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Judocas encerram as lutas no Parapan com sete medalhas para o Brasil

Alana Martins (de branco) luta contra a venezuelana Naomi Suazo: prata para a brasileira. (Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB)Alana Martins (de branco) luta contra a venezuelana Naomi Suazo: prata para a brasileira. (Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB)

Finalizadas as disputas no tatame de Toronto, que renderam um total de sete medalhas ao Brasil, os “durões” do judô puderam se despir dessa impressão de força absoluta e mostrar um lado mais sensível. A venezuelana Naomi Suazo, que perdeu um confronto para a brasileira Alana Martins (-70kg) e outro para a mexicana Lenia Ruvalcaba, não parecia tão decepcionada com as derrotas, mas se emocionou ao falar sobre sua trajetória no esporte e, em especial, sobre o sonho de estar nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

“Espero ir e conseguir o melhor para o meu país”, disse, com a voz embargada. Em Pequim-2008, aos 19 anos, a atleta se tornou a primeira mulher campeã paralímpica da Venezuela, quando ainda competia na categoria -63kg. Depois da edição de Londres, no entanto, ela decidiu se afastar da modalidade. “Foi basicamente por lesões e também por problemas muito pessoais, mas o destino me deu a oportunidade de continuar. Decidi me reinventar, agora em outra categoria”, conta a judoca, que subiu para a -70kg e terminou a disputa dos Jogos Parapan-Americanos com um bronze.

O que causou a maior emoção em Naomi, no entanto, foi falar sobre o duplo papel exercido por Humberto Suazo, seu pai e técnico.“Treinar com ele é um privilégio. Eu o respeito, o admiro muito como pessoa, é o meu modelo a seguir”, elogiou, tentando segurar as lágrimas. “Espero um dia corresponder como filha e atleta. Agradeço a Deus por ele ser meu treinador tanto na vida quanto no tatame”, completou.

A jovem, hoje com 24 anos, tem baixa visão devido a uma retinose pigmentar. Humberto criou, então, um centro com o nome dela e passou a treinar também outros atletas com deficiência visual.“É uma relação muito bonita entre pai e filha e entre técnico e atleta. Sou agradecido a Deus por me brindar com essa oportunidade, de sermos uma família no tatame e em casa, e ser um núcleo de vida. Quem dera todos os pais pudessem compartilhar com seus filhos esses momentos”, disse ele.

Quem também não escondeu a emoção foi o medalhista de prata Wilians Silva (+100kg). Em Londres-2012, o brasileiro sofreu uma lesão na clavícula e terminou apenas com a quinta colocação. Ao voltar para casa, pensou em abrir mão do esporte. “Conversei com meu irmão quando pensei em desistir, e ele me falou: ‘Você é o meu herói’. Talvez ele nem se lembre disso, mas era tudo que eu queria ouvir. Foi o que me estimulou a continuar treinando e a trazer todos esses resultados”, recordou, chorando muito.

Wilians ficou cego aos 10 anos de idade, quando passou um ano morando na Paraíba. “Meu pai tinha uma espingarda de chumbinhos, para matar passarinhos, e eu, curioso, mexi nela. A arma disparou e pegou no meu rosto”, conta. Foram realizadas três cirurgias para tentar salvar ao menos o olho direito, mas sem sucesso. Forte desde tão novo, Wilians não se deixou abalar. “Eu fiquei triste, mas decidi não chorar pelo que eu perdi e ser feliz pelo que sobrou, que é todo o resto”, acrescenta.

O jovem cresceu na favela do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e só com o judô conseguiu ter melhores condições. “O esporte mudou a minha vida. Hoje consigo ajudar minha família, meus pais e irmãos, e ter uma melhor estrutura de treinamento por meio da Bolsa Pódio e do Time Rio. Consegui sair da favela e morar em um lugar melhor”, comemora o judoca, que também foi medalhista de prata em Guadalajara e já sonha com o pódio em 2016. Em Toronto, o brasileiro derrotou o venezuelano William Montero e os norte-americanos Robert Anderson e Steven Mulhern, caindo apenas diante do cubano Yangaliny Jimenez.

Vitórias aceleradas
A despeito da visão comprometida, os judocas aplicam golpes certeiros e com uma velocidade que impressiona. Nesta sexta-feira (14.08), no Abilities Centre, algumas lutas foram encerradas em pouquíssimos segundos.Foi assim, por exemplo, no confronto entre Alana Martins e a norte-americana Christella Garcia, com vitória para a paulista em apenas oito segundos. “Entrei com muita raiva, queria ganhar e terminar logo”, comentou a brasileira, que havia perdido anteriormente para a mexicana Lenia Ruvalcaba.

Para ficar com a prata da categoria, Alana ainda teve que vencer um duro confronto com Naomi Suazo antes de bater Christella.“É um campeonato de alto nível e ser medalhista tem o seu valor, mas não estou feliz. Perdi por erro meu e, no judô, um erro é fatal”, lamentou a atleta.

Deanne Almeida (+70kg) foi ainda mais rápidano confronto contra a norte-americana Sarah Chung: sete segundos para o ippon. A brasileira já havia derrotado Sara Luna, também dos Estados Unidos, mas a categoria não foi premiada por não ter fechado o número mínimo de inscritas.“Em 2007 e 2011 também eram só três atletas. O que eu não esperava agora era não receber medalha, afinal ela é a recompensa pela competição”, reclamou Deanne.

O Brasil ainda conquistou nesta sexta duas medalhas de bronze, com o tetracampeão paralímpico Antônio Tenório (-90kg) e com Arthur Cavalcante (-100kg). Em nova categoria, Tenório encontrou forte resistência logo na primeira luta, contra o canadense Tony Walby, de quem venceu no critério de desempate por um shido (punição). Já na semifinal, o brasileiro levou dois wazaris do argentino Jorge Lencina e acabou de fora da decisão. O bronze veio após a vitória em cima do venezuelano Hector Espinoza por ippon. “A medalha significa que ainda estou em atividade e posso sonhar com um pódio em 2016”, avaliou Tenório.

Já Arthur Cavalcante foi derrotado logo na estreia, contra o cubano Yordani Fernandez. Em seguida, venceu o norte-americano Benjamin Goodrich, de quem começou perdendo por dois yukos. O brasileiro reverteu a situação a seu favor com um wazari seguido por imobilização. Em seu último combate, Cavalcante foi derrotado pelo norte-americano Myles Porter por ippon.

Willians Silva com a prata. O atleta ficou cego quando tinha 10 anos e teve a vida mudada pelo esporte. (Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB)Willians Silva com a prata. O atleta ficou cego quando tinha 10 anos e teve a vida mudada pelo esporte. (Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB)

Preparação para o Rio
Os Jogos Parapan-Americanos de Toronto contaram pontos para os judocas no ranking mundial, que classifica os países para os Jogos Paralímpicos. O Brasil já tem vagas garantidas por ser país-sede, mas aproveitou a oportunidade no Canadá. “Aqui é um aquecimento para o Rio 2016. Os atletas têm a oportunidade de sentir na pele o que vão viver no ano que vem”, avalia o técnico Jaime Bragança.

A seleção brasileira encerrou sua participação no judô com sete medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e três de bronze. Cuba e México também conquistaram dois ouros, mas tiveram menos pódios no total: cinco e dois, respectivamente. Entre os 15 brasileiros convocados para o torneio continental, 13 recebem benefícios do Ministério do Esporte, sendo seis pela Bolsa-Atleta e sete pela Bolsa Pódio.

Confira os vídeos do Parapan 2015



Ana Cláudia Felizola, de Toronto – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Natália Mayara leva ouro no tênis e recebe convite para porta-bandeira no encerramento do Parapan

Ela entrou para as disputas do tênis em cadeira de rodas nos Jogos Parapan-Americanos como a quarta favorita, mas vai voltar de Toronto para Brasília com duas medalhas de ouro na bagagem. Emoção comparável somente a de ser anunciada como porta-bandeira da delegação nacional na cerimônia de encerramento deste sábado (15.08). Natália Mayara teve dois dias intensos, cansativos, mas recompensadores.

Ontem venceu a final de duplas ao lado de Rejane Silva, por 2 a 1, sobre as colombianas Johana Martinez e Angelica Bernal. Nesta sexta-feira (14.08), ganhou a final individual da norte-americana Kaitlyn Verfuerth, cabeça de chave número um do torneio, por 2 a 0, com parciais de 7/6 e 6/2. E enquanto comemorava, recebeu a notícia: “A gente queria aproveitar para dizer que você é a nossa porta-bandeira na cerimônia de encerramento”, comunicou Edilson Alves, chefe de missão do Brasil e coordenador técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).  

Motivo para Natália se emocionar novamente. “Nunca imaginei. Juro que pensei no começo, quando a Terezinha Guilhermina (corredora) tinha sido escolhida para ser a porta-bandeira da abertura: ‘Poxa, um dia eu vou conseguir, vou ser importante para isso’. E eu consegui”. Recompensa pelo esforço feito entre a última edição do Parapan, em Guadalajara, até a decisão no Canadá: “Há quatro anos sai chorando de tristeza, porque perdi para a norte-americana nas quartas de final. Trabalhei duro e hoje volto com dois ouros”, disse.

Foto: Divulgação CPBFoto: Divulgação CPB

Por causa da chuva, a partida teve início com duas horas de atraso. Parecia que a espera tinha sido em vão para a torcida brasileira. Mais forte fisicamente e experiente, a norte-americana Kaitlyn Verfuerth, 30 anos, começou arrasadora e abriu 4 a 0 no primeiro set. Aos poucos, Natália foi estudando o jogo da adversária, com quem nunca havia duelado, e começou a equilibrar as ações.

“Aprendi mais sobre o jogo dela. Comecei a virar as bolas, empatou em cinco a cinco, depois em seis a seis. Então pensei: ‘Dá para ir, dá para ganhar’. Estava muito cansada, com muita dor no corpo, pelo jogo de ontem. Hoje minha mão abriu, mas tentei só pensar no jogo”, descreve a tenista.

A norte-americana sentiu a derrota parcial e Natália abriu 5 a 0 no segundo set. “Ganhar o primeiro foi o ponto chave para virar o jogo para mim”, resume a brasileira. No entanto, a proximidade do resultado inédito gerou ansiedade na tenista, que perdeu os dois games seguintes. “Eu consegui me concentrar mais, entendi o que deveria fazer, errei menos, consegui ficar mais consistente e focada o tempo inteiro. Ali no final que foi mais complicado, fiquei muito nervosa, na hora de sacar eu tremia. Por isso, ficava naquele vai não vai, errei umas bolas importantes, mas o fundamental foi conseguir esse ouro”, afirmou Natália, que teve sete match points a seu favor.

Para se concentrar e fechar de vez o segundo set por 6 a 2, ela esperou pelo erro da adversária. “Eu nem conseguia pensar em nada, olhava para o pessoal aqui fora, para meu técnico, as pessoas que estavam torcendo por mim e tentava ficar mais calma. Pensei: ‘Tenho uma boa vantagem, é só manter a bola dentro de quadra e deixar ela errar”. Agora, Natália vai comemorar e voltar a pensar na preparação para as Paralimpíadas Rio 2016.

Para chegar à decisão, a brasileira venceu nas quartas de final a mexicana Claudia Taboada por 2 a 0 e, na semifinal, a norte-americana Emmy Kaiser, por 2 a 1.

Bronze
Enquanto Natália travava a batalha pelo ouro, o brasileiro Daniel Rodrigues buscava o bronze na quadra ao lado. Com mais facilidade, ele venceu o colombiano Eliecer Oquendo por 2 a 0, com parciais de 6/0 e 6/1, enquanto a compatriota ainda estava fechando o primeiro set. O tenista havia conquistado, no dia anterior, a prata nas duplas no masculino ao lado de Carlos Alberto Chaves.

“Eu estava focado nisso, dormi pensando nessa medalha. Não podia deixar escapar de jeito nenhum. É muito importante voltar com duas medalhas. É meu segundo Parapan. Na edição passada só pude disputar no individual e não passei da primeira rodada”, conta o tenista, que mudou o panorama da carreira de Guadalajara para Toronto, a exemplo de Natália.

Investimento
Os quatro tenistas que representaram o Brasil no Parapan-Americano de Toronto recebem a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. Para Natália, uma importante ajuda para se dedicar exclusivamente à modalidade. “Para chegar nesse nível, eu abri mão de tudo, tranquei a faculdade... A bolsa tem essa função, além de nos possibilitar a compra de material e equipamentos”. Ao todo, são 15 atletas do tênis em cadeira de rodas que recebem o benefício, o que representa um investimento de R$ 297 mil por ano do governo federal.

A modalidade
O tênis em cadeira de rodas tem praticamente as mesmas regras do tênis convencional, com exceção da possibilidade de a bola quicar até duas vezes na quadra antes da rebatida. Não há diferença em relação às raquetes e às bolas. As cadeiras utilizadas são esportivas, com rodas adaptadas para melhor equilíbrio e mobilidade. Para disputar a modalidade, o único requisito é que o atleta tenha sido medicamente diagnosticado com deficiência relacionada à locomoção. Para isso, é necessário ter total ou substancial perda funcional de pelo menos uma das duas pernas.

Confira os vídeos do Parapan 2015

 
Gabriel Fialho, de Toronto, Canadá
Ascom - Ministério do Esporte
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Natação alcança 88 medalhas e supera campanha da última edição do Parapan

(Jonne Roriz/MPIX/CPB)(Jonne Roriz/MPIX/CPB)
 
 
A natação brasileira teve um dia especial nesta quinta-feira (13.08) no Parapan-Americanos de Toronto. A equipe somou mais 20 medalhas e chegou a 88 pódios, superando a campanha da edição anterior dos Jogos, em Guadalajara, no México. No total são 30 ouros, 24 pratas e 34 bronzes, contra 85 conquistas em 2011 (33 ouros, 23 pratas e 29 bronzes).
 
No penúltimo dia de disputas nas piscinas, o Brasil esteve em 17 finais, faturando seis ouros, quatro pratas e dez bronzes. Os nadadores brasileiros ainda quebraram três recordes da competição, com Andre Brasil, Maria Dayanne e Matheus Rheine. “O objetivo é, em todas as provas, independente da competição, melhorar muito o tempo. Eu vim pra cá com a ideia de baixar a marca que fiz no Mundial. Foi meu segundo melhor tempo na vida. A gente tem que analisar para ver como melhorar ainda mais, mas o ouro foi ótimo”, explicou Matheus.
 
(Jonne Roriz/MPIX/CPB)(Jonne Roriz/MPIX/CPB)
 
Para completar, Carlos Farrenberg conquistou a medalha de número 200 do Brasil nos Jogos de Toronto ao vencer os 100m livre S13. O nadador, que teve uma intoxicação alimentar que o deixou de fora da final de ontem, comemorou bastante a conquista. “Não estou 100% ainda, mas valeu o esforço. Foi mais sofrido do que deveria”, disse o nadador, que espera estar recuperado para buscar mais uma medalha nesta sexta-feira (14.08) nos 100m borboleta S13.
 
Andre Brasil, que já havia conquistado dois ouros e uma prata antes das duas medalhas douradas de hoje, confessou que começou a sentir o cansaço da competição, mas nada que o impedisse a chegar em primeiro nos 100m costas S10 e baixar o recorde Parapan-Americano.
 
“Queria ter nadado um pouco melhor a prova, mas com esse tempo eu também teria sido campeão mundial. Não é minha melhor marca, mas aqui estão sendo muito mais provas. Estou cansado, feliz, contente. Falta mais um dia ainda”, disse o atleta que volta à piscina do Parapan Am Aquatics Centre para os 100m livre S10 e para o revezamento 4x100m medley 34 pontos.
 
(Jonne Roriz/MPIX/CPB)(Jonne Roriz/MPIX/CPB)
 
Daniel Dias também somou dois ouros à sua coleção (que já contava quatro medalhas douradas) com as vitórias no 50m costa S5 e do revezamento 4x100m livre 34 pontos. “A estratégia aqui é de nadar bem as provas e estou conseguindo fazer e sair daqui com as conquistas”, explicou. Ele ainda disputará duas provas, os 200m medley S5 e o revezamento 4x100m medley 34 pontos.
 
(Jonne Roriz/MPIX/CPB)(Jonne Roriz/MPIX/CPB)Confira as conquistas da equipe brasileira do dia:
 
Ouro
Camille Rodrigues – 100 costas S9 – 1min16s15
Andre Brasil – 100m costas S10 – 1min00s56 (recorde Parapan-americano)
Daniel Dias – 50m costas S5 – 35s97
Carlos Farrenberg – 100m livre S13 – 55s00
Matheus Rheine – 100m livre S11 – 59s85 (recorde Parapan-americano)
Andre Brasil, Daniel Dias, Phelipe Andrews e Ruiter Silva – Revezamento 4x100m livre masculinho 34 pontos – 3min58s53
 
Prata
Mariana Gesteira – 100m costas S10 – 1min14s24
Talisson Glock – 50m borboleta S6 – 33s10
Esthefany Rodrigues – 50m costas S5 – 1min00s58
Filipe de Abreu – 100m livre S12 – 59s91
 
Bronze
Rildene Firmino – 150m medley – 3min44s71
Caio Amorim – 100m livre S8 – 1min02s32
Cecília Araújo – 100m livre S8 – 1min11s80
Verônica Almeida – 50m borboleta S7 – 38s74
Letícia Ferreira – 50m costas S5 – 1min01s03
Ronystony Cordeiro – 150m medley SM4 – 3min03s63
Guilherme Batista – 100m livre S13 – 58s26
Alex Viana – 100m livre S11
Renato Nunes – 100m livre S12 – 1min03s13
Raquel Viel – 100m livre S12 – 1min09s28
 

Confira os vídeos do Parapan 2015

 
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro
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Uma difícil decisão de Daniel Rodrigues o levou ao pódio no tênis em cadeira de rodas

 
 
A medalha de prata conquistada por Daniel Rodrigues ao lado de Carlos Jordan no Parapan de Toronto simbolizou a confirmação do acerto de uma difícil decisão tomada pelo atleta em setembro de 2013, numa cirurgia para amputação da perna direita. Na disputa contra a Argentina na final de duplas, o Brasil ficou com a prata. Foram dois sets a zero, parciais de 6/2 e 6/2, ao lado do experiente Carlos “Jordan”. Na dupla feminina, Natália Mayara e Rejane Cândida venceram a Colômbia por 2 sets a 1 (6/2, 2/6 e 10/8) e levaram o ouro.
 
“O resultado está aí. Dois anos depois ganho a minha primeira medalha em Jogos Parapan-americanos. Tenho nove anos de tênis, joguei em Guadalajara e perdi na primeira rodada. Hoje, para mim, essa prata tem gosto especial”, afirma Rodrigues, eleito o melhor do ano no Prêmio Brasil Paralímpico em 2014.
 
Daniel nasceu com má formação na perna direita – 20cm menor que a esquerda, e decidiu amputá-la em 2013 em função de problemas decorrentes de uma das diversas cirurgias que fez para tentar reverter a o quadro. “Fiz várias operações tentando alongar a perna, mas não tive sucesso. Inclusive deu um erro médico em uma delas e perdi a movimentação do joelho. Fiquei com a perna dura”, conta. Com isso, o atleta, que já usava muletas, passou a ter ainda mais dificuldades para caminhar.
 
(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
 
“Eu já estava no tênis em cadeira de rodas. Deixava as muletas e ia para a quadra com a perna esticada. Quando comecei a viajar para fora do país para competir, comecei a ver pessoas andando com próteses e elas me incentivavam a amputar para ser mais independente”, relata o tenista. “Deixei os anos passarem até conseguir uma vaga no Hospital Sarah, em Brasília. Na época, tentaram uma órtese para que eu andasse com uma muleta só e tivesse um braço independente. Não funcionou”, conta Daniel, convencido pelo médico do hospital a colocar o nome na lista de espera para a cirurgia.
 
Em setembro de 2013, o atleta viajou aos Estados Unidos para um torneio. Na volta, descobriu em uma consulta de rotina que a cirurgia seria três dias depois. “Eu falei: ‘O quê? Como assim? Mas vamos lá. Estou pronto. Estou preparado’”, relata. 
 
Hoje, não tem dúvidas sobre o acerto. "Se pudesse teria tomado a decisão quando era criança e teria evitado todas as dores do caminho. Em 19 de setembro fiz a cirurgia. Em novembro comecei a andar com a prótese”. Em seguida, veio a readaptação às quadras. “Foi estranho porque a cadeira era adaptada, feita sob medida para a minha perna. Com a nova, tive de me readaptar”, explica. 
 
(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)Da peteca ao pódio
Daniel sempre se dedicou aos esportes. Ainda pequeno jogou futebol, futsal, handebol e peteca com os amigos em Belo Horizonte. “Comecei jogando com pessoas sem deficiência e nunca me trataram diferente. Eu era ligeiro. Perto de casa jogava muito com os amigos. Aí entrei num torneio no colégio aos 19 anos. Dominei na peteca. Aí meu professor na época chamou todo mundo pra ver eu jogando pois ele ficou surpreso e perguntava: ‘como alguém joga peteca com uma muleta?’”, conta Rodrigues, que foi ajudado pelo professor, que o indicou à ONG Tênis Para Todos, onde deu inicio à carreira.
 
“Pensei que era algo de gente rica e que não ia conseguir. É um esporte caro. A raquete, o material, a cadeira. Até hoje não consigo bancar tudo o que gasto e preciso de apoio, como a Bolsa-Atleta, que é um ganho extra. É importante porque dedico minha vida ao tênis”, conta o atleta, que no início teve de se ajustar à cadeira de rodas.
 
"Tocar a cadeira, acertar a bola e girar ao mesmo tempo era complicado”, lembra Daniel, que pegava três ônibus para treinar uma vez por semana. “Quando joguei o primeiro torneio, tomei gosto e comecei a treinar duas vezes”, afirma o atleta, que hoje não precisa mais se desdobrar em tantas conduções e pratica todos os dias, em dois turnos . 
 
A modalidade
O tênis em cadeira de rodas tem praticamente as mesmas regras do tênis convencional, com exceção da possibilidade de a bola quicar até duas vezes na quadra antes da rebatida. As cadeiras utilizadas são esportivas, com rodas adaptadas para melhor equilíbrio e mobilidade. Não há diferença em relação às raquetes e às bolas. Para disputar, o único requisito é que o atleta tenha sido medicamente diagnosticado com deficiência relacionada à locomoção. Para isso, é necessário ter total ou substancial perda funcional de pelo menos uma das duas pernas. 
 

Confira os vídeos do Parapan 2015

 
Leonardo Dalla, de Toronto (Canadá)
Ascom - Ministério do Esporte
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Provas de campo são destaque no penúltimo dia do atletismo em Toronto

A equipe brasileira de atletismo faturou 14 medalhas (quatro de ouro, seis de prata e quatro de bronze) no sexto dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto. A equipe nacional brilhou sobretudo nas provas de campo nesta quinta-feira (13.08). Seis das 14 medalhas vieram em disputas fora das pistas de York.
 
Três dos quatro ouros vieram nas provas de campo: João Vitor Teixeira, da classe F37, venceu o arremesso de peso. Mesmo caso de Thiago Paulino, que conquistou a prova na classe F57. Por fim, Claudiney Batista venceu no lançamento de dardo da classe F34/57.
 
(Washington Alves/MPIX/CPB)(Washington Alves/MPIX/CPB)
 
O outro ouro veio de Verônica Hipólito. A velocista, que já havia levado os 100m da classe T38, faturou também os 200m. Ela soma agora três medalhas, depois também do vice-campeonato no salto em distância, e comemorou a dobradinha com Jenifer Santos.
 
"Mais uma das muitas dobradinhas que ainda vão ter. Eu e a Jenifer estamos nos esforçando muito e estamos mostrando só um pouquinho do Brasil aqui!", disse Verônica, de apenas 19 anos, e que ainda competirá nos 400m nesta sexta-feira (14).
 
Medalhas do dia:
Ouro
João Vitor Teixeira – arremesso de peso – F37
Thiago Paulino – arremesso de peso – F57
Verônica Hipólito – 200m – T38
Claudiney Batista – lançamento de dardo – F34/57
 
Prata 
Felipe Gomes – 200m – T11
Flavio Reitz – Salto em altura – T42/44/47
Renata Teixeira – 1.500m – T11
Jenifer Santos – 200m – T38
Teresinha de Jesus – 200m – T47
Izabela Campos – arremesso de peso – F11/12
 
Bronze
Daniel Mendes – 200m – T11
Edson Pinheiro – 200m – T38
Claudiney Batista – arremesso de peso – F57
Sheila Finder – 200m – T47
 

Confira os vídeos do Parapan 2015

 
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro
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Tênis de mesa encerra participação no Parapan com melhor campanha da história

(Leandra Benjamim/MPIX/CPB)(Leandra Benjamim/MPIX/CPB)
 
Em uma campanha histórica, a melhor já alcançada por um país em edições dos Jogos Parapan-Americanos, o Brasil faturou 31 medalhas no tênis de mesa em Toronto. Foram 15 ouros, 10 pratas e seis bronzes para colocar a delegação na liderança do quadro da modalidade. A bandeira verde e amarela e o Hino Nacional foram presença garantida até o último dia das disputas no Centro Markham. Nesta quinta-feira (13.08), os mesatenistas brasileiros levaram três ouros e uma prata.
 
(Leandra Benjamim/MPix/CPB)(Leandra Benjamim/MPix/CPB)
 
Foi por pouco que Maria Luiza Passos, de 64 anos, não realizou o grande sonho. A prata, conquistada ao lado de Joyce Oliveira na disputa por equipes da classe 4/5, foi o sétimo pódio da mesatenista em edições do Parapan: três pratas e três bronzes somando as participações em Santo Domingo-2003, Rio-2007 e Guadalajara-2011. Na final desta quinta, contra as mexicanas Maria Paredes e Martha Verdin, as brasileiras foram derrotadas por 2 x 1. “A Joyce mora em Brasília e eu, em Curitiba. Então cada uma treinou na sua cidade. Só nós encontramos e treinamos aqui”, afirma Maria Luiza.
 
Sem se preocupar com a idade, ela avisa: não pretende parar tão cedo. “Vou continuar treinando e viajando. Não vou parar, até porque tenho uma neta de 14 anos que é classe 10, porque nasceu com má formação no braço, e ela já está jogando. Quero dar esse apoio para ela”, conta a avó mesatenista.
 
Parceira de Maria Luiza, Joyce teve um grande obstáculo no Parapan. “Eu tenho uma haste na coluna, e um parafuso está fora do lugar. Tenho que fazer uma cirurgia, estou sentindo essa dor há quatro meses. Nos Abertos da Eslovênia e da Eslováquia (em maio), nem consegui jogar de dor. Fiquei dois meses parada e treinei só um mês para estar aqui”, diz a jovem de 25 anos, que chegou a adiar o procedimento para competir no Canadá e carimbar a vaga para os Jogos de 2016. “A gente queria o ouro (na equipe), mas eu nem esperava chegar à final porque estou com muita dor”, admite. 
 
O esforço foi recompensado com o ouro no individual na última segunda-feira (10) e a garantia de estar no Rio de Janeiro no ano que vem. “Na minha classe vão 12 atletas, e estou em nono no ranking mundial. Estava ‘na trave’ e poderia ser passada por qualquer bobeira. Então o objetivo era ganhar aqui para fazer a cirurgia e voltar em janeiro com tudo perfeito e treinando firme”, adianta a atleta, que tem uma das histórias mais impressionantes da delegação brasileira.
 
Em 2002, Joyce estava em um ponto de ônibus quando a estrutura desabou sobre ela, deixando a jovem paraplégica. “Pensei em desistir de tudo, tinha vergonha de sair de casa. Quando conheci o esporte, em 2005, vi que não era a única deficiente”, recorda a paulista, que entrou no tênis de mesa depois de usar o esporte como reabilitação durante o tratamento em Brasília. A jogadora deixa as mesas de Toronto sem ser perder sequer um set nas partidas individuais.
 
(Leandra Benjamim/MPix/CPB)(Leandra Benjamim/MPix/CPB)
 
Festa em família
Luiz Filipe Manara e Paulo Salmin também garantiram a participação nos Jogos Paralímpicos de 2016. Na final por equipes da classe 6/8, os brasileiros venceram os canadenses Ian Kent e Masoud Mojtahed por 2 x 0 após uma disputa eletrizante. “Foi muito emocionante. A gente sabia que enfrentar o Canadá seria nosso principal desafio, mas a gente queria ter essa emoção do jogo disputado e com torcida. Isso valorizou o espetáculo e a nossa medalha de ouro”, avalia Manara, que contou com apoio especial nas arquibancadas.
 
A mãe, Eliana, o pai, Luiz Carlos, e o irmão, Luiz Carlos Júnior, viajaram pela primeira vez ao exterior para acompanhar uma competição de Luiz Filipe. “Meu pai tem um jeito peculiar de torcer porque sempre grita muito. A família dá uma força diferente, ajudou bastante”, diverte-se o jogador. “Passamos por muitas dificuldades por causa da deficiência, então as duas medalhas de ouro são para eles”, acrescenta o jovem de 23 anos, que também foi campeão individual.
 
Emocionado, o pai Luiz Carlos já estava praticamente sem voz ao fim da manhã. “Eu acompanho desde o começo e incentivei bastante para chegar até aqui. Com um puxando e outro colaborando na mesa, a gente faz uma torcida bem maior”, comenta. “Onde vamos, deixamos a nossa marca e, graças a Deus, ele deixa a dele, sempre com a medalha de ouro no peito”, elogia. Abraçada ao filho, Eliana ainda respirava com certo alívio. “Eu só não infartei porque não tenho problema de coração”, brincou.
 
(Leandra Benjamim/MPix/CPB)(Leandra Benjamim/MPix/CPB)
 
Próximas metas
Também com dois ouros e a vaga paralímpica, Paulo Salmin acredita que a seleção brasileira chegará ainda mais forte aos Jogos do Rio. “A gente vem em uma evolução mês após mês e, chegando em casa, já vamos traçar metas para o melhor chaveamento em 2016”, explica.
 
As outras medalhas de ouro desta quinta foram conquistadas por Claudio Massad e Carlos Carbinatti, que derrotaram os norte-americanos Lim Ming Chui e Tahl Leibovitz por 2 x 0 na final da classe 9/10, e por David Andrade e Welder Knaf, que venceram os mexicanos Jesus Sanchez e Jesus Salgueiro, também por 2 x 0. “O sentimento é de missão cumprida. Trabalhamos duro para isso, então merecemos viver esse momento”, resume Massad. “Quando tem investimento nas modalidades e um trabalho bem feito, o resultado é esse”, aponta o atleta.
 
Em 2013, um convênio firmado entre a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) e o Ministério do Esporte, no valor de R$ 2,3 milhões, permitiu a estruturação de dois centros de treinamento paralímpicos para a modalidade. O local destinado a atletas cadeirantes fica em Brasília (DF), enquanto o de andantes é em Piracicaba (SP). Além disso, os recursos permitiram a aquisição de equipamentos de ponta e a formação de uma equipe multidisciplinar.
 
A modalidade conta ainda com 110 contemplados atualmente pela Bolsa-Atleta (investimento de R$ 1,8 milhão), segundo a lista de 2015, e com cinco pela Bolsa Pódio (R$ 816 mil). “O Ministério do Esporte sempre acreditou no tênis de mesa, tanto olímpico quanto paralímpico, e está nos dando condições ideais de trabalho”, afirma o presidente da CBTM, Alaor Azevedo, radiante com as conquistas no Canadá.
 
“Nós estabelecemos uma meta de 15 medalhas de ouro e conseguimos exatamente isso. E isso com uma renovação importante, já que mais de 50% da equipe não estava em Guadalajara. É um resultado que nos anima muito para futuros títulos. A campanha foi irretocável”, define. Para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, a meta brasileira é conquistar ao menos três medalhas.
 
O tênis de mesa brasileiro deixa Toronto superando a marca das 27 medalhas de Santo Domingo, em 2003, e com vagas garantidas em 2016 para os dez brasileiros medalhistas de ouro individuais. Outras vagas podem ser conquistadas por meio do ranking mundial. A equipe participa em setembro de um treinamento na Inglaterra antes de disputar o Aberto da República Tcheca.
 

Confira os vídeos do Parapan 2015

 
Ana Cláudia Felizola, de Toronto – brasil2016.gov.br
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Em nova categoria, Antônio Tenório busca mais uma medalha para a coleção

Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.brFoto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br

Aos 45 anos, o paulista Antônio Tenório segue como o grande adversário a ser batido nas competições do judô. A fama não é obra do acaso, mas construída por uma sequência invejável de títulos: são quatro medalhas de ouro (Atlanta-1996, Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008) e uma de bronze (Londres-2012) em edições dos Jogos Paralímpicos. Em Parapans, o brasileiro foi campeão no Rio de Janeiro, em 2007, e vice em Guadalajara, em 2011. Instalado na Vila dos Atletas, onde segue seus treinamentos até o dia da competição em Toronto, na próxima sexta-feira (14.08), o judoca adotou uma nova estratégia com foco nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

“Desci da categoria 100kg para a 90kg porque meus adversários eram muito altos, então eu já não conseguia mais desenvolver um bom judô”, explica Tenório, que tem 1,85m de altura. Com a dieta feita e a preparação intensa de treinamentos, o atleta espera disputar no Rio de Janeiro a sua última Paralimpíada, antes de começar a dizer adeus aos tatames, onde já está há quase quatro décadas. “Eu sou da época em que não existia dinheiro, nada. Estou há 36 anos praticando o judô e ele é a minha vida”, resume o lutador, que é contemplado com a Bolsa Pódio do governo federal.

O judô paralímpico é praticado por atletas cegos e, assim como em sua versão convencional, os lutadores são divididos em categorias de pesos e têm cinco minutos para fechar uma luta. A principal diferença é que, na modalidade adaptada, os judocas já iniciam o confronto segurando o quimono do rival. A luta é interrompida quando o contato é perdido. “Eu achava que era brincadeira que tinha esporte para deficientes”, conta Tenório, em entrevista concedida ao brasil2016.gov.br na Vila dos Atletas.

Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.brFoto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br


Toronto e troca de categoria
Minha expectativa é fazer uma boa competição. Estou trocando de categoria, saindo da 100kg e descendo para a 90kg, então ainda estou me adaptando para ter um bom desempenho na Paralimpíada em 2016, no Rio de Janeiro. Se eu estiver em cima do pódio, vai ser uma boa colocação para mim. A categoria (100kg) tinha pessoas muito altas, eu era o mais baixo, então já não conseguia mais desenvolver um bom judô. Descendo de categoria, os meus adversários têm a mesma estatura que eu.

Nível do judô paralímpico
O nível sempre foi muito elevado dentro de uma Paralimpíada. Nossos adversários do masculino sempre são muito fortes. Acho que está aumentando a quantidade de pessoas que estão saindo do judô regular, que descobrem que têm uma deficiência visual, e migram para o desporto paralímpico.

Treinamento e apoio
Em fase de competição, treino seis horas por dia, em três períodos. É bem pesado, mas o judô está no sangue. Eu sou da época em que não existia dinheiro, nada. Estou há 36 anos praticando o judô e ele é a minha vida. O dinheiro que há hoje, com apoio do governo federal, traz uma tranquilidade muito maior para o atleta desenvolver a sua modalidade e focar só nos treinamentos, com uma equipe multidisciplinar e podendo comprar seus suplementos e viajar.

Rivalidade
A gente sempre pensa no Rio 2016, mas nós ainda temos que fazer a lição de casa, que é ganhar dentro da nossa própria casa, na seletiva. Em nível internacional, aqui no Canadá teremos os Estados Unidos, Cuba, Argentina e o próprio canadense, que é muito forte. Todos os atletas são grandes rivais e a gente não pode subestimar alguém dizendo que o país dele não tem um judô desenvolvido. Luta é luta, é uma de cada vez.

Rio 2016
Vamos competir dentro de casa e o governo federal está voltado para essa realidade do desporto olímpico e paralímpico. Nós nunca tivemos tanta ajuda. Então, queremos fazer bonito para esse apoio continuar e a gente deixar um grande legado no Rio de Janeiro, que são as medalhas e as obras que estão sendo feitas.

Mudança cultural
Quando as pessoas assistem a gente na televisão, começam a perceber que são capazes de fazer uma rampa em um lugar que não existia, um elevador para um cadeirante... Então hoje transmitimos uma outra realidade para o Brasil.

Início no judô
Comecei por influência do meu pai, aos 7 anos. Fiquei deficiente visual aos 13 anos, da vista esquerda. Perdi o primeiro olho com uma mamonada, brincando de estilingue. A minha segunda vista eu acabei perdendo aos 19 anos, trabalhando em uma empresa. Foram dois acidentes. Em 1993, ainda competia no judô regular. Fiquei deficiente visual em 1990 e só conheci o judô paralímpico três anos depois, quando um professor me viu competindo em um Campeonato Paulista e me convidou a integrar a Seleção Brasileira naquela época. Em um primeiro momento, achava que era brincadeira que tinha esporte para deficientes. Guardei o cartão dele por uma semana e depois fui visitar. Lá encontrei mais atletas com o mesmo problema que eu tinha.

Futuro
Estou com 45 anos e vou chegar na Paralimpíada de 2016 com quase 46. Espero que eu possa representar bem o meu país. Depois de 2016, vou colocando o pé no freio. Não vou chegar até Tóquio (2020), mas pretendo parar devagar. Estou focado também nos meus estudos.

Ana Cláudia Felizola, de Toronto – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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Futebol de sete ensaia para "último ato paralímpico" no topo do pódio

 
 
Os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro já teriam, por definição, uma projeção decisiva nas carreiras dos atletas brasileiros do futebol de sete. Mas há uma chance de que o torneio no Brasil tenha um ingrediente adicional, um tom de "último ato paralímpico" da modalidade. Com o número de países praticantes concentrado na Europa e no continente americano, o esporte está virtualmente cortado do programa de 2020, em Tóquio, no Japão. E, se nada ocorrer de diferente no plano político e de popularização, pode não estar também nas edições seguintes.
 
"Ao que sabemos, não há condições de reverter em relação ao Japão, para 2020. Estamos focados no Rio. Nosso objetivo é 2016, mas não é porque não vai ter no Japão que o futebol de sete vai acabar. Já se pensa, por exemplo, em um campeonato nos moldes paralímpicos durante a própria Olimpíada do Japão, mas em outra cidade", afirmou Paulo Cabral, técnico da equipe brasileira.
 
(Fernando Maia/MPIX/CPB)(Fernando Maia/MPIX/CPB)
 
"Foi uma notícia que nos pegou um pouco de surpresa. A questão é que o futebol de sete teria de ter presença forte nos cinco continentes. Hoje temos mais de 30 países praticando, mas em algumas regiões, como o continente africano e o sudeste asiático, não há número suficiente nem campeonatos interno, mas estamos trabalhando forte para que em 2024 retorne ao programa", afirmou Hélio dos Santos, coordenador da Seleção Brasileira de Futebol de Sete no Parapan de Toronto.
 
De acordo com Hélio dos Santos, as ideias na mesa são fomentar o esporte nos locais onde é incipiente e realizar mini-torneios com grandes forças do esporte, como Brasil, Ucrânia e Rússia. "É um trabalho conjunto com a Federação Internacional e os países de mais tradição, até porque sair do programa paralímpico repercute no apoio de empresas e de patrocinadores", disse. Segundo Hélio, no Brasil, a modalidade praticada por atletas com paralisia cerebral reúne, em torneios nacionais, representantes de até 16 estados.
 
(Daniel Zappe/MPIX/CPB)(Daniel Zappe/MPIX/CPB)Intensamente no Rio
Entre os atletas, o efeito é de ampliar ainda mais a dimensão das Paralimpíadas brasileiras. "Independentemente de 2020, o sonho de todos é ganhar em casa. Temos de deixar um pouco de lado essa questão de 2020 e viver 2016 intensamente, que é o mais importante", afirmou Jan, meio-campista da equipe no Parapan de Toronto.
 
"Já tínhamos a responsabilidade de fazer uma bonita Paralimpíada. Sabendo que provavelmente vamos ficar fora em 2020, aumenta ainda mais a vontade de terminar esse ciclo com um ouro", disse Wanderson, eleito duas vezes o melhor jogador do mundo, em 2009 e em 2013. "Como amante da modalidade, vou sempre acreditar que vai ser possível essa volta", disse.
 
Coordenador de classificação do Comitê Paralímpico Brasileiro, Claudio Diehl Nogueira explica que a Federação Internacional está trabalhando para atender as demandas do Comitê Paralímpico Internacional. "A princípio, para 2020 a decisão está tomada mesmo, mas estamos encaminhados para reverter em 2024".
 
No Canadá, o país vem confirmando a disparidade técnica em relação ao adversários. Em quatro jogos no campo montado na Universidade de Toronto, foram 28 gols marcados e nenhum sofrido. Nesta quinta-feira, no último duelo da fase de classificação, o Brasil aplicou 6 x 0 nos Estados Unidos, com gols de Maycon (2), Wanderson (2), Gabriell e Jonatas. A final será no próximo sábado, a partir das 12h, contra a Argentina. Na primeira fase, o Brasil venceu os adversários sul-americanos por 7 x 0.
 
"Ganhamos bem na primeira fase, mas agora é outra história. Eles estavam desfalcados e agora vêm completos. Vamos entrar com atenção para ir em busca desse ouro", afirmou Wanderson.
 
"A gente sempre entra pensando na vitória e temos totais condições de levarmos o ouro. Mas se você é surpreendido no campo e acontece de a bola não entrar muitas vezes, como aconteceu em alguns instantes hoje diante dos Estados Unidos, as coisas complicam. Então vamos estudar direitinho como temos de entrar, tentar decidir logo no início e depois controlar o jogo, disse o treinador Paulo Cabral.
 

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Gustavo Cunha - brasil2016.gov.br, de Toronto (Canadá)
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Rúgbi em cadeira de rodas brasileiro mostra evolução e vai atrás de resultado inédito

(Fernando Maia/MPIX/CPB)(Fernando Maia/MPIX/CPB)
 
 
Debutante em Jogos Parapan-Americanos e um dos esportes favoritos dos donos da casa, o Brasil terá de superar a pressão da torcida para desbancar o Canadá na semifinal do rúgbi em cadeira de rodas. O confronto será nesta quinta-feira (13.08) às 18h45 (de Brasília). Na fase de classificação, em que todas as equipes jogam entre si, os canadenses levaram a melhor e fizeram 65 x 32. A outra disputa pela vaga na decisão será entre Estados Unidos e Colômbia.
 
(Fernando Maia/MPIX/CPB)(Fernando Maia/MPIX/CPB)
 
Para o treinador Luiz Gustavo Pena, o principal objetivo é manter a terceira posição continental, conquistada nas últimas edições da Copa América. Ele sabe que a equipe ainda está a uma distância grande de canadenses, inventores da modalidade, e Estados Unidos, mas já vê este caminho encurtar. “Fizemos um primeiro período muito bom contra os EUA e a gente quer cada vez mais competir de igual para igual, visando 2016, onde as melhores equipes do mundo estarão presentes”.
 
Com um sistema implantado por um treinador canadense, que ficou entre 2013 e 2014 auxiliando a equipe, Luiz Gustavo percebe uma padronização e um fortalecimento do time. “Além dos resultados em quadra, a gente conseguiu melhorar a nossa organização. Temos um grupo forte, não dependemos apenas dos quatro jogadores em quadra, as substituições acontecem a todo o momento e toda hora alguém pode entrar e decidir a partida”. Agora, ele quer que a equipe ganhe mais rodagem. “Hoje, o que nos separa das grandes potências, dentre outras coisas, é a experiência de jogo. A gente tenta jogar o máximo de torneios possíveis para ir aprendendo e desenvolvendo”. 
 
Para Davi Abreu, é importante a maior competitividade continental para a modalidade se desenvolver. "A gente vem conquistando um pouco mais de respeito e já conseguimos que Estados Unidos e Canadá deem o máximo contra nós. Eu gosto de ver como equipes novas como Chile e Colômbiavem numa crescente muito grande. A América do Sul ganha muito com isso”, afirma o atleta da seleção, que faz parte de um projeto para esporte adaptado em Belo Horizonte para captação de novos praticantes da modalidade. 
 
(Fernando Maia/MPIX/CPB)(Fernando Maia/MPIX/CPB)Assim que saiu de uma internação no Hospital Sarah Kubitscheck, em Brasília, José Higino procurou um time no Gama, cidade satélite do Distrito Federal, e dois meses depois participou de seu primeiro campeonato brasileiro.Vítima de um mergulho no mar em 2002, quando bateu com a cabeça em um banco de areia que o deixou tetraplégico,ele revela a meta nas Paralimpíadas do Rio em 2016.
 
“Nossa perspectiva, como somos novos no rúgbi em relação ao resto do mundo, é alcanças um sexto, ou quinto lugar. A medalha é muito difícil porque o top 4 mundial é muito alto, mas a gente quer jogar bonito lá”.
 
Os treinamentos da seleção ocorrem na Associação Niteroiense de Deficientes Físicos, no Rio de Janeiro, por algumas semanas ao longo do ano. Da equipe que representa o Brasil no Parapan, oito jogadores são contemplados com a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. No total, a modalidade possui 31 beneficiados. Um investimento de mais de R$ 344 mil por ano.
 
Modalidade
A quadra do rúgbi mede 15m de largura por 28m de comprimento. Os jogos são divididos em quatro períodos de 8 minutos. O objetivo é anotar o maior número de gols, que acontece quando um jogador que tem a posse da bola toca com as duas rodas da cadeira a linha de fundo. O “gol” fica dentro de uma área demarcada por dois cones e que mede oito metros de comprimento.
 
A cada dez segundo o jogador deve quicar a bola, similar a de vôlei, ou passá-la para algum companheiro. Da defesa para o ataque o meio da quadra deve ser ultrapassado em 12 segundos e o gol deve ser feito em 40 segundos.
 
Assim como no rúgbi convencional, a modalidade tem muito contato físico e as cadeiras são adaptadas para suportar os choques. Além disso, neste esporte não há divisão por gênero, homens e mulheres podem competir pela mesma equipe.
 
Ao todo são quatro cadeirantes em quadrae mais oito reservas. Voltado para pessoas com tetraplegia, a classificação funcional no rúgbi está dividida em sete classes: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5. Quanto menor o número, mais limitado é o atleta. Para garantir o equilíbrio das equipes, a soma das classes dos jogadores em quadra não pode ultrapassar o total de oito.
 
Gabriel Fialho, de Toronto (Canadá)
Ascom - Ministério do Esporte
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Parapan: mais 14 medalhas na conta da natação, com três dobradinhas no pódio

(Washington Alves/MPIX/CPB)(Washington Alves/MPIX/CPB)
 
 
A natação brasileira seguiu a rotina de vitórias e pódios nesta quarta-feira, no Parapan de Toronto. Ao todo, os representantes do país conquistaram 14 medalhas na piscina do Aquatics Centre: cinco de ouro, seis de prata e três de bronze. No quadro geral da modalidade, o Brasil lidera com 68 medalhas, com 24 ouros, 20 pratas e 24 bronzes. O Canadá aparece logo atrás, com 66 medalhas, 18 delas de ouro. Os destaques do dia foram três dobradinhas brasileiras e a escalada de Edênia Garcia no ranking mundial.
 
(Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)(Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)
 
Edênia foi a campeã nos 50m costas S4, prova que é sua especialidade. A nadadora fechou a distância em 53s73 para pegar a medalha de ouro em uma disputa acirrada até os últimos centímetros com a mexicana Nely Miranda. A nadadora comemorou a vitória e a volta à terceira posição do ranking mundial da prova.
 
“Ela veio forte na eliminatória e eu já estava com o pensamento de que teria que nadar para o meu melhor tempo e nadei muito. O recorde Parapan-Americano ainda é meu [51s51] e com esse tempo de hoje eu volto a ser a terceira melhor do mundo. É esse o objetivo: continuar baixando o tempo. Para fazer isso eu tenho que treinar e prestar atenção nos mínimos detalhes. Há 20 dias a mexicana quebrou duas vezes o recorde mundial dos 50m livre, e fui lá e peguei o ouro. Isso é muito bom”, celebrou Edênia.
 
Pouco depois da vitória de Edênia, os brasileiros comemoraram três dobradinhas. Na primeira, Daniel Dias liderou os 50m livre S5 para ficar com o ouro. Logo atrás dele chegou Clodoaldo Silva, que ficou com a prata. Na mesma prova, entre as mulheres, o Brasil ocupou os dois postos mais altos do pódio, com Joana Neves em primeiro e Esthefany Rodrigues em segundo.
 
A terceira dobradinha do dia saiu na classe SM9, nos 200m medley. Ruiter Silva e Lucas Mozela dominaram a prova para fechar a distância colocando o Brasil novamente em evidência nos dois primeiros lugares. Ruiter foi o mais rápido e ficou com o ouro, e Lucas ficou com a prata.
 
Outro atleta acostumado ao ponto mais alto do pódio que levou medalha foi Andre Brasil. O multicampeão venceu os 200m medley SM10 em prova emocionante contra o canadense Benoit Huot, que contou com a ajuda da animada torcida local, mas não conseguiu ultrapassar Andre. 
 
Confira abaixo as medalhas conquistadas por brasileiros nesta quarta-feira na natação:
 
Ouro
Edênia Garcia – 50m costas S4 – 53s73
Daniel Dias – 50m livre S5 – 32s41 (PR)
Joana Neves – 50m livre S5 – 38s90 (PR)
Ruiter Silva – 200m medley SM9 – 2min26s42
Andre Brasil – 200m medley SM10 – 2min12s22
 
Prata
Raquel Viel – 400m livre S11-13 – 5min16s25
Clodoaldo Silva – 50m livre S5 – 34s94
Esthefany Rodrigues – 50m livre S5 – 45s72
Verônica Almeida – 100m peito SB7 – 1min40s79
Lucas Mozela – 200m medley SM9 – 2min29s18
Felipe Caltran – 100m peito SB14 – 1min14s33
 
Bronze
Ítalo Gomes – 100m livre S7 – 1min10s33
Talisson Glock – 100m livre S6 – 1min10s84
Ronystony Cordeiro – 50m costas S1-4 – 47s85
 
Fonte: CPB
Ascom - Ministério do Esporte
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