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Chama olímpica se despede do Nordeste após festa em Imperatriz

 
Descida de rapel, passeio de barco e bicicleta. O último dia do fogo olímpico no Nordeste foi cheio de emoção, nesta terça-feira (14.06), em Imperatriz. Com 75 condutores divididos em três rotas, a chama chegou à cidade pelo aeroporto e seguiu até a ponte Dom Affonso, que liga os estados do Maranhão e Tocantins. Após passar pelo povoado de Coquelândia, na Estrada do Arroz, onde percorreu dois quilômetros de bicicleta, o revezamento voltou para Imperatriz com direito a um lindo pôr do sol na beira do rio Tocantins, para o acendimento da pira pelo piloto de Stock Car Rafael Suzuki.
 
De tirar o fôlego foram os primeiros minutos. Com uma descida de 50 metros de rapel da ponte Dom Affonso até as águas do Tocantins - segundo maior rio totalmente brasileiro - a chama passou da tocha do professor de artes marciais Francisco Amorim para o cantor José Bonifácio, o Zeca, que esperava dentro de um barco. Nas águas que nascem na divisa do Distrito Federal com Goiás e passam por quatro estados rumo ao Pará, a tocha seguiu até o Cais do Porto.
 
Rafael Suzuki, piloto da Stock Car, acendeu a pira que encerrou o revezamento em Imperatriz e no Nordeste. Foto: Francisco Medeiros/MERafael Suzuki, piloto da Stock Car, acendeu a pira que encerrou o revezamento em Imperatriz e no Nordeste. Foto: Francisco Medeiros/ME
 
Natural de Mossoró (RN), Amorim vive em Imperatriz desde os nove anos e o convite para ser o primeiro condutor veio de sua dedicação. "O esporte para mim é tudo. Fundei duas federações maranhenses, a de Karate Interestilos e a de Tiro com Arco. Por isso acho que hoje é o grande reconhecimento", orgulha-se. Praticante de várias modalidades, inclusive as de aventura, o também bombeiro civil falou da emoção de conduzir a chama. "Já representei o Brasil fora do país e sei da sensação única ao ouvir o Hino Nacional, imagina participar das Olimpíadas. É uma honra carregar a tocha e ser o primeiro", afirma.
 
A segunda rota teve como destino Coquelândia, povoado da zona rural a 30km de Imperatriz. Danilson Souza foi o único condutor no vilarejo que usou a bicicleta de mountain bike para conduzir o fogo sagrado e contar um pouco da sua história. "Carregar essa tocha representa um símbolo de ter vencido tudo o que passei", comemora. Vítima de acidente automobilístico grave, o então auxiliar de maquinista ficou preocupado com o diagnóstico de que teria que andar de muletas e buscou meios para a recuperação. "Comecei a pedalar de bicicleta ergométrica no intuito de restabelecer os movimentos. Mas quando vi o que a bicicleta de verdade poderia me oferecer, além dessa terapia, a liberdade de sair de casa, eu encontrei meu caminho", conta.
 
Francisco Amorim tem o esporte no DNA: fundou duas federações maranhenses e pratica várias modalidades. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.brFrancisco Amorim tem o esporte no DNA: fundou duas federações maranhenses e pratica várias modalidades. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.br
 
Após dois anos numa cadeira de rodas e muito esforço, Danilson, que usa uma prótese em parte da perna esquerda, comemora os quase dez anos de ciclismo e deixa uma mensagem para os que estejam passando por situação semelhante. "Acreditem nos seus sonhos, nunca desistam porque vale a pena se esforçar e, às vezes, vale até sofrer. O bom é que você consegue alcançar a vitória", finaliza.
 
Luta greco-romana
Apenas na terceira rota a população do "Portal da Amazônia" conseguiu acompanhar o revezamento de perto. Com passagens pelos bairros Bacuri, Centro, Rodoviário, Entroncamento, Nova Imperatriz e Beira Rio, a chama percorreu a pé 14,5 quilômetros na cidade. Na frente da Igreja Santa Teresa d'Ávila, na área central, o atleta da Seleção Brasileira de Luta Olímpica Davi Albino era só sorrisos.
 
Davi Albino saiu das ruas para a seleção de luta olímpica com ajuda da Bolsa Pódio. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.brDavi Albino saiu das ruas para a seleção de luta olímpica com ajuda da Bolsa Pódio. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.br
 
"Fui selecionado pela minha história de superação no esporte. É com muita emoção que carrego a tocha no Brasil, o maior símbolo das Olimpíadas", afirma Albino, ainda correndo atrás da vaga nos Jogos Rio 2016. Albino é o 13º do ranking mundial na categoria 98kg na luta greco-romana - primeiro atleta masculino brasileiro a entrar no ranking mundial - e também o primeiro a ganhar medalha em Cuba - um dos países referência da modalidade.
 
O atleta foi um dos seis escolhidos em uma parceria do programa Bolsa Atleta/Pódio com a Coca-Cola por sua história. "Antigamente eu vigiava carros na rua e, quando fui campeão Brasileiro, passei a receber a Bolsa e parei de trabalhar a partir de 2005", conta Albino, que veio de uma família de classe baixa da periferia de São Paulo. "Quando você tem 17 anos, sua mãe não quer saber se você sonha ser atleta olímpico, mas se ajuda em casa. Com meus resultados e o apoio consegui me manter no esporte", lembra.
 
Uma das competições mais antigas dos Jogos Olímpicos, a luta olímpica é disputada sem o auxílio de equipamentos de proteção, mas sob um nobre código de conduta. Albino explica que os brasileiros não têm noção da grandiosidade da modalidade. "A luta existe há milhares de anos, com mais de 120 países filiados à Federação Internacional. Quando a gente vai participar de campeonato lá fora tem até 60 mil pessoas nos assistindo". O atleta lembra que no mundo há três lutadores de greco-romana para um de quimono. "Você conseguir chegar entre os melhores é um feito muito grande para mim e para o Brasil".
 
Rayssa Leal é conhecida por muitos como a Fada do Skate, em função de um vídeo que viralizou na internet. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.brRayssa Leal é conhecida por muitos como a Fada do Skate, em função de um vídeo que viralizou na internet. Foto: Lorena Castro/Brasil2016.gov.br
 
Fada do skate
Rayssa Leal, de oito anos, ainda não é atleta profissional, mas já convive com o sucesso desde que um vídeo seu viralizou na internet. Ela seria a mais jovem condutora do revezamento da tocha, mas como a idade mínima é de 12 anos, o pai teve que assumir a missão. Durante o percurso, a garotinha acompanhou o comboio fazendo o que mais gosta: manobras no skate. O apelido fada é porque na gravação ela estava com uma fantasia de uma apresentação que tinha acabado de fazer na escola. O tênis substituiu a sapatilha para facilitar o 'heelflip' (movimento de um giro completo do skate no ar). O vídeo original chegou à marca de mais de 6 milhões de visualizações e já foi compartilhado milhares de vezes.
 
Rota
Nos próximos oito dias, a chama olímpica passará por seis estados. Serão 1.142 condutores, percorrendo mais de 1.160 quilômetros, entre revezamento e deslocamento. O transporte será feito por via aérea de Belém (PA) até Porto Velho (RO). Em Belém, o revezamento terá percurso de 32 quilômetros e mais de 160 condutores. O início será às 12h, no Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão).
 
Lilian Amaral e Lorena Castro
Ascom - Ministério do Esporte

"Estamos no mesmo barco para o sucesso dos Jogos", diz Thomas Bach após encontro com Temer

Após encontro com o presidente interino, Michel Temer, na manhã desta terça-feira (14.06), no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse que está ainda mais confiante no sucesso dos Jogos Rio 2016.
 
"Tive um encontro amigável com o presidente Temer, estou feliz com seu compromisso incondicional com o sucesso dos Jogos. É um compromisso que a gente compartilha. Os brasileiros e o COI estão interessados em ter grandes Jogos. Estamos no mesmo barco para fazer dos Jogos um grande sucesso. Uma atmosfera de compromisso mútuo é o que reflete esse encontro", disse Bach.
 
O presidente interino Michel Temer e o presidente do COI, Thomas Bach, no Parque Olímpico da Barra. Foto: Blog do PlanaltoO presidente interino Michel Temer e o presidente do COI, Thomas Bach, no Parque Olímpico da Barra. Foto: Blog do Planalto
 
Foi o primeiro encontro pessoal entre os dois. O contato anterior havia sido por telefone, logo após Temer assumir a presidência. "Estou feliz em ver que algumas ações que discutimos no telefone estão sendo colocadas em prática. Os Jogos são um projeto de união. Estávamos trabalhando muito bem com o governo da presidenta Dilma Rousseff para o sucesso dos Jogos e estamos no mesmo caminho com o governo do presidente Temer", afirmou o presidente do COI.
 
Ele reforçou que os Jogos são "um momento de união" e que questões políticas não devem interferir na organização do megaevento. "Espero que os Jogos se mantenham nessa posição em que estão agora: unindo os brasileiros. Para isso, temos de ficar fora de divisões políticas, e temos confiança na democracia brasileira", disse.
 

Visita
Após encontro com o presidente do COI, Michel Temer visitou o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, a Arena Carioca 1 e a Arena do Futuro, todas elas instalações do Parque Olímpico da Barra da Tijuca. O presidente interino ainda participou de reunião com vários ministros, incluindo o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Nuzman, e representantes dos governos estadual e municipal. Temer disse que ficou entusiasmado ao visualizar as obras no Parque Olímpico, reforçou que o mundo estará voltado para o Brasil em 5 de agosto, data da abertura do megaevento, e afirmou apoio prático à organização dos Jogos.
 
"Tive uma reunião com o presidente do COI e ele registrou um fato que todos sabemos: 5 bilhões de pessoas acompanharão a abertura dos Jogos, com os olhos voltados para o nosso país. Por isso, é importantíssimo ter vindo aqui com boa parte do ministério para conhecer as obras e evidenciar o que evidenciamos há pouco com o prefeito, o governador, representantes do legislativo: que vamos colaborar não só com palavras, mas também nas necessidades de natureza financeira. Fazemos isso com a absoluta convicção de que estamos produzindo algo extraordinário para o Brasil e para o mundo", disse Temer.
 
Na sequência, ele comentou especificamente a Linha 4 do metrô, que é uma obra do governo do estado integrante do Plano de Políticas Públicas dos Jogos Rio 2016, com investimento total de R$ 9,77 bilhões. Desse valor, 6,6 bilhões vêm de financiamento federal via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outros R$ 989 milhões foram pedidos ao banco para a reta final da obra.
 
"Estão sendo finalizados os estudos financeiros e já combinei com o governador em exercício, Francisco Dornelles, que vamos ter uma conversa logo mais para equacionarmos em definitivo a questão do metrô", disse o presidente interino.
 

Visita Parque Olímpico da BarraVisita Parque Olímpico da Barra

Apoio federal
O governo federal, por meio de um grupo de trabalho interministerial, controla o processo de preparação, que segue de acordo com o cronograma previsto. Questões pontuais estão recebendo atenção especial. O Velódromo, por exemplo, alcançou 89% de execução de obras. A pista foi instalada há mais de um mês.
 
Para o fornecimento de energia, o governo federal construiu a Subestação Olímpica na Barra, com quase 15 km em ramais subterrâneos para fornecimento de energia elétrica, no valor de R$ 152,8 milhões. Além disso, reforçou a rede de média tensão, com investimentos de R$ 40 milhões, e destinou R$ 290 milhões para o fornecimento de energia temporária, com geradores.
 
Instalações esportivas
Por meio do Ministério do Esporte,  o investimento do governo federal é de R$ 903,7 milhões no Parque Olímpico da Barra para construção de instalações permanentes (o Centro Olímpico de Tênis, o Velódromo Olímpico e a climatização das três Arenas Cariocas) e das temporárias (a Arena do Futuro e o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos).
 
No Parque Olímpico de Deodoro, o investimento é de R$ 825,4 milhões. Os recursos permitiram a reforma de instalações já existentes (Centro Nacional de Tiro Esportivo, Centro Nacional de Hipismo, piscina do pentatlo moderno e Centro de Hóquei sobre Grama) e a construção de novas instalações (Arena da Juventude, Estádio de Canoagem Slalom, Estádio de Deodoro, Centro Olímpico de BMX e Centro de Mountain Bike).
 
Também cabe ao ministério a compra de 216 itens da lista de equipamentos e materiais esportivos para uso nos Jogos, com investimento de R$ 100 milhões. São itens para tiro esportivo, levantamento de peso, taekwondo, embarcações de apoio, piscinas, pista de atletismo, pisos e equipamentos de atletismo. Após os Jogos, esses itens vão fazer parte do legado, inserindo-se nas ações de melhoria da estrutura esportiva em todo o país e no fomento ao esporte de alto rendimento.
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br, com informações do Blog do Planalto
Ascom - Ministério do Esporte

Nas paisagens dos Lençóis Maranhenses, tocha olímpica revela personagens da região

O revezamento da tocha olímpica conheceu nesta segunda-feira (13.06) as beleza naturais dos Lençóis Maranhenses e deu visibilidade a personagens da região de Barreirinhas-MA que constroem a história de um dos principais cartões postais do Brasil. Conduzida por pescador, líder de comunidade e instrutor de kitsurf, a chama olímpica, em operação especial, passou por cenários paradisíacos em sua rota rumo ao Rio de Janeiro, onde chega em 5 de agosto para a abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016. 
 

 
O roteiro teve início na Beira Rio, de onde seguiu para um dos mais belos trechos turísticos do país. Rumando pelo rio Preguiças, o primeiro ponto de parada foram os Pequenos Lençóis, um cenário muito conhecido na região. Em seguida, a chama foi levada na lanterna de segurança para a comunidade do Mandacaru, onde visitou o Farol Preguiças antes de seguir para Altins, point da prática de kitesurfe. A chama também percorreu a Lagoa Azul, o Parque da Cidade, a Avenida 31 de maio, a Duna da Ladeira e encerrou o dia na Praça do Trabalhador.
 
Sal, duna, lamparina
Em Mandacarú, região marcada pela tradição da pesca, Maria Pereira Menezes, a Dona Maria do Celso, é um desses exemplos de vida que se somam às belas paisagens e rendem roteiro de cinema. Moradora da Ponta do Mangue, povoado dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Maria do Celso foi a protagonista de um documentário – Sal, Duna, Lamparina – sobre a sua luta para levar energia elétrica para a comunidade.
 
Região é conhecida por ser propícia para a prática do kitesurf. Foto: Rafael Brais/brasil2016.gov.br/MERegião é conhecida por ser propícia para a prática do kitesurf. Foto: Rafael Brais/brasil2016.gov.br/ME
 
"Nunca desisto do que é bom para nós. Sou da associação de moradores, trabalho para a comunidade e faço com prazer", disse. Sobre carregar a tocha olímpica, ela acredita ser um reconhecimento por sua luta. "Estou muito feliz por ter sido contemplada. Acredito que Deus me inspirou para esse povo e me fez uma uma batalhadora", afirmou.
 
Catarino do caranguejo
Outra bela história da região é a do catador de caranguejo Seu Catarino, um dos fundadores da Colônia de Pescadores de Barreirinhas e um dos responsáveis pela organização do setor da pesca. Ele também carregou a chama em Mandacarú, perto do Farol Preguiças, que tem 160 degraus entre o solo e o cume e funciona até hoje. Ao 87 anos, o aposentado não escondeu a satisfação de ter sua história ainda mais divulgada pelo revezamento olímpico. "Ave Maria, eu não esperava esse presente. Achava que só gente nova que iria carregar. É uma experiência que nem posso dizer", comentou. "Todos aqui conhecem minha história e acho que fui escolhido por isso", emendou.
 
Dona Maria do Celso é conhecida pela luta para levar energia elétrica para a comunidade. Foto: Francisco Medeiros/MEDona Maria do Celso é conhecida pela luta para levar energia elétrica para a comunidade. Foto: Francisco Medeiros/ME
 
Famosa pela prática de kitesurfe, principalmente entre junho e dezembro, a linda Atins se coloriu para receber a chama. Samuel Ferreira, instrutor de kitesurfe, conduziu a tocha sob um céu pintado por praticantes de uma das modalidades que mais crescem na região. "A tocha representa o coração da humanidade. Tudo o que é esporte está representado aqui. Corro representando os praticantes de kitesurf da região", afirmou. "É a realização de um sonho carregar a tocha olímpica", completou.
 
Dupla jornada
O condutor mais sortudo do dia foi o estudante Isak Barbosa, aluno da escola barreirense de atletismo. O jovem teve a oportunidade de conduzir a tocha nas dunas dos Pequenos Lençóis e também numa pequena embarcação que navegou por alguns minutos nas águas do rio Preguiças. "O mundo está voltado para nossa cidade. Não tenho como explicar, é algo incrível. Agradeço por esta oportunidade", sentenciou o jovem, que corre provas de 800 e 3.000 metros em competições no Maranhão.
 
Rafael Brais
Ascom - Ministério do Esporte
 

Brasil conquista vice-campeonato em último torneio de rúgbi antes de Jogos Olímpicos Rio 2016

Na última competição antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a Seleção Brasileira masculina de rúgbi de sete conquistou o vice-campeonato do Torneio Roma Sevens, disputado nos últimos dias 10 e 11 na Itália. Com grande variedade de jogadas e pontuadores, os Tupis exibiram resultados do planejamento de desenvolvimento a longo prazo e chegam ainda mais fortes para a disputa do maior evento multiesportivo do mundo.
 
A viagem da Seleção Brasileira de Rugby para Roma foi financiada por meio de convênio firmado entre o Ministério do Esporte e a CBRu visando à preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos do Rio 2016.
 
Foto: Divulgação/CBRuFoto: Divulgação/CBRu
 
Integrante do Grupo C da competição, o Brasil estreou com vitória diante da Tunísia. O placar de 26 a 0 foi construído com tries de Laurent (2 vezes), Moisés e Arthur Bergo. Na sequência, os Tupis deram show e venceram o 3/4 DM Rugby por 40 a 0. Os tries foram anotados por Rambo (2 vezes), Martin (2 vezes), André Nascimento e Daniel Sancery. Na última partida, a equipe verde e amarela fez um jogo eletrizante diante de Kings of Rome e foi superada no final por 14 a 12.
 
Classificados as quartas de final, os Tupis mediram forças diante do tradicional Chile. Já conhecido, o adversário sul-americano fez um confronto duro. O Brasil soube aproveitar melhor as oportunidades e, de virada, eliminou os chilenos por 12 a 7. Os tries foram marcados por Alemão e Felipe Sancery.
 
Entre as quatro melhores nações da competição, o Brasil igualou a campanha de 2015, quando também alcançou a semifinal do torneio. Nesta temporada, diante da França, os Tupis superaram os resultados do ano anterior e avançaram à final com tries de Martin e Laurent e vitória por 14 a 5.
 
Na grande decisão, o Brasil exibiu bom repertório de jogadas ofensivas e defensivas, mas ficou com o vice-campeonato após ser superado pela África do Sul. Daniel Sancery anotou o try sul-americano no confronto encerrado em 17 a 7.
 
 Agora, os comandados de Andres Romagnoli retornam ao Brasil para a fase final de preparação visando aos Jogos Olímpicos Rio 2016. Torça também pelo rugby nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Clique e veja a disponibilidade de ingressos.
 
Fonte: CBRu
Ascom – Ministério do Esporte
 

Seleção feminina de polo aquático fica em oitavo na Super Final da Liga Mundial

A seleção brasileira feminina de polo aquático ficou em oitavo lugar na Super Final da Liga Mundial, disputada em Xangai, na China. Em seu último jogo na competição, neste domingo, o Brasil foi derrotado pelo Canadá por 12 a 6. A medalha de ouro ficou com os Estados Unidos, que conquistou seu 10º título em 13 possíveis, o terceiro consecutivo.
 
Na partida contra o Canadá, os gols da seleção brasileira foram marcados por Izabella Chiappini, Marina Zablith (2) e Diana Abla.
 
A seleção brasileira jogou contra o Canadá com: 1 - Tess Oliveira (goleira) / 2 - Diana Abla / 3 - Marina Zablith (capitã) / 4 - Camila Pedrosa / 5 - Lucianne Barroncas Maia / 6 - Izabella Chiappini / 7 - Amanda Oliveira / 8 - Luiza Carvalho / 9 - Melani Dias / 10 - Viviane Bahia / 11 - Mariana Rogê Duarte / 12 - Gabriela Mantellato / 13 - Victória Chamorro (goleira).
 
Fonte: CBDA
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Natação brasileira encerra ciclo de competições antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016

Na última etapa de competições internacionais da Seleção Brasileira de Natação antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, os nadadores do Brasil conquistaram mais cinco medalhas, na etapa de Barcelona do Circuito Mare Nostrum. No domingo (12.6), Guilherme Guido e Felipe França garantiram medalhas de prata e João Gomes Junior, Italo Duarte e Henrique Martins alcançaram o bronze. Somadas as conquistas do sábado (11.6), os brasileiros se despediram da cidade espanhola com quatro pratas e cinco bronzes.
 
Confirmando a boa fase, Felipe França garantiu mais um lugar brasileiro nos pódios do Mare Nostrum, dessa vez nos 50m peito. Com 26s43, ele terminou com a prata. João Gomes Junior, 27s21, ficou com o bronze. Na frente dos brasileiros, somente o britânico Adam Peaty, com 26s86, que registrou novo recorde de campeonato. Nos 100m costas, Guilherme Guido fez a segunda melhor marca da prova, 54s52, atrás somente de Jan Philip Glania, da Alemanha, com 54s42.
 
Foto: Satiro Sodré/CBDAFoto: Satiro Sodré/CBDA
 
Na prova mais rápida da natação, os 50m livre, o brasileiro Italo Duarte garantiu a terceira posição, com 22s40. O ouro ficou com Andriy Govorov, ucraniano, com 21s61, novo recorde da competição. A prata foi para o britânico Benjamin Proud, com o tempo de 21s85. Matheus Santana, com 22s84, terminou na nona colocação.
 
Nos 100m borboleta, Henrique Martins também conquistou o bronze, com 52s81. Steffen Deibler, da Alemanha, fez 52s19 e, levou o ouro. Aleksandr Sadovnikov, da Rússia, cravou 52s69 e assegurou a prata.
 
Entre as mulheres, Joanna Maranhão, nos 200m borboleta (2min16s38), e Daynara da Paula, nos 50m borboleta (26s70), ambas com as quartas colocações, foram as brasileiras mais bem colocadas no evento. Manuella Lyrio, nos 400m Livre (4min16s16) e Jhennifer Conceição, nos 100m peito (1min10s28), garantiram a 10ª e 11ª colocações, respectivamente.
 
Completando a etapa, Larissa Oliveira (55s88) foi a 16ª nos 100m livre. Thiago Simon, nos 200 peito (2min19s35), também terminou a 16ª colocação. Joanna Maranhão, nos 200m medley (2min16s38), e Luiz Altamir, nos 200m livre (1min51s06), ficaram na 18ª e 19ª posições, respectivamente.
 
Aclimatação da seleção brasileira de natação
O time completo da natação brasileira para os Jogos Olímpicos Rio 2016 fará sua aclimatação no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (Rodovia dos Imigrantes km 11,5), de 27 de julho a 2 de agosto. Os treinos serão feitos em dois horários para que os atletas se habituem ao programa dos Jogos, de 12h às 14h e de 20h às 22h.
 
Fonte: CBDA
Ascom – Ministério do Esporte 
 

Pedro Gonçalves, o Pepe, garante vaga olímpica na canoagem slalom

O último fim de semana rendeu mais uma vaga para o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Pedro Gonçalves, o Pepe, garantiu a classificação para o K1 Masculino durante a 2ª Etapa da Copa do Mundo de Canoagem Slalom, em La Seu d’Urgell, na Espanha.

O atleta garantiu a segunda colocação entre os brasileiros no evento, mas mesmo com esse resultado o canoísta conseguiu assegurar sua participação nos Jogos do Rio, em agosto. “Depois de tanto tempo lutando eu consegui!”, comemorou Pepe. Ricardo Taques foi o melhor brasileiro no K1 Masculino em La Seu d’Urgell, terminando em 36º (104.14s) na disputa da semifinal. Pedro Gonçalves, Renan Soares e Guilherme Mapelli pararam nas classificatórias.

Pedro Gonçalves, o Pepe: sonho realizado com a vaga para os Jogos Olímpicos Rio 2016. (Foto: CBCa)Pedro Gonçalves, o Pepe: sonho realizado com a vaga para os Jogos Olímpicos Rio 2016. (Foto: CBCa)

Ana Sátila avançou à semifinal no K1 Feminino e terminou em 7º lugar depois de uma descida sem penalidades. “Consegui diminuir duas posições da primeira para a segunda etapa” comenta a canoísta, que em Ivrea, na Itália, na 1ª Etapa da Copa do Mundo, tinha conquistado o 9º lugar.

Charles Corrêa e Anderson Oliveira, no C2 Masculino, chegaram à semifinal, mas com o tempo de 109.67 segundos eles ficaram somente na 15º posição, o que os deixou de fora da final. Já a dupla Welington Munhoz e Cassiano Alfredo não passaram das classificatórias.

No C1 Masculino, a briga pela vaga olímpica está quase definida. Felipe Borges fez o melhor tempo na segunda descida das classificatórias entre os brasileiros, com 104.88 segundos, e Leonardo Curcel ficou em segundo, com 104.98s. Charles Corrêa, que teria chances de alcançar Borges, ficou em terceiro, com 111.40s.

Com esses resultados, Borges precisa só garantir uma participação na 3ª Etapa da Copa do Mundo, em Pau, na França, para ficar com a vaga do C1 Masculino nos Jogos Rio 2016. “Estou confiante. Ainda prefiro esperar oficialmente”, disse o atleta.

K1: uma vaga disputada e sonhada
Em 2012, o canoísta Pedro Gonçalves achava que o “mundo havia acabado” em 13 centésimos de segundos. Esse foi o tempo que tirou de Pepe a vaga nos Jogos Olímpicos Londres 2012 e deu a classificação para o canadense David Ford.  “Eu vi a vaga pular nas minhas mãos” comentou o brasileiro.

Quatro anos mais tarde, os centésimos perseguiram o jovem atleta, durante a Seletiva Nacional, realizada em abril. Em uma disputa acirrada, ele foi o melhor por apenas 25 centésimos, ficando à frente de Ricardo Taques na disputa.  “Foi emocionante. Mas vi que a briga estava em aberto” declarou.

Pepe percebeu que a vaga não viria facilmente e que pequenos erros precisavam ser corrigidos. Nas duas etapas da Copa do Mundo, ele fez sua parte e garantiu sua primeira participação nos Jogos Olímpicos.

Natural de Piraju (SP), Pepe saiu de casa em busca de crescimento esportivo com apenas 16 anos. Ele se mudou para Foz do Iguaçu e hoje é um dos símbolos da sua cidade natal, ao lado da dupla Charles Corrêa e Anderson Oliveira.

Agora, Pepe tem dois sonhos: “Quero conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio e torcer para que meu esporte seja mais conhecido e reconhecido no cenário nacional, a começar por minha cidade, que tem talentos incríveis para serem explorados”, afirmou.

As atenções agora vão se voltar para Pau, na França, onde será disputado, no próximo fim de semana, de 17 a 19 de junho, a 3ª Etapa da Copa do Mundo de Canoagem Slalom.

» Equipe Brasileira na 2ª Etapa da Copa do Mundo de Canoagem Slalom, em La Seu d’Urgell, na Espanha:

Atletas
(K1F/C1F) Ana Sátila
(C2) Anderson Oliveira e Charles Corrêa
(C2) Cassiano Alfredo e Wellington Munhoz
(C1M) Felipe Borges
(C1M) Leonardo Curcel
(K1M) Guilherme Mapelli
(K1M) Pedro Gonçalves
(K1M) Renan Soares
(K1M) Ricardo Taques

Equipe Técnica
Ettore Ivaldi
Guille Diez-Canedo
Jordi Domenjo
Diorgines Antunes
Antônio Carlos Pinto

Fonte: Confederação Brasileira de Canoagem

Com 16 anos, Bruna Takahashi se prepara para estreia olímpica em 2016

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro serão a porta de entrada para uma nova geração de atletas que estarão no auge esportivo em 2020, quando o evento será disputado em Tóquio, no Japão. A partir do dia 5 de agosto, muitos jovens terão a oportunidade de vivenciar pela primeira vez uma experiência olímpica. A mesatenista Bruna Takahashi, de 16 anos, faz parte dessa turma.  
 
Com estilo de jogo ofensivo, a paulista de São Bernardo do Campo vem colecionando feitos inéditos no tênis de mesa nacional, comprovando que todos aqueles que apostaram na atleta agora podem ver que a promessa virou realidade. Bruna faz parte do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. 
 
Foto: Divulgação/CBTMFoto: Divulgação/CBTM
 
Na última edição dos Jogos Olímpicos, em Londres (2012), Bruna tinha apenas 12 anos. O sonho olímpico parecia distante à época, mas foi naquele período que a jovem iniciou o trabalho com o objetivo de figurar entre as melhores, com participação em torneios internacionais e apoio da confederação. O primeiro desafio fora do país foi na Suécia, durante seletiva do Hopes, da ITTF, e depois participou de treinamentos na Espanha e na França.
 
Em 2015, a mesatenista despertou a atenção internacional. Depois de vencer o Desafio Mundial de Cadetes, ela se tornou a primeira brasileira campeã mundial feminina individual. Além dos feitos, Bruna se tornou campeã individual da Copa Latina de Cuba (2015); campeã infantil no Aberto da República Tcheca (2015); campeã infantil e juvenil no Aberto do Paraguai (2015); campeã sub-21 do Aberto do Chile (2015); vice-campeã por equipes nos Jogos Pan-Americanos (2015); e campeã nas duplas do Aberto do Chile (2015). 
 
“Poder disputar com jogadoras de outros países foi muito bom e muito importante para adquirir experiência. Tudo isso graças à confederação brasileira e ao Ministério do Esporte”, conta. 
 
Foto: Divulgação/CBTMFoto: Divulgação/CBTM
 
Habilidade, concentração e agilidade são as atribuições que fizeram a paulista se encantar com o tênis de mesa. A jovem conta que tudo começou como um hobby. “Fazia escolinha de tênis de mesa em um clube próximo da minha casa chamado Acrepa (Associação Cultural e Recreativa da Vila Pauliceia), em São Bernardo do Campo. Participava duas vezes por semana e era mais para ter uma atividade física”, revela.
 
A rotina de treinamento da atleta é intensa, em dois períodos. De manhã, o foco é a academia. Descansa depois do almoço e, no segundo período, volta ao treinamento. À noite ela vai à escola, onde cursa o segundo ano do ensino médio. 
 
Rio 2016
Sobre a oportunidade de disputar os Jogos Olímpicos, Bruna Takahashi se mostrou concentrada com a missão que terá em agosto. “Fiquei muito feliz, pois isso mostra que estou no caminho certo. Sei que tenho muito a melhorar e vou batalhar para chegar ao alto nível”, afirma. A paulista vai disputar as partidas por equipe feminina, junto com Caroline Kuhamara e Lin Gui.
 
 
Bruna sabe que a participação nos Jogos Olímpicos de 2016 será uma experiência única. Porém, a jovem espera subir ao pódio Olímpico em 2018, nas Olimpíadas da Juventude.  
 
“Como sou da categoria juvenil, tenho que melhorar para ter um bom nível para jogar pela categoria adulto. Meu sonho é chegar ao alto nível e estar entre as 100 melhores do mundo. Também batalharei para jogar nas Olimpíadas da Juventude em 2018 e chegar ao pódio”, diz. 
 
Breno Barros
Ascom – Ministério do Esporte

Barcelona 1992: E o vôlei enfim chegou lá

Era verão na Europa. E o ginásio de Montjuïc, em Barcelona, fervilhava por conta de um calor bem diferente naquele 26 de julho de 1992. Diante da Coreia do Sul, a Seleção Brasileira masculina de vôlei, depois de dois sets equilibrados, vencidos por 15/13 e 16/14, se impôs na terceira etapa e fechou o duelo, o primeiro do time naquela edição dos Jogos Olímpicos, com um placar mais confortável: 15/7.

Do lado de fora da quadra, o paulista José Roberto Guimarães havia acompanhado tudo com uma perturbadora angústia, um sentimento incômodo que só foi embora quando o time finalmente marcou o 15º ponto no terceiro set. Emocionado e sentindo que havia tirado um peso das costas, Zé Roberto percorreu as arquibancadas com os olhos e, depois, foi comemorar o triunfo de seu time de uma maneira que ele jamais esqueceu.

“Esse foi um jogo para mim épico, porque eu estava muito nervoso, muito ansioso. Eu estava ávido por um resultado positivo”, conta o treinador. “E quando esse jogo termina, a minha mulher estava no ginásio e eu vou cumprimentá-la. Eu chorava que nem criança. Na minha cabeça, eu pensava: ‘Nós já estamos classificados para a outra fase. Nós já não estamos fora. Pelo menos entre os oito times do mundo a gente já está’. Olha como é que estava funcionando a minha cabeça... A gente saiu do Brasil pelo menos para tentarmos ser quarto colocado” prossegue Zé Roberto.

José Roberto Guimarães é lançado ao ar pelos jogadores após a conquista do ouro olímpico em Barcelona: estreia dourada como técnico nos Jogos. (Foto: Arquivo/Agência O Globo)José Roberto Guimarães é lançado ao ar pelos jogadores após a conquista do ouro olímpico em Barcelona: estreia dourada como técnico nos Jogos. (Foto: Arquivo/Agência O Globo)

O que nem ele e muito menos nenhum dos jogadores ou qualquer pessoa na comissão técnica podia imaginar era que a vitória sobre os sul-coreanos representava o início de uma caminhada sem precedentes para o vôlei brasileiro. Ali começava uma trilha que consagraria o Brasil na Espanha e transformaria o treinador e aqueles jogadores em ídolos do esporte nacional.

Nascido em 31 de julho de 1954, na pequena cidade de Quintana, no interior de São Paulo, Zé Roberto tinha todos os motivos para se sentir pressionado em Barcelona. Oito anos antes, em Los Angeles 1984, a Seleção Brasileira masculina de vôlei havia chegado à final dos Jogos Olímpicos e conquistado o maior resultado da modalidade para o país até então. A chamada geração de prata, com nomes como William, Renan, Montanaro e Cia., arrebatara uma legião de fãs e tinha transformado o vôlei em uma paixão nacional.

Tanto em Los Angeles 1984 quanto nos Jogos Olímpicos de Seul 1988, quando a Seleção masculina terminou em quarto lugar, o Brasil tinha no comando um técnico extremamente respeitado e conceituado internacionalmente: Bebeto de Freitas. Agora, na edição espanhola dos Jogos Olímpicos a situação era completamente diferente.

Em Barcelona, Zé Roberto – que como levantador havia disputado os Jogos Olímpicos de Montreal 1976 – experimentava seu batismo de fogo como técnico. Aos 37 anos, e ainda no começo da carreira como treinador, ele fora surpreendido, em 1992, já no ano olímpico, com o convite para assumir o comando do time brasileiro. Aceito o desafio, ele havia preparado a equipe de uma maneira inovadora, quebrando paradigmas em treinos e testando novas formas de atuar em quadra. Uma aposta ousada, que resultaria em uma recompensa inimaginável.

“A minha história na Seleção Brasileira de 1992 começa em 1989, quando o Bebeto me chama para ser o assistente técnico dele. Eu fiquei dois anos, 89 e 90, até o Mundial do Rio de Janeiro. O Mundial do Rio de Janeiro acaba e o Bebeto resolve ir para a Itália e aí a comissão técnica da Seleção Brasileira é desfeita, assume um outro técnico em 1991, e a minha carreira estava toda ela sendo já traçada para as seleções de base”, lembra o treinador.

“Eu já era técnico da Seleção infanto e juvenil do Brasil e tinha disputado dois campeonatos mundiais e sido vice-campeão nas duas competições. Aí as coisas com o Brasil não vão tão bem no Pan-Americano (de 1991, em Havana) e o Nuzman me chama e me faz o convite para ser o técnico da Seleção na Olimpíada”, prossegue o treinador, referindo-se a Carlos Arthur Nuzman, à época presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e hoje presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio 2016.

“Lógico que para mim foi um susto ser convidado para um evento da magnitude dos Jogos Olímpicos, da responsabilidade que são os Jogos Olímpicos. Eu demorei um pouco para responder e quando eu respondo já começo a pensar na comissão técnica. Aí a gente monta com o Julinho, com o Matias e com o Marcos Miranda e a gente começa o treinamento”, detalha Zé Roberto.

Desconfiança
No início do trabalho que levaria o Brasil à glória em Barcelona, o treinador teve que superar alguns obstáculos que acabaram sendo determinantes para a conquista do ouro na Espanha. O primeiro, como era de se esperar, foi a desconfiança dos atletas.

“Eu já via que era um grupo talentoso. Eu era um dos que tinha trabalhado no sistema defensivo, que era a incumbência que o Bebeto tinha me dado. Então, eu já conhecia esses jogadores, já tinha jogado contra alguns deles (na época em que atuara como levantador) e isso me ajudou também com esse conhecimento”, lembra.

O técnico José Roberto Guimarães: estreante em Jogos Olímpicos como treinador, ele viveu seu batismo de foto em Barcelona. (Foto: Arquivo/Agência O Globo)O técnico José Roberto Guimarães: estreante em Jogos Olímpicos como treinador, ele viveu seu batismo de foto em Barcelona. (Foto: Arquivo/Agência O Globo)

“Quando começa o treinamento, lógico que eu via nitidamente nos olhos desses jogadores que eles não acreditavam muito na proposta de trabalho. Mas eles não acreditavam muito porque além de eu ser um técnico jovem, eu estava substituindo um dos melhores técnicos do mundo, que era um técnico que tinha estado com eles durante anos”, continua.

“Como técnico, eu tinha pouquíssima experiência. E lógico que tinha essa desconfiança, porque uma coisa é você ser assistente-técnico e outra coisa é você assumir a responsabilidade de um técnico no treinamento”, prossegue Zé Roberto.

“Ao mesmo tempo, na minha cabeça, eu tinha toda uma filosofia de trabalho que eu tinha aprendido com vários técnicos que foram importantes na minha carreira e nos últimos dois anos que eu tinha ficado com o Bebeto e com o Jorge Barros. Aí eu trago essa filosofia e, juntamente com o Marcos Miranda, que era o assistente-técnico, a gente bota isso em prática. E as coisas começam a acontecer”, conta o treinador.

“Uma das coisas que eu aprendi durante esses anos era fazer diferente, não copiar, não ter sempre o mesmo padrão. Ou seja, tentar aproveitar as melhores características dos jogadores que você tem como grupo. E foi isso o que a gente tentou fazer. Nós tínhamos jogadores super versáteis e que a gente poderia fazer, com esses jogadores, algumas mudanças táticas que poderiam revolucionar o voleibol do mundo. E na realidade foi isso o que aconteceu. Quando o time começa a treinar em um ritmo muito forte e começa a jogar com as melhores seleções do mundo, o time começa a chamar a atenção em alguns detalhes”, frisa Zé Roberto.

O fantasma de Cuba
O primeiro desafio de peso que Zé Roberto encarou com o Brasil foi a Liga Mundial em 1992, em geral um termômetro do que o planeta pode esperar em anos de Jogos Olímpicos. A competição caminhava para sua fase decisiva quando a Seleção Brasileira se viu diante de um fantasma que havia muito assombrava a equipe: Cuba.

Nas rodadas anteriores, o Brasil tinha feito uma campanha apenas razoável, tendo disputado 12 jogos e perdido cinco: um para a Coreia do Sul e todos os quatro duelos diante da Itália. Mas então, contra os cubanos, algo marcante aconteceu. Um momento esperado por muitos anos e que fortaleceu a Seleção Brasileira de uma maneira fundamental para o que estava por vir em Barcelona.

“O time faz uma trajetória normal (na Liga Mundial), mas melhorando, até o dia em que a gente vai jogar com Cuba. Isso faltava mais ou menos um mês para os Jogos Olímpicos. E já tinha oito anos que o time do Brasil não conseguia vencer o time de Cuba”, recorda Zé Roberto. A seguir, ele narra uma passagem que ficou para sempre gravada em sua mente:

“Dois a dois, 11 a 8 para nós (no quinto set), e acontece um lance nesse jogo onde a gente saca, o time de Cuba, através de um jogador chamado Sarmento, recebe, só que a bola vem para o nosso lado com uma bola que nós chamamos de xeque, de graça. O Carlão ataca e o levantador cubano está infiltrando. Quando o levantador cubano viu o Carlão pulando e ele não teve tempo de pular e viu o Carlão já na bola, ele puxa a rede por baixo. Quando ele dá esse toque na rede por baixo, eu levanto do banco e vou bater na rede, dizendo que ele tinha puxado, tentando mostrar para o juiz, mas não adianta. O juiz dá mão na rede do Carlão”, recorda.

“Eu fiquei alucinado e atravessei a quadra para o lado de Cuba e fui fazer alguns elogios para a mãe do levantador, que era o Diago (jogador que foi por muitos anos o capitão de Cuba). Quando os caras me viram fazendo isso, todo mundo veio correndo na minha direção. Amauri, Renan, Carlão... todo mundo veio me tirar daquela confusão. Eu tomo cartão vermelho, Cuba faz mais um ponto, vamos a 11 a 10, e aí os ânimos se acalmam. Eu sento no banco de novo e nisso veio o saque de Cuba. Eu nunca vi o Giovane saltar tanto na minha vida. A bola seguinte ele derrubou, botou no chão, e a gente fez o 12º. Na bola seguinte de Cuba, a gente consegue um contra-ataque e ele bate de novo, derruba, e a gente faz o 13º ponto. E aí, em um bloqueio, vem o 14º ponto. Depois Cuba consegue virar, faz o 11 x 14, e a gente fecha o jogo ganhando de Cuba em um jogo épico. Dois dias depois, a gente jogava de novo com Cuba e ganhamos. E aí o time começou a sentir que dava”, conta Zé Roberto, referindo-se à possibilidade de conquistar um bom resultado nos Jogos Olímpicos.

Os triunfos sobre os cubanos representaram um divisor de águas para o Brasil semanas antes dos Jogos Olímpicos. Os próximos desafios na Liga Mundial seriam contra os Estados Unidos e esses últimos dois confrontos serviriam para confirmar que a Seleção estava no caminho certo rumo ao que a esperava em Barcelona.

Tande ataca contra o Japão, nas quartas de final das Olimpíadas de Barcelona. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)Tande ataca contra o Japão, nas quartas de final das Olimpíadas de Barcelona. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)

“A gente vai jogar nos Estados Unidos e chegamos no dia 4 de julho (feriado do Dia da Independência). Nada funcionava. Não conseguimos treinar, foi um caos. Só conseguimos treinar no dia 5 e jogávamos no dia 6. Perdemos o jogo. Depois, jogamos no dia 8. Quando vamos treinar, no dia 7, o time estava voando, esmurrando a bola, já entrando no astral do jogo. A gente ganha dos Estados Unidos por 3 a 0, mas a gente não se classifica para a fase final (da Liga Mundial). A gente fica em quinto. Mas só que ali a gente nós éramos outro time”, frisa Zé Roberto.

Cortes e caixinha
Passada a Liga Mundial e já com as indicações de que ele tinha uma equipe com os ânimos renovados para trabalhar, Zé Roberto se viu diante de um novo momento de desconforto pelo qual todo o treinador tem que passar antes de grandes torneios: a definição do grupo, o que sempre implica em dispensar alguns atletas.

“Foi difícil. Todos os cortes foram difíceis. A gente começou a trabalho com 18 jogadores e aí tivemos que diminuir a lista até chegar em 14. Os dois últimos cortes foram muito complicados, que foram exatamente o Kid e o Claudinei, dessa geração. Mas só podiam ir 12 jogadores e foi o que aconteceu”.

Com o grupo dos Jogos Olímpicos de Barcelona formado por Maurício, Talmo, Marcelo Negrão, Janelson, Jorge Edson, Tande, Giovane, Paulão, Pampa, Douglas Chiarotti, Amauri e o capitão Carlão, Zé Roberto começou os trabalhos voltados para as Olimpíadas. E aí entrou em cena outra inovação.

“Na realidade, esse time tinha muitas regras. Nós tínhamos a caixinha, que funcionava para atraso, uniforme... Para tudo o quanto é horário que você possa imaginar, de café da manhã, almoço e jantar, tinha uma caixinha a ser paga para quem atrasasse. Do treino, do uniforme... Eu cheguei a colaborar, se não me engano, com 280 reais na caixinha. Quem mais pagou a caixinha foi o Carlão”, entrega.

“Mas era uma coisa que funcionava porque acabava mexendo com todo mundo, porque ninguém queria atrasar. Quem atrasasse era sacaneado pelo grupo e então acabou que mobilizou o grupo inteiro em função de uma regra de caixinha porque nós não queríamos mais nos desgastar. Quem era o responsável pela contabilidade da caixinha era o Pampa. Que fim levou esse dinheiro eu não sei. Eu sei que uma parte foi roubada nos Estados Unidos em um assalto que teve no nosso hotel antes dos Jogos Olímpicos. E ela continuou até as Olimpíadas. E nós nunca tivemos problemas por causa dela. Em relação a horário todo mundo cumpria à risca. Era bem engraçado até”, prossegue.

E foi assim – com um grupo confiante pelas vitórias sobre Cuba e Estados Unidos na Liga Mundial e cada vez mais comprometido nos treinamentos com medo dos gastos com a caixinha – que o Brasil entrou em quadra naquele 26 de julho de 1992 para estrear com vitória sobre a Coreia do Sul nas Olimpíadas de Barcelona.

Rússia e Holanda
O segundo compromisso do Brasil nos Jogos Olímpicos de 1992, no dia 28 de julho, foi contra a chamada Equipe Unificada, formada por países da antiga União Soviética, cujo bloco comunista havia se dissolvido no ano anterior.

No vôlei, a Equipe Unificada era apenas um nome diferente para a Rússia e é esse o adversário que Zé Roberto se recorda quando comenta a vitória do Brasil por 3 x 1, com parciais de 15/6, 15/7, 9/15 e 16/14.

“Foi um 3 a 1 em um ginásio que não era o principal e ali tinha Oleg, Fomin, Kuznetsov... Era um senhor time. Era um timaço aquele time da Rússia. Quando a gente ganha esse jogo, o mundo começa a olhar para a gente de uma outra maneira. Foi uma vitória que a gente esperava um 3 a 2, esperava uma dificuldade, e logicamente que a gente estava em um apreensão muito grande pelo resultado. Aí o time começa a entrar em um patamar de jogo que a Rússia não conseguia acompanhar e aquilo chamou a atenção da gente. Nós estávamos com o time muito certinho. Muita gente atacando de várias posições, o bloqueio acontecendo, a defesa... Aí isso começou a chamar atenção para o nível que a gente estava”, analisa o treinador.

Com duas vitórias contundentes nos dois primeiros desafios olímpicos, a Seleção Brasileira partiu para o seu terceiro compromisso em Barcelona, no dia 30 de julho, desta vez diante da Holanda. O resultado foi um novo triunfo, desta vez por 3 x 0, com parciais de 15/11, 15/9, e com direito a um desconcertante 15/4 na última parcial, o que mudou a maneira como o Brasil passou a se ver naquela edição dos Jogos.

“Quando a gente vai jogar com a Holanda e eu vejo o time da Holanda entrando em quadra, já que a gente nunca tinha jogado com eles nem na Liga Mundial, eu olhei aquele time daquele tamanho e falei: ‘Meu Deus do céu.!’ Tinha um jogador de 2,16m. O levantador tinha 2,04m. O central era um dos menores do time e tinha 2 metros. Eu falei: ‘Nossa Senhora! Como é que nós vamos passar por esse bloqueio?’”, conta Zé Roberto.

Um dos destaques da campanha dourada em Barcelona, Marcelo Negrão ataca contra a Holanda, na terceira partida da fase classificatória. Os rivais reencontrariam o Brasil na final. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)Um dos destaques da campanha dourada em Barcelona, Marcelo Negrão ataca contra a Holanda, na terceira partida da fase classificatória. Os rivais reencontrariam o Brasil na final. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)

“Começa o jogo e o nosso time jogando com muita velocidade, bom passe, e o time da Holanda com dificuldade na marcação. Vira daqui, vira de lá, e a gente ganha o primeiro set, ganha o segundo e aí, na hora que a gente ganhou o terceiro e ganha por três a zero de um time que era considerado um dos melhores do mundo, nós começamos a acreditar e ver as Olimpíadas de uma forma diferente”, continua.

A vitória sobre a Holanda colocou o Brasil nos holofotes e com três triunfos na conta os rivais começaram a atentar que o time de Zé Roberto, embora não tivesse se classificado entre os quatro melhores na Liga Mundial, não era uma equipe que deveria ser desprezada.

“Quando a gente começa a entrar na Vila (após o resultado diante dos holandeses), as pessoas começavam a falar: ‘Pô, os cruzamentos vão mudar... Tudo o que se esperava vai mudar’. Eu ouço isso do técnico da Itália e aí eu já começo a pensar que a coisa pode acontecer diferente. Mesmo assim, todos nós ainda mantínhamos os pés no chão. Ninguém pensava muito grande ou sonhava ainda em ser medalha de ouro”, ressalta Zé Roberto.

De novo, os cubanos
Dois dias depois de terem abatido a Holanda, o Brasil voltou à quadra, no dia 1º de agosto, para encarar mais uma vez a turma da ilha de Fidel Castro. Assim como o Brasil, Cuba vinha de três vitorias – sobre a Holanda, a Argélia e a Rússia. Portanto, aquela partida era um duelo de invictos em Barcelona. E mais do que isso, uma enorme rivalidade servia para tornar o duelo ainda mais interessante.

“Nós tínhamos ganhado os últimos dois jogos de Cuba, mas eram oito anos perdendo. Aí, o quarto jogo (nas Olimpíadas), contra Cuba, começa no mesmo diapasão. O time jogando melhor do que tinha jogado no Brasil, o time de Cuba sendo marcado muito bem, o Joel Despaigne (atacante) com dificuldade de virar, os dois centrais com dificuldade ali no centro, os ponteiros com dificuldade no passe e o time do Brasil virando com facilidade, principalmente nos contra-ataques”, detalha Zé Roberto.

“E aí a gente fecha o jogo por três sets a um (com parciais de 15/6, 15/8, 12/15 e 15/8) e praticamente ali era selado o primeiro lugar do grupo, porque nós tínhamos a Argélia pela frente, que era o próximo adversário”, encerra o técnico do Brasil.

Nos dois dias seguintes após a vitória sobre Cuba, Zé Roberto ocupou-se em segurar os ânimos de seus jogadores. A caminhada até ali tinha sido muito bem-sucedida, mas ainda havia um último compromisso na fase de classificação e era preciso evitar o perigo do deslumbramento.

No dia 3 de agosto, o Brasil encarou a Argélia em um confronto que não foi o passeio que muitos esperavam. “Aí vem aquela coisa do técnico, que vai para a preleção com aquela coisa de ter cuidado e com a euforia (dos jogadores) lá em cima e eu preocupado com a Argélia, que era franca atiradora e sem muito a perder”, lembra o treinador.

“O jogo com a Argélia começa com uma dificuldade, o time não joga, não vira, e a Argélia criando problema no nosso time. Aí eu começo a mudar. Também era a chance de dar oportunidade para outros jogadores. E nesse jogo começa a entrar o banco. Entra Pampa, Amauri, Talmo, Jorge Edson, e aí a gente consegue ganhar da Argélia por três a zero”, resume. O placar terminou com parciais de 15/8, 15/13 e 15/9.

Desse jogo, em particular, as memórias de Zé Roberto vão além do que aconteceu dentro de quadra. “Quando eu vou para a coletiva de imprensa, um dos repórteres que está no fundo da sala me pergunta: ‘Vocês não acham que vocês menosprezaram o time da Argélia?’ Rapaz, aquela pergunta parece que ferveu os meus miolos. Eu saí de mim, porque eu disse: ‘A gente está passando um sufoco aqui, fizemos o que nós fizemos até agora e a Argélia jogou muito bem’. Nosso time tinha dado uma baixada de adrenalina, mas não foi desrespeito pela Argélia, até porque nós tínhamos passado sufoco até aquele momento, apesar de termos ganho”, desabafa o treinador.

Japão nas quartas de final
No dia 5 de agosto, a Seleção Brasileira retornou ao ginásio de Montjuïc para disputar a primeira partida da fase de mata-mata. Nas quartas de final, o rival foi o Japão e agora não havia mais margem para erro. Ao perdedor restava fazer as malas e voltar para casa.

“Aí vem o cruzamento com o Japão e era sempre jogo difícil pela velocidade com que o Japão jogava, com um time que explorava muito o nosso bloqueio. E era um time que também tinha uma defesa muito eficaz”, analisa Zé Roberto.

“Mas a gente consegue passar pelo Japão por três a zero (parciais de 15/12, 15/5 e 15/12). O Japão tinha um jogador chamado Ohtake, que tinha 2,17m e era um cara que chamava muita atenção e que estava difícil de marcar. Até que o Jorge Edson entra em uma substituição em um momento de dificuldade e consegue tocar numa bola, a gente faz o contra-ataque e consegue fechar o set. Aí a gente classifica para a semifinal, para o jogo contra os Estados Unidos”, lembra o treinador.

Da esquerda para a direita, sentido horário, Maurício, Paulão, Giovane, Marcelo Negrão e Tande comemoram, durante confronto com os Estados Unidos, na semifinal das Olimpíadas de Barcelona 1992. (Foto: Arquivo/Agência O Globo)Da esquerda para a direita, sentido horário, Maurício, Paulão, Giovane, Marcelo Negrão e Tande comemoram, durante confronto com os Estados Unidos, na semifinal das Olimpíadas de Barcelona 1992. (Foto: Arquivo/Agência O Globo)

O Brasil na semifinal
Superado o Japão, a Seleção Brasileira garantiu lugar na semifinal dos Jogos Olímpicos de Barcelona. Naquele momento, José Roberto Guimarães, os jogadores e toda a comissão técnica conquistaram a meta inicial, traçada quando o time deixou o Brasil.

“Quando a gente passou entre os quatro, a gente já tinha meio que cumprido o dever de casa. Não íamos passar vergonha. Nós iríamos voltar para casa pelo menos com o dever cumprido e com a meta alcançada. Mas nós não tínhamos tirado um peso. Tudo aquilo tinha dado uma euforia maior e, ao mesmo tempo, como nós tínhamos ganhado um jogo dos Estados Unidos e perdido outro, a gente sabia que podíamos jogar de igual para igual com eles e que era um jogo que a gente poderia ganhar”, conta.

Do outro lado do Atlântico, encantada com a maneira daquela Seleção jogar, a torcida brasileira estava cada vez mais confiante, embora, em Barcelona, nem Zé Roberto e nem os jogadores tivessem noção do que estava se passando no Brasil. Na terra do futebol, o vôlei estava cada vez mais em evidência pela expectativa de um sonhado ouro olímpico. Enquanto isso, na Espanha, o desafio, naquele momento, era lidar com a ansiedade por mais um duelo contra os Estados Unidos, que poderia garantir ao time, pelo menos, a medalha de prata.

“Aí vem a expectativa e a ansiedade na Vila. Os meninos já começam a dormir um pouco mal pela possibilidade (de chegar à final). A gente não tinha ideia do que estava acontecendo no Brasil, até porque não tinha internet ainda. Era só por telefone, por orelhão, e todo mundo ainda duro, então não tinha muita possibilidade de falar em casa”, conta o técnico.

O Brasil estava a um passo de repetir o feito da Seleção de 1984. Mas, àquela altura, mesmo com uma campanha tão significativa, a conquista do ouro ainda era, para todos, algo impensável. “Imagina... O Brasil tinha perdido em 88 (nos Jogos Olímpicos de Seul) e tinha perdido em 84 (Los Angeles, na final) para os Estados Unidos. Então ninguém pensava nisso de maneira nenhuma. Nas últimas competições nós tínhamos perdido para eles. Existia a possibilidade de a gente jogar de igual para igual com eles. Essa era a nossa ideia. Mas pensar em ser campeão olímpico jamais”, reforça Zé Roberto.

De novo na final
No dia 7 de agosto, a Seleção Brasileira masculina de vôlei mais uma vez entrou em quadra para brigar por um lugar em uma final dos Jogos Olímpicos. E aí entra em cena uma incrível coincidência.

No dia 8 de agosto de 1984, quase que exatamente oito anos antes, o Brasil havia enfrentado a Itália na semifinal masculina dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. O resultado foi uma vitória por 3 x 1, com a equipe do técnico Bebeto de Freitas tendo que se recuperar após ter perdido o primeiro set por 15/12.

Em Barcelona, a história do Brasil se repetiu exatamente da mesma forma. Se os italianos venceram o primeiro set em 1984 por 15/12, desta vez foram os Estados Unidos que aplicaram o mesmo placar na Seleção Brasileira na primeira parcial daquela semifinal olímpica. Mas, assim como ocorreu em Los Angeles, a recuperação foi rápida. E o time de José Roberto Guimarães fechou os três sets seguintes por 15/8, 15/9 e 15/12 para selar a vaga na decisão dos Jogos de 1992.

“Quando a gente começa, no primeiro set, que foi 15 a 12, nós erramos 13 saques. E na minha cabeça, do jeito como o time estava jogando e pela forma como o time estava se comportando, se a gente encaixasse um pouquinho mais o saque a gente tinha chances. Porque o time estava errando muito pouco e tinha equilibrado o jogo com os Estados Unidos”, recorda Zé Roberto.

O levantador Maurício: maestro de um time imbatível nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992. (Foto: site do atleta)O levantador Maurício: maestro de um time imbatível nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992. (Foto: site do atleta)“Aí a gente ganha o segundo set, o terceiro e o quarto. A gente ganha por 3 x 1. Quando a gente ganha aquele jogo e entra na zona de medalha, a gente já tinha repetido o melhor resultado do Brasil, mas sem boicote. Porque quando o Brasil foi vice-campeão houve o boicote (dos países do bloco soviético, que não disputaram os Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, por conta da guerra fria) e a Rússia não tinha jogado. Ali a gente já tinha feito história dentro dos Jogos Olímpicos e dentro do voleibol do mundo”, ressalta o técnico.

Um treino decisivo
O que um treinador estreante nos Jogos faz quando sua equipe, contrariando as próprias expectativas, avança a uma final olímpica? José Roberto Guimarães se lembra muito bem das medidas que tomou após o sucesso diante dos Estados Unidos.

“A minha única preocupação era manter tudo aquilo que a gente tinha feito até então. Eu sou muito pé no chão nesse sentido. Eu não queria que o time tivesse um outro deslumbramento, tivesse um outro foco ou que o time se achasse (melhor do que era)”, explica. “Então, a única coisa era manter os rituais, manter a concentração, evitar ao máximo o contato com a imprensa, porque depois que a gente começou a passar (de fase) a gente começou a ser mais frequentado, mais assediado, porque antes a gente não era. E aí começa a ter uma euforia muito grande”.

Felizmente, não era apenas Zé Roberto que pensava assim. “O grupo logo assimilou. Eles mesmos já estavam fechados nessa situação de continuarem fazendo as mesmas coisas. A gente manteve os mesmos rituais, de chegar do treino e dar um mergulho na praia que ficava na Vila, a gente almoçava e jantava junto, então a gente conservou os mesmos rituais desde o início. Mesmo depois de ter ganhado dos Estados Unidos e ter passado para a final a gente não alterou absolutamente nada”, revela.

No dia 8 de agosto, um novo episódio marcante para José Roberto Guimarães se passou em quadra. Desta vez longe dos holofotes da imprensa. Para ele, aquela experiência surgiu quase que como uma epifania.

“No dia seguinte (à vitória sobre os Estados Unidos), a gente vai treinar e lógico que tem uma euforia no ar. Mas ali a gente treina 45 minutos para jogar contra a Holanda, que tinha ganhado de Cuba, e quando eu vejo aqueles 45 minutos de treino teve uma particularidade. Eu parei o treino antes do final. Ou seja: nós estávamos programados para treinar uma hora, uma hora e quinze. Quando deu 45 minutos eu disse: ‘Para, para, para...’ E os caras: ‘Tá maluco? Parou o treino? Você sempre treina a mais? O que está acontecendo?’ E eu disse: ‘Eu não preciso ver mais nada. Eu já vi o que eu queria ver. Não preciso mais ver. Agora nós temos só que descansar, concentrar e  o mais importante é que ninguém se machuque. Vamos para o jogo! Estamos prontos!’”

Uma noite diferente
Marcelo Negrão: uma das principais estrelas na campanha do ouro, ele foi o autor do último ponto do Brasil em Barcelona com um saque inesquecível. (Foto: site do atleta)Marcelo Negrão: uma das principais estrelas na campanha do ouro, ele foi o autor do último ponto do Brasil em Barcelona com um saque inesquecível. (Foto: site do atleta)Encerrado o último treino antes da final, Zé Roberto experimentou pela primeira vez a estranha sensação de espera que todos os que avançam a uma decisão olímpica são forçados a viver na noite que antecede o momento de brigar pela medalha de ouro. E ele não demorou a descobrir que aquela noite era completamente diferente de todas as outras que ele havia vivido até ali.

“Não foi normal. Nós estávamos em dois apartamentos e eu dormia no mesmo quarto que o assistente técnico, o Marcos Miranda. O Matias e o Julinho, que eram o fisioterapeuta e o preparador físico, ficavam no outro quarto”, conta o treinador.

“Eu não conseguia dormir e levantei e fui para sala. Quando eu chego na sala, eu vejo o Tande. Aí eu pensei: ‘Esse moleque não está conseguindo dormir. Vou ter que conversar com ele’. Aí sento na sala, fico conversando e tal, perguntando como está a vida, o que ele está achando, mas querendo que ele sinta sono e que vá descansar. Depois de uma hora, uma hora e meia de papo, ele vai para a cama dele, dorme, e eu ainda fico um pouco ali, porque eu não conseguia dormir”, narra.

Passar pela noite da véspera de um momento tão importante, entretanto, é apenas uma parte do ritual dos finalistas olímpicos. A angústia não termina quando o sol surge. Ainda restam as horas de espera até o momento de disputar a medalha de ouro. E Zé Roberto tem registrado em detalhes na memória tudo o que viveu no histórico 9 de agosto de 1992.   

“Naquele dia, a gente levanta cedo para o café. O tempo estava meio nublado em Barcelona. Aí nós vamos para a região do ônibus, eu sento no mesmo lugar que eu sempre sentei nos ônibus, todos os jogadores na mesma posição, e aí vamos para Montjuïc. Estão jogando Cuba e Estados Unidos (na disputa do bronze). Aí eu chego para o pessoal da organização e pergunto: ‘Qual o nosso vestiário?’. E eles dizem: ‘O vestiário de vocês é aquele ali’. Eu olho e digo: ‘Não, eu não vou não! Nós vamos esperar o vencedor do jogo entre Cuba e Estados Unidos e nós vamos para o vestiário do vencedor’. Eu queria a energia positiva de quem ganhou a semifinal. Esperamos limpar o vestiário e fomos para o vestiário de Cuba. Aí teve a preleção. Mas aí já estava todo mundo viajando, achando que nós tínhamos ganhado da Holanda e que a gente podia repetir o feito”.

9 de agosto de 1992 – Um ouro histórico
Em resumo, é correto afirmar que, diante da Holanda, a Seleção Brasileira masculina de vôlei foi engatando as marchas set a set. Basta ver o placar: vitória por 3 x 0, com parciais de 15/12, 15/8 e 15/5.

O final daquela gloriosa campanha na Espanha termina com uma cena que milhões de brasileiros que acompanharam aquela partida jamais se esqueceram: um saque indefensável do camisa 1 da Seleção Brasileira: Marcelo Negrão. Para José Roberto Guimarães, contudo, a história da primeira medalha de ouro do vôlei brasileiro em Jogos Olímpico já tinha sido escrita momentos antes da pancada de Negrão do fundo da quadra.

“Na realidade não foi naquele momento”, diz o treinador, referindo-se ao que ele pensou quando o Brasil tornou-se um campeão olímpico. “Eu já não estava ali no 12º ponto. Até o cinco a cinco foi igual. Mas depois a gente fez seis, sete, oito, nove... No 12º ponto, quando eu vi que o time estava muito equilibrado e que a gente tinha possibilidade de ganhar, eu já não estava mais ali. Na minha cabeça eu queria que acabasse aquele jogo. Eu não via a hora daquilo terminar. Estava faltando ar, faltando fôlego, faltando tudo o que você possa imaginar. Eu já não estava raciocinando, eu já não estava ajudando o time”, confessa.

A equipe do Brasil festeja, no pódio, a conquista do ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 após o triunfo sobre a Holanda na final. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)A equipe do Brasil festeja, no pódio, a conquista do ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 após o triunfo sobre a Holanda na final. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)

“Mas eles estavam muito tranquilos. Eu olhava para o time e a única coisa que me deixava tranquilo era que eu via que eles também estavam demasiadamente conscientes do que estavam fazendo. E o time do lado de lá todo perdido, correndo e errando, e o nosso time muito sereno. Virava, virara... ponto! Virava, virava... ponto! Até o 14º, quando foi o Marcelo Negrão para o saque. A gente fez um rodízio todo no 14 a 5 até o Marcelo voltar para o saque. Foi quando ele fez o ponto”, continua.

Euforia no retorno
Celebrar o ouro em Barcelona foi uma coisa. A festa em quadra após o triunfo diante da Holanda e a emoção e euforia na premiação foi seguida por momentos de grande alegria na Vila Olímpica. Mas foi apenas no retorno ao Brasil que José Roberto Guimarães e todos os envolvidos naquela façanha tiveram a verdadeira consciência do feito protagonizado na Europa.

“Demorou até a gente voltar para o Brasil e entender o que estava acontecendo aqui. Demorou até chegar ao aeroporto (em Congonhas). Teve a invasão do aeroporto. Eu estava sentado na mesa e falei com o cara da polícia: ‘O negócio não é comigo, é com os jogadores. Deixa eu ficar quietinho aqui’. Eu só via o pessoal passar correndo. Quebraram o vidro do aeroporto, queriam abraçar os meninos, queriam festejar junto com os meninos e eu só vendo passar o povo...”, lembra o treinador.

“Aí depois isolaram a gente em uma sala. O carro do Corpo de Bombeiros já estava posicionado. Nós fomos no ônibus até a corporação do Corpo de Bombeiros na Tiradentes e na Tiradentes a gente subiu no carro do Corpo de Bombeiros e ali a gente passou pela 23 de Maio. Quando a gente passou pela 23 de Maio parou tudo no lado de lá, com todo mundo em cima das pontes, saindo para fora dos prédios, dos edifícios... Foi aí que a gente se deu conta do que tinha acontecido no Brasil e de que a coisa estava diferente”, continua.

Jogadores e comissão técnica posam para foto após a premiação nos Jogos de Barcelona 1992: momento histórico do primeiro ouro olímpico do vôlei brasileiro. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)Jogadores e comissão técnica posam para foto após a premiação nos Jogos de Barcelona 1992: momento histórico do primeiro ouro olímpico do vôlei brasileiro. (Foto: Aníbal Philot/Agência O Globo)

Ali, José Roberto Guimarães não tinha como ter noção do que o destino lhe reservaria após os Jogos Olímpicos de Barcelona. Mas o fato é que sua história de sucesso nas Olimpíadas estava longe de terminar com o ouro de 1992. Em seu caminho ainda haveria espaço para outros dois momentos de igual grandeza, desta vez com a Seleção Brasileira feminina, nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012. Mas essas são duas histórias que serão contadas separadamente e mais adiante na série de reportagens Brasil de Ouro...

Por ora, o treinador se limita a recordar como se sentiu ao olhar para trás e perceber que, aos 38 anos, tinha se tornado um campeão olímpico. “Primeiro, eu sou um cara muito de raízes. Uma das coisas mais importantes de uma pessoa é jamais esquecer de suas raízes. Então eu sempre me lembrei muito de onde eu vim, dos meus sonhos, das pessoas que eu encontrei, das pessoas que me ajudaram, o porquê que eu fui para o vôlei, como eu fui para o vôlei, o que aconteceu na minha vida dentro do vôlei e o meu sonho, depois de ter parado de jogar, de virar técnico, dando prosseguimento da minha carreira como treinador sem sair do vôlei”, diz Zé Roberto.

“A minha maior preocupação era não abandonar o vôlei. E eu consegui manter isso. Eu tenho toda essa história de gerações atrás de mim, de jogadores que tanto colaboraram, que tanto fizeram, que não eram profissionais, pois a maioria estudava, trabalhava, e que tinham um sonho de conquistar um dia uma medalha de ouro como nossos grandes ídolos japoneses, tchecos, que foram as escolas que acabaram influenciando a escola brasileira. Eu me vi naquele centro do furacão junto com os jogadores. Nós conseguimos uma conquista que o mundo sonha conquistar. Então foi uma coisa maior do que um sonho realizado. Ali eu já podia morrer que já estava feliz”, encerra o técnico.

Hoje, perto de completar 61 anos, José Roberto Guimarães é um dos maiores nomes do esporte brasileiro em todos os tempos. Ele é o único brasileiro com três medalhas douradas em Jogos Olímpicos no currículo e único treinador do planeta a ter levado um time masculino e um feminino ao topo do pódio olímpico. Uma história que, todos esperam, possa ter mais um capítulo vitorioso no Rio de Janeiro, em agosto, nos Jogos Olímpicos do Brasil.

Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Time Brasil alcança 100 atletas militares classificados para o Rio 2016

A parceria entre os ministérios do Esporte e da Defesa alcançou sua meta de classificar 100 atletas militares que irão em busca de medalhas na competição. O objetivo foi atingido no início deste mês, após a divulgação pela Confederação Brasileira de Ciclismo dos nomes das sargentos da Aeronáutica Clemilda Fernandes e Flávia Paparella, na modalidade de ciclismo de estrada.
 
O Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) é uma parceria que tem o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível. Até o momento, o Time Brasil conta com 214 atletas para os Jogos Rio 2016. Desse total, 40 são da Marinha, 41 do Exército e 19 da Aeronáutica. A equipe de judô é exclusivamente militar. A modalidade está entre as apostas de medalhas brasileiras para as Olimpíadas.
 
Sargento do Exército, Yane Marques vai buscar sua segunda medalha olímpica nos Jogos Rio 2016. Foto: Felipe Barra/MDSargento do Exército, Yane Marques vai buscar sua segunda medalha olímpica nos Jogos Rio 2016. Foto: Felipe Barra/MD
 
Outra delegação composta em grande parte por atletas militares é a de natação. Estão classificados 29 nadadores, dos quais 13 integram o programa de desporto militar do Ministério da Defesa.
 
O número de atletas das Forças Armadas classificados é o dobro da quantidade das Olimpíadas de Londres, em 2012, quando 51 militares competiram. “É um marco relevante na história do desporto militar brasileiro. Como ainda existem vagas em disputa, temos grandes possibilidades de ampliar esta participação”, afirma o diretor do Departamento de Desporto Militar, almirante Paulo Zuccaro.
 
O próximo desafio do Ministério da Defesa é contribuir para o resultado do Brasil nos Jogos com a conquista de medalhas. “Este feito aumenta nossos compromissos e nossas responsabilidades na busca de outra meta, a de que nossos atletas militares conquistem pelo menos 10 medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016”, comenta Zuccaro.
 
Em Londres, os militares subiram ao pódio cinco vezes. A sargento do Exército Yane Marques obteve medalha de bronze no pentatlo moderno. Já os judocas Felipe Kitadai, Rafael Silva e Mayra Aguiar conquistaram três medalhas de bronze e o ouro veio pelas mãos da também judoca da Marinha Sarah Menezes.
 

Parceria

Os esportistas têm à disposição todos os benefícios da carreira militar, como salários, plano de saúde, férias e assistência médica, incluindo nutricionista e fisioterapeuta, além de disporem de todas as instalações esportivas militares adequadas para treinamento. Os atletas também são beneficiados pelas bolsas Pódio e das categorias Olímpica, Internacional e Nacional do Ministério do Esporte.
 
Atualmente, integram o PAAR 670 atletas, sendo 594 militares temporários e 76 de carreira. O programa inclui 26 modalidades olímpicas (atletismo, badminton, basquete, boxe, ciclismo, esgrima, futebol, golfe, handebol, hipismo, judô, levantamento de peso, lutas associadas, maratona, nado sincronizado, natação, pentatlo moderno, remo, saltos ornamentais, taekwondo, tiro, tiro com arco, triatlo, vela, vôlei e vôlei de praia), três modalidades não olímpicas (cross country, lifesaving e futebol de areia) e cinco modalidades militares (orientação, paraquedismo, pentatlo aeronáutico, pentatlo militar e pentatlo naval).
 
Fonte: Ministério da Defesa
Ascom – Ministério do Esporte
 

De olho nos Jogos do Rio, Iziane conduz a tocha na sua terra natal

Na praia do Calhau, em São Luís, a jogadora de basquete Iziane Marques atraiu centenas de fãs neste domingo (12.06). De volta a Seleção Brasileira, a ala se emocionou dentro do ônibus momentos antes de conduzir a tocha no revezamento do símbolo olímpico pela capital maranhense.
 
"Lembrei que faltam menos de dois meses para os Jogos Olímpicos. Estamos treinando duro em busca de uma medalha para o Brasil. Que esse gostinho possa incendiar a chama e nos levar com tudo para as Olimpíadas", disse a capitã do Brasil, que começou na Seleção aos 19 anos.
 
Para Iziane, tour da tocha antecipa o clima para os Jogos Rio 2016. Foto: Brasil2016.gov.brPara Iziane, tour da tocha antecipa o clima para os Jogos Rio 2016. Foto: Brasil2016.gov.br
 
Atleta mais jovem a atuar na WNBA, com 21 anos e 42 dias, Iziane atuou em seis equipes diferentes nos EUA. Ficou 11 temporadas fora do país, incluindo um período em sete países da Europa. Mais experiente e tranquila, a maranhense que atua no Sampaio Basquete revelou estar muito feliz com a oportunidade de participar do revezamento da tocha. "É um grande orgulho estar na minha terra representando todo o povo maranhense. Hoje consegui transmitir um pouquinho do que é para a gente disputar uma Olimpíada".
 
Na última convocação do Brasil, o Maranhão teve sete jogadoras na lista do técnico Antônio Barbosa, inclusive Iziane. Aos 34 anos, ela sonha com uma medalha e explica o segredo do basquete no estado. "Isso é fruto da nossa força de vontade. O Maranhão está financeiramente muito aquém da sua grandiosidade. A gente vê um pouco essa dificuldade com a vontade de crescer e provar que podemos estar entre as melhores se tivermos oportunidades.", afirma a ala, que recebe a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte e cresceu na periferia de São Luís. De olho no futuro das crianças, a ala criou um Instituto que leva o seu nome em busca do seu maior legado.
 
"Acredito que minhas vitórias vão ser esquecidas e meus títulos guardados. A diferença que eu faço na vida de uma pessoa vai ficar. O esporte é uma inspiração para muitas crianças. Eu tive essa oportunidade aos 12 anos e, hoje, não poderia deixar esse momento passar. Espero poder ajudar muito mais crianças para mudar suas histórias através do esporte", sonha. O projeto "Liberdade com basquete" foi fundado em 2014 e atende 100 crianças carentes que estudam em escolas públicas, desenvolvendo atividades de incentivo à arte, a cultura e ao esporte. 
 

Legado olímpico
Casa do Sampaio Corrêa e Maranhão Basquete, o ginásio Castelinho foi equipado, por meio de convênio entre o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Basketball (CBB), com dois kits de novos equipamentos – piso flutuante, apontadores, tabelas e placares. Os times que disputam a Liga de Basquete Feminino (LBF) se tornaram referência no basquete nacional e, neste ano, o Maranhão teve o maior recorde de público, com 6 mil no Castelinho no jogo entre Sampaio e Corinthians.
 
O crescimento da modalidade no Maranhão começou com o retorno da jogadora Iziane a São Luís, em 2011. Há quatro anos trabalhando com a jogadora, o assistente Paulo César disse que o investimento no basquete é fundamental. "Os kits que vieram para o Maranhão ajudaram muito para ajudar o basquete a se desenvolver, especialmente se tratando do alto rendimento", garante Paulinho que também é professor da modalidade no Projeto "Liberdade com basquete".
 
Outras modalidades esportivas também foram beneficiadas, como o judô, cuja federação maranhense recebeu equipamentos e kits a partir de dois convênios do Ministério com a Confederação Brasileira de Judô (CBJ). O estado do Maranhão foi contemplado, ainda, com 11 Centros de Iniciação ao Esporte, com investimento total de R$ 43,5 milhões, das quais duas unidades estão na capital São Luis: uma Modelo I no bairro Angelim e a segunda, Modelo III, no bairro Vila Militar.
 
Em São Luis, foi inaugurada, em fevereiro de 2015, a pista oficial de atletismo da Universidade Federal do Maranhão em parceria com o Ministério do Esporte, que investiu R$ 6 milhões. Adicionalmente, 51 atletas nascidos ou domiciliados no Maranhão são contemplados pela Bolsa Atleta, com investimento anual total de R$ 659,9 mil. Já a Bolsa Pódio tem dois atletas do estado: Joelma das Neves Sousa e Yagonny Reis de Sousa, ambos do atletismo. Por ano, o investimento do governo é de R$ 264 mil.
 
Lilian Amaral e Lorena Castro 
Ascom - Ministério do Esporte 
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