frente da própria Alemanha, e escapou de um confronto mais duro contra a Espanha, primeira do Grupo A. O adversário será a Turquia, vice-líder da mesma chave, nesta quarta-feira (14.09), a partir das 21h, na mesma Arena Olímpica do Rio.
 
Brandão/Rio2016Brandão/Rio2016
 
O jogo teve todas as características de mata-mata. Marcação pegada, contato forte e clima tenso no ataque e na defesa, e torcida gritando como se fosse mesmo oitavas de final. A casa não estava completamente cheia, mas a torcida fez o papel dela para empurrar o time diante de um desafio tão complicado.
 
As dificuldades foram várias. No início, faltou espaço para arremessar e o aproveitamento acabou baixo (27% no 1º quarto). Depois, os alemães estavam mais atentos aos rebotes (12 a 9 no 2º período), o que rendeu a eles mais chances de pontuar. Mesmo assim, os brasileiros precisavam de um bom saldo para o possível empate triplo, e o primeiro tempo manteve essa missão sob controle, com uma bela reação no fim: 33 x 27 para a Alemanha, com 19 x 18 para o Brasil no segundo quarto.
 
Segundo tempo
Depois de as equipes voltarem dos vestiários, ambas tinham intensidades quase iguais no ataque, então mais uma vez o detalhe da precisão fez a diferença. Apenas uma cesta de 2 pontos (7/15 pra Alemanha, 6/12 para o Brasil) e um lance livre (7/8 para Alemanha, 6/8 para o Brasil) aumentaram a vantagem para a Alemanha ao fim do terceiro quarto: 45 x 54.
 
O equilíbrio voltou a marcar o último período. As duas equipes protegiam bem o garrafão, e com isso tinham dificuldades idênticas no ataque. Vantagem no placar do quarto para a Seleção Masculina nos primeiros 5 minutos, mas apenas de 3 pontos. No fim, o resultado mostrou o quanto pode ser decisivo um período ruim diante de um jogo tão parelho, pois a diferença não variou muito dos sete pontos do começo.
 
No entanto, não só o objetivo de conseguir a classificação foi alcançado, como também a vantagem de avançar em 3º do grupo B. Por isso, o ala-pivô Leandro de Miranda, que fez um duplo-duplo na partida (13 pontos e 12 rebotes) ficou com a sensação de dever cumprido.
 
"O mais importante era a classificação. Lógico que queríamos vencer, mas o foco maior era o resultado de avançar. Uma derrota assim é como se fosse vitória, e nos faz pensar agora na próxima fase", comentou.
 
Para o técnico Tiago Frank, o dia de folga será para pensar no que deu errado contra a Alemanha para que não se repita nas quartas de final. "Agora é ajustar. Temos coisas a corrigir. A Turquia sem dúvida é forte, eliminou a Grã-Bretanha no último Mundial. Tem talentos individuais e o aspecto físico como vantagem na estatura. A gente aposta sempre num sistema defensivo coeso, consistente e intenso, que a gente não conseguiu aplicar hoje. Temos que entrar focados para, quem sabe, almejar uma vaga na semifinal", analisou.
 
O destaque do Brasil foi o ala Erik da Silva, com 21 pontos. Na partida, porém, o cestinha foi o alemão Thomas Bohme, com 26 pontos.
 
Rodrigo Vasconcelos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Brasil alcança feito inédito, vence a Coreia do Sul e é ouro na classe BC3 da bocha

Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
Prazer, somos da bocha paralímpica! Os atletas brasileiros apresentaram o esporte, pouco conhecido para a maioria do público, em grande estilo: ouro e prata nas finais por equipes nesta segunda-feira (12.09). O país chegou em duas das três decisões possíveis nos pares e mostrou sua força na modalidade. Na disputa da classe BC3, os estreantes paralímpicos Antônio Leme, Evelyn Oliveira e Evani Soares surpreenderam a favorita Coreia do Sul para conquistar o resultado inédito na categoria.
 
A dimensão do feito não cabia na Arena Carioca 2. Fernando Leme, calheiro de Antônio, o levantou da cadeira de rodas nos braços, o ergueu para a torcida e depois rolou no chão com ele, extravasando as emoções de um jogo decidido na última bola e com controvérsias com a arbitragem. “Eu que pedi”, revela Antônio sobre o gesto do irmão.
 
Os asiáticos são comparados aos Estados Unidos no basquete, ou à China no tênis de mesa, quando se trata da classe BC3, em que os competidores são auxiliados por assistentes para realizar os lançamentos, os chamados calheiros. “A gente treina e trabalha para o ouro, mas, ganhar da Coreia do Sul foi demais. Eles são os nossos exemplos. A gente segue muita coisa que eles fazem”, explicou Renata Santos, assistente e amiga de Evani.
 
A união do time também se fazia presente na mistura de sensações comuns ao trio, expressas na surpresa de Antônio: “Eu não estou acreditando. O Brasil é ouro!”, na alegria de Evelyn: “É fantástico ter essa oportunidade de jogar aqui no Brasil, a experiência de enfrentar os melhores e ter esta partida incrível, estou extremamente feliz”, e na gratidão de Evani: “Ganharmos esse presente, o ouro, é uma sensação única”.
 
Logo no primeiro end (similar ao set no tênis ou no vôlei), os brasileiros fizeram 3 x 0, ou seja, o time da casa conseguiu deixar três bolas mais perto da branca (jack) do que a mais próxima bola dos sul-coreanos. Nos dois ends seguintes, os asiáticos fizeram 1 x 0 e encostaram. Foi no período decisivo que ocorreu uma polêmica com a arbitragem do argentino Adrian Altuna.
 
Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O juiz decidiu penalizar a equipe do Brasil, alegando que a calha de Evelyn não havia sido movida antes do lançamento, o que é proibido, pois pode significar que a mira para o arremesso já estava pronta. Além de não concordar com a decisão, que paralisou o jogo por alguns minutos, os brasileiros discordaram de o juiz mover as bolas com as mãos para a posição anterior ao arremesso.
 
“A gente ficou um pouco indignado no momento. Segundo o Antônio e a parceira, foi uma decisão equivocada do árbitro. Aí a Evelyn chamou ele e disse: ‘Vamos jogar!’”, revela Fernando. Com a punição, os sul-coreanos ganharam duas bolas a mais para arremessarem. Como os calheiros ficam de costas para a quadra e não podem olhar os arremessos para evitar interferências, a agonia para eles foi ainda maior durante os lançamentos "extras" dos oponentes.
 
“Se já é difícil para ele que estava vendo, imagina para mim que estou de costas. Fiquei ali, escutando o barulho da torcida. A cada barulho era um erro deles, mais um barulho, mais um erro, até que acabaram as bolas e a medalha era nossa”, conta Fernando, aliviado com o 2 x 0 no último end e o 5 x 2 no placar final. 
 
Danilo Borges/brasil2016.gov.brDanilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O outro lado
Se o Brasil aprendeu com os sul-coreanos para vencê-los, o país viveu a sensação inversa quando enfrentou a Eslováquia na final da classe BC4. Bicampeão paralímpico da categoria nas edições de Pequim 2008 e Londres 2012, o time brasileiro formado por Dirceu Pinto e Eliseu Santos, que ganhou a companhia do estreante e irmão Marcelo Santos, foi derrotado pela Eslováquia.
 
A idolatria de Samuel Andrejcik, destaque do time europeu, pelo brasileiro Dirceu também ajuda a explicar a dimensão da vitória eslovaca. “É um sentimento incrível vencer o Brasil nas Paralimpíadas. Vi vários jogos do Dirceu nas Paralimpíadas de Pequim 2008 e Londres 2012, além de outros torneios, e ele dificulta muito a vida dos adversários. Aprendi muito vendo como ele joga”.
“O Samuel vem crescendo muito nos últimos dois anos. No Open no mês passado, em Portugal, ele foi campeão. Vamos dizer que ele varreu todo mundo, ganhou de mim, do Eliseu... Sabíamos da capacidade dele”, analisa Dirceu, que foi reserva na final por decisão dos treinadores. A estratégia foi apostar nos irmãos Marcelo e Eliseu, mais fortes em bolas longas, características dos eslovacos. 
 
“Eliseu e Marcelo são excelentes atiradores de bola de fundo. É que hoje foi o dia da Eslováquia e tiraram o nosso ponto na última bola do segundo end e no quarto, o Samuel jogou uma bola perfeita”, completou Dirceu. 
 
O Brasil fez 2 x 0 no primeiro end, mas os europeus devolveram o placar no segundo e levaram os dois seguintes por 1 x 0, fechando o placar em 4 x 2. "Estamos felizes com a prata que também é um resultado excelente. Nossa meta era o pódio e divulgar a bocha no Brasil, para que outras pessoas vivam seus sonhos e saiam de suas casas", concluiu Dirceu. 
 
Gabriel Fialho - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

A vigésima é de ouro: Daniel Dias vence os 50m livre e chega a 20 medalhas paralímpicas

Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
Em três edições dos Jogos Paralímpicos, Daniel Dias já somava 19 medalhas, sendo 11 de ouro, seis de prata e duas de bronze. Nesta segunda-feira (12.09), o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos lotado testemunhou o nadador aumentar sua coleção, chegando ao emblemático número de 20 medalhas paralímpicas. Depois de somar um ouro, duas pratas e um bronze no Rio 2016, a vigésima vez no pódio precisava ter um toque dourado. Exigência do próprio Daniel.
 
“Eu estava querendo mais de mim mesmo. Sabia que poderia mais e hoje dei esse mais que estava, sim, engasgado. Essa vigésima medalha tinha que ser de ouro”, declarou o nadador, depois de vencer os 50m livre da classe S5 com o tempo de 32s78, suficiente para deixar para trás o vietnamita Thanh Tung Vo, prata com 33s94, e o norte-americano Roy Perkins, bronze com 34s42. Clodoaldo Silva, outro brasileiro na final, foi o sétimo, com 36s27.
 
O multicampeão não escondeu a emoção por voltar a pendurar uma medalha de ouro no pescoço, especialmente depois do terceiro lugar conquistado nos 50m borboleta S5. “Foi onde eu fiquei mais sentido”, admitiu. “A gente passa alguns momentos difíceis por nadar muitas provas, momentos emocionais, e hoje eu falei que queria dar uma alegria maior a essa torcida. Quando ganhei o bronze, me emocionei com o apoio que eles deram. Falei: ‘eles merecem, eu mereço e vamos cantar o hino juntos’”, contou o nadador, que cumpriu a promessa e ouviu o Estádio Aquático repetir cada frase do Hino Nacional com ele.
 
A torcida, por sinal, é algo que Daniel não cansa de elogiar. O atleta foi enfático ao creditar parte de seu sucesso no Rio 2016 à força que as arquibancadas têm proporcionado toda vez que ele cai na água. “Ontem foi nítido. Eu estava exausto, mas a cada respirada parecia que eles estavam falando: ‘vai, cara, vai’. No fim, quase consegui pegar o chinês. A gente tem sentido isso, essa vibração, esse estádio tremendo. Está sendo incrível não só para mim, mas para todos os brasileiros. Acredito que o esporte paralímpico nunca mais vai ser o mesmo após esses Jogos”, afirmou Daniel Dias.
 
A comemoração após a cerimônia de pódio também foi especial. Repetindo a cena protagonizada por Michael Phelps nos Jogos Olímpicos, Daniel quebrou o protocolo e subiu até a arquibancada para abraçar e beijar os filhos Asaf e Daniel. Segundo ele, no entanto, a comemoração não foi a la Phelps. “Foi a la Daniel Dias. Tenho dois filhos, ele tem só um. Estou ganhando dele nisso aí”, brincou o brasileiro.
 
Com cinco medalhas em cinco finais, Daniel Dias tem outras quatro provas para tentar estender seu legado e tentar se tornar o atleta paralímpico com o maior número de medalhas da história. Até o fim dos Jogos Rio 2016, ele disputa os revezamentos 4 x 100m livre e 4 x 100m medley 34 pontos, os 50m costas S5 e os 100m livre S5. Ele precisa manter os 100% de aproveitamento para superar o nadador australiano Matthew Cowdrey, dono de 23 medalhas paralímpicas.
 
Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
Para chegar lá, Daniel conta com dois dias sem provas para conseguir descansar e estar inteiro quando voltar a cair na piscina. “Hoje senti os dias de competição. No final doeu muito e estou com dor até agora. Por isso quero aproveitar ao máximo esse descanso de amanhã (terça-feira) para poder voltar com tudo no revezamento. Aí tenho mais um descanso para poder nadar minhas provas individuais. Com esse programa de provas e dois descansos, vai ser muito bacana”, comentou.
 
Daniel volta a competir na quarta-feira (14.09) na final dos 4 x 100m livre 34 pontos. Na sexta (16.09), o brasileiro terá o revezamento 4 x 100m medley 34 pontos e os 50m costas S5. A última prova de Daniel no Rio 2016 serão os 100m livre S5, no sábado (17.09).
 
Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brGabriel Heusi/Brasil2016.gov.brO bronze e o desabafo de Andre Brasil
Um momento de silêncio que durou quase meio minuto, tempo precioso em uma final da natação paralímpica. Mas foi esse tempo que o nadador veterano Andre Brasil, já relaxado após conquistar a medalha de bronze nos 100m borboleta S10 com a marca de 56s50, usou para responder o turbilhão de perguntas que viriam.
 
“Foi uma angústia. Eu disse que ia sair a medalha. Ela demorou um pouquinho mais do que eu esperava, mas dei tudo o que eu podia. Nos últimos 15 metros eu não aguentava mais nadar”, desabafou o atleta, que perdeu as primeiras posições para o mais novo campeão paralímpico e recordista mundial, Denys Dubrov (54s71), e o compatriota ucraniano, Maksym Krypak (54s90).
Até a manhã desta segunda, o recorde era do próprio Andre Brasil (55s99), que encara com naturalidade a perda da marca para Dubrov, que já o havia superado nas eliminatórias. “Esporte é renovação, é crescimento e querer mais. Aos 32 anos, continuo melhorando meus tempos, continuo evoluindo e longe de mim pensar em aposentadoria ainda. Vou seguir tentando melhorar sempre”.
 
O experiente nadador, com três participações paralímpicas (Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016) e 11 medalhas (sete de ouro, uma de prata e três de bronze), deu sequência ao desabafo. “Quando você está na m... é complicado, e era assim que eu me sentia por ter pego dois quartos lugares. Mas quando a gente dá a volta por cima, aprende a agradecer aqueles que estão do nosso lado. Só posso agradecer aqueles que ainda acreditam, que me empurraram durante a prova, mesmo eu estando cansado”.
 
A comemoração de Andre Brasil após o pódio ocorreu de maneira peculiar. Ao receber a medalha, o brasileiro se dirigiu até a piscina e mergulhou o prêmio na água. “Eu sempre faço isso. É uma forma de agradecimento por esse momento. Hoje foi um dia em que os deuses da água conspiraram para que tudo desse certo. É um gesto simbólico que já faço há anos pelo simples fato de agradecer”, explicou.
 
Prata que vale ouro
Fechando as finais do dia, a nadadora Joana Neves conquistou a medalha de prata após uma disputa acirrada com a chinesa Li Zhang nos 50m livre S5. O tempo de Joaninha foi de 37s13, contra 36s87 da vencedora. “Foi uma experiência sensacional. Uma medalha de prata com gosto de ouro. Estou satisfeita com o meu resultado e a minha medalha”, disse a atleta do Brasil, acrescentando que continuará treinando para conseguir ocupar a primeira posição do pódio. “Ninguém é invencível. Todos nós temos a chance de fazer o nosso melhor. Para quem busca com dedicação, a hora sempre chega”.
 
Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brMiriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Mesmo muito feliz e agradecida pela prata, Joana Neves fez a sua autocrítica. “Acho que não consegui ter uma saída tão boa quanto pela manhã, mas a medalha de prata é bem vinda e acho que não deixei a desejar. Agora é focar mais nos treinos para lapidar os erros”.
 
Xodó da natação, Joaninha repetiu a prata conquistada no revezamento 4 x 50m livre 20 pontos ao lado dos companheiros Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Susana Schnarndorf. Além das duas medalhas, os vencedores ganham o mascotinho dos Jogos Paralímpicos, o Tom, com o cabelo personalizado de acordo com a cor da medalha. E as duas pelúcias recebidas pela atleta, até agora, já têm destino certo. “Uma é da minha filha e a outra é da minha mãe. Elas são as mulheres mais importantes da minha vida. Não vou ficar com nenhum porque já tenho as medalhas e a gente tem que aprender a dividir”, disse Joana Neves.
 
Talisson aguarda o bronze
Em sua primeira Paralimpíada, Talisson Glock não só conquistou a vaga para a final dos 200m medley, como está na briga pelo terceiro lugar do pódio. O brasileiro chegou em quarto lugar na final com o tempo de 2m44s94, mas, após a desclassificação do nadador colombiano Nelson Crispin, que havia batido em terceiro, Talisson chegou a ser anunciado como o medalhista de bronze da categoria. A premiação, porém, não foi realizada porque a Colômbia entrou com recurso.
 
“Não nadei pensando na medalha, nadei pensando em fazer o meu melhor e saio satisfeito da prova. A desclassificação ou não mostra que a medalha é consequência e, seja como for, eu fico contente com o quarto lugar”, disse jovem nadador de 21 anos. Sobre o motivo que levou o adversário a ser possivelmente desclassificado, Talisson explicou que, no estilo medley, muitas falhas podem ocorrer. “Pode ter sido uma pernada intercalada, uma virada errada, uma ondulação a mais. Agora é só esperar”, disse.
 
A noite dos recordes
Os nadadores brasileiros não foram os únicos inspirados nesta segunda-feira no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Em 16 finais disputadas, oito recordes mundiais e dois recordes paralímpicos foram quebrados.
 
Nos 400m livre S13, o bielorrusso Ihar Boki nadou em 3m55s62, conquistando o ouro e o recorde paralímpico. O ucraniano Dmitriy Horlin, bronze, estabeleceu o recorde paralímpico da classe S12 com 4m06s63. No feminino, a norte-americana Rebecca Meyers foi a primeira a quebrar um recorde mundial na noite, com o tempo de 4m19s59.
 
Depois de Meyers, a inspiração pareceu tomar conta dos atletas. O neozelandês Cameron Leslie venceu os 150m medley SM4 em 2m23s12, novo recorde mundial. Olga Sviderska, da Ucrânia, repetiu o feito na classe SM3 com o tempo de 2m54s14. Nos 50m livre feminino S11, a chinesa Li Guizhi é a nova detentora da melhor marca do mundo com 30s73.
 
Na prova em que Andre Brasil foi bronze, o ucraniano Denys Dubrov baixou a marca que ele mesmo havia estabelecido pela manhã ao completar os 100m borboleta S10 em 54s71. Entre as mulheres, Sophie Pascoe, da Nova Zelândia, é a nova recordista paralímpica com 1m02s65.
 
Michelle Konkoly, dos Estados Unidos, quebrou o recorde mundial dos 100m livre S9 com 1m00s91, enquanto Sascha Kindred e Ellie Simmonds, da Grã-Bretanha, superaram os melhores tempos do mundo nos 200m medley SM6 masculino e feminino, com 2m38s47 e 2m59s81, respectivamente. Por último, a chinesa Shiyun Pin encerrou a chuva de recordes mundiais ao cravar 28s41 nos 50m borboleta S7.
 
Vagner Vargas e Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Alessandro Rodrigo “brinca” no Engenhão, bate recorde paralímpico e leva o ouro no arremesso de disco

Francisco Medeiros/ brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/ brasil2016.gov.br
Para Alessandro Rodrigo da Silva, o lançamento de disco, um dos mais tradicionais eventos do atletismo, é tão divertido quanto uma brincadeira. E ao disputar a final da prova na classe F11 (deficientes visuais) na noite desta segunda-feira (12.09), no Estádio Olímpico do Rio, parecia mesmo que o brasileiro estava brincando. Em seis tentativas, Alessandro poderia escolher duas para garantir a medalha de ouro. Seu segundo melhor arremesso, de 41.81m, já alcançou quase um metro a mais do que a marca do medalhista de prata, o italiano Oney Tapia, que fez 40.89m.
 
Cleber Mendes/CPBCleber Mendes/CPBMas Alessandro foi além do ouro. Com um lançamento de 43.06m no Engenhão, ele ainda garantiu o recorde paralímpico da prova. “Lançar é como brincar. É gostoso. Quando você vai mal, você quer acertar, e quando acerta você não quer parar”, contou o paulista de Santo André, explicando como superou o começo ruim na prova rumo ao topo do pódio. “No primeiro (lançamento) eu fui muito mal, no segundo também. Mas como você só precisa de um para ganhar, esse um veio”, comemorou.
 
Ovacionado pela torcida, ele pegou uma bandeira do Brasil e deu a volta na pista, para completar a festa. “A sensação é inexplicável. Além de ser uma medalha de ouro, é um recorde paralímpico dentro do nosso país. Eu acho que não tem como explicar, só quem vive esse momento sabe o quanto é especial. O quanto eu fiz para estar onde eu estou”.
 
Quando tinha 25 anos, Alessandro contraiu toxoplasmose, doença que o deixou cego. Quatro anos depois, conheceu seu atual técnico, Walter Agripino, que o chamou para treinar. Já na primeira competição, conseguiu o terceiro lugar. E a partir daí treinou manhã, tarde e noite para desenvolver o potencial. “O esporte mudou minha vida. Depois da minha família e de Deus, o esporte é tudo para mim. O esporte é onde eu consigo ter felicidade”, contou.
 
Bronze que virou prata
A noite de medalhas do atletismo brasileiro no Estádio Olímpico começou com o revezamento 4 x 100m masculino T42-47, para atletas com amputação nos membros superiores ou inferiores. A equipe formada por Alan Fonteles, Petrucio Ferreira, Yohansson Nascimento e Renato Nunes conquistou a medalha de prata, com o tempo de 42s04.
 
Os brasileiros cruzaram a linha de chegada na terceira posição, mas foram beneficiados por um erro da equipe norte-americana, que havia batido o recorde mundial (40s61), mas acabou eliminada por conta de uma falha na área de transição. Com a exclusão, os alemães (40s82) ficaram com a medalha de ouro e o Japão (44s16) herdou o bronze que seria brasileiro.
 
Cleber Mendes/CPBCleber Mendes/CPB
 
“A conquista, sem dúvida, foi para lavar a alma. Para mim, estar correndo ao lado desses caras aqui foi uma experiência muito grande. A gente conquistou a prata em Pequim, a prata em Londres quando fomos desclassificados, e aqui estamos em casa correndo novamente. Ganhamos o bronze, estávamos comemorando muito, e depois a gente percebeu que a gente tinha ganhado a prata e aí começou uma nova comemoração”, disse Alan Fonteles.
 
O revezamento deu a Fonteles sua única medalha na Rio 2016. Um dos principais nomes do atletismo paralímpico brasileiro, e que ficou internacionalmente conhecido ao vencer o sul-africano Oscar Pistorius na final dos 200m em Londres 2012, disse que sai da Paralímpiada de cabeça erguida, mesmo tendo ficado de fora das finais dos 100m e 200m.
 
“Eu dei a cara para bater nessas Paralímpiadas e estou me levantando, erguendo a cabeça. Agora é olhar para Tóquio. A minha história está aí para ser contada. Sou um ser humano normal, como qualquer um. Tenho meus altos e baixos e infelizmente no Rio foi o meu baixo, mas estou saindo com a medalha de prata”.
 
Um dos destaques brasileiros na prova foi Petrucio Ferreira, de 19 anos. O atleta que compete a primeira Paralimpíada da carreira já tinha ganhado um ouro nos 100m T47. “Eu fico bastante feliz, porque eu diria que está sendo um sonho de criança se realizando em casa. Eu sempre falei que sonhava representar meu país, minha bandeira, e estou realizando esse sonho. Ontem (domingo) conquistei uma medalha, e hoje, quando entrei na pista, entrei mais confiante, porque quando eu olhava para a largada, tinha o Renato, quando eu olhava para a reta, era o Yohansson, e quando olhava para frente, era o Alan. Isso me passou uma confiança ainda maior”, afirmou o atleta.
 
Perguntado sobre qual atleta teria sido o mais veloz, Yohansson Nascimento decidiu destacar o trabalho em equipe. “Eu acho que essa pergunta de ser o mais rápido não existe no revezamento, porque se for falar assim, digamos que eu seja o mais lento, mas se eu não correr, não tem revezamento. Então não tem isso de melhor ou pior, é uma equipe”, concluiu o velocista, que se despede do Rio 2016 com a prata e um bronze nos 100m T47. “Eu digo que estou saindo daqui 100%. Eu fiz duas provas e coloquei duas medalhas no peito. Estou feliz. São 4.350 atletas aqui e quantos estão voltando para casa sem nenhuma medalha? Eu estou com duas, um bronze e uma prata. Será que se eu juntar dá um ouro?”, brincou.
 
Mais brasileiros 
Outros brasileiros estiveram em ação na noite desta segunda-feira no Engenhão. Terezinha Guilhermina venceu sua prova na semifinal dos 200m rasos da classe T11 e garantiu vaga na final, que vai ser disputada nesta terça-feira (13.09). Jhulia Santos e Jerusa Santos também participaram, mas não se classificaram.
 
Na semifinal dos 1.500m T54, Maria de Fátima e Aline Rocha terminaram suas baterias na oitava e sexta colocação, respectivamente, e também não avançaram para a final. No lançamento de dardo F56/57, Cícero Nobre ficou em quarto. Na mesma prova, Claudiney Batista dos Santos foi o quinto. No salto em altura T44, o brasileiro Jeosah Santos ficou em sexto, com a marca de 1.85m. Márcio Braga Leite disputou o lançamento de disco F11 com Alessandro Silva e terminou na quinta posição.
 
Mateus Baeta e João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Comitê Paralímpico Internacional e Rio 2016 fazem balanço e celebram o sucesso da primeira semana das Paralimpíadas

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Com a primeira semana dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 tendo se encerrado neste domingo (11.9) com maciça participação do público nas arenas, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), Philip Craven; o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman; o diretor de comunicação do Rio 2016, Mario Andrada; e o chefe do departamento de mídia do IPC, Craig Spence, concederam, nesta segunda-feira (12.9), uma entrevista coletiva em que fizeram um balanço dos primeiros cinco dias do megaevento.
 
Os quatro falaram sobre temas que marcaram os Jogos até aqui, como o sucesso na venda dos ingressos, o envolvimento dos brasileiros com a competição, a participação inédita de atletas refugiados nas Paralímpiadas, o ótimo desempenho dos atletas, que quebraram diversos recordes e impressionaram por desempenhos superiores até mesmo ao dos atletas olímpicos, e também sobre a importância do envolvimento dos ministros do esporte e da educação de diversos países no Rio 2016 e seus papeis no desenvolvimento do paradesporto em nível mundial.
 
"Esses são os Jogos do povo”, afirmou Philip Craven. “A ligação entre o espírito paralímpico e os cariocas está presente. Está fabuloso. Estou muito feliz”, disse o dirigente, que destacou a marcante vitória do argelino Abdellatif Baka, no domingo, nos 1.5000m, quando o corredor conquistou o ouro na classe T3 (para atletas com baixa visão) com um tempo de 3min48s29.
 
A marca, um novo recorde mundial e das paralimpíadas para a prova, é inferior aos 3min50 do norte-americano Matthew Centrowitz, que levou o ouro na mesma prova nos Jogos Olímpicos Rio 2016. “Os atletas da prova de 1.500m correram mais rápido do que nos Jogos Olímpicos, um feito fantástico. É uma conquista para esporte paraolímpico”, comemorou Philip Craven.
 
"Temos um número extraordinário de atletas, com recordes e performance que impressiona pelo desenvolvimento do esporte paraolímpico. Estou impressionado com a preparação dos comitês nacionais. Temos medalhas conquistadas por atletas de países dos cinco continentes. O movimento paralímpico vem tendo evolução no Brasil. Isso mostra um país aberto ao esporte olímpico e paralímpico", reforçou Carlos Arthur Nuzman.
 
Gabriel Heusi/brasil2016.gov.brGabriel Heusi/brasil2016.gov.br
 
Ingressos e recordes
Outro aspecto muito celebrado durante a conversa com os jornalistas diz respeito à venda de ingressos, que se aproximam da barreira dos 2 milhões de entradas, o que motivou públicos recordes no Parque Olímpico no fim de semana.
 
“Nós vendemos um total de 1.904.000 ingressos. Ontem (domingo, 11 de setembro), nós vendemos 40 mil entradas. O número de ingressos vendidos para o Parque Olímpico da Barra ontem foi de 162 mil. Hoje, o nosso último número era menos impressionante: 76 mil ou 61% das entradas disponíveis. Como vocês sabem, as crianças não estão de férias. Então, elas voltaram para as escolas. Para o Estádio Olímpico nós temos 41% de ocupação até agora, mas esse número ainda está em contagem”, disse Mario Andrada, que também fez um balanço dos recordes batidos até o momento nas Paralimpíadas.
 
“Os recordes mundiais até agora são 117 na natação, 30 no atletismo de pista, 12 ciclismo de estrada e 9 no levantamento de peso. E 28 recordes foram estabelecidos apenas ontem”, lembrou o dirigente.
 
Refugiados e ministros
Assim como ocorreu nos Jogos Olímpicos, os Jogos Paralímpicos do Rio foram marcados pela presença, inédita, de atletas refugiados. Entretanto, apenas dois estrangeiros – o nadador sírio Ibrahim Al-Hussein e o iraniano Shahrad Nasajpour, do lançamento de disco – integraram o Time de Refugiados Paralímpicos, contra 10 que formaram a mesma equipe nas Olimpíadas.
 
Ainda assim, Philip Craven exaltou a iniciativa e falou sobre a dificuldade de ter mais atletas refugiados nas Paralimpíadas. “Eu acho que foi fabuloso. Mas se você tem uma deficiência e tem que procurar um esporte em um lugar que foi ou que continua sendo uma área de conflito, isso é algo muito, muito difícil de acontecer”, destacou. “Então eu não estou surpreso com o fato de termos apenas dois. Eu espero que não tenhamos nenhum da próxima vez (em Tóquio 2020), pois gostaria que não houvesse conflitos armados. Mas acho que que essa esperança é pequena e muito provavelmente não se materialize”, continuou o presidente do IPC, que destacou a importância da presença de diversos ministros do esporte e da educação no Rio 2016.
 
“Nunca houve tantos ministros de esportes de tantos países ao redor do mundo nos Jogos Paralímpicos. Para o paradesporto se desenvolver em qualquer país, o envolvimento dos governos, seja com os ministros do esporte ou com os ministros da educação, é absolutamente vital. Assim, essa é uma interação que nós realmente promovemos, mas que às vezes leva tempo”, disse Craven, que exaltou todo o trabalho que foi feito nesse sentido no Rio 2016.
 
“Existe uma enorme, uma enorme ênfase na educação e eu sei que houve uma grande ênfase em programas educacionais por parte do Rio 2016 aqui nas favelas e em várias outras áreas. Isso é crucial. Para mim, cada nação deveria ter um ministro do esporte conectado proximamente ao ministro da educação”, sugeriu.
 
Apesar do sucesso dos Jogos Paralímpicos do Rio, o IPC reconhece que incentivar o paradesporto em nível mundial ainda é um desafio. E quando isso se concretizar a presença de atletas nas Paralimpíadas será ainda maior.
 
“Dez países aqui participaram com 46% dos atletas. Os outros 54% vieram dos outros 149 países e do Time dos Refugiados. Quando se olha para essas estatísticas, fica claro o porquê de necessitarmos que mais atletas e de que mais países participem do esporte paraolímpico”, lembrou Craig Spence.
 
Ascom - Ministério do Esporte 

Projeção de filmes do Canal 100 revive glórias do futebol

Uma ideia na cabeça e uma bola no pé. Entre os dias 12 e 14 de setembro, a Casa Brasil exibe 10 curta-metragens com cenas restauradas do acervo do Canal 100, oferecendo ao público uma oportunidade imperdível de reviver a emoção de grandes jogos realizados entre as décadas 1960 e 1980. O programa foi o responsável por imortalizar a música "Na Cadência do Samba", de Luis Bandeira.
 
"Depois de mais de 2 anos de pesquisa, tínhamos todo o acervo preparado, mas faltava o testemunho de quem estava lá", disse Alexandre Niemeyer, filho do idealizador do Canal 100, Carlos Niemeyer. Ele teve a ideia de criar o canal em 1959, registrando o melhor do esporte brasileiro.
 
De acordo com Felipe Lima, da produtora Ovo em Pé, responsável pelo desenvolvimento dos documentários, 20 craques do futebol brasileiro foram levados para os estúdios da Quanta, em São Paulo, onde ficaram em uma sala escura simulando um cinema, com uma tela projetando as imagens do Canal 100.
 
 
"Dá a sensação que eles estão no cinema. Os jogadores vão contando as histórias conforme as imagens vão aparecendo. Pegamos os depoimentos e criamos 10 documentários de 22 minutos cada. O material foi exibido nos canais ESPN, batendo recorde de audiência. O Canal 100 fazia uma cobertura de cinema, diferente das outras transmissões da época. Até a Copa do Mundo do México de 1970, o Canal 100 era a única opção de ver os jogos novamente fora do estádio", explica.
 
Os curtas exibidos na Casa Brasil incluem depoimentos de jogadores, com imagens registradas ainda em película 18 mm e 35 mm e que foram ao ar nas maiores salas de cinema do país.
 
No projeto foram inseridos, por processos de rotoscopia (animação com base em filmagens reais), logos históricas da Petrobrás, patrocinadora, em algumas cenas dos filmes, compatíveis com cada época retratada.
 
Confira a programação
12 de setembro
- Reviva a Espera do Milésimo (Sobre o milésimo gol de Pelé)
- Reviva o Fla-Flu Épico
- Reviva as Feras do Saldanha (Sobre a formação da seleção campeã do mundo em 1970)
 
13 de setembro
- Reviva os Invencíveis (sobre a Academia do Palmeiras nos anos 60 e o Inter campeão brasileiro invicto em 79)
- Reviva os Inesquecíveis (Sobre o Cruzeiro dos anos 60)
- Reviva os Conquistadores (Sobre os títulos da Libertadores de Santos - 62/63 e Flamengo 81)
 
14 de setembro
- Reviva o Caminho da Vitória (sobre o Corinthians campeão paulista 77)
- Reviva os Templos do Futebol (sobre a construção dos estádios do Maracanã, Pacaembu, Morumbi, Beira Rio e Mineirão)
- Reviva o Maior de Mundo (Sobre a história do Maracanã)
- Reviva a época do Barão (sobre a família Fittipaldi)
 
Serviço
Projeção de filmes do Canal 100
12, 13 e 14 de setembro, às 19h
Endereço: Boulevard Olímpico - Praça Mauá - Auditório do Armazém 2 na Casa Brasil
Entrada Franca
 
Equipe Casa Brasil 
Ascom - Ministério do Esporte 

Israel Stroh e a prata que pode abrir um novo horizonte no tênis de mesa brasileiro

Miriam Jeske/ brasil2016.gov.brMiriam Jeske/ brasil2016.gov.br
O primeiro medalhista brasileiro em disputas individuais do tênis de mesa em Jogos Paralímpicos subiu ao pódio nesta segunda-feira (12.09). O paulista Israel Stroh ficou com a prata na disputa masculina da Classe 7. Ele teve pela frente, na mesa 2 do Pavilhão 3 do Riocentro, o atleta número 1 do ranking mundial, o britânico William Bayley, a quem havia derrotado na primeira partida no Rio. Na decisão, a experiência contou e o placar de 3 sets a 1 (11/9, 5/11, 11/9 e 11/4) pendeu para o lado azul, vermelho e branco.
 
Israel acredita que o momento que vive o esporte paralímpico brasileiro pode abrir um novo horizonte para o tênis de mesa "Essa medalha aqui em casa pode fazer com que as pessoas vejam esse esporte com mais seriedade, principalmente para termos seleções mais fortes nos próximos ciclos", comemorou Israel. "O apoio da torcida foi sensacional. Mesmo se ganharmos o ouro lá em Tóquio, a emoção de hoje será maior, pois ter uma medalha com os torcedores a seu favor é incrível. Eles apoiaram e jogaram junto. Foi um estímulo para jogar bem e isso tudo ficará na nossa memória".
 
O futuro projetado ainda com a adrenalina da disputa na mesa é de mais sucessos. "A preparação no ciclo foi ótima. A partir de agora, temos uma sede especial, o Centro Paralímpico Brasileiro. Não há no mundo um centro de treinamento melhor do que nós temos hoje em São Paulo. Se conseguirmos utilizá-lo bem, não só o tênis de mesa, mas todo o esporte paralímpico do Brasil vai subir ainda mais e ficará sempre entre os três ou quatro nas Paralimpíadas, talvez não em Tóquio, mas certamente em 2024", afirma Israel.
 
A iniciação do medalhista no tênis de mesa foi igual a de quase todo mesatenista brasileiro: na escola. "Até obtive resultados razoáveis em competições com atletas não-paralímpicos, mas, com 20 anos, deixei o esporte em segundo plano para fazer a faculdade de Jornalismo. Um pouco antes do início do ciclo olímpico, descobri que minha deficiência se enquadrava no esporte paralímpico. Inicialmente, fiz o teste para o badminton. Mas como já jogava tênis de mesa, meu foco foi direto para o que eu mais gostava e jogava melhor", contou o brasileiro. Em 2015, houve uma reclassificação funcional e Israel deixou de competir na Classe 8 e passou para a 7, a que ele julga mais adequada ao seu tipo de deficiência - o atleta tem parte dos movimentos dos braços e pernas comprometidos por uma paralisia cerebral ocorrida por falta de oxigenação no parto.
 
Miriam Jeske/ brasil2016.gov.brMiriam Jeske/ brasil2016.gov.br
 
Elogios do adversário
Com a medalha de ouro no peito, Willliam Bayley fez muitos elogios a Israel, com a convicção de quem viveu na pele uma derrota em uma final paralímpica em casa. Há quatro anos, com a torcida a seu favor, ele perdeu a decisão dos Jogos de Londres para o alemão Jochen Wollmert. "No tênis de mesa, você nunca sabe se terá uma nova chance. Estar duas vezes na final de uma Paralimpíada é impressionante. Eu tinha de aproveitar essa oportunidade. Para ser honesto, não sei se terei uma como essa de novo", disse Bayley ao fim da partida.
 
O britânico contou que a derrota na estreia o fez estudar muito a técnica de Israel. "Eu aprendi muito na primeira partida contra ele, até porque foi a primeira vez que jogamos um contra o outro. Eu assisti novamente o nosso jogo e vi também os outros jogos dele para ver como ele se portava nos pontos mais importantes. Assim, eu já tinha uma ideia de qual seria a postura dele nos pontos mais decisivos", contou.
 

Gigantes pelo caminho
"O Israel fez um torneio impressionante para chegar à final. O nível do tênis de mesa dele cresceu muitíssimo. Ele teve que jogar com todos os melhores do mundo no lado dele da chave. Eu tenho de ser bem honesto: a chave foi muito mais fácil para mim. Sim, ele perdeu a final, mas essa prata tem um significado impressionante por tudo o que ele fez. Ele tem de estar muito orgulhoso", acrescentou Bayley.
 
O caminho de Israel até a partida desta segunda realmente foi tortuoso. Do outro lado da mesa no Rio sempre havia um atleta melhor posicionado no ranking mundial de sua classe - o brasileiro ocupa a 12ª colocação. Na fase de grupos, Israel se classificou ao ganhar do próprio Bayley (líder do ranking) por 3 x 1 e sofrer uma derrota também por 3 x 1 para o chinês Keli Liao (número 10 do mundo). Nas oitavas, outra pedreira: ele passou pelo ucraniano Mykhaylo Popov, terceiro melhor da lista. Na partida seguinte, o derrotado foi o também ucraniano Maxym Nikolenko, vice-líder do ranking. Na semifinal, vitória sobre o quinto do mundo, o chinês Shuo Yan.
 
"Quando você chega sem ser o favorito, você joga mais solto. Quando passei pela fase de grupos vencendo o número 1 do mundo, ganhei muita confiança. consegui jogar mais firme. A chave não foi favorável, mas segui em frente", explicou Israel.
 
Ao analisar a partida final, o brasileiro explicou que sentiu o ouro escapar em um momento específico. "Eu tinha ganhado bem o segundo set e consegui fazer 9/7 no terceiro. Então, errei uma bola que veio boa para finalizar e isso fez falta. Ele conseguiu virar. No quarto set, senti muito a perda do terceiro e ele aproveitou meus erros", refletiu.
 
Bayley teve a mesma percepção. "Ganhar o terceiro set me deixou com uma confiança absoluta. A tarefa ficou mais fácil porque o Israel também errou bolas mais fáceis. Eu acho que ele ficou um pouco mais instável emocionalmente e eu soube capitalizar isso. Tênis de mesa nesse nível tem muito a ver com 'acreditar'. Se você acredita, você tem mais chances. Se não acredita, o jogo acaba".
 
Chances de bronze
O tênis de mesa brasileiro ainda tem chances de duas medalhas de bronze no individual no Rio. Danielle Rauen, da Classe 9 feminina, enfrentará a polonesa Karolina Pek às 16h45 desta terça-feira (13.09). Duas horas depois, Bruna Alexandre mede forças com a dinamarquesa Sophie Walloe na Classe 10 no Pavilhão 3 do Riocentro. As disputas por equipes masculinas e femininas começam na quarta-feira (14.09).
 
Abelardo Mendes Jr e Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Seleção feminina termina fase de grupos com derrota, mas segue para as quartas

Washington Alves/MPIX/CPBWashington Alves/MPIX/CPB
Em função da única vitória na primeira fase dos Jogos Paralímpicos, diante da Argentina na estreia, o Brasil já tinha encaminhado a vaga nas quartas de final. A Seleção entrou em quadra nesta segunda-feira (12.09) com o desafio de vencer para evitar um confronto difícil pelo caminho. Não deu. O Canadá venceu por 82 x 49 na Arena Olímpica, e as meninas terão de encarar os Estados Unidos por uma vaga na semifinal.
 
As donas da casa até começaram com um bom desempenho, e mantiveram a desvantagem em quatro pontos nos 5 minutos de iniciais. As canadenses, porém, estavam com uma mira impecável. Acertaram 12 dos 14 arremessos no 1º quarto, num aproveitamento de 86%, enquanto as brasileiras tinham 40%. Com isso, a distância logo chegou aos dois dígitos: 12 x 24.
A dificuldade em segurar as canadenses na defesa também atrapalhou o Brasil no 2º período. Elas conseguiam espaço com excelente movimentação nas infiltrações e contragolpes, e estavam também mais fortes nos rebotes (20 x 10 no 1º tempo). Tudo isso resultou numa vantagem ainda maior no placar: 49 x 22 ao fim do 1º tempo.
 
Com o jogo praticamente resolvido no intervalo, coube ao Canadá apenas manter um bom desempenho. Pisaram no freio em relação aos primeiros períodos, mas administraram a vantagem com um aproveitamento de arremessos ainda alto, e um número ainda maior de rebotes.
 
Ainda assim, o técnico Martoni Sampaio ficou feliz com a evolução ofensiva da equipe. Diante de um adversário de alto nível, o 2º melhor do grupo B, o Brasil fez sua maior pontuação nesta fase de grupos, na qual ainda não tinha chegado na casa dos 40 pontos.
 
"A equipe melhorou a cada jogo. Não vamos conseguir criar uma cultura diferente de jogo de um dia para o outro, tem que ser um pouquinho de cada vez, e gradativamente elas estão incorporando o estilo que a gente quer, as formações se encaixam, a organização melhora. O jogo hoje mostra uma fluidez melhor no ataque, não paramos mais na defesa como contra a Inglaterra. Hoje tivemos paciência", ponderou.
 
O destaque do Brasil na partida foi Vileide Almeida, com 12 pontos e 8 rebotes. "Sabemos do potencial dessas equipes, e sabíamos que não seria fácil, mas alcançamos o objetivo. Temos sim chances de ter bons resultados, agora é cabeça erguida e ir para mais uma batalha", afirmou a ala-pivô.
 
Como venceu nesta manhã, o Canadá fugiu do duelo mais difícil e vai enfrentar a Holanda nas quartas de final. O Brasil, por sua vez, terá os Estados Unidos, algo com o qual Martoni já se preparou mentalmente após a derrota desta segunda. "É o gigante. Temos consciência da capacidade, sem se subjugar. Vamos pra cima com coragem e atitude", afirmou o técnico da Seleção.
 
Assim como nos outros jogos, o Brasil fez a alegria da torcida com belas jogadas individuais e boas assistências em alguns contra-ataques. O público não manteve o nível de lotação do último fim de semana, mas compensou com forte vibração a cada cesta, sem se importar com a grande desvantagem no placar. Empolgação de destaque foi das crianças de ensino fundamental, que até brincaram na quadra no intervalo.
 
Rodrigo Vasconcelos - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Uberlândia em festa: Rodrigo Parreira conquista a segunda medalha paralímpica

Francisco Medeiros/brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/brasil2016.gov.br
Goiano de nascimento, mineiro de coração. Na identidade, está lá: Rio Verde (GO), mas Rodrigo Parreira, 22 anos, está ansioso para chegar a Uberlândia (MG) e dividir com a cidade a alegria de sua segunda medalha paralímpica. Rodrigo, que havia ficado com o bronze nos 100m T36 (paralisados cerebrais) no último sábado, conquistou a prata no salto em distância na manhã desta segunda-feira (12.09), no Engenhão.
 
“Eu tenho que agradecer muito a Deus e a minha família. Eles estão lá em Uberlândia quase morrendo do coração. Eu não tenho nem ideia de como vou celebrar, estou bastante emocionado. A minha cidade ainda não tinha medalhista paralímpico e agora eu estou levando duas medalhas, uma de bronze e uma de prata. Quem sabe em Tóquio eu não possa conquistar o ouro? Vou trabalhar por isso”, avisou.
 
A prata veio com recorde paralímpico. O atleta australiano foi o primeiro a quebrar a marca da competição: já na tentativa inicial, Brayden Davidson atingiu 5.62m, pulverizando os 5.23m obtidos pelo ucraniano Roman Pavlyk em Londres 2012, enquanto o brasileiro queimou o salto. Na segunda tentativa, Rodrigo igualou a marca de 5.62m de Davidson, aumentando a emoção da prova.
 
Desempataria a disputa quem fizesse um segundo melhor salto, e Rodrigo foi para a liderança da prova ao atingir 5.55m na terceira tentativa. O ouro ficou pouco tempo no peito do brasileiro: na quarta tentativa, o australiano saltou 5.57m e voltou à ponta. Os dois não melhoraram as marcas e o ouro foi para Brayden e a prata, para Rodrigo. O ucraniano Pavlyk, então campeão paralímpico, ficou com o bronze por um centímetro (5.61m), e por pouco não embolou ainda mais a disputa pelo primeiro lugar.
 
“Foi acirrado até o fim. Eu vim aqui para fazer o melhor. Bati o recorde paralímpico, fiquei com a prata e estou feliz demais. Eu poderia até ficar em último, batendo minha melhor marca no ano, eu já estaria feliz”, contou.
 
Francisco Medeiros/brasil2016.gov.brFrancisco Medeiros/brasil2016.gov.br
 
“Bem na foto”, Bordignon chega ao segundo pódio
Fábio Bordignon pode dizer que saiu bem na foto ao conquistar sua segunda medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a prata nos 200m classe T35 (paralisados cerebrais). No sábado, ele já havia levado a prata nos 100m. Vaidoso, o velocista segue um ritual de beleza antes de competir e deu um tapa no visual ao ser apresentado para a torcida e as câmeras antes da prova.
 
“É uma marca minha. As pessoas costumam dizer que sou muito vaidoso, com barba, cabelo, dente. Eu sou, sim. Sou fã do Cristiano Rolando e tenho que pegar as características dele. Sempre tem que estar bonito, até porque tem imagem, tem vídeo. Não só fazer bela corrida, mas também estar bonito na chegada e no pódio para a foto. Quando eu olho para a minha imagem na TV me dá vontade até de me namorar”, brincou.
 
Fábio confessou que acorda mais cedo para se arrumar. “Tem creme, hidratante, perfume, faço sobrancelha, luzes no cabelo, tem tudo. Cuido da pele colocando protetor solar, com fator 60. Tem que ter bastante cuidado com a pele, com a beleza”, contou o atleta de 24 anos, que tem sete tatuagens no corpo, incluindo um gladiador, um leão, o símbolo do Vasco, seu time de futebol, e o nome do filho, Adryan Gabriel, que estava nas arquibancadas ao lado da esposa de Fábio, Alice.
 
“Quando eu entrei no bloco, escutei a torcida gritar meu nome, e o juiz pediu silêncio. Por um momento eu pensei: ‘Estou num caldeirão’. A perna começou a tremer, mas graças a Deus o juiz mandou sair do bloco e a tremedeira passou”, contou o medalhista. “Estou muito feliz, minha primeira Paralimpíada pelo atletismo. Se Deus quiser, ainda tenho uma bela carreira pela frente. Não tem palavras que definam esse momento com duas medalhas. É de prata, mas tem gostinho de ouro”, completou o ex-jogador de futebol de sete.
 
Além da medalha, Fábio ganhou um boneco de pelúcia do mascote dos Jogos Paralímpicos, Tom, com os cabelos prateados, da cor da medalha conquistada. Ao ser perguntado sobre quem tinha mais estilo, Fábio não teve dúvidas. “Meu cabelo é mais estiloso. Vou dar uma arrumada no cabelo dele quando chegar em casa, deixar ele igual a mim, e vou botar a medalha no pescoço dele para ele ficar bem bonito!”.
 
Outros resultados desta manhã
Na decisão do arremesso de peso masculino T42 (amputados),  Mauro Evaristo ficou em quarto, com a marca de 13.59m, recorde das Américas. O vencedor foi o britânico Aled Davies com 15.97m, novo recorde paralímpico. Nos 200m T36 feminino, Taschita Cruz avançou para a final com o quinto melhor tempo (31s39).  Nos 100m T38 (paralisados cerebrais) masculino, Edson Pinheiro passou para a decisão com a quarta marca (11s32).
 
Nos 200m T11 (deficientes visuais), três brasileiras chegaram à semi: Terezinha Guilhermina fez o melhor tempo (25s07), Jhulia Carol obteve a oitava melhor marca entre as semifinalistas (26s59) e Jerusa Santos, a nona (26s60). “Estou aqui para fazer o que amo, para me divertir na minha casa, e ninguém vai me impedir”, disse Terezinha, que tem seis medalhas paralímpicas. As semifinais serão na noite desta segunda.
 
Nos 100m, ela foi desclassificada por, segundo os juízes, ter sido puxada pelo guia, o que incomodou bastante a atleta.  “Eu corro há 16 anos, sempre da mesma forma, corri agora como corri os 100m e não fui desclassificada. Nunca tinha sido desclassificada em prova alguma. Impossível meu guia me puxar. Será que vou ter que mudar meu jeito de correr? Contra quem estou correndo? É surreal.  Na prova, todas as atletas estavam com o guia na frente e eu fui a desclassificada. O guia da britânica que ganhou deu uma declaração dizendo que fica na frente mesmo, que não considera isso irregular. Mudaram as regras?”, questionou.
 
Carol Delmazo e Mateus Baeta - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte

Brasil coloca sete atletas em seis finais no quinto dia da natação no Rio 2016

Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
Sete atletas, seis finais. A segunda-feira (12.09), quinto dia da natação nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, rendeu bons resultados para o Brasil e esperança de medalhas durante a sessão da tarde, marcada para 17h30, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Daniel Dias, Andre Brasil, Joana Neves, Clodoaldo Silva, Talison Glock, Ruiter Silva e Thomaz Matera serão os representantes do país na piscina.
 
Daniel Dias vai buscar a quinta medalha no Rio 2016. O nadador já conquistou um ouro, duas pratas e um bronze na competição e avançou com o melhor tempo para a final dos 50m S5: 33s55. Na mesma prova, Clodoaldo Silva se classificou com a oitava melhor marca (36s67).
 
Quem também teve um grande desempenho nesta manhã foi Joana Neves. A nadadora, campeã mundial dos 50m livre S5, confirmou seu favoritismo e conseguiu o melhor tempo das baterias eliminatórias, com 37s22. A chinesa Li Zhang veio logo atrás, com 37s37, enquanto a espanhola Teresa Perales foi a terceira mais rápida, com 37s87.
 
Em busca de sua primeira medalha nos Jogos Rio 2016, Andre Brasil foi o terceiro mais veloz nos 100m borboleta S10. O brasileiro viu seu recorde mundial (55s99) ser batido pelo ucraniano Denys Dubrov (55s29) nas eliminatórias, mas se classificou para a decisão com 58s27.
 
Outro que avançou com a terceira melhor marca foi Talison Glock, nos 200m medley SM6. Ele completou a prova em 2m44s94, atrás do colombiano Nelson Corzon (2m42s25) e do chinês Hong Yang, de apenas 16 anos (2m43s19). Já Thomaz Matera foi o oitavo melhor nos 400m livre S13, com 4m19s85. Por fim, Ruiter Silva foi o quinto melhor nos 100m livre S9, com 57s39.
 
Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
 
Joaninha confirma favoritismo
Na prova dos 50m livre feminino – S5, Joana Neves se classificou em primeiro lugar para a final com o tempo de 37s22. Em sua segunda Paralimpíada (em Londres 2012 ela conseguiu o bronze na mesma prova), a nadadora, portadora de acondroplasia (nanismo desproporcional causado por mutações genéticas), está satisfeita com o tempo da série eliminatória. “Todos os sacrifícios que venho fazendo estão valendo a pena. Agora é encarar a realidade e nadar ainda mais forte à tarde”, diz Joaninha.
 
“Ter conseguido o melhor tempo me proporciona uma confiança a mais para competir na final, pois muitos atletas querem a melhor marca, mas são poucos os que conseguem. De qualquer maneira, cada atleta tem a sua responsabilidade e todos vão querer vencer”, completou Joana Neves, que nadou na raia 4, mas prefere a raia 5. “Nadar na raia 4 é um sonho qualquer atleta, se bem que prefiro a 5 porque na 4 muita gente fica te olhando e eu gosto de ficar mais escondidinha”, sorri a nadadora paralímpica, atual campeã mundial dos 50m livre.
 
Andre descarta pressão 
O experiente Andre Brasil foi classificado em terceiro lugar para a final dos 100m borboleta S10 com o tempo de 58s27. Apesar do bom desempenho, o brasileiro, até então detentor da melhor marca mundial (55s99), teve o recorde quebrado por dois ucranianos: Maksym Krypak, que conseguiu a segunda colocação para a final ao nadar em 55s54, e Denys Dubrov, primeiro finalista, com 55s29.
 
“Acho que foi uma boa eliminatória. Eu saí bastante satisfeito com o tempo que consegui realizar de forma bastante consciente e até um tanto confortável. Como sou um dos mais velhos da classe, tornei a minha série um pouco mais lenta, mas controlando o tempo. Na sequência tivemos uma série mais forte em que os ucranianos quebraram minha marca mundial, mas agora vou ali para o descanso, escutar uma música no meu quarto e relaxar porque à tarde temos uma pauleira. E, estando na final, todo mundo tem chance”, diz o nadador veterano.  
 
Sobre a pressão de subir ao pódio, Andre Brasil se mantém tranquilo. “Eu vou tirar o fardo da medalha porque todos têm chance de conquistar a final. O mais importante é que estou bem e preparado. Se for meu dia estarei sorridente no pódio e se não for, podem ter certeza de que dei o meu máximo”.
 
Mesmo com uma bagagem de 10 medalhas conquistadas em Paralimpíadas (quatro de ouro e uma de prata em Pequim 2008 e três de ouro e duas de prata em Londres 2012), o nadador brasileiro considera que competir em casa é um momento único na carreira.
 
“É uma energia maravilhosa e é a primeira vez que posso me apresentar diante de tanta gente. Acho que é nesse momento que a gente começa a entender o Brasil de uma forma consciente para aquilo que é o esporte. Esporte é família, esporte é escola, é saúde, é uma oportunidade de transformação”, avaliou o nadador ao sair da piscina, destacando, ainda, a presença dos pais, Tânia e Carlos.
 
“Geralmente eu nunca sei onde eles estão, mas, como o famoso mágico Mister M, eles sempre dão um jeito de aparecer na hora certa onde estou saindo. E a minha maneira de agradecer é retribuir com um coraçãozinho a quem me deu a vida e a oportunidade de iniciar do esporte”, finaliza Andre Brasil.
 
Márcio Rodrigues/CPBMárcio Rodrigues/CPB
 
Clodoaldo, o colecionador de emoções
Dono de 14 medalhas paralímpicas e uma das lendas da natação brasileira, Clodoaldo Silva já faturou uma prata no Rio 2016, no revezamento 4x50m livre, e vai disputar mais uma final nesta segunda. O atleta admitiu que não gostou de seu desempenho na eliminatória, mas comemorou o fato de ter se classificado entre os oito melhores.
 
“Eu poderia nadar melhor. O nado não encaixou, acontece. Espero que a noite possa melhorar meu tempo. Agora dá para descansar, ver onde errei e onde posso melhorar para, com o estádio lotado na final, me superar”, projetou Clodoaldo.
O brasileiro vem colecionando emoções nos Jogos Paralímpicos. Depois de acender a pira no Maracanã durante a Cerimônia de Abertura e de conquistar sua 14ª medalha na piscina, o veterano nadador tem aproveitado cada segundo da experiência.
 
“Ainda bem que faço natação e toda vez fico molhado. Se não é aqui na piscina é lá na pira, caindo um temporal. É tanta água que não sabem dizer se estou chorando ou não. É uma vibração impressionante e isso me emociona. Quando comecei lá em Natal, em 1996, não esperava que o esporte paralímpico pudesse ter esse reconhecimento”, comentou.
 
Depois da final nesta segunda-feira, Clodoaldo terá mais uma prova para se despedir do Rio 2016: os 100m livre S5. Questionado sobre como ele se sentiria se a despedida das piscinas fosse hoje, o brasileiro não escondeu a felicidade que tem sido participar dos Jogos no país.
 
“Sairia muito mais que feliz e realizado. Não imaginava acender a pira, que ia ter arquibancada lotada, que teria que dar uma volta olímpica no estádio para saudar todo mundo”, citou. “Estou tentando responder mensagens até hoje e não estou conseguindo”, brincou o nadador, que cai na piscina às 20h28 desta segunda, ao lado de Daniel Dias.
 
Vagner Vargas e Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br 
Ascom - Ministério do Esporte 

Daniel Dias conquista a prata nos 100m peito e mantém viva as chances de se tornar o maior medalhista paralímpico da história

O maior medalhista paralímpico brasileiro continua aumentando sua coleção. Daniel Dias chegou ao seu 19º pódio, o quarto nos Jogos Rio 2016, com a prata nos 100 metros peito, classe SB4, disputada na noite de domingo (11.09), no Estádio Aquático do Parque da Barra. Ele ficou atrás apenas do chinês Junsheng Li, em uma das provas mais disputadas da noite. Daniel completou a prova com o tempo de 1m36s13, diferença de 17 centésimos para o campeão. O bronze ficou com o colombiano Moises Fuentes Garcia (1m37s40).
 
Daniel Dias, que agora tem 19 conquistas, e ainda tem mais cinco provas na Paralimpíada. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Daniel Dias, que agora tem 19 conquistas, e ainda tem mais cinco provas na Paralimpíada. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
“Eu concretizei meu objetivo inicial de não deixar que o colombiano, o grego e o espanhol concluíssem a primeira volta na frente, mas quando virei, eu vi que o chinês tinha me passado. Eu tentei buscá-lo. A cada respiração eu escutava a torcida gritando e, no final, eu escutava cada vez mais forte. Aí pensei: ‘Eu acho que eu estou chegando’, mas quando eu bati acabou vindo a prata. Não importa, estou extramente feliz, satisfeito com o que eu fiz. Eu dei o meu melhor e ele mereceu. O esporte é isso”, analisou o nadador brasileiro.
 
Daniel não conseguiu largar bem e virou os primeiros 50m na quarta posição. Na volta final, ele deu início a uma reação espetacular, deixando de pé o público presente no Estádio Aquático. “Foi uma estratégia. Meu fim de prova é muito bom, minha volta é muito boa. Quando virei, escutei o grito da torcida, senti que já tinha passado alguns. Eu sairia daqui com uma medalha, nem que tivesse de carregar três pianos".
 
Daniel não largou bem na prova, mas após a virada da piscina consegui melhorar sua performance. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Daniel não largou bem na prova, mas após a virada da piscina consegui melhorar sua performance. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
Desconhecido pela maioria dos atletas que disputavam a prova, o chinês Junsheng Li, de apenas 16 anos, ressaltou as dificuldades que oponentes do nível do brasileiro lhe impuseram para chegar ao ouro. “A prova foi muito difícil. Eu estava um pouco preocupado porque a chegada foi lado a lado. Mas estou muito feliz por ter ganhado esta medalha. Eu bati concorrentes muito fortes, como Daniel Dias".
 
Brasileiro consegui a prata, com apenas 17s de diferença para o chinês Junsheng Li. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)Brasileiro consegui a prata, com apenas 17s de diferença para o chinês Junsheng Li. (Foto: HeusiAction/AndreMotta)
 
Ovacionado pela torcida do inicio ao fim da prova, Daniel Dias, que é o recordista mundial e paralímpico dos 100 metros peito, agradeceu o apoio do público. “Eu estava concentrado e aí eu comecei a escutar: ‘Daniel, Daniel’. Não tem como não ficar mexido? Eu acompanhei o ritmo balançando minha cabeça, curtindo aquele momento. Pensei: ‘Poxa, eu vou fazer isso por mim e por todos eles’. Eu não tenho dúvidas que todo mundo ficou satisfeito. Foi uma emoção muito grande. Quando eu sai da piscina todos me aplaudiram. Eu até me empolguei e joguei minha touca nem sei para quem”, brincou.
 
A conquista de Daniel mantém viva sua chance de se tornar o maior medalhista da história dos Jogos Paralímpicos. Atualmente, o feito pertence ao nadador australiano Matthew Cowdrey, dono de 23 pódios. O brasileiro, que agora tem 19 conquistas, ainda deve competir em mais cinco provas nos Jogos Rio 2016.
 
Outros resultados
 
Na final dos 100m livre feminino, classe S8, a brasileira Cecilia de Araújo terminou em sexto lugar. Já nos 100m borboleta, classe SB5, os atletas Roberto Rodriguez e Adriano de Lima chegaram em quinto e oitavo lugares, respectivamente. Na prova dos 100m peito SB13, para deficientes visuais, Guilherme Silva alcançou a quinta colocação. Felipe Vila Real ficou em oitavo lugar na disputa dos 200m livre, classe S14, para pessoas com deficiência intelectual.
 
João Paulo Machado - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte 

Felipe Gomes e Teresinha de Jesus garantem mais duas medalhas no atletismo

A noite do domingo (11.09) foi especial para dois velocistas brasileiros. Um, com 30 anos, já é experiente. A outra, aos 35, “uma veterana estreante”. Eles garantiram para o país uma prata e um bronze no Estádio Olímpico, o Engenhão. Na terceira Paralimpíada, Felipe Gomes cruzou a linha de chegada em segundo lugar nos 100m rasos T11 (deficientes visuais). Em sua primeira edição dos Jogos, Teresinha de Jesus não acreditou quando olhou para o telão após a prova. Sentiu as pernas tremerem ao ver o seu nome na terceira colocação nos 100m rasos T47 (amputados).
 
Teresinha conquista bronze nos 100m T47 e Felipe Gomes leva prata nos 100m T11. (Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)Teresinha conquista bronze nos 100m T47 e Felipe Gomes leva prata nos 100m T11. (Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)
 
“Eu entrei na modalidade aos 32 anos. A minha trajetória é repleta de garra e dedicação. Cheguei no regional, passei pelo Brasileiro, Mundial, Parapan e hoje, depois de todos os resultados, estou aqui com 35 anos na minha primeira Paralimpíada, correndo contra meninas bem mais novas. É Isso que me mantém forte para continuar o trabalho. Não tenho dúvidas de que o esporte me escolheu”, disse Teresinha.
 
Ela tinha oito anos quando um acidente mudou a sua vida. Teresinha brincava com as primas no interior do Maranhão, pulou uma cerca, o pé escorregou e ela caiu no chão com o braço para trás. O resultado foi uma fratura exposta. Três dias depois de um procedimento médico errado,  teve que amputar o braço esquerdo.
 
Foi apresentada ao esporte adaptado em 2011, em Londrina, no Paraná. Antes, tinha sido babá, trabalhou em restaurante, papelaria, entregou marmita e foi vendedora. Hoje, vive exclusivamente para o esporte. “Eu recebo a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. É o que me garante dedicar todos os dias e treinar de segunda a sábado. Isso é muito importante para nós, atletas”, afirmou.
 
A prova dos 100m rasos T47 feminino foi vencida pela norte-americana Deja Young, com 12s15. O segundo lugar ficou com a polonesa Alicja Fiodorow, com 12s46. Teresinha fechou a prova em 12s84. Sheila Finder era a outra brasileira na prova. Ela terminou na sexta colocação (13s27).
 
Felipe Gomes melhora desempenho de Londres 2012 e leva prata nos 100m T11.(Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)Felipe Gomes melhora desempenho de Londres 2012 e leva prata nos 100m T11.(Foto: Gabriel Heusi/brasil.gov.br)
 
Evolução
 
Felipe Gomes entrou na pista do Engenhão com um objetivo: melhorar a marca da última Paralímpíada, quando terminou em terceiro lugar nos 100m T11. Depois de 11s08, o brasileiro cruzou a linha de chegada em segundo e alcançou a meta traçada. A prova foi vencida pelo americano David Brown, com o tempo de 10s99 (novo recorde paralímpico). Ananias Shikongo, da Namíbia, completou o pódio com 11s11.
 
“Os 100m são muito rápidos. Tem que estar atento a todos os comandos do guia e buscar a linha de chegada o mais rápido possível. Foi isso que eu tentei fazer. Estou feliz. É a minha terceira oportunidade de competir em Paralimpíadas e já na primeira prova aqui no Rio conquistei uma prata. Começamos bem”, analisou.
 
A prata deste domingo é o terceiro pódio do atleta em Jogos Paralímpicos. Na última edição, em Londres, ele voltou também com o ouro nos 200m T11. Felipe vai entrar na pista mais três vezes. O atleta vai encarar as provas de revezamento 4x100m (T11-T13) , 200m e 400m.
 
Melhor que o Olímpico
 
Nos 1.500m T13 (deficientes visuais), o brasileiro Júlio César Agripino dos Santos, que estreou em Jogos Paralímpicos, liderava a prova até que um dos adversários o empurrou. O atleta de Itapecerica da Serra, interior paulista, saiu da pista e perdeu segundos preciosos. Ele cruzou a linha de chegada em 12º (4m00s61).
 
 Júlio César Agripino dos Santos foi empurrado por um adversário. (Foto:Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br) Júlio César Agripino dos Santos foi empurrado por um adversário. (Foto:Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
“A mão de um atleta foi nas minhas costas e acabei perdendo o equilíbrio. Mas estou muito feliz, é minha primeira Paralimpíada, dentro do meu país, com essa torcida maravilhosa. Quando entrei, senti a torcida me empurrando, empurrando o meu parceiro, com uma energia positiva. Com a queda, eles começaram a gritar para me levantar, não tem nada que pague isso”, conta. Yeltsin Jacques, outro brasileiro na prova, terminou em 11º (3m58s92).
 
O vencedor da prova foi o argelino Abdellatif Baka, com 3m48s29. Se não bastasse ser o recorde mundial da prova, a marca ainda lhe daria o ouro se ele estivesse na disputa olímpica do Rio 2016 nos 1.500m. O vencedor naquela ocasião foi o norte-americano Matthew Centrowitz, com 3m50s00.
 
Fonteles fora dos 200m
 
Atual campeão paralímpico dos 200m T44 (amputados), prova que lhe deu projeção mundial, AlanFonteles correu a classificatória do Rio 2016 neste domingo, sentiu a coxa direita, fez o tempo de 22s63 e não avançou. “Estou sentindo muita dor, muita. Senti no aquecimento. Achei que fosse uma dor normal, e ali na entrada da reta eu senti muito a perna. Nunca me lesionei, nunca senti uma dor parecida, então espero que não seja grave e espero ajudar amanhã a equipe no revezamento”, disse, em referência ao 4x100m (T42-T47).
 
“Dois meses atrás, eu corri 21s86, a marca que fiz na semifinal de Londres 2012. Se você analisar, estou evoluindo. Agora, seria uma evolução bem maior, mas por conta dessa dor não consegui fazer melhor, tanto que fiz uma das piores marcas da minha vida. E fui prata nessa prova no Mundial de Doha (2015), com o tempo que eu fiz lá eu entrava facilmente”, completou.
 
Breno Barros, brasil2016.gov.br, com colaboração de Carol Delmazo
Ascom - Ministério do Esporte
 

Terezinha dos Santos alcança melhor marca da carreira e termina na quinta colocação

A brasileira Terezinha Santos alcançou a melhor marca da carreira na final do halterofilismo feminino dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, categoria até 67kg, no Pavilhão 2 do Riocentro. Neste domingo, a atleta terminou a prova na quinta colocação após levantar 93kg, dois quilos a mais que sua melhor marca até então.
 
Terezinha dos Santos terminou a disputada categoria até 67kg em quinto lugar. (Foto:Alaor Filho/CPB) Terezinha dos Santos terminou a disputada categoria até 67kg em quinto lugar. (Foto:Alaor Filho/CPB)
 
A medalha de ouro foi conquistada pela chinesa Yujiao Tan, após levantar 138,5kg e quebrar o recorde paralímpico e mundial, que já pertencia a ela. Medalhista de prata nos Jogos de Londres, Yujiao disse que a vitória no Rio é fruto de um amadurecimento pessoal. "Em 2012, eu tinha 22 anos e de lá para cá aprendi um monte de coisas diferentes, por isso o resultado foi melhor". O pódio ficou completo com a prata da atleta do Cazaquistão Raushan Koishibayeva, que levantou 113kg, e com o bronze da egípcia Amal Mahmoud, que ergueu 108kg.
 
A prova
 
Primeira a competir, Terezinha entrou no Pavilhão 2 sob muita festa da torcida. Concentrada para levantar 88kg, a potiguar, nascida na pequena cidade de Nova Cruz (RN) conseguiu se sair bem e completou o levantamento sem falha. "Não dá para explicar o que eu estava sentindo naquela hora. É uma adrenalina positiva. Ainda mais com esse apoio da torcida. A cada grito de incentivo eu ganhava mais força", disse Terezinha, após a competição.
 
Brasileira levantou 93kg.(Foto:Alaor Filho/CPB)Brasileira levantou 93kg.(Foto:Alaor Filho/CPB)
 
O clima favorável continuou ajudando. Na segunda tentativa, a brasileira aumentou o peso para 93kg e concluiu o movimento com a aprovação unânime dos juízes. Naquele momento, a atleta alcançava uma marca histórica na carreira e ainda podia sonhar com o pódio. Isso porque a chilena María Antonieta Ortiz, que estava na terceira posição, havia levantado 98kg, mesma carga escolhida por Terezinha para a terceira e última tentativa.
 
 
Mais uma vez apoiada pela torcida, a atleta potiguar concluiu o levantamento, mas a arbitragem considerou que ela realizou o movimento de forma ilegal e não validou a tentativa. "Eu fiz os 98kg, mas sabe como é, né? Algumas coisas eles deixam passar, outras não", reclamou a atleta, que disse não ter ficado chateada. "O importante é que para mim e para o meu técnico o movimento foi correto. E agora eu sei que posso mais", ressaltou.
 
Terezinha, que tem atrofia nas pernas em função de uma poliomielite contraída durante a infância, descobriu o halterofilismo aos 25 anos a convite de um treinador que conheceu em um torneio de natação. Pioneira da modalidade no Brasil, a atleta completou no Rio sua quinta participação em paralimpíadas. A primeira disputada por ela foi em Sydney, 2000.
 
Hoje, aos 45 anos e após conquistar a melhor marca da carreira, Terezinha diz que pretende ir a Tóquio, em 2020. "Tem adversárias minhas que têm 50 anos e ainda estão no topo. Então, acho que estarei me sentindo melhor daqui a quatro anos", concluiu.
 
João Paulo Machado - brasil2016.gov.br
Ascom - MInistério do Esporte

Duplas brasileiras chegam às finais na bocha nas classes BC4 e BC3

Mais uma vez o Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, contou com a intensa presença de torcedores no domingo para participar dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. A fatia do bolo de espectadores que optou por acompanhar a bocha, esporte ainda pouco divulgado no Brasil, não se decepcionou. Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos (Marcelo, irmão de Eliseu, é o reserva) fizeram uma bela partida pela classe BC4 contra a Grã-Bretanha, vencendo por 4 x 2, e se classificaram para a disputa do ouro contra a Eslováquia, nesta segunda-feira (12.09), a partir das 14h, na Arena Carioca 2.
 
Dirceu e Eliseu em ação: dupla busca mais um ouro paralímpico. (Foto:Francisco Medeiros/brasil2016.gov.br)Dirceu e Eliseu em ação: dupla busca mais um ouro paralímpico. (Foto:Francisco Medeiros/brasil2016.gov.br)
 
Alegria do público, que torceu do início ao fim, e orgulho dos atletas. "Quero agradecer toda a torcida que deu um show com a gente agora nessa semifinal e dizer que contamos com a mesma energia na final de amanhã", disse o bicampeão paralímpico Dirceu Pinto, logo que deixou a quadra ainda sob aplausos.
 
Dirceu é natural de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo. Acometido por distrofia muscular de cinturas, uma doença degenerativa muscular e progressiva, o atleta começou a jogar bocha em 2002, quando descobriu a extensão do problema de saúde e iniciou o processo de adaptação à vida de cadeirante. "Dos 19 aos 22 eu passei dentro de casa. Já estava em depressão e não queria sair por causa da minha doença. Eu não fazia mais nada. Quando conheci a bocha, minha vida foi transformada", relata o cadeirante.
 
"Eu sempre tive o sonho de representar o Brasil em uma Olimpíada. Fiz natação dos 14 aos 19 anos, naquela época do Xuxa e do Gustavo Borges, mas não foi possível conquistar nada porque meu corpo foi ficando fraco, eu não tinha forças por causa da doença. Foi através da bocha adaptada que pude realizar esse sonho", completa. Amanhã ele vai brigar pelo quinto ouro em Jogos Paralímpicos (foi campeão individual e por equipes em Pequim 2008 e Londres 2012).
 
Velho parceiro de Dirceu Pinto, Eliseu dos Santos conquistou os dois ouros paralímpicos em duplas. Além disso, tem outras duas medalhas de bronze na categoria individual nas mesmas edições (Pequim 2008 e Londres 2012) e outras tantas vitórias na bagagem.
 
Eliseu dos Santos conquistou os dois ouros paralímpicos em duplas. (Foto:Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)Eliseu dos Santos conquistou os dois ouros paralímpicos em duplas. (Foto:Francisco Medeiros/Brasil2016.gov.br)
 
Mas uma das maiores alegrias de Eliseu agora é poder contar com a companhia do irmão, Marcelo, nessa busca pelo ouro no Rio 2016. "Agora ele está aqui para nos ajudar a levar essa medalha e para isso fizemos uma excelente preparação". O irmão estreante está otimista: "Nós sabemos que todos os times vieram para vencer, mas estamos confiantes no nosso potencial e queremos demais isso", diz Marcelo dos Santos.
 
Sobre a seleção oponente da final, Eliseu afirma que vai ser um jogo difícil, mas tem fé de que o lugar mais alto do pódio será dos donos da casa. "A gente se preparou bem para vencer qualquer que fosse o adversário. Estamos cientes disso. A Eslováquia joga bem, mas amanhã nós vamos fazer nosso melhor jogo e vamos arrebentar, se Deus quiser".
 
Ídolo do oponente
 
De acordo com o atleta mais experiente da seleção de bocha, a missão não acabou. "Nós ainda não chegamos onde queremos, a meta é subir no lugar mais alto do pódio e cantar o hino nacional para emocionar todos os brasileiros e levar a bandeira da bocha a todas as pessoas que acham que não podem praticar esporte por ter algum tipo de deficiência. Todos podem praticar a bocha", afirmou Dirceu.
 
O discurso de Dirceu, a história de luta e a larga bagagem fizeram com que ele se tornasse referência até mesmo para os adversários. O jogador eslovaco Samuel Andrejcik, que vai enfrentar a seleção brasileira na decisão, tem o multimedalhista como ídolo. "O Samuel é um atleta especial. Ele é um dos nossos melhores amigos, junto com o Stephen Mcguire da Inglaterra, que fez essa semifinal com a gente. Nós já fizemos intercâmbios e o Samuel sempre vem nos cumprimentar, mesmo a gente não entendendo quase nada, mas sempre conseguimos nos comunicar de alguma maneira", ri Dirceu.
 
Classe BC3 também está na final em duplas
 
A outra final brasileira por duplas será disputada pela classe BC3 com Antonio Leme e Evelyn de Oliveira (Evani da Silva é a reserva da dupla). Eles conquistaram a vaga ao bater a seleção de Singapura por 6 x 2 e enfrentarão a Coreia do Sul na final, às 17h30 desta segunda-feira (12.09), na Arena Carioca 2 do Parque Olímpico.
 
Ao final do jogo, o calheiro Fernando Leme, que auxilia o irmão Antonio, falou emocionado: "É a nossa primeira Paralimpíada, ainda não consigo descrever. Quando vi que já estávamos no pódio, mesmo antes de disputar a final, não consegui me conter e já fui às lágrimas".
 
Valéria Barbarotto - brasil2016.gov.br
Ascom - MInistério do Esporte

A vitória incontestável de Rodolpho Riskalla no hipismo

Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPBMarco Antonio Teixeira/MPIX/CPB
Pare e pense: onde você estava no dia 19 de agosto de 2015? Se nada de extraordinário aconteceu em sua vida é provável que você não saiba a resposta. Esse, entretanto, não é o caso do paulista Rodolpho Riskalla. E mesmo que ele não tivesse ciência àquela altura, a data ficará para sempre marcada em sua história como o momento em que seu destino e os Jogos Paralímpicos Rio 2016 começaram a se cruzar.
 
As semanas antes daquele 19 de agosto foram difíceis para Rodolpho. Morando na França há quatro anos e meio, ele recebeu à distância a notícia da morte do pai. O luto que ele experimentou estava prestes a se misturar com uma guinada sem precedentes na vida do cavaleiro que, até aquele momento, ainda sonhava em conquistar uma vaga para os Jogos Olímpicos do Rio.
 
“Ano passado eu fiz uma tentativa para o Pan de Torontoe não deu certo porque me ficou faltando uma prova”, lembra Rodolpho, 31 anos. “E esse mesmo cavalo eu ia colocá-lo no Grande Prêmio para tentar uma vaga olímpica para o Rio. Nessa mesma época meu pai faleceu, no fim de julho, e eu tive que voltar para o Brasil. Não cheguei a vê-lo. Não tive contato. Quando cheguei ele já estava sepultado. Então fiquei doente. Peguei uma meningite bacteriana”, conta Rodolpho, que narrou em detalhes os momentos que experimentou naquele 19 de agosto.
 
“Eu estava em casa e comecei a passar mal. Achei que era uma gripe, uma bobagem. Comecei a ter uma dor de cabeça e a vomitar e pensei: ‘Comi alguma coisa estragada’. Só que comecei a ter 40 graus de febre. E não baixava. Minha mãe me pegou, de manhã, e disse: ‘A gente vai para o hospital agora!’. Eu estava todo endurecido, na nuca, nas pernas. Eles diagnosticaram logo que era meningite. Fizeram uma punção nas costas e foi tudo meio rápido. Eles falaram: ‘A sua sorte foi que a sua mãe o trouxe logo. Duas horas a mais e você iria morrer em casa’”, relembra.
 
“Depois ficava aquela coisa (no hospital), a cada quatro horas eles diziam: ‘Ele sobreviveu mais quatro horas... Ele sobreviveu mais quatro horas...’ Assim foi indo”, continua o cavaleiro, que entrou em coma naquele dia e, ao acordar, voltaria para a França para viver um novo pesadelo, ainda mais terrível, já que a doença custou a Rodolpho amputações nas duas pernas, na altura dos joelhos, na mão direita e nos dedos da mão esquerda.
 
A pergunta que abre esse texto pode ter representado um exercício de memória que de fato é impossível para a maioria das pessoas. Mas a questão que segue exige apenas reflexão: E se fosse você na pele de Rodolpho? O que você faria quando acordasse após as cirurgias e se deparasse com tal realidade?
 
A maneira como o paulista lidou com a tragédia e hoje fala sobre o problema, com leveza e simplicidade após participar, neste domingo (11.9), da prova por equipes de adestramento, no Centro Olímpico de Hipismo, em Deodoro, é tocante.
 
“Meus seguros são todos franceses. Então eles me mandaram de volta para Paris e foi lá que eu fiz as operações. Fiz as amputações em outubro e em novembro comecei a fazer a recuperação com meus amigos. Isso tudo foi me dando essa vontade de querer logo voltar para isso aqui (para o esporte). Eu falei: ‘Se eu podia tentar uma vaga olímpica, por que não posso tentar uma paralímpica?’ Foi aí que tudo começou”.
 
Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPBMarco Antonio Teixeira/MPIX/CPBCavalo emprestado
Ainda no hospital, Rodolpho passou a projetar sua nova vida esportiva e tratou de trabalhar para conseguir chegar ao objetivo de defender o Brasil nas Paralimpíadas do Rio.
 
“Eu entrei no hospital de reaparelhagem, que ainda é um hospital onde eles cuidam de você, porque eu tinha bastante marca da doença e eles tinham que cuidar de mim. Eu comecei a andar no comecinho de março com as próteses e na segunda semana de abril já tinha uma classificatória. Eu ainda estava no hospital. Eu tenho uma super amiga na França que me emprestou o cavalo, entrou comigo nesse projeto, e falei para o médico: ‘Olha, você querendo ou não eu vou para a prova’. Ele disse: ‘Tudo bem’. Acho que ele percebeu que não iria ter muito controle mesmo e aí me liberaram”, narra.
 
“As minhas classificatórias foram em Doville (na França) e Waregem, na Bélgica, e eu ainda estava morando no hospital, na realidade. Aí eu fazia meio ida e volta. Eu saí do hospital no dia 30 de abril. Eu tinha que ter pelo menos três resultados. Depois eu fui para Roosendaal, na Holanda, e para a Alemanha, no comecinho de junho”, continua Rodolpho, narrando a trajetória que garantiu sua classificação para o Rio 2016.
 
Tragédia e alegria
No início da tarde deste domingo, Rodolpho Riskalla de Grande realizou o sonho de competir nas Paralimpíadas. Usando próteses nas pernas, ele montou seu cavalo, chamado Warenne, e, ao som de “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor, galopou na arena do Centro Olímpico de Hipismo de Deodoro sob aplausos. Ao fim, sorrindo e disposto a conversar sem pressa com os jornalistas mesmo debaixo de sol forte, o cavaleiro falou sobre tudo o que viveu nos últimos dias no Rio.
 
“É o máximo estar aqui. Você competir com todos esses atletas e fazer parte desse super evento, que acontece a cada quatro anos, é uma emoção que não tem como descrever. É só entrar lá mesmo para saber”, disse.
 
“As instalações ficaram o máximo. Eu conheço isso aqui desde antes do Pan (em 2007). Já competi aqui. Os cavalos estão super bem. Eles viajaram super bem e tem tudo para eles: fisioterapeutas, massagens, veterinários, enfim, tudo. As cocheiras são ótimas”, elogia.
 
Sobre sua apresentação, Rodolpho, que terminou em 12º, com a nota de 66.737, se mostrou feliz com seu desempenho. “Em geral, gostei. Fui super estável, que é o que a gente procura aqui. Faltou um pouco de brilhantismo, para ser um pouco crítico, mas em geral eu gostei. Para uma estreia nos Jogos eu estou bem contente”, avalia.
 
Para o paulista, depois de tudo o que viveu para chegar às Paralimpíadas, a pontuação ou o resultado final é o que menos conta. Para ele, o fato de ter se disposto a conquistar a vaga, ter obtido sucesso e agora ter descoberto que uma nova vida esportiva se abriu foi fundamental para aceitar o revés que sofreu.
 
“Você ter sempre uma coisa vindo atrás da outra ajuda bastante a superar. No fim das contas, você aprende que ok, foi uma coisa horrível? Foi. Eu não posso falar que não. Isso muda a vida da gente. Mas eu não iria estar aqui (se não fosse a doença). Eu não iria estar passando por tudo isso (pela emoção dos Jogos). E quem sabe o que vem ainda depois? Para mim, na realidade, foi uma coisa ruim que no final foi benéfica. É difícil de explicar, mas é isso”, diz.
 
Redenção no hipismo
Para qualquer pessoa que atravesse uma turbulência tão séria quanto a experimentada por Rodolpho Riskalla, ter uma paixão que a motive a seguir adiante é, talvez, tão importante quanto a ciência que a permitiu continuar viva. No caso dele, essa paixão tem nome: hipismo.
 
“Eu sempre fui do hipismo. Tinha minha vida, meu emprego, mas sempre fui ligado aos cavalos. E quando você está doente, tudo o que pode te motivar para você sair daquele fundo do poço é bom. E o hipismo foi uma das coisas que realmente me motivou um monte para poder passar essa fase de hospital, a readaptação e a aceitação consigo mesmo. Com tudo isso, eu acho que isso aqui (competir nos Jogos Paralímpicos) foi bárbaro”.
 
A experiência na Vila e as lembranças da cerimônia de abertura dos Jogos ficarão para sempre guardadas em um lugar especial. “É super bacana. Estar vivendo isso aqui foi uma das coisas que eu quis muito, não só pelo fato de estar competindo agora, mas de estar na Vila e viver tudo isso. Lógico que você conhece, mas não sabe o dia a dia, o que é viver com uma amputação, com duas, ou com quatro, ou ver gente que tem outro tipo de problema, que está em uma cadeira de rodas... Poder vivenciar isso mais de dentro é importante”, diz o cavaleiro.
 
“Todo mundo se vira. Tem gente que tem o braço amputado em cima do cotovelo e eles vão lá e comem picolé. Isso é o máximo. Te dá um super estímulo. Para todo mundo que passa uma situação ruim, que tem um acidente ou que muda a vida e que está deprimido, o ideal é tentar passar para frente, porque a situação não vai mudar. Não adianta eu chorar pelo dedo perdido. Ele não vai crescer de novo. Então tem que ir atrás de coisas novas. A vida é assim”, prossegue, com incrível resignação.
 
Outra lembrança especial foi vivida no dia 7 de setembro, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. “Aquilo foi o máximo. Para mim a imagem que fica é quando você está naquele túnel para entrar no Maracanã e tem aquele mundo de gente aplaudindo. Tudo isso é a imagem que fica. Fora a festa, que foi o máximo. Você estar sendo o artista de todo esse palco é muito gostoso”.
 
Apoio, amigos e Tóquio 2020
Ter força interior para lidar com adversidades tão avassaladoras é fundamental. Mas às vezes “só” isso não basta. Ter os amigos certos e receber o apoio devido é outro pilar. Felizmente, o paulista hoje ele tem muita gente a quem agradecer. Funcionário da Christian Dior, ele diz que desde o início a empresa o amparou e o ajudou a realizar o sonho de competir no Rio.
 
As competições do hipismo prosseguem até a sexta-feira, quando Rodolpho espera ter conseguido a vaga para a final da competição de estilo livre. Caso isso não se concretize, ele já deixou claro que não irá se abater. 
 
“Eu tive a sorte de ter super amigos, a Christian Dior e todo mundo que me ajudou. Eu só posso dizer que é tudo isso benéfico de um modo geral, independentemente do resultado”, continua. “Todo o percurso que a gente fez para chegar aqui e ter essa experiência, ser conhecido, fazer um nome, é importante para ter essa visibilidade para chegar daqui a quatro anos (em Tóquio 2020) preparado, porque aqui foi realmente foi tudo corrido”, reconhece.
 
“O ideal mesmo é poder preparar a médio prazo para o Campeonato Mundial e a longo prazo para os Jogos Paralímpicos. Aqui eu tenho a minha chance (de conseguir um medalha), mas vai ser difícil. Daqui a quatro anos, mais bem preparado, vai ser bem bacana”, projeta o cavaleiro.
 
Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

No vôlei sentado feminino, Brasil vence a "engasgada" Ucrânia e avança às semifinais

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Empurrada por 7200 vozes que tomaram o Pavilhão 6 do Riocentro, a seleção brasileira feminina de vôlei sentado venceu, neste domingo (11.09), a Ucrânia por três sets a zero, parciais de 25/19, 25/20 e 25/14, em partida válida pela segunda rodada do torneio da modalidade nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Com o resultado, o Brasil chegou a dois pontos e, pelo saldo de sets, já garantiu a classificação para as semifinais da competição.
 
Foi a primeira vez que as brasileiras superaram as ucranianas, medalhistas de bronze em Londres 2012 e atuais campeãs europeias, sem perder nenhum set. Após o embate, as jogadoras brasileiras admitiram que a vitória sobre as europeias tem um sabor especial. "Tinha que desengasgar, né? Em outras competições a gente sempre empaca com elas. É a primeira vez que a gente ganha delas de três a zero. A gente está pisando em territórios novos para o vôlei sentado, nunca tínhamos chegado tão longe assim", disse a ponteira Nathalie Silva.
 
Melhor jogadora em quadra esta noite, com 17 pontos marcados, Janaína encampou o discurso da companheira de equipe. "A gente veio bem focada porque o time da Ucrânia já vem engasgando a gente tem tempo. Na China (na Copa Intercontinental) a gente perdeu uma de três a zero e ganhou a outra de três a um, então hoje a gente veio para fechar mesmo, porque não dava mais", apontou.
 
Destaque nas categorias de base do voleibol convencional, a mineira chegou a ser convocada para a seleção olímpica juvenil, mas teve a carreira abreviada após ser atropelada, aos 18 anos. Com a perda de força muscular na panturrilha e no quadríceps, a oposto viu no vôlei sentado a oportunidade de seguir em atividade. "Para mim foi muito difícil quando eu sofri o acidente e tive que parar de jogar, porque eu praticava vôlei desde muito jovem. Eu tinha voltado para Minas e em 2006 eles me chamaram para experimentar o vôlei sentado. Eu não tinha muita noção de como se jogava, mas depois que vi, eu gostei. Foi esse esporte que me deu a oportunidade de participar de minha segunda paralimpíada, então eu só tenho a agradecer", lembrou.
 
Garantida na semifinal e com o apoio da torcida, a equipe projeta estar entre as melhores do torneio. "Nosso objetivo é o pódio, seja qual for a medalha. É a nossa segunda paralimpíada, o time ainda é meio inexperiente em finais, mas a gente está atrás disso. Primeiro que a torcida é sem igual, né? E outra que o time vem se desenvolvendo bem, pegando mais experiência. A gente sabe que tem condição de brigar e isso é muito importante", assegurou Janaína.
 
Vice-campeã dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, a seleção feminina tenta no Rio de Janeiro uma medalha inédita para o voleibol sentado brasileiro em Paralimpíadas. O próximo compromisso das brasileiras na competição é nesta terça-feira (13.08), contra a Holanda, às 10h.
 
A modalidade
De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os jogadores de vôlei sentado são classificados em duas classes: elegíveis e mínima elegibilidade. Na primeira, estão aqueles com amputações e problemas locomotores mais acentuados. Na segunda, os atletas têm deficiências quase imperceptíveis, como problemas de articulação leves ou pequenas amputações nos membros. Cada equipe só pode contar com dois jogadores de mínima elegibilidade, e ambos não podem estar em quadra ao mesmo tempo.
 
Entre 2012 e 2015, o Ministério do Esporte investiu na modalidade por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo. Foram concedidas no período 293 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Paralímpica, num aporte da ordem de R$ 5,4 milhões.
 
Pedro Ramos - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Petrucio Ferreira: a transformação do choro e a consagração com ouro e recorde mundial

Enquanto escutava o hino nacional, as lágrimas corriam no rosto de Petrucio Ferreira. A boca tremia, a medalha de meio quilo pesava no pescoço de uma forma prazerosa. No topo do pódio dos 100m T47 (amputados), na manhã deste domingo (11.09), no Estádio Olímpico do Rio 2016, o Engenhão, ele recordou o choro no dia a dia dos treinos, quando pensava em desistir dos últimos tiros, e o técnico Pedro de Almeida o lembrava que o esforço final poderia fazer a diferença. E fez muita. O atleta de 19 anos, nascido em São José do Brejo do Cruz (PB), foi campeão com sobra. Terminou a prova em 10s57, melhorando em dez centésimos o recorde que ele mesmo havia batido no dia anterior (10s67).
 
Yohansson Nascimento (E) e Petrúcio Ferreira comemoram a dobradinha no pódio. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.brYohansson Nascimento (E) e Petrúcio Ferreira comemoram a dobradinha no pódio. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br
 
 “Passou um filme na minha cabeça, com tudo aquilo que eu vinha trabalhando, aqueles dias que chorei nos treinos, nos dias em que suei bastante, cheguei em casa e quase não conseguia tomar banho de tão cansado. A medalha é a minha recompensa. Subir no pódio, escutar o hino nacional ouvindo todo o estádio cantando junto é uma alegria que nem eu sei explicar”, contou.
 
A vitória com recorde mundial foi também uma redenção após a frustrante ausência no Mundial de Doha 2015, quando uma lesão no músculo posterior da coxa o tirou da competição “Esses 10 centésimos vêm de acordo com esses dois últimos anos em que venho trabalhando focado para chegar nestes Jogos. No ano passado, chorei bastante por estar no Catar e não poder participar do campeonato. Eu falei para o meu treinador que este ano seria o de dar a volta por cima”, disse.
 
Ouro e pódio ao lado do ídolo: prova inesquecível para Petrucio. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Ouro e pódio ao lado do ídolo: prova inesquecível para Petrucio. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
Dos campos para as pistas
 
O atletismo é parte da vida de Petrucio há dois anos e meio. Antes, como muitas crianças brasileiras, havia tentado o futebol. Mas a explosão nas arrancadas chamou a atenção de um professor de educação física. O caminho para as pistas envolvia a mudança para a capital João Pessoa, e uma segunda mãe o acolheu. A medalha veio exatamente no aniversário de dona Maria Da Natividade, o que deixou a conquista deste domingo ainda mais especial.
 
“Hoje também é o aniversário da mulher que me apoiou bastante, que me deu um lugar para morar em João Pessoa para poder treinar e dedicar mais ao esporte. Antes eu não tinha técnico. De uma hora para outra eu mudei do futebol para o atletismo e quando surgiu a oportunidade eu não tinha onde morar em João Pessoa. Ela me acolheu”, contou.
Ídolo, “repórter” e companheiro de pódio
 
Petrucio conheceu o esporte paralímpico ao ver uma reportagem na TV sobre Londres 2012. Ficou impressionado com as conquistas de Yohansson Nascimento (ouro nos 200m T46 e prata nos 400m da mesma classe). Alagoano de Maceió, Yohansson foi uma inspiração para Petrucio e, neste domingo, também companheiro de pódio: Yohansson ficou com o bronze com a marca de 10s79, mesmo tempo do polonês Michal Derus, que ficou com a prata após a análise do photofinish. 
 
Yohansson na função de repórter, entrevistando Petrúcio. (Foto: Breno Barros/brasil2016.gov.br)Yohansson na função de repórter, entrevistando Petrúcio. (Foto: Breno Barros/brasil2016.gov.br)
 
 “Estamos juntos sempre, onde ele passa um pouco da sua experiência antes das competições, no dia a dia de treino. Até na hora de entrar no bloco, sabendo que estou do lado do Yohansson, me sinto confiante. Porque se eu não consegui, ele vai conseguir a medalha”, explicou.   
 
Após a entrega das medalhas, os dois brasileiros foram conversar com os jornalistas na chamada zona mista. Vários
gravadores foram apontados para ambos, mas Yohansson não quis apenas responder perguntas. Assumiu a postura de repórter e entrevistou o jovem campeão. “Além da medalha que você vai levar para casa, o que você mais quer levar daqui do Rio para a cidade de São José do Brejo do Cruz, na Paraíba?”, perguntou o alagoano.
“Quero levar a minha alegria e o carinho da torcida brasileira. Com o público me deu um empurrão maior. Vou levar a alegria não só para a minha cidade, mas para a vida toda”, respondeu Petrucio.
 
A alegria da torcida é o combustível para ambos, que ainda vão correr os 400m e, juntos, vão disputar também o revezamento 4x100m T42-T47 ao lado de Alan Fonteles e Renato Nunes.
 
“Ainda quero ganhar a minha sexta medalha, que vai ser do lado do Petrucio no revezamento. Nós corremos amanhã, com a equipe fantástica que a gente tem.  Quero muito para dar mais uma alegria ao povo brasileiro”,  disse o atleta, que coleciona duas pratas, dois bronzes e um ouro e que vai em busca da sexta medalha em Jogos Paralímpicos.
“Cada medalha é uma história que a gente faz. Tenho um livro em branco e cada competição eu escrevo com as minhas medalhas. É extremamente difícil no esporte paralímpico você passar três ciclos entre os melhores do mundo. Você tem que se superar dia após dia”, afirmou.
 
Petrucio vai atrás da segunda, para encher ainda mais de orgulho a família em São José do Brejo do Cruz - onde um telão foi montado para que a cidade pudesse acompanhar as provas -  e todos os brasileiros. O menino do interior da Paraíba está voando tanto nas pistas que já vislumbra desafios mais ousados.
 
“Futuramente, espero ter resultados melhores e um dia chegar a correr com os velocistas olímpicos. Posso até imaginar correr o Troféu Brasil de Atletismo com os atletas olímpicos. Como só tem dois anos e meio no esporte e não cheguei ao topo,ainda estou na fase de lapidação”, afirmou.
 
Hoje adversários nos 100m, Petrucio e Yohansson vão correr juntos o revezamento 4x100m T42-47. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Hoje adversários nos 100m, Petrucio e Yohansson vão correr juntos o revezamento 4x100m T42-47. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
Mateus Evangelista fica em quarto
 
Na prova dos 100m T37 (paralisados cerebrais), o brasileiro Mateus Evangelista terminou na quarta colocação. Para o velocista de Porto Velho (RO), o pódio escapou no início da prova. “Se você não acerta no início, acaba prejudicando a prova completa. Depois, consegui reagir bem, mas não atingi a minha velocidade máxima”, analisou.
Na próxima terça-feira (13.09), Mateus encara a prova de salto em distância, sua especialidade. “Agora, é apagar esse prova e descansar, porque na terça vou disputar a minha principal prova. Estarei mais concentrado no salto para conseguir uma boa marca e buscar medalha”.
 
Mais finais
 
Fábio Bordignon - prata nos 100m T35 (paralisados cerebrais) - garantiu mais uma final para o Brasil. Nos 200m rasos T35, o brasileiro avançou com o tempo de 26s22, segunda melhor marca na classificatória. Nos 1500m T11 (deficientes visuais), Odair Santos - prata nos 5.000m na mesma classe - também foi para a final com o segundo melhor tempo (4m05s34).
 
Breno Barros e Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom -Ministério do Esporte

Admiração mútua e emoção em dose dupla marcam o pódio de norte-americano e brasileiro na natação

Mais do que o espírito esportivo, o abraço entre o campeão dos 400m livre classe S11 e o terceiro lugar, no pódio do Estádio Aquático, no do sábado (10.09), simbolizou o companheirismo e a admiração mútua entre duas pessoas que dividem a mesma paixão, enfrentam as mesmas dificuldades e encaram a vida de maneira similar. Ao fim da cerimônia de premiação, o norte-americano Bradley Snyder, ouro na prova, fez questão de dizer a Matheus Rheine que parte da felicidade que estava sentindo era por presenciar a conquista do catarinense diante dos torcedores brasileiros.
 
Ouro nos 400m livre S11, Bradley Snyder ergue os braços do brasileiro Matheus Rheine, que foi bronze: companheirismo e respeito.(Foto:Washington Alves/MPIX/CPB)Ouro nos 400m livre S11, Bradley Snyder ergue os braços do brasileiro Matheus Rheine, que foi bronze: companheirismo e respeito.(Foto:Washington Alves/MPIX/CPB)
    
“Quando estamos na água, todos querem tocar a parede primeiro. Mas depois que acaba, somos todos caras cegos lidando com a vida e lutando contra os mesmos obstáculos. Somos amigos primeiro e depois adversários. Isso é ótimo. Eu sou grato por ter tido essa experiência junto com o Matheus, que conquistou uma medalha em frente à sua torcida, em seu país”, vibrou Snyder, que perdeu a visão totalmente ao ser vítima de uma mina durante uma missão com a marinha dos Estados Unidos no Afeganistão, em 2011.
 
Especialista em explosivos, Bradley tentava ajudar os companheiros – dois deles haviam sido vítimas de explosão - quando pisou em um dispositivo secundário e foi atingido. Por pouco não morreu. Na verdade, ele conta que ao sentir o calor na face, por um momento pensou que tinha chegado sua hora. Não sabia que, ali, começaria uma nova vida. A natação, que já praticava antes do acidente, ajudou na recuperação e, exatamente um ano depois, Brad subia ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Paralímpicos de Londres.
 
“Em Londres, só fazia um ano que eu estava cego. Tudo era novo. Agora estou cego há cinco anos e nesse tempo pude entender o mundo melhor. Em Londres tudo foi rápido. Aqui eu posso realmente aproveitar. Lembro que ao entrar na piscina hoje eu estava sorrindo e pensando ‘Nossa, isso é tão legal!’”, contou, explicando que, mesmo durante o pódio, tinha consciência de que o importante para a torcida era a presença de Matheus e não quem havia ganhado o ouro. “Isso te faz sentir humildade. Ninguém se importava que eu tinha ganhado o ouro. E eu fiquei orgulhoso pelo Matheus, porque ele é um cara incrível, um ser humano de espírito acolhedor. Acho que isso é que faz a Paralimpíada tão especial”.
 
Uma conversa com o próprio Matheus basta para notar que o respeito é recíproco e as palavras do norte-americano não são ditas da boca para fora. “Ele é um dos caras mais humildes que já conheci. Tenho o máximo respeito por ele, pelo que ele faz, como ele inspira as pessoas. A gente tem ideais que se encontram e ele com certeza tem um coração gigante. Tenho só a agradecer”, disse o brasileiro, lembrando de quando o norte-americano o presenteou com um relógio desenvolvido especialmente para deficientes visuais. Criado em homenagem a Bradley, o relógio batizado com o nome dele utiliza um mecanismo magnético que controla duas esferas, permitindo que o usuário saiba as horas por meio do toque, sem precisar olhar o mostrador.
 
História em livro
 
A inspiração é tanta que Matheus mal pode esperar para ler o livro lançado por Snyder, com a história do nadador norte-americano. “Estou louco para ler. Assim que tiver um tempo vou ler. Chama-se ‘Fire in My Eyes’ (Fogo nos Meus Olhos, em tradução livre)”, contou Matheus. “Fico honrado em saber que o Matheus quer ler. Eu queria contar a história porque aprendi muito com a experiência de perder a visão e hoje acho que a vida é muito rica. Eu queria compartilhar essa perspectiva com as pessoas. Eu quero que você valorize sua vida do mesmo jeito que valorizo a minha”, acrescentou Brad.
 
Emocionado com o carinho do público, o norte-americano espera contribuir para afastar o estereótipo de “coitadismo” por vezes ainda atrelado ao paradesporto. “Quando as pessoas me veem, porque sou cego, elas pensam ‘Oh, que pena’. Elas pensam que deve ser difícil para mim ser cego, mas quero dizer que não. É maravilhoso, eu tenho uma vida ótima, posso fazer muitas coisas boas. E eu acho que o Matheus é assim também. Ele valoriza a vida dele, faz um trabalho ótimo e compartilha isso com a comunidade. Eu gostaria de mostrar isso para os brasileiros também. Valorize sua vida o máximo possível, mesmo que você passe por uma experiência difícil, como perder a visão ou uma perna”.
 
Com o tempo de 4min41s05, Matheus Rheine ficou a nove décimos da prata, que foi para o americano Tharon Drake. A distância para Bradley foi de mais de 12 segundos, mas para o brasileiro, que perdeu a visão ainda nos primeiros dias por ter nascido prematuro, o mais importante foi marcar a evolução em sua carreira com um bronze diante do Estádio Aquático lotado e da família.
 
“É uma emoção em dose dupla, tripla, mil vezes elevado a tudo que se pode imaginar. Eu peguei a medalha, passei a mão nela de todos os ângulos e formas. Quando eu deitar no travesseiro, vou lembrar de tudo que fiz e só tenho a agradecer a Deus porque a felicidade não cabe no peito. Nunca consegui imaginar que a medalha fosse fazer um barulhinho assim. Como pode? A gente sempre tem que ter um sonho, e eu sabia que era possível”, brincou o brasileiro, balançando a medalha projetada também para os atletas com deficiência visual.  
 
Mais uma medalha para a coleção
 
Além do bronze com Matheus Rheine, o Brasil ganhou mais um bronze com Daniel Dias, nos 50m borboleta classe S5. O ouro ficou com o norte-americano Roy Perkins, e a prata foi para o chinês Shiwei He. Embora o ouro não tenha vindo, a 18ª medalha de Daniel em Jogos Paralímpicos teve gosto especial para o brasileiro. Ao subir ao pódio, ele foi ovacionado pelo público da mesma maneira que tinha sido quando conquistou o primeiro lugar nos 200m livre, na quinta-feira (08.09).
 
Daniel DiasDaniel Dias
 
 “O que eu recebi no pódio não tem preço. Valeu mais do que a medalha de ouro, muito mais. Tenho que agradecer demais a esse público”, disse Daniel, que depois da premiação foi até a arquibancada, passou pelas posições dos fotógrafos e abraçou a esposa e os dois filhos. Agora, ele soma 11 ouros, 5 pratas e 2 bronzes em Paralimpíadas. 
Outros brasileiros
 
Outros brasileiros disputaram finais na noite deste sábado nas competições de natação no Estádio Aquático, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Nos 100m peito SB7, Verônica Almeida ficou com o sétimo lugar. Joana Maria Silva conquistou a sexta posição nos 50m borboleta S5. Maiara Barreto foi sétimo lugar nos 50m costas S3. Nos 100m costas S10 masculino, Andre Brasil ficou com a quarta colocação. E Mariana Ribeiro foi sexto lugar nos 100m costas S10 feminino.   
 
Mateus Baeta - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
 

Shirlene confirma favoritismo e conquista o ouro no lançamento de dardo da classe F37

O paradesporto foi generoso com o Brasil ao encontrar Shirlene Coelho, que conquistou no sábado (10.09) o bicampeonato olímpico na prova de lançamento de dardo da classe F37. Ela acabou sendo a primeira mulher do país a subir ao topo do pódio nesta edição dos Jogos. "Não cheguei ao esporte paralímpico. Foi ele que chegou a mim, me abraçou e não largou", resumiu. A goiana alcançou o ouro com a marca de 37m57, mas venceria a prova com qualquer uma de suas cinco tentativas válidas. A pior delas superaria em mais de dois metros o resultado de 30m18 da chinesa Na Mi, que ficou com a prata e superou a compatriota Qianqian Jia (29m47), terceira colocada.
 
Atleta foi tão superiora às adversárias que venceria a disputa com qualquer uma das suas cinco tentativas no Engenhão.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Atleta foi tão superiora às adversárias que venceria a disputa com qualquer uma das suas cinco tentativas no Engenhão.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
A afinidade com o lançamento de dardo, além dos ouros no Rio e em Londres 2012, quando ela obteve o atual recorde mundial (37m86), ainda rendeu uma prata em Pequim 2008. A relação foi tão intensa que, sem sequer treinar na modalidade, ela bateu o recorde brasileiro na primeira competição que disputou. "Em 2006 fiz um teste no atletismo paralímpico, mas no lançamento de disco. Com três meses de treino fui para minha primeira competição, um regional em Uberlândia. O meu técnico falou: 'Disco é a sua prova. Dardo e peso você vai brincar'. E nesta brincadeira conheci o dardo um dia antes de viajar. Então peguei gosto e estou aqui hoje", resume Shirlene com uma simplicidade que não se vê frequentemente em multicampeões.
 
O amor pela modalidade cresceu no ano seguinte, quando veio o ouro no lançamento de dardo e as pratas no arremesso de peso e na prova do disco durante o Parapan de 2007, no Rio, no mesmo Estádio Olímpico em que ela competiu na noite deste sábado. O reconhecimento pelo desempenho veio na escolha de Shirlene para ser a porta-bandeira do país na Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de 2016. Ela foi eleita em votação realizada entre os próprios atletas da delegação brasileira.
 
"Carregar a bandeira e subir ao pódio me emocionaram. Nunca tinha acontecido de uma mulher brasileira carregar a bandeira em Cerimônia de Abertura. E agora a medalha de ouro. As duas emoções são inexplicáveis"Shirlene Coelho
"Carregar a bandeira e subir ao pódio me emocionaram muito. Nunca tinha acontecido de uma mulher brasileira carregar uma bandeira em Cerimônia de Abertura de Paralimpíada. E agora a medalha de ouro. As duas emoções são inexplicáveis. Eu posso dizer que tudo está perfeito", disse a atleta, que comemorou muito a vitória com a torcida. "Este estádio lotado, gritando meu nome... sou Shirlene Coelho, conhecida pelo público". Ela ainda disputará as provas de arremesso de peso e de lançamento de disco nos Jogos Rio 2016.
 
Insistência
 
A atleta sofreu paralisia cerebral durante a gestação da mãe. Com um ano de vida, a família da bicampeã paralímpica se mudou de Corumbá para Samambaia, cidade satélite de Brasília, em busca de um tratamento na Rede Sarah, onde ela recebe acompanhamento até hoje. Foi na estrutura voltada às pessoas com deficiência da capital federal que o esporte encontrou Shirlene.
 
Quando ela foi entregar um currículo em busca de trabalho na Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), que presta apoio e serviços gratuitos aos deficientes, os profissionais da entidade lhe apresentaram o basquete em cadeira de rodas. "Eles escolheram basquete pelo meu porte físico e altura. Não gostei, preferia o basquete em pé, que eu sempre joguei. Aquele negócio de empurrar a cadeira e quicar a bola, com o meu braço, era complicado", recordou. Em menos de um mês ela conseguiu emprego para fazer serviços gerais em uma empresa e largou o esporte.
 
No entanto, graças ao seu primeiro técnico, Manuel Ramos, o paradesporto voltou a procurá-la. "Ele não desistiu. Todo esse tempo que eu deixei o basquete ele ficou me ligando. Eu voltei e ele falou: 'Vamos fazer atletismo'. Eu, sem conhecer, achava que atletismo era só correr. Eu disse que não gostava de correr. Então, ele foi lá e pegou um disco e falou: 'É isso que você vai fazer'". Estava consumado o encontro.
 
Agora, Shirlene soma uma prata em Pequim (2008) e ouros nas edições de Londres (2012) e Rio 2016.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)Agora, Shirlene soma uma prata em Pequim (2008) e ouros nas edições de Londres (2012) e Rio 2016.(Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Presente de aniversário
 
Nas provas noturnas do atletismo, o Brasil ainda conquistou um bronze, a terceira medalha do dia na modalidade. Um dia após completar 22 anos de idade, o também goiano Rodrigo Parreira ganhou um presente mais que especial. Ele terminou a prova dos 100m rasos na categoria T36 em 12s54.
 
"A emoção maior foi porque ontem foi meu aniversário. Estou há um mês fora de casa treinando e trabalhando duro. Meus companheiros sempre me apoiaram em momentos difíceis e hoje é o momento mais feliz da minha vida. Comemorar o aniversário com meus companheiros é uma grande emoção", disse o atleta, que se surpreendeu com o resultado. "Eu tinha a pior marca de todos os adversários. Mas vim aqui fazer o meu melhor e consegui. É um bronze com sabor de ouro".
 
odrigo Parreira no pódio dos 100m categoria T36. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)odrigo Parreira no pódio dos 100m categoria T36. (Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br)
 
Rodrigo se classificou para a disputa pelo ouro com o pior tempo entre os finalistas (13s20), mas com a vibração que vinha da arquibancada, conseguiu melhorar. "Você estar em casa, competindo em uma Paralimpíada, é uma grande honra. A torcida gritando o meu nome me deixou ainda mais motivado". O lugar mais alto do pódio ficou com o malaio Mohamad Puzi (12s07). A prata foi do chinês Yifei Yang (12s20).
 
O estreante em Jogos Paralímpicos volta a competir na próxima segunda-feira (12.09) no arremesso de peso. No último Mundial de atletismo paralímpico, em Doha 2015, ele terminou a prova em quarto. "Agora é trabalhar ainda mais", projeta o atleta, que tem paralisia cerebral que comprometeu funções motoras do lado esquerdo de seu corpo.
A paralisia foi ocasionada por uma queda da mãe de Parreira durante a gestação. O atleta começou no esporte ainda criança, passou pela natação, futebol de 7, halterofilismo e outros esportes, mas se firmou no atletismo em 2013. "Se eu for falar todos os esportes que já pratiquei, vou ficar o dia todo aqui", brincou.
 
Outros resultados
 
Além dos ouros conquistados por Claudiney Batista e por Shirlene Coelho, e do bronze de Rodrigo Parreira, os brasileiros participaram de mais três finais no atletismo, mas não chegaram ao pódio.
Pela manhã, Poliana Jesus competiu no arremesso de peso feminino F54 e terminou na sexta colocação. À tarde, mais duas brasileiras brigaram por medalhas. No lançamento de dardo feminino F56, Raissa Rocha ficou em sexto. Já na final do salto em altura feminino T42, Ana Cláudia Silva terminou em quinto lugar.
 
Gabriel Fialho e Michelle Abílio – Brasil2016.gov.br

Judô conquista três pratas no último dia de competições no Rio

O número de participações em Paralimpíadas é o mesmo de medalhas para o judoca brasileiro Antônio Tenório, de 45 anos. Desde os Jogos de Atlanta-1996 o veterano não sabe o que é ficar fora do pódio. São quatro quatro medalhas de ouro, conquistadas consecutivamente em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, além de um bronze em Londres-2012 e, agora, uma prata no Rio. 
 
Tenório acrescentou mais um pódio para o seu currículo vitorioso no judô paralímpico. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)Tenório acrescentou mais um pódio para o seu currículo vitorioso no judô paralímpico. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
 
Neste sábado, o judô teve o último dia de disputas na Arena Carioca 3 e, além de Tenório, outros dois atletas brasileiros garantiram a medalha de prata: a paulista Alana Maldonado, na categoria até 70kg, e o carioca Wilians Araujo, na categoria acima de 100kg. No dia anterior, Lúcia Teixeira havia conquistado outra prata na categoria até 57kg. 
 
Em um ginásio lotado, a torcida se revezava entre as famosas “olas” e o grito de incentivo para os brasileiros. A jovem Alana Maldonado, de 21 anos, foi a primeira do trio finalista a lutar na final, diante da mexicana Lênia Fabíola Alvarez, que conseguiu levar a medalha de ouro vencendo por dois waza-aris. 
 
“Logo que perdi a luta eu até fiquei chateada, mas agora digo que foi fantástico. Tenho 21 anos e apenas um ano e meio de seleção e já consegui fazer uma final paralímpica. Claro que sonhei com o ouro, porque me dediquei 100%, mas estou feliz com a prata e vou continuar evoluindo para o Mundial e as Paralimpíadas de Tóquio, em 2020”, disse a atleta após a cerimônia de premiação.
 
O coreano Guang Choi aplicou um ippon em Antônio Tenório e conquistou o ouro na categoria até 100kg. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.brO coreano Guang Choi aplicou um ippon em Antônio Tenório e conquistou o ouro na categoria até 100kg. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
 
O alto volume vindo das arquibancadas não poderia anunciar outra coisa a não ser a entrada de uma lenda. Pela sexta vez consecutiva, Antônio Tenório, aos 45 anos, estava garantido no pódio na categoria até 100kg. O atleta paulista, de São José do Rio Preto, enfrentou justamente o campeão dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, o sul-coreano Gwang Choi, que desta vez venceu por ippon. “Eu vim buscar um pódio, não importava a cor da medalha. Sei que Deus preparou o melhor para mim”.
 
Apesar da alegria, Tenório desabafou. Disse que no início do ano passou por dificuldades profissionais que fizeram com que ele se sentisse desconfortável. “Quando ganhei a prata já me senti realizado porque cheguei desacreditado por algumas pessoas e agora estou levando mais um prêmio para casa e lavando a alma. Acho que essa medalha me credencia para Tóquio 2020”, comenta o judoca, descartando uma aposentadoria imediata. 
 
“Vou treinar para disputar o Mundial em 2018 e depois sentarei com a minha equipe para avaliar se vou até Tóquio. Se tiver condições de representar meu país bem, por que não? Essa prata me credencia para continuar e escolher o momento que vou parar”, acrescentou. “Você pode estar com 50, 60, 70 anos, se estiver no seu sangue competir, você vai querer sempre ganhar”. 
 
Hambúrguer e refrigerante
 
Representante feminina entre os finalistas, Alana Maldonado (21) não conseguiu a medalha de ouro, mas certamente conquistou o coração das centenas de torcedores que estavam na Arena Carioca 3. Simpática e bela, a jovem que compete na classe B2 (percepção de vultos com capacidade de reconhecer formas) nasceu com a doença de Stargardt, que provoca a perda da visão progressivamente. “Nasci com a doença, mas ela só se manifestou quando eu tinha 14 anos. Até então eu fazia tudo sozinha. Conseguia ler livros, estudar, me deslocar. Em questão de um ano perdi 90% da visão”, explica Alana, após perder o ouro para a mexicana Lênia Fabíola Alvarez, atleta bem mais experiente em grandes eventos.
 
Wilians ouve o barulhinho da medalha de prata paralímpica, que ele conquistou na categoria +100kg. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)Wilians ouve o barulhinho da medalha de prata paralímpica, que ele conquistou na categoria +100kg. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
 
A brasileira começou a praticar judô aos quatro anos por influência da avó, mas só conheceu a modalidade paralímpica há cerca de um ano e meio, quando entrou na faculdade. “Estou feliz por poder participar da minha primeira Paralimpíada em tão pouco tempo de judô. Agora vou continuar evoluindo para o Mundial e me preparar melhor para os Jogos de Tóquio”, disse a judoca, que trancou o curso de educação física para se dedicar integralmente aos treinos. 
 
O projeto pós-prata de Alana é aproveitar alguns dias de descanso na praia, visitar parte da família no sul do País e retomar a preparação para o mundial de 2018. “Tóquio é só em 2020, mas o tempo passa rápido. A gente já tem o mundial em 2018, então não pode deixar o ritmo cair, pois quero chegar muito melhor”, diz a atleta, que mora em Tupã, interior de São Paulo, e gosta de reunir os amigos no tempo livre para tomar tereré.
 
Alana finaliza revelando um segredinho: “Também gosto de sair para comer lanche ou pizza. Normalmente tenho que seguir minha dieta de treinamento, mas uma vez na semana tem o ‘dia do lixo’, aí eu posso fazer essas extravagâncias”, sorri. “Estou há nove meses sem tomar refrigerante porque fiz um propósito para conseguir uma medalha no Rio 2016. A minha intenção deu certo e saindo daqui vou correndo para a lanchonete comer um hambúrguer duplo e tomar um refri bem grande”. 
 
Dois segundos
 
O peso-pesado Wilians Araujo foi o terceiro finalista do dia, ao vencer por ippon o iraquiano Garrah Albdoor na estreia e depois, na semifinal, conseguir mais um ippon no cubano Yangaliny Jimenez em revanche do Parapan de 2015. Mas, em apenas dois segundos, o brasileiro deixou escapar o ouro ao ser derrotado por ippon pelo uzbeque Adiljan Tuledibaev. 
 
“Não tem como esquecer essa final. Tenho que aprender. O que sei é que essa medalha vai me dar mais confiança para ganhar combustível para, quem sabe, buscar o ouro em 2020. É uma possibilidade”, disse Wilians.
 
Valéria Barbarotto, brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Pernas de Petrúcio Ferreira "saem do controle" e velocista bate recorde mundial nos 100m T47

As pernas do velocista Petrúcio Ferreira estavam “alegres”, como ele mesmo descreveu, e ganharam vida própria durante a primeira bateria da prova classificatória dos 100m rasos da classe T47. Ao entrar no Estádio Olímpico, neste sábado (10.09), e sentir o apoio da torcida que encheu a arquibancada inferior do Engenhão, o atleta brasileiro disse ter perdido o controle sobre o corpo: correu mais que todo mundo e bateu o recorde mundial que já durava 24 anos.
 
Petrúcio Ferreira (Foto: Alaor Filho/CPB)Petrúcio Ferreira (Foto: Alaor Filho/CPB)
 
O nigeriano Adeoye Ajibola completou a prova na Paralimpíada de Barcelona (1992) em 10s72. Agora, a nova marca é de 10s67. “Vim correr essa semifinal para fazer um bom tempo e me classificar. Quando eu entrei no estádio, lotado, com a empolgação do público, eu diria que isso me deu alegria nas pernas. Elas correram de uma forma que eu não controlava mais”, descreve Petrúcio.
 
Em sua estreia paralímpica, o brasileiro que tem apenas 19 anos, vai repetindo o feito do ídolo, o jamaicano Usain Bolt, detentor de nove ouros olímpicos, divididos entre 100m, 200m e 4 x 100m, sendo a última tríade dourada conquistada nos Jogos Rio 2016. O homem mais rápido do planeta chegou para disputar as Olimpíadas de Pequim 2008 com 21 anos. Em 16 de agosto, no Ninho do Pássaro, Bolt correu os 100m em 9s69, ganhou a prova e estabeleceu um novo recorde mundial. Petrúcio, que vai correr a final neste domingo (11.09) a partir das 10h45, ao lado do compatriota e amigo Yohansson Nascimento, espera melhorar a performance, de preferência com um público que lhe dê ainda mais “alegrias” nas pernas.
 
 “Eu venho amanhã preparado para dar o melhor. Se tiver mais gente, espero que meu resultado melhore, mas minha meta mesmo é conquistar a medalha de ouro”, projeta o corredor, que tinha alcançado 10s85 neste ano. “Eu vinha fazendo bons treinos, principalmente nesta reta final, quando foi retirado o treino intensivo. Eram mais tiros curtos e velozes, de 40, no máximo 50 metros. Isso me empolgou e cheguei confiante”.
 
Dobradinha
 
A expectativa por um pódio liderado por brasileiros cresceu ao término da segunda bateria classificatória dos 100m. Yohansson Nascimento, 28 anos, chegou para a sua terceira Paralimpíada batendo o recorde dos Jogos na classe T46, com o tempo de 10s75, e se classificou em segundo, atrás apenas de Petrúcio. Apesar de a prova reunir diferentes classes, os recordes são considerados de forma separada para cada categoria.
 
Petrúcio comemora. (Foto: Alaor Filho/CPB)Petrúcio comemora. (Foto: Alaor Filho/CPB)
 
“Cheguei com a cabeça tranquila para me classificar. Sabia que tinha um adversário muito forte que é o polonês (Michal Derus, que correu em 10s79 e se classificou em terceiro para a final). Nunca tinha ganho dele, mas já descontei aqui em casa e quero repetir amanhã. Quando eu estava ao lado dele e a torcida estava gritando, eu pensei: ‘Eu não vou aliviar não’. Eu vou fazer bonito”, comenta o atleta, que correu para alcançar a melhor marca na carreira e conseguiu.
 
“Poderia ter polônes, chinês... se tivesse o Bolt na minha prova, para mim pouco importa, eu queria correr para melhorar meu tempo e espero melhorar mais amanhã”, afirma. Yohansson mostra confiança em uma dobradinha brasileira na final. “Está tudo contribuindo para isso”, declara o alagoano. Petrúcio vai pelo mesmo caminho: “Tomara! Não importa se ele em primeiro e eu em segundo ou se eu em primeiro e ele em segundo. O que importa é que a gente está representando nosso país”.
 
Ao mesmo tempo Yohansson afasta entrar em um clima de “já ganhou” e aponta um aspecto que ele deve estar mais atento na prova que vale o ouro. “É uma prova de quem erra menos. Hoje eu tentei me concentrar na técnica, acho que não fiz uma boa largada”.
 
Yohansson Nascimento.(Foto:GettyImagens)Yohansson Nascimento.(Foto:GettyImagens)
 
A semelhança entre os dois corredores brasileiros começa na origem nordestina, passa pelas formas como foram descobertos para o esporte e culmina na união entre eles. Medalhista de prata no revezamento 4 x 100m e bronze nos 100m em Pequim 2008, a responsabilidade de Yohansson cresceu após a prata nos 400m e o ouro nos 200m em Londres 2012. Ele considera o companheiro Petrúcio um pupilo e quer deixar como legado a contribuição para os novos talentos do esporte no país, que inclui ainda os amigos Verônica Hipólito e Mateus Evangelista.
 
Mas foi por um olhar especial de uma treinadora que o Brasil pôde contar com um de seus expoentes na modalidade. “Eu estava indo ao dentista e a minha ex-treinadora, a Valquíria, estava indo dar um treino para uma equipe de Alagoas de paradesportistas. Ela me viu no ônibus, tranquilo, nunca fui de esconder a minha deficiência: ‘Esse menino magrinho deve ter jeito para corrida’. Aí ela me convidou e deu no que deu”.
 
Apaixonado por futebol, Petrúcio foi descoberto por um professor de educação física, que o viu atuar em um campeonato que envolvia pessoas sem deficiência, no interior da Paraíba. “Na época ele perguntou se eu não tinha vontade de participar de uma prova que envolvesse velocidade. Daí que surgiu a oportunidade do esporte paralímpico”, lembra o agora velocista, que segundo ele jogava futebol de teimoso. “Não jogava nada, só entrava em campo para fazer raiva”.
 
Após o convite, ele teve que se mudar para a capital João Pessoa. Sem condições de se manter, a empreitada só foi possível graças à sua “avó-mãe”, que o acolheu, deu casa e comida. “Diria que eu fui adotado por uma ex-prefeita da minha cidade, que soube da minha história. Foi uma das mulheres que mais me apoiou no início. Daí ela ligou para a minha mãe e disse que me daria um lar e um local para eu me alimentar, que seria a casa dela. Eu diria que ela é uma avó-mãe”, afirma Petrúcio, que ainda vive na mesma casa.
 
Natural de São José do Brejo do Cruz, ele perdeu uma das mãos aos dois anos de idade, ao tentar imitar o pai agricultor. “Ele sempre trabalhou na roça e estava moendo capim para dar para os animais. Eu estava junto e teve um momento de descuido e eu, na inocência de uma criança, fui tentar imitá-lo, mas da maneira errada. Ao invés de cortar o capim, eu cortei a minha mão”.
 
Yohansson, por sua vez, nasceu sem as duas mãos, o que se tornou um troféu. “Como eu disse no Mundial (Doha 2015, no qual ele conquistou um ouro nos 200m e uma prata nos 100m), eu nasci premiado. Foi para estar representando o Brasil, para mostrar que independente de dificuldade, deficiência, se você tem um sonho, você pode realizá-lo”. 
 
Gabriel Fialho - Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Claudiney Batista quebra recorde paralímpico e fica com ouro no lançamento de disco

De telefonista ao topo do pódio nos Jogos Paralímpicos. Este é o resumo da trajetória do atleta mineiro Claudiney Batista, que conquistou, na manhã deste sábado (10.09), o ouro no lançamento de disco classe F56, no Estádio Olímpico (Engenhão), no Rio de Janeiro. Com a distância de 45.33m, o brasileiro bateu também o recorde paralímpico, que era do cubano Leonardo Diaz (44.63m alcançados em Londres-2012).
 
Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brFoto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
"Esta foi a vitória mais importante da minha vida. Um ouro em casa, com o recorde paralímpico, e muito próximo do recorde mundial", comemorou Claudiney. "Foi um trabalho focado. Eu estava treinando muito esperando este momento. Estava preparado e o ouro é a consequência do trabalho. E deu tudo certo com o apoio da torcida e familiares. Só tenho a agradecer".
 
Nascido em Bocaiúva (Minas Gerais), Claudiney Batista sempre foi apaixonado por esportes. "Minhas melhores notas na escola eram em educação física. No momento que deparei que estava em cama após o acidente, pensei: 'Acabou! Não posso mais praticar esporte nenhum'. Mas logo conheci pessoas que me apresentaram o esporte paralímpico e eu vi que tinha muito pela frente. Não me entreguei, procurei me reabilitar e procurar um lugar para treinar", disse o medalhista.
 
Em 2005, com 27 anos, ele teve de amputar a perna esquerda em decorrência de um acidente de motocicleta. "Eu fiz capoeira, futebol, jiu-jitsu. Quando me acidentei eu estava praticando o fisioculturismo", explica.
 
Após o acidente, Claudiney encontrou no atletismo um incentivo especial para a recuperação. De 2005 até 2011, o atleta dividiu os treinos com o trabalho de conferente de banco e telefonista até optar por se dedicar totalmente ao esporte. "Até 2011 eu me desdobrava entre trabalho e treinos e, assim, fica mais difícil aparecerem os resultados. Em 2011, eu falei que iria particiar de uma Paralímpiada e comecei a focar 100% nisso. Saí do emprego porque meus chefes não gostavam quando eu tinha que sair para competir".
 
Medalhas
 
Em 2011, Claudiney foi convocado para a delegação de atletismo para disputar os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara e o primeiro resultado apareceu. O mineiro voltou para o Brasil com um ouro no lançamento de dardo e um bronze no lançamento de disco. "Desde quando abri mão do meu emprego para me dedicar exclusivamente ao esporte eu foquei totalmente no treinamento para uma meta em Londres 2012. Antes do esperado eu fui convocado para o Parapan de Guadalajara e depois veio Londres", disse.
 
Em Londres, Claudiney conquistou o bronze no lançamento de dardo e no Parapan de Toronto-2015, ele voltou para casa com três medalhas na bagagem: ouro no lançamento de dardo, prata no lançamento de disco e bronze no arremesso de peso. "De Londres para cá mudou muito coisa. Vieram o amadurecimento físico e também o mental. Também aumentaram os patrocinadores e tive muito incentivo financeiro e tudo isso contribuiu para os meus resultado e também para a evolução do esporte em geral".
 
Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brFoto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
Rotina dedica ao esporte
 
Atualmente, Claudiney mora e treina na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo e sua rotina é dedicada aos treinos e competições. Com os resultados positivos, os patrocinadores e investimentos começaram a aparecer e a consequência foi o desenvolvimento do desempenho do atleta. "Para treinar a gente precisa dos implementos e ter a estrutura de treinamento. Apoio financeiro, e a melhora na alimentação, infraestrura e equipe multidisciplinar como nutricionistas, fisioterapeutas, médicos, massagistas... Tudo isso contribuiu para a melhora do resultado. A consequência é a medalha", comentou o atleta, contemplado com o Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.
 
"A medalha de ouro coroa o trabalho e dedicação não só minha, mas de todos aqueles que compartilham comigo o dia a dia nos treinamentos. Este trabalho veio para coroar não só o meu trabalho, mas o esforço de todos", completou.
O cubano Leonardo Diaz, detentor anterior do recorde paralímpico, arremessou o disco a 43.58m e ficou com o bronze. A prata foi para o iraniano Alireza Ghaleh, com 44.05m. 
 
Próxima prova
 
"O próximo sonho é chegar em Tóquio e ganhar outra medalha. Eu acredito que isto aqui não é o final. Eu ainda vou competir na segunda-feira no lançamento do dardo e agora quero descansar", disse Claudiney, que em Londres foi prata na prova que irá competir na próxima segunda-feira, 12 de setembro.
 
"Eu vou buscar meu segundo ouro, mas estar entre os três melhores já vai ser um ótimo resultado. Eu vim mais preparado para o lançamento de disco. Esta é a minha principal prova. No dardo tem uma junção e eu vou competir com uma classe acima da minha, que é mais forte. É um peso pena competindo com um peso pesado. É mais ou menos isso. Mas independente, disso eu vou dar o melhor", finalizou Claudiney.
 
Michelle Abílio – brasil2016.gov.br
 

Fábio Bordignon faz da frustração no futebol a prata nos 100m

Daniel Zappe/MPIX/CPBDaniel Zappe/MPIX/CPB
A paixão pelo futebol está impressa de forma definitiva em Fábio Bordignon. No tornozelo direito, uma tatuagem da Cruz de Malta denota o carinho pelo Vasco. No antebraço esquerdo, a logomarca dos Jogos de Londres simboliza o início do currículo paralímpico do carioca de Duque de Caxias nos gramados sintéticos, com a presença no time do futebol de sete na Inglaterra.
 
Ironicamente, foi de uma frustração no futebol que surgiu a chance para ele celebrar, nesta sexta-feira, uma prata em casa, nos 100m rasos do atletismo na Classe T35, para atletas com paralisia cerebral, com o tempo de 12s66. A prova terminou com a vitória do ucraniano Ihor Svietov (12s31), recordista mundial da distância, e o bronze ficou com o argentino Hernan Barreto (12s85).
 
"A transição foi dolorosa. Foi uma barreira tremenda por destruir porque eu amava e amo o futebol de sete. Tive de fazer essa escolha por querer representar o Brasil", disse o atleta. Após o quarto lugar em Londres, houve reformulação na Seleção Brasileira e Fábio deixou de fazer parte das convocações.
 
Nos times, ele sempre se destacou pela velocidade, pela capacidade de deixar para trás os adversários nos gramados sintéticos. E foi da porta semi-cerrada no futebol que surgiu o convite para experimentar as provas de pista. No início, houve receio. "Eu pensava: poxa, atletismo...". Com o tempo, no entanto, Fábio se ajustou e abriu espaço para absorver a nova relação afetiva. "Agora eu amo o atletismo. É uma paixão pareada com o futebol. Acho que fiz a escolha certa", afirmou, com uma relação de paternidade com o próprio feito. "A sensação é das melhores. Estava falando aqui que é como receber a notícia de ser pai. É como se fosse um filho para mim agora", comparou.
 
Um filho que, segundo Fábio, veio com ares de perfeição. "Tenho certeza de que dei o meu melhor, tanto que fiz a melhor marca da minha vida. Vou até conversar com o técnico para ver os detalhes, mas não acho que houve qualquer erro grave", avaliou. No domingo, o atleta ainda volta ao Engenhão para disputar os 200m. "Minha melhor prova é os 100m, mas estou aprendendo a correr os 200m também. Quem sabe não busco outra medalha", disse.
 
Bronze
A mineira Izabela Campos procurou o esporte com o foco em perder peso. Encontrou no atletismo uma alternativa para melhorar a qualidade de vida e a relação com a balança. Experimentou provas de fundo, como 800m, 1.500m e 5.000. Chegou até a flertar com os 400m. "Eu emagreci muito correndo, mas sempre tive um biotipo pesado. Minha corrida era sofrida", afirmou a atleta.
 
Da pista, ela migrou para o campo. Experimentou o peso, o disco, o dardo. E ali descobriu o lugar onde mundo fazia mais sentido. Nesta sexta, no Engenhão, a recompensa veio na forma do cabelo bronzeado do mascote Tom. Izabela foi a terceira colocada no arremesso de disco da categoria F11, para deficientes visuais, com 32m60. O ouro e a prata foram uma dobradinha chinesa, com Liangmin Zhang (36m65) e Hongxia Tang (35m01).
 
"Toda a técnica que treinei entrou direitinho e consegui essa conquista, graças a Deus". O arremesso foi o melhor da carreira de Izabela, que avaliou a presença do público no Engenhão como uma forma de dar visibilidade à modalidade. "No Brasil falam mais de futebol. Agora eu sinto que estão nos vendo com carinho, muitos não conheciam a modalidade. Agora estão vendo o que a gente faz e que não é brincadeira, é séria, disse.
 
 
Outros resultados
Além dos brasileiros que subiram ao pódio, outros bateram na trave. Seis vezes medalhista paralímpica, Terezinha Guilhermina terminou em quarto lugar nos 100m da categoria T11, para deficientes visuais. A atleta acabou ainda desclassificada pela direção de prova. O ouro ficou com a britânica Libby Clegg (11s96), seguida pelas chinesas Guohua Zhou (11s98) e Dengpu Jia (12s07).
 
"Eu ainda não sei que regra usaram para me desclassificar. Eu tenho dúvidas sobre as regras desses Jogos, porque me parecem diferentes de todas as outras competições de que participei antes. De qualquer forma, já apaguei isso. Fui no banheiro e dei descarga. Vocês verão outra Terezinha nas próximas provas", disse.
 
A jovem Alice Correa, que fez a final nos 100m T12, terminou em quarto mas promete brigar por medalha nas próximas, os 200m e 4 x 100m. "No 4 x 100m tenho certeza que vem um ouro e um recorde mundial", afirmou a atleta. "E nos 200m vou brigar para chegar à final", disse a atleta.
 
Com apenas 20 anos, Alice participa pela segunda vez de uma edição paralímpica. A primeira foi em Londres 2012, quando conquistou um sexto lugar. "Em Londres, terminei na sexta colocação. Agora consegui chegar à final e competindo na minha casa, com meus amigos na arquibancada e com toda a torcida ao meu favor. É uma experiência incrível", disse a carioca.
 
Quem também chegou muito perto do pódio foi Ariosvaldo Fernandes, o Parré, que terminou em quarto lugar os 100m na classe T53 masculino. A próxima prova do atleta será neste sábado nos 400m T53. Jenifer Santos acabou em oitavo no 100m rasos feminino T38. Edevaldo Silva, no lançamento de dardo F44, ficou em sétimo, enquanto Flávio Reitz, do salto em altura T42, deixou o Estádio na nona colocação.
 
Gustavo Cunha e Michelle Abílio - brasil2016.gov.br
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