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Brasil vence no vôlei sentado masculino e feminino por 3 sets a 0

Equipe feminina de vôlei sentado superou Cuba por 3 sets a 0. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)Equipe feminina de vôlei sentado superou Cuba por 3 sets a 0. (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)

O vôlei sentado feminino estreou em Jogos Parapan-Americanos com vitória da seleção brasileira por 3 sets a 0 sobre Cuba. O Brasil aproveitou da inexperiência das adversárias para fechar o jogo em 50 minutos, com parciais de 25/3, 25/9 e 25/16. "De fato acabou que o jogo foi fácil. Cuba é uma equipe nova no vôlei paralímpico. Por isso, deu para fazer um jogo tranquilo", afirmou a levantadora Adria da Silva.

Apesar da estreia fácil, o Brasil não é o principal candidato ao ouro, segundo as próprias atletas e o assistente técnico Spencer Lee. Vice-campeão paralímpico em 2012 e mundial em 2014, os Estados Unidos levam o favoritismo. “A gente tem a ambição de fazer a final, pegar a prata, porque os Estados Unidos estão em um nível de profissionalização melhor. Estamos nesse caminho, óbvio que isso demanda tempo, e temos que insistir”, analisou.

No masculino, após estrear com vitória por 3 sets a 0 (25/9, 25/4 e 25/8) contra o México, o Brasil voltou a quadra para enfrentar os canadenses. Com a arquibancada parcialmente lotada, o time da casa deu trabalho, mas acabou derrotado também por 3 sets a 0, com parciais de 25/16, 25/15 e 25/23.

Feminino
A seleção começou a partida de forma arrasadora e abriu 11 x 1 em poucos minutos. As cubanas erravam muito na recepção e o Brasil conseguiu fazer dez pontos de serviço ao fim do primeiro set. O terceiro ponto de Cuba veio quando a equipe brasileira já estava com 23. No fim, vitória por 25/3 em 15 minutos.

No segundo set, as cubanas conseguiram equilibrar as ações no início e o Brasil foi para o tempo técnico com 8 x 4 no placar. Mas, com excelente sequência de saques da capitã Suellen, a seleção abriu mais sete pontos. A partir daí, as brasileiras pareceram se desconcentrar por alguns momentos e Cuba aproveitou os erros de ataque para fazer cinco pontos até o fim do set, que terminou em 25/9.

No último set, o técnico José Dantas promoveu quatro alterações. O Brasil fez 3 x 1, mas levou a virada e ficou atrás do placar pela primeira vez. O placar chegou a marcar 6 x 4 para as cubanas, mas as brasileiras retomaram o ritmo e viraram para 8 x 6. Após boas sequências de saque e ataque, a seleção fechou a parcial em 25/16 e o jogo em 3 sets a 0, em 50 minutos de partida.

O próximo compromisso da equipe será nesta segunda-feira (10.08) contra o Canadá às 18h (de Brasília). No encerramento da primeira fase, as adversárias serão dos Estados Unidos, nesta terça-feira (11.08), às 20h (de Brasília).

Fórmula de disputa
O vôlei sentado feminino é disputado por quatro equipes: Brasil, Canadá, Cuba e Estados Unidos. Na primeira fase, todas as seleções se enfrentam para definir os confrontos da semifinal.

Masculino
O Canadá começou o primeiro set disputando ponto a ponto com os brasileiros até o placar de 6 x 4. Na sequência, a seleção fez cinco pontos seguidos e abriu vantagem. Depois disso, a equipe da casa pôs a bola no chão seis vezes, enquanto o Brasil marcou só um ponto, e encostou no marcador: 12 x 10. Mas, em seguida, o time verde e amarelo engatou uma sequência de sete pontos, abriu vantagem novamente e fechou o set em 25 x 16.

No segundo set, o Canadá começou atacando mais forte e chegou ao primeiro tempo técnico em vantagem: 8 x 4. O ponta Anderson saiu reclamando com o time e a bronca deu certo. Na volta, o Brasil empatou, virou e abriu vantagem, chegando ao segundo tempo técnico na frente por 16 x 12. O Canadá parou no fim do set e o Brasil fez uma sequência de sete bolas no chão para fechar em 25 x 15.

O terceiro set foi o mais equilibrado, com as equipes se alternando na ponta até o Brasil virar para 18 x 17 e chegar aos 21 pontos sem deixar os canadenses marcarem. No fim, os donos da casa diminuíram a vantagem, mas a equipe comandada por Fernando Guimarães fechou em 25 a 23. Com a segunda vitória por 3 sets a 0, agora a seleção se prepara para encarar a Costa Rica, nesta segunda-feira (10.08).

Fórmula de disputa
Esta é a quarta edição dos Jogos com disputa do vôlei sentado masculino. As seis equipes (Brasil, Canadá, Costa Rica, Colômbia, Estados Unidos e México) jogam entre si e as quatro primeiras avançam para as semifinais. O Brasil é o atual bicampeão parapan-americano. Além disso, o país foi prata em Mar Del Plata 2003. A seleção ainda foi vice-campeã no Mundial de 2014, na Polônia, perdendo para a Bósnia, uma das potências da modalidade na final.

Regras
As regras do vôlei paralímpico são praticamente as mesmas da versão disputada em pé. São seis jogadores de cada lado, com sets de 25 pontos e, se preciso, um tie break de 15. A diferença é que os atletas devem manter contato com o chão, sentado, mesmo que de lado, em todas as ações, sendo permitido perdê-lo apenas nos deslocamentos.

Gabriel Fialho, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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Onde os "Jurássicos" têm vez: tetra no Parapan, Iranildo vai à quarta Paralimpíada

Iranildo Espíndola conquistou o ouro no Parapan de Toronto. (Foto: Fernando Maia/MPix/CPB)Iranildo Espíndola conquistou o ouro no Parapan de Toronto. (Foto: Fernando Maia/MPix/CPB)

O braço esquerdo de Iranildo Conceição Espíndola é um mapa de uma trajetória vitoriosa no tênis de mesa nacional. Mas um mapa agora impreciso. Ali estão tatuados os símbolos dos Jogos Paralímpicos de Atenas, 2004, de Pequim, 2008, e de Londres, 2012.

Iranildo já se prepara para a nova tatuagem. (Foto: Divulgação/CBTM)Iranildo já se prepara para a nova tatuagem. (Foto: Divulgação/CBTM)Em 2016, o atleta do Distrito Federal vai ter de se virar para incluir o emblema dos Jogos do Rio. Aos 46 anos, ele conquistou o ouro da Classe 2 no Parapan de Toronto, no Canadá. O quarto título continental em sequência, já que tinha feito o mesmo em Guadalajara (2011), Rio (2007) e Mar del Plata (2003). "É bom e ruim, né? Bom porque é a chance de disputar mais uma Paralimpíada. Ruim porque fazer esse troço dói para caramba", brincou.

A medalha foi a terceira de ouro conquistada pelo país no Parapan. Pela manhã, Catia Cristina, na Classe 2, e Danielle Rauen, na Classe 9, também faturaram o título. A modalidade continua mostrando força em Toronto. Neste domingo, o país confirmou quatro bronzes, com atletas que pararam na semifinal, e tem mais 14 medalhas garantidas para as disputas desta segunda. Até dez delas podem ser de ouro.  

A experiência e a maturidade foram citadas pelo técnico de Iranildo, José Ricardo Vale, como ingredientes importantes no processo de Iranildo. No caminho para referendar a conquista, ele enfrentou quatro adversários. Dois deles seus companheiros no centro de treinamento da seleção de cadeirantes, em Brasília: Ronaldo Conceição e Guilherme da Costa. "Ele mostrou novamente que a experiência valeu contra os mais novos", elogiou o treinador. Os outros batidos foram o argentino Carlos Duarte e o venezuelano Luiz Rojas.

"A vivência realmente é um fator, mas não é só. É treinamento, preparação específica para um evento que teoricamente é mais curto, como esse. Todos treinamos juntos, por isso tenho de entrar concentrado, focado desde o início. São poucas partidas, mas partidas importantes".

Com a bagagem de quatro ciclos olímpicos, Iranildo ressalta que esta será a primeira vez em que terá reais condições de enfrentar os adversários em um patamar de treino e estrutura que lhe permita sonhar alto.

"Sou um dos remanescentes, o velhinho do time. Passei por todo o processo. Já tive momentos de ter de abandonar, por falta de apoio, mas aparecia uma luz no fim do túnel e eu seguia. E graças a Deus insisti, porque hoje a gente tem uma estrutura excepcional. Temos os melhores treinamentos, os melhores materiais", afirmou o mesatenista, que recebe a Bolsa Pódio do Governo Federal.

"Eu só tenho a aproveitar tudo isso. É um suporte que me dão para brigar por medalhas. Nas duas primeiras Paralimpíadas fui mero participante. Agora, não", disse. A prata e o bronze serão definidos nesta segunda-feira, já que a categoria é disputada na fórmula de todos contra todos. Iranildo já fez os quatro jogos.

Investimento
Um convênio entre o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa propiciou R$ 2,37 milhões em investimentos no tênis de mesa paralímpico. Os valores foram utilizados para equipar os CTs de Brasília (cadeirantes) e Piracicaba (andantes), e abrangem ajuda de custo e contratação de comissão técnica e consultor estrangeiro para preparação de 15 atletas, além da compra de equipamentos específicos. Há ainda um outro convênio, de cerca de R$ 1,49 milhão, para viagens. Além disso, os seis mesatenistas da equipe paralímpica permanente de Brasília recebem Bolsa-Atleta ou Bolsa-Pódio do Governo Federal.

Categorias
No tênis de mesa paralímpico, os atletas são divididos em 11 classes distintas: das classes 1 a 5 são cadeirantes, das classes 6 a 10 são andantes e na classe 11 são andantes com deficiência intelectual. Quanto maior o número da classe, menor o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada um, da força muscular, de restrições locomotoras, do equilíbrio na cadeira de rodas e da habilidade de segurar a raquete.

Gustavo Cunha, de Toronto, Canadá - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Tênis de mesa garante dois ouros no feminino e vagas no Rio 2016

Os suspiros em tom de alívio e as mãos trêmulas ao segurar a raquete para conversar com jornalistas não escondiam: Catia Cristina da Silva Oliveira, de 24 anos, estava com a adrenalina em alta. "Não dá para negar. Eu estava super ansiosa, eufórica. Cheguei a errar bolas inacreditáveis, que jamais perderia em treinos. Mas no fim consegui baixar a tensão e deu super certo", sorriu, ciente de que o ouro conquistado no Parapan de Toronto tinha sabor de passaporte para a Rio 2016.

Passaporte compartilhado entre ela, na Classe 2, voltada para cadeirantes, e a caçula da equipe Danielle Rauen, ouro na Classe 9, para andantes. "Não tenho nem o que falar. De tanto que lutei, de tanto esforço que fiz, nada foi inválido", disse a atleta de 17 anos, que tem artrite reumatoide, que causa atrofia nos músculos e degenera articulações. "O tênis de mesa é como se fosse meu remédio. Tenho de me mexer sempre. Se parar, atrofia. E o tênis de mesa exige o uso de toda a musculatura", explicou.

Danielle teve campanha impecável, com três vitórias por 3 sets a 0, uma delas sobre a companheira de equipe Jennyfer Parinos, que ficou com a prata. O jogo que confirmou o ouro foi diante da argentina Analía Longui. As parciais foram 11/7, 11/2 e 11/6.

Os planos até os Jogos Paralímpicos são subir o máximo que puder no ranking mundial para evitar, na definição da chave no Rio, um encontro precoce com chinesas e polonesas, rivais muito qualificadas. "Hoje ela é a sétima do mundo. Queremos chegar, até a época do chaveamento, ao quinto lugar. Se fizermos isso, temos chances de um bom chaveamento e daria para sonhar, de fato, com medalha", afirmou Paulo César de Camargo, técnico dos atletas andantes da Seleção Brasileira.

Catia, por sua vez, prefere não pensar muito em quem vai estar do outro lado da mesa. A receita, segundo ela, é seguir treinando firme, colocar na mesa o que vem praticando e sonhar, sim, com o pódio no Rio. Ex-meia-atacante de futebol feminino, ela chegou a ser convocada para a Seleção, mas teve o destino mudado em função de um acidente de carro. A vivência nos gramados, contudo, manteve nela o faro de atacante. "Eu gostava de estar com a bola no pé, de fazer um gol de vez em quando. Agora, no tênis de mesa, trago um pouco disso. Tenho um quê de atacante, que gosta de bola rápida, forte", brincou.

Estrutura

As duas recebem a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte e são beneficiários de um convênio entre a pasta e a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, que propiciou R$ 2,37 milhões em investimentos no tênis de mesa paralímpico. Os valores foram utilizados para equipar os CTs de Brasília (cadeirantes) e Piracicaba (andantes), e abrangem ajuda de custo e contratação de comissão técnica e consultor estrangeiro para preparação de 15 atletas, além da compra de equipamentos específicos. Há ainda um outro convênio, de cerca de R$ 1,49 milhão, para viagens. Além disso, os seis mesatenistas da equipe paralímpica permanente de Brasília recebem Bolsa-Atleta ou Bolsa-Pódio do Governo Federal.

Categorias

No tênis de mesa paralímpico, os atletas são divididos em 11 classes distintas: das classes 1 a 5 são cadeirantes, das classes 6 a 10 são andantes e na classe 11 são andantes com deficiência intelectual. Quanto maior o número da classe, menor o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada um, da força muscular, de restrições locomotoras, do equilíbrio na cadeira de rodas e da habilidade de segurar a raquete.

Gustavo Cunha, de Toronto, Canadá - brasil2016.gov.br
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Seleção feminina de basquete chega à segunda vitória na competição

Quando o basquete começou a ser praticado em cadeiras de rodas, a modalidade funcionava como uma forma de tratamento lúdico a ex-soldados que haviam voltado feridos da Segunda Guerra Mundial. Hoje, o esporte é disputado por pessoas com diferentes tipos de deficiência físico-motora, como lesões medulares ou amputações. A brasileira Vileide Brito de Almeida, contudo, tem uma história um pouco diferente das demais.

Morando com a avó no interior do Pará, Vileide foi picada por uma cobra venenosa aos 12 anos. “Ela picou em cima do meu tendão, que precisou ter uma parte retirada. Isso acabou atrofiando o meu pé esquerdo”, conta. Os primeiros dois anos após o incidente foram os mais difíceis para a menina, que não se aceitava com a deficiência.



Quando um amigo a convidou para o basquete, ela ficou desconfiada. Não gostava de esportes, mas resolveu encarar o desafio. “O basquete surgiu na minha vida para se tornar tudo. Eu não me aceitava na sociedade. Então, o esporte me introduziu de volta. Aprendi a me aceitar e a me amar como pessoa. Hoje em dia, sem dúvida, ele é tudo para mim”, define a atleta, sem esconder a emoção. “Hoje é fácil sorrir com a história e agradeço a Deus por ter acontecido, mesmo lá atrás sendo uma tragédia. Graças a Deus hoje tenho alto astral e sou muito feliz de ser o que sou”, acrescenta a paraense, que é contemplada com a Bolsa-Atleta, do governo federal.

Para Vileide, o mais importante em sua trajetória foi aprender a lidar com a deficiência. Aos 23 anos, ela enxerga com outros olhos as dificuldades pelas quais passou. “Às vezes, quando a gente chega em algum lugar, nós achamos que as pessoas estão com preconceito com a gente. Hoje eu vejo que eu que tinha preconceito comigo mesma. Não tenho mais receio de ir a lugar nenhum”, alegra-se, acrescentando que a sociedade também tem passado por importantes transformações. “Antigamente, a gente não via muitos deficientes saindo às ruas. Hoje as pessoas se preocupam mais em adaptar as cidades porque os deficientes saem mais de casa, estão se introduzindo cada vez mais na sociedade, e acho que a tendência é isso melhorar cada dia mais”, acredita.

Dois jogos e duas vitórias
Com a Seleção Brasileira, a ala já conquistou a medalha de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, em 2011, e está em Toronto em busca de mais um pódio. No sábado (08.08), a equipe feminina estreou contra o México e venceu por 58 x 31. Neste domingo (09,08), foi a vez de encarar a Guatemala e chegar a mais uma vitória tranquila, com o largo placar final de 66 x 27. Apesar de não ter entrado em quadra contra as guatemaltecas, Vileide apoiou as colegas e festejou a nova conquista no Ryerson Athletic Centre.

(Foto: Danilo Borges/ME)(Foto: Danilo Borges/ME)

Superior em todo o jogo, o Brasil dominou a disputa contra a Guatemala desde o início. Aos quatro minutos, quando o técnico adversário, Evelio Hernández, pediu o primeiro tempo, a equipe brasileira já marcava 12 x 0 no placar. Ao longo de toda a partida, essa vantagem só aumentou. Com grandes atuações de Lia Martins e Perla Assunção, o primeiro quarto foi fechado em 26 x 4.

Na segunda parcial, as rivais até tentaram pressionar, mas as comandadas do técnico Tiago Costa Baptista souberam se defender e fecharam o quarto em 38 x 7. Já no terceiro período, o Brasil não conseguiu se impor da mesma forma. Foram 12 pontos para a Seleção, enquanto a Guatemala conseguiu marcar 10. Ainda assim, as brasileiras mantiveram a superioridade, marcaram mais 16 pontos na última parcial e fecharam a partida em 66 x 27. A cestinha do Brasil foi Lucicleia Costa, com 18 pontos. Do lado da Guatemala, Alva Puac marcou quase todos os pontos de seu time: 25.

Lia Martins, que marcou 13 pontos, comemorou a vitória e disse já se preparar para o duelo com as fortes rivais canadenses, agendado para a próxima terça-feira (11.08), às 17h15 (horário de Brasília). “A gente joga de igual por igual com qualquer equipe, independentemente de o nível técnico ser menor que o nosso. Hoje jogamos já pensando no Canadá, quando também teremos a mesma seriedade”, adiantou a ala pivô.

Rivalidade no masculino
Os homens não encontraram, logo de início, a mesma tranquilidade neste domingo, contra a Colômbia. A equipe do técnico Antônio Carlos Ferraz começou atrás no placar e os adversários fecharam o primeiro quarto com dois pontos à frente (10 x 12). Faltando apenas três minutos para o fim da segunda parcial, o Brasil conseguiu empatar em 20 x 20. Foi quando teve início a evolução e os brasileiros inverteram o placar, fechando o segundo quarto em 30 x 21.

Depois do intervalo, o Brasil voltou disposto a compensar o início do jogo, mas encontrou fortes investidas dos colombianos. Entre trombadas das cadeiras de rodas e grande marcação das duas equipes, a Seleção Brasileira fechou o penúltimo quarto em 44 x 36. Os colombianos ainda deram trabalho na parcial decisiva, quando foram beneficiados com lances livres por faltas dos brasileiros. Ainda assim, o Brasil conseguiu resistir às duras investidas e fechar o jogo com a vitória por 65 x 52.

O maior pontuador da partida foi Erick da Silva, com 24 pontos. “Quando o grupo está forte e unido, sempre dá em resultado positivo”, comentou o ala pivô. “Queremos crescer a cada jogo para chegar à final e disputar o título”, acrescentou. Já o pivô Wandemberg Nascimento marcou 14 pontos. “A cada dia a equipe vem se superando e buscando a perfeição. Saímos mais uma vez com a vitória, mas precisamos respeitar a Colômbia, que fez uma bela partida”, avaliou.

Para o técnico Antônio Ferraz, a Seleção masculina está em uma evolução gradativa com foco em uma medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. “Um dos passos mais importantes é o Parapan. Chegamos com o objetivo de vencer sempre para explorar ao máximo o potencial da equipe e também observar os erros para que a gente possa corrigir”, explicou.

Com o resultado contra a Colômbia, o Brasil também chegou à segunda vitória no masculino, depois de ter vencido a equipe de Porto Rico no sábado. Nesta segunda-feira (10.08), a Seleção Brasileira encara os Estados Unidos, às 21h45 (horário de Brasília).

Entenda a modalidade
Com cadeiras adaptadas para as partidas, os jogadores devem quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira. Não há diferenças no tamanho da quadra ou na altura da cesta em relação ao basquete convencional. A partida tem quatro quartos, cada um com 10 minutos de duração. Entram em quadra cinco jogadores de cada lado, sendo que a classificação funcional leva em conta o grau da deficiência física-motora, em uma escala que vai de 1 a 4,5. Quanto maior a deficiência, menor a classe, e a soma desses números não pode ultrapassar 14.

O basquete em cadeira de rodas foi introduzido no Brasil por Robson Sampaio e Sérgio Del Grande, em 1958, quando os dois retornaram de um programa de reabilitação nos Estados Unidos. Das duas equipes convocadas para os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, que totalizam 24 jogadores, 22 são beneficiados pela Bolsa Atleta.

Ana Cláudia Felizola - brasil2016.gov.br
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Potência no tênis de mesa paralímpico continental, Brasil busca receita para caçar talentos

Hegemônico no continente americano, com 12 medalhas de ouro conquistadas no último Parapan, em Guadalajara, e com pelo menos nove pódios já garantidos em Toronto (dois ouros confirmados), o tênis de mesa brasileiro procura, ao mesmo tempo em que se prepara para os Jogos Rio 2016, encontrar uma receita para garantir a detecção e formação de novos talentos.

Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), Alaor Azevedo, os próprios técnicos da equipe aproveitaram viagens ao exterior com a delegação nacional para investigar modelos adotados em outros países. E, na verdade, não encontraram uma fórmula. “Não encontramos um movimento estruturado, definido. E vivemos um pouco uma condição em que os atletas surgem meio que do nada. Não havia uma maneira mais profissional pensada para a formação de novos atletas”, disse.

Centro de treinamento que forma atletas do tênis de mesa paralímpico em Brasília (Fotos: Divulgação)Centro de treinamento que forma atletas do tênis de mesa paralímpico em Brasília (Fotos: Divulgação)

O início do caminho, de acordo com o dirigente, está sendo estruturado agora em uma parceria com a Associação de Assistência à Criança Deficiente de São Paulo (AACD), que já tinha um trabalho informal com o tênis de mesa, inclusive . “Eles tinham um espaço bom, mas com mesas velhas. Doamos dez mesas, cinco importadas e cinco nacionais, investimos em iluminação, piso de competição e contratamos dois professores. A expectativa é de que o trabalho tenha início oficialmente em setembro”, disse o dirigente.

Campeã Parapan-Americana em Guadalajara e nona colocada no ranking mundial na Classe 4, para cadeirantes, Joyce Fernanda de Oliveira hoje treina em Brasília com a seleção, mas ainda é atleta da AACD. “Eu comecei muito por acaso. Quando tive o acidente, a cadeira do basquete me incomodava e eu tinha uma certa vergonha de usar maiô para a natação. Fui parar no tênis de mesa mais como reabilitação”, disse a atleta, que ficou paraplégica em função de um acidente. A cobertura do ponto de ônibus em que ela estava desabou e atingiu a região da coluna quando ela tinha 12 anos.

“Lá já tinha muita gente que buscava a associação por indicação médica, mas geralmente para a natação. E a natação ficava cheia. Oferecendo o tênis de mesa, damos uma nova opção. Antes eles tinham 13 atletas. Hoje já são 30 e há uma expectativa de até mais 70 nos próximos meses”, disse Alaor Azevedo.

Joyce Oliveira no Parapan de Toronto: nona no ranking mundial, ela foi parar no tênis de mesa mais por um acaso. Dirigentes querem ampliar acesso.Foto: Divulgação/CBTMJoyce Oliveira no Parapan de Toronto: nona no ranking mundial, ela foi parar no tênis de mesa mais por um acaso. Dirigentes querem ampliar acesso.Foto: Divulgação/CBTM

Migração em fases para o CT Paralímpico
Em outra frente, a do alto rendimento, a tendência é que a Seleção Brasileira migre para o Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo, que já superou os 97% de conclusão, de forma gradativa. A modalidade terá um espaço de 1.400 metros quadrados no complexo que vai receber 15 esportes paralímpicos.

“Depois da Rio 2016, a ideia é que lá vire nossa casa. Até lá, devemos fazer alguns períodos de treinamento de uma semana ou 15 dias com a seleção toda reunida”, afirmou José Ricardo Vale, técnico da seleção brasileira de cadeirantes. “É uma mudança muito drástica para ser feita de uma hora para outra”, justificou Alaor Azevedo.

Investimentos
Um convênio entre o Ministério do Esporte e a CBTM propiciou R$ 2,37 milhões em investimentos no tênis de mesa paralímpico. Os valores foram utilizados para equipar os CTs de Brasília (cadeirantes) e Piracicaba (andantes), e abrangem ajuda de custo e contratação de comissão técnica e consultor estrangeiro para preparação de 15 atletas, além da compra de equipamentos específicos. Há ainda um outro convênio, de cerca de R$ 1,49 milhão, para viagens. Além disso, os seis mesatenistas da equipe paralímpica permanente de Brasília recebem Bolsa-Atleta ou Bolsa-Pódio do Governo Federal.


Gustavo Cunha, de Toronto, Canadá - brasil2016.gov.br
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Confirmada no Rio-2016, Seleção de basquete derrota Argentina e é campeã de torneio em Brasília

Foto: Gaspar Nobrega/InovafotoFoto: Gaspar Nobrega/Inovafoto

Até a madrugada deste domingo (09.08), ainda pairava sobre o basquete brasileiro a dúvida se o país sede dos Jogos Olímpicos de 2016 teria vaga assegurada para as Olimpíadas do Rio. Assim, as duas seleções, masculina e feminina, teriam que conquistar as vagas em quadra e os homens estavam focados em conseguir isso na Copa América, que terá início do fim de agosto, no México.

Mas quando os times masculinos do Brasil e da Argentina entraram na quadra do Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, nesta manhã, para disputar o último jogo do Super Desafio BRA de Basquete, torneio amistoso preparatório para a Copa América – que garante vagas para 2016 ao campeão e vice –, os brasileiros já haviam sido informados da boa notícia de que o lugar da equipe para os Jogos Olímpicos do ano que vem já estava assegurado.

Com isso, para eles, o placar final do duelo entre Brasil e Argentina ficou em segundo plano diante da importância da decisão da Federação Internacional de Basquete. Mesmo assim, o Brasil brigou muito contra os argentinos, como não poderia deixar de ser devido à grande rivalidade.

Os dois times fizeram um jogo marcado por muitos erros no ataque e equilíbrio entre as duas equipes. O placar chegou ao minuto final estampando 57 x 57 e, em dois lances livres de Rafael Luz, o Brasil passou à frente por 59 x 57 a 44s do final. Os argentinos chegaram à igualdade logo depois e, após o Brasil desperdiçar o ataque seguinte, o duelo terminou empatado em 59 x 59 e foi parar na prorrogação.

No tempo extra, o Brasil, empurrado pela torcida brasiliense, se impôs e triunfou por 67 x 61, garantindo, assim, o troféu do torneio amistoso. Benite, do Brasil, foi o cestinha, com 18 pontos. Pelo lado argentino, Luis Scola foi quem mais marcou, com 17 pontos.

A competição em Brasília fez parte da preparação do grupo para a Copa América, entre os dias 31 de agosto e 12 de setembro. Antes disso, o Brasil ainda participa do Torneio das 4 Nações, em Buenos Aires (15 e 16 de agosto), e da Copa Tuto Marchand, em San Juan (23 a 27).

Vaga no Rio-2016
Na madrugada deste domingo, após reunião realizada no Japão, a Fiba anunciou que as Seleções Brasileiras masculina e feminina estão garantidas nos Jogos Rio 2016. A decisão, contudo, está associada ao compromisso de a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) de quitar uma dívida contraída junto à entidade internacional da modalidade pela participação do Brasil na Copa do Mundo de 2014, conforme nota publicada no site da Federação Internacional.

“A CBB, apoiada por seus parceiros e pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), assumiu um firme compromisso de pagar a dívida existente. De acordo com os estatutos da Fiba, o Conselho Central detém o direito de garantir a classificação automática ao país anfitrião dos Jogos Olímpicos”, diz a nota.

Foto: Gaspar Nobrega/InovafotoFoto: Gaspar Nobrega/Inovafoto
CBB e Ministério comemoram
Para o presidente da CBB, Carlos Nunes, a decisão da Fiba assegura tranquilidade à preparação das Seleções para os Jogos Olímpicos do Rio. “Isso tira a pressão das equipes e termina com essa especulação em torno da participação do Brasil nas Olimpíadas”, declarou o dirigente.

“Nós, desde o início, com o apoio do Ministério do Esporte e do governo federal, tínhamos certeza de que teríamos a vaga. Mas quero ressaltar que só ter obtido a confirmação não bastava. Tínhamos de ter a certeza de que nossa preparação será adequada e com a assinatura do último convênio com o Ministério do Esporte, agora temos todas as condições de chegar ao Rio, em 2016, para brigar pelo pódio”, continuou Carlos Nunes.

O convênio a que Carlos Nunes se refere, no valor de R$ 7 milhões, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no último dia 5 e se destina a assegurar as melhores condições de preparação para os Jogos do Rio à equipe masculina. A Seleção feminina também é apoiada com recursos de um convênio firmado em 2013, no valor de R$ 5 milhões.

Ricardo Leyser, ministro interino do Esporte (o ministro George Hilton está em Toronto para os Jogos Parapan-Americanos), que entregou o troféu à Seleção em Brasília, também comemorou o anúncio da Fiba. “A gente viu com muita felicidade. Estive reunido com o presidente e o secretário-geral da Fiba em Toronto, durante os Jogos Pan-Americanos, e conversamos sobre a importância de o time da casa ter vaga garantida para os Jogos do Rio”, recordou Leyser.

“Isso consolidaria a história do basquete no Brasil. A Seleção Brasileira masculina, depois de uma longa ausência, foi quinta nos Jogos de Londres-2012 e tenho certeza de que a equipe chegará com chances de pódio no Rio de Janeiro. Entretanto, mais importante do que uma medalha é a retomada do basquete brasileiro, que é bicampeão mundial e tem muita tradição”, declarou o ministro interino do Esporte.

O técnico da Seleção Brasileira masculina, Rubén Magnano, também se mostrou muito satisfeito com o anúncio da Fiba. “Fiquei muito feliz. Hoje de madrugada me mandaram um WhatsApp avisando que o basquete brasileiro está nos Jogos Olímpicos de 2016 e acho essa decisão algo muito importante”, contou o treinador, que, apesar disso, ressaltou que nada muda nos planos do time. “Nossa programação continua a mesma e nosso foco continua com a mesma intensidade. Estamos trabalhando para disputar a Copa América da melhor forma possível e estamos melhorando a cada jogo”, declarou.

Para o ala-armador Benite, um dos destaques do Brasil no Pan de Toronto, o anúncio da vaga e a vitória sobre a Argentina tornaram o Dia dos Pais ainda mais especial. Ele aproveitou para agradecer todo o apoio que o basquete tem recebido do Ministério do Esporte e do governo brasileiro na preparação para 2016.
“É bom ver que o governo está por trás, ajudando e tentando organizar e ajudar nos problemas. Para nós jogadores, que vivenciamos tudo isso é muito bom para nos dar condições de trabalho excelentes para continuar ganhando campeonatos e treinando bem”, disse o jogador.

Benite também falou sobre a importância do convênio firmado entre a CBB e o Ministério do Esporte no último dia 5. “Isso é muito importante, porque quando você entra em uma competição de alto nível, em que muitas equipes estão treinando e tendo tudo do melhor para jogar basquete com toda a tranquilidade, é bom saber que o Brasil pensa dessa forma também e está buscando essa estrutura para dar para a Seleção Brasileira. Então, a gente agradece por isso e vamos continuar muito focados”.

Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Natação conquista 12 medalhas e ajuda Brasil a liderar Parapan no primeiro dia

Foto: Jonne Roriz/MPIX/CPBFoto: Jonne Roriz/MPIX/CPB

A natação brasileira começou bem o Parapan-Americano de Toronto e contribuiu para o país terminar na liderança da competição. No primeiro dia de disputas na piscina, a delegação nacional subiu ao pódio 12 vezes e mostrou porque a modalidade é fundamental para o Brasil se manter no topo do paradesporto das Américas. Foram três ouros, sete pratas e dois bronzes conquistados neste sábado (08.08), com direito a duas dobradinhas: Daniel Dias e Clodoaldo Silva nos 100m livre da classe S5 e Joana Silva e Esthefany de Oliveira na mesma prova da S5 feminina. O ministro do Esporte, George Hilton, participou da cerimônia de premiação. 

Após chegar a sua vigésima medalha em Parapans, Daniel Dias espera repetir o pódio mais vezes ao lado do ídolo. “Eu fico muito feliz com o meu resultado, ainda mais quando vi que o Clodoaldo estava em segundo. Para mim é uma grande honra nadar ao lado dele. Espero que nos 50m e 200m livres, que vamos nadar juntos, também possamos repetir a dobradinha”, disse o nadador que ainda disputará mais sete provas na competição.

Aos 36 anos e em sua quinta participação em Parapans - esteve em todas as edições-, Clodoaldo se diz em plena forma física. “Em 2013 foi descoberta uma hérnia de disco. Sofri com dores de lá até o início do ano. Teve dias que nem pude treinar, mas agora estou me sentindo muito bem, tanto na questão clínica como física. Minha melhor felicidade aqui é estar nadando sem sentir dores”.



Para se recuperar, ele contou com a estrutura oferecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) no Centro de Treinamento em São Caetano (SP). “Desde setembro de 2014, decidi sair do Rio de Janeiro, deixar minha família, para ir para São Caetano, justamente porque o CPB criou um Centro de Treinamento que tem toda uma equipe multidisciplinar. Naquele momento eu não estava precisando só de treinadores, estava precisando de um tratamento de reabilitação e fisioterapia na coluna”, disse Clodoaldo, que perdeu 11 quilos após começar os treinos no interior paulista.

Na outra dobradinha brasileira, Joana e Esthefany ainda poderão repetir o resultado em mais duas apresentações. Para a medalhista de ouro em Toronto, foi diferente ganhar ao lado da compatriota, já que ela foi a única brasileira no pódio das quatro provas que venceu no Parapan de Guadalajara 2011. “A prova foi boa, estava preparada e saio feliz. Subir com uma pessoa do meu lado, que canta o hino comigo, é muito emocionante”, disse Joana. Por outro lado, Esthefany chega ao seu primeiro Parapan aos 16 anos.

A nadadora não foi a única estreante do dia a ganhar medalha. O primeiro ouro brasileiro no Aquatics Center veio com Felipe Caltran nos 200m livre na classe S14. “Foi uma honra ganhar essa medalha, agora é focar nas outras duas provas que tenho aqui, 100m peito e 200m medley, para buscar mais medalhas”.

Além de Clodoaldo e Esthefany, as outras pratas foram conquistadas por Edênia Nogueira (50m e 100m livre na classe S4), Ronystony Cordeiro (50m e 100m livre na classe S4) e Talisson Glock (400m livre na classe S6). Os bronzes brasileiros foram de Guilherme Batista (200m medley na classe SM 13) e Ítalo Gomes (400m livre na classe S7).

Rumo ao pódio
Com 18 atletas disputando 13 provas no primeiro dia do Parapan, a natação mostra sua importância para o país atingir o objetivo de ficar entre os cinco primeiros no quadro de medalhas da Paralimpíada do Rio 2016. Criado para tornar possível este objetivo, o Plano Brasil Medalhas proporcionou maiores investimentos no esporte.

O treinador-chefe da delegação no Parapan, Leonardo Tomasello, destaca a importância do apoio para oferecer uma preparação melhor aos atletas. “Os recursos têm proporcionado intercâmbios e treinos da seleção, que se reúne por uma semana, a cada dois meses, no Centro de Treinamento em São Caetano. O intercâmbio antes de grandes competições é importante para se conhecer os adversários e aumentar a competitividade. Se um atleta já teve uma experiência internacional prévia, ele vai se sair melhor nas grandes competições”, analisa.

O Ministério do Esporte mantém dois convênios com o CPB que somados chegam a R$ 40 milhões. Um deles, no valor de R$ 1,8 milhão, é destinado especificamente para a participação brasileira no Parapan. “Aqui o grupo foi bem selecionado. Todos vieram para disputar medalhas e a nossa expectativa é que cada um faça o melhor para a natação ajudar o Brasil a ficar em primeiro no quadro geral do Parapan”, concluiu Tomasello.

Além disso, o Ministério do Esporte financia diretamente os competidores. Os 40 nadadores brasileiros em Toronto são bolsistas, sendo 23 beneficiados pela Bolsa Pódio e 17 pela Bolsa Atleta.
   
Gabriel Fialho, de Toronto 
Ascom - Ministério do Esporte
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Brasil goleia o Chile por 6 x 0 no futebol de 5 no Parapan

A Seleção Brasileira de futebol de 5 espera repetir em Toronto, no Canadá, o feito das duas últimas (e únicas) edições em que a modalidade foi disputada em Jogos Parapan-Americanos. Campeões no Rio de Janeiro, em 2007, e em Guadalajara, 2011, os atletas estrearam neste sábado (08.08) com goleada sobre o Chile por 6 x 0.

Quem abriu e fechou o placar da partida foi o Ricardinho, camisa 10. O primeiro gol foi marcado com apenas 3 minutos de jogo e o segundo aos 24 do segundo tempo. Mas a estrela da noite foi o atacante Nonato, camisa 8, que marcou quatro gols, três deles no primeiro tempo. “Acho que todos estamos de parabéns pela estreia com o pé direito. Mas cada jogo é um jogo e o importante é a medalha”, disse.

Os próximos jogos serão contra a Colômbia, neste domingo (9.08), e diante do Uruguai na segunda-feira (10.08). A equipe ainda encara Argentina e México na fase preliminar. Ao fim das cinco rodadas, as duas melhores equipes do torneio fazem a final, na sexta-feira (14.08). “Vamos tentar passo a passo chegar à final. Prefiro ter o pé no chão, sem comemorar vitórias antecipadas”, disse o técnico Fábio Vasconcelos.

A preparação dos atletas, segundo Fábio, é resultado de um ciclo de intenso treinamento e potencializada por investimentos federais. “Os atletas vivem disso. O patrocínio da Caixa Econômica, a Bolsa-Atleta e o apoio do Ministério são fundamentais. Posso dizer que a nossa é uma seleção profissional”, afirmou Fábio.

O Futebol de 5
Modalidade disputada em dois tempos de 25 minutos, o futebol de 5 é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. Apenas o goleiro pode ter visão total. Para melhor orientação dos atletas, a bola tem guizo interno. Por isso, a torcida só pode se manifestar na hora do gol ou nos intervalos. Há também um guia ou “chamador”, que fica atrás do gol orientando os jogadores e que avisa onde eles devem se posicionar em campo e para onde devem chutar.

Durante o jogo, os atletas usam uma venda nos olhos e não podem tocá-la no decorrer da partida. Com cinco infrações o atleta é expulso e pode ser substituído por outro jogador. A partida dura dois tempos de 25 minutos com intervalo de 10.

Futebol de 7
O sábado também marcou a estreia do Futebol de 7 no Parapan. A seleção enfrentou a Venezuela e venceu por 7 x 0, com gols de Jonatas Machado, Jan Brito (dois), Gabriel D’Angelo e Wesley Martins (três). As próximas partidas serão contra Argentina, na terça-feira (10.08), Canadá na quarta-feira (12.08) e Estados Unidos na quinta-feira (13.08). As finais estão marcadas para sábado (15.08). Diferentemente do futebol de 5, a modalidade é disputada por atletas com paralisia cerebral, decorrentes de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais.

 

Leonardo Dalla - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Bocha conquista dois ouros e atletas vivem “choque de autonomia”

No mundo do senso comum, a conjugação de precisão milimétrica e raciocínio estratégico não parecem combinar com altos graus de paralisia cerebral e deficiências severas. A bocha paralímpica, contudo, desconstrói essa crença e a equipe brasileira tem protagonismo nesse processo de “desmanche”. Já no primeiro dia de competições no Abilities Centre, em Toronto, o Brasil confirmou a consistência do time que se prepara para os Jogos Rio 2016. Dos três pódios possíveis, conquistou três, com duas medalhas de ouro e um bronze.

O primeiro ouro ficou com a dupla da categoria BC4, em que os atletas têm mais força muscular para os lançamentos. Dirceu José Pinto, Eliseu dos Santos e Marcelo dos Santos se revezaram no time que derrotou o México por 14 x 0, a Argentina por 11 x 0 e bateu o Canadá na rodada decisiva da competição, no tiebreak, após empate em 3 x 3.

“Ficou claro que ainda temos algumas coisas a corrigir. Demos uma vacilada grande no início do jogo final, mas soubemos nos recuperar”, afirmou Dirceu, bicampeão paralímpico, em Londres (2012) e Pequim (2008).  A prata ficou com o Canadá e o bronze, com a Argentina.

 Foto: Leandra Benjamin /MPIX/CPB Foto: Leandra Benjamin /MPIX/CPB

Na equipe que reunia atletas das classes BC2 e BC1, o Brasil também foi ao topo do pódio, ainda que superado pelo Canadá no tiebreak da terceira rodada. Na soma dos resultados, o time brasileiro foi melhor no saldo de pontos e, assim, Lucas Ferreira de Araújo, Maciel de Souza Santos, Guilherme Germano e José Carlos de Oliveira ouviram o hino nacional. A prata ficou para a Argentina e o bronze, para o Canadá.

A terceira medalha do dia foi para a dupla da categoria BC3, para atletas com grande dificuldade de mobilidade, e que têm a ajuda de calheiros para direcionar a bola antes do lançamento.  O time nacional é formado por Antônio Leme e Daniele Martins.  A prata ficou com a Colômbia e o ouro, com o Canadá. Neste domingo a modalidade tem sequência com o início das competições individuais.

Para o coordenador técnico geral da equipe, Darlan França, os atletas mostraram que estão na trilha certa para atingir a meta prevista no Rio de Janeiro, em 2016. “Temos como objetivo conquistar quatro ouros entre as sete possibilidades de medalha na Paralimpíada”, disse. O caminho até lá, segundo ele, envolve a sequência de um projeto que tem envolvido a capacitação de técnicos no Brasil, intercâmbios em competições e períodos de treinamento intensivo.

Dignidade e independência
Incluída no Plano Brasil Medalhas do governo federal, a modalidade experimenta, segundo dirigentes e atletas, um momento diferenciado no Brasil, com mais de mil praticantes e uma estrutura que permite que os atletas viagem com segurança e tenham autonomia econômica e social.

“Em 2002, na primeira vez que prestei um serviço para a Seleção, o trabalho era voluntário. Hoje temos recursos e até patrocínios individuais para alguns”, afirma o paulista Wesley Saggiani, um dos dois fisioterapeutas que presta serviço à equipe, que também conta com psicóloga e médicos à disposição para eventualidades.

O time principal realiza semanas de treinamento concentrado quatro a cinco vezes por ano e os atletas de ponta contam com a Bolsa Pódio. “Não dá para imaginar o significado desse incentivo. Eles deixam de ser uma fonte de despesas e passam a sustentar a família. O investimento neles significa autonomia”, afirmou Márcia Campeão, militante na modalidade desde 1995, quando o esporte começou a ter difusão no Brasil.

A autonomia, no caso, não é expressão simbólica, mas algo cotidiano. “Os praticantes da bocha necessitam de ajuda para se deslocar, para chegar ao local de treinamento, para entrar com segurança e ocupar assentos em voos. Sem a bolsa, dependem de familiares e amigos. Com a bolsa, podem até contratar pessoas para executar essa função, treinar com mais tranquilidade.”, exemplifica Márcia, formada em educação física e com mestrado na Unicamp e Doutorado na Fiocruz em temas correlatos à bocha.

“Na verdade, significa não só um aprimoramento profissional, mas pessoal também”, afirmou Eliseu dos Santos, que pôde passar a pagar o irmão para ajudá-lo de forma mais sistematizada nos deslocamentos, conseguiu se estabelecer numa casa própria e agora sonha em montar um centro de treinamento nos fundos da própria residência.

“Para mim, me deu a possibilidade de ter uma fisioterapeuta particular, o que antes era simplesmente impossível”, completou Dirceu José Pinto, que também conta com apoios da Caixa, e prefeitura de Mogi das Cruzes e do Time SP. Para ele, a conclusão do Centro de Treinamento Paralímpico (já superou os 97% de conclusão), em São Paulo, é outro fator que vai ajudar a profissionalizar a modalidade.

Regra e categorias
O princípio do jogo é simples: chegar o mais perto possível da bola branca. Conseguir fazer isso é um processo que lembra as tacadas da sinuca e a estratégia do xadrez. Cada jogador é postado numa área delimitada no fundo da quadra. Numa disputa de quatro ou seis entradas (games), dependendo da categoria, cada equipe tem seis bolas para se aproximar da branca e evitar que o adversário faça o mesmo. Ao fim de cada Entrada, o juiz indica quantas bolas, e de qual equipe, estão de fato mais próximas, e define a pontuação.

Os atletas são separados em quatro categorias, de acordo com o comprometimento motor. Entre os atletas de menor mobilidade há inclusive a ajuda de terceiros, os chamados calheiros. Eles posicionam a calha e encaixam a bola de acordo com a indicação do jogador. O atleta, em seguida, toca a bola com uma haste que funciona como taco, fixada à boca ou à cabeça. Entre os atletas de mobilidade maior, a bola pode ser lançada com as mãos ou os pés.

Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Brasil vence nas estreias do goalball masculino e feminino

O Brasil fez a sua estreia no goalball já mostrando a superioridade de atual campeão mundial. Neste sábado (8.08), a seleção masculina enfrentou a Argentina durante os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Mississauga Sports Centre, e venceu por 11 x 6 (5 x 4 no primeiro tempo).

Entre as mulheres, a vitória foi em cima das canadenses, por 3 x 1 (1 x 0 no primeiro tempo). “Vamos continuar humildes. Ganhamos das donas da casa, mas ainda tem muito jogo pela frente”, resumiu Victoria Amorim. Em Guadalajara, a seleção feminina do Brasil foi vice-campeã do Parapan.

Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPBFoto: Daniel Zappe/MPIX/CPB

Neste domingo, os homens voltam à quadra para enfrentar Porto Rico, às 11h15, e as mulheres jogam contra El Salvador às 12h30 (horários de Brasília). Entre os 12 convocados do Brasil, 11 recebem o benefício da Bolsa Atleta.

Entenda a modalidade
Praticado exclusivamente por pessoas com deficiência visual, o goalball está, ao lado da bocha, entre as únicas modalidades paralímpicas que não têm uma versão correspondente no programa olímpico. O jogo reúne atletas com diferentes graus de deficiência (BC1, BC2 e BC3), mas que sempre usam vendas nos olhos, a fim de que as duas equipes rivais disputem em condição de igualdade.

A quadra que recebe a disputa tem as mesmas dimensões da de vôlei, com 9m de largura e 18m de comprimento. Cada partida tem dois tempos com duração de 12 minutos cada, com três minutos de intervalo. São três jogadores em cada time, além de outros três reservas. O gol, bem amplo, tem a mesma largura da quadra, com 1,30m de altura.

Durante o jogo, os atletas, que atuam como arremessadores e defensores ao mesmo tempo, precisam lançar a bola rasteira ou tocando em uma das áreas obrigatórias. Dentro da bola há um guizo que emite som para orientar os atletas cegos e, por isso, todo o público deve permanecer em silêncio durante o jogo.
 

Ana Cláudia Felizola - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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