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Federação Internacional de Hipismo faz balanço positivo de evento-teste
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- Publicado em Terça, 11 Agosto 2015 16:40
Brasil conquista medalha inédita no Paraciclismo de Pista nos Jogos Parapan-Americanos
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- Publicado em Terça, 11 Agosto 2015 16:24
Confira os vídeos do Parapan 2015
Debaixo de chuva, Brasil leva 15 medalhas na estreia do atletismo
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- Publicado em Terça, 11 Agosto 2015 02:25
A estreia do atletismo nos Jogos Parapan-Americanos de 2015 foi marcada pela forte chuva que caiu em Toronto e chegou a interromper a competição por uma hora. Os competidores reclamaram das dificuldades impostas pela pista molhada na Universidade de York, o que se refletiu em tempos mais altos nas provas de pista. Mas, mesmo com o mau tempo, os brasileiros conseguiram se sobressair e levaram seis ouros, cinco pratas e quatro bronzes, à frente no quadro de medalhas da modalidade.
Ariosvaldo Fernandes, que ficou com a prata nos 100m T53, prova disputada em cadeiras de rodas, conta que o equipamento perde aderência quando a pista está molhada. Recordista mundial com o tempo de 14s17, o canadense Brent Lakatos marcou 15s11 para vencer a prova. “Não dá aderência na roda e aí a gente não tem a mesma arrancada. Você não consegue dar tração. Antes da prova todo mundo estava preocupado, porque a chuva já havia atrapalhado os 5.000m e os 100m. Vamos esperar que esse tempo mude nos próximos dias”.
A paralisação das disputas também mudou a preparação dos competidores. Alguns ficaram muito tempo na pista esperando a largada e perderam o aquecimento. “A gente demorou um pouco para correr e esfriou. Complicou para aquecer bem e voltar, mas tem que chegar com pensamento positivo, independentemente de a pista estar molhada ou com neve", afirmou Petrúcio Ferreira, ouro na última prova de pista do dia (10s77), os 100m da classe T47, para amputados.
Buraco
A fome foi outro agravante para Yohansson Nascimento, bronze na mesma prova de Petrúcio, com tempo de 11s12. "A gente almoçou 12h e já são 22h, parece que tem um buraco aqui na barriga", brincou. Ele esperava ter feito a dobradinha com o amigo, mas disse que agora vai focar em mais pódios nas próximas provas. "Fiquei feliz por ele, por ser um brasileiro dando continuidade ao meu trabalho. Queria ao menos ter ficado em segundo, para ser ouro e prata, mas fiquei feliz, peguei medalha e ainda tenho mais duas provas (200m e 400m) e vamos colocar a bandeira do Brasil no pódio".
Verônica Hipólito, que ganhou o ouro e bateu o recorde Parapan-Americano com 13s29 nos 100m da categoria T38, para paralisados cerebrais, em dobradinha com Jenifer Martins (14seg14), reclamou da mudança de programação.
"A gente nem aqueceu porque começou a chover e a atrasar algumas provas. Quando tem relâmpago, tem que esperar 30 minutos para continuar. Esse tempo estava acabando e teve outro relâmpago, aí foram mais 30. A gente também treina com chuva, mas o que foi ruim foi fazer uma programação e ela cair e ficar com fome. Tivemos que repartir um sanduíche para ter carboidrato antes de competir", disse Hipólito.
Disco
A mistura de alegria pelo ouro e frustração por saber que poderia alcançar melhores marcas também foi sentida por Alessandro da Silva, que marcou 36,12m no arremesso de disco na classe F11, para deficientes visuais. “É o primeiro Parapan que participo e sair com o ouro é muito bom. Poderia ter sido melhor, mas foi o que deu com essa chuva”.
Para Marivana Nóbrega, ouro no arremesso de peso na classe F35, a chuva pode ter atrapalhado, mas, mesmo assim ela bateu o recorde Parapan-Americano com 8,29m. “Fiz uma marca razoável devido às condições do tempo, mas o que vale é a medalha. A gente está preparada para tudo, mas com a chuva e a nossa limitação, o equilíbrio fica mais difícil”.
Saltos
O Brasil também dominou as provas no salto em distância masculino, com os ouros de Mateus Evangelista na classe T37, com a marca de 6,20m, e Pedro Paulo Silva, classe T38, com 5,11m. “Meu primeiro Parapan, minha primeira viagem internacional e estrear com ouro é um sonho realizado. Vim para cá prometendo para minha família uma medalha de ouro e cumpri. Busquei uma melhor marca, mas não encaixou. Fiz aquecimento, mas devido à chuva, ficamos 45 minutos aguardando começar de novo. Agora é focar que amanhã tem os 100m e depois os 200m”.
As demais pratas foram conquistadas por André da Rocha Antunes, na classe F54/55 do arremesso de peso, com 9m64; André de Oliveira, na classe T42/44 do salto em distância com 5m76; Claudiney Batista, na classe F51/ 52/53/57 do arremesso de disco com 41m67.
Os bronzes foram conquistados por: Rosenei Herrera, na classe F36 do arremesso de peso, com 7,59m; Thiago Paulino dos Santos, na classe F51/ 52/53/57 do arremesso de disco com 40m66; Rodrigo Parreira, nos 100m T36 com 12seg78.
Ana Cláudia Felizola e Gabriel Fialho, de Toronto – Brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Natação fecha terceiro dia de Parapan com 18 medalhas e um pódio 100% brasileiro
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- Publicado em Segunda, 10 Agosto 2015 22:38
Pelo terceiro dia consecutivo, a natação do Brasil não deu espaço para os adversários no Parapan de Toronto. Nesta segunda-feira (10.08), 25 atletas entraram na piscina em 16 provas e conquistaram 18 medalhas, sendo seis ouros, três pratas e nove bronzes. Houve muita emoção, com quebra de recordes, um pódio 100% brasileiro e uma dobradinha.
A coleção de medalhas em Toronto foi marcada pelo pódio de Matheus Silva, Vanilton Nascimento e Ruiter Silva, respectivamente ouro, prata e bronze nos 50m livre S9. “A gente conversou antes da prova e pensamos: ‘imagina se fechamos esse pódio’... Então falei com o Matheus: ‘vamos pra cima’”, contou Vanilton, que ainda baixou o tempo que fez no Mundial. “A gente vem há um tempo disputando essa prova e termos eu, o Vanilton e o Ruiter no pódio é só uma confirmação de que o Brasil está no rumo certo. O ano que vem promete e vamos chegar juntos”, completou Matheus.
Dia de emoção também para Phelipe Melo, que fez dobradinha no pódio com André Brasil. O ouro de Phelipe veio no aniversário de 25 anos. “Estou muito feliz com o resultado. Tinha confiança de que iria brigar pela prova. Eu comi água, dei braçadas e queria chegar quebrando a parede”, brincou. “Este é um ótimo presente. Hoje fiquei em quarto lugar no borboleta, não dei meu cem por cento, pois estava pensando na prova desta tarde. Aí está o resultado”, finalizou.
Quem também esteve no pódio foi Daniel Dias, que conquistou hoje o 22º ouro da carreira. “Estou muito feliz com o meu tempo na prova e o resultado. Sempre é uma emoção muito grande ganhar um ouro para o Brasil”, comentou o nadador, que ainda compete em dois revezamentos e duas provas individuais.
Além de Matheus, Phelipe e Daniel, quem também ganhou medalha dourada foi André Brasil, nos 100m borboleta S10; Guilherme Batista, nos 100m peito SB13; e Joana Silva, nos 50m borboleta S5. O Brasil também foi destaque nas piscinas com a prata de Raquel Viel, nos 100m peito SB13; e os bronzes de Letícia Lucas, nos 50m borboleta S5; Vanilton Nascimento, nos 100m borboleta S9; Talisson Glock, nos 50m livre S6; Italo Gomes e Veronica Almeida, ambos no 50m livre S7; Camille Rodrigues, nos 50m livre S9; e Mariana Gesteira, nos 50m livre S10.
Quebra de recordes
Não só de ouro vive o Brasil no Parapan, mas também de quebra de recordes. “Eu estava apenas torcendo no fim de semana pelos meus colegas. Começar com o ouro quebrando recorde é sempre muito bom”, comentou André Brasil, que bateu a marca dos Jogos Pan-Americanos com o tempo de 56s72. Brasil já havia quebrado o recorde mundial e americano, em 2010, com o tempo de 55s99, ainda não superado.
Joana Silva foi mais uma nadadora brasileira com recorde. A atleta bateu a marca Parapan-Americana nos 50m borboleta S5, com o tempo de 47s55. “É uma sensação maravilhosa. Em meu primeiro Parapan eu ganhei quatro medalhas. Neste, meu segundo, já estou com três ouros e, quem sabe, eu sairei daqui com as cinco que pretendo e com os melhores tempos da minha vida”, disse Joana, que competiu em Guadalajara, em 2011.
Guilherme Batista fez o tempo de 1m14s30, nos 100m peito SB13, quebrando o recorde das Américas. Os recordes Pan-Americanos prosseguiram com Daniel Dias, que fechou com o tempo de 34s79, nos 50m borboleta S5; Phelipe Melo, que cravou o tempo de 23s42, nos 50m livre S10; e Matheus Silva com 27s07, nos 50m livre S9.
Ajuda mais do que necessária
Para conquistar tantos pódios na natação, o governo federal mantém convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O primeiro, no valor de R$ 1,8 milhão, vai direto para a participação do Brasil no Parapan. Outros dois são destinados à preparação para os Jogos Rio 2016 e chegam a R$ 40 milhões. Desde 2010, foram celebrados 16 convênios com o CPB que, somados, chegam a R$ 62,8 milhões.
Além dos convênios, o governo federal investe também diretamente nos atletas. “Os investimentos, como o Bolsa Pódio, ajudam bastante. É um apoio muito importante tanto para nós atletas quanto para o CPB. Essa ajuda é mais do que necessária, é essencial para a nossa preparação”, diz Joana Silva, que diz se sentir mais inspirada com os incentivos para treinar e competir.
No total, 241 nadadores da natação paraolímpica do Brasil são beneficiados pelos programas Bolsa-Atleta e Bolsa Pódio que, somados, resultam em um investimento de R$ 6 milhões anuais. Todos os atletas que competiram nesta segunda-feira são beneficiados pelos programas: 17 deles são bolsistas pódio e oito são bolsa-atleta.
Leonardo Dalla, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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As incríveis histórias dos medalhistas brasileiros no tiro com arco em Toronto
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- Publicado em Segunda, 10 Agosto 2015 19:07
“Ela não atira. Ela joga”. Assim, sem legenda, a frase dos colegas de tiro com arco sobre Jane Gögel não parece dar liga. Mas, quando aplicada para definir o caminho dela até o ouro no tiro com arco para atletas sentados no Parapan de Toronto, faz todo o sentido. Goiana de nascimento e por insistência, Jane tem histórico de campeã, mas não com um arco e flechas em punho. Ela já somava três ouros em Jogos Parapan-Americanos, todos pela Classe 9 do tênis de mesa, para andantes, conquistados em 2007, no Rio, e em 2011, no México. Com raquete e bolinhas, foi quarta colocada nas Paralimpíadas de Pequim (2008) e de Londres (2012). E estava com a vaga encaminhada para seguir a trilha em Toronto.
A insistência citada acima, contudo, mudou radicalmente os verbos que ela conjuga no mundo esportivo. Trocou o jogar, do tênis de mesa, pelo atirar, do tiro com arco. Mas a troca não foi bem interiorizada, e ela insiste, no cotidiano de 300 a 400 tiros diários, seis vezes por semana, em dizer joga. E como jogou em Toronto. Na final contra a canadense Karen Van Nest, somou 140 pontos dos 150 possíveis nos disparos contra o alvo a 50 metros de distância, recorde da competição. Van Nest ficou com a prata, com 132. O bronze foi para Martha Chavez, dos Estados Unidos.
“No fim, deu tudo certo. Houve um momento em que tive de decidir. Não podia mudar de cidade para ficar na equipe permanente, em Piracicaba (SP). E ir e voltar com frequência estava difícil. Eu não estava rendendo. Não queria largar o esporte, mas queria um que pudesse praticar em Goiânia. E encontrei o tiro com arco”, explicou Jane, que começou a atirar muito recentemente em janeiro de 2015. “Agora é bola para frente porque o Rio 2016 está chegando e quero estar bem lá”, completou.
O crescimento técnico acelerado impressiona até mesmo o técnico dela, Henrique Campos. “É uma ascensão rápida, que nos dá muita esperança para 2016. Ela não está para brincadeira. É persistente de verdade. Quer treinar enquanto puder. Às vezes, só para por falta de iluminação. E tem um componente que ajuda demais: ela já veio para nós com a facilidade da mentalidade, de lidar bem com pressão, de ser tranquila em situações de tensão. O tiro com arco é técnica e parte mental”, afirmou o treinador.
Da apreensão ao choro de alívio
Era o último tiro de uma disputa de cinco games para definir o ouro no arco recurvo no Parapan de Toronto. O maranhense de Balsas Luciano Rezende precisava de uma pontuação melhor que sete para bater Eric Bennet, dos Estados Unidos. São 20 os segundos para executar o disparo em direção ao alvo posicionado a 70 metros de distância. Quando faltavam 12s, ele não gostou do jeito que encaixou a flecha. Houve um murmúrio geral de apreensão nas arquibancadas da Universidade de York, porque parecia que a flecha caíra. Mas não. Luciano desmontou o conjunto, armou novamente com a pressa que o tempo exigia, apontou, soltou a flecha e acertou “na mosca”. Um dez de ouro e de vaga da modalidade para os Jogos Rio 2016.
“Este último não fui eu, foi Deus”, afirmou. “Era um tiro mal armado. Quando acontece, é melhor voltar e fazer de novo. Eu olhei o tempo, vi que ainda dava, porque no treinamento eu sabia que dez segundos seriam suficientes, coloquei novamente a flecha no lugar e soltei. Saí de terceiro na classificatória para o ouro”, afirmou o atleta, que tinha feito o caminho inverso quatro anos atrás, em Guadalajara. “Lá, terminei em primeiro na fase preliminar e acabei perdendo nos combates para um americano que no ano anterior havia sido campeão mundial”.
A final teve todos os ingredientes de emoção mesmo antes do tiro final. Luciano venceu os dois primeiros games e, como cada um vale dois pontos, abriu 4 x 0 sobre Bennet. O americano, no entanto, recuperou-se nos dois games seguintes e levou a decisão à quinta parcial. “Assim fica mais especial, tanto para mim quanto para vocês”, brincou Luciano, que começou a treinar em 2009, pratica a modalidade no Clube do Exército, em Brasília, seis vezes por semana, e sonha com o Rio.
“O momento é de ter foco maior nos Jogos de 2016. Os principais atletas estão na Europa. Temos de fazer um treinamento forte”, disse o atleta, que conta com o acompanhamento de nutricionistas e psicólogos na preparação. Acompanhamento que aparentemente mostrou eficiência no Canadá, já que ele conseguiu controlar a tensão e a emoção para a hora certa. Só extravasou os sentimentos em um choro emocionado após receber a medalha e conceder entrevistas.
Saga esportiva por qualidade de vida
Thaís Silva e Carvalho não levou o ouro, mas o sorriso aberto e o capricho de se maquiar para ir ao pódio receber a prata denotam o quanto a medalha tem significado transcendente na história recente da atleta, que passou por cirurgia em 2012, perdeu o pai em 2013 e optou por amputar parte da perna direita por razões clínicas em 2014.
"Tive de parar de treinar algumas vezes nesse ciclo, mas agora acabou. Estou feliz demais. Claro que queria o ouro. Mas já é um passo a mais no tiro com arco. E estar na final valeu a segunda vaga paralímpica da classe para o país. Vamos para o Mundial na Alemanha, agora, buscar a terceira vaga, porque o país-sede já tem uma garantida", afirmou.
Thaís viveu durante muito tempo as complicações de uma fratura não calcificada na tíbia direita, sofrida aos três anos de idade, que fez com que a perna chegasse a ficar 12 centímetros mais curta do que a outra. "A amputação veio, foi uma decisão que tomei e que me trouxe mais qualidade de vida", disse.
Na decisão, Thaís perdeu o ouro para a norte-americana Natalie Wells, por 6 x 2. O bronze ficou com Kinga Kiss-Johnson, também dos Estados Unidos. A única coisa que deixou Thaís com um quê de decepção foi ter perdido o primeiro tiro da disputa e ter feito outro disparo mal sucedido, de cinco pontos entre os dez possíveis, na parte final da competição.
"São momentos. A ideia é tentar esquecer a flecha já atirada e seguir adiante. No fim, acho que meu desempenho foi abaixo do que gostaria, mas não dá para comparar aquilo que você faz em treino com algo que envolve tanta coisa. Lá, na hora, eu não estava ouvindo ninguém. Estava focada no alvo. Concentrada, com o objetivo de tentar esquecer o restante. Tem muito o que melhorar", afirmou a atleta de 23 anos, que nasceu e treina em Brasília.
Evolução de "300%"
Com os resultados, o tiro com arco brasileiro terminou em segundo lugar no quadro de medalhas específico da modalidade em Toronto, com dois ouros e uma prata. "Uma evolução de 300%", brincou um dos técnicos da equipe, Henrique Campos, em referência ao fato de que o país não havia chegado ao pódio quatro anos antes, em Guadalajara. Os Estados Unidos somaram oito medalhas, com dois ouros, duas pratas e quatro bronzes. O Canadá terminou em terceiro, com uma prata.
Gustavo Cunha, de Toronto, Canadá - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Brasil conquista sete ouros e seis pratas no tênis de mesa no Parapan
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- Publicado em Segunda, 10 Agosto 2015 18:16
O terceiro dia das partidas de tênis de mesa nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto foi marcado por um enorme sucesso dos brasileiros, que faturaram 13 medalhas: sete ouros e seis pratas. A supremacia do país foi tamanha que em três finais – nas classes individuais 3, 7 e 10 masculinas – foram disputadas com brasileiros nos dois lados da mesa. Os pódios ajudaram o Brasil a disparar na liderança do quadro de medalhas.
Na classe 10, Carlos Carbinato Júnior conquistou o ouro ao derrotar Cláudio Massad por 3 x 0 (11/4, 11/7 e 14/12). O mesmo placar marcou a vitória de David Freitas sobre Welder Knaf (11/6, 11/8 e 11/7). A decisão mais equilibrada envolvendo brasileiros foi na classe 7, entre Paulo Salmin e Israel Stroh. Foram necessários cinco sets para que Salmin vencesse, por 3 x 2, com parciais de 6/11, 13/11, 8/11, 11/5 e 11/5.
Os outros ouros vieram na classe 1, após Aloisio Lima derrotar o cubano Yunier Fernandez na final; na classe 8, com a vitória de Luiz Guarnieri sobre o norte-americano Ming Chui na decisão; na classe 5, com Claudimiro Segatto; e na classe 4, com Joyce Oliveira. As demais pratas do dia foram arrebatadas por Ezequiel Babes (classe 4), Thais Fraga (classe 3) e Maria Pereira Passos (classe 5).
Com os resultados desta segunda-feira, o Brasil chega a 24 medalhas no tênis de mesa em Toronto e já iguala a campanha da modalidade nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011, quando o país conquistou 12 ouros. No Canadá, o país já somou 10 ouros, mas ainda restam sete pódios em disputa na maior cidade canadense.
Tri da classe 5
Na classe 5 (cadeirantes), o curitibano Claudimiro Segatto (foto) não sentiu a pressão do favoritismo e, nesta segunda-feira, sagrou-se, de forma invicta em Toronto, tricampeão dos Jogos Parapan-Americanos. Com isso, ele assegurou seu lugar nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
A conquista teve um sabor especial para o paranaense, muito diferente das outras conquistas. “Para mim esse é o principal evento da minha vida. Já estive em duas Paralimpíadas, fui campeão de dois Jogos Parapan-Americanos, mas poder me classificar para jogar em casa, contar com a minha família e os meus amigos torcendo e toda a torcida brasileira, vai ser show de bola”, comemorou Claudiomiro.
Número 16 do ranking mundial da classe 5, Claudiomiro, que foi forçado a se afastar da Seleção Brasileira por um tempo devido a questões familiares, fez questão de agradecer ao comando técnico da Seleção. “Eu fui para Brasília fazer parte da Seleção permanente e levei minha família. Mas a minha filha tem problemas respiratórios e não se adaptou ao clima de Brasília, então tive que voltar. No começo do ano, eles me deram oportunidade de novo de fazer parte (da Seleção), mas de uma outra forma, treinando na minha cidade. Estou muito feliz por isso e minha forma de agradecer é essa (com o titulo em Toronto)”, destacou Segatto, que atualmente mora em Curitiba.
A campanha do brasileiro no Canadá foi impecável: duas vitórias na fase de grupos, diante do canadense Muhammad Mudassar (3 x 0) e do argentino Elias Romero (3 x 1). Na sequência, mais dois triunfos sobre argentinos: Daniel Rodrigez na semifinal, por 3 x 1, e Mauro Depergola na decisão, por 3 x 0 (parciais de 11/7, 11/6 e 11/4).
“Eu entrei com uma estratégia pronta, porque ele é um atacante nato. Então o meu objetivo era neutralizar o ataque dele e graças a Deus deu certo. Puxei o jogo pra baixo, não deixei ele abrir e nos momentos que ele conseguiu abrir eu consegui contra atacar”, analisou o mesatenista.
Superação e ouro na Classe 4
Na classe 4 (também para cadeirantes), Joyce Oliveira (foto) teve de superar a dor para conquistar nesta segunda-feira o bicampeonato individual nos Jogos Parapan-Americanos. Há quatro meses, a paulista, de 25 anos, sofre por conta de um parafuso deslocado que está atingindo um nervo na região lombar. A cirurgia vinha sendo adiada por conta de um sonho que ela acaba de realizar: levar o título e garantir sua vaga nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
A conquista de Joyce foi a quarta medalha de ouro da Seleção Brasileira em Toronto. No domingo (09.08), Danielle Rauen, Cátia Oliveira e Iranildo Espíndola já haviam subido ao topo do pódio.
Joyce chegou invicta à última rodada do grupo único, assim como a mexicana Martha Verdin. Na véspera da decisão, a dor preocupava a brasileira, que passou por uma sessão de fisioterapia durante a noite que lhe deixou 100% para a final.
“Ontem, estava nervosa para jogar com ela porque estou com dor. A dor estava na minha cabeça, mas treinei e sabia que podia ganhar. A fisioterapia me ajudou muito. Tenho que agradecer à (fisioterapeuta) Andressa, que me ajudou durante todos esses dias e me fez chegar bem hoje”, disse a campeã.
Na mesa, Joyce não deu chances à adversária. Impôs seu jogo de velocidade e dominou a partida do início ao fim, vencendo por 3 x 0, parciais de 11/8, 11/3 e 11/8. A última rodada coroou uma campanha impecável da brasileira, que já havia superado a norte-americana Jennifer Johnson e as venezuelanas Yoleidy Andrade e Maria Molero, todas por 3 x 0.
Disposta a buscar o segundo ouro individual no Parapan – já havia sido campeã em Guadalajara, no México, há quatro anos –, Joyce encarou a dor. Mas nem sempre ela resistiu. A mesatenista chegou a viajar para a disputa dos Abertos da Eslovênia e da Eslováquia, em maio, mas não teve condições de competir.
“Há quatro meses estou me tratando. Cheguei a viajar, mas não consegui jogar por causa da dor. Treinei um mês para vir para cá e deu certo. Lidei dia a dia com a dor, trabalhando o psicológico, porque queria estar aqui. Não tinha como não treinar para vir”, disse.
Sua prioridade no retorno ao Brasil será a cirurgia, para que possa iniciar o quanto antes a preparação para os Jogos Rio 2016. “Quero fazer a cirurgia para em dois meses já voltar a treinar e poder mostrar o meu melhor em 2016. É para isso que estou treinando”, avisou.
Fonte: brasil2016.gov.br, com informações da CBTM
Ascom - Ministério do Esporte
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Nawal El Moutawakel destaca sucesso dos eventos-teste do Rio 2016
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- Publicado em Segunda, 10 Agosto 2015 17:54
Na abertura da plenária da nona visita ao Rio de Janeiro da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Rio 2016 (Cocom), nesta segunda-feira (10.08), Nawal El Moutawakel destacou o sucesso dos eventos-teste já realizados na cidade.
“Os eventos-teste já estão em curso. Quatro deles foram realizados com pleno sucesso e outros três ainda serão realizados nos próximos dias. Esta visita da Comissão de Coordenação ocorre em um momento muito especial: as equipes estão enfrentando vários desafios e aprendendo importantes lições para os Jogos Olímpicos. Este momento também é uma grande oportunidade para o Rio e para o Brasil de mostrar as habilidades e o estágio de evolução das obras que alcançaram um ano antes dos Jogos. Vocês estão no caminho certo”, disse a presidente da Comissão.
Participam das reuniões da Comissão de Coordenação o secretário executivo do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), do Comitê Organizador Rio 2016 e dos governos estadual e municipal.
Nawal acrescentou que as instalações estão sendo entregues no prazo correto para os eventos-teste. Aqueles que foram realizados nos últimos dias – Finais da Liga Mundial de Vôlei (de 15 a 19 de julho), Etapa do Rio do Mundial de Paratrialo (1º de agosto), Aquece Rio Qualificatório de Triatlo (2 de agosto), Mundial Junior de Remo (5 a 8 de agosto) e o Aquece Rio Concurso Completo de Equitação (6 a 9 de agosto) – segundo ela, foram bem recebidos pelos atletas e pelas federações internacionais.
Os próximos eventos-teste marcados para agosto são: Aquece Rio Regata Internacional de Vela (15 a 22 de agosto), Aquece Rio Desafio Internacional de Ciclismo de Estrada (16 de agosto) e Aquece Rio Evento Internacional de Maratona Aquática (22 e 23 de agosto).
Ao final do discurso, a presidente da Comissão de Coordenação exaltou o trabalho que vem sendo realizado, bem como a integração entre os diferentes entes envolvidos. Nawal disse ainda que está confiante de que “o melhor ainda está por vir, mas ainda há muito trabalho a fazer”.
“A gente presta satisfação de como estão os equipamentos olímpicos, como estão as operações, em um grau de detalhamento muito grande. Mais uma vez, as coisas estão caminhando super bem, o clima é de otimismo e de atenção, já que o evento é um enorme desafio. A gente está entrando em uma fase muito mais de operação do que de construção. Os equipamentos olímpicos estão todos no prazo e cada vez mais o desafio é de operação”, disse o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes.
A nona visita da Cocom se encerra na quarta-feira (12.08) com uma coletiva de imprensa.
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br
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Aquece Rio: atletas destacam estrutura de Deodoro após evento-teste de hipismo
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- Publicado em Segunda, 10 Agosto 2015 13:45
O Aquece Rio - Concurso Completo Internacional terminou neste domingo (09.08), no Centro Nacional de Hipismo, em Deodoro, do mesmo jeito que começou: recebendo elogios. Depois de dirigentes e membros de outros países que vieram ao país observar o evento-teste avaliarem positivamente a estrutura que vai receber os Jogos Olímpicos em 2016, os atletas brasileiros que competiram também se mostraram satisfeitos com o que viram ao longo dos três dias de disputas.
O título do evento-teste ficou com Márcio Jorge, medalhista de prata e de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O cavaleiro completou a prova de salto neste domingo sem faltas e confirmou o título com um total de 44.50 pontos de penalização. O segundo lugar ficou com Márcio Appel, com 63.30, e o terceiro foi para Marcelo Tosi, com 67.20.
Além de comemorar o título, Jorge voltou a enfatizar a qualidade do evento em termos de estrutura e organização. “Funcionou super bem, está um espetáculo. Não precisa mudar nada. O cross (country) está muito legal, os cavalos ficaram bem alojados. Agora é só continuar o trabalho duro que estão fazendo até aqui”, comentou o campeão do Aquece Rio.
Para ele, a única coisa que pode melhorar não pode ser controlada. “Se desse para falar com São Pedro para fazer menos calor...”, brincou o cavaleiro, ao ressaltar as altas temperaturas do inverno do Rio de Janeiro.
Segundo colocado na competição, que reuniu provas de adestramento, cross-country e saltos, Márcio Appel seguiu a mesma linha de Jorge em relação ao sucesso do torneio realizado no Centro Nacional de Hipismo.
“Foi maravilhoso. Acho que surpreendeu a todo mundo. Conversei bastante com o pessoal de fora e ficaram todos surpresos. Os comentários foram muito positivos. Tivemos delegações do mundo inteiro aqui e as instalações estão excelentes”, elogiou. “Acabou o medo da doença (mormo) também, viram que estamos totalmente isolados”, acrescentou o atleta, citando o problema que causou polêmica antes da competição.
Outros competidores que também saíram satisfeitos de Deodoro foram Nilson da Silva, quinto colocado no geral, e Serguei Fofanoff, sexto. “Foram três dias de um evento de primeiro mundo. O que a gente tem aqui é o que tem nas melhores pistas da Europa e dos Estados Unidos. Não deixamos a desejar a ninguém. Estamos no caminho certo. Estão todos de parabéns: a Confederação, a organização e o Ministério do Esporte”, destacou Nilson. “Venho aqui desde moleque, conheço o lugar há mais de 30 anos e está muito melhor do que eu esperava. Fora de série”, completou Fofanoff.
Após os Jogos, os atletas esperam que o Centro Nacional de Hipismo e sua nova estrutura sirvam para seguir melhorando o desempenho do Brasil na modalidade. “Não têm obstáculos e pistas melhores do que estas. Vai ser um legado para o nosso esporte. É responsabilidade nossa manter isso aqui, conservar o que deixaram. É uma missão de todos nós”, afirmou Márcio Appel.
Vagner Vargas, do Rio de Janeiro – brasil206.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Brasil bate recordes e conquista mais onze medalhas na natação do Parapan
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- Publicado em Domingo, 09 Agosto 2015 23:55
No segundo dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, o Brasil exibiu mais uma vez a hegemonia que tem na natação. Ao todo, foram 11 medalhas para o país, sendo sete ouros, uma prata e três bronzes. Entre as conquistas no Centro Aquático, os atletas protagonizaram uma dobradinha nos 400m livre S9 e um repeteco do ouro de Guadalajara-2011 no revezamento misto 4x50m livre 20 pontos. Das 15 provas que valiam pódio, o Brasil ganhou medalhas em nove, batendo recordes e se mantendo na liderança dos Jogos.
"A prova foi muito dolorida, mas muito boa. Sem dúvida, dedico este ouro ao meu treinador e a toda a estrutura que temos à disposição. Fiz um treinamento que fez toda a diferença nos resultados. A competição está só começando e vamos para cima de todo mundo”, adiantou Ruiter Silva, campeão nos 400m livre S9, prova que ainda deu a prata a Vanilton Nascimento.
O quarteto formado por Joana Neves, Estefhany Rodrigues, Daniel Dias e Clodoaldo Silva assegurou o ouro ao país no revezamento misto 4x50 livre 20 pontos. “Vamos batalhar para garantir que no Rio tenhamos novamente uma grande conquista. Em 2016 teremos este mesmo revezamento e esta é uma fórmula que tem dado certo. Estamos treinando cada vez mais para garantir medalhas”, contou o multimedalhista Daniel Dias, que hoje chegou ao seu 21º ouro no torneio continental.
Se para ele o topo do pódio já não é uma grande surpresa, Camille Rodrigues comemorou bastante o resultado que conseguiu na piscina, ao melhorar o tempo nos 400m livre S9 em sete segundos, em relação ao que vinha treinando. “Me sinto muito feliz em ser campeã parapan-americana. Eu esperava a prata, mas fui pra cima e fiz exatamente o que tínhamos planejado. Acabei me saindo muito melhor”, festejou.
Os três bronzes do dia foram para Francisco Avelino, nos 100m peito SB4, Cecilia Araújo, nos 50m livre S8, e Estefhany Rodrigues, nos 100m peito SB5.
Dia de recordes
Caio Amorim nadou hoje os 400m livre S8 e faturou o ouro com direito a recorde parapan-americano. "Esta prova, com este tempo, teria dado medalha em Glasgow (mundial da modalidade)”, analisou o nadador, que bateu em 4min25seg10. No sábado (8.08), o atleta tinha sido desclassificado. “Isso ficou na minha cabeça, mas, graças aos meus amigos e à família, consegui descansar e chegar com muita vontade para me redimir. Agora estou na briga por medalhas para 2016”, completou.
O dia em Toronto ainda registrou a quebra dos recordes das Américas com Paloma Sampaio, nos 100m peito SB5 (1min59seg32); Roberto Alcalde, nos 100m peito SB5 (1min35seg47); e Raquel Viel, nos 100m costas S13 (1min16seg33). “Em 2011 eu fiquei muito perto da medalha, mas foi um ano ruim para mim. Esta é a primeira vez que consigo medalha no Parapan e é uma felicidade muito grande. É uma barreira que se quebra”, comentou Roberto Alcalde.
De olho em 2016
O Parapan de Toronto está evidenciando a força do Brasil na natação, já com foco nas Paralimpíadas do Rio 2016. A modalidade terá um papel crucial para que o país cumpra a meta de terminar os Jogos do ano que vem entre os cinco primeiros no quadro geral de medalhas. Assim, o governo federal tem investido fortemente na preparação dos nadadores por meio dos programas Bolsa-Atleta e Bolsa Pódio e de convênios firmados com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
“Sou atleta do Bolsa Pódio e agora vivo, finalmente, do esporte, me dedicando 100% à natação. Com o benefício me sinto muito bem assessorado e tenho que me preocupar somente em nadar”, disse Roberto. Todos os 28 atletas que disputaram medalhas neste domingo são contemplados com algum dos programas. No total, 241 nadadores do Brasil são beneficiados por um investimento que totaliza R$ 5.942.025.
Além dos programas de apoio direto aos atletas, o Ministério do Esporte firmou um convênio com o CPB no valor de R$ 1,8 milhão para a participação do Brasil no Parapan. Outros dois são destinados à preparação para os Jogos Rio 2016 e chegam a R$ 40 milhões. Desde 2010, foram celebrados 16 convênios com o CPB que, somados, chegam a R$ 62,8 milhões.
“A Bolsa-Atleta ajuda bastante. A gente usa o dinheiro para investir no esporte e em treinamentos. Qualquer valor financeiro faz a diferença. Ser atleta não é fácil, pois temos muitos gastos e o ministério dá essa ajuda necessária”, afirmou Camille Rodrigues, que se diz confiante para as Paralimpíadas. “Com o ouro de hoje e o tempo que fiz, vejo mais o Rio 2016 do que via anteriormente”, concluiu.
Leonardo Dalla, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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Intercâmbio com o vôlei olímpico faz modalidade crescer na versão sentada
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- Publicado em Domingo, 09 Agosto 2015 23:40
Modalidade estreante em Parapan-Americanos, o vôlei sentado feminino busca se popularizar no continente. No Brasil, atletas e técnicos da versão olímpica ajudam na profissionalização da modalidade. Das 12 jogadoras que representam a seleção em Toronto, metade jogou da forma convencional.
O próprio presidente da Confederação Brasileira de Vôlei para Deficientes (CBDV), Amauri Ribeiro, ex-jogador da seleção olímpica, convidou o atual treinador da equipe feminina do Rio-Sul, que disputa a Superliga, para ser assistente técnico da equipe paralímpica. Spencer Lee topou.
“O vôlei é um esporte brasileiro e elas jogam muito bem. O que precisa para o Brasil alcançar um momento melhor para brigar por medalhas em paralimpíadas e mundiais é um pouco do pensamento do alto rendimento, com profissionalização da estrutura”, analisa Lee, que já vê um crescimento da seleção após o sexto lugar no Mundial de 2014, na Polônia, melhor resultado da história. Ele espera que a troca de experiências possa desenvolver ainda mais o vôlei sentado feminino.
“A expectativa é de que essa mistura possa dar uma condição melhor nas Paralimpíadas do ano que vem e que a gente consiga brigar por medalha. Será um legado se a gente conseguir que o vôlei paralímpico brasileiro seja uma escola, uma referência, como é no olímpico. As conquistas darão essa credibilidade”, projeta o assistente técnico, que coloca Estados Unidos e China como as atuais potências na modalidade.
Espelho
Para o técnico da seleção masculina, Fernando Guimarães, irmão do treinador José Roberto, o intercâmbio entre os vôleis têm ajudado em diversos aspectos. “Hoje os meninos estão mais focados, com consciência da importância dos cuidados da parte física, psicológica, estão tendo uma leitura melhor do jogo, da parte tática. O Anderson, o Fred e o Levi são exemplos. Ouvi uma ou outra pessoa falar que eles iriam tirar espaço dos deficientes, mas não vão. Os deficientes gostam de ver os caras jogarem. É importante este espelho de jogadores que foram profissionais, que sabem o que é ser atleta de alto rendimento”.
O treinador levou a experiência das equipes que passou e tentou adaptar a estratégia para o vôlei sentado. “Eu não inventei nada, a parte tática não muda, o que fiz foi trazer modelos dos times e da seleção feminina que deram certo e a gente tentou adaptar. Temos algumas coisas diferentes, o jogo é mais dinâmico porque é no chão e a bola vai e volta mais rápido. O deslocamento é mais fácil para trás do que para frente, diferentemente de quando se está de pé. Foi um aprendizado que a gente não tinha”.
Primeiro contato
A capitã da seleção feminina, Suellen Lima, nasceu com má formação na mão esquerda, o que não a impediu de disputar jogos regionais de vôlei convencional. Foi durante um desses torneios, em 2006, que ela foi convidada a fazer testes na seleção paralímpica. Para ela, falta ampliar o número de praticantes.
“É uma modalidade em que ainda faltam atletas, principalmente no feminino. Poderia ter um universo maior. A gente sabe que há pessoas com deficiência, mas é difícil encontrar quem queira sentar para jogar. No feminino a gente tem no cenário nacional poucas equipes, poucas meninas”, disse a atacante, que trabalha também como professora de educação física.
A maneira como a atacante Jani Batista começou a praticar a modalidade exemplifica as diferentes formas e as dificuldades de captação de atletas. Em 2007, ela morava em Alvorada do Norte (GO), quando sofreu um acidente de moto que levou os médicos a amputarem sua perna esquerda. Ela foi para Goiânia buscar uma prótese, quando o dono da loja, também amputado, falou sobre o vôlei paralímpico. “Ele me falou que tinha o vôlei sentado. Eu pensei: Como assim? Até então não conhecia. Mas, depois que comecei me apaixonei”.
Captação de talentos
Atleta pioneiro no vôlei sentado brasileiro, Renato Leite sempre praticou esportes. Com mais de 400 jogos pela seleção desde 2002, ele chega ao quarto Parapan e conta que visitava associações médicas e hospitais para deficientes para captar talentos para o vôlei sentado.
“Hoje não consigo mais dar palestras motivacionais, mas minha ideia é levar o movimento paralímpico para escolas públicas. Ainda tem muita gente em casa que não conhece a modalidade. Fiz muito isso até 2011, mas trabalho numa instituição financeira nove horas e depois treino, não tenho mais esse contato”.
Para ele, o vôlei tem uma dificuldade a mais por causa da técnica exigida na modalidade. “O gesto técnico do vôlei não se aprende na infância. São movimentos específicos. Você aprende a correr, saltar desde pequeno. No vôlei não. Quem tem uma base leva vantagem”.
Ele vê uma nova tendência surgindo. “Hoje nosso esporte consegue alcançar várias pessoas, com a divulgação do movimento paralímpico. E atletas do vôlei em pé, com alguma lesão, às vezes praticam o vôlei sentado. Ele passa por uma junta médica que o classifica com deficiência mínima e cada time pode ter dois jogadores dessa classe”.
É o caso de Anderson Ribas, que já ganhou duas Superligas, mas devido a desgastes no joelho começou a jogar o vôlei sentado e é classificado na classe mínima de forma permanente. Com 2,12m, ele explica que demorou a se adaptar ao esporte.
“Eu aprendi a jogar com a perna esquerda na frente, que é a pior, e a direita trabalhando. Ela faz um gancho que permite girar. Meu movimento é do vôlei em pé, meu movimento de braço termina em baixo e tenho que parar em cima. Aqui você bate na bola para cima, ou reto, não para baixo”. Ele conta que o tamanho também dificulta para puxar a perna nos deslocamentos, mas a posição em quadra é pré-estabelecido para ter espaço para todos.
Segundo o assistente técnico Spencer Lee, o Centro de Treinamento Paralímpico que está sendo construído em São Paulo será um marco para as seleções. Hoje a equipe nacional feminina treina em parceria com uma universidade de Guarulhos (SP) e a masculina com uma instituição em São Bernardo (SP), durante alguns dias por mês. “Acredito que quando estiver pronto, daremos um largo passo para essa logística, essa estrutura, que vai facilitar a compreensão sobre a importância do profissionalismo”.
Ao todo, dos 24 atletas das duas equipes que representam o país no Parapan, 21 recebem Bolsa Atleta. No Brasil, são 79 beneficiados no vôlei sentado, o que dá um investimento de R$ 1,4 milhão do Ministério do Esporte.
Gabriel Fialho, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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